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Sumario del 25/03/2017

Papa e Santa Sé

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Encontro com crismandos conclui visita do Papa a Milão

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Milão (RV) – Uma multidão de 80 mil jovens acolheu o Papa no Estádio de São Siro, em Milão, aos gritos de “Francisco, Francisco”, naquele que foi seu último compromisso em terras ambrosianas antes de retornar a Roma. Uma verdadeira festa da fé, com muita música, cores e danças. 

No encontro com os crismandos, o Santo Padre respondeu a algumas perguntas feitas por um jovem crismando, por um casal e por uma catequista.

Um jovem

O primeiro a interpelar Francisco foi um jovem: “Quando tinhas a nossa idade, o que te ajudou a fazer crescer a amizade com Jesus?”

“São três coisas, com um fio unindo as três”. Os avós podem ajudar  a crescer na amizade com Jesus, esta é a minha experiência, disse Bergoglio.  “A nona me ensinou a rezar, também minha mãe”. “Os avós tem a sabedoria da vida”, reiterou o Papa, e com esta sabedoria “nos ensinam como caminhar próximos a Jesus. A mim o fizeram”. “Falem com vossos avós. Perguntem a eles, escutem-nos, falem com eles”.

Depois, “brincar com os amigos também me ajudou muito” – acrescentou o Papa - pois é bom “sentir alegria nas brincadeiras com os amigos, sem insultos”, e pensar, “assim brincava Jesus”. “Nos faz bem brincar com os amigos, porque quando o jogo é limpo, se aprende a respeitar os outros, se aprende a fazer uma equipe, a trabalhar juntos. E isto nos une a Jesus”. E se houver brigas, “depois pedir perdão”.

Por fim, uma terceira coisa que o ajudou muito a crescer na amizade com Jesus: ir à paróquia, reunir-se com os outros. É algo importante. Estas três coisas...um conselho que dou a vocês. Vos farão crescer na amizade com Jesus. “Com estas três coisas tu rezarás mais. E a oração é aquele fio que une as três coisas”.

Um pai

Um pai, ao lado de sua esposa, foi o segundo a dirigir-se ao Pontífice: “Como transmitir aos nossos filhos a beleza da fé? Às vezes parece realmente difícil poder falar deste tema sem ser chatos e banais e partilhar com eles a fé? Que palavras usar?

Em resposta, o Papa convidou os pais a recordarem-se das pessoas “que deixaram uma marca” na fé deles e “o que deles ficou marcado”, pedindo que por alguns minutos “voltassem a ser filhos para recordar as pessoas” que os ajudaram a acreditar. “Todos trazemos na memória, mas especialmente no coração, alguém que nos ajudou a crer”, observou.

O Papa explica que as crianças, os filhos, observam o comportamento dos adultos, “captando tudo”, “tirando as suas conclusões e os seus ensinamentos”. Neste sentido, aconselha os pais “a terem cuidado deles, a ter cuidado de seus corações, de sua alegria e de sua esperança”.

Quando se coloca um filho no mundo se deve ter a consciência de que temos a responsabilidade de fazê-los crescer na fé. E acrescentou, que quando os pais brigam, as crianças sofrem e não crescem na fé.

“Os “olhos” de vossos filhos pouco a pouco memorizam e leem com o coração como a fé é uma das melhores heranças que vocês receberam de vossos pais, de vossos antepassados. Mostrar a eles como a fé nos ajuda a seguir em frente, a enfrentar os tantos dramas que temos, não com uma atitude pessimista, mas confiante, este é o melhor testemunho que podemos dar a eles”.

Existe um dito: “As palavras são levadas pelo vento”, mas aquilo que se semeia na memória, no coração, permanece para sempre.

O Papa observa que em muitos lugares, muitas famílias têm a bonita tradição de irem juntas à Missa e depois a um parque. Assim, que a fé se torna uma exigência da família com outras famílias. Neste sentido. Francisco também exorta os pais a brincarem com seus filhos, a “perderem tempo” com eles.

