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Sumario del 22/04/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa e os novos mártires: campos de refugiados parecem campos de concentração

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Roma (RV) - A comunidade romana de Santo Egídio acolheu o Papa Francisco na tarde de sábado (22/04) na Basílica de S. Bartolomeu, na ilha Tiberina, no centro histórico de Roma. 

O Pontífice presidiu à Liturgia da Palavra em memória dos novos mártires “assassinados pelas insanas ideologias do século passado ou só porque discípulos de Jesus”, como disse o Papa em sua homilia.

“A lembrança dessas heroicas testemunhas antigas e recentes nos confirmam a consciência de que a Igreja é Igreja de mártires. Tiveram a graça de confessar Jesus até o fim, até a morte. Eles sofrem, dão a vida, e nós recebemos a bênção de Deus por seu testemunho”, disse o Papa, citando ainda os muitos “mártires escondidos”: homens e mulheres que na vida cotidiana tentam ajudar os irmãos e amar a Deus sem reservas.

O ódio do príncipe do mundo: a origem da perseguição

O Papa falou ainda da causa de toda perseguição, isto é, o “ódio do príncipe deste mundo”. E a origem do ódio é esta: porque fomos salvos por Jesus, ele nos odeia e suscita a perseguição que, desde os tempos de Jesus, continua até o nossos dias.

Em momentos difíceis da história, prosseguiu Francisco, se diz que a pátria necessita de heróis. Já a Igreja necessita de mártires, de testemunhas, dos santos de todos os dias que testemunham Jesus com a coerência de vida e daqueles que O testemunham até a morte. “Todos eles são o sangue vivo Igreja.”

Campos de refugiados: campos de concentração

Deixando o texto de lado, o Papa afirmou que gostaria de acrescentar um ícone nesta Basílica: a de uma mulher que ele não conhece o nome, mas de quem conheceu a história quando visitou a ilha grega de Lesbos.

No campo de acolhimento de refugiados, o Pontífice cumprimentou um homem de cerca 30 anos, muçulmano casado com uma cristã e pai de três filhos, que viu a mulher ser degolada por se recusar a tirar o crucifixo diante dos terroristas. “Nós nos amávamos tanto”, disse sem rancor o muçulmano ao Papa. “Este ícone eu trago hoje como presente”, afirmou Francisco.

“Não sei se aquele homem conseguiu sair daquele campo de concentração”, assim definiu o Papa o local devido à quantidade de pessoas. “Aprecio o empenho de acolhimento de alguns povos generosos, mas parece que os acordos internacionais são mais importantes do que os direitos humanos.”

O amor permite lutar contra a prepotência

“A herança viva dos mártires doa hoje a nós paz e unidade. Eles nos ensinam que, com a força do amor, com a mansidão, se pode lutar contra a prepotência, a violência, a guerra e se pode realizar a paz com paciência. E então podemos assim rezar: Ó Senhor, torne-nos dignas testemunhas do Evangelho e do seu amor; efunde a sua misericórdia sobre a humanidade; renove a sua Igreja, proteja os cristãos perseguidos, conceda em breve a paz ao mundo inteiro.”

Testemunhos

No decorrer da celebração, os participantes ouviram o testemunho de parentes e amigos de três mártires cuja memória está preservada na Basílica: Karl Schneider, pastor da Igreja Reformada assassinado em 1939 no campo de Buchenwald; Roselyne, irmã do padre Jacques Hamel, assassinado ao final da missa em Rouen, na França, em 26 de julho do ano passado num atentado terrorista; e Francisco Hernandez Guevara, amigo de William Quijano, um jovem da comunidade de Santo Egídio de El Salvador, assassinado em setembro de 2009 por seu trabalho em prol da juventude. Já o fundador da comunidade de Santo Egídio, Andrea Riccardi, recordou que neste mesmo dia, quatro anos atrás, foram sequestrados em Aleppo dois bispos, de cujo paradeiro ainda não se tem notícia.

Novos mártires

Depois de sua homilia, o Papa prestou homenagem nas seis capelas laterais da Basílica que mantêm as relíquias dos mártires da Europa, África, América, Ásia. Velas foram acesas para acompanhar cada oração que foi pronunciada em memória das testemunhas da fé do século XX até os nossos dias: foram lembrados os armênios, os cristãos massacrados durante a I Guerra Mundial, mártires da paz e do diálogo como os monges trapistas na Argélia, Pe. Andrea Santoro na Turquia, vítimas da máfia, como Pe. Pino Puglisi. Uma lembrança que uniu nomes mais conhecidos, como o de Dom Oscar Arnulfo Romero, ao de muitos missionários que, no mundo, deram sua vida pelo Evangelho. 

Refugiados

Ao final da celebração, Francisco encontrou numa sala adjacente à Basílica um grupo de refugiados que chegou à Itália graças aos corredores humanitários, além de mulheres vítimas do tráfico humano e menores desacompanhados.

Ao cumprimentar os fiéis que o aguardavam do lado de fora da Basílica, o Papa voltou a falar do desafio migratório, recordando que fechar-se corresponde ao suicídio.

“Pensemos na crueldade que se abate sobre tantas pessoas, em tantas pessoas que chegam em embarcações e são acolhidos por países generosos, como Itália e Grécia, mas depois os tratados não deixam... Se na Itália dois migrantes fossem acolhidos por município, teria lugar para todos. Que a generosidade de Lampedusa, Sicília, Lesbos, possam contagiar a todos. Somos uma civilização que não faz filhos e mesmo assim fechamos as portas aos migrantes: isso se chama suicídio.”

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Papa recebe família real de Liechtenstein

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu no sábado (22/04) em audiência, no Vaticano, a família real do Principado de Liechtenstein: o Príncipe reinante Hans Adam II com a Princesa Marie e o Príncipe Hereditário Alois com a Princesa Sophie.

No decorrer da audiência, falou-se das boas relações bilaterais entre a Santa Sé e o Liechtenstein e foi reconhecido o papel histórico da Igreja Católica e a contribuição positiva que continua oferecendo para a vida do país. Sucessivamente, expressou-se apreço pelo empenho do Principado em âmbito internacional, especialmente na proteção dos direitos humanos.  

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Festa do Vesakh: cristãos e budistas no caminho da não-violência

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Cidade do Vaticano (RV) – A cultura da paz e da não-violência é o tema da carta com a qual o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso felicita os fiéis budistas pela festa do Vesakh. A data lembra o nascimento, a iluminação e a morte de Buda e é normalmente festejada no mês de maio. 

De um lado, lê-se na mensagem, fiéis de várias religiões lutam para promover a paz; de outro, alguns exploram a religião para justificar seus atos de violência e de ódio. Não obstante os nobres ensinamentos de Jesus Cristo e de Buda, que promoveram a não-violência e foram construtores de paz, muitas das sociedades atuais devem fazer as contas com o impacto das feridas passadas e presentes causadas pela violência e pelos conflitos.

“Este fenômeno inclui a violência doméstica, além da violência econômica, social, cultural e psicológica, e a violência contra o meio ambiente”,  prossegue a carta, assinada pelo Presidente do Pontifício Conselho, Card. Jean-Louis Tauran.

Compromisso comum

Ambas as religiões concordam com o fato de que a violência nasce no coração do homem e de que os males da pessoa desencadeiam males estruturais. “Por isso, somos chamados a um desafio comum: estudar as causas da violência; ensinar nossos respectivos fiéis como combater o mal em seus corações; libertar do mal seja as vítimas, seja aqueles que cometem a violência; ensinar que não há paz sem justiça, nem verdadeira justiça sem perdão.”

A mensagem, intitulada “Cristãos e budistas: percorramos juntos o caminho da não-violência”, se conclui com um encorajamento: “Queridos amigos, podemos nos dedicar ativamente a promover em nossas famílias e nas instituições sociais, políticas, civis e religiosas um novo estilo de vida em que a violência seja refutada e seja respeitada a pessoa humana. É neste espírito que lhes desejamos uma pacífica e alegre festa do Vesakh!”.      

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Igreja no Brasil



Card. Sérgio da Rocha comenta carta do Papa a Temer

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Cidade do Vaticano (RV) – O Arcebispo de Brasília e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Card. Sérgio da Rocha, está em Roma para tomar posse do título cardinalício na Basílica de Santa Cruz ‘in via Flaminia’. A celebração está marcada para este domingo (23/04).

Por tradição, cada Cardeal recebe o título de uma igreja em Roma em sinal de proximidade e colaboração ao Papa em seu ministério petrino.

Dom Sérgio da Rocha foi criado Cardeal pelo Papa Francisco em 19 de novembro de 2016, na Basílica de São Pedro.

