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Sumario del 18/03/2017

Papa e Santa Sé

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa visitará Egito nos dias 28 e 29 de abril: a alegria dos coptas

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco fará uma visita apostólica ao Egito nos dias 28 e 29 do próximo mês de abril. A notícia foi oficializada este sábado (18/03) pela Sala de Imprensa da Santa Sé. O Pontífice fora convidado pelo Presidente da República, Abad al-Fattah al-Sisi, pelos bispos da Igreja Católica, por Sua Santidade Papa Tawadros II e pelo Grão-Imame da Mesquita de Al Azhar, Xeque Ahmed Mohamed el-Tayyib. A notícia é motivo de grande alegria no país norte-africano, sobretudo para a comunidade copta católica, como nos confirma, em entrevista à Rádio Vaticano, o bispo emérito de Giza, Dom Antonios Aziz Mina:

Dom Antonios Aziz Mina:- “A visita do Papa é uma bênção para nós, para a Igreja e para todo o povo egípcio, que o acolhe com grade prazer. Estamos alegres por Francisco ter acolhido nosso desejo e por vir abençoar a nossa terra. É uma visita que nos recorda a de João Paulo II no ano 2000, no ano do Jubileu.”

RV: O Papa Francisco vai a um país que viveu episódios que trouxeram sofrimentos para o povo egípcio...

Dom Antonios Aziz Mina:- “Sim, toda a região, não somente no Egito, toda a região tem passado por situação de duras provações e a presença dos cristãos é sempre um testemunho da cruz. Nós, agora, neste tempo da Quaresma, vivemos com participação o mistério da espera, da alegria da Páscoa.”

RV: Qual é hoje a situação dos cristãos no Egito?

Dom Antonios Aziz Mina:- “A situação dos cristãos é a mesma de todos os egípcios. Acabamos de sair de uma situação difícil... Após as duas revoluções estamos procurando reerguer-nos. Precisamos que o mundo inteiro nos ajude e nos apoie e, como cristãos, vivemos um momento muito propício e bom para a liberdade de culto e a liberdade de religião.”

RV: Como o risco do terrorismo é visto hoje no Egito?

Dom Antonios Aziz Mina:- “O terrorismo deve ser combatido sobretudo com a força do pensamento, com a cultura e com o amor, a paz, a convivência, a igualdade dos direitos para todo cidadão na terra onde mora.”

RV: O que vocês esperam que o Papa Francisco diga ao Egito?

Dom Antonios Aziz Mina:- “O Papa é a única força no mundo que quando fala, fala em defesa dos direitos do homem e os direitos dos povos em nome de Jesus, em nome de Deus. Essa é a mensagem principal que esperamos que o Papa diga ao chegar ao Egito, para buscar infundir essa cultura de paz entre os povos dessa região.”

RV: E o que o Egito de hoje quer dizer ao Papa Francisco?

Dom Antonios Aziz Mina:- “Que somos muito gratos e agradecemos ao Santo Padre por essa atenção para com a nossa nação e o nosso povo.” (RL / LV)

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Pesar do Papa pelo falecimento, aos 84 anos, do Cardeal Vlk

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Cidade do Vaticano (RV) - Faleceu este sábado (18/03) em Praga, na República Tcheca, aos 84 anos, o Cardeal Miloslav Vlk, vítima de um tumor. Num telegrama enviado ao arcebispo de Praga, Cardeal Dominik Duka, o Papa expressa seu pesar recordando “com admiração a sua tenaz fidelidade a Cristo, apesar das privações e as perseguições contra a Igreja, bem como sua fecunda e multíplice atividade apostólica animada pelo desejo de testemunhar a todos a alegria do Evangelho, promovendo uma autêntica renovação eclesial sempre dócil às inspirações do Espírito Santo”.

Ordednado sacerdote em 1968, Miloslav Vlk foi perseguido durante o regime tcheco-eslovaco. Obrigado a exercer clandestinamente o ministério, trabalhou no centro de Praga como limpador de vidros.

A Revolução de veludo e a queda do comunismo em 1989 mudou sua vida. Em 1991 São João Paulo II nomeou-o arcebispo de Praga e em 1994 criou-o cardeal. Miloslav Vlk permaneceu um homem simples, próximo do povo. Viveu a espiritualidade do Movimento dos Focolarinos fundado por Chiara Lubich. (RL)

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Vídeo: A semana do Papa - 14

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Cidade do Vaticano (RV) - Nova resenha em vídeo das principais atividades do Papa Francisco na última semana: reunimos os compromissos do Pontífice entre 12 e 17 de março.

