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Sumario del 06/05/2017
- Papa a futuros sacerdotes: amizade com Jesus se manifesta no amor pelos pobres
- Papa: vencer cultura da destruição, é vergonhoso chamar de "mãe" uma bomba
- Papa Francisco à Guarda Suíça: sejam fortes, mas também gentis
- A Semana do Papa - 20
- AG CNBB: experiência de partilha, convivência, oração, estudo e reflexão
- Reflexão para o IV Domingo da Páscoa: Dia do Bom Pastor
- Artigo: CNBB
Papa a futuros sacerdotes: amizade com Jesus se manifesta no amor pelos pobres
Cidade do Vaticano (RV) - Os jovens que escolheram seguir o Senhor no caminho do sacerdócio são chamados a cultivar a amizade com Jesus, que se manifesta de modo privilegiado no amor pelos pobres. Foi o que disse o Papa Francisco ao receber em audiência na manhã deste sábado (06/05), na Sala do Consistório, no Vaticano, a Comunidade do Pontifício Seminário Campano de Posillipo – sul da Itália - , ao todo, cerca de 120 pessoas entre estudantes e formadores. Trata-se da comunidade do Pontifício Seminário Inter-regional da Região da Campania, sul da Itália.
Após ressaltar a particularidade do Seminário fundado em 1912 por vontade do Papa São Pio X, ou seja, o fato de ser um caso singular no atual panorama eclesial italiano – único seminário diocesano na Itália dirigido pela Companhia de Jesus –, o Santo Padre desenvolveu seu discurso articulado em três aspectos da formação em vista do presbiterado: a amizade pessoal com o Senhor Jesus; o discernimento; e o abrir-se sempre mais à dimensão do Reino de Deus.
Educar segundo o estilo de Santo Ignácio – disse o Pontífice – significa, sobretudo, favorecer na pessoa a integração harmônica a partir da centralidade da relação de amizade pessoal com o Senhor Jesus.
Para isso, acrescentou, “é importante conhecer, acolher e reformar continuamente a própria humanidade. Não cansar-se de seguir adiante, reformar: sempre em caminho. Nessa direção, também a formação intelectual não tende a ser o simples aprendizado de noções para tornar-se eruditos – mas vocês não são um dicionário, eh? –, mas quer favorecer a aquisição de instrumentos sempre mais refinados para uma leitura crítica da realidade, a partir de si mesmos”.
Chamar as coisas pelo nome é o primeiro passo para o conhecimento de si e, por conseguinte, para conhecer a vontade de Deus em nossa vida.
“Queridos seminaristas, não tenham medo de chamar as coisas pelo nome, de encarar a verdade de suas vocês vidas e de se abrir de modo transparente e verdadeiro aos outros, sobretudo a seus formadores, fugindo da tentação do formalismo e do clericalismo, que são a raiz da vida dupla, sempre.”
O discernimento foi o segundo aspecto ressaltado pelo Papa. O tempo do seminário é tempo de discernimento por excelência, disse.
“Mas neste tempo o exercício do discernimento deve tornar-se uma verdadeira arte educativa, para que o sacerdote seja um verdadeiro ‘homem do discernimento’. Hoje, mais do que nunca, o sacerdote é chamado a guiar o povo cristão no discernir os sinais dos tempos”, acrescentou.
Para ser especialistas na arte do discernimento é preciso ter, sobretudo, uma boa familiaridade com a escuta da Palavra de Deus, mas também um crescente conhecimento de si mesmos, do próprio mundo interior, dos afetos e dos medos. Para tornar-se homens do discernimento é preciso ser corajosos, dizer a verdade a si mesmos.
“Educar para o discernimento significa ‘expor-se’, sair do mundo das próprias convicções e preconceitos para abrir-se a compreender como Deus nos está falando, hoje, neste momento, neste tempo, neste momento.”
Por fim, afirmou, formar-se para o sacerdócio segundo um estilo inaciano significa abrir-se sempre à dimensão do Reino de Deus, cultivando o desejo do “magis”, daquele “mais” na generosidade do doar-nos ao Senhor e aos irmãos, que sempre estão diante de nós.
Buscar o Reino de Deus significa fugir da lógica da mediocridade e do “mínimo indispensável”, mas abrir-se para descobrir os grandes sonhos de Deus para nós. Buscar o Reino significa buscar a justiça de Deus e trabalhar para que as nossas relações, as comunidades, nossas cidades sejam transformadas pelo amor misericordioso e justo de Deus, que escuta o grito dos pobres, disse ainda o Papa Francisco.
