Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 21/04/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa recorda os mártires dos séculos XX e XXI: acompanhe com a RV

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – A comunidade romana de Santo Egídio se prepara para acolher o Papa Francisco na tarde de sábado (22/04) na Basílica de S. Bartolomeu, na ilha Tiberina, no centro histórico de Roma. 

A partir das 17h, o Pontífice preside à Liturgia da Palavra em memória dos novos mártires dos séculos XX e XXI. A cerimônia será transmitida ao vivo pela Rádio Vaticano, com comentários em português, a partir das 16h55 (11h55 – horário de Brasília).

Testemunhos

No decorrer da celebração, estão previstos testemunhos de parentes e amigos de três mártires cuja memória está preservada na Basílica: Karl Schneider, pastor da Igreja Reformada, assassinado em 1939 no campo de Buchenwald; Roselyne, irmã do padre Jacques Hamel, assassinado ao final da missa em Rouen, na França, em 26 de julho do ano passado num atentado terrorista; e Francisco Hernandez Guevara, amigo de William Quijano, um jovem da comunidade de Santo Egídio de El Salvador, assassinado em setembro de 2009 por seu trabalho em prol da juventude.

Mártires do século XX e XXI

Depois de sua homilia, o Papa prestará homenagem nas seis capelas laterais da Basílica que mantêm as relíquias dos mártires da Europa, África, América, Ásia. Velas serão acesas para acompanhar cada oração que será pronunciada em memória das testemunhas da fé do século XX até os nossos dias: serão lembrados os armênios, os cristãos massacrados durante a I Guerra Mundial, mártires da paz e do diálogo como os monges trapistas na Argélia, Pe. Andrea Santoro na Turquia, vítimas da máfia, como Pe. Pino Puglisi. Uma lembrança que unirá nomes mais conhecidos, como o de Dom Oscar Arnulfo Romero, ao de muitos missionários que, no mundo, deram sua vida pelo Evangelho. Também se rezará pelos bispos Mar Gregorios Ibrahim, Paul Yazigi e padre Paolo Dall’Oglio, ainda sob sequestro na Síria.  

Refugiados
Ao final da oração, Francisco encontrará do lado da Basílica um grupo de refugiados que chegou à Itália graças aos corredores humanitários, além de mulheres vítimas do tráfico humano e menores desacompanhados.

Desde o Jubileu do ano 2000, a pedido de S. João Paulo II, a Basílica de S. Bartolomeu custodia relíquias de mais de trinta mártires, como a Bíblia utilizada pelo político paquistanês Shahbaz Bhatti, a cruz peitoral do Cardeal mexicano de Guadalajara, Posadas Ocampo, o missal de Dom Oscar Romero, o crucifixo da Ir. Leonella Sgorbati, assassinada na Somália. A Basílica também recebeu a visita do Papa Bento XVI, em abril de 2008.

inizio pagina

Santo Egídio: Papa unido aos coptas e aos novos mártires

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - É grande a expectativa pela celebração da Liturgia da Palavra que o Papa presidirá este sábado, 22 de abril, na Basílica de São Bartolomeu, em Roma, em memória dos novos mártires dos séculos XX e XXI. 

Francisco acolheu com alegria o convite da Comunidade de Santo Egídio em um momento - como nos recordam os trágicos ataques contra duas igrejas coptas no Domingo de Ramos - em que os cristãos são perseguidos e mortos em tantas partes do mundo, por ódio à fé. Neste contexto, a Rádio Vaticano conversou com o Prof. Marco Impagliazzo, Presidente da Comunidade de Santo Egídio:

"A Comunidade convidou o Papa para recordar os novos mártires em São Bartolomeu, na Ilha Tiberina, porque este é um memorial de toda a Igreja de Roma desejado por São João Paulo II depois do Jubileu do ano 2000. Também porque o Papa Bergoglio sempre rezou com Santo Egídio pelos novos mártires, desde que era Arcebispo de Buenos Aires, em uma celebração que a cada ano a Comunidade realiza durante a Semana Santa para recordar destes nossos irmãos e irmãs que durante o ano deram a vida pelo Evangelho. E assim o Papa acolheu com grande alegria este convite, mesmo porque, são tempos de novos mártires".

RV: O convite e a decisão do Santo Padre de estar presente no dia 22 é anterior à tragédia dos coptas no Egito, ocorrida há poucos dias. Isto, porém, torna ainda mais forte e significativa a mensagem que o Papa Francisco dará em São Bartolomeu....

"Certamente. Infelizmente o que aconteceu no Domingo de Ramos a estes fiéis coptas - pessoas humildes que nunca, em toda a sua história, usaram a violência contra ninguém - é algo que abalou o mundo inteiro, todas as comunidades cristãs. E a presença do Papa, e a recordação que se fará também nesta ocasião do sacrifício deles, assume todo um valor muito particular. Gostaria também de recordar que no ano passado foi morto um sacerdote francês, que foi degolado, o primeiro mártir do fundamentalismo islâmico na Europa, Padre Jacques Hamel. E estará presente a sua irmã, para recordá-lo na celebração em São Bartolomeu, diante do Santo Padre. Se lançará um olhar para tantas situações:  todo o mundo estará ali presente, porque existem mártires cristãos em todos os continentes".

RV: Também é interessante, que esta celebração realiza-se a menos de uma semana da viagem do Papa Francisco ao Egito...

"É uma visita importantíssima, também porque é um passo em frente na amizade entre os cristãos - naquele que vem definido como "ecumenismo de sangue": no sangue, já estamos unidos. Mas permanece sempre o escândalo de Igrejas divididas, que ainda não cumpriram o desejo do Senhor de que todos sejam um. Eu acredito que o impulso que o Papa está dando à unidade entre as Igrejas é muito significativo: uma unidade feita de amizade, de solidariedade, de visitas e de encontros. É feita também de uma unidade na caridade, porque na caridade, já estamos unidos".

RV:  Quando se fala de "Comunidade de Santo Egídio", fala-se também de diálogo inter-religioso. Neste sentido, esta iniciativa, mesmo recordando os mártires de nosso tempo,  tem por objetivo unir, reconciliar....

