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Sumario del 13/04/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa na Missa do Crisma: "Evangelização seja respeitosa e humilde"

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Cidade do Vaticano (RV) – Nesta Quinta-feira Santa (13/04), primeiro dia do Tríduo Pascal, o Papa Francisco celebrou a missa do Crisma na Basílica de São Pedro.

No dia em que a Igreja recorda a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, a homilia do Papa começou precisamente com a afirmação que “assim como o Senhor foi ungido pelo Espírito, os sacerdotes, ungidos em seus pecados com o óleo do perdão e no seu carisma com o óleo da missão, devem ungir os outros”. 

E como Jesus – continuou o Papa – o sacerdote torna jubiloso o anúncio com toda a sua pessoa. “Com a Palavra com que o Senhor o tocou, deve fazê-lo com a alegria que toca o coração do seu povo!”. Para o Pontífice, o anúncio da Boa Nova contém algo que compreende em si a alegria do Evangelho, porque é jubilosa em si mesma.

O Papa especificou ainda que as três graças do Evangelho: a sua Verdade – não negociável –, a sua Misericórdia – incondicional com todos os pecadores – e a sua Alegria – íntima e inclusiva, não podem ser separadas.

“Nunca a verdade da Boa-Nova poderá ser apenas uma verdade abstrata; nunca a misericórdia da Boa-Nova poderá ser uma falsa compaixão, que deixa o pecador na sua miséria, não lhe dando a mão para se levantar; e enfim, nunca a Boa-Nova poderá ser triste ou neutra, porque é expressão de uma alegria inteiramente pessoal: ‘a alegria dum Pai que não quer que se perca nenhum dos seus pequeninos’”.

Em seguida, o Papa apresentou aos sacerdotes “três ícones de odres novos em que a Boa-Nova se conserva bem”:

O primeiro são as talhas de pedra das bodas de Caná, que bem espelham o Odre perfeito que é Nossa Senhora, a Virgem Maria; o segundo é o cântaro que a Samaritana trazia à cabeça, que expressa uma questão essencial: ser concreto. E o terceiro ícone da Boa-Nova é o Odre imenso do Coração trespassado do Senhor: integridade suave, humilde e pobre, que atrai todos a Si.

“Dele devemos aprender que, anunciar uma grande alegria àqueles que são muito pobres, só se pode fazer de forma respeitosa e humilde, até à humilhação. A evangelização não pode ser presunçosa. Não pode ser rígida a integridade da verdade. Esta integridade suave dá alegria aos pobres e reanima os pecadores”, concluiu o Pontífice.  

(CM)

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Missa do Crisma, íntegra da homilia do Papa

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HOMILIA DO SANTO PADRE
Missa Crismal
de Quinta-feira Santa
(Basílica de S. Pedro, 13 de abril de 2017)


«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos» (Lc 4, 18). O Senhor, Ungido pelo Espírito, leva a Boa-Nova aos pobres. Tudo aquilo que Jesus anuncia é Boa-Nova; alegra com a alegria evangélica; e o mesmo se diga de nós, sacerdotes, de quem foi ungido em seus pecados com o óleo do perdão, e ungido no seu carisma com o óleo da missão, para ungir os outros. E, tal como Jesus, o sacerdote torna jubiloso o anúncio com toda a sua pessoa. Quando pronuncia a homilia – breve, se possível –, fá-lo com a alegria que toca o coração do seu povo, valendo-se da Palavra com que o Senhor o tocou na sua oração. Como qualquer discípulo missionário, o sacerdote torna jubiloso o anúncio com todo o seu ser. Aliás, como todos experimentamos, são precisamente os detalhes mais insignificantes que melhor contêm e comunicam a alegria: o detalhe de quem dá um pequeno passo a mais, fazendo com que a misericórdia transborde nas terras de ninguém; o detalhe de quem se decide a concretizar, fixando dia e hora para o encontro; o detalhe de quem deixa, com suave disponibilidade, que ocupem o seu tempo…

A Boa-Nova pode parecer simplesmente um modo diferente de dizer «Evangelho», como «feliz anúncio» ou «boa notícia». Todavia contém algo que compendia em si tudo o mais: a alegria do Evangelho. Compendia tudo, porque é jubilosa em si mesma.

A Boa-Nova é a pérola preciosa do Evangelho. Não é um objeto; mas uma missão. Bem o sabe quem experimenta «a suave e reconfortante alegria de evangelizar» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 10).

