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Sumario del 15/04/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa na Via-Sacra: vergonha pelo sangue inocente

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Cidade do Vaticano (RV) - Vergonha e esperança foram as palavras usadas por Francisco ao final da Via-Sacra realizada no Coliseu de Roma na Sexta-feira Santa. Após as 14 estações, que recordaram o drama das guerras, dos migrantes, das famílias dilaceradas e das crianças violadas, o Papa fez uma oração em que denunciou os motivos para sentir vergonha e anunciou os motivos para ter esperança. 

 

Os motivos da vergonha

“Vergonha por todas as imagens de devastação, destruição e naufrágio que se tornaram ordinárias na nossa vida. Vergonha pelo sangue inocente que diariamente é derramado de mulheres, crianças e migrantes, de pessoas perseguidas pela cor de sua pele ou pertença étnica e social e por sua fé no Senhor. Vergonha pelas muitas vezes que, como Judas e Pedro, O vendemos e traímos e O deixamos só a morrer pelos nossos pecados, fugindo como covardes da nossa responsabilidade. Vergonha pelo nosso silêncio diante da injustiça, pelas mãos preguiçosas em dar e ávidas em tirar e em conquistar, pelo nossa voz forte em defender os nossos interesses e tímida em falar dos interesses dos demais. Pelos nossos pés velozes no caminho do mal e paralisados no caminho do bem. Vergonha por todas as vezes que nós bispos, sacerdotes, consagrados e consagradas escandalizamos e ferimos o Seu corpo, a Igreja, e esquecemos o nosso primeiro amor, o primeiro entusiasmo e nossa total disponibilidade, deixando enferrujar o nosso coração e a nossa consagração.”

Os motivos da esperança

“Tanta vergonha, Senhor”, prosseguiu o Papa, mas também tanta esperança, confiante de que Jesus “não nos trata pelos nossos méritos, mas unicamente segundo a abundância da Sua misericórdia”.

“A esperança de que a sua cruz transforma nossos corações endurecidos em corações de carne, capaz de sonhar, de perdoar e de amar. Transforma essa noite tenebrosa de Sua cruz em alvorecer da Sua ressurreição. A esperança de que a Sua fidelidade não se baseia na nossa. A esperança de que a fileira de homens e mulheres fieis à Sua cruz continua e continuará a viver fiel como o fermento que dá sabor e como a luz que abre novos horizontes no corpo da nossa humanidade ferida. Esperança de que sua Igreja tentará ser a voz que grita no deserto da humanidade para preparar a estrada do Seu retorno triunfal quando virá julgar os vivos e os mortos. A esperança que o bem vencerá não obstante a sua aparente derrota.”

Não se envergonhar nem instrumentalizar a cruz

“Ó Senhor Jesus, filho de Deus, diante do Seu patíbulo nos ajoelhamos envergonhados e esperançosos e pedimos que perdoe os nossos pecados e nossas culpas. Pedimos que se lembre de nossos irmãos que sucumbiram pela violência, pela indiferença e pela guerra. Pedimos que rompa as correntes que nos mantêm presos no nosso egoísmo, na nossa cegueira voluntária e na vaidade dos nossos cálculos mundanos. Ó Cristo, nós Lhe pedimos que nos ensine a jamais nos envergonhar da Sua cruz, a não instrumentalizá-la, mas honrá-la e adorá-la, porque com ela nos manifestou a monstruosidade dos nossos pecados, a grandeza do seu amor, a injustiça dos nossos juízos e a potência da sua misericórdia. Amém.”

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Igreja no Brasil



Dom B. Bahlman: "A espera na esperança, no coração da Amazônia"

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Cidade do Vaticano (RV) – Neste Sábado Santo, o Programa Brasileiro vai até Óbidos, no estado do Pará. Para chegar lá, a partir da capital, Belém, é preciso percorrer 1.100 km por via fluvial. Com seus 50 mil habitantes, Óbidos fica na margem esquerda do Rio Amazonas. E o bispo deste povoado, há 8 anos, é o alemão Dom Frei Bernardo Bahlman. Este ano, o bispo celebra os dias do Tríduo Pascal em Faro, município que teve origem na aldeia dos índios Jamundás e que se encontra além da Floresta Nacional de Saracá-Taquera. A comunidade não tem um padre. Antes de partir para Faro, Dom Bernardo conversou conosco.

Depois do sofrimento de Jesus, o silêncio do Sábado, na esperança do vigor de uma nova Páscoa. Ouça: 

 

“O Sábado Santo, entre Sexta-feira Santa e o Domingo da Ressurreição, é o dia do grande silêncio, o silêncio da espera e ao mesmo tempo, o silêncio da esperança. Para o nosso povo aqui, de nossa região, o Sábado em que temos esta esperança tem a perspectiva de uma melhoria na situação aqui em nossa região”.

“São situações por vezes um tanto quanto difíceis por causa do abandono que sentimos e percebemos e que se concretiza também através dos governos, federal e estaduais. Então, é todo o contexto que temos aqui. As pessoas, através de sua fé, e na fé na própria Igreja Católica, que muitas vezes assume desafios que a princípio seriam do Estado, colocam aqui uma esperança muito grande”.

“Ao mesmo tempo, conseguimos várias conquistas, seja na área da saúde, ou também na educação, ou também nas questões sociais, como com os quilombolas, indígenas ou os próprios agricultores e nas pessoas que de alguma maneira sofrem, a Igreja sempre dá este sinal de que a situação amanhã poderá ser melhor. É uma confiança que faz com que as pessoas se sintam mais motivadas. O importante não é simplesmente fazer por fazer, mas é dar uma motivação para que as próprias pessoas tomem a iniciativa. Seja a sociedade de modo geral, ou uma pessoa individual, ou o próprio governo, que se sintam mais motivados a trabalhar. Penso que hoje é muito importante trabalhar em conjunto, e vamos nos dar as mãos”.

O Sábado Santo é um dia tão próprio, que nos fala através do silêncio, muito mais ainda do próprio Deus, porque Deus fala através do silêncio. Muitas vezes achamos que precisamos dizer muitas palavras, mas Deus se manifesta no silêncio no momento em que parece que não está presente e através destes sinais Deus se torna muito mais presente. O Sábado Santo é também sempre uma passagem para algo novo, depois de muito sofrimento, da própria morte. Tudo silencia e de repente Jesus ressuscita. Nós podemos celebrar desta maneira, com novo vigor, a Páscoa”. 

(CM)

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Mensagem de Páscoa, Dom Julio recorda os cristãos perseguidos

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Cidade do Vaticano (RV) - O Arcebispo metropolitano de Sorocaba, SP e Secretário Geral do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que compreende as Dioceses do Estado de São Paulo, Dom Julio Endi Akamine, gravou uma mensagem de Páscoa publicada no site da Conferência do episcopado paulista.

Na mensagem de Páscoa, Dom Julio recorda os cristãos perseguidos nas diversas partes do mundo, particularmente o recente atentado cometido dentro de uma igreja cristã, no Egito. Ouça a mensagem: 

 

 

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Igreja na América Latina



Venezuela: celebrações invadidas e repressão violenta

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Caracas (RV) – A comunidade internacional, liderada pela Organização dos Estados Americanos (OEA), aguarda uma resposta clara do governo venezuelano, no sentido de encontrar os mecanismos democráticos necessários para responder às exigências da população que, há duas semanas, realiza manifestações diárias me todo o país.

Até agora, a repressão violenta dos protestos provocou a morte de cinco jovens, cerca de cem feridos e mais de 250 pessoas foram feridas. A população exige eleições livres, o respeito pelo poder legislativo representado pela Assembleia Legislativa, a tutela dos direitos humanos, a libertação dos prisioneiros políticos e a abertura de um canal humanitário para suprir a falta de alimento e de remédios.

“O problema é a ruptura do fio condutor democrático”

O Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, Dom Diego Padrón – entrevistado pela Agência SIR – explicou que o problema fundamental é a “ruptura do fio condutor democrático constitucional” por parte do próprio governo e da Corte Suprema de Justiça.

