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Sumario del 17/03/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: confessor deve ir às periferias do mal e do pecado

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira (17/03) os participantes do Curso sobre Foro Interno, promovido pela Penitenciaria Apostólica.

O Pontífice iniciou seu discurso saudando os membros da Penitenciaria que, disse o Papa, é um tipo de Tribunal que ele “realmente” gosta, porque é o “tribunal da misericórdia”, pois oferece aquele “remédio indispensável” para a nossa alma, que é a misericórdia divina. De modo especial, Francisco falou sobre o tema do Curso, dedicado à formação de bons confessores. Certamente, constatou o Papa, não é possível se tornar bons confessores fazendo um curso, trata-se de uma “longa escola” que dura a vida toda, mas há alguns elementos que podem auxiliar nesta missão.

Amizade

Para Francisco, o “bom confessor” é, antes de tudo, um verdadeiro amigo de Jesus. “Sem esta amizade, será muito difícil amadurecer aquela paternidade tão necessária no ministério da Reconciliação.” Ser amigo de Jesus, explicou o Papa, significa primeiramente cultivar a oração, seja a oração pessoal com o Senhor, seja a oração específica para o exercício da tarefa de confessor. Na oração, implora-se o dom de um coração ferido para compreender as feridas alheias e pede-se o dom da humildade para evitar atitude de dureza, que inutilmente julga o pecador e não o pecado.

Discernimento

Em segundo lugar, o bom confessor é um homem do Espírito, um homem do discernimento. “A falta de discernimento causa muito mal à Igreja!, constatou o Papa, mal provocado pela falta da escuta humilde do Espírito Santo e da vontade de Deus.

O confessor não faz a própria vontade e não ensina uma doutrina própria, mas é chamado sempre e somente a fazer a vontade de Deus. O discernimento permite distinguir e educa o olhar e o coração. No confessionário, o sacerdote deve ser capaz de identificar inclusive os distúrbios espirituais dos fiéis e cabe ao confessor contatar, se necessário, os encarregados por exorcismos.

Evangelização

Por fim, o confessionário é um local de evangelização. “De fato, não existe evangelização mais autêntica do que o encontro  com o Deus da misericórdia.” No confessionário, às vezes, torna-se necessário anunciar novamente as verdades de fé mais elementares; às vezes, trata-se de indicar os fundamentos da vida moral.

O confessor, concluiu o Papa, é chamado a ir cotidianamente às “periferias do mal e do pecado”, e a sua obra representa uma autêntica prioridade pastoral. “Rezem sempre pelos irmãos e irmãs que se aproximam do Sacramento do perdão. E, por favor, rezem por mim”, finalizou Francisco.

(bf)

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Papa Francisco se confessa e atende confissões na Basílica de São Pedro

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Cidade do Vaticano (RV) – Já se tornou uma tradição e, consciente da ajuda aos fiéis, o Papa Francisco antecipou a jornada “24 Horas para o Senhor” com uma liturgia penitencial na qual atendeu a confissão de 7 fiéis na Basílica de São Pedro.

A celebração começou com uma procissão e depois continuou com a Liturgia da Palavra. Em seguida, o Pontífice deu início ao Sacramento da Reconciliação. Primeiro, confessou-se como um simples penitente e depois atendeu a confissão dos fiéis – um grupo formado por 3 homens e 4 mulheres, todos leigos, que foram atendidos num intervalo de 50 minutos.

“24 Horas para o Senhor” é uma iniciativa organizada pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, sob o lema “Eu quero misericórdia”. O evento acontecerá nos dias 24 e 25 de março nas igrejas de todas as dioceses do mundo que acolherem a iniciativa. (ACI/AC)

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A divindade de Cristo: Papa participa da II pregação de Quaresma

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco participou na manhã desta sexta-feira (17/03), na capela Redemptoris Mater, da II pregação de Quaresma.

O título proposto pelo pregador da Casa Pontifícia, Fr. Raniero Cantalamessa, foi “O Espírito Santo nos introduz no mistério da divindade de Cristo”. 

O frade capuchinho propõe a seguinte pergunta: Que lugar ocupa Jesus Cristo em nossa sociedade e na própria fé dos cristãos? Para ele, deve-se falar de “uma presença-ausência de Cristo”. “Em um certo nível – o do espetáculo e da mídia no geral – Jesus Cristo está muito presente. Em uma série infinita de histórias, filmes e livros, os escritores manipulam a figura de Cristo. Tornou-se uma moda, um gênero literário. Chamo tudo isso de parasitismo literário. Mas se olharmos para o âmbito da fé, ao qual ele pertence em primeiro lugar, notamos, pelo contrário, uma ausência perturbadora, ou até mesmo rejeição da sua pessoa.” 

A divindade de Cristo, afirma ainda Fr. Cantalamessa, não é um "postulado" prático, como é, para Kant, a própria existência de Deus. Não é um postulado, mas a explicação de um dado de fato, de uma experiência de salvação. “Em outras palavras, não é na salvação que se fundamenta a divindade de Cristo, mas é na divindade de Cristo que se fundamenta a salvação.”

“Mas é hora voltar a nós e tentar ver o que podemos aprender hoje da épica batalha sustentada em sua época pela ortodoxia. A divindade de Cristo é a pedra angular que sustenta os dois mistérios principais da fé cristã; a Trindade e a encarnação. Elas são como duas portas que se abrem e se fecham juntas. Se retirada a divindade de Cristo, tudo se desmorona e antes de mais nada, a Trindade.”

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O Espírito Santo nos introduz no mistério da divindade de Cristo

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Cidade do Vaticano (RV) - Leia a II pregação de Quaresma preparada pelo Fr. Raniero Cantalamessa, dedicada ao tema "O Espírito Santo nos introduz no mistério da divindade de Cristo". A tradução foi feita pela Agência Zenit.

