Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
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Sumario del 27/04/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa Francisco: perseguição, a consequência da obediência cristã

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Cidade do Vaticano (RV) –  O cristão é testemunha da obediência, e a consequência disto, são as perseguições. Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa celebrada esta manhã na Capela da Casa Santa Marta, fazendo alusão ao que disse Pedro na leitura dos Atos dos Apóstolos, de que “é preciso obedecer a Deus antes que aos homens”. 

Pedro, de fato, deu esta resposta ao ser levado junto com os apóstolos diante do Sinédrio, após terem sido libertados da prisão por um anjo. Haviam sido proibidos de ensinar em nome de Jesus – os havia recordado o sumo sacerdote – mas encheram Jerusalém com os seus ensinamentos.

A homilia do Papa Francisco parte deste episódio narrado na primeira leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos. Para fazer compreender este acontecimento, o Papa faz referência também ao que foi narrado anteriormente pelos Atos, nos primeiros meses da Igreja, quando a comunidade crescia e aconteciam tantos milagres.

Havia a fé do povo, mas havia alguns “espertalhões” – foi o alerta do Papa – “que queriam fazer carreira”, como Ananias e Safira.

O mesmo acontece hoje – enfatiza Francisco – assim como o desprezo das pessoas ao ver os doentes sendo levados até os apóstolos.

Assim, cheios de inveja, os chefes pegaram os apóstolos e os trancafiaram na prisão. Pedro, que por medo havia traído Jesus na Quinta-feira Santa, desta vez, corajoso, responde “que é necessário obedecer a Deus antes que aos homens”.

Uma resposta que faz portanto entender que “o cristão é testemunha da obediência”, como Jesus que se aniquilou no Jardim das Oliveiras e disse ao Pai: “Faça-se segundo tua vontade, não a minha”:

“O cristão é uma testemunha da obediência e se nós não estamos neste caminho de crescer no testemunho da obediência, não somos cristãos. Pelo menos caminhar por esta estrada: testemunha de obediência. Como Jesus. Não é testemunha de uma ideia, de uma filosofia, de uma empresa, de um banco, de um poder, é testemunha de obediência. Como Jesus”.

Mas tornar-se testemunha de obediência” é “uma graça do Espírito Santo”, explica o Papa:

“Somente o Espírito pode nos fazer testemunhas de obediência. “Não, eu vou naquele mestre espiritual, eu leio este livro...”. Tudo está bem, mas somente o Espírito pode transformar o nosso coração e pode nos fazer a todos testemunhas de obediência. É uma obra do Espírito e devemos pedir a ele, é uma graça a ser pedida: “Pai, Senhor Jesus, envia-me o teu Espírito para que eu me torne uma testemunha de obediência”, isto é, um cristão”.

Ser testemunha de obediência acarreta consequências, como narrado pela primeira leitura: depois da reposta de Pedro, queriam de fato levá-lo a morte:

“As consequências do testemunho de obediência são as perseguições. Quando Jesus enumera as Bem-aventuranças termina com: “Bem-aventurados quando vos perseguirem e insultarem”. A cruz não pode ser tirada da vida do cristão. A vida de um cristão não é um status social, não é um modo de viver uma espiritualidade que me faça bem, que me faça um pouco melhor. Isto não basta. A vida de um cristão é o testemunho em obediência e a vida de um cristão é repleta de calúnias, boatos e perseguições”.

Para ser testemunhas de obediência como Jesus – conclui o Papa – é preciso rezar, reconhecer-se pecadores, com tantas “mundanidades” no coração e pedir a Deus “a graça de tornar-se um testemunho de obediência” e de não amedrontar-se quando chegam as perseguições, “as calúnias”, pois o Senhor disse que quando se for levado diante do juiz, “será o Espírito a nos dizer o que responder”. (JE)

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Papa Francisco: a missão é a tarefa da Ação Católica

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (27/04), na Sala do Sínodo, no Vaticano, trezentos participantes do II Congresso do Fórum Internacional da Ação Católica (Fiac). O tema do congresso é “Ação Católica em missão com todos e por todos”.  

“Historicamente, a Ação Católica teve a missão de formar leigos que assumiram a própria responsabilidade no mundo. Hoje, concretamente, trata-se da formação de discípulos missionários. “Obrigado, por assumirem com decisão a Evangelii gaudium como carta magna”, disse ele o Pontífice. 

“O carisma da Ação Católica é o carisma da própria Igreja encarnada profundamente no hoje e no aqui de cada Igreja diocesana que discerne em contemplação e com olhar atento a vida de seu povo e procura novos caminhos de evangelização e missão a partir das várias realidades paroquiais.”

“A missão não é uma tarefa entre as várias da Ação Católica. É a tarefa. A Ação Católica tem o carisma de levar adiante a pastoral da Igreja. Se a missão não for a sua força distintiva, se distorce a essência da Ação Católica, e se perde a sua razão de ser”, frisou Francisco.

“Todos os membros da Ação Católica são dinamicamente missionários. Aprende-se a evangelizar evangelizando. É vital renovar e atualizar o compromisso da Ação Católica com a evangelização, alcançando todas as periferias existenciais, repensando os planos de formação, formas de apostolado e oração a fim de que sejam essencialmente e não ocasionalmente missionários”. 

“Abandonar o velho critério: porque sempre se fez assim, e assumir a totalidade da missão da Igreja na pertença generosa à Igreja diocesana, partindo da paróquia”. 