Ao chegar a Roma na sexta-feira (21/04), Card. Sérgio da Rocha concedeu uma entrevista à Rádio Vaticano e falou também da carta do Papa Francisco ao Presidente Michel Temer: 

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Formação



Domingo da Divina Misericórdia: "Coração de Jesus eu confio em vós"

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Cidade do Vaticano (RV) - «A primeira leitura deste domingo nos relata a vida dos primeiros cristãos. Ela está estruturada sobre quatro colunas: o ensinamento dos apóstolos, a partilha dos bens, a partilha do pão ou Eucaristia e as orações em comum. 

O ensinamento dos apóstolos ou catequese provocava nos discípulos uma mudança de vida. A fé na palavra de Deus, revelada por e em Jesus Cristo, agora era explicada pelos apóstolos, e os cristãos deixavam de ser simples cidadãos, para com suas vidas, testemunharem Jesus Cristo. Esse testemunho veremos concretamente nas outras três colunas.
Se acreditavam em Jesus Cristo, elas criam que Deus era Pai de todos e isso os levava a um sentimento de radical fraternidade, daí a partilha de bens, a renúncia à propriedade particular, onde tudo é, livremente, colocado em comum e distribuído de acordo com as necessidades pessoais. Com isso não existe mais pobres.
A partilha do pão celebrava a memória de Jesus que partilhou sua vida. Assim, se reuniram para realizar o gesto e o mandamento de Jesus: “Fazei isso em minha memória de mim”.
O Senhor estava presente no meio deles de modo eucarístico e era partilhado como alimento, como sustento para o dia a dia.
Finalmente a Comunidade também se reunia para louvar o Senhor e, certamente, rezar o Pai-Nosso.
O autor dos Atos nos fala ainda que esse estilo de vida simples, fraterno e temente a Deus, suscitava a adesão de outras pessoas a fazerem parte do grupo dos amigos de Jesus.
Peçamos ao Senhor que nossa vida de batizados, de homens e mulheres que crêem em Jesus, seja fiel à nossa profissão de fé.
Para isso vale que cada noite nossa consciência diante do Senhor nos diga até onde vivemos nossa fé, se fomos capazes de partilhar nossos bens, nosso tempo, nossa atenção, nossa capacidade de ajudar o outro.
A partilha do pão eucarístico da vida que é Jesus deverá refletir o meu dia, meu ato de partilhar os bens que geram vida, com aquele irmão ou irmã, aquele próximo que é carente deles. Feliz Páscoa!»

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o II Domingo da Páscoa)

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Editorial: ‘Amoris laetitia’, redescobrir o amor

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Cidade do Vaticano (RV) - A ‘Amoris laetitia’, Exortação apostólica do Papa Francisco sobre o amor na família, completou nesta semana um ano de publicação. O texto traz a data de 19 de março de 2016 – solenidade de São José –, mas só foi publicado no dia 8 de abril sucessivo. A Exortação foi escrita pelo Papa Francisco na conclusão do percurso sinodal dedicado à pastoral familiar. 

Assim o Papa Francisco, na conclusão do Sínodo, colocou na mão dos bispos e dos fiéis um documento que convida a redescobrir toda a riqueza da mensagem cristã sobre a família, uma riqueza que permanece apesar de todas as dificuldades e que mobiliza e convida todas as dimensões pastorais da Igreja a abrir a sua atenção, a olhar com olhos novos para esta realidade, a não parar sobre os aspectos negativos, mas buscar propor, de modo positivo, um atenção nova, mais organizada, mais meditada, mais inclusiva.

No texto, que completa um ano de publicação, podemos evidenciar alguns verbos que indicam a mudança de passo, de ritmo para a comunidade eclesial: acolher, acompanhar, discernir, integrar. Uma mudança de passo que é caracterizada pelo moto de Francisco, “uma Igreja em saída”, ou seja, ir ao encontro dessas novas situações. O Papa deseja chegar a todos, e a sua mensagem não privilegia somente alguns destinatários; eis, portanto, o convite a sair.

Certamente para poder ler essas novas realidades, as novas situações, é necessário que toda a comunidade cristã se mobilize em um esforço de formação, de envolvimento de todos, dos leigos com suas competências específicas, de relançamento da sensibilidade e da espiritualidade familiar, que busque suas fontes na Sagrada Escritura – como indica Francisco – e da rica tradição da Igreja.