1. A fé de Nicéia

Continuamos, nesta meditação, a reflexão sobre o papel do Espírito Santo no conhecimento de Cristo. A este respeito, não podemos silenciar uma ideia presente no mundo de hoje. Há muito tempo existe um movimento chamado “Hebreus messiânicos”, ou seja, Hebreus-cristãos. ("Cristo" e "cristão" são apenas a tradução grega do hebraico Messias messiânico!). Uma estimativa fala de cerca de 150 mil membros, divididos em grupos e associações entre eles, espalhados especialmente nos Estados Unidos, Israel e vários países europeus.

São hebreus que acreditam que Jesus, Yeshua, é o Messias prometido, o Salvador e o Filho de Deus, mas não querem absolutamente renunciar de sua identidade e tradição hebraica. Não aderem oficialmente a nenhuma das Igrejas cristãs tradicionais, porque pretendem reconectar-se e reviver a Igreja primitiva dos judeu-cristãos, cuja experiência foi interrompida bruscamente por conhecidos eventos traumáticos.

A Igreja Católica e as outras Igrejas sempre se abstiveram de promover, ou até mesmo nomear, este movimento por óbvias razões de diálogo com o hebraísmo oficial. Eu mesmo nunca falei deles. Mas agora está surgindo a convicção de que não é correto continuar a ignorá-los ou, pior, pô-los no ostracismo de um lado e do outro. Acaba de surgir na Alemanha um estudo de vários teólogos sobre o fenômeno[1]. Se eu falo nesta sede é por um motivo específico, pertinente ao tema destas meditações. Em uma pesquisa sobre os fatores e circunstâncias que estiveram presente na origem da sua fé em Jesus, mais de 60% das pessoas em causa respondeu: "uma transformação interior por obra do Espírito Santo"; em segundo lugar é a leitura da Bíblia e em terceiro os contatos pessoais[2]. É uma confirmação da vida que o Espírito Santo é aquele que dá o verdadeiro e íntimo conhecimento de Cristo.

Retomemos, portanto, o fio das nossas considerações históricas. Enquanto a fé cristã permaneceu restrita ao âmbito bíblico e judaico, a proclamação de Jesus como Senhor ("Creio em um só Senhor Jesus Cristo"), satisfazia todas as exigências da fé cristã e justificava o culto de Jesus “como Deus”. Senhor, Adonai, era, de fato, para Israel um título inequívoco; ele pertence somente a Deus. Chamar Jesus Senhor, portanto, é o mesmo que proclamá-lo Deus. Temos provas irrefutáveis do papel desempenhado pelo título Kyrios no início da Igreja como expressão de culto divino atribuído a Cristo. Na sua versão aramaica Maran-atha (O Senhor vem), ou Marana-tha (Vem, Senhor!), já aparece em São Paulo como fórmula litúrgica (1 Cor 16, 22) e é uma das poucas palavras preservadas na língua da comunidade primitiva[3].

Mas assim que o cristianismo entrou no mundo greco-romano ao redor, o título de Senhor, Kyrios, não era suficiente. O mundo pagão conhecia muitos e diversos "senhores", em primeiro lugar, é claro, o imperador romano. Era necessário encontrar uma outra maneira de garantir a plena fé em Cristo e o seu culto divino. A crise ariana ofereceu uma oportunidade.

Isso nos leva à segunda parte do artigo sobre Jesus, que foi adicionada ao símbolo da fé no Concílio de Nicéia, em 325:

“nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial (homoousios) ao Pai”.

O bispo de Alexandria, Atanásio, indiscutível paladino da fé de Nicéia, está bem convencido de que não foi ele, nem a Igreja de seu tempo, que descobriu a divindade de Cristo. Todo o seu trabalho consistirá, pelo contrário, em mostrar que esta sempre foi a fé da Igreja; que nova não é a verdade, mas a heresia contrária. A sua convicção sobre este ponto encontra uma confirmação na carta que Plínio o Jovem, governador da Bitinia, escreveu ao imperador Traiano por volta do ano 111 d.C. A única informação confiável que ele diz que tem sobre os cristãos é que “normalmente se reunem antes do amanhecer, em um dia fixo da semana, e cantam hinos a Cristo como a Deus” ("carmenque Christo quasi Deo dicere[4]").

A crença na divindade de Cristo, portanto, já existia e é só ignorando completamente a história que alguém poderia afirmar que a divindade de Cristo é um dogma querido e imposto pelo imperador Constantino no Concílio de Nicéia. A contribuição dos Padres de Nicéia, e em particular de Atanásio, foi, antes de mais nada, a de remover os obstáculos que haviam impedido até então um reconhecimento pleno e sem reticências da divindade de Cristo nas discussões teológicas.

Um desses obstáculos era o hábito grego de definir a essência divina com o termo agennetos, ingênito. Como proclamar que o Verbo é verdadeiro Deus, uma vez que ele é Filho, ou seja, gerado do Pai? Era fácil para Ario estabelecer a equivalência: gerado, igual feito, ou seja, passar gennetos a genetos, e concluir com a célebre frase que fez explodir o caso: "Houve um tempo em que não havia" (en ote ouk en). Isso era equivalente a fazer de Cristo uma criatura, embora não "como as outras criaturas". Atanásio resolve a disputa com uma observação elementar: O termo agenetos foi inventado pelos gregos porque ainda não conheciam o Filho[5]" e defendeu com garra a expressão “gerado, mas não feito”, genitus non factus, de Nicéia.

