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Sumario del 14/05/2017

Papa e Santa Sé

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa no Regina Coeli: "Igreja cuide das crianças"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa dedicou seu encontro com os fiéis na manhã deste domingo (14/05) à peregrinação realizada em Fátima (Portugal) nos últimos dias. Cedo pela manhã, o Pontífice manteve o seu hábito de ir à Basílica de Santa Maria Maior, onde permaneceu por cerca de 20 minutos diante do ícone de Maria Salus Popoli Romani, em ação de graças pelo êxito da peregrinação. 

Papa recorda peregrinação a Fátima

Na Praça São Pedro, antes de rezar a oração Mariana do Regina Coeli, Francisco fez um relato dos momentos mais salientes desta visita aos pés da Virgem Mãe, realizada ‘como peregrino de esperança e de paz’.

Iniciando, o Papa falou do momento de silêncio, em contemplação, que viveu na Capela das Aparições, sexta-feira (12/05), logo após a chegada:

No centro de tudo esteve e está o Senhor Ressuscitado, presente em meio a seu Povo na Palavra e na Eucaristia. Presente em meio aos muitos doentes, protagonistas da vida litúrgica e pastoral de Fátima, como em todo Santuário mariano”.

Em seguida, o Papa lembrou que a Virgem, em Fátima, quis escolher o coração inocente e a simplicidade dos pequenos Francisco, Jacinta e Lucia para depositar sua mensagem:

“Estas crianças a acolheram dignamente, e foram reconhecidas como testemunhas críveis, ao ponto de ser modelos de vida cristã. Sua santidade não é consequência das aparições, mas da fidelidade e do ardor com que corresponderam ao privilégio recebido de ver Maria. Depois do encontro com a ‘bela Senhora’, rezavam frequentemente o terço, faziam penitência e ofereciam sacrifícios pelo fim da guerra e pelas almas mais necessitadas da divina misericórdia”.

“Com a canonização de Francisco e Jacinta, quis propor a toda a Igreja o seu exemplo de adesão a Cristo e de testemunho evangélico, e recomendar a toda a Igreja que cuide das crianças”.

Convidando os fiéis a se deixarem guiar pela luz que provém de Fátima, o Papa lembrou:

“Ainda em nossos dias, precisamos muito de orações e penitência para implorar a graça da conversão, assim como o fim das muitas guerras em tantos lugares do mundo, que se estendem sempre mais, assim como o fim dos absurdos conflitos, grandes e familiares, que desfiguram o rosto da humanidade”.

“Que o Coração Imaculado de Maria seja sempre o nosso refúgio, a nossa consolação e o caminho que nos conduz a Cristo”. 

(CM)

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Apelo: diálogo e amizade social para acabar com violência e guerras

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Cidade do Vaticano (RV) – Domingo, 14 de maio, o Papa Francisco convidou ao diálogo e à reconciliação para acabar com as guerras no mundo, “especialmente no Oriente Médio”, onde muitas pessoas sofrem as “trágicas violências” de questões religiosas ou étnicas

"Confio a Maria, Rainha da Paz, a sorte dos povos atingidos por guerras e conflitos, especialmente no Oriente Médio" disse, da sacada do Palácio Apostólico, de onde rezou o Regina Caeli, oração que substitui o Angelus no tempo pascal.

Francisco prosseguiu dizendo que “atualmente, muitas pessoas inocentes sofrem duramente, cristãs, muçulmanas ou de minorias como os yazidis, que padecem trágicas violências e discriminações”.

“À minha solidariedade, uno a recordação na oração e agradeço as pessoas engajadas que fornecem ajudas humanitárias. Encorajo as comunidades a optar pelo caminho do diálogo e da amizade social para construir um futuro de respeito, segurança e paz, distante de todo tipo de guerra”. 

(CM)

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Papa reza (com a Praça) por todas as mães, inclusive as que estão no céu

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco exortou as instituições a dedicar uma atenção ‘concreta’ à vida e à maternidade neste domingo (14/05) em que na Itália, no Brasil e em vários países do mundo se comemora o Dia das Mães.

O  Pontífice afirmou que este chamado é "particularmente significativo" hoje.

“Recordemos com gratidão e carinho todas as mães, inclusive as que estão no céu”, instou, pedindo aos fiéis presentes na Praça (e todos os que o viam e ouviam) a permanecer alguns instantes em silêncio, rezando pela sua própria.

“Confiemos todas elas a Maria, mãe de Jesus”.

Antes de se despedir, o Papa pediu orações para si e desejou a todos um ‘bom almoço’. 

(CM)

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Papa termina peregrinação à 'Casa da Mãe'

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Fátima (RV) – O Papa Francisco realizou na sexta-feira e sábado uma peregrinação ao Santuário mariano de Fátima por ocasião do primeiro Centenário das Aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria a 3 crianças. Duas delas canonizadas neste sábado, Francisco e Jacinta, a terceira Lúcia, em processo de beatificação.

Pouco mais de 23 horas em terras lusitanas, 4 discursos, sete presentes, dois encontros privados, um almoço com os bispos portugueses e a oração do Terço diante da imagem de Nossa Senhora e a Santa Missa com a presença de milhares de fiéis e peregrinos.

Poucas horas, mas intensas. A paz e a esperança foram o lema da peregrinação ao santuário que tem na paz a sua melhor mensagem.

Francisco veio a Fátima como o peregrino da esperança e da paz acolhendo o convite do Presidente da República e dos Bispos portugueses. Foram momentos vividos com grande alegria pelos portugueses porque, neste centenário, através da presença do Santo Padre a Igreja portuguesa esteve unida à toda a igreja do mundo. Sim, porque sempre que o Papa peregrina é toda a Igreja que peregrina com ele.

Como o próprio Francisco disse aos cerca de 70 jornalistas presentes no avião papal, esta foi uma “viagem um pouco especial, uma viagem de oração, um encontro com o Senhor e com a Santa Mãe de Deus”.

Na grande vigília de oração na sexta-feira Francisco rezou diante da imagem de Nossa Senhora. Ali aos pés da imagem colocou flores e depois uma Rosa de Ouro, pediu paz e concórdia para o mundo, e para os povos. Recordou os pastorzinhos e que podemos também ser peregrinos de todos os caminhos, derrubando muros e fronteiras.

O Papa peregrino foi doce mas preciso em suas palavras, numa mensagem na qual falou de perdão, da humanidade e dos mais fracos. Francisco recordou que não há Cristianismo sem Maria e avisou que é um erro pensar em Deus ou em Nossa Senhora como figuras “castigadoras” do pecado. São misericordiosos.

O Papa Francisco entregou a todos uma pergunta que certamente os peregrinos vão levar na sua bagagem espiritual; Peregrinos com Maria… Qual Maria? Uma “Mestra de vida espiritual”, a primeira que seguiu Cristo pelo caminho “estreito” da cruz dando-nos o exemplo, ou então uma Senhora “inatingível” e, consequentemente, inimitável? A “Bendita por ter acreditado” sempre e em todas as circunstâncias nas palavras divinas, ou então uma “Santinha” a quem se recorre para obter favores a baixo preço? Francisco exortou os fiéis a deixarem de lado as próprias ambições e interesses.

A Praça diante do Santuário ficou pequena para acolher tantos peregrinos que chegaram a dormir ao ar livre para poder ver e ouvir Francisco. Uma verdadeira festa de fé, de cores e louvores.

Muitos dos peregrinos carregaram com orgulho na sua peregrinação a bandeira do seu país. Vieram rezar e pedir pela paz nas suas nações, todos de coração cheio. Vieram e voltam agora para casa com uma mensagem de paz. Carregam em suas bagagens uma experiência ímpar, indescritível. Vieram renovar a fé e deixar aos pés da Senhora de Fátima, todos os desejos, anseios e horizontes. 

Fátima tocou e toca o coração das pessoas, como certamente tocou o coração de Francisco. Também ele trouxe aos pés da mãe os pedidos e anseios de toda uma humanidade; trouxe no coração as preces de uma humanidade ferida e oprimida em tantas situações de guerras, perseguições e injustiças.

E na sua passagem por Fátima Francisco deu à Igreja dois novos santos, duas crianças, os mais jovens santos não mártires a serem canonizados. Um novo capítulo na história da Igreja no que diz respeito à infância.