“Foi considerado – prossegue o prelado – como um golpe de Estado Judiciário, que leva à concentração de todos os poderes nas mãos do Executivo, aliado a uma forte repressão contra toda forma de manifestação e dissidência”.

“A Igreja – reiterou Dom Padrón – continuará o acompanhamento da população por um protesto pacífico e não violento, não obstante as intimidações”.

“Pressão internacional e apoio à população”.

O Arcebispo de Cumaná indicou o caminho de uma maior “pressão internacional e apoio à população”. De fato, o prelado considera que a pressão externa esteja em sintonia com a resistência interna e com a postura interna de rejeição desta modalidade de governo.

O Presidente do Episcopado venezuelano afirmou, todavia, que o governo de Maduro tem os meios para manter-se no poder. “Tem muito dinheiro, todos os Poderes nas mãos – incluído o Judiciário – e pode contar com uma parte da população armada, os chamados “colectivos” e seus militares”.

Neste sentido, Dom padrón é da opinião que o governo não tem intenções de abrir a opção eleitoral e não existem condições para abrir uma nova mesa de negociações como a tentativa apoiada pela Santa Sé, fracassada alguns meses mais tarde.

Semana da “paixão” também para os fiéis

As igrejas não foram poupadas da violência e da polarização social atravessada pelo país. Nos últimos dias, militantes governamentais do Partido Socialista Unido da Venezuela escreveram ameaças de morte contra sacerdotes nas paredes de algumas igrejas no Estado de Táchira.

Grupos violentos simpatizantes do governo entraram na Igreja gritando slogans políticos, blasfemando e provocando brigas.

Foi assim na quarta-feira na Basílica de Santa Teresa, durante a celebração de Jesus Nazareno, presidida pelo Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa, que teve de retirar-se do local de culto, escoltado por fiéis e sacerdotes.

Minutos antes, durante a homilia, o purpurado havia manifestado a rejeição à “violência política” e exortado o governo a “parar com a repressão das manifestações e evitar os excessos dos corpos de segurança do Estado”.

“Devemos – havia dito na homilia – reencontrar o respeito e a convivência e concentrar-nos nos mandamento, na Constituição Nacional”. (JE)

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Governo colombiano pede investigação sobre assassinato de sacerdote na Venezuela

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Bogotá (RV) – O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, por meio de uma nota, lamentou a morte do sacerdote Diego Bedoya Castrillón, após ter sido encontrado sem vida, em 10 de abril, na sede da comunidade religiosa de Aragua, Venezuela.

Para a polícia venezuelana, tudo indica que o Padre foi assassinado, sem dar maiores detalhes. Neste sentido, a Chancelaria pediu uma investigação imediata e aprofundada.

“Desde que se tomou conhecimento da morte do compatriota pertentence à “Congregación de los Hermanos Franciscanos de la Cruz Blanca en Venezuela” – diz a mensagem -  o Consulado da Colômbia em Valência solicitou às autoridades competentes deste país para acelerarem as investigações voltadas a esclarecer os fatos e identificar os autores do homicício”.

A Chancelaria assegurou que o corpo do sacerdote foi entregue à Congregação, já que não poderá ser repatriado nem cremado enquanto não forem esclarecidos os fatos que levaram à sua morte.

Neste sentido, o religioso foi enterrado na sede da Casa Familiar Candelaria, na cidade de La Victoria – Estado de Aragua – como determinaram seus Superiores, que viajaram da Espanha para fazer o sepultamento. (JE)

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Igreja no Mundo



Cristãos não se deixaram intimidar, diz porta-voz da Ig. Católica no Egito

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Cairo (RV) – A situação “no momento é calma”, os fiéis “enchem as igrejas”. Não obstante os ataques, “não se deixaram intimidar”.  Não existe “um clima de medo”, ainda que esteja muito presente “um sentimento de forte preocupação”. É o que descreve à Agência Asianews o porta-voz da Igreja Católica no Egito, Padre Rafic Greiche.