Se lermos com atenção essa Exortação do Papa notamos que é uma mensagem de esperança da qual todos nós devemos nos tornar sempre mais capazes de sermos portadores, porque homens e mulheres do nosso tempo aguardam o renovado anúncio do mistério do amor cristão que se celebra em família e se conjuga depois nas diversas situações histórias e sociais de cada família.

Após sua publicação, muitos aspectos do texto quase ficaram de fora centralizando a atenção somente na questão da Comunhão dos divorciados recasados. Sem subestimar o que a opinião pública enfatizou, seria necessário, neste sentido, ter um olhar mais amplo, um horizonte mais amplo. Um texto tão denso como ‘Amoris laetitia’ tem necessidade de ser acolhido na sua integralidade, na sua totalidade e as temáticas, relativas, sobretudo, à práxis sacramental que parecem ter atraído, maiormente, a atenção, certamente deverão ser contextualizadas em uma visão global. A práxis sacramental é enfrentada na ‘Amoris laetitia’, não no sentido de uma banalização, mas ao contrário, de uma exigente atenção a tudo o que hoje se faz para evitar aqueles “esquemas” que parecem privilegiar alguns e excluir outros.

No âmbito pastoral, certamente ‘Amoris laetitia’, se lermos com atenção irá se revelar sempre mais um mapa, uma bússola da qual teremos sempre mais necessidade para ir ao encontro de uma sociedade ferida e necessitada de ajuda.

Passado um ano da Exortação apostólica do Papa Francisco, ‘Amoris laetitia’ continua sendo um convite a olhar o matrimônio, a família, com o olhar da sua beleza, da sua cotidianidade, mesmo diante das dificuldades apresentadas pelo mundo de hoje, seja de natureza econômica, seja de relacionamento. Um convite a uma maior qualidade das relações que está sempre ligada à riqueza do perdão recíproco, a um recomeçar sempre, mesmo diante dos erros. A Igreja da ‘Amoris laetitia’ é uma Igreja que deve redescobrir o amor na sua profundidade. A ‘Amoris laetitia’ indica a beleza e a força da família, a sua capacidade de resposta às expectativas presentes no coração do homem de hoje. (Silvonei José)

 

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Atualidades



Justiça e misericórdia são inseparáveis, diz Postulador da Causa de Canonização de JPII

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Cidade do Vaticano (RV) – Celebra-se este primeiro domingo após a Páscoa a Festa da Divina Misericórdia, instituída por São João Paulo II no ano 2000, por ocasião da canonização de Santa Faustina Kowalska, apóstola da Divina Misericórdia.

A Festa está intimamente ligada à Ressurreição do Senhor ocupando, de fato, um lugar privilegiado entre todas as formas de devoção à Divina Misericórdia reveladas à Santa Faustina.

Já na primeira ocasião em que Jesus falou a ela sobre a Divina Misericórdia, em 22 de fevereiro de 1931, pediu: “Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja abençoada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia. Desejo que os sacerdotes anunciem esta Minha grande misericórdia para com as almas pecadoras (Diário de Santa Faustina, 49-50).

Na Carta Apostólica Misericordia et misera, o Papa Francisco escreveu que “em primeiro lugar, somos chamados a celebrar a misericórdia. Quanta riqueza está presente na oração da Igreja, quando invoca a Deus como Pai misericordioso! Na liturgia, não só se evoca repetidamente a misericórdia, mas é realmente recebida e vivida. Desde o início até ao fim da Celebração Eucarística, a misericórdia reaparece várias vezes no diálogo entre a assembleia orante e o coração do Pai, que rejubila quando pode derramar o seu amor misericordioso”, e que “a celebração da misericórdia tem lugar, duma forma muito particular, no sacramento da Reconciliação. Este é o momento em que sentimos o abraço do Pai, que vem ao nosso encontro para nos restituir a graça de voltarmos a ser seus filhos”.

O Postulador da Causa de Canonização de João Paulo II, o sacerdote polonês Slawomir Oder, conversou conosco sobre a Divina Misericórdia:

 “Não é possível pensar em Divina Misericórdia sem pensar na Ressurreição do Senhor, porque a Ressurreição do Senhor, a Páscoa do Senhor, é o ápice da revelação da Misericórdia de Deus, aquela abertura à vida, à vida eterna. É um dom supremo que Deus em Cristo oferece ao homem. Jesus veio ao mundo justamente para revelar a face misericordiosa de Deus”.