A peregrinação de Francisco à Fátima certamente ficará na memória deste Santuário e dos peregrinos que o visitam. Deste lugar sagrado o Sucessor de Pedro falou de uma “revolução” centralizada na misericórdia e no perdão, palavras-chave de seu pontificado, a revolução da ternura e do carinho. Com Maria, disse, possamos ser sinal e sacramento de misericórdia de Deus, que perdoa sempre, perdoa tudo.

Francisco concluiu, como tantos outros fiéis a sua peregrinação a Fátima. Ele como tantos outros percorreu o caminho até a “Casa da Mãe”.

De Fátima, para a Rádio Vaticano, Silvonei José

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Francisco: "Falarei da paz, sempre e com todos!"

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Cidade do Vaticano (RV) – A iminente audiência ao Presidente dos EUA, Donald Trump, o modo como o Vaticano enfrenta o combate à pedofilia na Igreja e as aparições em Medjugorie foram os principais temas questionados pelos jornalistas ao Papa, no voo de retorno de Fátima a Roma, sábado (13/05). Ouça aqui: 

Audiência com Donald Trump em 24 de maio

Em relação ao encontro com o Presidente estadunidense, previsto para 24 de maio no Vaticano, um jornalista lhe pediu uma consideração sobre a política de Trump e as evidentes diferenças com algumas de suas mensagens em matéria de imigração e defesa do meio ambiente. Francisco respondeu que “não costuma julgar as pessoas sem ouvi-las antes”:

“Existem sempre portas não-fechadas. Vou procurar as portas semiabertas, entrar e falar sobre coisas comuns e prosseguir, passo após passo. A paz é artesanal, se faz todos os dias; e também a amizade entre as pessoas... o conhecimento mútuo, o respeito... se fazem todos os dias. É preciso ser muito sincero com o que cada um pensa”.

Mensagem de paz, sempre e com qualquer um

Sobre o que dirá ao Presidente, o Papa se comprometeu a repetir a mensagem de paz de Fátima “com quem quer que fale”:

“Paz. De que vou falar eu, daqui para a frente, seja com quem for? Paz”, afirmou. E relatou que, antes de viajar para Portugal, recebeu um grupo de cientistas de diferentes religiões, mas também ateus e agnósticos e, um deles, ateu, disse algo que lhe “tocou o coração”.

“Peço-lhe um favor: diga aos cristãos que amem mais aos muçulmanos. Esta é uma mensagem de paz”, citou.

Aparições em Medjugorie? Continuar indagando!

Em seguida, um dos 70 jornalistas que estavam a bordo lhe perguntou sobre o que pensa das aparições de Nossa Senhora no Santuário mariano de Medjugorie, que desde 1981 despertam tanto fervor religioso.

O Papa questionou a repetição sistemática de relatos de aparições, defendendo a necessidade de aprofundar a situação desta localidade na Bósnia meta de peregrinações de centenas de milhares de católicos todos os anos.

Sendo ou não julgada “digna de fé” pela Igreja, toda aparição “pertence à esfera privada” e cada fiel é livre para acreditar nela ou não, lembrou o Pontífice.

Existe uma Comissão, criada pelo Papa emérito Bento XVI e encabeçada pelo Cardeal Camillo Ruini, que investiga os casos desde 2010 e entregou ao Papa Francisco um relatório em 2014.

“Quanto às aparições atuais, o relatório apresenta dúvidas. Eu pessoalmente sou mais duro, prefiro Nossa Senhora Mãe, nossa Mãe, e não Nossa Senhora chefe de uma repartição, que todos os dias manda uma mensagem a determinada hora. Esta não é a Mãe de Jesus”.

O Papa acrescentou ainda que “estas alegadas aparições não têm tanto valor. Digo-o a título pessoal, mas é claro. Quem é que pode pensar que Nossa Senhora venha dizer: amanhã, à hora tal, direi uma mensagem a tal vidente… Não”, respondeu.

À parte isso, há “o acontecimento espiritual, o acontecimento pastoral, pessoas que vão lá e se convertem, que encontram Deus e mudam de vida... Não há ali uma varinha mágica. Este acontecimento espiritual, pastoral e não se pode negar”, constatou.

Renúncia de Collins e as dificuldades do Vaticano no combate à pedofilia

Os abusos sexuais cometidos por membros da Igreja também foram pauta da coletiva aos jornalistas. O Papa voltou a mostrar a sua determinação em combatê-los, afirmando que não perdoa estes crimes a nenhum sacerdote.