O sacerdote explica que para a Páscoa,  “as celebração e os ritos litúrgicos realizam-se regularmente”, ao mesmo tempo que outros eventos foram cancelados, como o acolhimento a parlamentares e representantes de instituições, festas e outros eventos públicos”. Uma escolha – sublinha o sacerdote – que vai de encontro ao sentimento geral “de respeito e de pesar pelas vítimas”.

Policiais armados estão guardando as entradas da Igreja de São Marcos, deixando passar somente os fiéis que habitualmente frequentam  o templo e são conhecidos da comunidade.

Em todas as grandes cidades do país, as áreas onde existem igrejas são fortemente vigiadas. Apesar disto, diversas dioceses, especialmente no Alto Egito, cancelaram as celebrações da Páscoa. Os rituais limitam-se a “simples orações”.

“Os cristãos não estão assustados – assegura o porta-voz da Igreja Católica no Egito. No fundo, estamos habituados às violências, vivemos como mártires. Não existe medo, mas uma espécie de preocupação por aquilo que poderá acontecer, por uma possível escalada na violência”.

Os ataques das últimas semanas, no entanto, relançaram o “pensamento de fuga, de migração, sobretudo entre os cristãos mais abastados”, entre as famílias de classe média e alta que podem “permitir-se tal escolha”.

O governo egípcio – afirma Padre Rafic – “está dando o seu melhor”, mas proteger igrejas e lugares de culto com militares e policiais não basta. É necessário mais do que isto para prevenir o terrorismo, e neste contexto é fundamental o trabalho de inteligência. Somente assim poderão ser prevenidos novos ataques”.

Além da Páscoa, o pensamento da comunidade cristã é dirigido também à iminente visita do Papa Francisco ao Egito.

Os responsáveis estão avaliando o programa para garantir a segurança do Pontífice e dos fiéis, mas permanece “a felicidade das pessoas que, mesmo preocupadas, desejam ver o Papa de perto”.

“Depois do período de escuridão, existe sempre uma vida nova. Não é preciso ter medo, mas estar sempre preparados”.

“Para os fiéis – conclui o sacerdote – é natural ser mais fortes do que o medo. E aos cristãos no Ocidente e no mundo, digo para virem ao Egito, como peregrinos e turistas, para nos apoiar e nos fazer sentir a proximidade de vocês”. (ASIANEWS/JE)

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Formação



Editorial: O amor venceu a morte

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Cidade do Vaticano (RV) – “O amor é o motor que faz mover a nossa esperança”: foi o que disse o Papa Francisco na última quarta-feira, dia 12 de abril, na audiência geral na Praça São Pedro, elogiando, em particular, as mães que quando dão à luz uma vida sofrem, mas depois, quando veem o filho, se esquecem da dor. 

Tivemos uma Semana Santa muito difícil e triste em que o amor foi mais uma vez pisado e o irmão ignorado. A semana começou com os atentados contra cristãos coptas no Egito. Uma semana com dor, com novos episódios de perseguição contra cristãos em vários países, onde em muitos deles, as comunidades fiéis a Cristo tiveram que redimensionar as celebrações pascais e em muitos casos cancelá-las.

É Cristo que continua ainda hoje a ser perseguido, ferido, humilhado, escarnecido. Sim, como recordou o Papa Francisco no último Domingo de Ramos, Cristo está presente em muitos dos nossos irmãos e irmãs que hoje, sim hoje, padecem tribulações como Ele: “sofrem com o trabalho de escravos, sofrem com os dramas familiares, as doenças... Sofrem por causa das guerras e do terrorismo, por causa dos interesses que se movem por trás das armas que não cessam de matar. Homens e mulheres enganados, violados na sua dignidade, descartados.... Jesus está neles, em cada um deles, e com aquele rosto desfigurado, com aquela voz rouca, pede para ser enxergado, reconhecido, amado.”

“Não há outro Jesus: é o mesmo que entrou em Jerusalém por entre o acenar de ramos de palmeira e oliveira. É o mesmo que foi pregado na cruz e morreu entre dois ladrões. Não temos outro Senhor para além d’Ele. É o mesmo que ressuscitou dos mortos”.

Jesus é a nossa esperança – como recorda sempre Francisco - esperança que nasce da Cruz. E a esperança que nasce da Cruz é diferente daquela do mundo. É a lógica do amor humilde, o verdadeiro caminho de Deus.

A Igreja celebra na noite deste sábado de aleluia a Ressurreição de Jesus, na noite santa em que Cristo passou da morte à vida. Pensemos nos nossos irmãos perseguidos que também neste ano viveram o calvário do sofrimento das perseguições e guerras. Um calvário que não termina, mas com a certeza de um amor sem fim d’Aquele que deu sua vida por nós.

A Redação do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano, deseja a todos os ouvintes, leitores, amigos, uma Feliz Páscoa, na esperança que nasce da Cruz, do amor sem limites de um Deus que se fez homem, padeceu a Cruz, morreu e ressuscitou. O amor venceu a morte. Cristo ressuscitou, este é o alegre anúncio que ecoa em todo o mundo. (Silvonei José) 

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Sábado Santo, Dia de Maria, do Amor e da Vida

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Rádio Vaticano (RV) - «Hoje, fazemos a experiência do vazio. O Senhor cumpriu sua missão nos redimindo, através de sua paixão e cruz, através de sua entrega até a morte. Na noite passada contemplamos o sepultamento de seu corpo. 

Agora, nesta manhã de sábado, a saudade está presente, mas uma saudade cheia de paz e de esperança. 

Como Maria, com o coração em luto, a Igreja aguarda esperançosa, que a promessa do Cristo se cumpra, que ele surja, que ele ressuscite.
A ausência não é experiência do vazio, mas aprofunda a presença desejada.

Podemos recordar e refletir sobre os sábados santos de nossa vida, nossas experiências de vazio após sofrimentos e perdas.  

  Como vivenciamos esses mistérios dolorosos quando irromperam em nossa existência? Permitimos que luz da fé na certeza da vitória da Vida, iluminasse nossa mente e aquecesse nosso coração? Preenchemos esse vazio abrindo as portas de nosso coração a Jesus, Palavra de Vida, de Eternidade? Ou nos fragilizamos mais ainda, permitindo que a escuridão da morte nos envolvesse?

Jesus é Vida! Nossa Senhora, a verdadeira discípula, na manhã de sábado permaneceu, apesar da dor, do luto, esperançosa. Ela acreditou nas palavras de seu Filho e não permitiu que o sofrimento pela perda dissesse a última palavra, mas que a palavra definitiva seria a promessa de seu Filho, a própria Palavra, que disse que iria ressuscitar que ele era o Caminho, a Verdade, a Vida!

Hoje à noite iremos celebrar a Vitória da Vida, a ressurreição de Jesus, o encontro do Filho ressuscitado com a Mãe que deixará de ser a Senhora das Dores, para ser a Senhora da Glória.

Contudo, para nós que perdemos entes queridos, esse encontro ainda não aconteceu e sabemos que nesta vida, não acontecerá. Como viver, então, a Páscoa da Ressurreição?

Nossa vida deverá ser um permanente Sábado Santo, não com vazio, mas pleno de fé, de esperança na certeza da vitória da Vida e que também teremos o reencontro que Maria teve, e será para sempre! Quanto mais nos deixarmos envolver pela Palavra de Vida, que é Jesus, mais nos aproximaremos da tarde da ressurreição; de modo mais intenso essa palavra irá nos iluminar e aquecer.

Que nossas perdas não nos tirem a alegria de viver, que nos é dada com a presença de Jesus, a Vida plena, Eterna».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos)

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Maria, o amor que preenche o vazio da ausência

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Cidade do Vaticano (RV) - Ontem, revivemos a paixão de Cristo, os momentos em que o Verbo de Deus se fez carne até o ponto de assumir todo o destino humano, inclusive a morte.

Hoje, Sábado Santo, à espera da ressurreição de Jesus, quem nos guia neste itinerário de esperança gloriosa é Maria, Mãe do Nosso Salvador, Mãe de toda a humanidade, Nossa Mãe. 