RV: A Divina Misericórdia é certamente um dos temas fortes que colocam em íntima relação João Paulo II e Francisco. A Encíclica Dives in Misericordia é citada constantemente pelo Papa Francisco em seus pronunciamentos e homilia, assim como no Jubileu, obviamente...

“Sim, o tema da misericórdia os une de modo íntimo, e ao mesmo tempo, constitui um formidável caminho de continuidade entre os dois Pontificados. Ambos provém de situações marcadas por questões sociais, por dificuldades históricas. É precisamente a sensibilidade humana, a concretude histórica e a atenção que prestam ambos os Pontífices à dignidade do homem às questões dos mais pobres – aqueles que esperam o cumprimento da mensagem evangélica – que os torna assim tão próximos ao abordar o tema da Divina Misericórdia”.

RV: O Papa Francisco já afirmou que justiça e misericórdia são inseparáveis. Também João Paulo II, justamente na Dives in Miserciordia perguntava: “É suficiente a justiça?”, para então responder, que na realidade, a Igreja é chamada a proclamar e a anunciar a misericórdia como a forma mais alta de justiça no amor. Às vezes parece que a misericórdia não é bem entendida, é como se fosse uma concessão, uma benevolência...

“Absolutamente não é assim, mesmo porque, da perspectiva do século passado, podemos dizer claramente o que significa a justiça humana sem Deus: leva ao horror, à negação do homem, a um sistema de escravidão e à negação da dignidade da pessoa. Não existe uma contradição entre justiça e misericórdia, não é uma benevolência falar da Misericórdia, mas devemos sempre recordar que, de qualquer forma, a revelação da Misericórdia Divina traz consigo uma obrigação moral, religiosa do homem, de acolher este mistério, mas também de converter-se a este mistério. A Misericórdia pressupõe a acolhida e um constante processo de compreensão do coração do homem”.

 “Todos precisamos de consolação, porque ninguém está imune do sofrimento, da tribulação e da incompreensão, escreveu ainda o Papa Francisco na Carta Apostólica Misericordia et Misera. Quanta dor pode causar uma palavra maldosa, fruto da inveja, do ciúme e da ira! Quanto sofrimento provoca a experiência da traição, da violência e do abandono! Quanta amargura perante a morte das pessoas queridas! E, todavia, Deus nunca está longe quando se vivem estes dramas. Uma palavra que anima, um abraço que te faz sentir compreendido, uma carícia que deixa perceber o amor, uma oração que permite ser mais forte... são todas expressões da proximidade de Deus através da consolação oferecida pelos irmãos. (JE/AG)

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Crônica: Julgamento final no Islã e no Evangelho

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Dubai (RV*) - Amigas e amigos, é com votos de paz e esperança que os saúdo. Partilho algumas informações sobre o tema da ressurreição no Islã e as convergências e divergências com o cristianismo. 

Na doutrina islâmica, a ressurreição é precedida pelo fim do mundo. O anjo de Deus tocará a trombeta e todos os habitantes da terra cairão inconscientes, com exceção daqueles que são poupados por Deus.

 A descrição do fim é apocalíptica. A terra será achatada, as montanhas serão reduzidas a pó, uma fenda aparecerá no céu, os planetas dispersos e os túmulos revirados.

A trombeta tocará mais uma vez e as pessoas serão ressuscitadas com seus corpos físicos originais. Ao terceiro toque, as pessoas levantar-se-ão de seus túmulos, ressuscitadas.

Seres humanos, crentes ou ímpios, demônios e animais serão reunidos na Grande Planície do Encontro onde esperarão o julgamento.

Haverá balanças para pesar os atos dos homens.  Em seguida os registros dos atos realizados nessa vida, serão entregues.  Quem recebe seu registro na mão direita terá uma prestação de contas fácil e voltará feliz para a sua família.  Entretanto, a pessoa que receber o seu registro na mão esquerda será jogada no fogo. 

Com os registros em mãos, todos serão julgados e informados sobre suas boas ações e pecados. Os crentes reconhecerão seus erros e serão perdoados.  Os descrentes não terão boas ações para declarar porque já foram recompensados em vida. 

 No fim dos tempos, Cristo diz que “todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita, e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham vocês, que são abençoados por meu Pai. Recebam como herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo. Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar’. Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar? ’ Então o Rei lhes responderá: ‘Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram”. (Mt 25,32-40). Quem não teve a sabedoria de ver Cristo nas pessoas que sofrem, será enviado para um estado de sofrimento. Nós não queremos isso. Almejamos a salvação.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano

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