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Primeiro aniversário da publicação do "Amoris laetitia”, a alegria do amor

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Cidade do Vaticano (RV) – Há precisamente um ano, no dia 19 de março, Solenidade de São José, o Papa Francisco publicou a Exortação Apostólica “Amoris laetitia” (Alegria do amor), após o Sínodo dos Bispos sobre a Família.

"A alegria do amor, que se vive nas famílias, é também o júbilo da Igreja": assim Francisco se expressa no início da sua Exortação Apostólica.

Com 263 páginas divididas em nove capítulos, o texto foi publicado quase seis meses após a conclusão da Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família, realizado em outubro de 2015.

Depois de dois anos de intenso trabalho, que Francisco chamou de “caminho sinodal”, o texto do Pontífice foi enviado às dioceses do mundo inteiro, para oferecer as diretrizes e as linhas de ação sobre temas práticos a respeito da família.

Como ressaltou o próprio Papa, devido à riqueza dos dois anos de reflexão do caminho sinodal, a Exortação aborda, com diferentes estilos, muitos e variados temas, que justifica a sua inevitável extensão.

Por isso, o Papa não aconselha uma leitura geral apressada do documento. Assim, as famílias e os agentes da Pastoral Familiar podem e devem aprofundar com paciência o texto e cuidar, com amor, da vida das famílias, “pequenas igrejas domésticas e células da sociedade”. (MT)

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Beatificação de José Mayr-Nusser: testemunha e mártir da fé

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Bolzano (RV) – O Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, beatificou, neste sábado (18/3), em Bolzano, José Mayr-Nusser, mártir da insanidade nazista, esposo e pai, que morreu na prisão às vésperas da sua execução. 

Esta cidade italiana, durante a II Guerra Mundial, era incorporada à Alemanha, após ter pertencido, por longos anos, ao Império Austro-húngaro.

José Mayr-Nusser nasceu em 27 de dezembro de 1910, em Bolzano, norte da Itália. Desde a sua juventude, dispensava grande atenção aos pobres, tanto que se tornou membro das Conferências de São Vicente. Aderiu à Ação Católica italiana fortemente hostilizada pelo regime fascista.

Em 26 de maio de 1942, casou com Hildegard, uma colega de trabalho, da qual teve um filho.

Obrigado a se recrutar no Exército Nazista, renunciou ao juramento que todos os recrutas deviam fazer: “Juro a ti, Adolf Hitler, Chefe e Chanceler do ‘III Reich’, fidelidade e coragem. Prometo solenemente a ti e aos superiores designados obediência até à morte. Que Deus me assista”!

De fato, o jovem recruta, com a idade de 34 anos, levantou a mão e pediu para falar, dizendo: “Comandante, não posso fazer este juramento ao Chefe (“Führer”). Por quê, replicou o Comandante. “Por motivos religiosos”, respondeu.

Na ocasião, José comentou com seus camaradas: “Se ninguém tiver coragem de dizer o que pensa contra as ideias nazistas, nada mudará”. Assim, foi preso, com outros prisioneiros, embarcado em um trem, com destino, primeiro a Konitz e depois a Dantzig, onde morreu de pneumonia no dia 24 de fevereiro de 1945; ele estava sendo transferido para o Campo de extermínio alemão de Dachau, onde estava prevista a sua fuzilação por alta traição.

O mártir renunciou, firmemente, de se tornar cúmplice de uma guerra trágica, escutando apenas a própria consciência de cristão, testemunha do Evangelho.

Em 27 de setembro de 1944, na última carta à esposa, uma semana antes da eventual recusa de prestar juramento ao tirano Hitler, José escreveu: “Reze por mim, Hildelgard, para que, na hora da provação, eu possa agir sem medo e sem vacilar, assim como é meu dever diante de Deus e de minha consciência”.

A memória litúrgica do Bem-aventurado Josef será celebrada, pela primeira vez, no dia 3 de outubro. (MT)

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Formação



Editorial: Síria: seis anos de dor

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Cidade do Vaticano (RV) – Na última quarta-feira, dia 15 de março, foi o aniversário de uma das situações mais trágicas vividas neste início de milênio: os seis anos da guerra na Síria. Nestes últimos anos chegamos “até a nos acostumar” com as imagens de destruição e desolação, imagens de rios de pessoas que fugiram e fogem da guerra. “Uma aventura sem retorno”, disse certa vez São João Paulo II. 

São milhões de pessoas que vivem sob o terror de bombas, de violências, de perseguições. Mas temos também outros milhões que fugiram desse “inferno de horror” e vivem em campos de refugiados, onde o olhar para o futuro, neste momento, não existe. Existe somente dor, sofrimento, fome, tristeza, morte. Os refugiados tiveram que se reinventar para poderem sobreviver. Também os que permaneceram na Síria tiveram que inventar um novo modo para viver.