O Papa insistiu na concretude: “A Ação Católica deve assumir como própria a pastoral de cada Igreja diocesana na sua inserção concreta nas paróquias. Vocês devem se encarnar concretamente. O critério é a concretude. Quando rezamos o Credo, professamos algo muito concreto. Se a fé não for concreta não é católica. O católico é sempre concreto.” 

O Papa destacou ainda a necessidade de que a Ação Católica esteja presente no mundo político, empresarial e profissional. Disse também que é “essencial que a Ação Católica esteja presente nos cárceres, nos hospitais, nas estradas, nas favelas e fábricas”. 

“Se não for assim, será uma instituição de exclusivistas que não diz nada a ninguém, e nem mesmo para a própria Igreja. Quero uma Ação Católica entre as pessoas, na paróquia, na diocese, no país, no bairro, na família, no estudo e no trabalho, no campo, nos ambientes próprios da vida”. 

“Que a Ação Católica ofereça um espaço de acolhimento e experiência cristã a todos que, por motivos pessoais, se sentem cristãos de segunda categoria”. 

“Vocês se propuseram uma Ação Católica em saída, e isso é bom. Em saída significa abertura, generosidade, encontro com a realidade além das quatro paredes da instituição e das paróquias.” 

(MJ)

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Papa: mundo atual precisa de testemunhas do Evangelho

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (27/04), na Sala Clementina, no Vaticano, duzentos e vinte e cinco membros da Papal Foundation, por ocasião de sua visita anual a Roma.   

Essa organização católica estadunidense sustenta obras caritativas em várias partes do mundo, em nome do Papa.

“O nosso encontro é permeado pela alegria do tempo pascal, em que a Igreja celebra a vitória do Senhor sobre a morte e o dom da vida nova no Espírito Santo. Desejo que essa peregrinação à Cidade Eterna os reforce na fé e na esperança, e no compromisso em promover a missão da Igreja, apoiando muitas iniciativas de natureza religiosa e caritativa presentes no coração do Papa.”

“O mundo atual, muitas vezes marcado pela violência, avidez e indiferença, precisa do nosso testemunho da mensagem de esperança na força redentora e reconciliadora do amor de Deus, que emana do Evangelho”, disse ainda o Pontífice, que agradeceu a Papal Foundation por apoiar os esforços da Igreja na proclamação dessa mensagem de esperança até os confins da terra e pelo trabalho em prol “do progresso espiritual e material de nossos irmãos e irmãs do mundo, especialmente nos países em via de desenvolvimento”. 

“Cada um de nós, como membro vivo do Corpo de Cristo, é chamado a promover a unidade e a paz da família humana e de todos aqueles que a compõem, segundo a vontade do Pai, em Cristo.”

O Papa pediu aos membros da  Papal Foundation para “rezar pelas necessidades dos pobres, pela conversão dos corações, a difusão do Evangelho e pelo crescimento da Igreja na santidade e zelo missionário”.

Antes de conceder a bênção apostólica, o Papa Francisco recomendou os membros da fundação e suas famílias à intercessão amorosa de Maria, Mãe da Igreja, e desejou-lhes alegria e paz no Senhor. 

(MJ)

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Cardeal Parolin: Papa jamais pensou renunciar viagem ao Egito

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Cidade do Vaticano (RV) - “O Papa Francisco jamais pensou renunciar a viagem ao Egito”, afirma o secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin em entrevista à Secretaria para a Comunicação, na qual identifica os temas principais da viagem do Santo Padre ao país árabe, esta sexta-feira e sábado (28 e 29 de abril), a qual tem como tema “O Papa da paz no Egito da paz”.

Jamais pensou renunciar a viagem exatamente porque quer fazer-se presente, quer estar onde existem situações de violência, situações de conflito, e neste caso propriamente no Egito, e quer ser mensageiro de paz onde há mais necessidade de anunciar e de trabalhar pela paz.

Certamente o fará com a sua palavra, nos vários encontros, mas o fará, sobretudo e acima de tudo, com a sua presença, uma presença de proximidade, de solidariedade, de encorajamento. Portanto, o Papa irá exatamente porque o Egito necessita de alguém que anuncie a paz e que busque trabalhar pela paz”, explica o purpurado na entrevista.

E sobre o terrorismo e os atentados às igrejas coptas no Domingo de Ramos, “O governo deve fazer tudo que for possível para proteger os cidadãos egípcios, independentemente do grupo social ou religioso ao qual pertençam. Porém, evidentemente, o terrorismo é um desafio muito mais amplo”, pondera o Cardeal Parolin.

Segundo o secretário de Estado vaticano deve-se dar aos jovens “um sentido da vida, devem ser propostos a eles valores pelos quais vale a pena viver, empenhar-se e lutar, ao invés de perder-se neste turbilhão de violência e de destruição que é verdadeiramente insensato”. (RL)

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Egito: nossa enviada ao país que vai receber Francisco

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Cairo (RV) - Daqui um dia terá início a 18ª viagem aspostólica do Papa Francisco, a segunda a um país de maioria islâmica depois da Turquia. De fato, o diálogo inter-religioso é uma das principais motivações desta breve visita.

A cidade do Cairo já está toda enfeitada para a chegada do Pontífice com cartazes e banners espalhados por toda a cidade. Os muçulmanos representam 89% dos quase 90 milhões de habitantes, em sua maioria sunitas e o primeiro compromisso do Papa será justamente com eles, na Universidade de Al-Azhar, onde participará da Conferência pela Paz.

O carmelita ítalo-brasileiro Abuna Patrick fala sobre a importância inter-religiosa dessa visita. 