“A busca da verdadeira justiça deve estimular no chamado uma crescente liberdade interior em relação aos bens, aos reconhecimentos deste mundo, em relação aos afetos e à própria vocação. Liberdade interior em relação aos bens: quero ressaltar isso. É o primeiro degrau, não é bonito, eh? Não se esqueçam: o diabo entre pelo bolso, sempre; depois segue a vaidade, e depois o orgulho, a soberba; e assim vai.”
De fato, os jovens que escolheram seguir o Senhor no caminho do sacerdócio são chamados a cultivar a amizade com Jesus, que se manifesta de modo privilegiado no amor pelos pobres, de modo a ser “testemunhas de pobreza, mediante a simplicidade e austeridade da vida, para tornar-se sinceros e críveis promotores de uma verdadeira justiça social”, foi a exortação do Papa Francisco. (RL)
Papa: vencer cultura da destruição, é vergonhoso chamar de "mãe" uma bomba
Cidade do Vaticano (RV) - Vencer a cultura da destruição que chama de “mãe” uma bomba e mostra na TV somente o mal para alcançar audiência. Foi o que afirmou o Papa Francisco num animado diálogo com estudantes participantes do Encontro promovido pela Coordenação Nacional Entidades Locais para a paz e os direitos humanos, recebidos na manhã deste sábado (06/05) na Sala Paulo VI, no Vaticano.
O Santo Padre denunciou novamente a chaga do “trabalho irregular” e exortou todos a fazer mais em defesa do ambiente.
É tempo de enfrentar e vencer sem medo “a cultura da destruição” com a força da mansidão. Francisco lançou este desafio aos jovens estudantes italianos engajados na Coordenação das Entidades locais para a paz.
O Santo Padre agradeceu aos estudantes pela concretude de suas perguntas, nas quais emergiu a angústia por tantas tragédias que afligem o mundo, das guerras à pobreza, bem como a violação dos direitos humanos.
O Papa ressaltou que hoje não há respeito nem mesmo pelas crianças e denunciou que na TV se vêm somente notícias ruins, destruições, porque parece que quanto mais um programa televisivo mostra essas calamidades, mais obtém sucesso.
Vergonhoso chamar uma bomba de “mãe”, é preciso destruição das armas
Francisco recordou a emergência dos migrantes, “a maior tragédia na Europa após a da II guerra Mundial”. Em seguida, dirigiu um pensamento à violência e às guerras que desfiguram a humanidade:
“Estamos vendo a maior tragédia após a II Guerra Mundial. É verdade! Há pessoas boas, há coisas boas no mundo que não são vistas; mas o mundo está em guerra. Digam a palavra vocês, que são a escola da paz: digam ‘O mundo está em guerra’. Que se este bombardeia aí, ‘mas não, é um hospital, uma escola, há doentes, crianças!’ – ‘Ah, não importa!’, e lá vai a bomba. Fiquei envergonhado com o nome de uma bomba: ‘A mãe de todas as bombas’. Olhem, a mãe dá vida! E esta dá morte! E dizemos ‘mãe’ a este aparelho? O que está acontecendo?”
O Pontífice reconheceu a fraqueza de muitos líderes internacionais. E advertiu que de um lado se pede a paz, mas depois se produzem e se traficam armas. “Existem os negociantes – disse – que vendem armas” a quem está em guerra e assim eles ganham com a morte dos outros.
“Trabalho irregular” e exploração são um pecado mortal
Francisco denunciou o tráfico da droga que destrói tantos jovens. Denunciou mais uma vez que no centro da economia encontram-se o dinheiro e o poder ao invés do homem, referindo-se, em particular, à chaga do trabalho irregular, à exploração das pessoas, inclusive de crianças:
“‘Mas Padre, isso é lá, naquele continente distante ou naquele país distante!’ Aqui, na Europa! Aqui! Aqui, na Itália! Aqui! Exploram-se as pessoas quando são pagas de forma irregular, quando lhe fazem o contrato de trabalho de setembro a maio, depois dois meses sem e assim não há continuidade, e depois recomeça em setembro: isso se chama destruição, isso se chama – nós católicos o chamamos pecado mortal, a exploração.”
Ser mansuetos para contrastar a violência também das palavras
O Pontífice deteve-se em seguida sobre o tema, muitas vezes por ele abordado, da tentação das fofocas, um verdadeiro “terrorismo” porque “destrói a pessoa” e encorajou os jovens a “morderem a língua” antes de falar dos outros.