Neste drama no drama, consumam suas vidas as crianças, vítimas inocentes de ações insensatas dos adultos. São elas, junto com as mulheres e os idosos a pagarem o preço mais alto.

O trabalho infantil e a prostituição se tornaram para muitos os meios de sobrevivência denunciou nesta semana a ONG internacional Ação contra a Fome (AAH). “A maioria dos deslocados e refugiados já esgotaram seus mecanismos imediatos de adaptação” e criaram recursos extremos de sobrevivência.

O desespero fez com que as vítimas do conflito sírio não tivessem outra saída a não ser o trabalho infantil, a exploração no trabalho, o casamento precoce e a prostituição.

É inaceitável que as criança paguem o preço mais alto. Algumas delas não conhecem outra realidade a não ser a guerra. Outras nasceram debaixo de bombardeios e sofrem pressões psicológicas enormes. Raramente, aparece um sorriso em seus rostos. O sofrimento se manifesta em seus olhos espantados. Acordam com os sons de explosões, de bombas e mísseis.

A Síria continua sendo "um desafio humanitário", já que cerca de cinco milhões de pessoas estão em zonas fora do alcance de ajudas humanitárias. O país árabe precisa de ajuda para 13,5 milhões de pessoas, sendo quase metade crianças, e de maneira "urgente" para 5,6 milhões, com o objetivo de "suprir suas necessidades básicas", e isso só "dentro da Síria".

Durante a guerra "os atores e as zonas do conflito evoluíram, mas o sofrimento da população continua".

O Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Genebra, na Suíça, Dom Ivan Jurkovič, falando durante a 34ª sessão do Conselho das Nações Unidas para os Direitos Humanos fez um forte apelo de paz pela Síria. O arcebispo falou de uma “situação desastrosa”: Seis anos de violência provocaram milhares de mortos e feridos. Destruíram infraestruturas, casas, escolas, hospitais e lugares de culto. Cidades inteiras foram devastadas. Desnutrição e assistência médica inadequada. “Esta é a realidade triste que o povo sírio enfrenta a cada dia”. 

A Santa Sé reitera a sua solidariedade ao povo sírio, sobretudo para com as vítimas da violência, e encoraja a comunidade internacional a abraçar a perspectiva das vítimas. Seis anos de massacre inútil mostram mais uma vez a ilusão e a futilidade da guerra como meio para resolver as controvérsias.

A ambição pelo poder político, os interesses egoístas e a cumplicidade dos que fomentam a violência e o ódio, com a venda de armas, provocaram um êxodo de milhões de pessoas da Síria desde 2011, deixando para outros milhões de pessoas.

O diálogo em todos os níveis é o único caminho que temos. Pequenos passos nesta direção foram dados recentemente, mas recordamos com veemência que a situação da Síria não pode ser resolvida com uma solução militar. Não se deve ceder à lógica da violência, pois a violência gera somente violência.

Durante a Santa Missa na Capela da Casa Santa Marta na última quinta-feira, o Papa Francisco falando sobre a estrada do pecado que leva à corrupção,  - recordando a passagem do rico e do pobre -, reiterou a necessidade de percebermos quando estamos no caminho “escorregadio do pecado rumo à corrupção”. E fez perguntas: “O que eu sinto”, quando vejo na televisão “que caiu uma bomba lá, sobre um hospital e morreram muitas crianças”, “coitadinhas!”, disse. Então, faço uma oração e depois continuo vivendo como se nada tivesse acontecido? Entra em meu coração isso” ou “sou como aquele rico, em que o drama de Lázaro, do qual os cães sentiam mais piedade, não entrou em seu coração? Se fosse assim estaria no caminho do pecado para a corrupção”.

O sofrimento injusto das vítimas inocentes desse massacre na Síria sem sentido deve motivar todas as partes envolvidas a se comprometerem com o diálogo sério e a trabalhar pelo futuro de paz e justiça. Brota da Santa Sé um novo apelo para que a paz, o perdão e a reconciliação possam triunfar sobre a violência e o ressentimento. (Silvonei José)

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Reflexão dominical: "Quem beber desta água jamais terá sede"

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Cidade do Vaticano (RV) - «Em nossa vida, quando tudo vai de acordo com os nossos desejos, ficamos alegres, contentes e cordatos. Mas basta acontecer algo que não estava planejado, ou melhor, faltar algo com que contávamos, para que nossa alegria desapareça e comecemos a duvidar de tudo, inclusive daquela pessoa que proporcionou e continua nos proporcionando esses bens. Assim aconteceu com o povo judeu após a libertação do Egito. 