Outra dimensão igualmente importante da viagem é o ecumenismo, de modo especial com a comunidade copta do país, a mais representativa dos 10% dos cristãos egípcios. A presença cristã no Egito tem suas origens com São Marcos e resiste há dois mil anos, intercalando momentos de convivência pacífica e outros mais delicados.

A visita de Francisco adquire um significado ainda mais especial depois dos atentados no Domingo de Ramos. A reportagem do Programa Brasileiro contatou uma brasileira, muçulmana, que reside em Alexandria há 10 anos. Nane estava a poucos metros da explosão e fez um relato do que viu aos ouvintes da Rádio Vaticano: 


Do Cairo para a Rádio Vaticano, Bianca Fraccalvieri

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Presença do Papa será uma bênção para o país, diz sacerdote copta

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Cairo (RV) – No dia que precede sua 18ª Viagem Apostólica,  o Papa  publicou a seguinte mensagem em seu tweet: “Amanhã irei como peregrino da paz ao Egito da paz”, frase que ilustra o logotipo da visita.

Ainda na quarta-feira, o tweet de Francisco falava da promoção da “amizade e o respeito entre homens e mulheres de diversas tradições religiosas para construir um mundo de paz”.

Mas, quais são as esperanças para esta viagem apostólica? Quem responde à RV é o sacerdote copta Garas Boulos Garas Bishay, Pároco da Igreja Maria Virgem Rainha da Paz, de Sharm el Sheik:

“As esperanças são imensas. A visita do Vigário de Cristo no Egito nos dá arrepios no corpo e no coração”.

RV: Um Egito que está sofrendo muito e passa por muitas tensões. Que bem poderá fazer ao Egito ter um exemplo de diálogo, em tão alto nível?

“Em nível político, o encontro com o Presidente é um bom impulso contra a violência e o terrorismo. Em um segundo nível, o encontro com o Grão Imame de Al-Azhar é um fato incrivelmente forte: demonstrar ao mundo que as religiões não estão em conflito, antes pelo contrário, podem dialogar e podem formar um plano de diálogo e de paz para todo o mundo. Em nível, depois, da unidade da Igreja, o encontro do Papa de Roma com o Papa copta-ortodoxo terá uma grandíssima influência em nível cristão. Também a chegada do Patriarca de Constantinopla acrescentará um elemento de ecumenismo internacional: os líderes das Igrejas colocam-se lado a lado para dialogar pela união da Igreja. E em nível da Igreja Católica, o quarto nível: a Igreja Católica no Egito está passando por um momento muito delicado e terá uma forte injeção de oxigênio nas veias que poderá mover as velas da Igreja rumo ao horizonte do diálogo inter-religioso e interconfessional”.

RV: O senhor é pároco em Sharm el Sheik, uma região do Egito que é meta turística. Como vive a população nesta área, visto a situação tão difícil no Egito?

“Para dizer a verdade, sofremos muito até hoje com a queda do avião russo. O país não retomou o fôlego, tantos jovens que trabalhavam nos hotéis foram mandados embora. Dezenas de milhares tiveram que ir para casa, e ao invés de ajudar as famílias, tornaram-se um peso para elas. Assim, a região sofre muito pela falta do turismo, sobretudo o russo e italiano. Espera-se sempre o melhor, mas cada vez que damos um passo em frente, nos surpreende um ato terrorista como aquele em Santa Catarina, que nos faz dar dez passos para trás”.

RV: Na sua opinião, por que o objetivo do terrorismo é o de isolar o Egito do resto do mundo, de isolá-lo também do turismo?

“O Egito foi contra um plano internacional que foi preparado para a região do Oriente Médio. Com a revolução do povo egípcio – 32 milhões de pessoas nas ruas contra a Irmandade Muçulmana, contra Morsi – dissemos “não” a este plano. As forças internacionais não puderam dizer nada ou fazer nada, mas o plano delas custou tanto e estão ainda procurando realiza-lo de outras maneiras”.

RV: Neste sentido, a Conferência Internacional da Paz da qual tomará parte o Papa Francisco na Universidade de Al-Azhar, no Cairo, poderia ser uma resposta válida para relançar o Egito no caminho do diálogo e da reconciliação?

“Certamente, a presença do Santo Padre, que é realmente considerado um homem santo, um homem de paz, um homem dos pobres, dos marginalizados, dos prisioneiros, das pessoas sem casa, será uma bênção: a influência desta sua presença em meio a nós na terra do Egito, visitada pela Sagrada Família, certamente dará seu fruto. Temos grande esperança”. (SL/JE)

 

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Coptas-ortodoxos e muçulmanos na Missa com o Papa no Cairo

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Cidade do Vaticano (RV) – A preparação da visita do Papa Francisco ao Egito “procede segundo o programa” e a expectativa pela chegada do Bispo de Roma “não diz respeito somente aos cristãos, mas envolve todo o país”.

Foi o que declarou à Agência Fides o Bispo copta-católico emérito de Gizé, Dom Anba Antonios Aziz Mina, observando que um indício do interesse geral pela vista de Francisco será a participação diversificada na Missa celebrada pelo Pontífice no sábado, 29 de abril, às 10 da manhã, no Estádio da Aeronáutica Militar, periferia do Cairo.

“Anteriormente – explica Dom Mina – a Missa seria celebrada em uma estrutura coberta no centro do Cairo. A mudança foi necessária não somente porque o estádio pode ser melhor controlado pelos sistemas de segurança, mas também para assegurar um maior número de lugares disponíveis para aqueles que queiram participar. Os fiéis católicos poderiam ser no máximo 5 a 6 mil, enquanto que o estádio tem capacidade para 20 mil pessoas”.