Ao mesmo tempo, advertiu a distanciar-se da violência dos insultos que, observou, se vê por vezes inclusive nos debates políticos. Diante de tudo isso, disse, é preciso uma atitude de mansidão:
“Ser mansuetos, ter uma atitude de mansidão, não significa ser estúpidos; significa dizer as coisas em paz, com tranquilidade, sem ferir, buscar o modo de dizer sem ferir. Mas a mansidão é uma das virtudes que devemos reaprender, reencontrar em nossa vida. E para isso ajuda muito, em nossas conversações, não adjetivar as pessoas. Deixemos isso de lado. Sempre com mansidão. Sempre com aquela atitude mansueta que é contra a violência.”
“Nós - disse com pesar – estamos destruindo o presente mais precioso que Deus no deu: a Criação.” Francisco denunciou os danos provocados pelo consumismo que leva a experimentos em plantas e animais, ao surgimento de doenças raras, a tristes fenômenos como a “Terra dos fogos” ou a poluição do Mar Mediterrâneo.
Por fim, chamou a atenção para o risco de muitas palavras e pouco compromisso após a Conferência de Paris sobre a mudança climática. (RL/AG)
Papa Francisco à Guarda Suíça: sejam fortes, mas também gentis
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã deste sábado (06/05), na Sala Clementina, a Guarda Suíça Pontifícia, por ocasião da festa da corporação e do juramento, na parte da tarde, no Pátio São Dâmaso, no Vaticano, de 40 novos recrutas.
O juramento da Guarda Suíça se realiza todos os anos na data em que se recorda a morte de 147 guardas caídos na defesa do Pontífice durante o Saque de Roma de 6 de maio de 1527.
“Hoje vocês não são chamados a esta heroica oferta da vida física, mas a outro sacrifício não menos árduo: a servir à força da fé. Ela é uma válida barreira para resistir às várias forças e potestades desta terra e, sobretudo, àquele que é ‘o príncipe deste mundo’, o ‘pai da mentira’, que circula como um leão buscando a quem devorar’, segundo dizia o apóstolo Pedro (1 Pd 5,8).”
O Santo Padre convidou os Guardas Suíços a serem fortes e corajosos, mas também gentis, acolhedores e pacientes no serviço realizado no Vaticano:
“Que os peregrinos e os turistas que têm a possibilidade de encontrá-los fiquem edificados descobrindo em vocês, além das características compostura, precisão e seriedade profissional, também generoso testemunho cristão e santidade de vida. Seja essa a primeira preocupação de vocês.”
O Pontífice aproveitou a ocasião para renovar a toda a corporação da Guarda Suíça seu reconhecimento “pela diligência e solicitude com a qual realiza sua preciosa atividade a serviço do Papa e do Estado da Cidade do Vaticano”.
Peço que rezem por mim, ao tempo em que invoco para vocês a proteção da Virgem Santa e de seus patronos São Martinho de Tours, São Sebastião e São Nicola de Flüe – de quem este ano se celebra o sexto centenário, disse o Papa Francisco antes de conceder-lhes a Bênção apostólica. (RL)
Veja como foi a semana do Papa de 30/04 a 05/05
AIS inicia reconstrução de casas no Iraque
Bagdá (RV) - Na próxima segunda-feira (08/05), a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) inaugurará os primeiros canteiros de obras nos povoados de Bartella, Karamless e Qaraqosh, no Iraque.
A cerimônia de inauguração contará com a presença de uma delegação do organismo, guiada pelo secretário-geral, Philipp Ozores, e com representantes das Igrejas sírio-ortodoxa, sírio-católica e caldeia.
Durante o evento serão entregues às primeiras famílias cristãs que voltarão aos seus povoados, algumas mudas de oliveiras, sinal de paz e esperança, que eles depois plantarão no quintal de suas casas.
Este é o primeiro passo para a reconciliação da Planície de Nínive e o retorno dos cristãos aos territórios invadidos em 2014 pelo Estado Islâmico.
“Este é um momento decisivo: se perdermos essa oportunidade de trazer os cristãos de volta às suas casas na Planície de Nínive, eles deixarão o Iraque para sempre”, disse o Pe. Andrzej Halemba, responsável internacional de AIS para o Oriente Médio e presidente da Comissão Reconstrução de Nínive (Niniveh Reconstruction).