Outro obstáculo cultural para o pleno reconhecimento da divindade de Cristo, no qual Ario podia apoiar a sua tese, era a doutrina de uma divindade intermediária, o deuteros theos, responsável pela criação do mundo. De Platão em diante, isso tornou-se um dado comum em muitos sistemas religiosos e filosóficos da antiguidade. A tentação de assimilar o Filho, “por meio do qual todas as coisas foram criadas”, a esta entidade intermediária ficava insinuando-se na especulação cristã (Apologistas, Orígenes), embora estranha à vida interna da Igreja. O resultado era um esquema tripartido do ser: no topo, o Pai ingênito; depois dele, o Filho (e mais tarde também o Espírito Santo); em terceiro lugar, as criaturas.

A definição do "genitus non factus” e do homoousios, remove este obstáculo e obra a catarse cristã do universo metafísico dos gregos. Com esta definição, uma única linha de demarcação é desenhada sobre a vertical do ser. Existem apenas dois modos de ser: o do criador e o das criaturas e o Filho se coloca no primeiro modo, não no segundo.

Querendo colocar em uma frase o significado perene da definição de Nicéia, poderíamos formular desta forma: em cada época e cultura, Cristo deve ser proclamado "Deus", não em algum significado derivado ou secundário, mas na acepção mais forte que a palavra "Deus" tem em tal cultura.

É importante saber o que motiva Atanásio e os outros teólogos ortodoxos na batalha, ou seja, de onde lhes vêm uma certeza tão absoluta. Não da especulação, mas da vida; mais precisamente, da reflexão sobre a experiência que a Igreja, graças à ação do Espírito Santo, faz da salvação em Cristo Jesus.

O argumento soteriológico não nasce com a controvérsia ariana; ele está presente em todas as grandes controvérsias cristológicas antigas, daquela antignóstica àquela antimonotelita. Na sua formulação clássica soa assim: "O que não é assumido não é salvo" ("Quod non est assumptum non est sanatum[6]"). No uso que lhe dá Atanásio, ele pode ser entendido da seguinte maneira: "Aquilo que não é assumido por Deus não é salvo", onde a força está naquele breve adendo “por Deus”. A salvação exige que o homem não seja assumido por qualquer intermediário, mas pelo próprio Deus: "Se o Filho é uma criatura - escreve Atanásio – o homem permaneceria mortal, não estando unido a Deus", e ainda: "O homem não seria divinizado, se o Verbo que se tornou carne não fosse da mesma natureza do Pai[7]”.

No entanto, é necessário fazer um esclarecimento importante. A divindade de Cristo não é um "postulado" prático, como é, para Kant, a própria existência de Deus[8]. Não é um postulado, mas a explicação de um dado de fato. Seria um postulado - e, portanto, uma dedução teológica humana – se partisse de uma certa ideia de salvação e dessa se deduzisse a divindade de Cristo como a única capaz de obrar tal salvação; no entanto, é a explicação de um dado se parte, como faz Atanásio, de uma experiência de salvação e mostra-se como ela não poderia existir se Cristo não fosse Deus. Em outras palavras, não é na salvação que se fundamenta a divindade de Cristo, mas é na divindade de Cristo que se fundamenta a salvação.

2. "Vós, quem dizeis que eu sou?"

Mas é hora voltar a nós e tentar ver o que podemos aprender hoje da épica batalha sustentada em sua época pela ortodoxia. A divindade de Cristo é a pedra angular que sustenta os dois mistérios principais da fé cristã; a Trindade e a encarnação. Elas são como duas portas que se abrem e se fecham juntas. Existem edifícios ou estruturas metálicas feitas de modo que se você tocar em um certo ponto, ou se levantar uma certa pedra, tudo desmorona. É assim o edifício da fé cristã, e esta sua pedra angular é a divindade de Cristo. Retire esta, tudo se desmorona e antes de mais nada, a Trindade. Se o Filho não é Deus, do que é formada a Trindade? Já o havia denunciado com clareza Santo Atanásio, escrevendo contra os arianos:

"Se o Verbo não existe junto com o Pai desde toda a eternidade, então, não existe uma Trindade eterna, mas primeiro houve a unidade e depois, com o passar do tempo, por acréscimo, começou a haver a Trindade[9]”.

Santo Agostino dizia: "Não é grande coisa acreditar que Jesus morreu; também os pagãos acreditam nisso, também os judeus e os réprobos; todo mundo acredita nisso. Mas é coisa realmente grande acreditar que ele ressuscitou. A fé dos cristãos é a ressurreição de Cristo[10]”. A mesma coisa, assim como a morte e ressurreição, deve-se dizer da humanidade e divindade de Cristo, cuja morte e ressurreição são respectivas manifestações. Todos acreditam que Jesus seja homem; o que faz a diferença entre crentes e não-crentes é acreditar que ele seja Deus. A fé dos cristãos é a divindade de Cristo!

Temos de fazer-nos uma pergunta séria. Que lugar ocupa Jesus Cristo em nossa sociedade e na própria fé dos cristãos? Acho que podemos falar, a este respeito, de uma presença-ausência de Cristo. Em um certo nível – o do espetáculo e da mídia no geral – Jesus Cristo está muito presente. Em uma série infinita de histórias, filmes e livros, os escritores manipulam a figura de Cristo, às vezes sob o pretexto de imaginários novos documentos históricos sobre ele. Tornou-se uma moda, um gênero literário. Há especulações sobre a grande ressonância que tem o nome de Jesus e o que ele representa para uma grande parte da humanidade, para garantir ampla publicidade a baixo custo. Chamo tudo isso de parasitismo literário.