"Nunca vimos o martírio como uma reivindicação ou como uma maneira para ir contra o outro. O próprio testemunho dos últimos, entre eles os nossos irmãos coptas, comprova isto: os coptas nunca fizeram cruzadas. Hoje os cristãos vivem a sua fé na brandura, na humildade, e esta deve ser também a resposta a quem gostaria, pelo contrário, de usar o nome de Deus para justificar a violência, para provocar violência. Na última semana recordamos o sacrifício do Senhor na Cruz, isto é, Deus que morre pelos homens, que não pede aos homens para morrer por Ele. Esta é a grande mensagem que vem desta Páscoa. Portanto, a visita do Papa a São Bartolomeu, será uma reafirmação de qual é realmente o coração da mensagem da Semana Santa: o Senhor que morre por nós e que não pede a nós para morrermos por Ele". (AG/JE)

 

 

inizio pagina

Papa no Egito: mudança de local pra missa no Cairo, com mais lugares e segurança

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Na próxima segunda-feira (24), na Sala de Imprensa da Santa Sé, o diretor Greg Burke vai apresentar o programa da viagem apostólica do Papa Francisco ao Egito. A visita está confirmada para os dias 28 e 29 de abril. 

Do Egito, os organizadores da viagem anunciam mudança de logística para a missa do Pontífice que será celebrada para a comunidade católica do país no sábado, 29 de abril, no Cairo. Segundo o bispo de Luxor e presidente do Comitê Organizador da visita, Dom Emmanuel Bishay, “de uma sala coberta próxima ao Estádio do Cairo se passou para o Estádio da Aeronáutica Militar”.

Em entrevista à agência de notícias Sir, Dom Emmanuel explica sobre a escolha do local que deve oferecer algumas vantagens: “a primeira é um número maior de lugares para os fiéis, de 18 mil para 25 mil lugares disponíveis. E isso nos permite responder a tantos pedidos dos fiéis de participar da missa. Por ser um local militar, oferece ainda mais garantias de segurança. E, por estar fora do centro da cidade, oferece também mais vantagens para mobilidade e estacionamento. De fato, esperamos muitos ônibus de diferentes partes do Egito”, finalizou o prelado. (Sir/AC)

inizio pagina

A viagem do Papa ao Egito e a de São Francisco em 1219, de Pe. Enzo Fortunato

◊  

Assis (RV) - Nos dia 28 e 29 de abril o Papa irá ao Egito, onde fortalecerá, com sua proximidade, a comunidade cristã local, que representa apenas 10% da população. Francisco também encontrará o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmed al-Tayyeb e o Presidente do país Abd al-Fattāḥ al-Sīsī.

Neste contexto, o Diretor da Sala de Imprensa do Sacro Convento de Assis, Padre Enzo Fortunato, escreveu o artigo "A viagem do Papa ao Egito e a de São Francisco em 1219" -  publicado no "Corriere della Sera" - onde traça um paralelo entre a iminente viagem do Pontífice e aquela realizada pelo Santo de Assis há 800 anos.

"A próxima viagem do Papa ao Egito em um contexto de tensões diplomáticas, de guerras e de atos terroristas, nos traz à mente uma outra. A de São Francisco. No mês de junho de 1219, Francisco de Assis embarcou para o Oriente e, chegando em Damieta, encontrou o Sultão do Egito Melek-al-Kamel, sobrinho de Saladino, nome com o qual é conhecido no Ocidente Salh al-Din, o fundador da Dinastia Ayubbide e Sultão do Egito e da Síria nos últimos decênios do século XII. Foi ele que conquistou Jerusalém em 1187. É lembrado por ser não somente um grande líder, mas também por ter sido um hábil político, conseguindo chegar a um acordo com as forças cristãs derrotadas na Palestina.

Mas poderia surgir uma pergunta quase que espontaneamente: Francisco e o Sultão realmente encontraram-se?

Fontes franciscanas - e não só - confirmam isto: a Historia occidentalis do Bispo de São João do Acre, Giacomo da Vitry; o cronista Ernoul, que deu sequência à Crônica de Guglielmo di Tiro; o cronista Bernardo, o Tesoureiro; e por fim a epígrafe funerária de Fakhr ad-Din Muhammad ibn Ibrahim Fârîsi no cemitério de Qarâfa, no Cairo, que faz alusão à Francisco. Estes testemunhos confirmam o de Tommaso da Celano e o de Giordano da Giano e de Bonaventura, sobre os quais poderia recair a suspeita de terem criado a história do encontro por razões e fins internos à Ordem e relativas a sua imagem.

O que em seguida amadureceu em Francisco, além do claro repúdio à cruzada e às formas belicosas, está no texto da Regra não aprovada de 1221 e revista e aprovada pelo Pontífice em 1223, onde diz de que modo o franciscano deve ir entre os sarracenos: ≪Por isto, qualquer frade que tiver de ir entre os Sarracenos [...], que vá com a permissão de seu ministro e servo. O ministro, então, dê a eles a permissão e não crie onstáculos se constatar que são idôneos em serem enviados; de fato deverá prestar contas ao Senhor (Cfr. Lc 16,2), se nestas, como em outras coisas, tiver agido sem discrição. Que os frades, então, que irão entre os infiéis, possam comportar-se espiritualmente em meio a eles de dois modos. Um modo é que não provoquem brigas ou disputas, mas sejam submissos a toda criatura humana por amor a Deus (1 Pd 2,13) e confessem serem cristãos. O outro modo é que quando verem que agrada ao Senhor, anunciem a palavra de Deus≫.

Estes comportamentos ditados por Francisco indicam as duas linhas mestras de seu pensamento: a da presença e a do testemunho. Não é o caminho da imposição, mas o da contaminação. Francisco era um homem de paz: o que ele sonhava, o demonstrou com a vida e em todos os modos, chegando até o Sultão e anunciando a ele a paz de Cristo, que não é aquela que o mundo dá. Não estava ali somente pelo Sultão, mas também pelos cruzados, que tinham uma extrema necessidade de exemplos de vida cristã. Presença e testemunho: estas as límpidas linhas espirituais e históricas de um gesto que não abre caminho para mal-entendidos. Caso se saia destas concretas e claríssimas coordenadas interpretativas - observa o historiador Franco Cardini - se fará somente conversações inúteis.