Como todas as mulheres, Maria leva em seu coração a abertura ao outro. Ou melhor, Nossa Senhora é a mulher que eleva à sublime perfeição esta abertura. Seu amor faz com que a ausência de Jesus não seja experiência do vazio, mas experiência de esperança certa, confiante. Ela sabe que a Ressurreição está próxima.

Assim como nos velórios de hoje, em que nos reunimos para celebrar a memória de quem nos deixou, Maria reagrupa os amigos de Jesus, um após o outro. Um grupo de verdadeiros amigos de Cristo que crêem em sua Ressurreição. Afinal, também eles estão sós, apesar de a solidão de Maria ser diferente da solidão dos Apóstolos. Maria sabe que a morte não terá a última palavra, e a que a vida triunfará.

Mas nós, como os seguidores de Jesus, não temos a mesma certeza. Mesmo crendo em Cristo, nossa fé é frágil, vítima de provas cotidianas, de ciladas. Às vezes, a morte nos parece como um sonho desfeito, esquecendo a promessa de vida eterna.

E assim, um a um Maria recebe João, que chora um amigo, um irmão em Maria. Ela recebe Pedro, o renegado. Ensina-lhe que deve confiar somente em Jesus, que o conhece e o fortifica. E aos poucos, recebe os outros Apóstolos, que um a um acabam por retornar.

Recebe Madalena, Marta, Maria de Betânia, Lázaro... De modo doce, suave, apesar da tristeza, Maria comunica a todos a sua paz, a sua fé, a sua esperança.

O que Ela diria a nós, a cada um de nós? Ou melhor, o que diria a cada mãe que, como ela, perde o filho na insensatez da violência humana, da injustiça humana? Vítima do absurdo, da catástrofe, do acaso. O que diria Maria a uma mãe que chora a ausência de um filho que vai para a guerra, que chora a perda de um filho que morreu na guerra? Às mães que nos corredores dos hospitais procuram resposta ao por quê do sofrimento das crianças ou àquelas que não têm nem mesmo a oportunidade de curar o próprio filho? O que diria Maria às mães dos filhos encarcerados, vítimas da droga, do jogo, do dinheiro fácil, dos filhos que perderam o emprego, que têm diante de si um futuro incerto, vacilante, preocupante?

A todos, a cada um de nós, a cada uma das nossas angústias, Maria tem uma palavra de conforto, de consolo. Não são somente palavras, que podem ser desprovidas de significado, de vivência concreta, real. Não. São palavras que professam uma vivência, ou melhor, uma certeza: Jesus ressuscitará! Ela inaugura o papel de "consoladora" que Cristo ressuscitado magnificamente exercerá.

Deixemo-nos também nós, hoje, neste Sábado Santo, nos envolver pela paz consoladora de Maria. Que esta paz nos acompanhe em todos os momentos em que a morte insensata se apresentar em nossa vida, quando transtornar o nosso caminho.... Lembremo-nos de Nossa Mãe. Ela sabe que a ressurreição está próxima!

 

 

 

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Atualidades



Polícia de Roma: Páscoa com plano especial de segurança

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Roma (RV) – A Via Sacra presidida pelo Papa Francisco no Coliseu na noite de sexta-feira foi realizada em condição de segurança máxima.

Em nota divulgada este sábado, a Polícia informa que “foi plenamente alcançado o objetivo de prevenção e segurança planejado pelo Delegado Guido Marino”.

No encontro com jornalistas esta manhã, foi expressa a satisfação pela ação das forças de ordem, mas sobretudo pela colaboração das milhares de pessoas provenientes de todo o mundo que participaram da Via Sacra.

“Ótimo também o plano de mobilidade urbana, que proibiu a circulação de veículos em um amplo perímetro ao redor do Coliseu”, afirmam os responsáveis pela segurança.

Neste sábado, no entanto, entra em ação a segunda fase da operação, com a implementação de três áreas de segurança na região da Basílica de São Pedro onde este domingo, 16 de abril, o Santo Padre preside a Missa de Páscoa e concede a Bênção Apostólica Urbe et Orbi . (JE/AGI)

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