A Boa-Nova nasce da Unção. A primeira, a «grande unção sacerdotal» de Jesus, é a que fez o Espírito Santo no seio de Maria.
Naqueles dias, a boa-nova da Anunciação fez a Virgem Mãe cantar o Magnificat, encheu de um sacro silêncio o coração de José, seu esposo, e fez saltar de gozo João no seio de sua mãe Isabel.

Hoje, Jesus regressa a Nazaré e a alegria do Espírito renova a Unção na pequena sinagoga local: o Espírito pousa e espalha-Se sobre Ele, ungindo-O com o óleo da alegria (cf. Sal 45/44, 8).

A Boa-Nova. Uma única palavra – Evangelho – que, no ato de ser anunciada, se torna verdade jubilosa e misericordiosa.
Que ninguém procure separar estas três graças do Evangelho: a sua Verdade – não negociável –, a sua Misericórdia – incondicional com todos os pecadores – e a sua Alegria – íntima e inclusiva.

Nunca a verdade da Boa-Nova poderá ser apenas uma verdade abstrata, uma daquelas que não se encarnam plenamente na vida das pessoas, porque se sentem mais confortáveis na palavra escrita dos livros.

Nunca a misericórdia da Boa-Nova poderá ser uma falsa compaixão, que deixa o pecador na sua miséria, não lhe dando a mão para se levantar nem o acompanhando para dar um passo mais no seu compromisso.

Nunca a Boa-Nova poderá ser triste ou neutra, porque é expressão duma alegria inteiramente pessoal: «a alegria dum Pai que não quer que se perca nenhum dos seus pequeninos» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 237): a alegria de Jesus, ao ver que os pobres são evangelizados e que os pequeninos saem a evangelizar (cf. ibid., 5).

As alegrias do Evangelho – uso agora o plural, porque são muitas e variadas, segundo o modo como o Espírito as quer comunicar em cada época, a cada pessoa, em cada cultura particular – são alegrias especiais. Chegam-nos em odres novos, aqueles de que fala o Senhor para expressar a novidade da sua mensagem.

Partilho convosco, queridos sacerdotes, queridos irmãos, três ícones de odres novos em que a Boa-Nova se conserva bem, não se torna vinagrenta e se derrama em abundância.

Um ícone da Boa-Nova é o das talhas de pedra das bodas de Caná (cf. Jo 2, 6). Num detalhe, as talhas espelham bem aquele Odre perfeito que é – em Si mesma, toda inteira – Nossa Senhora, a Virgem Maria. Diz o Evangelho que «as encheram até acima» (Jo 2, 7). Imagino que algum dos serventes terá olhado para Maria para ver se já bastava assim, e terá havido um gesto com o qual Ela terá dito para acrescentar mais um balde. Maria é o odre novo da plenitude contagiosa. É «a serva humilde do Pai, que transborda de alegria no louvor» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 286), é a Nossa Senhora da prontidão, Aquela que acabara de conceber em seu seio imaculado o Verbo da vida e já parte para ir visitar e servir a sua prima Isabel. A sua plenitude contagiosa permite-nos superar a tentação do medo: não ter coragem de se deixar encher até acima, aquela pusilanimidade de não ir contagiar de alegria os outros. Não haja nada disto, porque «a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus» (ibid., 1).

O segundo ícone da Boa-Nova é aquele cântaro – com a sua concha de pau – que trazia à cabeça a Samaritana, sob o sol ardente do meio-dia (cf. Jo 4, 5-30). Expressa bem uma questão essencial: ser concreto. O Senhor, que é a Fonte de Água viva, não tinha um meio para tirar água e beber alguns goles. E a Samaritana tirou água do seu cântaro com a concha e saciou a sede do Senhor. E saciou-a ainda mais com a confissão dos seus pecados concretos. Agitando o odre daquela alma samaritana, transbordante de misericórdia, o Espírito Santo derramou-Se sobre todos os habitantes daquela pequena cidade, que convidaram o Senhor a demorar-Se no meio deles.

Um odre novo com esta concretização inclusiva, no-lo presenteou o Senhor na alma «samaritana» que foi Madre Teresa de Calcutá. Ele chamou-a e disse-lhe: «Tenho sede». «Vem, pequenina minha! Leva-Me aos tugúrios dos pobres. Vem! Sê a minha luz. Não posso ir sozinho. Não Me conhecem, por isso não Me querem. Leva-Me a eles». E ela, começando por um pobre concreto, com o seu sorriso e o seu modo de tocar as feridas com as mãos, levou a Boa-Nova a todos.