“Virão também muitos coptas-ortodoxos e cristãos de outras Igrejas e comunidades eclesiais, além de muitos muçulmanos e delegações oficiais, tanto religiosas como civis”.

Logo ao chegar, o Papa fará um giro pelo estádio em um Golf, para saudar os fiéis, acrescenta o prelado.

Expectativa

A grande expectativa pela visita é confirmada também pelos leigos cristãos envolvidos na organização. “Publicidades sobre o evento estão dispostas ao longo das ruas, por tudo, explicou à Agência Ansa o jovem cristão Sami Creta, do Centro de jesuítas em Alexandria. Nas nossas páginas no facebook – diz ele - chegam muitos pedidos, quer de muçulmanos, quer de coptas-ortodoxos e de católicos. Hoje é a notícia principal. Um interesse e uma expectativa confirmados também pelo fato de que estarão presentes representantes governamentais na Missa com Francisco”.

“Daquilo que nos é comunicado pelo facebook – explica o componente do Comitê de mídia – existe muita expectativa pelo discurso do Pontífice. A sua videomensagem circulou muito, foi dada muita atenção a ela. E o governo também se movimentou bastante”.

Tawadros II

Para Samir, “importante será a visita à Igreja de São Pedro, no Cairo. Aguardamos muito a oração com o Patriarca Tawadros II no local do atentado em dezembro passado”.

“Ele levou muito à sério levar em frente o diálogo ecumênico, observa o jovem. A cada ano, em 10 de maio, se celebra a Festa da fraternidade católico-ortodoxa e justamente naquele dia, em 2013, foi ao Vaticano em visita ao Papa. É uma pessoa muito aberta. Fala de Francisco como de um irmão. Será o momento mais verdadeiro e profundo. Também o Pontífice fala seguidamente sobre o “ecumenismo de sangue”, dos mártires que nos unem. E também aqui, a visita à Igreja de São Pedro, alvo de um atentado contra a comunidade copta, é um momento muito esperando”.

Al-Azhar

Em relação à visita à Universidade de Al-Azhar, “esperamos que seja um ponto de partida para um verdadeiro diálogo. Também Al-Azhar tem necessidade de coragem para abrir um novo diálogo que seja real e diga respeito também à liberdade de expressão, observa Samir. O nosso medo é que se transforme somente num fato midiático. Não é a primeira vez que realizam grandes encontros, e existe o temor de que permaneça somente um evento de fachada e não abra a um verdadeiro diálogo na dimensão da paz e dos direitos humanos”.

Para Sami, no entanto, “o momento mais importante” da visita é o encontro com Tawadros II.

(JE com informações da Agência Ansa)

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Frades Franciscanos de Assis em oração pela viagem do Papa ao Egito

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Assis (RV) – A comunidade franciscana do Sacro Convento de Assis, na Itália, seguirá com oração e particular atenção a visita do Papa no Egito “em busca de paz”.

O Padre Mauro Gambetti comenta que, com a intercessão de São Francisco, a viagem apostólica de Francisco nos dias 28 e 29 de abril ao país africano “também abre simbolicamente um caminho para o aniversário de 800 anos do histórico encontro de 1219 entre o Santo da Paz e o Sultão Melek-al-Kamel, entre cristãos e muçulmanos”.

O diretor da Sala de Imprensa do Sacro Convento de Assis, Padre Enzo Fortunato, explica que a visita do Papa traz à mente aquela de São Francisco: “em junho de 1219, Francisco de Assis embarcou para o Oriente e, chegando em Damieta, encontrou o Sultão do Egito Melek-al-Kamel. Foi ele que conquistou Jerusalém em 1187. É lembrado por ser não somente um grande líder, mas também por ter sido um hábil político, conseguindo chegar a um acordo com as forças cristãs derrotadas na Palestina”. (AC)

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Paz, tema que une Pontificados de Roncalli, Wojtyla e Francisco, diz historiador

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Cidade do Vaticano (RV) – Recorre esta quinta-feira, 27 de abril, o terceiro aniversário das canonizações de São João Paulo II e São João XXIII, dois Pontífices que marcaram profundamente a vida da Igreja no século XX. Especialmente o tema da paz, une fortemente Roncalli  e  Wojtyla com o Pontificado de Francisco, como sublinha à RV o historiador da Cattolica, Agostino Giovagnoli:

“O tema da paz certamente foi central para João XXIII, assim como para João Paulo II, apesar da diversidade do período histórico em que viveram. E assim, o mesmo se pode dizer também em relação ao Papa Francisco, que falou por sua vez da terceira guerra mundial em pedaços e da necessidade de combatê-la. É interessante como os Papas, os líderes – digamos assim – desta grande comunidade de fiéis que é a comunidade católica espalhada em todo o mundo, alertem com veemência a exigência de ser portadores de uma mensagem de paz no mundo que está se transformando rapidamente, e do qual da Guerra Fria passamos à situação da pós-União Soviética e depois à grande desordem do mundo atual. Portanto, é também sinal de um novo papel que a Igreja Católica desenvolve nos acontecimentos do mundo”.

RV: O Papa Francisco não perde ocasião para referir-se ao Concílio Vaticano II, portanto claramente João Paulo II é o Papa do Concílio, junto a Paulo VI. O que, na sua opinião, é particularmente presente de Roncalli na pessoa do magistério, das intuições também proféticas que teve este Papa, no pontificado de Francisco?