E é por este caminho que se move agora o Papa Francisco. Uma viagem que desperta a máxima atenção da família franciscana. Este encontro abre simbolicamente os 800 anos de aniversário do aperto de mão, do abraço entre cristãos e muçulmanos. Um encontro que parece calar-se, infelizmente, em uma "nova Idade Média", em que se cortam cabeças e se combate em nome de Deus. Nós não queremos cair de novo na Idade Média, mas queremos abrir as portas e percorrer os caminhos ancorados no diálogo e no respeito recíproco".

(Corriere  della Sera - JE)

inizio pagina

“Crianças Mártires de Tlaxcala” serão proclamadas Santas em outubro

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – No Consistório Ordinário Público de 20 de abril foram anunciadas as canonizações não somente dos mártires do Rio Grande do Norte e dos Pastorzinhos de Fátima, mas também das “Crianças Mártires de Tlaxcala”.

As “Crianças Mártires de Tlaxcala”

Cristobal, Antonio e Juan, as “Crianças Mártires de Tlaxcala”, assassinadas por ódio à fé no México, entre 1527 e 1529, também serão canonizados em 15 de outubro próximo, no Vaticano. Os três haviam sido beatificados em 6 de maio de 1990, na Basílica de Guadalupe, na Cidade do México, por São João Paulo II.

Cristóbal nasceu em Atlihuetzia, no atual Estado mexicano de Tlaxcala, então Virreinato de Nueva España. Era filho do Cacique Acxotecatl.

Sua educação deveu-se ao trabalho evangelizador que os frades franciscanos realizavam na região, entre os anos 1524 e 1527.

Depois de receber o Batismo, influenciou sua família para um caminho de conversão, o que provocou uma reação raivosa de seu progenitor.

Não conseguindo recuperar-se das queimaduras e golpes sofridos de seu pai, Cristóbal morreu aos 12 anos. Seu corpo foi enterrado no antigo Convento de São Francisco, atual Catedral de Nossa Senhora da Assunção, em Tlaxcala.

Antonio e Juan, por sua vez, nasceram em Tizatlán, região de Taxcala. Assim como Cristóbal, foram educados inicialmente pelos franciscanos, e mais tarde pelos dominicanos.

Os dois tentaram erradicar a adoração aos ídolos em seu povoado e nas aldeias vizinhas. Ao serem descobertos por moradores de Cuautinchán, em Puebla, tentando por fim à idolatria, foram golpeados até a morte por vingança. (JE)

 

inizio pagina

Fundador das irmãs do Santo Anjo da Guarda será beatificado na Espanha

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Será beatificado este sábado 22 de abril, em Oviedo, Espanha, o sacerdote Luis Antonio Rosa Ormières (1809-1890), fundador das religiosas do Santo Anjo da Guarda. A celebração será presidida pelo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, representando o Santo Padre.

O Padre Ormières nasceu em 14 de julho de 1809 em Quillán, pequena cidade dos Pireneus franceses do Departamento de Aude, em plena época pós-Revolução Francesa. Sua família era profundamente cristã. Em casa recebeu com atenção e carinho os primeiros ensinamentos que marcaram o seu carácter. Segundo o testemunho de parentes e amigos, herdou do pai “um ânimo sincero e leal, uma grande inteligência” e uma natureza “muito engenhosa e jovial, devido a qual encontrava sempre anedotas e brincadeiras para que todos rissem”; e da mãe “uma fé profunda”, juntamente com uma formação religiosa sólida e o gosto pela leitura.

Estudou no Seminário de Carcassome. Logo seus Superiores descobriram nele uma decidida vocação pedagógica, sendo então nomeado professor do Seminário Maior. Em 21 de dezembro de 1833, aos 24 anos, recebeu a ordenação sacerdotal.

Padre Luís Ormières não é erudito, nem um teórico. É um sacerdote sensível que conhece a realidade de seu tempo, interpretando-a à luz do Evangelho. É um homem de ação e fiel, mostrando-se sensível e obediente à inspiração celeste.

Sente o chamado para cuidar da educação das crianças, carentes de cultura e de uma formação cristã. Disto nasce todo o seu esforço, deixando-se ajudar por religiosas, que ao seu lado entregam-se generosamente a esta missão. Como educador demonstra esmerada dedicação à formação de crianças e jovens, sobretudo aos provenientes do campo. Estava convencido de que onde estão pobres, lá deve estar a Igreja.

Foi um verdadeiro perito em “humanidade”. Nele as ideias tornavam-se projetos. Fez da sua inteligência um instrumento de apostolado, graças também a uma propensão particular em perceber os aspetos essenciais das questões e a uma disponibilidade especial para se ocupar das dificuldades dos outros. Era muito sensível à amizade, porque a considerava parte de uma experiência essencial de fé. Sempre colocou os interesses dos demais acima dos seus, mesmo com o risco da própria vida, como demonstrou sua entrega aos afetados pela epidemias em Camus (1838 e 1845).

Padre Luis Antonio Rosa Ormières fez da escola o lugar privilegiado para ajudar cada indivíduo a realizar-se segundo o dom recebido de Deus. Comprometido pessoalmente no campo educativo, foi o fundador das religiosas do Santo Anjo da Guarda. O sacerdote faleceu em 1890.

(JE com L’Osservatore Romano)

 

 

inizio pagina

Mídias digitais: cristãos chamados a ser cidadãos e não apenas hóspedes da Rede

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Nesta sexta-feira (21), o prefeito da Secretaria para a Comunicação do Vaticano, Mons. Dario Edoardo Viganò, participou de um encontro sobre as mídias digitais e a formação ao novo ecossistema comunicativo na sede de Roma da USMI, a União das Superioras Maiores da Itália. O instituto é um grande ponto de referência para as mais de 600 congregações religiosas femininas ativas no país.

Mons. Viganò abordou, principalmente, o desafio da Igreja perante a Internet: “não podemos ignorar o diálogo com a cultura do nosso tempo, com a evolução da mídia e a exigência de aprender a usar linguagem original e técnicas inéditas de narração”, sublinhou o prefeito, ao acrescentar que, na Igreja, “somos herdeiros de um passado que conservamos como tesouro precioso, mas somos responsáveis por um presente desafiador e por um futuro que deve ser decodificado e projetado”.

No seu discurso, Mons. Viganò fez referência ao Papa Francisco, que convida todos a “refletir sobre a realidade dos meios de comunicação que não são mais somente próteses, que nos ajudam a chegar cada vez mais longe”, mas “constituem um tecido vital no qual estamos todos emersos, fazem parte do nosso dia a dia”. O Pontífice também nos lembra que “não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de usar bem os meios à sua disposição”.

Com a revolução tecnológica, revelou o prefeito, se passou da questão “’o que faz a mídia?’ para o quesito ‘o que se faz com a mídia?’”. Então, é “indispensável compreender os desafios culturais lançados à sociedade e à Igreja no novo horizonte comunicativo”. Torna-se crucial o tema da formação que, de acordo com Mons. Viganò, “não equivale” somente a “oferecer competências tecnológicas”. “Educar e formar nesse âmbito”, disse ele, “significa maturar as razões das conexões e das saídas da Rede” e maturar também “uma maneira responsável de estar dentro e em relação com os novos mundos”.

Para o prefeito da Secretaria para a Comunicação, os cristãos são chamados a ser “cidadãos” e “não apenas hóspedes da mídia”, aceitando entrar nesse espaço digital “como um momento de confronto e de promessas, tempo providencial de graça e de sabedoria, na escuta do ‘rumor de um silêncio tênue em que está presente Deus’”.

A exortação final para as Superioras Maiores foi para que concentrem os esforços “sobre os percursos de formação que ofereçam oportunidades para ousar no futuro, razões para se empenhar, decisões e objetivos para agir”. (AC)

inizio pagina

Igreja no Brasil



Conflito por terra: 10 mortos na Gleba de Colniza (MT)

◊  

Brasília (RV) - Segundo informações preliminares, pelo menos 10 pessoas foram mortas no fim da manhã desta quinta-feira (20/04), na Gleba Taquaruçu do Norte, localizada na área rural do município de Colniza (1.065 quilômetros de Cuiabá). O massacre acontece na semana do 17 de abril, quando é lembrado o massacre de Eldorado dos Carajás (PA), que vitimou 19 trabalhadores sem terra.

Testemunhas informaram que há pelo menos dez mortos, além de diversas pessoas feridas e outras desaparecidas. Entre as vítimas, há crianças, adolescentes e idosos. A Gleba é marcada por conflitos e violências há mais de 10 anos. Outros assassinatos e agressões já ocorreram no local. Investigações da Polícia Civil, feitas há dois anos, apontaram que os gerentes das fazendas na região comandavam uma rede de capangas, altamente armados, que usavam do terror para que a área fosse desocupada pelos pequenos produtores.

A PM de Guariba, há cerca de 100 quilômetros da área, foi a primeira a atender a denúncia e confirmou as mortes, apesar de ainda não divulgar o número exato.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou nessa semana o seu relatório anual, Conflitos no Campo Brasil 2016, em que destacou os 61 assassinatos ocorridos no ano passado, o maior número já registrado desde 2003. Em 2017, a entidade já havia registrado 10 assassinatos em conflitos no campo.

Histórico do Conflito

Em junho de 2004, as famílias do P.A. Taquaruçu do Norte foram expulsas do assentamento por homens fortemente armados e que teriam destruído suas plantações. Na área estavam assentadas 185 famílias. O suspeito pela expulsão dizia ter comprado as terras. O Juiz de Direito da Comarca de Colniza concedeu reintegração de posse (no Processo nº 536/2004), em benefício da Cooperativa Agrícola Mista de Produção Roosevelt, a Cooperosevelt. A cooperativa de trabalhadores rurais, ao ingressar com a ação, teria argumentado que desde o mês de outubro de 2002 possuía a posse de uma área do Assentamento Roosevelt, a Gleba Taquaruçu do Norte, com 42.715 hectares, localizada no quilômetro 170 da Rodovia do Estanho, no município de Colniza, onde exercia atividades agrícolas.

Em 2007, pelo menos 10 trabalhadores foram vítimas de torturas e cárcere privado. Os responsáveis pelas violências são fazendeiros que atuam na região de Colniza em associação com uma organização que atua especificamente na extração de madeira ilegal onde se localiza o P.A. Taquaruçu. Ainda em 2007, no mês de janeiro, o agricultor Gilberto Ivo da Rocha foi assassinado. Em abril, mais dois agricultores, João Pereira de Andrade e Olivar Ferreira Melo também foram assassinados. Os suspeitos pelas mortes são da mesma associação de pistoleiros.

(CM-CPT)

 

inizio pagina

Aparecida acolhe Romaria da Juventude

◊  

Brasília (RV) – Nos próximos dias 29 e 30 de abril será realizada, em Aparecida, a Romaria Nacional da Juventude. O evento, que reunirá milhares de jovens de todo o Brasil, terá como tema “Maria e a Doutrina Social da Igreja”.

A Romaria está sendo promovida pela Comissão para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com o Santuário Nacional de Aparecida. A iniciativa integra as comemorações dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul. 

Durante o evento os jovens terão a oportunidade de participar de catequeses com os Bispos e terão momentos de animação, reza do terço, apresentações teatrais, música, dança e outras atividades.

A programação será realizada em tendas de formação das expressões juvenis que engloba movimentos, novas comunidades, congregações e Pastorais da Juventude. Haverá também uma “tenda especial”, para celebrar os 10 anos dos documentos de Aparecida, do projeto Lectionautas  e do Documento 85 da CNBB “Evangelização da Juventude: Desafios e Perspectivas Pastorais”.

A Romaria será encerrada com shows de músicos católicos, com a presença de Padre Zezinho, vigília e com a Santa Missa de envio. Logo após, haverá um encontro de jovens de grupos paroquiais.
 
(MD/ACI DIGITAL)

inizio pagina

Ivo Poletto: "Os biomas e a educação mobilizadora"

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Hoje propomos o testemunho do cientista e fundador do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, Ivo Poletto. No último dia 6 de abril, Ivo foi um dos participantes da sessão que apresentou, no Plenário do Senado Federal, a Campanha da Fraternidade 2017, seu tema "Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida" e o lema "Cultivar e guardar a criação".