Enquanto caminhavam rumo à terra prometida, a água veio a faltar. A reação foi tamanha que esqueceram as maravilhas que o Senhor havia operado em favor deles e até chegaram a desconfiar da fidelidade de Deus. Apesar dessa atitude, o Senhor continuou fazendo o bem ao povo e providenciou a água.

Podemos neste momento, fazer um exame de consciência de nossa vida. O Senhor nos deu a vida, nos alimenta, nos deu família, saúde e uma infinidade de bens, sejam espirituais ou materiais. Qual o nosso comportamento quando algo nos falta? Continuamos a nos sentir o centro do amor de Deus, ou nos esquecemos tudo o que Ele nos presenteou e só estamos atentos àquilo que nos falta?

No Evangelho, a samaritana vai atrás da água para matar sua sede. Jesus, também. É meio-dia!

Lembremo-nos que alguns meses mais adiante, nessa mesma hora, Jesus dirá que tem sede. Será do alto da cruz.

A samaritana escutando Jesus, diz desejar da água que ele lhe oferece, para que todas as suas necessidades sejam saciadas e ela não precise mais vir ao poço. Jesus continua a conversa e a samaritana, entendendo sua proposta, dá um salto qualitativo e deseja a água viva, aquela que irá aplacar não seus desejos limitados, mas a que irá saciar seus desejos de eternidade. Ele fala da nova vida que nos dará através de sua morte e ressurreição, assumida por nós nas águas batismais.

São Paulo, em sua carta aos Romanos, nos diz que a saciedade que ansiamos é um dom de Deus, já usufruído aqui nesta vida, é o dom do Espírito Santo, o Amor de Deus derramado em nossos corações. .

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o III Domingo da Quaresma – A)

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Atualidades



Crônica: A Virgem Maria segundo o Islamismo

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Dubai (RV*) - Amigas e amigos, é notório que a falta de conhecimento nos leva a interpretações incorretas sobre acontecimentos, pessoas, culturas e religiões e dificulta que nos aproximemos uns dos outros. 

Não é de surpreender se belas figuras ou pessoas maravilhosas no mundo das religiões, muitas vezes, são vistas como foco de conflitos e discórdias. Entre elas encontramos a mulher mais famosa da história da humanidade, Maria. Muita gente a considera como uma pessoa merecedora de todas as honras enquanto grupos a têm como alvo de insultos. O motivo desta polarização, talvez nem seja a pessoa de Maria, mas a disputa de hegemonia entre grupos religiosos que usam de sua figura para confrontações entre si e conseguir espaço religioso, desprestigiando o que é importante para quem é diferente.

Em teoria, seria lógico que as denominações cristãs, tendo as Escrituras como base, deveriam estar mais próximas no conhecimento e apreço por Maria.

O Islã, que não faz parte das inúmeras igrejas e grupos cristãos, no seu Livro Sagrado, sura 3,42, lemos, “Maria, mãe de Jesus”. Continua dizendo: “Recorda-te de quando os anjos disseram: “Ó Maria, é certo que Deus (Alá) te elegeu e te purificou, e te preferiu a todas as mulheres da humanidade!".  

Ressalta que dentre as majestosas expressões de Seus atos, Deus criou Adão por Sua vontade, sem pai nem mãe, criou Eva a partir de Adão, porém sem mãe, e criou Jesus a partir de Maria, mas sem pai. Quando Deus (Alá) deseja criar, Ele manifesta o comando "Seja" e aquilo que é comandado aparece de imediato.

Dentro dessa perspectiva, o Sagrado Alcorão (Sura 3:45-48) assim relata a anunciação a Maria: “E quando os anjos disseram: Ó Maria, verdadeiramente Alá te anuncia o Seu Verbo, seu nome será o Messias, Jesus, filho de Maria.”.

Ela perguntou: “Ó meu Senhor, como poderei ter um filho se nenhum homem jamais me tocou?”.

Ele disse: “Assim será, Deus (Alá) cria o que deseja. Quando decreta algo, Ele apenas diz: "Seja!" e é.

O clérigo Sheik Muhammad Ragip Al-Jerarri, declara: “Dentre as religiões reveladas, nós muçulmanos consideramos o cristianismo a mais próxima, uma vez que, tal como os cristãos, nós honramos e amamos Jesus e sua abençoada mãe, a Virgem Maria, honrada neste mundo e no outro, e estará entre os próximos a Deus (Alá.)

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, para a Rádio Vaticano

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