De um ponto de vista podemos dizer, portanto, que Jesus Cristo é muito presente em nossa cultura. Mas se olharmos para o âmbito da fé, ao qual ele pertence em primeiro lugar, notamos, pelo contrário, uma ausência perturbadora, ou até mesmo rejeição da sua pessoa.  No que acreditam, realmente, aqueles que se definem “crentes” na Europa e em outros lugares? Acreditam, na maioria das vezes, na existência de um Ser supremo, de um Criador; acreditam que existe um “além”. Contudo, esta é uma fé deísta, não ainda uma fé cristã. Vários estudos sociológicos revelam este fato, mesmo em países e regiões de antiga tradição cristã. Jesus Cristo é praticamente ausente neste tipo de religiosidade.

Também o diálogo entre ciência e fé leva, sem querer, a colocar Cristo entre parenteses. Isso tem, de fato, por objeto Deus, o Criador. A pessoa histórica de Jesus de Nazaré não tem nenhum lugar ali. A mesma coisa acontece no diálogo com a filosofia que gosta de lidar com conceitos metafísicos, e não de realidades históricas, para não mencionar o diálogo inter-religioso, que discute paz, ecologismo, mas não de Jesus.

Basta um simples olhar ao Novo Testamento para compreender o quão longe estamos, neste caso, do significado original da palavra “fé” no Novo Testamento. Para Paulo é a fé que justifica os pecadores e dá o Espírito Santo (Gl 3.2), em outras palavras, a fé que salva, é a fé em Jesus Cristo, no seu mistério pascal de morte e ressurreição.

Já durante a vida terrena de Jesus, a palavra fé significa fé nele. Quando Jesus diz: "A tua fé te salvou", quando repreende os apóstolos chamando-os de "homens de pouca fé", não se refere à fé genérica em Deus, quer era normal nos judeus; fala de fé nele! Isso por si só refuta o argumento de que a fé em Cristo começa somente com a Páscoa e antes havia somente o “Jesus da história”. O Jesus da história já é aquele que postula fé nele e se os discípulos o seguiram é precisamente porque eles tinham uma certa fé nele, ainda que de modo imperfeito antes da vinda do Espírito Santo em Pentecostes.

Devemos deixar-nos tocar plenamente pela pergunta que Jesus dirigiu um dia aos seus discípulos, depois que estes lhe falaram as opiniões das pessoas sobre ele: “Mas vós, quem acreditais que eu sou?”, e daquela ainda mais pessoal: “Crês tu?” Crês realmente? Crês com todo o coração? São Paulo diz que "com o coração se crê para obter a justiça e com a boca se confessa para se ter a salvação" (Rm 10,10). "É das raízes do coração que a fé nasce", exclama Santo Agostinho[11].

No passado, o segundo momento deste processo - que é a profissão da verdadeira fé, a ortodoxia – tomou tanta importância a ponto de deixar na sombra aquele primeiro momento que é o mais importante e que tem lugar nas profundezas ocultas do coração. Quase todos os tratados "Sobre a fé" (De Fide) escritos na antiguidade, falam das coisas que devem ser cridas, e não do ato de crer.

3. Quem é que vence o mundo

Temos de criar as condições para uma fé na divindade de Cristo sem reservas e sem reticências. Reproduzir o impulso de fé que deu origem à fórmula de fé. O corpo da Igreja produziu uma vez um esforço supremo, com o qual elevou-se, na fé, muito acima de todos os sistemas humanos e de todas as resistências da razão. Mais tarde, permaneceu o fruto deste esforço. A maré elevou-se uma vez a um nível máximo e deixou ali o sinal na rocha. Este sinal é a definição de Nicéia que proclamamos no Credo. No entanto, é necessário que se repita essa maré alta, não basta o sinal. Nâo basta repetir o Credo de Nicéia; é preciso renovar o impulso de fé que ocorreu então na divindade de Cristo e que não houve igual nos séculos. Disso temos novamente necessidade.

É necessário, acima de tudo, em vista de uma nova evangelização. São João, na sua Primeira Carta, escreve: "Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (1 Jo 5,4-5). Precisamos entender bem o que significa "vencer o mundo." Não significa auferir mais sucesso, dominar no cenário político e cultural. Isso seria o contrário: não vencer o mundo, mas mundanizar-se. Infelizmente não faltaram épocas em que se caiu, sem perceber, neste equívoco. Pense nas teorias das duas espadas, ou do triplo reino do soberano pontífice, embora devemos ter sempre o cuidado de não julgar o passado com os critérios e as certezas do presente. Do ponto de vista temporal, acontece precisamente o contrário, e Jesus declara isso antecipadamente aos seus discípulos: "Chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará” (Jo 16, 20).

Fica assim excluído qualquer triunfalismo. Trata-se de uma vitória de um tipo bem diferente: de uma vitória sobre aquilo que também o mundo odeia e não aceita de si mesmo: a temporalidade, a caducidade, o mal, a morte. Isso, de fato, é o que significa, em seu sentido negativo, a palavra "mundo" (kosmos) no Evangelho. É neste sentido que Jesus disse: "Tende coragem, eu venci o mundo" (Jo 16, 33).

Como Jesus venceu o mundo? Certamente não derrotando inimigos com "dez legiões de anjos", mas sim, como diz Paulo "vencendo a inimizade” (Ef 2, 16), ou seja, tudo aquilo que separa o homem de Deus, o homem do homem, um povo de outro povo. Para que não houvesse dúvidas sobre a natureza desta vitória sobre o mundo, ela é inaugurada com um triunfo todo especial, o da da cruz.

Jesus disse: "Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8, 12). São as palavras mais frequentemente reproduzidas na página do livro que o Pantocrator segura nas mãos nos mosaicos antigos, como naquele famoso da catedral de Cefalu. Dele o evangelista diz: "Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens" (Jo 1,4). Luz e vida, Phos e Zoè: Estas duas palavras têm em grego a letra central (um ômega) em comum e muitas vezes se encontram cruzadas, escritas uma na horizontal e outra na vertical, formando um poderoso e muito difundido monograma de Cristo.