Nunca assinei um indulto”, disse aos jornalistas. A afirmação respondeu à questão relativa à demissão da irlandesa Marie Collins da Comissão Pontifícia para a Tutela de Menores.

Em sua carta de demissão, dirigida ao Papa Francisco, a leiga católica, que foi vítima de abusos, expressou sua “frustração pela falta de cooperação de alguns departamentos da Cúria Romana com a Comissão”.

Segundo o Papa, que conversou pessoalmente com Collins, “ela fez acusações e tem alguma razão, porque há muitos casos atrasados; porque estavam acumulados lá”. Francisco revelou que há um total de 2 mil processos à espera de decisão.

Progressos

“Neste período, foi preciso fazer a legislação e hoje, em quase todas as dioceses, há um protocolo para estes casos: é um grande avanço”, acrescentou, informando que mais funcionários estão sendo adicionados e que o Vaticano está “no caminho certo”.

“Quando um sacerdote é demitido do estado clerical pode recorrer da decisão, mas agora o recurso é estudado por outro tribunal, dirigido pelo Arcebispo de Malta, Dom Scicluna. Quem recorre, tem direito a ter um defensor, mas se se aprovar a primeira sentença, acaba o caso”.  

Sem mais instâncias de recurso, ao condenado resta escrever uma carta de clemência ao Papa que, como afirmou, “nunca assinou uma”.  

O Papa retornou ao Vaticano às 20h locais.

(CM)

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Formação



Reflexão dominical: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida"!

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Cidade do Vaticano (RV) - «O caminho se faz caminhando, essa idéia nos é passada pela liturgia de hoje, especialmente pela primeira leitura. 

Jesus jamais falou em sacerdotes e diáconos, mas em seguidores de sua Palavra, em seus seguidores.

Na leitura dos Atos dos Apóstolos aparece uma situação que exige uma estruturação no serviço aos carentes, concretamente um socorro às viúvas. Para ajudar na solução dessa questão, em clima de oração, é criada a função dos diáconos. Todos têm o dever do anúncio da Palavra e devem estar plenos do Espírito Santo. Anúncio e ação deverão caminhar juntos. A ação é consequência do anúncio e sua expressão concreta.

Seguir Jesus como Caminho, Verdade e Vida é a mensagem central do Evangelho e nos leva a vivenciar a novidade do Amor de Deus por nós, sempre original, descoberto aos poucos e nos plenificando.

Jesus é o Caminho para o Pai. Ele veio do Pai, com o Pai é um e volta para o Pai. Ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e ninguém conhece o Filho a não ser o Pai, nos diz o Senhor (cfr Mt 11,27).

Jesus é a Verdade, a revelação autêntica do projeto de Deus, a manifestação visível e encarnada do amor do Pai. A verdade vos libertará (cfr. Jo 8, 32). Em Jesus nos sentimos plenamente livres e amados.

Jesus é a Vida (cfr. Jo 1,4), é a própria ressurreição, a vida eterna, a Vida!

Muitas vezes em nossa vida surge uma novidade, algo com que não contávamos e que precisamos acolher, dar espaço e lugar. Precisamos saber inserir esse inesperado que parece ter vindo para ficar e modificar nosso dia a dia e até nossa própria vida.

De acordo com as leituras de hoje é necessário que sejamos movidos pelo amor, pelo desejo de servir, que recorramos a Deus na oração e que coloquemos em prática aquilo que o Espírito Santo nos orientar. Quando Jesus fala que vai nos preparar um lugar no Céu, ele nos está prestando um serviço.

Na vida cristã o maior é aquele que serve mais. A vida de Jesus foi um eterno serviço, desde o nascimento até a morte, sem deixar de lado a ressurreição e os atos após ela.

É necessário seguir Jesus, Caminho, Verdade e Vida, que se retirava em oração, ouvia o Pai e agia.

Assim, do mesmo modo como fizeram o Senhor e a primeira comunidade, estaremos anunciando que Deus nos ama e está conosco e, através de nossas ações, de nossos serviços, continua criando o mundo».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos)

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Atualidades



Por que Lúcia não foi canonizada?

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Cidade do Vaticano (RV) - Este 13 de maio de 2017, o Papa Francisco canonizou em Fátima os pastorzinhos Jacinta e Francisco Marto, cuja festa litúrgica será celebrada no dia 20 de fevereiro de cada ano, data do falecimento de Jacinta.