Autor do livro 'Biomas do Brasil: da exploração à convivência', ele observou aos participantes que as práticas humanas, especialmente nas ultimas sete décadas, estão alterando profundamente o ambiente vital que a Terra levou 4 bilhões de anos para formar. E alertou para os riscos gerados por esse processo, a seu ver motivado pela ideia do crescimento econômico sem limites.

“Não podemos esquecer: se alteramos ou impedimos os processos vitais dos biomas, todos os seres vivos, e principalmente nós, a frágil espécie humana, morreremos antes da hora”, afirmou.

Neste depoimento, Ivo Poletto relata a sua experiência de reflexão sobre o tema em uma comunidade no Mato Grosso.

 

"Tive oportunidade de estar em algumas localidades para refletir sobre a temática da relação entre os Biomas e a defesa da vida, animando a Campanha da Fraternidade deste ano. Fiquei feliz ao perceber que todas as pessoas têm vontade de compreender bem essa relação, e ao mesmo tempo, que todas se sentem muito preocupadas com o que está acontecendo nos biomas do Brasil. Na verdade, todas se dão conta de que o bioma em que vivem sofreu muitas mudanças, e de que elas estão aumentando as dificuldades de viver nele.

Entre as pessoas interessadas destacam-se as dedicadas à educação. Foi o que aconteceu, por exemplo, em Porto Alegre do Norte, no Mato Grosso, num encontro realizado nos dias 30 e 31 de março. A iniciativa da Prelazia de São Félix de convidar as escolas municipais e estaduais, bem como os agentes de saúde do município e da região teve resposta animadora. O encontro já foi organizado e animado por uma equipe representativa dessas instituições, e foi pensado como parte de um processo que se estenderá até o final do ano.

Quando se tem presente o que significa dar-se conta que o bioma em que se vive tem uma longa história e foi dado de presente como um jardim vivo e fonte de vida maravilhoso e único aos seres humanos, a temática dos biomas se torna um convite apaixonante para decidir que é urgente organizar-se para cuidar do que ainda existe daquele jardim original, e para gerar iniciativas de recuperação das condições de vida que foram destruídas ou estragadas por ações humanas, no campo e nas cidades.

Mesmo contando com presença de povos humanos há mais de doze mil anos, foi a partir de 1950 que as mudanças ganharam velocidade. E hoje, depois de praticamente acabar com a cobertura vegetal da Mata Atlântica e do Cerrado, a Amazônia está sendo rapidamente agredida. E as cidades se tornaram quase depósitos dos expulsos do campo, sem cuidados com a vida, com as fontes de água e com o que contamina a atmosfera.

Por isso tudo, é urgente, sim, colocarmos escolas, igrejas, saúde pública, movimentos sociais e todas as pessoas de boa vontade a serviço da criação de consciência crítica e de ações de recuperação das boas condições de vida em todos os biomas do Brasil".

Ivo Poletto, do FMCJS

inizio pagina

Igreja no Mundo



Reino Unido: carta de 24 líderes religiosos contra terrorismo

◊  

Londres (RV) Vinte e quatro líderes religiosos do Reino Unido escreveram uma carta na qual definem o terrorismo e a violência como “atos bárbaros” e “afronta à fé”. 
 
“Ataques recentes como os perpetrados em Westminster, São Petersburgo, Estocolmo e Egito são uma afronta à fé e nós os condenamos fortemente”, sublinham eles, recordando o atentado perpetrado, em Paris, nesta quinta-feira (20/04), que causou a morte de um policial e deixou dois feridos na Avenida Champs-Élysées.

“Agora, mais do que nunca, os fiéis se unem contra aqueles que querem semear medo e desconfiança entre as pessoas deste país”, frisa ainda os religiosos na carta, segundo a Agência Sir. 

Segundo a missiva, publicada pelo jornal Sunday Post, “os cristãos de todas as confissões, muçulmanos, judeus, budistas, sikhs, hinduístas e zoroastristas renovam o seu compromisso de trabalhar juntos contra a discórdia, a desconfiança e o medo que os terroristas procuram criar”. 

“Se esses ataques pretendem nos dividir, devemos mostrar que isso não acontecerá nunca, e ao invés de gritar furiosos, devemos permanecer calmos e resolutos, mostrar respeito e amor pelos outros.”

“Os britânicos são conhecidos pela tolerância e o respeito que vimos abundantemente nas últimas semanas e que são o símbolo melhor deste país”, destaca ainda a mensagem. 

Os líderes religiosos concluem a carta, declarando que continuarão “fazendo ecoar vozes positivas de pessoas e comunidades em todo o Reino Unido, com harmonia, paz e unidade”. Dentre os signatários da carta, está o bispo auxiliar de Westminster, Dom John Wilson.

(MJ)

inizio pagina

Egito: Taizé realiza "Peregrinação da confiança"

◊  

Cairo (RV) - A Comunidade Ecumênica de Taizé informa, através de seu site, que o Cairo, capital do Egito, será a cidade onde se realizará a nova etapa da “Peregrinação da confiança sobre a Terra”, programada de 26 de setembro a 1º de outubro próximos.

Nesta ocasião, o Prior da Comunidade Ecumênica de Taizé, Frei Alois, junto com alguns monges e uma centena de jovens provenientes de vários países da Europa e do Oriente Médio (Líbano, Iraque e Palestina) visitarão os cristãos egípcios. 

A “Peregrinação da confiança sobre a Terra” foi criada pelo fundador da Comunidade Ecumênica de Taizé, Frei Roger Schutz, para tornar os jovens portadores de esperança no mundo de hoje.

A sede do encontro será a comunidade de Anafora, centro de espiritualidade fundado pelo bispo copta-ortodoxo de El Qusseia Meir e Anafora, Dom Thomas, onde cristãos de várias denominações fazem períodos de retiro. Anafora está localizada a 75 quilômetros do Cairo na estrada que leva a Alexandria. 

Ao chegar a Anafora, os jovens de Taizé se encontrarão com outros cem jovens egípcios. Consta na programação um encontro com o Patriarca copta-ortodoxo, Tawadros II, e a visita a um dos mosteiros de Wadi Natrun, fonte da tradição monástica no Egito. 