O que mais deseja o homem, que não sejam estas duas coisas: luz e vida? De um grande espírito moderno, Goethe, sabe-se que morreu murmurando: “Mais luz!”. Talvez ele estivesse se referindo à luz natural que queria que entrasse em maior medida no seu quarto, mas à frase sempre foi atribuída, com razão, um significado também metafórico e espiritual. Um amigo meu que retornou à fé em Cristo depois de passar por todas as experiências religiosas imagináveis e inimagináveis, contou a sua história em um livro intitulado "Mendigo de luz" (Tradução livre de “Mendicante di luce”, ndt). O momento crucial foi quando, no meio de uma meditação profunda, ouviu ecoar em sua mente, sem que pudesse fazer calar, as palavras de Cristo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida[12]”. Ao longo das linhas do que o apóstolo Paulo disse aos atenienses no Areópago, somos chamados a dizer com toda a humildade para o mundo de hoje: “Aquilo que vós buscais, às apalpadelas, nós vos anunciamos” (Cf. At 17, 23.27).

"Deem-me um ponto de apoio - teria exclamado o inventor da alavanca, Arquimedes - e eu moverei o mundo". Quem crê na divindade de Cristo é alguém que encontrou este ponto de apoio. “Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha” (Mt 7,25).

4. "Felizes os olhos que veem o que vocês veem!"

No entanto, não podemos terminar a nossa reflexão sem recolher também o apelo que ela contém, não somente em vista da evangelização, mas também da nossa vida e testemunho pessoal. No drama de Claudel “O pai humilhado” (Tradução livre de “Il padre umiliato”, ndt) ambientado em Roma no tempo do beato Pio IX, há uma cena muito sugestiva. Uma menina judia, linda, mas cega, passeia à noite, no jardim de uma villa romana com o sobrinho do Papa Orian apaixonado por ela. Jogando com o duplo significado da luz, o físico e o da fé, em um certo ponto, “sussurrando e com ardor”, ela diz ao amigo cristão:

“Mas, vós que nos vedes, o que fazeis da luz? [...] Vós que dizeis viver, o que fazeis da vida[13]?”

É uma questão que não podemos deixar cair no vazio: o que nós cristãos fazemos da nossa fé em Cristo? Mais ainda, o que faço eu da minha fé em Cristo? Jesus um dia disse aos seus discípulos: "Bem-aventurados os olhos que vêem o que vocês veem!" (Lc 10,23; Mt 13,16). É uma daquelas afirmações com as quais Jesus, em diversas ocasiões, tenta ajudar os seus discípulos a descobrir sozinhos a sua verdadeira identidade, não podendo revelá-la diretamente por causa da sua falta de preparação para acolhê-la.

Sabemos que as palavras de Jesus são palavras que "não passarão jamais" (Mt 24, 35), são palavras vivas, dirigidas a qualquer um que as ouça com fé, em todo momento e lugar da história. É a nós, portanto, que ele diz, agora e aqui: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes!” Se nós nunca refletimos seriamente sobre o quanto somos afortunados, nós, que cremos em Cristo, talvez seja a ocasião para fazê-lo.

Por que "bem-aventurados”, se os cristãos não têm certo mais motivo do que os demais para alegrar-se neste mundo e, pior, em muitas regiões da terra são continuamente expostos à morte, precisamente por causa de sua fé em Cristo? A resposta é dada por ele mesmo: “Porque vedes!”. Porque conheceis o sentido da vida e da morte, porque “vosso é o reino dos céus”. Não no sentido de “vosso e de ninguém mais” (sabemos que o reino dos céus, na sua perspectiva escatológica, vai muito além dos confins da Igreja); “vosso” no sentido de que vós já sois parte, provais as primícias. Vós me tendes!

A frase mais bonita que uma esposa pode dizer ao esposo e vice-versa, é: "Você me fez feliz!" Jesus merece que a sua esposa, a Igreja, lhe diga do profundo do coração. Eu lhe digo e convido-vos, Veneráveis Padres, irmãos e irmãs, a fazer o mesmo. Hoje mesmo, para não esquecermos.

 

[1] Ulrich Laepple (ed.), Messianische Juden. Eine Provokation, Vandenhoeck & Ruprecht, Göttingen 2016.

[2] Laepple, cit., p. 34.

[3] Cf. Didachè, X, 6; in Ap 22, 20, l’esclamazione:  „Vieni, Signore Gesù“ è la traduzione dei Marana-tha.

[4] Plinio il Giovane, Relatio de Christianis ad Traianum,  Epistulae X, 96 (in C. Kirch, Enchiridion Fontium Historiae Ecclesiasticae Antiquae, Herder 1965, p. 23).

[5] S. Atanasio, De decretis Nicenae synodi, 31.

[6] S. Gregorio Nazianzeno, Lettera Cledonio (PG 37, 181).

[7] S. Atanasio, Contra Arianos, II, 69 e I, 70.

[8] I. Kant, Critica della ragion pratica, capp. III, VI

[9] S. Atanasio, Contra Arianos I, 17-18 (PG 26, 48).

[10] S. Agostino, Commento ai Salmi, 120, 6 (CCL 40, p. 1791).

[11] S. Agostino, Commento al Vangelo di Giovanni, 26,2 (PL 35,1607).

 

[12] Masterbee, Mendicante di luce. Dal Tibet al Gange e oltre, San Paolo, Cinisello B.  2006, pp. 223 ss.

[13] Paul Claudel, Le père humilié,  atto I, sc. 3 (Paul Claudel, Le théatre, Paris Gallimard 1956, p.506).

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Bilhete especial de metrô para visita do Papa a Milão

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Milão (RV) – Com a visita do Papa Francisco a Milão na próxima semana, em 25 de março, será emitido um bilhete especial com o logotipo da visita pastoral para quem escolher usar os meios de transporte público da cidade. A venda começa já neste sábado (18), numa iniciativa que dá continuidade a uma série de bilhetes confeccionados para colecionadores que acompanham importantes e representativos eventos do país, como foi a canonização de Papa João XXIII e Papa João Paulo II em 27 de abril de 2014.

A primeira etapa da visita pastoral de Francisco acontece na própria cidade de Milão. O Papa vai encontrar famílias que vivem em casas populares da periferia, constituídas por imigrantes, ciganos e islâmicos. No presídio San Vittore, alguns detentos serão visitados pelo Pontífice nas próprias celas, e ele também fará uma refeição em companhia de 100 presos.

Na Catedral, Francisco vai encontrar sacerdotes e consagrados para, em seguida, pronunciar o Angelus aos fiéis milaneses na Praça Duomo. Já a missa campal está marcada para Monza, a 15 Km de Milão, no antigo espaço do hipódromo do Parque da Vila Real para uma multidão estimada de até um milhão de fiéis. (AC)

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Um ano de Francisco no Instagram: imagens que falam

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Rádio Vaticano (RV) – São 335 fotos e vídeos – quase uma por dia – na conta oficial do Papa no Instagram, aberta um ano atrás, em 19 de março. 

“Quero caminhar com você pela estrada da misericórdia e ternura de Deus”.

Essa é a frase que apresenta o perfil do Papa que, neste período, reuniu mais de 3,6 milhão de seguidores.

A conta do Papa no Instagram é atualizada por uma equipe da Secretaria para a Comunicação a partir de uma seleção de imagens produzidas pelos fotógrafos do Vaticano.

As mensagens que acompanham as imagens são sempre traduzidas em diversos idiomas – dentre os quais o português.

O mesmo acontece com os vídeos, ferramenta que o Papa tem usado cada vez com mais frequência para comunicar a sua mensagem.

(rv)

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Santa Sé a jornalistas: informação seja autêntica e sem manipulação

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Cidade do Vaticano (RV) - “Meus votos são de que vocês transmitam sempre uma informação autêntica, sem nenhum tipo de manipulação, promovendo mais aquilo que une do que aquilo que divide.”

Com essas palavras, o secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin dirigiu-se esta quinta-feira (16/03) ao Conselho nacional italiano da Ordem dos Jornalistas, por ocasião da inauguração, em Roma, da nova sede da Ordem.

Risco de instrumentalização das notícias

O secretário de Estado vaticano denunciou o “risco de instrumentalização das notícias por parte de um sistema de poder insidioso” e do problema do sensacionalismo e da rapidez a todo custo, que por vezes reduz as boas notícias a não-notícias.

O Cardeal Parolin convidou a “construir pontes de diálogo para contribuir a não aumentar a indiferença”, rechaçando “a tentação a fomentar o confronto com uma linguagem que expressa violência e intolerância”.

Passo avante notável do Líbano com eleição do novo presidente

O purpurado expressou-se também sobre a visita ao Vaticano, esta quinta-feira, do Presidente do Líbano Michel Aoun, ressaltando que o país “deu um passo avante notável com a eleição do novo presidente da República”.

O secretário de Estado vaticano destacou ainda que, sobretudo, o aspecto positivo é o da reencontrada unidade dos cristãos e, por conseguinte, de seu maior peso no país médio-oriental. “O Presidente Aoun espera que isso possa comportar também algum movimento no cenário regional", ”acrescentou o Cardeal Parolin. (RL)

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Santa Sé: combate à droga significa formação, justiça e reinserção

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Viena (RV) - Uma formação humana integral, uma resposta da justiça que seja respeitosa da dignidade humana, e uma efetiva reinserção na sociedade. Foram os três pilares que o representante permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Viena, na Áustria, Mons. Janusz Urbańczyk, indicou para prevenir e contrastar a chaga da droga.

Em seu pronunciamento na 60ª Sessão da Comissão Entorpecentes, o prelado ressaltou também que a toxicomania é um flagelo para a humanidade e que a família é o elemento crucial das estratégias de contraste.

Santa Sé recorda esforços realizados pelos Estados

Passado quase um ano da sessão Especial da Assembleia Geral da Onu, realizada em Nova York de 19 a 21 de abril de 2016 e centralizada na chaga mundial das drogas, a Santa Sé evidencia os esforços feitos pelos Estados tanto individualmente quanto em comum – disse o representante permanente.

No documento final daquela Assembleia foi reiterado, entre outros, o compromisso de promover “a saúde e o bem-estar de todos os indivíduos, as famílias, as comunidades e a sociedade em seu conjunto” facilitando estilos de vida salutares mediante iniciativas de redução eficazes”, recordou o prelado polonês.

A toxicomania é uma calamidade para a humanidade

A Santa Sé deseja também recordar o que está escrito na Convenção única de 1961 sobre os entorpecentes: “a dependência de entorpecentes representa uma grande calamidade para o indivíduo e constitui um dano econômico e social para a humanidade”. Essas palavras nos obrigam “a responder sempre com vigor renovado”, explicou Mons. Urbańczyk.

Necessária formação humana integral

A Santa Sé exorta a dar atenção a três aspectos, observou o prelado. Em primeiro lugar, devem ser estudadas as causas que estão na origem da procura e da oferta de drogas. A procura de entorpecentes – alimentada pela ausência de uma família, por pressões sociais, pela propaganda dos fornecedores e pelo desejo de novas experiências – deve ser combatida com um incremento de programas de educação e, mais precisamente, mediante “uma formação humana integral”, voltada principalmente para as pessoas mais vulneráveis da sociedade.