O terceiro ícone da Boa-Nova é o Odre imenso do Coração trespassado do Senhor: integridade suave, humilde e pobre, que atrai todos a Si. D’Ele devemos aprender que, anunciar uma grande alegria àqueles que são muito pobres, só se pode fazer de forma respeitosa e humilde, até à humilhação. A evangelização não pode ser presunçosa. Não pode ser rígida a integridade da verdade. O Espírito anuncia e ensina «a verdade completa» (Jo 16, 13), e não tem medo de a dar a beber aos goles. O Espírito diz-nos, em cada momento, aquilo que devemos dizer aos nossos adversários (cf. Mt 10, 19) e ilumina-nos sobre o pequeno passo em frente que podemos dar naquele momento. Esta integridade suave dá alegria aos pobres, reanima os pecadores, faz respirar aqueles que estão oprimidos pelo demónio.

Queridos sacerdotes, contemplando e bebendo destes três odres novos, que a Boa-Nova tenha em nós a plenitude contagiosa que Nossa Senhora transmite com todo o seu ser, a concretização inclusiva do anúncio da Samaritana e a integridade suave com que o Espírito jorra e Se derrama incessantemente a partir do Coração trespassado de Jesus, Nosso Senhor.

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Papa no cárcere de Paliano: Deus nos ama até o fim, servir é semear amor

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou a missa da Ceia do Senhor, nesta Quinta-feira Santa (13/04), na Casa de Reclusão de Paliano, localidade ao sul de Roma.  

A cerimônia, com o tradicional rito do lava-pés, não foi transmitida ao vivo – a pedido do próprio Pontífice e pela falta de condições técnicas do presídio. A visita de Francisco teve um caráter “estritamente privado”.

O Papa lavou os pés a 12 detentos (10 italianos, 1 argentino e 1 albanês). Entre eles, 3 eram mulheres e 1 muçulmano que receberá o sacramento do Batismo no mês de junho. Além disso, dois deles foram condenados à prisão perpétua, enquanto para os demais a conclusão da pena está prevista entre 2019 e 2073.

“Jesus estava na ceia, com eles. A última ceia e diz o Evangelho que Ele sabia ‘que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo ao Pai’. Sabia que tinha sido traído e que seria entregue por Judas naquela noite”. 

“Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim’. Mas Deus ama assim! Até o fim e dá a vida por todos nós e se orgulha disso. Deus quer isto porque Ele tem amor: ama até o fim. Não é fácil, porque todos nós somos pecadores, todos temos limites, defeitos, muitas coisas. Sabemos amar, mas não somos como Deus que ama sem olhar as consequências, até o fim. É um exemplo. Para mostrar isso, Ele que era o chefe, que era Deus, lava os pés de seus discípulos”, disse o Papa em sua homilia. 

Francisco explicou que o gesto de lavar os pés era um costume que se fazia na época antes do almoço e do jantar, porque não tinha asfalto e as pessoas caminhavam na terra e ficavam com os pés cheios de poeira. 

“Um dos gestos para receber uma pessoa em casa, além de oferecer alimento, era também o de lavar os pés da pessoa. Isso era feito pelos escravos. Mas Jesus inverte isso e realiza Ele mesmo esse gesto. Simão Pedro não queria que Jesus lavasse os seus pés, mas Jesus lhe respondeu que Ele tinha vindo ao mundo para servir, para nos servir, para se fazer servo por nós, para dar a vida por nós, para nos amar até o fim.” 

Francisco disse que quando chegou a Paliano, várias pessoas o saudaram. “Chegou o Papa, o chefe. O chefe  da Igreja...”. O chefe da Igreja é Jesus. O Papa é a figura de Jesus e eu gostaria de fazer o mesmo que Ele fez. Nesta cerimônia, o pároco lava os pés dos fiéis: se inverte. O que parece o maior deve fazer o trabalho do escravo. Para semear amor, para semear amor entre nós, lhes digo: 

“Se vocês puderem ajudem, façam um serviço ao companheiro aqui, no cárcere, à tua companheira. Façam, porque isso é amor, isso é como lavar os pés. É ser servo dos outros. Uma vez os discípulos brigavam entre eles sobre quem fosse o maior, o mais importante. E Jesus lhes disse: ‘Quem quiser ser importante, deve se fazer pequeno e servo dos todos. Foi o que Ele fez. É o que Deus faz com a gente. Quem serve é o servo. Somos pobrezinhos. Ele é grande. Ele é bom. Ele nos ama como somos. Durante esta cerimônia pensemos em Deus, em Jesus. Não é uma cerimônia de folclore: é um gesto para recordar o que Jesus nos deu. Depois disso, pegou o pão e nos deu o Seu corpo. Pegou o vinho e nos deu o Seu sangue. Assim é o amor. Pensemos, hoje, somente no amor de Deus.”