“Esses dias de encontros e visitas nos ajudarão a conhecer mais os dois milênios da presença cristã e da tradição de oração, no Egito, à luz do deserto que iluminou a vida monástica, do encontro fecundo entre as culturas egípcia, grega e árabe, além da vida dos cristãos egípcios e seu compromisso social com os pobres”, informa a Comunidade Ecumênica de Taizé. 

(MJ)

inizio pagina

Igreja na Alemanha confirma ajuda em prol da Nigéria

◊  

Abuja (RV) - O Presidente da Comissão Internacional para a Igreja da Conferência Episcopal Alemã, Dom Ludwig Schick, Arcebispo de Bamberg, está fazendo uma visita de solidariedade à Nigéria, iniciada na última segunda-feira (17/04) até o próximo domingo (23/04). 

Este país da África Ocidental foi escolhido este ano pela iniciativa da Conferência Episcopal Alemã intitulada “Solidariedade aos cristãos perseguidos e oprimidos em nosso tempo”, informa a Agência Sir.

No centro e no nordeste da Nigéria, os povos sofrem os conflitos entre muçulmanos e cristãos, perpetrados pelo terror de matriz fundamentalista islâmica Boko Haram.

Dom Ludwig visitará a Arquidiocese de Jos na região de Middle Belt, afetada continuamente, nos últimos anos, por ataques terroristas. 

O Arcebispo de Jos, Dom Ignatius Kaigama, promove continuamente o diálogo cristão-islâmico. A sua amizade com os dignitários islâmicos da região contribuiu várias vezes para desarmar os conflitos entre cristãos e muçulmanos. 

Dom Kaigama junto com o emir muçulmano Kanam foram hospedados, em 2015, pelos bispos alemães a fim de analisar os progressos do diálogo entre cristãos e muçulmanos. 

Em sua visita à Nigéria, Dom Ludwig fará uma série de encontros com os fiéis nas paróquias atingidas por ataques terroristas e que contam vários mártires, comprometidas na libertação de vários cristãos sequestrados e reduzidos à escravidão. 

(MJ)

inizio pagina

Canonizações: Alegria e gratidão da Igreja portuguesa

◊  

Fátima (RV) - O Reitor do Santuário de Fátima, Padre Carlos Cabecinhas, destacou na quinta-feira a importância da canonização do dois pastorzinhos, Francisco e Jacinta, durante a viagem que o Papa fará à Portugal nos dias 12 e 13 de maio.

Em um comunicado divulgado após o anúncio da decisão de Francisco, Pe. Cabecinhas mostrou sua "profunda gratidão" a Deus e ao Papa.

O Reitor do Santuário destacou ademais, o fato de que a canonização se realize durante a visita do Santo Padre ao Santuário - visto que ali estão as relíquias dos dois irmãos que serão canonizados - e em coincidência com o centenário das aparições da Virgem, em 1917.

O Bispo de Leiria-Fátima, Dom Antonio Marto – por sua vez -  acolheu o anúncio do Vaticano com "imensa alegria".

O presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, também manifestou-se sobre o anúncio da canonização.

 “O presidente da República saúda e felicita a comunidade católica, crente em Fátima, pela decisão de canonização de Jacinta e Francisco Marto, que, certamente, conhecerá na próxima visita do Papa Francisco o culminar de um longo processo eclesiástico”, assinala a nota divulgada pela Presidência.

Marcelo Rebelo de Sousa vai receber o Papa a 12 de maio, na Base Aérea de Monte Real, Leiria. Às 16h35, está previsto um encontro privado com o Pontífice.

Francisco (1908-1919) e Jacinta (1910-1920), que junto com sua prima Lúcia - que tornou-se religiosa - tiveram visões de Nossa Senhora na Cova da Iria, foram beatificados por São João Paulo II em 13 de maio do ano 2000, em Fátima.

Os dois são os mais jovens beatos não-mártires da história da Igreja Católica. A festa litúrgica dos beatos portugueses é celebrada pela Igreja em 20 de fevereiro.

A Irmã Lúcia faleceu em 2005 e seu processo de beatificação também foi aberto.

A canonização é a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.

(com Agência Eclesia)

inizio pagina

Aldeia Papa Francisco na República Centro-Africana

◊  

Bangui (RV) -  Uma aldeia que terá por nome "Papa Francisco" e que será local de encontro das diversas comunidades religiosas da República Centro-Africana. Este é o projeto que está em fase de estudo por parte de uma delegação vaticana de especialistas em África, em colaboração com a Plataforma das Confissões Religiosas da África Central (PCRC).

"O Papa declarou Bangui como capital espiritual da humanidade. Abriu uma Porta Santa em Bangui. Foi a primeira vez na história da Igreja que uma Porta Santa foi aberta fora do Vaticano", recordou o Diretor do Departamento de Estudos para a Promoção da Cultura Africana e Chefe da delegação vaticana de especialistas para a África Central, Martin Nkafo Nkamitia.

"São fatos que não podem ser ignorados. Por isto pensamos em criar, em memória permanente da visita do Papa Francisco à África Central, uma aldeia que poderá ser o ponto de encontro de todas as comunidades religiosas da República Centro-Africana. É um projeto amplo, mas conseguiremos", afirmou.

O projeto da aldeia "Papa Francisco" foi apresentado ao Presidente da República Centro-Africana, Faustin Archange Touadera e ao Prefeito de Bangui, Blaise Nakombo, por ocasião da criação como Cardeal do Arcebispo de Bangui,  Dom Dieudonné Nzapalainga.

A visita do Papa à República Centro Africana, nos dias 29 e 30 de 2015, marcou profundamente o país, sobretudo no plano das relações inter-religiosas, graças também à visita do Pontífice aos desabrigados acolhidos na Mesquita central do bairro PK5.

(Fides/je)

inizio pagina

Formação



Dom Eraldo: Missão a serviço dos mais carentes e em defesa da vida

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, na edição de hoje do quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” o bispo da Diocese de Patos, Dom Eraldo Bispo da Silva, continua tecendo suas considerações sobre o Concílio e sua atualidade. 