A justiça responda respeitando a dignidade do homem

Em segundo lugar, a resposta aos crimes ligados aos entorpecentes deve completar-se mediante uma justiça autêntica e verdadeira, ressaltou o representante vaticano.

Após ter recordado que a Santa Sé pede a abolição da pena de morte, Mons. Urbańczyk afirmou que se deve seguir a perspectiva de um sistema penal “sempre mais conforme à dignidade da pessoa e ao desígnio de Deus para o homem e a sociedade”. Um sistema de justiça que seja aberto à esperança, observou ele.

Reinserção na sociedade é o mais eficaz instrumento de contraste à droga

O terceiro aspecto diz respeito à necessidade de uma efetiva reinserção na sociedade para tornar eficaz o combate ao “problema mundial da toxicomania”, afirmou o representante da Santa Sé.

Em particular, o prelado recordou o que disse o Papa Francisco em 24 de novembro de 2016 aos participantes do encontro promovido pela Pontifícia Academia das Ciências centralizado no drama da droga.

“Todo toxicômano traz consigo uma história pessoal diferente, que deve ser ouvida, compreendida, amada, o quanto possível, curada e purificada.” “Não podemos cair na injustiça de catalogar o toxicômano como se fosse um objeto ou um mecanismo arruinado.”

A Santa Sé reitera que a família, no combate à droga, é a pedra angular nas estratégias de prevenção, de reinserção e de contraste, concluiu o representante vaticano. (RL / AL)

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Presidente do Líbano presenteia o Papa com imagem do Menino Jesus de Praga

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Cidade do Vaticano (RV) – Uma estátua de quase meio metro de altura do Menino Jesus de Praga foi dada ao Papa Francisco pelo presidente do Líbano, Michel Aoun, recebido em audiência nesta quinta-feira (16), no Vaticano. A imagem é famosa e venerada na Igreja de Nossa Senhora Vitoriosa, em Praga,  na República Checa.

Para o Pontífice, a estátua foi vestida com as cores nacionais libanesas, em roupa confeccionada pelas Irmãs Carmelitas de Harissa e de Kfamarsshoun: uma túnica branca com o desenho de um cedro – a árvore símbolo do Líbano e um manto de veludo vermelho costurado em ouro com as figuras de Nossa Senhora do Líbano e do Papa. O menino Jesus ainda tinha em mãos um globo com uma cruz de ouro, sobre a cabeça uma coroa laminada em ouro e um terço nas cores verde, vermelho e branco, da bandeira libanesa.

Já o Papa Francisco presenteou o presidente com o ramo de uma oliveira em bronze, ao invés da tradicional medalha do pontificado, além das suas três obras (duas Exortações Apostólicas e uma Encíclica), duas em língua árabe e a Evangelii Gaudium em francês.

Na audiência, foram abordadas as boas relações entre a Santa Sé e o Líbano, além dos esforços internacionais para uma solução política em relação ao conflito na Síria, já que aquele país oferece acolhimento a refugiados. Segundo a Agência de Notícias Askanews, Francisco ainda teria se mostrado predisposto a visitar o Líbano: o país “ocupa um lugar especial no coração do Papa que deverá responder ao convite de visitar o país do cedro”, disse o presidente Michel Aoun através de um tweet, depois da audiência no Vaticano. (Askanews/AC)

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Igreja no Brasil



Padre Omar: um sacerdote que canta o Cristo Redentor

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Cidade do Vaticano (RV) - Nos dias passados recebemos nos estúdios da Rádio Vaticano, o Reitor do Santuário do Cristo Redentor e pároco da Paróquia de São José, na Lagoa, Rio de Janeiro, Padre Omar Raposo.

Ele tinha vindo a Roma para participar de um encontro sobre música sacra realizado no Vaticano. Padre Omar também é cantor e compositor. Mas ele escolheu como seu ritmo pessoal o ritmo dos cariocas, o samba. Ele louva a Deus através do samba. Nós conversamos com ele. 

 

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Igreja na América Latina



Bispos da Guatemala sobre incêndio: Um evento abominável

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Cidade da Guatemala  (RV) – Os bispos da Guatemala expressaram, através  de uma mensagem, profunda tristeza pela tragédia que eclodiu no país no ultimo dia 8 deste mês. A tragédia causou a morte de mais de 30 crianças e adolescentes, em um abrigo do Estado.

A tragédia foi lembrada no último domingo pelo Papa Francisco no Angelus. “Exprimo a minha proximidade ao povo da Guatemala, que vive em luto pelo grave e triste incêndio que teve início dentro da “Casa Refúgio Virgen de la Assunción”, causando vítimas e feridos entre os jovens que ali habitavam. O Senhor acolha as suas almas, cure os feridos, console as suas famílias que sofrem e toda a nação”.

Na mensagem, os bispos da Guatemala pedem que as causas da tragédia sejam apuradas. Para Dom Gonzalo de Villa Y Vàsquez,  presidente da Conferência Episcopal da Guatemala, foi um fim trágico para uma situação irregular que tantas vezes tinha sido relatada. “Não é um simples acidente, mas um evento abominável.”

Os bispos ainda chamam a atenção para os graves danos sofridos por tantos jovens que deveriam encontrar neste abrigo, segurança, respeito, apoio e orientação, ou seja, o que eles não tinham encontrado em suas famílias ou na sociedade.

Em seguida a mensagem redigida pelos bispos, ressalta o valor da juventude para a sociedade. “A juventude é o tesouro da Igreja e da sociedade. Não só o futuro, mas o presente da Guatemala.”