Muitos se perguntam o porquê de Lúcia não ter sido canonizada junto com seus primos, visto ter estado presente nas aparições?

Jacinta e Francisco Marto, os dois irmãos de apenas nove e dez anos, junto com a prima Lúcia dos Santos, tiveram visões de Nossa Senhora pela primeira vez em 13 de maio de 1917, seguindo-se em todos os dias 13 de cada mês, até chegar ao mês de outubro. Nos "encontros celestiais", Maria deixou mensagens sobre acontecimentos futuros e recomendações aos pequenos, entre estas, a de rezar o Rosário diariamente.

Processo de beatificação de Lúcia

A Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, nome que adotou quando professou os seus votos perpétuos, em 31 de maio de 1949, morreu a 13 de fevereiro de 2005 e foi sepultada no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, sendo os seus restos mortais trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima a 19 de fevereiro de 2006, ficando ao lado de sua prima Jacinta.

Três anos após a morte de Lúcia, em 3 de fevereiro de 2008, o Cardeal José Saraiva Martins, então Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, anunciava no Carmelo de Coimbra, que o Papa Bento XVI havia atendido ao pedido do Bispo de Coimbra, Dom Albino Cleto, e de numerosos fiéis em todo o mundo, para que fosse dispensado o período canônico de espera de cinco anos para abertura do processo de beatificação da vidente, autorizando assim a sua antecipação.

A fase diocesana do processo foi aberta por Dom Albino Cleto, em 30 de abril de 2008, e a sua conclusão foi anunciada em 13 de janeiro de 2017. A sessão solene de encerramento do processo decorreu a 13 de fevereiro de 2017, nove anos depois do seu início e 12 anos após a morte da vidente. Imediatamente, a documentação foi enviada para a Congregação da Causa dos Santos, onde está sendo avaliada.

Um longo período que se justificou, segundo a Irmã Ângela Coelho, vice-postuladora da Causa de Canonização da Irmã Lúcia, pela necessidade de analisar a numerosa documentação sobre a vidente, grande parte da qual existente no Vaticano, e de recolher os testemunhos acerca da sua fama de santidade e das suas virtudes heróicas, culminando num volumoso processo de 15 mil páginas que passa, agora, para a fase romana de análise, sob competência da Congregação para as Causas dos Santos.

Jacinta e Francisco

Francisco morreu com 10 anos em 4 de abril de 1919, de febre espanhola e Jacinta, dez meses mais tarde, em 20 de fevereiro de 1920, prestes a completar 10. A fama de santidade dos dois pastorzinhos, logo após as suas mortes, já havia se difundido por todo o mundo.

Nossa Senhora, em 1917, havia dito às crianças que logo levaria ao céu Jacinta e Francisco, e foi o que ocorreu. "Quando Lúcia soube desta notícia, teve medo de ficar sozinha, sem  a companhia dos primos. Então Maria disse a Lúcia para não temer: 'O meu Coração Imaculado será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus'", recordou à RV o Cardeal Angelo Comastri.

O pedido para investigar a santidade dos dois foi iniciado pela Diocese de Leiria somente em 1952 e concluído em 13 de maio de 1989, com o decreto de João Paulo II que reconhecia a “heroicidade das virtudes e a maturidade de fé de crianças não-mártires”, abrindo assim o precedente para o reconhecimento da santidade dos dois.

Na realidade, o obstáculo existente era uma questão de fundo debatida no decorrer do século XX, em relação à possibilidade ou não de levar em consideração duas crianças como candidatos à canonização. A questão foi então resolvida em 1981 por meio de um um documento emitido com este propósito pela Congregação da Causa dos Santos.

Relatos de Lúcia fundamentais para canonizações

Em setembro de 1935, o corpo incorrupto de Jacinta foi trasladado de Vila Nova de Ourém a Fátima. O corpo foi fotografado e o Bispo de Leiria-Fátima, José Alvez Correia da Silva, enviou uma cópia à Lúcia, que havia se tornado uma Irmã dorotéia. Na ocasião, o prelado havia pedido a Lúcia que escrevesse tudo o que sabia sobre a vida de Jacinta. Nascia assim a primeira memória, que ficou pronta no Natal de 1935.