Também educar à solidariedade, às obras de misericórdia. Neste ponto o Papa coloca um acento na “festa, na gratuidade, no buscar outras famílias e viver a fé como um espaço de prazer familiar”. A isto deve ser acrescentado outro elemento:  “não existe festa sem solidariedade”. Não dar o supérfluo, “mas dividir com os outros aquilo que temos”.

Uma catequista

Por fim, uma catequista pede ao Papa um conselho sobre como abrir à escuta e ao diálogo com todos os educadores que trabalham com os jovens:

A educação deve ser harmônica, responde o Papa. Educar com o conteúdo, as atitudes na vida e os valores. Mas nunca educar somente, por exemplo, com noções, ideias. Também o coração se deve fazer crescer na educação, o fazer, o modo de caminhar na vida.

Uma educação baseada no pensar-fazer-sentir (cabeça-mãos-coração). O conhecimento é multiforme, nunca é uniforme. Não separar. Não educar somente o intelecto – dar noção intelectual é importante, mas isto, sem o coração e as mãos, não serve.

Os jovens/alunos tem interesses e facilidades diferentes.  Para isto – diz o Papa – o professor deve estimular as boas qualidades de seus alunos.

O Papa, por fim, chama a atenção para o bullying. “Estejam atentos!”.

Agora pergunto a vocês, crismandos...escutem em silêncio: na vossa escola, em vosso bairro, há alguém que você insulta, engana, porque ele/ela tem algum defeito, porque é gordo, magro, isto ou aquilo?...pensem! Vocês gostam de fazê-los passar vergonha e de bater neles por isto? Pensem! Isto se chama bullying. Por favor...ainda não acabei...Por favor! Para o Sacramento da santa Crisma, façam a promessa ao Senhor de nunca fazer isto e nunca permitir que se faça isto em vosso colégio, escola, bairro, entendido? E me prometam nunca enganar, insultar o companheiro de colégio, de bairro. Prometem isto hoje? (Siiim, respondem!). O Papa não está contente com a resposta. Prometem isto? (Siiim, respondem!). Este sim disseram ao Papa. Agora em silêncio, pensem que coisa ruim é isto e pensem se vocês são capazes de prometer isto a Jesus. Prometem a Jesus nunca fazer este bullying? ...siiim!.  Obrigado! E que o Senhor vos abençoe.

Com a oração do Pai Nosso e a bênção final, o Santo Padre deixou o Estádio de São Siro pouco depois das 19 horas (hora local), para dirigir-se ao aeroporto e retornar a Roma. (JE)

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Papa: Deus continua a procurar aliados para cooperar com a criatividade do Espírito

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Milão (RV) – Diante de um público estimado em 1 milhão de pessoas, o Papa Francisco presidiu na tarde deste sábado, no Parque de Monza, a Santa Missa na Solenidade da Anunciação. Francisco destacou que como ontem, Deus continua a procurar aliados, continua a procurar homens e mulheres capazes de acreditar, capazes de fazer memória, de sentir-se parte de seu povo para cooperar com a criatividade do Espírito". 

“Acabamos de ouvir o anúncio mais importante de nossa história: a anunciação a Maria (cfr. Lc 1, 26-38). Uma passagem densa, cheia de vida, e que gosto de ler à luz de outro anúncio:  o do nascimento de João Batista (cfr Lc 1, 5-20). Dois anúncios que se seguem e que estão unidos; dois anúncios que, comparados entre eles, nos mostram o que Deus dá a nós em seu Filho.

A anunciação de João Batista ocorre quando Zacarias, sacerdote, pronto para dar início à ação litúrgica, entra no Santuário do Templo, enquanto toda a assembleia está do lado de fora, à espera. A anunciação de Jesus, ao invés disto, realiza-se em um lugar perdido da Galileia, em uma cidade periférica e com uma fama não particularmente boa (cfr Jo 1,46), no anonimato da casa de uma jovem chamada Maria.