O bispo desta Igreja particular do sertão da Paraíba ressalta que no Concílio aprendemos a missionariedade e aponta para a missão ‘ad gentes’, além-fronteiras, para outros, “uma missão a serviço daqueles que estão em situações mais carentes, onde o Evangelho precisa ser anunciado, a Palavra, a solidariedade, o comprometimento em defesa da vida”, afirma.

Dom Eraldo diz ver todos esses componentes da missão “muito presentes na nossa realidade pastoral, na nossa ação evangelizadora nos dias de hoje”, acrescenta. Ele nos fala dos avanços na caminhada da Igreja na esteira do Concílio. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

inizio pagina

Pe. Renato Chiera: precisamos resgatar a esperança

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - Continuamos a nossa conversa com o fundador da Casa do Menor, Pe. Renato Chiera, que está fazendo um ano sabático aqui na Itália, após 40 anos de trabalho missionário no Brasil e 31 anos de experiência na Casa do Menor.

Eis o que disse a propósito da situação atual vivida no Brasil. 

(MJ)

inizio pagina

Artigo: Semana dos Povos Indígenas 2017

◊  

Passo Fundo (RV) - Dentro do tema da Campanha da Fraternidade de 2017, “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, estava presente, em seu objetivo, “promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho”. No bioma, como estrutura de vida, não podem ser esquecidos os povos que neles habitam, especialmente os povos originários.

Pero Vaz de Caminha, no primeiro relatório que escreveu ao rei de Portugal, descreveu detalhadamente o primeiro encontro com o povo que encontraram na Terra de Santa Cruz e de como se aproximaram daquelas pessoas. (Creio que seja importante ler a carta na íntegra.) Estima-se que, naquela época, existiam mais de 1.000 povos como aquele, somando entre dois e quatro milhões de pessoas.

Vivem hoje no Brasil, segundo dados do IBGE de 2010, 305 povos indígenas em milhares de aldeias, com uma população de 896.917 pessoas, falando mais de 274 línguas diferentes, além de 70 tribos vivendo em locais isolados e que ainda não foram contatadas. Destes, 324.834 vivem em cidades e os outros 572.083 em áreas rurais, o que corresponde aproximadamente a 0,47% da população total do país.

Desde 1680, temos uma atenção legislativa relativa aos territórios indígenas, até chegarmos a Constituição de 1988. Hoje, existem 1.116 áreas reconhecidas ou reivindicadas como terras indígenas, porém até dezembro de 2016, apenas 398 territórios tinham seus processos administrativos finalizados e as terras registradas pela União. No Rio Grande do Sul entre 1910 e 1918 foram demarcadas 11 áreas indígenas. Infelizmente, nas décadas de 1950 e 1960, parte destas terras demarcadas foram destinas para Reforma Agrária e para Reserva Florestal.

É preciso reconhecer que a questão indígena ainda está longe de ser resolvida. Cada região do Brasil os conflitos tem marcas próprias. No dia 21 de março de 2013, a Arquidiocese de Passo Fundo, em parceria com o Instituto Superior de Filosofia Berthier – IFIBE e com a Faculdade de Teologia e Ciências Humanas – ITEPA Faculdades, promoveu um debate sobre a demarcação de terras nas áreas de conflito no norte do Rio Grande do Sul. O objetivo era proporcionar uma oportunidade de aprofundamento e esclarecimento sobre o assunto, tão delicado e emergente no contexto atual.

Deste debate, retomo algumas colocações considerando a especificidade da região norte do Rio Grande do Sul. Grande parte dos conflitos atuais tem a sua origem no Estado que usou de uma política territorial indígena oscilante e contraditória. Uma vez demarcando áreas territoriais indígenas e em outra oportunidade vende as mesmas áreas para agricultores. Com isto, os dois lados, indígenas e agricultores, foram injustiçados. Além disso, a lentidão para encaminhar a solução do problema gera grande ansiedade em ambos os lados.

A grande conclusão do debate é que o conflito precisa ser mediado para não resultar em violência, agressão e ódio podendo terminar com destruição da vida.

Em 1940 aconteceu, no México, o 1º Congresso internacional de lideranças indígenas das Américas. Em 1943, o presidente Getúlio Vargas, através do decreto-lei 5540, fixou o dia 19 de abril como o “Dia do Índio”. A data é oportuna para reler a história passada, aprofundar os problemas atuais, desconstruir preconceitos e, juntos, construir relações fraternas e justas.

Dom Rodolfo Luís Weber

Arcebispo de Passo Fundo

inizio pagina

Atualidades



Atentado em Paris assusta família brasileira. Ouça

◊  

Paris (RV) - Um homem atirou contra policiais, nesta quinta-feira (20/04) à noite, numa das avenidas mais famosas de Paris e fez a França reviver o pesadelo de um atentado terrorista três dias antes da eleição presidencial. Um policial e o atirador morreram. E o grupo Estado Islâmico assumiu a autoria do atentado.

Por volta das 21h (horário local) um homem saiu de um veículo e abriu fogo contra um carro de polícia estacionado na avenida. O atirador usou uma arma automática para atacar os oficiais.  

Um grupo de mulheres brasileiras do interior do Paraná, que transcorria dias de férias em Paris, foi surpreendido com o tiroteio. Desde 3ª feira na capital francesa, a família Corsini, com Cleusa, sua filha Dyane, a nora Andreia e as netas de 7 e 2 anos, visitaram os principais pontos turísticos e em despedida da cidade se viram em meio a um cenário terrorista. Elas estavam jantando num restaurante local, quando perceberam a movimentação anormal dos policiais, com sirenes das viaturas acionadas e depois helicópteros sobrevoando o apartamento onde estavam, a cerca de 200 metros do Arco do Triunfo, e próximo do atentado. Cleusa Corsini e a filha, Dyane, comentaram a situação tensa vivida em Paris:  

(AC/CM)

inizio pagina

Santa Sé na Onu: diálogo é único antídoto para o ódio e a violência

◊  

Nova York (RV) - Preocupação com a situação no Oriente Médio; condenação ao uso de agentes químicos na Síria em violação ao direito internacional; repúdio aos recentes atentados contra civis reunidos em oração no Egito; votos de uma negociação direta entre israelenses e palestinos que com o apoio da comunidade internacional leve a uma solução de dois Estados em paz entre si.

Foram essas, em síntese, as questões abordadas pelo observador permanente da Santa Sé junto à Organização das Nações Unidas, Dom Bernardito Auza, em pronunciamento esta quinta-feira  (20/04) no Conselho de Segurança da Onu, em Nova York, sobre o Oriente Médio.

Santa Sé: diálogo é único antídoto para o ódio

O núncio apostólico evidenciou que a visita do Papa Francisco ao Egito, programada para os próximos dias 28 e 29 de abril, tem a finalidade de realçar que não existe antídoto mais eficaz para o ódio e a violência do que o diálogo e o encontro.

O arcebispo filipino fez um forte chamado aos fornecedores de armas a agir em conformidade com as normas internacionais, bem como aos líderes religiosos a fim de que manifestem abertamente a incompatibilidade de toda religião com o terrorismo praticado em nome de Deus, e com outras ações contrárias à dignidade humana e aos direitos fundamentais de todo homem e mulher, sobretudo o direito à vida e à liberdade religiosa.

Comunidade internacional proteja minorias religiosas em risco de genocídio

O representante vaticano voltou seu pensamento às minorias religiosas e étnicas no Oriente Médio, cuja presença histórica vivida pacificamente durante milênios com a maioria muçulmana é hoje ameaçada pelo extremismo que os tomou como alvo destruindo seu patrimônio cultural e histórico.

Dom Auza pediu à comunidade internacional que intensifique os esforços para livrar essas populações do flagelo ameaçador do genocídio perpetrado pelos terroristas.

Líbano, exemplo de acolhimento

Diante da crescente instabilidade da Região, o observador permanente louvou o Líbano que assumiu o ônus de acolher milhões de refugiados provenientes de países e territórios limítrofes em conflito.

A esse propósito a Santa Sé, em observância ao que estabelece o Conselho de Segurança da Onu, pede o desarmamento de todos os atores não estatais armados e financiados por fontes externas.

Dois Estados para Israel e Palestina

Em seguida, reiterando a solução de dois para Israel e Palestina, com confins reconhecidos a nível internacional, o núncio apostólico evocou um acordo negociado em boa fé com coragem e a perspectiva de concessões recíprocas equânimes.

No pronunciamento do diplomata vaticano um seco não a decisões unilaterais ou a atos de violência que avultam o ódio e divisões. Foi também claro o convite ao diálogo em sintonia com os auspícios do Papa Francisco, que assegura todo esforço e reza a fim de que as feridas profundas que dividem israelenses e palestinos possam ser curadas, acrescentou por fim o arcebispo Dom Auza. (RL / PO)

inizio pagina

Muda da Árvore de Guernica nos Jardins Vaticanos, como símbolo da paz

◊  

Bilbao (RV) - "Agora temos outro sonho, que é o de plantar uma muda nos Jardins do Vaticano, como símbolo da paz".

2017 é o ano que recorda os 80 anos do bombardeamento de Guernica, mais precisamente no dia 26 de abril. Em memória a estes tristes acontecimentos e também para lançar uma mensagem de esperança e paz, uma delegação basca, guiada por Ana Otaduni, plantou esta semana em Auschwitz uma muda vinda da Árvore de Guernica. O desejo, é fazer o mesmo no Vaticano, explicou ela.

"Estamos trabalhando para que se torne realidade, com a colaboração de lehendakari e do Bispo de Bilbao, Dom Mario Iceta. É um local que pode receber uma muda. No entanto, não esquecemos de outras cidades simbólicas, como Hiroshima e Nagasaki, que padeceram com os bombardeios atômicos".

Auschwitz

"Unir dois povos que, décadas após terem sofrido atrozes violações dos direitos humanos, tornaram-se exemplo de memória e reconciliação". Com este objetivo, e no âmbito dos 80 anos do bombardeio de Guernica, a delegação guiada pelo político Urkullu lehendakari e pela Presidente da Junta de Bizkaia, Ana Otadui, viajou à Polônia na última quarta-feira, para plantar uma muda da célebre Árvore no Campo de Concentração de Auschwitz.

A Árvore de Guernica é o símbolo mais universal do povo basco, que após o bombardeio, tornou-se o símbolo de seu desejo de paz.

"Com o plantio da muda, queremos unir os símbolos de Guernica e Auschwitz - explica Ana Otadui. Guernika representa o início das atrocidades da Segunda Guerra Mundial, como um ensaio do bombardeamento massivo contra a população civil. E Auschwitz, sem sombra de dúvidas, representa o maior expoente da máquina de matar nazista, das atrocidades que o ser humano é capaz de chegar a cometer", acrescenta.

O gesto é marcado por uma simbologia de esperança. "A Árvore do desejo de paz do povo basco lança raízes na terra que conheceu o maior dos horrores que se poderia imagina. O anseio pela paz, a luta pelos direitos humanos", ressalta.

Os horrores na Espanha foram imortalizados por Picasso na sua célebre obra "Guernica", que poderia  chamar-se a "Aleppo" de hoje, observa Ana.

A delegação basca também encontrou-se com sobreviventes do Holocausto, oportunidade em que foi debatido o significado dos dois acontecimentos: Gernika e Auschwitz, recordando também memória dos espanhóis que também conheceram os horrores dos Campos de Concentração.

A Árvores de Guernica é um símbolo respeitado por todos os bascos dos sete territórios. A primeira muda em 2017 foi plantado em Sartaguda, Navarra.

O Bombardeio de Guernica ocorreu durante a Guerra Civil espanhola, em 26 de abril de 1937, por  aviões alemães da Legião Condor.

O ataque destruiu a maior parte da localidade, na época com 5.000 à 7.000 habitantes, procando centenas de vítimas. Foi considerado um ataque terrível na época e usado como uma propaganda amplamente difundida no Ocidente, levando a acusações de "atentado terrorista" e de que 1.654 pessoas teriam morrido no ataque. Estimativas modernas avaliam no entanto, como entre 300 e 400 o número de mortos. Alguns estudos espanhóis recentes, porém, limitam a não mais de 160 o número de mortos.

O ataque, que serviu também para testar aviões de guerra e ganhar experiências no combate aéreo, apoiou as forças de Francisco Franco que invadiram a cidade poucos dias depois do bombardeio. (JE)

inizio pagina