(MD)

 

 

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Inundações no Peru: apelo dos bispos

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Lima (RV) – A Conferência Episcopal Peruana, expressou sua solidariedade para com as vítimas que sofrem com os fenômenos naturais recentes e devastadores. 

Nos últimos dias, as enchentes e inundações castigaram várias regiões do pais. Segundo informações do Governo peruano, o número de mortos já passam de 60.

Estima-se que pelo menos 4 mil edifícios estão completamente destruídos e 18 mil famílias tiveram suas casas danificadas. O número de pessoas deslocadas já passa de 10 mil. No meio de toda essa dor os bispos peruanos, divulgaram uma nota. 

“Nós reconhecemos os esforços de muitas pessoas de boa vontade e do atual governo para responder com solidariedade a esta emergência nacional. Pedimos a todos os peruanos que colaborarem com ajuda material, que deve ser levada até as áreas afetadas do nosso país.”

Os bispos do Peru estão organizando para o próximo domingo, 19 de março, um dia de oração pelas vítimas. ”Estamos trabalhando para que os fiéis de todas as paroquias e centros religiosos participem deste momento de oração, para expressarem sua solidariedade e seu amor a Jesus Cristo através do amor aos irmãos que sofrem.” 

(MD)

 

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Igreja no Mundo



Encontro europeu da Pastoral dos Migrantes

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Roma (RV) - Tem início na tarde do próximo domingo (19/03), em Roma, o encontro anual europeu dos responsáveis da Pastoral dos Migrantes.

O tema do encontro é “As periferias geográficas e existenciais na mobilidade humana. No domingo, haverá a apresentação dos participantes e do relatório das cidades. 

Na segunda-feira, o dia começará com a missa presidida pelo Presidente da Comissão Episcopal para as Migrações da Conferência Episcopal Italiana (CEI) da Fundação Migrantes, Dom Guerino Di Tora. A seguir, as palestras de Laura Zanfrini, socióloga da Universidade Católica de Milão, e de Pe. Fabio Baggio, subsecretário do organismo Vaticano para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. 

O encontro, que se encerrará no próximo dia 22, contará também com a participação da teóloga Stella Morra, docente na Pontifícia Universidade Gregoriana, e com trabalhos de grupo. 

As comunidades de ciganos e o bairro romano de Tor Bella Monaca também farão parte do debate, além da situação dos refugiados. 

Está prevista a participação dos participantes do encontro na Audiência Geral do Papa Francisco, na próxima quarta-feira. 

(MJ)

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Luteranos: mostra itinerante sobre os 500 anos da Reforma

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Genebra (RV) - Está viajando pelos países nórdicos, nestes dias, a carreta azul que partiu, em 3 de novembro passado, de Genebra, na Suíça, para fazer etapa em 67 cidades de 19 países europeus significativos para a história da Reforma Protestante. 

O caminhão carrega uma mostra itinerante sobre os 500 anos da Reforma Protestante e tem a tarefa de recolher, neste percurso, as histórias dessa viagem: em cada parada, que dura 36 horas, as pessoas e comunidades locais são convidadas a falar sobre o significado da própria fé e da própria pertença a uma Igreja protestante.
 
Segundo a Agência Sir, o caminhão já passou pela Suíça, Alemanha, e também por Veneza e Roma, na Itália, em Liubliana, na Eslovênia, Sibiu, na Romênia, Dublin, na Irlanda, e depois Liverpool e Londres, na Inglaterra. 

No início de março, passou pela Dinamarca e depois Suécia. Esta semana parou na praça diante da catedral de Turku, na Finlândia, e agora viaja em direção a Riga, na Letônia, onde chegará neste sábado 18 de março. 

Faltam ainda 23 paradas antes que a carreta chegue a Wittenberg, em 20 de maio, onde Martinho Lutero afixou suas 95 teses na porta da igreja do castelo dessa cidade. Em Wittenberg, haverá a abertura da “Mostra Internacional da Reforma”. Ali, serão apresentadas também as histórias recolhidas durante a viagem do caminhão pela Europa. 

Quatro grupo de jovens voluntários fazem turnos para acompanhar a carreta e um blog conta os seus deslocamentos. 

(MJ)

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Formação



O Ano Mariano nas prisões brasileiras

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Cidade do Vaticano (RV) – O Ano Mariano também está sendo celebrado nas prisões brasileiras, mas de um modo especial, como explica o vice-coordenador da Pastoral Carcerária Nacional, Pe. Gianfranco Graziola: 

“Nós pensamos, em primeiro lugar, em despir a Nossa Senhora do que foi colocado pelo rei e a rainha: o manto e a coroa e ir à essência do que é esta pequena imagem, daquilo que ela representa hoje.”

Para o missionário da Consolata, a imagem de Nossa Senhora representa a mulher negra, excluída, escravizada e encarcerada. “Esta mulher que, mais uma vez, é oprimida e que, com o manto e a coroa, são encobertas todas as dificuldades pelas quais passa.”

“Nós, como Pastoral, queremos, ao longo deste Ano, descobrir quais são estas mulheres que são as Marias do nosso tempo, quem são as Nossas Senhoras do nosso tempo. A Maria da ferialidade, da cotidianidade, que são naturalmente as mulheres presas, mas são também as mães dos presos, as esposas dos presos, as irmãs dos presos - que são toda esta realidade feminina que está encarcerada não só dentro dos muros”, explica Pe. Graziola.

Na reportagem acima, o vice-coordenador da Pastoral Carcerária fala também da mensagem atual de Nossa Senhora a essas mulheres excluídas, seja por estarem na prisão, seja por serem familiares dos presos. 

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