Um contraste não sem pouca importância, que nos indica que o novo Templo de Deus, o novo encontro de Deus com o seu povo, terá lugar em locais onde normalmente não se espera, às margens, na periferia. Lá se marcarão os encontros, lá se encontrarão; lá Deus se fará carne para caminhar junto a nós desde o seio de sua Mãe. Já não será mais um lugar reservado a poucos, enquanto a maioria permanece fora, à espera. Nada e ninguém lhe será indiferente, nenhuma situação será privada da sua presença: a alegria da salvação tem início na vida cotidiana da casa de uma jovem de Nazaré.

Deus mesmo é Aquele que toma a iniciativa e escolhe inserir-se, como fez com Maria, em nossas casas, nas nossas lutas cotidianas, cheias de ansiedades e desejos. E é precisamente dentro das nossas cidades, das nossas escolas e universidades, das praças e dos hospitais que se cumpre o anúncio mais belo que podemos ouvir: “Alegra-te, o Senhor é contigo!”. Uma alegria que gera vida, que gera esperança, que se faz carne no modo em que olhamos ao amanhã, na postura com que olharmos para os outros. Uma alegria que se torna solidariedade, hospitalidade, misericórdia para com todos.

Como Maria, também nós podemos ser tomados pela dúvida. “Como acontecerá  isto?” em tempos assim com tanta especulação? Se especula sobre a vida, o trabalho, a família. Se especula sobre os pobres e os migrantes; se especula sobre os jovens e sobre seu futuro. Tudo parece reduzir-se a cifras, deixando por outro lado, que a vida cotidiana de tantas famílias se tinja de precariedade e de insegurança. Enquanto a dor bate em muitas portas, enquanto em tantos jovens cresce a insatisfação pela falta de oportunidades reais, a especulação é abundante por tudo.

Certamente, o ritmo vertiginoso a que somos submetidos parece nos roubar a esperança e a alegria. As pressões e a impotência diante de tantas situações pareceriam quase nos tirar o ânimo e tornar-nos insensíveis diante de inúmeros desafios. E paradoxalmente quando tudo se acelera para construir – em teoria – uma sociedade melhor, no final não se tem tempo para nada e para ninguém. Perdemos o tempo para a família, o tempo para a comunidade, perdemos o tempo para a amizade, para a solidariedade e para a memória.

Nos fará bem perguntarmo-nos: Como é possível viver a alegria do Evangelho hoje nas nossas cidades? É possível a esperança cristã nesta situação, aqui e agora?

Estas duas perguntas dizem respeito à nossa identidade, a vida das nossas famílias, dos nossos países e das nossas cidades. Dizem respeito à vida de nossos filhos, de nossos jovens e exigem de nossa parte um novo modo de situar-nos na história. Se a alegria e a esperança cristã continuam a ser possíveis, não podemos, não queremos permanecer diante de tantas situações dolorosas como meros expectadores que olham para o céu esperando que “pare de chover”. Tudo aquilo que acontece exige de nós que olhemos para o presente com audácia, com a audácia de quem sabe que a alegria da salvação toma forma na vida cotidiana da casa de uma jovem de Nazaré.

Diante da dúvida de Maria, diante de nossas dúvidas, três são as chaves que o Anjo nos oferece para ajudar-nos a aceitar a missão que nos é confiada:

1.    Evocar a Memória

A primeira coisa que o Anjo faz é evocar a memória, abrindo assim o presente de Maria a toda história da salvação. Evoca a promessa feita a Davi como fruto da aliança com Jacó. Maria é filha da Aliança. Também nós hoje somos convidados a fazer memória, a olhar para o nosso passado para não esquecer de onde viemos. Para não nos esquecermos dos nossos antepassados, dos nossos avós e de tudo aquilo que passaram para chegarmos onde estamos hoje. Esta terra e a sua gente conheceram a dor de duas guerras mundiais; e às vezes viram a sua merecida fama de trabalhadores e de civilidade manchada por desregradas ambições. A memória nos ajuda a não permanecer prisioneiros de discursos que semeiam fraturas e divisões como único modo para resolver os conflitos. Evocar a memória é o melhor antídoto a nossa disposição diante das soluções mágicas da divisão e do afastamento.