“Certamente o Pontificado de Francisco recorda de perto o de João XXIII, antes de tudo pelo estilo que é o de uma comunicação humana muito direta, que é o de uma contínua infração das “regras”, que tenderiam a enquadrar também o próprio Papa dentro das lógicas institucionais; estilo que é obviamente antes de tudo um estilo pastoral, mas que é também o estilo de uma Igreja que encontra o mundo: diríamos, com as palavras do Papa Francisco, de uma Igreja em saída”.

RV: Uma Igreja em saída que certamente foi interpretada também por João Paulo II com as suas viagens, os seus encontros... com todos e cada um. Depois existe um dado de caráter biográfico: foi João Paulo II que quis Bergoglio bispo e depois Cardeal, e Francisco que canonizou Karol Wojtyla....

“Sim, certamente, existe esta dupla ligação entre estes dois Papas, ainda que seja bom recordar que se trata de duas figuras em realidades muito diferentes. Toca em relação a isto, também, este sentido da Igreja em saída, presente nas duas figuras de maneira diferente: assim, fala-se de João Paulo II como o primeiro Papa global pelas suas numerosíssimas viagens em todo o mundo e de uma certa maneira também Francisco é o Papa da globalização, seja também um sentido diverso, no sentido de viver em um mundo globalizado, de saber falar em um mundo globalizado, de saber fazer sobretudo uma pastoral das metrópoles que são hoje os locais onde se encontram as contradições da globalização”. (AG/JE)

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Cardeal Tauran já está no Cairo por ocasião da visita do Papa ao Egito

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Cairo (RV) – O presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, já está no Cairo por ocasião da visita de dois dias do Papa Francisco ao Egito, nos dias 28 e 29 de abril.

Segundo informações da imprensa internacional, mesmo tendo viajado por conta própria, o cardeal francês irá se unir às atividades oficiais da viagem apostólica, além de participar de uma conferência internacional sobre a paz organizada pela Universidade Al-Azhar, o mais prestigiado centro acadêmico do Islã sunita. (Ansa/AC)

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Papa a estrelas do balé italiano: “dança é poesia e oração”

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Cidade do Vaticano (RV) – Uma delegação formada por 30 expoentes da dança, entre coreógrafos e bailarinos, encontraram o Papa Francisco ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (26). A saudação aconteceu por ocasião do Dia Internacional da Dança, instituído pela ONU e que será comemorado no próximo sábado, 29 de abril.

“Foi uma grande emoção encontrar o Papa Francisco. Ele disse que a dança é poesia e oração”, comentou a bailarina Carla Fracci, 80 anos e considerada a rainha da dança na Itália, durante um programa da televisão católica italiana, a Tv2000.

“O Papa é uma pessoa extraordinária, um grande homem e uma grande esperança para todos porque tem uma generosidade incrível. É realmente uma alegria imensa ter um Papa tão próximo ao povo, com a sua simplicidade e naturalidade”, finalizou a bailarina. (Sir/AC)

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Guardas Suíços têm nova formação, adequada aos novos tempos

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Cidade do Vaticano (RV) – Quarenta novos recrutas da Guarda Suíça prestarão juramento em 6 de maio, dia em que é recordada a morte de 147 soldados suíços na defesa do Sumo Pontífice durante o Saque de Roma, em 1527. Quatro deles farão o juramento em italiano.

A cerimônia terá como hóspede o Cantão de Obvalden, marcando assim a ligação da Guarda Suíça com a terra de proveniência.

Em 2017 também são festejados os 600 anos de nascimento de São Nicolau de Flüe, um dos Santos Padroeiros dos Guardas, originário, justamente, do Cantão de Obvalden.

Este ano farão o juramento os primeiros guardas que completaram o treinamento seguindo um novo modelo de formação, que incluiu um mês de treinamento no Centro de formação da Polícia do Cantão Ticino, informou uma nota do “exército do Papa”, o menor do mundo.

A nova formação dos recrutas é uma adaptação aos desafios dos novos tempos, que exigem uma preparação sempre maior dos responsáveis pela segurança, que passou a ser uma prioridade.

Mesmo discreta – também pelo estilo e à pedido do Papa argentino – a proteção é eficaz e está bem longe de ser apenas um simples folclore ligado à tradição.

“Depois dos atentados de Paris e Bruxelas há a necessidade de guardas com uma formação profissional”, havia declarado há algumas semanas à mídia suíça o Comandante do Corpo da Guarda, Christoph Graf.

Além das técnicas normais de segurança, os novos recrutas são treinados em procedimentos de primeiros-socorros e combate à incêndio.

A escolha por uma formação mais profissional responde às necessidades de uma época em que os níveis de alerta terrorismo atingem os mais altos níveis. A segurança do Papa e do Vaticano também trabalha em contato com a Polícia e os serviços de inteligência italianos. (JE)

 

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Igreja no Brasil



Card. Scherer: "Leis trabalhistas devem incluir, não excluir"

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Aparecida (RV) - “A reforma da Previdência é necessária, mas deve ser feita de forma a não onerar os pobres e corrigir as distorções que tornariam inviável a previdência social em poucos anos”. A opinião é do Cardeal-arcebispo de São Paulo, Odilo Pedro Scherer, entrevistado pela RV em Aparecida, no âmbito da 55ª Assembleia geral do Episcopado Brasileiro. Dom Odilo aborda também a temática da Assembleia e antecipa os outros temas a ser tratados.