A Casa de Reclusão de Paliano é dedicada aos colaboradores da Justiça - a único do gênero na Itália. Há duas sessões  - masculina e feminina – e outra sessão para os doentes de tuberculose. Tem uma capacidade para 140 reclusos.

Trata-se da terceira vez que Francisco celebra este rito numa prisão. Em 2015, a missa foi realizada no Presídio de Rebibbia, em Roma. Em 2013, o local foi o Cárcere para Menores "Casal del Marmo", também em Roma.

No ano passado, o Papa lavou os pés dos refugiados no centro de acolhimento de Castelnuovo, município ao norte de Roma. Em 2014, a cerimônia foi no Centro Santa Maria da Providência, na periferia romana, que acolhe pessoas com deficiências.

(MJ/BF)

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Lava-pés do Papa na prisão: sem transmissão ao vivo

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Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde desta Quinta-feira Santa, o Papa deixou o Vaticano para celebrar a Missa da Ceia do Senhor Casa de Reclusão de Paliano, localidade ao sul de Roma.

A cerimônia, com o tradicional rito do lava-pés, não foi transmitida ao vivo – a pedido do próprio Pontífice e pela falta de condições técnicas do presídio. A visita de Francisco teve um caráter “estritamente privado” e teve início às 16h - hora local.

O Papa lavou os pés de 12 detentos (10 italianos, 1 argentino e 1 albanês). Entre eles, 3 são mulheres e 1 é um muçulmano que receberá o Sacramento do Batismo no mês de junho. Além disso, dois deles foram condenados à prisão perpétua, enquanto para os demais a conclusão da pena está prevista entre 2019 e 2073. 

A Casa de Reclusão de Paliano é dedicada aos colaboradores da Justiça - o único do gênero na Itália. Há duas sessões  - masculina e feminina – e outra sessão para os doentes de tuberculose. Tem uma capacidade para 140 reclusos.

Terceiro lava-pés numa prisão

Trata-se da terceira vez que Francisco celebra este rito numa prisão. Em 2015, a missa foi realizada no Presídio de Rebibbia, em Roma. Em 2013, o local foi o Cárcere para Menores "Casal del Marmo", também em Roma.

No ano passado, o Papa lavou os pés dos refugiados no centro de acolhimento de Castelnuovo, município ao norte de Roma. Em 2014, a cerimônia foi no Centro Santa Maria da Providência, na periferia romana, que acolhe pessoas com deficiências. 

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Lava-pés aos detentos: por que eles e não eu?

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Cidade do Vaticano (RV) – Por que eles e não eu? Esta é a frase recorrente do Papa Francisco quando passa diante de uma prisão e que é repetida mais uma vez nesta Quinta-feira Santa, na missa da Ceia do Senhor.

Trata-se da terceira vez que o Pontífice escolhe lavar os pés dos detentos – uma decisão significativa e insistente, com uma mensagem clara. Quem nos ajuda a entender é o vice-coordenador da Pastoral Carcerária Nacional, Pe. Gianfranco Graziola: 

Papa Francisco escolheu de celebrar novamente o lava pés num cárcere que desta vez será o de Paliano, na província de Frosinone e na diocese de Palestrina, proximidades de Roma.

Muitos criticam Francisco por esta sua atitude e chega a afirmar que ele deveria fazer como seus predecessores uma pomposa e solene celebração na basílica de São João em Latrão, sede do bispo de Roma e aí fazer o lava pés das vítimas como rezaria o copião de nossa sociedade que, mais uma vez se deixa  guiar por seu espírito seletivo, excludente, classista.

Papa Francisco, muitas vezes tem afirmado que a fé não é uma ideologia bonita, mas uma pessoa e, esta pessoa, que se chama Jesus é quem nós devemos seguir. Os evangelhos nos dizem claramente quem Ele teve como seguidores: um punhado de homens que muitas vezes viviam brigando pelo poder, algumas mulheres, entre elas prostitutas, pecadoras, samaritanas, e até um doutor da lei, como Nicodemos buscando dar sentido à fé vazia do templo, e no momento mais significativo de sua vida dois malfeitores, um dos quais lhe pede de entrar com Ele no Reino dos céus.