2.    A pertença ao Povo de Deus

A memória permite a Maria de apropriar-se de sua pertença ao Povo de Deus. Nos faz bem recordar que somos membros do Povo de Deus! Milaneses, sim, ambrosianos, certo, mas parte do grande Povo de Deus. Um povo formado por mil rostos, histórias e proveniências, um povo multicultural e multiétnico. Esta é uma das nossas riquezas. É um povo chamado a acolher as diferenças, a integrá-las com respeito e criatividade e a celebrar a novidade que provém dos outros; é um povo que não tem medo de abraçar as fronteiras; é um povo que não tem medo de dar acolhida a quem tem necessidade porque sabe que ali está presente o seu Senhor.

3.    A possibilidade do impossível

“Nada é impossível para Deus” (Lc 1,37): assim termina a resposta do Anjo a Maria. Quando acreditamos que tudo depende exclusivamente de nós, permanecemos prisioneiros das nossas capacidades, das nossas forças, dos nossos míopes horizontes. Quando, pelo contrário, nos dispomos a deixar-nos ajudar, a deixar-nos aconselhar, quando nos abrimos à graça, parece que o impossível começa a se tornar realidade. Sabem bem estas terras que, no decorrer de sua história, geraram tantos carismas, tantos missionários, tanta riqueza para a vida da igreja! Tantos rostos que, superando o pessimismo estéril e divisor, abriram-se à iniciativa de Deus e tornaram-se sinal do quão fecunda possa ser uma terra que não se deixa fechar nas próprias ideias, nos próprios limites e nas próprias capacidades e se abrem aos outros.

Como ontem, Deus continua a procurar aliados, continua a procurar homens e mulheres capazes de acreditar, capazes de fazer memória, de sentir-se parte de seu povo para cooperar com a criatividade do Espírito. Deus continua a percorrer os nossos bairros e as nossas ruas, vai em cada lugar em busca de corações capazes de escutar o seu convite e de fazê-lo tornar carne aqui e agora. Parafraseando Santo Ambrósio em sua comentário a esta passagem podemos dizer: Deus continua a buscar corações como o de Maria, dispostos a acreditar até mesmo em condições  extraordinárias (cfr. Esposizione del Vangelo sec. Luca II, 17: PL 15, 1559). Que o senhor faça crescer em nós esta fé e esta esperança. (JE)

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Papa aos detentos na prisão de San Vittore: "Me sinto em casa!"

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Milão (RV) – O Papa Francisco visitou no final da manhã deste sábado em Milão a prisão San Vittore, onde estão reclusos 900 presos. Depois de percorrer os diferentes pavilhões e saudar os detentos, almoçou com cerca de cem deles. 

As autoridades da prisão pensaram que o Papa se sentiria mais à vontade se durante o almoço pudesse trocar algumas palavras com detentos que falassem seu próprio idioma. Por esta razão, colocaram em sua mesa algumas detentas latino-americanas, como a equatoriana Dalia, a argentina Mónica e a chilena Gemma.

Os demais lugares no improvisado refeitório foram ocupados por presos representando diferentes nacionalidades e religiões, que aguardam a sentença definitiva.

Francisco visitou o primeiro pavilhão onde se encontram as mulheres detidas com seus filhos pequenos. O Papa saudou as detentas e conversou com os voluntários que trabalham no local.

Jorge Bergoglio percorreu os diversos setores da prisão até chegar na “Rotonda”, a parte central do complexo prisional, que serve de praça para os reclusos e onde pode saudar e ouvir uma ampla explanação.

“Me sinto em casa”, disse Francisco aos presos, segundo informou o jornal Avvenire.

Um representante dos presos pediu ao Papa para rezar por eles para “que seus erros possam ser perdoados” e “as pessoas não olhem para eles com desprezo”.