Sucessivamente o bispo pediu que Lúcia escrevesse também suas recordações a respeito de Francisco e os fatos ocorridos em Fátima.

Não fossem estes relatos deixados sobre a breve vida dos dois irmãos, talvez ninguém poderia ter pensado em abrir uma Causa de Canonização, mesmo porque naquele tempo ainda não havia sido decretado o reconhecimento de "exercício das virtudes em grau heróico" também para os pequenos.

Beatificação e canonização

O milagre atribuído à intercessão de Francisco e Jacinta, e que levou à beatificação dos dois por João Paulo II em 13 de maio do ano 2000, foi reconhecido em 1999. Já o que abriu o caminho para a canonização, foi reconhecido em 23 de março passado, e diz respeito ao menino paranaense Lucas, que na época tinha seis anos.

A Postuladora da Causa, Ângela de Fátima Coelho, afirmou que "o processo de canonização dos pastorzinhos é o reconhecimento diante do Povo de Deus de que estas crianças, que encarnam o acontecimento de Fátima, chegaram, como diz a carta aos Efésios, «ao homem adulto, à medida completa da plenitude de Cristo».

Neste mesmo sentido, considera o Prof. Antonino Grasso, mariólogo, docente no Instituto Superior de Ciências Religiosas "São Lucas" de Catânia, Itália, e especialista em Fátima:

"Quando os videntes testemunham com a sua vida que seguem as indicações da mensagem da Virgem e alcançam os mais altos graus da santidade, é claro que são um testemunho concreto da veracidade das aparições que afirmaram. Portanto, é importante sob este aspecto a canonização dos dois pastorzinhos porque eles, tendo recebido a mensagem da Virgem, a colocaram em prática em suas brevíssimas vidas, seguindo as indicações sobretudo da Virgem que pedia a eles para rezar pela paz, mas sobretudo de sacrificar-se pelos pecadores".

(JE)

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Evento na ONU celebra N. Sra. de Fátima

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Nova York (RV) - O embaixador de Portugal, Álvaro Mendonça e Moura, a chefe de gabinete do secretário-geral da ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, e o Observador permanente da Santa Sé na ONU, Arcebispo Bernardito Auza, participaram de evento na sede da ONU sexta-feira (11/05) em homenagem ao centenário das Aparições de Fátima.  

O Núncio Auza, em seu pronunciamento, pediu também orações pelo fim do terrorismo, da perseguição religiosa, étnica e racial, das repressões totalitárias, dos carteis das drogas e do crime organizado; do tráfico de pessoas e de muitas outras formas de escravidão moderna e de insurreições que geram violência e ódio.

As mensagens de paz trazidas pelas aparições de Fátima há cem anos permanecem atuais, disse o embaixador de Portugal junto às Nações Unidas, Álvaro Mendonça e Moura.

"A mensagem de paz que Fátima trouxe há 100 anos é uma mensagem fundamental e que continua sendo de inteira atualidade e que é uma mensagem nuclear no trabalho das Nações Unidas.  Todo o esforço das Nações Unidas de manutenção da paz, de procura da paz, é um esforço que está na linha daquilo que foi a mensagem que Nossa Senhora de Fátima trouxe há 100 anos aos pastorzinhos."

Papa Francisco

Ao lado da representação da Santa Sé na ONU, a Missão de Portugal junto às Nações Unidas organizou um evento para celebrar o centenário das Aparições de Fátima. A primeira aparição teria ocorrido em 13 de maio de 1917.  

 Crianças

Marta Santos Pais, representante especial do secretário-geral sobre violência a crianças, teve uma audiência no mês passado com o o Pontífice, no Vaticano, e afirmou que ele apoia o trabalho da ONU de proteção aos menores.

"O Papa tem tido uma preocupação muito particular pela proteção da criança contra a violência, tem definido a violência como uma praga dos dias de hoje e tem sido um extraordinário aliado na causa que nós todos promovemos de criar um mundo onde a violência não tenha lugar."

No evento, o Padre Roger Landry, da Missão da Santa Sé junto às Nações Unidas também falou sobre as Aparições de Fátima. Ele afirmou que "a mensagem principal é a mensagem de paz que a Nossa Senhora anunciou aos pastorzinhos há cem anos."

(ONU News/RV)

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