Mas Francisco, Bispo de Roma,  mais uma vez nos provoca  indo além dos simples chavões e clamores midiáticos para nos fazer tocar com mão a dor e o mal provocados pelo sistema econômico, onde o sensacionalismo  de um mercado iníquo e satânico apaga e silencia por meio da violência, das armas, do deus dinheiro, da sede de poder, o grito de dor de todo e qualquer ser humano vítima de um sistema econômico que serve a si mesmo e seus interesses.

O próprio Jesus, como Francisco, é condenado pela oligarquia religiosa de seu tempo, pelos fariseus, saduceus, doutores da lei que, em sua pessoa enxergam uma ameaça a seu poderio religioso que, em nome de Deus, continua oprimindo, excluindo, matando.  Por isso se quisermos ser cristãos e seguir Jesus na realização da vontade do Pai, não podemos seguir a xenófoba ideologia integralista “das pessoas de bem”, porque como ele, e o Bispo de Roma o encarna bem, é preciso deixar as noventa e nove e prestar atenção àquela única ovelha para quem, no conceito dos demais já não vale a pena gastar energias e tempo.

Uma última provocação nos vem, neste ano Mariano, de nossa senhora, a Mãe de Jesus, figura silenciosa da manhã do sábado santo. Na sua pequena imagem, de jovem mulher negra, despida de mantos e coroas que ofuscam sua beleza, ela é a imagem de tantas “Marias” que vivem no silencio diariamente seu sábado santo de dor, em suas famílias, nos porões do cárcere, nas longas filas de espera e que não se arrendem à cultura de morte porque trazem, como a mãe de Jesus,  no seu coração, a esperança do surgir de uma nova humanidade de paz e amor. Santa Páscoa para você.

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Papa almoça com dez párocos da Diocese de Roma

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco almoçou, nesta quinta-feira (13/04), com dez párocos da Diocese de Roma.  

Segundo o jornal L’Osservatore Romano, como de costume, na Quinta-feira Santa dia em que a Igreja recorda a instituição do sacerdócio, o Papa quis viver um momento de comunhão com dez párocos romanos, sacerdotes diocesanos e religiosos. 

O Papa almoçou com eles na residência do Substituto da Secretaria de Estado, Dom Angelo Becciu. Num clima de fraternidade, os sacerdotes contaram a Francisco as suas experiências pastorais e vários problemas paroquias. O Papa os ouviu com atenção, oferecendo conselhos e recordando situações parecidas vividas por ele no passado. 

(MJ)

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Francisco felicita Bento XVI pela Páscoa e pelos 90 anos

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Cidade do Vaticano (RV) - Na tarde de ontem, quarta-feira, o Papa Francisco foi ao Mosteiro Mater Ecclesiae, nos Jardins Vaticanos, para felicitar o Papa emérito Bento XVI pela Festa da Páscoa e pelo transcurso de seu 90º aniversário, a ser celebrado no próximo domingo, 16 de abril.

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Papa Francisco: o pecado se manifesta na violência que destrói o mundo

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Cidade do Vaticano (RV) – “Penso que hoje o pecado se manifeste com toda a sua força destruidora nas guerras, nas várias formas de violência e maus-tratos”: este é um trecho da entrevista que o Papa Francisco concedeu ao jornal italiano “La Repubblica”, publicada esta quinta-feira (13/04). 

Concedida ao jornalista Paolo Rodari, o Papa afirma que está vivendo esta vigília pascal pedindo com força ainda maior a paz “para este mundo submetido aos traficantes de armas que lucram com o sangue dos homens e das mulheres”.

Atire a primeira pedra

Sobre a Quinta-Feira Santa, Francisco explica que escolheu celebrar novamente o rito do lava-pés com os detentos porque este é o mandamento de Jesus, “que vale para cada um de nós, mas sobretudo para o bispo que é o pai de todos”.

“Eu respondo com a palavras de Jesus: quem não for culpado, que atire a primeira pedra. Devemos nos olhar por dentro e tentar ver as nossas culpas. Somente assim, o coração se tornará mais humano.”