O almoço foi preparado por detentas que frequentam o curso da chamada “Escola Livre de Cozinha”. No menu, pratos típicos da cozinha milanesa, como risoto, chuleta empanada acompanhada por batatas e sobremesa.

Os responsáveis da prisão haviam colocado à disposição do Papa, segundo seu desejo pessoal, o quarto do Capelão para um breve repouso, fato não realizado pela falta de tempo, visto que presidiria logo após a Santa Missa no Parque de Monza, distante 20 km.

Francisco é o primeiro Pontífice a entrar na Prisão San Vittore, um cárcere utilizado durante a ocupação nazista como centro de tortura e detenção de judeus antes de sua deportação para Auschwitz.

(JE/Avvenire)

 

 

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Na Catedral de Milão, Papa dialoga com sacerdotes e consagrados

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Milão (RV) - Ao se despedir dos moradores do bairro “Casas Brancas” na periferia de Milão, Francisco se dirigiu à famosa Catedral da Cidade para o encontro com os sacerdotes e consagrados.

O discurso do Santo Padre consistiu em respostas a três perguntas feitas por um sacerdote, um diácono permanente e uma freira

Respondendo ao sacerdote, Padre Gabriel Gioia, que lhe perguntou sobre a secularização e a sociedade multiétnica, multirreligiosa e multicultural de Milão, Francisco disse que uma das primeiras coisas que lhe vem em mente é a palavra “desafio”. Todas as épocas históricas, desde o início do cristianismo, foram submetidas a numerosos desafios, tanto na comunidade eclesial como na social:

“Não devemos temer os desafios, aliás é bom que existam, porque são sinais de uma fé e de uma comunidades vivas que buscam o Senhor. Devemos temer quando uma fé não representa um desafio; elas fazem com que a fé não se torne ideologia”.

Depois, referindo-se à realidade multicultural, multireligiosa e multiétnica, contida na pergunta do Padre Gabriel Gioia, o Pontífice disse que a Igreja, em toda a sua história, sempre teve algo para nos ensinar em relação à cultura da diversidade: as dioceses, os presbíteros, as comunidades, as congregações.

A Igreja é “una” nos seus aspectos multiformes. O Evangelho é “uno”. Não devemos confundir unidade com deformidade; é preciso, com a graça do Espírito Santo, fazer discernimento de tudo aquilo que nos conduz à ressurreição e à vida, não a uma cultura de morte.

A seguir, respondendo à segunda pergunta que um diácono permanente lhe fez sobre a “contribuição que um diácono pode dar para delinear o rosto de uma Igreja feliz, desapegada e humilde”, o Santo Padre disse que “os diáconos têm sempre muito para dar. E aqui, voltou a esclarecer o valor do discernimento. O diácono não deve ser confundido como “meio padre” e como “meio leigo” e nem como intermediário entre os fiéis e os pastores:

“O diaconato é uma vocação específica, uma vocação familiar que evoca o serviço, como um dos dons característicos do Povo de Deus. O diácono é o defensor do serviço no âmbito da Igreja: servir ao Altar, servir à Palavra, servir aos Pobres. A sua contribuição e missão consiste em recordar a todos a dimensão do serviço à fé, em âmbito laical, clerical e familiar”.

O diácono, explicou ainda o Papa, é sacramento do serviço a Deus e aos irmãos na família e entre o Povo de Deus. O diaconato é uma vocação eclesial e um dom do Espírito Santo a serviço de Deus, dos irmãos, dos pobres e de uma comunidade solidária.

Por fim, dirigindo-se à religiosa, Madre Paola Paganini, que lhe perguntou “como ser sinais, hoje, de profecia e testemunhas de uma vida pobre, virgem, obediente e fraterna, sendo uma minoria no mundo”, Francisco respondeu-lhe, partindo precisamente da palavra “minoria” que, muitas vezes, é acompanhada pela “resignação”, por causa da fragilidade, da velhice:

“A maioria dos nossos padres e madres fundadores jamais pensaram em ser uma multidão ou uma grande maioria. Os nossos fundadores foram movidos, pela ação do Espírito Santo e em certo momento da história, para ser presença alegre do Evangelho entre os irmãos; renovar e edificar a Igreja como fermento na massa e como sal e luz do mundo”.

A realidade de hoje, explicou o Santo Padre, precisa de unidade, de fermento e de sabor religioso, sobretudo nas periferias, onde as pessoas são excluídas, abandonadas, pobres. Apesar de serem poucos, numericamente, os religiosos devem, segundo seus carismas, irem às periferias para dar esperança e alegria, que brotam da mensagem evangélica. Colocar Cristo ao centro de tudo. E o Bispo de Roma concluiu:

“A evangelização nem sempre é sinônimo de pescar peixes, mas é tomar o largo, ser testemunhas de Jesus Cristo. Mas, depois, é o Senhor que pesca peixes como, quando e onde não sabemos. Isso é muito importante!"

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Papa chega a Milão e visita famílias na periferia

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Milão (RV) - O Santo Padre deixou o Vaticano, na manhã deste sábado (25/3), às 7h10 (hora local), e se dirigiu ao aeroporto romano de Fiumicino, para mais uma Viagem Pastoral: a visita à cidade de Milão. 

Milão, capital da região da Lombardia, no norte da Itália, a segunda maior do país, tem uma população de cerca de um milhão e meio de habitantes. A capital lombarda é cosmopolita: quase 14% da população é de origem estrangeira. A cidade continua sendo um dos principais centros industriais da Europa; sua economia é uma das mais ricas do mundo e uma das mais caras também, além de ser classificada como uma das mais poderosas e influentes.Milão é conhecida mundialmente como a capital do design e da moda, e tem um rico patrimônio cultural e religioso. 

 A Arquidiocese é dirigida pelo Cardeal-arcebispo Angelo Scola. A Sé da cidade de Milão tem a famosa Catedral ou “Duomo” dedicada a Santa Maria Nascente. A arquidiocese, com suas 1.108 paróquias, é uma das mais extensas do mundo. Seu Padroeiro é Santo Ambrósio, que foi Bispo da cidade de 374 até 397.

Periferia

O Papa chegou ao aeroporto de Milano-Linate às 8.15 horas (4.15 hora de Brasília). A seguir, dirigiu-se ao bairro popular Forlanini, conhecido como “Casas Brancas”onde visitou duas famílias em seus apartamentos e conversou com os moradores no pátio do condomínio. Ali, Francisco encontrou ainda alguns representantes de famílias nômades, islâmicas e imigrantes, que vivem no bairro. A eles o Papa fez uma breve saudação, dizendo:

“São vocês que me acolhem ao chegar a Milão! Este é um grande presente para mim: entrar na cidade e encontrar rostos, famílias, uma comunidade. Agradeço-lhes pelos presentes que me deram: uma estola, sinal tipicamente sacerdotal, e uma estátua de Nossa Senhora, que representa aquela posta no ponto mais alto sobre a Catedral”.

Explicando o significado de cada um dos presentes que recebeu da comunidade do bairro Forlanini Francisco disse: "A estola lembra que venho entre vocês como sacerdote. É uma estola tecida de modo artesanal. Sua importância consiste em recordar que o sacerdote cristão é escolhido pelo povo, para servir o povo... O sacerdócio é tecido pela fé, o trabalho, as orações e as lágrimas do povo".

Ao agradecer o segundo presente, a estátua de Nossa Senhora, cópia daquela que se encontra sobre a Catedral de Milão, chamada “Madonnina” (pequena Nossa Senhora), o Papa disse: “É ela que me acolhe na entrada da Cidade”, e acrescentou:

“Ela recorda a pressa de Maria que corre ao encontro de sua prima Isabel. É como a pressa, a solicitude da Igreja, que não está inerte esperando, mas vai ao encontro de todos, nas periferias, dos cristãos e não cristãos. Ela leva Jesus a todos, dá sentido à nossa vida e nos salva do mal".

Ao se despedir do povo, o Papa concedeu a todos a sua Bênção Apostólica. (MT)

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A semana do Papa em imagens

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Cidade do Vaticano (RV) - Reveja como foi a semana do Papa no Vaticano, com os principais eventos de 19 a 24 de março.

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Formação



Reflexão dominical. A cura do cego de nascença: "Eu creio, Senhor"!

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Cidade do Vaticano (RV) - «A primeira leitura nos diz que Deus não se impressiona com a aparência, seus critérios são outros. Enquanto o homem “vê a aparência, Deus olha o coração”,(conf. I Sam 16, 7). E o coração que agrada a Deus é o dos pequenos, dos humildes. Também nós deveríamos não nos impressionar com a beleza externa das pessoas, mas deixar o Espírito falar e observar a beleza interna. 

No Evangelho, o cego é o único dentre a multidão, a reconhecer Jesus como o Messias, como o Redentor, como o Senhor. Sua profissão de fé é feita aos poucos. Primeiro ele pede a cura para sua deficiência visual. Após a cura física, ele vai proclamando que foi Jesus quem o curou. Isso causa problemas com os sacerdotes e ministros religiosos. O cego não tem dúvidas e dasfia os poderosos que o expulsam da comunidade.

Ao encontrar Jesus, aquele que fora cego faz sua profissão de fé, ajoelhando-se e proclamando Jesus como Senhor.

A reação de Cristo, diante do confronto do ex-cego com a liderança religiosa e a multidão, faz o registro das duas cegueiras, a física e a espiritual. “Se vocês fossem cegos não teriam pecado. Mas como dizem que enxergam, o seu pecado permanece”, diz para as lideranças. Pecado é permanecer na escravidão de convicções antigas que não libertam, é não procurar a verdade e não se abrir a ela, é não reconhecer em Jesus de Nazaré, a luz que veio ao mundo.

É sobre a luz de Jesus, o texto da Carta de Paulo aos Efésios. Pelo batismo fomos iluminados pela luz de Cristo. Deixemo-nos iluminar por ela. O fruto dessa luz chama-se bondade, justiça, verdade.

A fé é a iluminação que faz ver.

O ser humano corre o risco de fazer escolhas segundo as aparências. O episódio do cego nos confirmou esse risco, quando os mestres da Lei rejeitaram o testemunho dele e o expulsaram. São Paulo falou-nos que Cristo é Luz e ilumina a nós, os batizados.

Um antigo hino cristão, usado pelo Apóstolo, encerra nossa reflexão: “Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá”».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o IV Domingo da Quaresma – A)

 

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Atualidades



Editorial: Jamais jovens-sofá

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Cidade do Vaticano (RV) – No início desta semana o Papa Francisco divulgou a sua mensagem aos jovens do mundo inteiro por ocasião da XXXII Jornada Mundial da Juventude 2017, que este ano se celebra em nível diocesano no próximo Domingo de Ramos, 9 de abril. Francisco mais uma vez, dirigindo-se ao futuro da nossa sociedade e da Igreja, não deixou de recordar aos jovens que com a sua coragem, eles podem tornar o mundo menos cruel e mais humano. Para dar uma difusão ainda maior da sua Mensagem escrita, o Papa quis apresentá-la com uma vídeo mensagem, na qual faz aceno a algumas temáticas do texto. O tema desta JMJ é “O Todo-poderoso fez em Mim maravilhas”. 

O Pontífice afirma no seu texto que tem uma recordação cheia de vida do encontro da JMJ de 2016, em Cracóvia, no encerramento da qual todos os jovens se colocaram a caminho em direção da próxima meta que, se Deus quiser, será o Panamá, em 2019.

E neste caminho ideal em direção da tão almejada meta, o Papa deseja que exista sintonia entre essa estrada em direção ao Panamá, e o próximo Sínodo dos bispos dedicado precisamente aos jovens, em 2018, sobre o tema: “Os jovens, a fé, o discernimento vocacional”. E o olhar de Francisco, como não poderia deixar de ser é dirigido a Maria que acompanha os jovens neste caminho, Ela que viajou, saiu de casa para ir ao encontro de sua prima Isabel.