“Este é um debate que já está correndo faz tempo na sociedade, nos âmbitos políticos, e que chegou uma hora que tem que ser enfrentado. A reforma da previdência mas gostaríamos que fosse feita da melhor forma, de modo a não onerar os pobres e a corrigir certas distorções que tornariam inviável a previdência social em poucos anos. A reforma trabalhista também precisa ser feita, nossas leis trabalhistas são de muito tempo atrás; atualmente há muitas distorções que de um lado, dão garantias a quem está no mercado de trabalho, quem tem um emprego, mas que excluem, deixam de fora aqueles que estão fora do mercado de trabalho. Então precisa ser adequada, toda esta legislação trabalhista para abrir mais, dar condições de mais gente entrar no mercado de trabalho formal, regulado pelas leis trabalhistas. 

Ouça a integra de sua entrevista a Silvonei José, clicando aqui: 

(SP/CM)

 

 

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Dom Belisário: "Conta da crise não seja repassada aos pobres"

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Aparecida (RV) - Dom José Belisário da Silva, arcebispo de São Luiz, no Maranhão, participa da 55ª Assembleia geral da CNBB, em andamento em Aparecida (SP). Como já expresso pelo Episcopado, há grande preocupação por parte de toda a Igreja sobre a situação socioeconômica e política do Brasil. No momento em que se discute a reforma da Previdência e na iminência da greve geral convocada para sexta-feira 28/04), Dom Belisário reafirma, em entrevista, a apreensão pela perda de direitos adquiridos pelos brasileiros e se questiona: “Que tipo de reforma teremos?”.

Para o arcebispo, “a conta da crise econômica não pode ser repassada para os pobres”. Ouça a entrevista, clicando aqui: 

“Vamos ter uma declaração, por ocasião do 1º de maio, como temos sempre feito quando cai durante a Assembleia, e naturalmente na declaração estas temáticas serão debatidas. Será expressa uma posição da nossa Assembleia a respeito da conjuntura nacional”.

“Em relação às manifestações previstas para o dia 28, há uma certa imprevisibilidade, não sabemos se realmente o povo brasileiro irá às ruas, porque a mobilização não é tão fácil. Sinto que grande parte dos brasileiros estão desanimados. Todo mundo está trabalhando, produzindo, levando sua vida, às vezes chateados ou sem esperança. Eu digo o seguinte: ‘se houver manifestações significativas, quer dizer que o povo brasileiro tem esperanças’. E isto é muito importante. Vamos esperar e ver o que vai acontecer, vários bispos já se manifestaram a respeito destas manifestações”. 

(SP/CM)

 

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55ª Assembleia dos Bispos: Igreja de discípulos missionários

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Aparecida (RV) - Segundo dia da 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Santuário Nacional de Aparecida. O dia começou com a Santa Missa na Basílica, presidida pelo Núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello e concelebrado pelos novos bispos, isto é, pelos bispos nomeados desde a última Assembleia Geral. 

Os trabalhos do episcopado nacional continuam no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida.

Durante a abertura dos trabalhos no dia de ontem o Arcebispo de Brasília (DF) e Presidente da CNBB, o Cardeal Sergio da Rocha, recordou que a Assembleia Geral deste ano trata de questões importantes para a vida da Igreja como a temática central da iniciação cristã, mas também assuntos do momento nacional brasileiro. Destacou ainda as celebrações do Ano Nacional Mariano e a comemoração dos dez anos da Conferência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), realizada aqui em Aparecida, em 2007.

“Neste ano em que celebramos os dez anos da Conferência de Aparecida, que esta Assembleia nos ajude a redobrar o empenho para ser uma Igreja de discípulos missionários de Jesus Cristo para que Nele, nossos povos tenham vida, para que Nele, o nosso povo brasileiro tenha vida neste tempo tão desafiador de crise política e econômica”, afirmou o cardeal, recordando o contexto por que passa o país.

Refletindo sobre o Ano Nacional Mariano, instituído para a celebração dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora no Rio Paraíba do Sul, Dom Sergio deu graças a Deus por este tempo e manifestou a disposição de imitar Nossa Senhora, “sendo cada vez mais uma igreja santa, servidora, misericordiosa, orante e fiel como Maria”.

Participaram da cerimônia de abertura o Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes; o Prefeito da cidade, Ernaldo César Marcondes; o Reitor do Santuário Nacional, João Batista de Almeida, os quais deram as boas-vindas aos participantes, e o Núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello, que manifestou gratidão ao convite da CNBB e a acolhida dispensada pelos anfitriões.

Segundo Dom Sergio da Rocha, que pediu orações de toda a Igreja no Brasil para a Assembleia, a mesma trata-se de uma experiência privilegiada de partilha fraterna, convivência, oração, estudo, reflexão, “que fortalece a unidade, a comunhão com o episcopado, mas também a unidade com o sucesso de Pedro, o papa Francisco”.

O tema central de reflexão dos bispos neste ano é a “Iniciação à vida cristã no processo formativo do discípulo missionário de Jesus Cristo”, um tema, segundo dom Sergio, de “profunda qualidade, buscando corresponder aos desafios pastorais identificados neste ano pela missão da Igreja e acima de tudo procurando por em pratica as diretrizes gerais da Ação evangelizadora que nos convocam a ser Igreja: casa da iniciação cristã”.

Entretanto, movimentos sociais e sindicatos de todo o Brasil marcam para esta sexta-feira, dia 28 de abril, uma greve geral contra as reformas da Previdência e trabalhista apresentadas pelo Poder Executivo e em tramitação no Congresso Nacional.

Sobre esse momento brasileiro nós conversamos como Arcebispo de Maringá, Pr, Dom Anuar Batisti….