O Papa recorda que todos podemos errar. “Todos, de um modo ou de outro, erramos. E a hipocrisia faz com que não pensemos na possibilidade de mudar de vida: há pouca confiança na reabilitação, na reinserção na sociedade.”

A violência destrói o mundo

Quanto à violência, Francisco afirma: “Penso que hoje o pecado se manifeste com toda a sua força destruidora nas guerras, nas várias formas de violência e maus-tratos, no abandono dos mais frágeis. Quem paga a conta são sempre os últimos, os inermes. Não é fácil saber se o mundo é mais ou menos violento do que no passado, nem se os meios de comunicação e a mobilidade que caracteriza a nossa época nos tornam mais conscientes da violência ou indiferentes a ela”.

O Papa prossegue: “Já disse várias vezes e repito: a violência não é a cura para o nosso mundo fragmentado. Responder à violência com a violência conduz, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e imensos sofrimentos. No pior dos casos, pode levar à morte, física e espiritual, de muitos, senão de todos”.

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Papa visitará Bolonha e Cesena em outubro

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco visitará Bolonha e Cesena em 1º de outubro de 2017, confirmou esta quinta-feira a Sala de Imprensa da Santa Sé.

Acolhendo o convite do Bispo de Cesena-Sarsina, Dom Douglas Regattieri, o Santo Padre visitará Cesena por ocasião dos 300 anos de nascimento do Papa Pio VI.

Na mesma data fará uma visita pastoral a Bolonha, por ocasião  do Congresso Eucarístico Diocesano, atendendo ao convite do Arcebispo Matteo Maria Zuppi.

Programa

O Papa chegará na manhã do dia 1º de outubro no heliporto do Hipódromo de Cesena, de onde seguirá para a Praça do Povo (Piazza del Popolo), para o encontro com a população local. O próximo encontro será com o clero, os jovens e as família, na Catedral.

Com a conclusão desta primeira etapa da visita pastoral, o Papa se dirige em helicóptero até Bolonha.

O primeiro compromisso é a visita ao Hub regional de Via Mattei. Após, o encontro com jovens migrantes que desembarcaram em costas italianas.

O Santo Padre então encontra o mundo do trabalho na Praça “Grandecon”, onde recita o Angelus. Segue-se o almoço com os pobres na Basílica de São Petrônio, o encontro com o clero na Catedral e o encontro com o mundo universitário na Basílica de São Domênico.

Com a celebração da Santa Missa, que conclui a visita pastoral a Bolonha, o Santo Padre retorna de helicóptero ao Vaticano. (JE)

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Igreja no Brasil



Em Brasília, ato inter-religioso: "20 anos com (sem) Gualdino"

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Brasília (RV) - No dia 20 de abril de 2017, às 18h, na Praça do Compromisso, via W-3 Sul, em Brasília (DF), um Ato Inter-religioso vai recordar os 20 anos sem Galdino Jesus dos Santos, indígena do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe, que foi queimado na madrugada do dia 20 de abril de 1997, quando dormia sob um abrigo de usuários de ônibus, em Brasília. 

Ele foi vítima de um grupo de cinco rapazes de classe média alta, entre 17 e 19 anos, que com álcool combustível, comprado cerca de duas horas antes do crime, ateou fogo às suas vestes por  “brincadeira”. Galdino foi socorrido e deu entrada em estado de agonia no hospital. Completamente cego devido as queimaduras nas córneas, mas ainda consciente, conseguiu se identificar à equipe médica e indicar a localização de seus parentes indígenas. Antes de entrar em coma, perguntou repetidas vezes: “Por que fizeram isso comigo?”. Com queimaduras em 95% do corpo, Galdino não resistiu e faleceu às 2h da madrugada do dia 21 de abril.

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC),  a Rede Ecumênica da Juventude, Conselho Indígena do DF,  a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília (CJP-DF), o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) e o Fórum Ecumênico ACT – Brasil promovem o Ato Inter-religioso para trazer à memória a história e a vida de Galdino, o Pataxó Hã-Hã-Hãe.

Estarão presentes povos indígenas que farão a dança ritual em homenagem a Galdino, haverá declamação de poesias, testemunhos, reflexões sobre o ódio enfrentado pelos indígenas brasileiros. O momento também será para reforçar a denúncia da violação dos direitos constitucionais e originários dos indígenas, bem como as políticas anti-indígenas do Estado brasileiro.