Segundo a Agência Sir, essa comissão, instituída em 27 de março passado pelas Igrejas sírio-católica, sírio-ortodoxa e caldeia com a colaboração de AIS, tem a tarefa de planificar e guiar a reconstrução de cerca de 13 mil casas cristãs, 669 das quais completamente destruídas pelo Estado Islâmico.
O custo total da obra é de mais de 250 milhões de dólares e AIS já colocou à disposição uma contribuição de 450 mil euros para a reconstrução das primeiras cem casas.
Tal contribuição entra no Plano Marshall para o retorno dos cristãos à Planície de Nínive, que inclui fornecimento de água, eletricidade e alimento. “Hoje, mais do que nunca é essencial ajudar as famílias cristãs a fim de que não abandonem o Iraque, cancelando séculos de presença cristã”, afirmou Alessandro Monteduro, Diretor de AIS-Itália.
AIS continua apoiando o programa de distribuição de alimentos a 12 mil famílias que fugiram e se refugiaram em Irbil, Dohuk, Kirkuk, Zakho e Alqosh. Até junho próximo, a fundação pontifícia distribuirá mais de 2 milhões de euros de alimentos aos deslocados.
Desde março de 2016, AIS é a única organização que cuida regularmente dos deslocados internos iraquianos e para atender às suas necessidades, de 2014 até hoje, doou mais de 30 milhões de euros.
(MJ)
AG CNBB: experiência de partilha, convivência, oração, estudo e reflexão
Aparecida (RV) – Mais de 350 bispos de todo o Brasil, bispos na ativa e eméritos se reuniram em Aparecida, na “Casa da Mãe”, entre os dias 26 de abril e 05 de maio para a 55ª Assembleia Geral da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Os trabalhos este ano foram centralizados no tema da “Iniciação à Vida Cristã”.
O tema amplamente discutido nestes dias foi votado e aprovado em um documento final, cuja elaboração ficou a cargo de uma comissão montada especialmente para sua elaboração. Durante os trabalhos o texto recebeu acréscimos e agora com a aprovação pelos bispos, o texto será assumido como um documento oficial da CNBB. Um texto de profunda qualidade, que busca corresponder aos desafios pastorais identificados pela missão da Igreja e acima de tudo procura por em pratica as diretrizes gerais da Ação evangelizadora que convoca a ser Igreja: casa da iniciação cristã.
O tema da iniciação à vida cristã, diz respeito à realidade da Igreja presente em todo o Brasil e fala de algumas preocupações da Igreja, por exemplo, a questão da transmissão da fé às novas gerações e a grande preocupação em formar não só adeptos, mas discípulos. Era preciso avaliar e dizer quais caminhos retomar.
A missão então dos bispos reunidos em Aparecida era a de traduzir toda a linguagem muitas vezes técnica em uma forma acessível e concreta para a pastoral. O texto constata que muitas paróquias do Brasil já conhecem a iniciação à vida cristã, mas também o fato de que muitas ainda não chegaram neste ponto, e por isso, o mesmo visa uma retomada dessa caminhada.
É um documento conciso dirigido aos catequistas em primeiro lugar, com linguagem acessível, direta, e com mudança de prática, mas também a todas as lideranças das comunidade, sejam eclesiais, sejam leigas. Questões importantes para a vida da Igreja.
Também presente nas reflexões o momento vivido pelos brasileiros, e como consequência dessas reflexões a divulgação da mensagem “Momento Atual”, na qual os bispos lançam estradas de esperança para uma população sofrida e angustiada por causa da crise econômica, política e social. Crise que atinge a população com a falta de emprego e de horizontes.
A nota sobre o Momento Atual contém uma análise da realidade política e econômica, bem como orientações pastorais à Igreja do Brasil.
Outros os momentos vividos em Aparecida como as celebrações do Ano Nacional Mariano e a comemoração dos dez anos da Conferência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), realizada aqui em Aparecida, em 2007. Tivemos também a celebração ecumênica e a bênção das imagens de Nossa Senhora Aparecida que percorrerão as dioceses e regionais até o encerramento do Ano Nacional Mariano, em outubro.
Foram dias muito intensos nos quais os pastores da Igreja Católica, sob o Manto da Mãe Aparecida, viveram uma experiência privilegiada de partilha fraterna, convivência, oração, estudo, reflexão, que certamente irá fortalecer a unidade, a comunhão do episcopado, mas também a unidade com o sucessor de Pedro, o Papa Francisco.