De Aparecida, SP, para a Rádio Vaticano, Silvonei José

 

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Aparecida: Dom Murilo e as manifestações desta sexta-feira

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Aparecida (RV) – O segundo dia das atividades da 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que se realiza no Santuário Nacional de Aparecida começou com a Santa Missa na Basílica, presidida pelo Núncio apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello e concelebrada pelos novos bispos. 

Os trabalhos da Assembleia continuaram no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida e se centralizaram nesta manhã sobre o tema central dedicado à iniciação cristã.

A “Iniciação à vida cristã no processo formativo do discípulo missionário de Jesus Cristo”, busca corresponder aos desafios pastorais identificados neste ano pela missão da Igreja e acima de tudo procurando por em pratica as diretrizes gerais da Ação evangelizadora que nos convocam a ser Igreja: casa da iniciação cristã.

Outro tema ainda em exposição as celebrações do Ano Nacional Mariano e a comemoração dos dez anos da Conferência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), realizada aqui em Aparecida, em 2007.

Dom Joel Portela Amado, Bispo auxiliar do Rio de Janeiro falou sobre a conjuntura eclesial no plenário da Assembleia. Nós conversamos com ele.

Entretanto, movimentos sociais e sindicatos de todo o Brasil marcam para esta sexta-feira, dia 28 de abril, uma greve geral contra as reformas da Previdência e trabalhista apresentadas pelo Poder Executivo e em tramitação no Congresso Nacional.

Sobre esse momento brasileiro conversamos como Arcebispo de Salvador e Vice Presidente da CNBB, Dom Murilo Krieger.

De Aparecida, SP, para a Rádio Vaticano, Silvonei José

 

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Igreja na América Latina



México: bispos discutem emergência migratória

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Cidade do México (RV) – O compromisso da Igreja Católica no México para enfrentar a crise humanitária ligada ao fenômeno da migração. Este é um dos principais temas discutidos na 103ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Mexicana (CEM), em andamento na Cidade do México. 

Recentemente, os bispos mexicanos reiteraram, em um comunicado, o compromisso da Igreja de “apoiar os migrantes da América Central  e do Sul, que cruzam o país para chegar aos Estados Unidos.” A Igreja no México desempenha um papel constante ajudando os migrantes.
 
Entre as várias iniciativas desempenhada pela Igreja Mexicana, destaca-se as setenta casas de migrantes espalhadas pelo país. São estruturas que oferecem as “primeiras boas-vindas” aos migrantes em trânsito. Eles querem mostrar que, para a Igreja ninguém é ilegal  e também dar “apoio espiritual e moral.”
  
Os bispos, além de se expressarem contra a construção de um muro na fronteira entre México e os Estados Unidos, lembram a grave situação de muitos migrantes.    
Numa recente mensagem por ocasião da reunião bianual chamada "Tex-Mex", os bispos das dioceses de fronteira do México e do Texas fizeram um pedido, em particular: ouvir "o grito dos irmãos migrantes." Ao longo dos anos – frisaram  - tem havido "um sistema de imigração falho, devido às condições estruturais e econômicas  que geram ameaças, deportações, extrema violência e impunidade." "Uma situação - sublinharam os prelados - que refere-se tanto à fronteira entre o México e América Central quanto à fronteira entre Estados Unidos e México."

A 103ª assembleia em Cidade do México conta com a participação de 134 bispos das 95 dioceses do México, agrupados em 18 províncias. Um dos objetivos do encontro é também discutir e aprovar a segunda fase do "Projeto Global de Pastoral 2013-2033".  

Alimentam esse projeto - informa a agência Sir - o recente Magistério da Igreja e os discursos pronunciados pelo Papa Francisco na viagem ao México, no ano passado. “O Plano” - disse o secretário-geral do episcopado mexicano, Dom Alfonso Gerardo Miranda Guardiola – “terá como pontos centrais o mistério da Virgem de Guadalupe e o mistério da Redenção de 2.000 anos após a sua realização”. 

(MD)

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Igreja no Mundo



Igreja na Bélgica pede perdão por colonização do país na África

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Bruxelas (RV) - Os bispos da Bélgica voltam a percorrer – com uma Declaração – uma história que “faz parte das páginas mais sombrias da colonização belga na África.” Os prelados recordam os sofrimentos de muitos mestiços, “nascidos de mãe congolesa, ruandesa ou burundinesa e de um pai branco”.

Esses filhos foram considerados “pelas autoridades coloniais, civis e também eclesiásticas” um problema porque fruto de relações fora do matrimônio. Muitos destes mestiços “foram, por conseguinte, arrancados de suas mães e colocados em orfanatos ou em colégios, muitas vezes administrados por irmãs ou religiosos belgas, distantes da família, de seus irmãos e de suas raízes africanas”, ressalta-se no documento.

“Foi para muitos o início de uma ruptura dolorosa”, acrescentam. A partir de 1959 alguns foram enviados à Bélgica e confiados a famílias adotivas.

A Igreja pede perdão e assegura toda sua disponibilidade a abrir seus arquivos. A esperança é que se possam encontrar informações capazes de contribuir para a busca destes filhos mestiços, lê-se no comunicado reportado pela agência Sir.

Os prelados pedem também a todos aqueles que possam dispor de documentos históricos de arquivo que coloquem à disposição tal precioso material.

“Todos os cidadãos, prescindindo de sua origem e cultura, são iguais em dignidade e têm os mesmos direitos e obrigações” – lê-se na Declaração. A Igreja católica defende o pedido legítimo dos mestiços e de seus descendentes de que este princípio fundamental seja plenamente respeitado. (RL)

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Formação



Povos Indígenas em Isolamento Voluntário: são 114 no Brasil

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Cidade do Vaticano (RV) - “O desaparecimento de uma cultura pode ser tanto ou mais grave do que o desaparecimento de uma espécie animal ou vegetal”. A afirmação, contida na Encíclica Laudato sì do Papa Francisco, nos convida hoje a refletir sobre os Povos Indígenas em Isolamento Voluntário, PIIV. 