“Maria não fica fechada em casa porque não é uma ‘jovem-sofá’”. Ela não quis ficar em casa para não ser perturbada. “Maria é movida pela fé, coração de toda a sua história”, escreve.

Francisco destaca aos jovens que como a jovem de Nazaré, eles também podem melhorar o mundo, deixar um sinal que marque a história, a própria história e a dos outros. A Igreja e a sociedade – continua o Papa - precisam dos jovens para que, com sua coragem, sonhos e ideais, abatam os muros da imobilidade e se abram caminhos que levem a um mundo melhor, mais justo, menos cruel e mais humano.

Francisco na sua mensagem afirma ainda que “muitos dizem que os jovens são desmemoriados e superficiais. “Não concordo de maneira alguma!” retruca. Mas bem sabemos que é preciso reconhecer que, nestes nossos tempos, há necessidade de recuperar a capacidade de refletir sobre a própria vida e projetá-la para o futuro. Ter um passado não é o mesmo que ter uma história.

Na nossa vida, podemos ter tantas recordações, mas delas… quantas constroem verdadeiramente a nossa memória?, perguntou-se Francisco, acrescentando: “quantas são significativas para os nossos corações e ajudam a dar um sentido à nossa existência? Os rostos dos jovens, nas “redes sociais”, aparecem em muitas fotografias que contam acontecimentos mais ou menos reais, mas de tudo isso não sabemos quanto seja “história”, experiência que possa ser narrada, dotada de uma finalidade e de um sentido.

Francisco utiliza expressões e terminologias próprias da juventude, como estar conectado, flashmob, redes sociais, reality show, para pedir aos jovens que sejam protagonistas de sua história e de seu futuro. “Não se deixem transviar por esta falsa imagem da realidade!”

Na sua mensagem um aceno também a dois aniversários importantes em 2017: os trezentos anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, no Brasil; e o centenário das aparições de Fátima, em Portugal, onde, com a ajuda de Deus, Francisco irá em peregrinação no próximo mês de maio.

Francisco pede aos jovens que cultivem uma relação de confidência e amizade com Nossa Senhora, confiando-Lhe as suas alegrias, problemas e preocupações. “A jovem de Nazaré, que em todo o mundo assumiu mil rostos e nomes para Se tornar próxima aos seus filhos ajude a cantar as maravilhas que o Senhor realiza em nós e através de nós”. Um desejo do Papa Francisco a todos os jovens que já se colocaram a caminho do Panamá que em 2019 se tornará a capital mundial da juventude. Um olhar para os jovens que se movem, que agem e buscam, para os jovens inquietos e que jamais serão jovens-sofá, cômodos no seu cotidiano de uma vida confortável mas tantas vezes vazia. Um chamado de Francisco para que os jovens saiam e ganhem as estradas do mundo onde farão encontros que marcarão suas vidas e a de muitos outros. Passar por esta vida e deixar marcas, um bom motivo para ser jovem. (Silvonei José)

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Alteração nos horários do Programa Brasileiro

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Cidade do Vaticano (RV) - Com a entrada em vigor do horário de verão na Itália este domingo (26/03), Roma passa a ter 5 horas a mais em relação a Brasília. Portanto, as edições do Programa Brasileiro voltam ao seu horário habitual, chegando aos nossos ouvintes uma hora mais cedo em relação às últimas semanas. 

Confira a programação:

Boletim de Notícias: 7h

1ª edição do Programa Brasileiro: 8h

2ª edição do Programa Brasileiro: 14h

Já as transmissões semanais passam a ser veiculadas nos seguintes horários:

Audiência Geral com o Papa: 5h de quarta-feira Regina Coeli/Angelus: 7h de domingo

Porta Aberta: 12h de quarta-feira

Em Romaria: 12h de quinta-feira

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