De Aparecida, SP, para a Rádio Vaticano, Silvonei.
Reflexão para o IV Domingo da Páscoa: Dia do Bom Pastor
Cidade do Vaticano (RV) - «Celebramos hoje o domingo do Bom Pastor, mas o que é um pastor? E mais ainda, bom?
Vamos recordar o que fazia diariamente o pastor de ovelhas em Israel.
Ao anoitecer os pastores traziam suas ovelhas e as colocavam em um aprisco, e enquanto um deles passava a noite em vigília, os demais iam dormir. Quando amanhecia, eles iam até o local onde os rebanhos estavam e uma por uma chamava suas ovelhas, reconhecendo a voz de seu pastor, se dirigiam a ele e ele as levava para pastar e beber.
O ladrão, como frisara Jesus, não entrava pela porta do aprisco, mas pulava o muro de pedras para roubá-las. Já o pastor chegando, era reconhecido pelo vigilante que o deixava entrar pela porta.
O Senhor é o pastor de todo o Povo de Deus, que a cada dia nos chama em meio a tantos afazeres, tantos trabalhos e distrações para nos conduzir, do melhor modo, à resolução de nossas tarefas e necessidades.
O que caracteriza o pastor é dar a vida pelas ovelhas!
Escutamos sua voz e o seguimos, ou o barulho dos outros pastores são mais fortes aos nossos ouvidos e coração?
Certamente o Senhor sabe o que de verdade irá nos satisfazer, mas confiamos n’Ele ou só lhe damos atenção quando estamos doentes e perdidos?
Também é importante não nos deixarmos ser roubados por idéias, ideologias que não são cristãs. Novidades e pseudo verdades que não vêm a nós pelos caminhos naturais, mas nos surpreendem de uma hora para outra e nos tiram a paz e o sossego.
Os chamados do Senhor são conaturais ao nosso modo de ser, alegram o nosso coração e nos saciam.
Por tudo isso, hoje é o dia de orações pelas vocações. Peçamos ao Pai que dê a seu rebanho pastores autênticos, formados pela escola do Coração de Jesus, a escola do serviço, da doação radical ao bem estar do rebanho. Que dê a seu rebanho autênticos ministros do Evangelho, fiéis anunciadores do Reino, intrépidos defensores da justiça e da paz, repletos do Espírito Santo e do amor incondicional a Cristo e ao próximo.
Quantos bons pastores nossa Igreja já teve: Pe. Anchieta, Frei Galvão, Pe. Antônio Vieira, Madre Paulina, Pe. Bento Pacheco, Dom Helder Câmara, Irmã Doroty, Dom Luciano Mendes de Almeida, Dom Aluísio Lorscheider, ...e tantos outros.
Agradeçamos ao Pastor dos Pastores e peçamos por aqueles que nos servem na condução para a Casa do Pai.
Anunciamos com nossa vida, apesar do cansaço e das dificuldades, nossa experiência do Senhor Ressuscitado, vencedor da morte?
Nosso Deus é Companheiro e Senhor da Vida. Basta abrirmos nossa mente e coração e Ele se revelará».
(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o IV Domingo da Páscoa)
Passo Fundo (RV) - Entre os dias 26 de abril a 05 de maio de 2017, realizou-se a 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. Quem é a CNBB? Qual a sua missão? Como é organizada?
No artigo 1º do estatuto da CNBB está descrita a sua natureza e a finalidade: “É a instituição permanente que congrega os Bispos da Igreja Católica no País, (...) eles exercem algumas funções pastorais em favor de seus fiéis e procuram dinamizar a própria missão evangelizadora, para melhor promover a vida eclesial, responder mais eficazmente aos desafios contemporâneos, por formas de apostolado adequadas às circunstâncias, e realizar evangelicamente seu serviço de amor, na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária, a caminho do Reino definitivo”.
É uma conferência e não uma confederação, como algumas vezes de escuta. Segundo os dicionários uma confederação é a reunião de diferentes Estados que reconhecem um governo comum, mas conservam relativa autonomia. Uma conferência tem a marca da conversação sobre interesses comuns, ser um espaço de consulta e deliberação. Portanto, a CNBB não é uma confederação das dioceses brasileiras.