São povos ou segmentos de povos indígenas que não mantêm contatos regulares ou relações sistemáticas com outros grupos da população. Vivem em condição de vulnerabilidade e de permanente ameaça por causa de projetos extrativos e produtivos que exploram os recursos naturais de seus territórios ancestrais. Estes povos têm um vínculo espiritual, material com a terra; é dela que depende a sua sobrevivência. E os Estados têm a obrigação de respeitar e impor o respeito desta opção, segundo normas e tratados internacionais de direitos humanos. Além do território, devem ser tutelados também a sua identidade cultural e o direito à consulta prévia, livre e informada, base para a sua autodeterminação, além do princípio de ‘não contato’ voluntário.

Em Cuiabá, (MT), representantes de povos indígenas de contato inicial, instituições como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o Centro Amazônico de Antropologia e Aplicação Prática, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), autoridades civis e religiosas, se reuniram no Primeiro Encontro Pan-Amazônico em defesa dos Povos Indígenas em Isolamento Voluntário. Durante alguns dias, no início de abril, dialogaram sobre a situação de vulnerabilidade destes povos, a violação de seus direitos humanos e as perspectivas de articulação dentro e fora da Igreja para a maior proteção de sua existência e identidade cultural.

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) tem como prioridades o diálogo e a escuta dos povos indígenas da Pan-Amazônia, para fortalecer um caminho conjunto em favor do cuidado da vida.

“Reconhecemos as limitações e os acertos que a nossa Igreja teve na História em sua relação com os povos indígenas. No entanto, vemos com esperança a presença de uma Igreja missionária, defensora da vida, companheira; cultural e espiritualmente enraizada; localmente situada, que não dá as costas para a Amazônia; uma Igreja transgressora da ordem opressora, que compreende, convive, aprende e compartilha com os povos indígenas”, diz o comunicado emitido no final do Encontro.

“Eles representam uma contribuição substancial na vida de nossos países e de nossa região, na diversidade cultural e na relação harmônica que mantêm com o território. Antes de tudo, deve prevalecer a proteção dos mais vulneráveis”. Neste sentido, a RAPAM alerta: “Em caso de indício de presença de PIIV em um território, se deve impedir qualquer iniciativa extrativa que possa colocar em risco suas vidas. É preciso também aprender a diferenciar os Povos Indígenas em Isolamento Voluntário dos povos indígenas de contato inicial”.

A REPAM propõe um diálogo fraterno entre os Estados da Pan-Amazônia para evitar a conflitualidade nas fronteiras; mais atenção para as comunidades nativas e principalmente, chama a Igreja presente na Amazônia a unir-se ao chamado pela proteção da vida, ao acompanhamento integral e à compreensão destas realidades. “A Igreja deve fazer uma firme opção preferencial pelos mais vulneráveis de um sistema injusto e desigual”. E como disse o Papa Francisco aos Movimentos Populares na Bolívia, em julho de 2015:

“A primeira tarefa é pôr a economia ao serviço dos povos.Os seres humanos e a natureza não devem estar ao serviço do dinheiro. Digamos NÃO a uma economia de exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta economia mata. Esta economia exclui. Esta economia destrói a Mãe Terra”.

A REPAM assume a vocação de seguir erguendo pontes e propiciando esta união. Convida as organizações sociais e organizações indígenas para caminhar juntos na defesa integral dos Povos Indígenas em Isolamento Voluntário na Pan-Amazônia. Também aprecia os inúmeros esforços da comunidade internacional em favor destes povos, envolvendo-os nesta opção pela vida, pela diversidade cultural e pela biodiversidade, porque esta região deve continuar a ser fonte de vida para o planeta.

Os povos indígenas são bibliotecas vivas. São os guardiões, cuidadores e jardineiros da Amazônia e do Planeta. Cada vez que um povo indígena é exterminado e desaparece, um rosto de Tupaña (Deus) morre. O cosmos, o planeta e toda a humanidade se empobrece”. (Bernardo Satere Mawe, líder indígena)

(CM/Repam)

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Dom Eraldo: clericalismo, empecilho para adesão plena a intuições conciliares

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro semanal “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” continua trazendo a participação do bispo da Diocese de Patos, Dom Eraldo Bispo da Silva. Após ter-nos falado sobre os avanços na caminhada da Igreja na esteira do Concílio, na edição de hoje o bispo desta Igreja particular do sertão da Paraíba fala-nos, ao invés, sobre algumas dificuldades para maior implementação do Vaticano II. 

Evocando palavras do Papa Francisco, o bispo de Patos diz que primeiro temos que superar o clericalismo, reiterando que não raramente o Pontífice tem se referido a este tema. Dom Eraldo aponta o clericalismo ainda como um grande empecilho para a adesão total, plena às intuições conciliares.

Dom Eraldo identifica aí um grande desafio na formação presbiteral, preocupação esta que tem sido “tema de grandes reflexões, de conversa do episcopado brasileiro, com a nunciatura apostólica”, afirma, acrescentando a abertura de escolas para a formação de formadores para os seminários no sentido de abrir os olhos para esta realidade.

Enfim, “o clericalismo tem sido um grande mal para este avanço, esta efetivação das intuições do Concílio”, enfatiza. Vamos ouvir (ouça clicando aima).

(RL)

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