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Igreja no Mundo



Brasileiro descreve a Semana Santa na terra de Jesus

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Cidade do Vaticano (RV) – Celebrar a Semana Santa na terra de Jesus: percorrer novamente seus passos, vivenciar sua dor exatamente nos locais tocados por Cristo.

Trata-se, no mínimo, uma experiência singular, como nos fala reitor e guardião da Basílica da Anunciação, em Nazaré, Fr. Bruno Varriano. De todas as celebrações, ele destaca três que ele considera mais significativas: 

A poucos quilômetros da fronteira com Damasco, na Síria – país que visitou no mês de janeiro - Fr. Bruno faz também um apelo à oração: 

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Núncio no Egito: horas de desespero superadas com dignidade

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Cairo (RV) – “O duplo atentado do último domingo, em Tanta e Alexandria, certamente horrorizou os fiéis que acorrerem às igrejas para celebrar a divina liturgia de Ramos mas, superadas as primeiras horas de angústia e confusão, os próprios fiéis coptas-ortodoxos reagiram com grande dignidade”.

Foi o que comentou por telefone à Agência Sir o Núncio Apostólico no Egito, Dom Bruno Muraro, ao falar do clima vivido entre os cristãos coptas após os dois ataques terroristas no último domingo, que provocaram 45 mortes e mais de cem de feridos.

“Foi realmente um lindo testemunho de adesão à fé, afirmou ele. Eu mesmo, naquela hora, estava na igreja celebrando e pude manifestar a solidariedade da Igreja Católica às comunidades atingidas. Reitero que vivemos horas dramáticas, superadas com grande dignidade”.

“A viagem do Papa – confirma o Núncio – nunca foi questionada. Foi o próprio Santo Padre a manter firme este compromisso. O Papa está muito informado e confirmou com firmeza a viagem”.

A respeito da reação das autoridades com a confirmação da viagem, o Núncio informou que “acolheram com satisfação e gratidão o desejo do Santo Padre”. “Isto – conclui -  vai trazer uma ulterior serenidade”. 

Identificado um dos kamikazes

O Ministério do Interior egípcio informou ter identificado um dos kamikazes, ao confrontar o DNA encontrado no local de um dos atentados com uma "lista de suspeitos em fuga". Trata-se de Mahmoud Hasan Moubarack Abdallah, nascido em 1986 em Qena, sul do Egito e que vivia na Província de Suez. (SIR/JE)

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300 cambojanos serão batizados na Vigília Pascal

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Phnom Penh (RV) – 300 cambojanos serão batizados no próximo sábado, durante a celebração da Vigília Pascal: 128 no Vicariato Apostólico de Phnom Penh e os demais nas Prefeituras Apostólicas de Battambang e de Kompong Cham.

Uma boa notícia, portanto, visto que no país do sudeste asiático apenas 23 mil pessoas professam a fé católica, ou seja, 0,2% da população de 15 milhões de habitantes.

O esforço da Igreja Católica na evangelização integral

“Os catecúmenos – explicam sacerdotes locais à Agência Eglise d’Asie – refletem a realidade sociológica do país. Trata-se principalmente de jovens adultos de origem khmer e de cultura budista. A conversão deles deu-se, sobretudo, pelo trabalho da Igreja na sociedade khmer, em particular nos setores da saúde, da educação e da formação profissional”.

Com efeito – como sublinha o Padre Vincent Sénéchal, missionário no país até 2016 – no Camboja a Igreja desenvolve uma evangelização integral que olha para o desenvolvimento do homem em todas as suas dimensões: socioeconômicas, educativas, profissionais, espirituais e familiares

Programas de integração social

De fato, o Vigário Apostólico de Phnom Penh, Dom Olivier Schmitthaeusler, lançou em 2015 programas de empreendedorismo social, denominados “O povoado da paz”, que permitem aos doentes de Aids ou às pessoas com necessidades especiais de usufruírem de uma certa independência e autonomia social.

Beatificação de 35 mártires do regime de Pol Pot

Ulteriores sinais da vitalidade desta pequena Igreja são perceptíveis também pelo avanço da fase diocesana de beatificação de 35 mártires, assassinados pelo regime do Khmer Vermelho, liderado por Pol Pot. Trata-se do Bispo cambojano Joseph Chhmar Salas e de 34 companheiros, entre sacerdotes, leigos, catequistas missionários, incluindo alguns membros da Congregação das Missões Exteriores de Paris (MEP).

O Regime comunista do Khmer Vermelho, liderado pelo ditador Pol Pot, dominou o país de 1975 à 1979.

O período de quatro anos viu a morte de cerca de 2 milhões de cambojanos através do resultado combinado de execuções políticas, fome e trabalho forçado. Devido ao grande número, as mortes durante o regime do Khmer Vermelho são frequentemente considerado um genocídio, e conhecido como o Holocausto cambojano ou Genocídio cambojano.

Construção de novos locais de culto

Também aumenta o número de sacerdotes. Em dezembro passado, por exemplo, foi ordenado um sacerdote autóctone, o Padre Stéphane Se Sat.

Também verifica-se a construção de novos locais de culto, entre os quais a Capela de Santa Teresa do Menino Jesus, na região de Takeo, que faz parte do Vicariato Apostólico de Phnom Penh. (JE)

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Formação



Missa Crismal, dos Santos óleos e da Unidade - prelúdio do Tríduo Pascal

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Cidade do Vaticano (RV) - Vivendo a Semana Santa em preparação para a Páscoa do Senhor – ocasião em que celebramos os mistérios da Paixão, morte e Ressurreição de nosso Salvador –, chegamos hoje à Quinta-feira Santa, que nos insere no âmago do Mistério pascal de Cristo. 

Neste dia santo, nas "Igrejas Catedrais", pela manhã, temos a "Missa do Crisma" ou “Missa Crismal”, prelúdio do Tríduo Pascal – o qual se inicia propriamente com a Missa vespertina da Ceia do Senhor. Na "Missa do Crisma" se abençoam o óleo dos catecúmenos e dos enfermos e se consagra o Santo Crisma, razão pela qual é também chamada "Missa dos santos óleos".

Renovam-se nela as promessas sacerdotais pronunciadas no dia da ordenação, sendo por isso mesmo também chamada Missa da Unidade, "expressando a comunhão diocesana em torno do mistério pascal de Cristo, constituindo um momento forte de comunhão eclesial, de participação intensa das comunidades e de valorização dos sacramentos da vida da Igreja", como nos explica o arcebispo de Belém do Pará, Dom Alberto Taveira Corrêa, que nos fala sobre o significado e a importância desta celebração (ouça clicando aima).

(RL)

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Quinta-feira Santa: instituição da Eucaristia e do Sacerdócio

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Cidade do Vaticano (RV) - «Entramos hoje, de modo profundo, no mistério da morte e ressurreição do Senhor. Para que isso seja vivido como desejaríamos, se faz necessário tomar atitudes espirituais apropriadas. 

A primeira é um recolhimento, um sair de si, em um descentramento, abandonando o que nos é próprio, como nossos problemas e decisões, para nos abrirmos a uma realidade ainda misteriosa, e que nos será revelada, à medida em que estivermos abertos para ela.

Jesus padece e merece um amor maior do que agora sinto.

Não deveremos nos fixar tanto nas dores de Jesus, pois isso poderia nos distrair, mas voltar o olhar de nosso coração para o motivo de tal entrega que ele faz de si: o amor de Deus revelado na relação entre o Pai e o Filho.

Nesse sentido a cruz deverá deixar de ser um lugar de suplício e tornar-se o lugar onde brilha a glória de Deus e de onde ela é irradiada para toda a humanidade. Diferentemente da árvore do paraíso, onde o homem disse não a Deus, na árvore da cruz, o homem diz sim ao Pai.

Seguir Jesus Cristo implica em uma união de destino, em que a cruz surge como possível conseqüência de um seguimento fiel.

Na última ceia vemos a entrega livre de Jesus. Na hora da paixão física, na cruz, Jesus já se entregara por completo, fazendo-se obediente até a morte de cruz, sob os sinais do pão que já havia comido e do vinho que já havia bebido; ou sob o sinal das vestes depostas para lavar os pés dos discípulos.

Celebrar a quinta-feira da Ceia do Senhor, não se resume à celebração da Eucaristia, mas celebrar a Eucaristia deveria ser o ápice de um dia, de uma semana que foi marcada pelo êxodo de si mesmo, pelo esvaziar-se, para permitir que o amor de Deus falasse em nós e por nós. Celebrar a Ceia de Jesus significaria que me despojei de mim mesmo, não só de minhas vestes, e lavei os pés de meus irmãos, isto é, prestei a eles o serviço do amor, do perdão, proporcionando vida de acordo com suas necessidades. Eucaristia é serviço, é partilha de dons, de vida!

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o Domingos de Ramos)

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