A CNBB congrega os bispos do país para dinamizar a missão evangelizadora. Cada bispo é responsável pela sua diocese, na qual se encontram desafios próprios, mas muitos outros são comuns. Ter um espaço comum de consulta e deliberação é um auxílio indispensável para o bispo exercer o pastoreio na sua diocese. A conferência também tem a missão de ser um espaço de colegialidade dos bispos e troca de experiências pastorais.
Com frequência, a CNBB se manifesta e se posiciona sobre acontecimentos da realidade social, política e econômica. É a visão e a contribuição da Igreja “para realizar evangelicamente seu serviço de amor, na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária, a caminho do Reino definitivo”. Afinal, os cristãos católicos são membros da sociedade e a fé tem implicações éticas.
A Assembleia Geral é o órgão supremo da CNBB. Espaço onde são tomadas as decisões mais importantes, entre elas eleger a presidência, composta por um presidente, vice-presidente e secretário, por um período de quatro anos, sendo permitido apenas uma reeleição. A presidência é assessorada pelo Secretariado Geral.
Sendo que Assembleia Geral acontece uma vez por ano faz-se necessário ter um Conselho Permanente. É o órgão de orientação e acompanhamento para que se executem as decisões da Assembleia Geral.
Como a finalidade fundamental da CNBB é a evangelização existe na sua organização o Conselho Episcopal Pastoral, composto por doze comissões. Ele é o órgão executivo das decisões pastorais da Assembleia Geral e do Conselho Permanente.
Considerando as dimensões continentais do Brasil, a CNBB se divide, atualmente, em 18 regionais. Os regionais são denominados pela localização geográfica e numerados pela ordem de criação na região, muitos deles coincidindo com um Estado brasileiro. Por exemplo, o Regional Sul 3 da CNBB reúne os bispos do Estado do Rio Grande do Sul.
Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo
Crônica: Paraíso e Inferno no Islã e no Cristianismo
Dubai (RV*) - Amigas e amigos, saúdo-os fraternalmente das Arábias, onde o Islã é a religião oficial de todos os países. Somos gratos aos governantes de alguns deles que nos permitem ter nossos lugares de culto e ao mesmo tempo aprender a conviver, em harmonia, com os seguidores de Maomé e conhecer os fundamentos do islamismo.
Tanto a doutrina do Islã como o Cristianismo contemplam a existência do inferno, mas diferem em suas visões.
Para os islâmicos, Paraíso e Inferno serão as moradas finais para os crentes e os condenados, após o Último Julgamento. Eles são reais e eternos. A bênção das pessoas do Paraíso nunca cessará e a punição dos descrentes condenados ao Inferno também não cessará. A visão islâmica é sofisticada e transmite um nível alto de justiça divina. Isso pode ser visto de duas formas. Primeiro, alguns crentes podem sofrer no Inferno por pecados capitais dos quais não se arrependeram. Segundo, tanto o Paraíso quanto o Inferno têm níveis.
O Paraíso é comparado a um jardim eterno de prazeres físicos e deleites espirituais. O sofrimento estará ausente e os desejos do corpo serão satisfeitos. Todos os desejos serão atendidos. Palácios, servos, fortuna, rios de vinho, leite e mel, fragrâncias agradáveis, vozes suaves, parceiros puros para relações íntimas; uma pessoa nunca se entediará ou terá o bastante! É um lugar no qual, prazeres e satisfações terrenas continuam a existir. A bênção suprema, porém, é a visão do Senhor.
Por outro lado, o Inferno tem duas características: é local de tortura e punição para o corpo e a alma; queimaduras por fogo, água fervente para beber, comida escaldante para comer, correntes e colunas de fogo sufocantes nas quais os descrentes serão eternamente condenados, enquanto os crentes pecadores, eventualmente serão retirados do Inferno purificados e entrarão no Paraíso.
No conceito da ressurreição no fim dos tempos, a doutrina islâmica contempla a recuperação do corpo material. A partir daí o paraíso é concebido como um lugar físico onde as pessoas continuam a usufruir das coisas agradáveis da terra ou são privadas delas devido à maldade praticada.
No cristianismo o conceito de ressureição segue o caminho de Cristo que, após ressurgir dos mortos, assumiu um corpo glorioso, não mais submetido aos desgastes e problemas relacionados com a matéria. Céu e inferno não são lugares físicos, quer dizer, não ocupam espaço, mas estado de felicidade ou de sofrimento. As coisas da terra não serão mais necessárias, “Pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu.” (Mt 22,30). Quem encontrou Cristo nos irmãos, será bendito junto ao Pai.
*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano.