Sumario del 22/05/2017
- Papa: abrir o coração ao Espírito Santo para testemunhar Jesus
- Papa às Pias Discípulas: "Capítulo Geral, tempo de êxodo e hospitalidade"
- Papa ao Cardeal Bagnasco: agradeço por ter tido paciência comigo
- Papa Francisco: "estava sempre no gol, porque era perna de pau"
- Papa recebe presidente irlandês: atenção especial aos jovens e famílias
- Siga ao vivo a Audiência que o Papa concederá a Trump
- Pe Spadaro: diplomacia de Francisco constrói pontes e abate muros
- Duas novas coleções de DVS apresentam o Vaticano e seus Museus
- Frutos espirituais positivos em Medjugorje, avalia Dom Henryk Hoser
- Santuário do Despojamento inaugurado em Assis
- "Noite Sacra", oportunidade para entrar em relação com o espírito
- Trump na Arábia Saudita: nasce um Centro contra o terrorismo
- Diretor da Unaids alerta jovens: Aids não é coisa do passado
- Prefeito eleito de Belém, na Terra Santa: ocupação deve acabar
- Rota Jesuítica espera bênção de Francisco
Papa: abrir o coração ao Espírito Santo para testemunhar Jesus
Cidade do Vaticano (RV) – Somente o Espírito Santo nos ensina a dizer: “Jesus é o Senhor”. Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa matutina (22/05) na Casa Santa Marta. O Pontífice destacou que devemos abrir o coração para ouvir o Espírito Santo e, assim, poder testemunhar Jesus Cristo.
Francisco desenvolveu sua homilia a partir do longo discurso de Jesus aos seus discípulos na Última Ceia. O Papa falou de modo especial sobre o Paráclito, o Espírito Santo, que – observou – nos acompanha e “nos dá a segurança de sermos salvos por Jesus”. O Espírito Santo é o Defensor enviado por Jesus para nos defender diante do Pai.
O Espírito Santo, companheiro de caminhada da Igreja
Francisco recordou que é o Espírito Santo que nos ensina a dizer: ‘Jesus é o Senhor”:
“Sem o Espírito, nenhum de nós é capaz de dizer, ouvir e viver Jesus. Em outras partes deste longo discurso, Jesus diz do Espírito: ‘Ele os conduzirá à plena Verdade’, nos acompanhará rumo à plena Verdade. ‘Ele lhes fará lembrar de todas as coisas que eu disse; lhes ensinará tudo’. Isto é, o Espírito Santo é o companheiro de caminhada de todo cristão, é o também o companheiro de caminhada da Igreja. E este é o dom que Jesus nos dá”.
Abrir o coração ao Espírito Santo para que possa entrar
O Espírito Santo, disse, é “um dom: o grande dom de Jesus”, “aquele que não nos deixa errar”. Mas onde mora o Espírito?, perguntou o Papa. Na Primeira Leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos, encontramos a figura de Lídia, “comerciante de púrpura”, alguém que “sabia fazer as coisas”, a quem “o Senhor abriu o coração para aderir à Palavra de Deus”:
“O Senhor abriu o seu coração para que o Espírito Santo entrasse e ela se tornasse discípula. É justamente no coração que levamos o Espírito Santo. A Igreja o chama como ‘o doce hóspede do coração’: está aqui. Mas num coração fechado ele não pode entrar. ‘Ah, então onde se compram as chaves para abrir o coração?’. Não: também este é um dom. É um dom de Deus. ‘Senhor, abra-me o coração para que entre o Espírito e me faça entender que Jesus é o Senhor’”.
O Papa reiterou que esta é uma oração que devemos fazer nesses dias: “Senhor, abra-me o coração para que eu possa entender aquilo que Tu nos ensinaste. Para que eu possa recordar as Tuas palavras. Para que eu chegue à plena verdade”.
Abrir realmente o coração
Portanto, coração aberto “para que o Espírito entre, e nós, ouvir o Espírito”. Dessas duas Leituras é possível fazer duas perguntas:
“Primeira: eu peço ao Senhor a graça de ter um coração aberto? Segunda pergunta: eu busco ouvir o Espírito Santo, as suas inspirações, as coisas que Ele diz ao meu coração para que eu prossiga na vida cristã, e possa testemunhar também eu que Jesus é o Senhor? Pensem nessas duas coisas hoje: o meu coração está aberto e eu faço o esforço de ouvir o que o Espírito de me diz. E assim iremos avante na vida cristã e daremos também nós testemunho de Jesus Cristo.”
Papa às Pias Discípulas: "Capítulo Geral, tempo de êxodo e hospitalidade"
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira (22/05), na Sala do Consistório, no Vaticano, cinquenta e três participantes do 9º Capítulo Geral das Pias Discípulas do Divino Mestre.
O Capítulo Geral das religiosas teve início, em Roma, no dia 10 de abril e prossegue até 28 de maio, sobre o tema “Vinho novo em odres novos”. No último dia 10, foi eleita a nova Superiora Geral, Ir. M. Micaela Monetti, que exercerá o cargo até 2023. Este é o segundo mandato da religiosa.
Comunhão
O Papa desejou às Pias Discípulas do Divino Mestre que esse tempo do Capítulo Geral traga frutos abundantes do Evangelho na vida do Instituto.
“Frutos, sobretudo, de comunhão. Abertas ao Espírito Santo, Mestre da diversidade e Mestre da unidade nas diferenças, vocês caminharão na comunhão que respeita a pluralidade, que as impulsione a tecer incansavelmente a unidade nas diferenças legítimas, considerando a sua presença em vários países e culturas. Como permitir a cada um de se expressar, de ser acolhido com os seus dons específicos, de se tornar plenamente corresponsável? Cultivando a atenção e o acolhimento recíproco, praticando a correção fraterna e o respeito pelas irmãs vulneráveis, crescendo no espírito de viver juntas, banindo das comunidades as divisões, invejas e fofocas, dizendo as coisas com franqueza e caridade.”
Carismas
Francisco destacou os frutos de comunhão com os homens e mulheres de nosso tempo, com os irmãos e irmãs da Família Paulina, pois as Pias Discípulas do Divino Mestre tem como pai e fundador Pe. Tiago Alberione, e a missão de levar o Evangelho aos homens e mulheres de nosso tempo, “através do apostolado litúrgico e auxílio aos sacerdotes”.
Frutos de comunhão com outros carismas. “É o momento da sinergia de todos os consagrados para acolher as riquezas de outros carismas e colocá-los a serviço da evangelização, permanecendo fiéis à própria identidade. Ninguém constrói o futuro isolando-se, nem com as próprias forças”, disse o Papa.
Escuta
“O Capítulo Geral é tempo de ouvir o Senhor que nos fala através dos sinais dos tempos. Tempo de escuta recíproca e abertura ao que o Senhor nos comunica através dos irmãos. Tempo de confronto sereno e sem preconceitos entre os próprios projetos e os dos outros. Tudo isso requer abertura da mente e do coração.”
“O Capítulo Geral é um tempo propício para exercer o espírito do êxodo e da hospitalidade: sair de si para acolher com alegria a parte da verdade que o outro me comunica e juntos caminhar para a verdade plena e única que nos torna livres”.
Discernimento
“Ouvir as irmãs, como também os homens e as mulheres de hoje. Nesse tempo de grandes desafios, que exigem dos consagrados fidelidade criativa e busca apaixonada, a escuta e a partilha são muito necessárias, se quisermos que a nossa vida seja plenamente significativa para nós mesmos e para as pessoas que encontramos.”
“Para tal objetivo é necessário manter um clima de discernimento, para reconhecer o que pertence ao Espírito e o que é contrário a Ele. Diante de nós se abre um mundo de possibilidades. A cultura em que estamos imersos nos apresenta todas como válidas e boas, mas se não quisermos ser vítimas da cultura do zapping, e às vezes de uma cultura de morte, devemos incrementar o hábito do discernimento, nos formar e formar para o discernimento. Nunca se cansem de se perguntar como indivíduo e comunidade: Senhor, o que devo fazer? O que devemos fazer?”
Profecia
Segundo Francisco, “o Capítulo é também tempo para renovar a docilidade ao Espírito que anima a profecia. Este é o valor irrenunciável para a vida consagrada, pois é uma forma especial de participação na missão profética de Cristo”.
O Papa encorajou as religiosas a viverem “a profecia da alegria, aquela que nasce do encontro com Cristo numa vida de oração pessoal e comunitária, de escuta da Palavra, no encontro com os irmãos e irmãs, numa vida comunitária fraterna e alegre, inclusiva da fragilidade e que abraça a carne de Cristo nos pobres”.
Francisco incentivou as Pias Discípulas do Divino Mestre a serem “profetas da esperança com os olhos voltados para o futuro”. “Como todos os discípulos de Jesus sabemos que a esperança é para nós uma responsabilidade. Jesus Cristo é a nossa esperança. Nele depositamos a nossa confiança e com a força do Espírito Santo podemos ser profetas da esperança. Não se unam aos profetas da desgraça que fazem tanto mal à Igreja e à vida consagrada”, concluiu.
(MJ)
Papa ao Cardeal Bagnasco: agradeço por ter tido paciência comigo
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco abriu na tarde desta segunda-feira (22/05), na Sala do Sínodo, no Vaticano, 70ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI), que até a próxima quinta-feira deverá levar à eleição do novo presidente.
De fato, a assembleia deverá identificar os três possíveis candidatos para a sucessão do presidente que deixa o cargo, Cardeal Angelo Bagnasco, que é também arcebispo de Gênova, cuja arquidiocese será visitada pelo Pontífice no próximo sábado.
Em seu discurso, o Papa quis ser claro expressando o desejo de um diálogo sincero e genuíno com os bispos italianos. “Quero agradecer ao Cardeal Bagnasco por estes dez anos de serviço na presidência e também pela paciência que teve comigo, porque não é fácil trabalhar com este Papa. Ele teve muita paciência e agradeço muito a ele por isso”, disse o Pontífice.
O novo mecanismo prevê que os bispos escolham um terno de candidatos à presidência, mas depois a última palavra será do Papa. Francisco recordou sua relação de amizade com o Cardeal Bagnasco e a sua visita a Gênova no próximo sábado.
“Posso dizer que nos queremos bem e é uma amizade bonita. Tenho apenas um receio: quanto me fará pagar no próximo sábado para entrar em Gênova”, disse Francisco em tom de brincadeira arrancando sorrisos dos senhores bispos.
“Prepare-se, prepare-se”, respondeu o Cardeal Baganasco. “Os genoveses nada farão”, acrescentou o Santo Padre. “Não haverá nenhum desconto”, precisou o purpurado.
Seguiu-se um momento privado entre o Papa e os bispos – sem a presença da imprensa – realizado no signo do diálogo. Antes disso, o Pontífice precisou:
“Quando aquele que preside não permite o diálogo, semeia o ‘disse me disse’ e isso é pior. Dialoguemos entre nós, estou disposto também a ouvir opiniões que não me agradem. Podem falar com toda liberdade”, enfatizou Francisco.
A Assembleia Geral tem como tema “Jovens, para um encontro de fé”. Entre outros assuntos da agenda, o caminho de preparação para a próxima Semana Social (Cagliari 26 a 29 de outubro 2017), as normas sobre o regime administrativo dos tribunais eclesiásticos na Itália e uma série de deveres legais e administrativos. Quarta-feira, às 8h30 locais, os bispos concelebrarão a Eucaristia na Basílica de São Pedro. Quinta-feira, 25 de maio, às 13h30, na antessala da Sala Paulo VI, será realizada a coletiva de imprensa final. (RL/SP)
Papa Francisco: "estava sempre no gol, porque era perna de pau"
Cidade do Vaticano (RV) – Futebol, vocação, máfia e respeito: estes foram alguns dos temas do encontro do Papa Francisco com os paroquianos da paróquia de São Pedro Damião de Acilia, município ao sul de Roma. Na tarde de domingo, o Pontífice deixou o Vaticano para visitar a 15ª paróquia na periferia da capital italiana.
Na programação do Papa, constava a celebração da missa, o encontro com as crianças e os jovens, com os assistidos pela Caritas local e com os membros do caminho neocatecumenal.
Perna de pau
Com as crianças, Francisco recordou os tempos em que jogava futebol, mas era escalado sempre para ficar no gol, pois era «pata dura» (perna de pau).
Depois, lembrou as travessias com os irmãos, de se jogar com o guarda-chuva do balcão para brincar de paraquedas. “Meu irmão está vivo por milagre”, afirmou. E falou de sua vocação, quando aos 16 anos sentiu de modo fulminante o chamado para se tornar sacerdote. Por fim, evocou o respeito por todos, mãe, pai, avós, “que fazem tantos sacrifícios”, respeito pelos bons e malvados, inclusive pelos mafiosos.
Aos neocatecúmenos, Francisco afirmou que a Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração.
Depois de confessar quatro paroquianos, o Pontífice abraçou doentes, idosos e pais de crianças batizadas e celebrou a missa, como fizeram Paulo VI em 1972 e João Paulo II em 1988.
Linguagem da doçura
Em sua homilia improvisada, o Papa falou que a linguagem do cristão é uma linguagem de doçura e respeito.
“E isso pode nos ajudar a pensar em como é o nosso comportamento de cristãos: é um comportamento de doçura ou de ira? Ou amargo? É feio ver pessoas que se dizem cristãs mas são cheias de amarguras.”
E contou que, uma vez, um pároco lhe disse que alguns dos paroquianos podiam comungar da porta da Igreja, de tão comprida a língua. Alguns de vocês podem me dizer: ‘mas, padre, sempre o mesmo assunto!’. Mas é a verdade, isso nos destrói. Desculpem se insisto, mas creio que este seja o inimigo que destrói as nossas comunidades: a fofoca”.
Papa recebe presidente irlandês: atenção especial aos jovens e famílias
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira (22/05), no Vaticano, o presidente da Irlanda, Michael D. Higgins, acompanhado de sua consorte e comitiva. Em seguida, o mandatário irlandês encontrou-se com o secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, e o secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher.
-Segundo comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, já no início dos cordiais colóquios foram evocadas as construtivas relações que unem a Santa Sé e a Irlanda, e a colaboração entre si.
Em seguida, detiveram-se sobre algumas temáticas de interesse comum, como a salvaguarda dos direitos do homem e da sua dignidade em todo estágio e condição de vida; a questão migratória e o acolhimento dos refugiados; a tutela do ambiente e o desenvolvimento sustentável. Ainda segundo o comunicado, foi dada atenção especial aos jovens e às famílias.
Foi também ressaltada a importância dos critérios éticos para enfrentar os desafios que a globalização comporta, sobretudo a nível econômico. Por fim, houve uma troca de opiniões acerca das perspectivas futuras do projeto europeu. (RL)
Siga ao vivo a Audiência que o Papa concederá a Trump
Cidade do Vaticano (RV) – A Rádio Vaticano vai transmitir ao vivo a Audiência que o Papa Francisco vai conceder ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira (24/05).
A transmissão extraordinária terá início às 3h15 da madrugada (horário de Brasília), 8h15 de Roma.
O encontro entre Trump e Francisco acontecerá antes da Audiência Geral na Praça São Pedro.
Após o encontro com o Santo Padre, o Presidente dos Estados Unidos terá um colóquio com o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin e com o Secretário para as Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher.
Neste meio tempo, por sua vez, a Sra. Trump visitará a Capela Paulina e a Sala Regia. Após a conclusão das conversações, o Presidente e a Primeira Dama visitarão a Capela Sistina e a Basílica de São Pedro. Após, Melania Trump visitará o Hospital pediátrico Bambono Gesù, por volta das 11h15min, precisa uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé.
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Pe Spadaro: diplomacia de Francisco constrói pontes e abate muros
Roma (RV) - "A Atlas de Papa Francisco. Como o Papa vê o mundo?" foi o tema da mesa-redonda realizada no dia 20 de maio na sede da revista dos jesuítas "La Civiltà Cattolica" em Roma.
Em entrevista à Rádio Vaticano, o diretor da publicação, Padre Antonio Spadaro, falou sobre os critérios quenorteiam a ação diplomática do Santo Padre, marcada pela misericórdia e pela cultura do encontro:
"Encontrando nós jesuítas da Civiltà Cattolica, o Papa disse que a crise é global e que portanto é necessário dirigir o nosso olhar aos critérios por meio dos quais vemos o bem e o mal no mundo, procurando entender como funciona. Neste sentido, o Papa vê o mundo como uma realidade complexa de grande diversidade onde o risco é que sejam construídas barreiras, que sejam construídos muros. Muitas vezes referiu-se ao risco de populismos e nacionalismos que fecham as nações dentro de si mesmas. Assim, o Papa vê o mundo como abraçado por um desejo de encontro, de superação das barreiras, mas também um mundo em que existem feridas abertas que podem, porém, se tornar portas. Foi assim, por exemplo, para Lampedusa e para a Ilha de Cuba. Portanto, poderíamos dizer um mundo em movimento, que porém, tem necessidade de uma alma".
RV: Obviamente quando se fala de Atlas, o pensamento se volta, naturalmente, para as viagens do Papa. O senhor escreveu várias vezes que muitas destas viagens, como por exemplo ao Egito, têm um "valor terapêutico". Qual o significado desta expressão?
"O Papa ama confrontar-se com a realidade assim como é, e muitas vezes esta realidade é dramática. Existem fortes tensões nos países que o Papa tocou, ao menos em muitos destes países estão acontecendo tensões muito fortes e o Papa quis tocar com a mão, às vezes até mesmo os próprios muros fisicamente, os muros que existem, como foi em sua viagem à Terra Santa, o muro de Auschwitz - que tem um valor histórico - e situações complexas e de divisões, como foi em Cuba, em Bangui, etc. Portanto o Papa quer confrontar-se com esta dramaticidade, mas quer fazê-lo como fez o Senhor, isto é, tocando com a mão para curar e então a sua abordagem e o seu contato direto, eu diria físico, com esta realidade complexa e difícil e cheio de tensões é um contato que quer restabelecer a fluidez, os contatos, as pontes. Quer curar as feridas".
RV: O Papa Francisco propõe uma "diplomacia da misericórdia" - afirmou recentemente o Premier italiano Gentiloni em um encontro promovido pela Civiltà Cattolica. Quais seriam, na sua opinião, os pontos fortes em que se expressa esta diplomacia assim tão particular?
"Substancialmente significa que nunca nada deve ser considerado como definitivamente perdido, não somente nas relações entre as pessoas, mas também entre os Estados ou entre os vários quadrantes conflituais encontrados hoje em nosso mundo. Assim, neste sentido, o Papa é aberto ao diálogo com todos, porque sabe bem que muitas vezes não está em jogo o bem contra o mal, mas é toda uma questão de interesses, e portanto é necessário falar com todos, porque somente deste modo se consegue alcançar uma solução mediada, portanto diplomática, sabendo que nunca nada deve ser considerado como perdido".
RV: Em 24 de maio o Papa Francisco receberá no Vaticano o Presidente estadunidense Trump. O Papa disse aos jornalistas no voo de volta de Portugal: "Escutarei ele sem preconceitos". Aqui se percebe também o realismo do cristão, poderíamos dizer com a Evangelii gaudium, de que "a realidade é superior à ideia"...
"Para o Papa sempre a realidade é superior à ideia e o encontro é superior a qualquer outra coisa, porque o Papa não raciocina em termos de ideias ou de preconceitos. Portanto é perfeitamente consciente das dificuldades que existem em cada encontro, mas ao mesmo tempo não quer colocar premissas, "a prioris", prefere encontrar as pessoas e naquele contexto ser sincero, franco. Somente a partir de um encontro, de um encontro realístico em que cada um diz aquilo que pensa, é possível sair com perspectivas para o futuro".
(AG/JE)
Duas novas coleções de DVS apresentam o Vaticano e seus Museus
Cidade do Vaticano (RV) - "Na Descoberta dos Museus Vaticanos"e "Na descoberta do Vaticano e dos Museus Vaticanos": estes são os títulos da nova coleção de DVDs apresentada em uma coletiva de imprensa na sexta-feira (19/05), nos Museus Vaticanos.
Produzidos pelo Centro Televisivo Vaticano (CTV), em colaboração com Rai Com, os DVDs tem como guia o divulgador científico Alberto Angela, que acompanha o espectador em um inédito percurso dentro da Cidade do Vaticano e de seus Museus. A Rádio Vaticano conversou a este respeito com Barbara Jatta, Diretora dos Museus Vaticanos:
"Queremos mostrar a complexidade destes Museus que têm uma declinação no plural, porque são realmente um complexo de coleções diferentes, de museus diferentes, de arte, história e cultura e também de fé. São precisamente declinações de tipologias diversas".
RV: Existe algum aspecto inédito dos Museus Vaticanos que é revelado nestes DVDs?
"Sim, existem porque são também tantos lugares que geralmente não são abertos ao grande público, que foram claramente filmados e comentados por nossos 14 curadores, coordenados pelo esplêncido Alberto Angela".
Os DVDs - em oito línguas - representam uma oportunidade - para quem já visitou os Museus - para descobrirem coisas novas. Ao mesmo tempo, para aqueles que ainda não conseguiram visitá-lo pessoalmente, uma oportunidade de poder conhecê-los em uma viagem virtual, como nos explica Monsenhor Dario Viganì, Prefeito da Secretaria para a Comunicação:
"É uma grande viagem, porque a bem da verdade trata-se de seis DVDs: três são uma viagem na descoberta do Vaticano - não o Vaticano das grandes cerimônias, mas o Vaticano um pouco escondido, cotidiano, do trabalho - e depois outros DVDs são um caminho pelos vários corredores, as salas dos Museus. A novidade é que ele se torna a coleção oficial dos Museus Vaticanos. A coisa mais importante é esta: é em oito línguas e entre estas o russo, o chinês e o japonês, porque pensamos que existe uma vasta população com desejo de conhecer este tesouro artístico, um tesouro de história, de arte, de fé, de valores e portanto, é precisamente uma operação a serviço do serviço cultural".
RV: Que tipo de mensagem chegará a quem o assistir?
"Para quem o assistir pela primeira vez, ou antes de vir a Roma para visitar o Vaticano, se tornará certamente um momento de preparação, portanto, também de pré-disposição e também de um olhar para uma experiência que é sempre mais envolvente e importante. Para quem, pelo contrário, usará a série, e sobretudo os DVDs após uma visita, se tornará a ocasião para um aprofundamento, para um repensar. A mensagem é justamente esta: o belo, o verdadeiro e o bom coincidem". (MarT/JE)
Frutos espirituais positivos em Medjugorje, avalia Dom Henryk Hoser
Cidade do Vaticano (RV) - “Nomeou-se este Bispo – bom, bom porque tem experiência – para ver como anda a parte pastoral. E, no fim, qualquer palavra será dita”.
Ao ser interpelado pelos jornalistas no voo de retorno de Fátima sobre Medjugorje, o Papa Francisco assim referiu-se - de modo indireto - a Dom Henryk Hoser, por ele nomeado em fevereiro passado para “adquirir um conhecimento mais aprofundado da situação vivida naquela realidade, sobretudo das exigências dos fiéis que para lá vão em peregrinação, e com base nisto, sugerir eventuais iniciativas para o futuro”.
Arcebispo de Varsóvia-Praga, o religioso palotino, de 74 anos, foi no passado Secretário adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos. Após o período passado em Medjugorje, Dom Hoser já está de volta à Polônia – onde está à frente de uma Diocese com mais de 1 milhão de batizados. Mas sua missão ainda foi concluída.
“Estou escrevendo um relatório conclusivo – declarou por telefone ao jornal dos bispos italianos ‘Avvenire’ – que deverei entregar ao Papa pelo final de junho. E é provável que também terei um encontro com ele”.
Avaliação positiva
O Arcebispo polonês tem uma avaliação positiva sobre o que testemunhou durante seus encontros e observações no local que atrai milhares de peregrinos a cada ano:
“O trabalho pastoral que é desenvolvido ali é muito intenso, desenvolvido e diversificado. É baseado no culto mariano, mas é ao mesmo tempo cristocêntrico: Adoração Eucarística, Via Sacra, Terço. Certamente não vi nada de fantasioso ou algum desvio. Constatei um clima de recolhimento, de oração, de contemplação, enfim, de grande fervor espiritual”.
Confissões
Um dos aspectos que mais tocou o prelado foi “a quantidade de confissões, mas também a obra de formação das consciências nos encontros e seminários que são organizados. Os peregrinos não estão diminuindo”, ressaltou.
Sobre a atmosfera intereclesial, afirmou não ter percebido grandes contrastes entre a Paróquia de Medjugorje e os franciscanos por um lado e o clero diocesano e os outros religiosos por outro. “Diversos párocos das redondezas vão inclusive dar uma mão. Certo, o Bispo de Mostar, Ratko Peric, reitera a sua posição claramente contrária à veracidade das aparições e sublinha que, segundo ele, nada pode ser construído sobre o que é falso”.
Papa Francisco
Dom Hoser não ficou surpreso ao serem recordadas a ele as palavras do Papa Francisco de que Nossa Senhora não é “chefe de um departamento telegráfico” e sobre “presumíveis aparições” que “não têm tanto valor”.
“O Pontífice – disse o prelado – deu o seu ponto de vista pessoal sobre aquela que podemos chamar a segunda fase das aparições. Ora, vazou também para a imprensa o conteúdo do trabalho feito pela Comissão Teológica presidida pelo Cardeal Ruini, que expressou um parecer positivo sobre as primeiras sete aparições (as que ocorreram de 24 e 25 de junho a 1º de julho de 1981) e não sobre todo o fenômeno”.
Portanto, existe separação entre “um antes” e “um depois”, entre os acontecimentos iniciais ocorridos no arco de somente seis dias e aqueles sucessivos.
Aparições em Kibeho, Ruanda
Neste sentido, Dom Henryk Hoser recorda as aparições em Kibeho, Ruanda, que fazem parte do pequeno número daquelas que receberam uma aprovação oficial por parte da Igreja, no caso específico, pelo então bispo da Diocese de Gikongoro, Dom Augustin Misago, em 29 de junho de 2001, em acordo com a Congregação para a Doutrina da Fé.
Os fenômenos sobrenaturais tiveram início em uma escola administrada por religiosas, em 28 de novembro de 1981, sucedendo-se por longos anos, e envolviam seis meninas e um menino.
O trabalho de duas Comissões diocesanas, uma médica e uma teológica examinou e constatou um quadro complexo e confuso na sucessão dos acontecimentos.
Ao final, as visões foram reconhecidas somente para três das videntes: Alphonsine Mumureke, Anathalie Mukamazimpaka e Marie Claire Mukangang, consideradas o "núcleo original" e mais confiável.
Foram avaliadas como "críveis" as visões de Nossa Senhora, que se apresentava como "Mãe do Verbo", mas não aquelas em que teria aparecido Jesus. E o arco de tempo considerado foram somente os primeiros dois anos, até 1983, sendo os restantes desconsiderados.
Dom Hoser conhece muito bem os acontecimentos de Kibeho. Como religioso foi missionário em Ruanda, a partir de 1975, onde trabalhou como médico (antes de entrar para os palotinos, formou-se em medicina), ocupando cargos nacionais e onde permaneceu até os anos 90.
Em 1994, na ausência do Núncio Apostólico, foi também Visitador Apostólico do país africano.
Mensagem de paz
A solução para Medjugorje poderia, portanto, ser parecida com a de Kibeho? E em caso afirmativo, o que seria dos 36 anos de mensagens, dos dez segredos que a Virgem Maria teria revelado a uma das videntes e que constituem o aspecto central de Medjugorje?
Dom Hoser responde que "os dez segredos ainda não são conhecidos", neste sentido, "não muda nada".
"Recordemos sempre - enfatizou - que o culto mariano está obrigatoriamente ligado às aparições, pode se desenvolver de maneira autônoma. O objeto de culto é a Virgem Maria".
Por fim, o Arcebispo polonês considera que, caso não for reconhecido tudo o que se seguiu às primeiras aparições, permanece no entanto "a mensagem de paz".
(JE /'Avvenire')
Santuário do Despojamento inaugurado em Assis
Assis (RV) - A Igreja de Santa Maria Maior, em Assis, foi proclamada na tarde de 20 de maio, como Santuário do Despojamento, em missa presidida pelo Arcebispo Dom Domenico Sorrentino.
Para a ocasião, em 16 de abril passado, o Papa Francisco havia enviado ao prelado uma carta, em que considerava o novo santuário como uma "pérola no panorama espiritual de Assis". A Rádio Vaticano conversou com Dom Sorrentino a respeito:
"É um evento que o próprio Papa quis sublinhar com uma mensagem estupenda que me enviou e que remete à visita que fez aqui em Assis em 4 de outubro de 2013. O despojamento evoca o gesto que Francisco fez quando, aqui no episcopado, despojou-se até a nudez total diante de seu pai, Pietro Bernardone, e diante do Bispo Guido, para manifestar que era um homem de Cristo, todo de Deus e todo dos irmãos. E nós quisemos solenizar de alguma forma, dar visibilidade a este ícone bem conhecido, mas que nunca havia sido bastante valorizado no panorama religioso e franciscano de Assis. Assim, quis instituir um novo Santuário na antiga Catedral anexa ao episcopado - a Igreja de Santa Maria Maior - para sugerir aos peregrinos esta ulterior etapa tão importante, porque o despojamento é algo que toca de perto o sentido de nossa vida. No entanto o despojamento é o mistério próprio de Jesus porque Ele, como Filho de Deus, despojou-se da sua glória para se fazer um de nós até morrer por nós. Depois, o despojamento é aquilo que nos é pedido no Batismo, quando mergulhamos n'Ele, entregando a Ele a nossa vida com todas as nossas misérias, a fragilidade, "o homem velho" - como diz a Escritura - para ressurgir com Ele, como homens novos. Aqui Francisco reviveu, de alguma forma, o seu Batismo: despojou-se de si mesmo e se revestiu de Cristo. Portanto existe um projeto de vida, um projeto batismal a ser vivido em maneira plena e que tem tantas consequências de origem pessoal, comunitária e social. Para nós, portanto, o Santuário do Despojamento é algo de muito provocatório: nos compromete, nos envolve e nos sugere uma vida nova".
RV: Como se apresenta este Santuário?
"É um Santuário articulado, porque existe a antiga Igreja de Santa Maria Maior, realmente muito bonita, uma preciosidade, muito sóbria nas suas linhas e precisamente com esta sobriedade se presta para ser o Santuário do Despojamento. Existe a sala do bispado onde nós seguidamente fazemos reviver este evento de Francisco; depois existe o lugar onde, com toda probabilidade, o próprio fato ocorreu: o pequeno claustro que está entre o bispado e a antiga Catedral de Santa Maria Maior. Normalmente, quando se pensa neste episódio, se considera que tenha ocorrido na praça; mas não me parece que tenha sido assim: aconteceu dentro do bispado, onde o bispo costumava receber as pessoas também para estes momentos de caráter público, judiciário. Portanto, é justamente dentro do bispado que o fato ocorre e é aqui, portanto, que nós buscaremos revivê-lo. Devo dizer que há meses existe um fluxo de peregrinos realmente muito edificante. Tivemos uma semana de encontros, momentos de oração e momentos de aprofundamento muito, muito participativos. Existe realmente a bênção de Deus para este evento e também para esta iniciativa".
RV: O Papa na carta endereçada ao senhor, disse que este novo Santuário nasce como profecia de uma sociedade mais justa e solidária...
"O Santuário se apresenta realmente como uma profecia. Pede a todos nós alguma coisa e reflete uma situação no mundo que realmente não é segundo o coração de Deus e deve absolutamente ser mudada. Nós cristãos devemos nos sentir em primeira linha nesta mudança. Temos o Evangelho que nos acompanha; é realmente a hora de um comprometimento novo, sério, profundo, que nos coloque como crentes também na condição de estimular uma mudança geral dos costumes da sociedade, para que não domine mais tanta pobreza e tanta miséria, para que aqueles que têm tanto - são poucos em relação à multidão de indigentes - aprendam como Francisco a doar-se e a doar para que exista mais justiça e solidariedade". (SC/JE)
"Noite Sacra", oportunidade para entrar em relação com o espírito
Roma (RV) - Uma noite dedicada à oração, à arte e à música é a proposta da iniciativa da Diocese de Roma, em colaboração com a Obra Romana de Peregrinações intitulada "Noite Sacra".
O evento terá início às 18h30min do dia 27 de maio - com a celebração das Vésperas Solenes na Basílica 'San Giovanni Battista dei Fiorentini' - e se concluirá na manhã do dia seguinte na Igreja de Jesus (Chiesa di Gesù), com a recitação das Laudes e a Missa presidida pelo Bispo Dom Gianrico Ruzza.
O Administrador delegado da Obra Romana de Peregrinações, Mons. Liberio Andreatta, conversou com a RV à margem da apresentação da iniciativa:
"Eu penso que a noite é um momento muito particular por ter a possibilidade oferecida pelo silêncio, por um momento em que não existe a perturbação do tráfego, não existe a incomodação dos barulhos, da luz, mas existe a condição melhor para poder entrar em relação com o espírito. Assim, escolher uma noite dedicada ao espírito, à sacralidade, valorizando as igrejas que fazem parte da história da comunidade cristã de Roma, nos pareceu o momento mais belo e mais entusiasmante a ser oferecido - não somente aos cristãos, aos fiéis de Roma - mas também a todos os turistas presentes em Roma, por meio da música e o canto, a oração, mas sobretudo por meio do silêncio".
RV: Existe uma mensagem que esta "Noite Sacra" quer deixar à cidade de Roma e àqueles que tomarão parte nela?
"Sim, a mensagem mais bela é não ter medo e dar esperança a quem não a tem, aos pobres, aos deserdados: dizer que é possível o amor, mas é possível somente se todos juntos soubermos vivê-lo, pagando cada um de nós o preço da coerência, do testemunho e da acolhida".
Serão muitos os eventos que se realizarão durante esta noite, em particular o concerto do Maestro Angelo Branduardi, às 20 horas, na Igreja de 'San Giovanni Battista dei Fiorentini', enquanto à 1 da manhã, na Igreja de Santo Inácio de Loyola, terá lugar o concerto “Altissima luce. Il Laudario di Cortona”. A ser também destacado, o oratório sacro "Paradiso, Paradiso", na Basílica de 'Sant’Andrea della Valle', dirigido por Mons. Marco Frisina, Diretor do Coro da Diocese de Roma. Eis o seu comentário:
"Será uma noite belíssima, luminosa, a noite luminosa que é uma imagem bíblica, mas que espero possa realmente se tornar uma realidade. Estamos às Vésperas da Ascensão, um momento de grande alegria, juntos à alegria da Cristo, a alegria da Igreja. Queremos passar esta noite, entre a música e a oração, meditando a alegria que, acredito, é a protagonista de toda a noite".
RV: O senhor escolheu o oratório sacro "Paradiso, Paradiso", inspirado na vida de São Filipe Néri. Por que esta escolha?
"É o Santo da alegria. Depois, acredito que também seja um santo moderno, porque nos ensina - em um momento histórico difícil como era a Roma da sua época - a viver o Evangelho como uma proposta positiva com os jovens, com os mais fracos, em uma Roma como era então, que tinha necessidade de renascer. Acredito que estes textos possam acompanhar com a alegria e também com um pouco de ironia este momento da noite em que se proporá novamente a esperança".
Na Igreja dos Estigmas, no Largo Argentina, será possível participar da Adoração Eucarística das 20 às 4, enquanto às 2h30, no pátio do Palácio do Vicariato Velho, o ator Sebastiano Somma lerá textos da Evangelii Gaudim, como nos conta:
"A curiosidade antes de tudo.O desejo de aprofundar leituras assim importantes, como a da Evangelii Gaudium do Papa Francisco, o desejo de compartilhar, por que não, uma noite de música, de arte. É um percurso que também eu estou fazendo junto a todos os outros, de conhecimento, de aprofundamento, sobretudo espiritual neste caso, e é um prazer poder compartilhá-lo ao lado de grandes mestres, músicos. Há um conjunto de coisas. Portanto o meu convite é justamente o de participar para o aprofundamento espiritual, que quer ser a noite sacra, mas também de participar, por que não, na magia da noite de algo sagrado, mas também de artístico".
(MarT/JE)
Dez anos de Aparecida: para que em Jesus Cristo nossos povos tenham vida
Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe – da qual nasceu a “Missão Continental” – está completando dez anos. Realizada de 13 a 31 de maio de 2007 em Aparecida, São Paulo, a Conferência de Aparecida teve sua abertura feita pelo Papa Bento XVI, cuja viagem apostólica foi também marcada pela canonização do Frei Galvão e a memorável visita à Fazenda da Esperança.
Momento particularmente importante para uma renovação e revitalização na caminhada da Igreja nesta porção da América, Aparecida colocou-se no sulco das conferências gerais que a precederam no “Continente da Esperança: Rio de Janeiro (1955), Medellín (1968), Puebla (1979) e Santo Domingo (1992).
Tendo como tema “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nossos povos nele tenham vida – eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6), um dos compromissos centrais de Aparecida foi despertar a consciência discipular dos cristãos, resgatar a dimensão missionária da Igreja e convocar para uma Missão em todo o Continente, almejando que todo batizado recupere esta sua consciência de que nós todos – como discípulos de Jesus – devemos ser seus missionários.
Para recordar os dez anos de Aparecida vamos retomar um breve trecho do discurso da sessão inaugural dos trabalhos desta V Conferência. Trata-se do ponto 4 do discurso, ponto intitulado “Para que nele tenham vida”, cujas palavras de Bento XVI ressoam de grande atualidade também no que tange à realidade da América Latina, passada uma década do memorável discurso:
4. "Para que nele tenham vida"
“Os povos latino-americanos e caribenhos têm direito a uma vida plena, própria dos filhos de Deus, com condições mais humanas: livres das ameaças da fome e de todas as formas de violência. Para estes povos, os seus Pastores têm que fomentar uma cultura da vida que permita, como dizia o meu Predecessor Paulo VI, "passar da miséria à posse do necessário, à aquisição da cultura, à cooperação no bem comum... até chegar ao reconhecimento, por parte do homem, dos valores supremos e de Deus, que é a origem e o termo deles" (cf. Populorum progressio, 21).
Neste contexto, é-me grato recordar a Encíclica "Populorum progressio" (...). Este documento pontifício põe em evidência o fato de que o desenvolvimento deve ser integral, isto é, orientado rumo à promoção de todo o homem e de todos os homens (cf. n. 14), e convida todos a eliminar as graves desigualdades sociais e as enormes diferenças no acesso aos bens. Estes povos aspiram, sobretudo, à plenitude de vida que Cristo nos trouxe: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância" (Jo 10, 10). Com esta vida divina desenvolve-se também plenamente a existência humana, nas suas dimensões pessoal, familiar, social e cultural.
Para formar o discípulo e ajudar o missionário na sua grande tarefa, a Igreja oferece-lhes, além do Pão da Palavra, também o Pão da Eucaristia. A este respeito, inspira-nos e ilumina-nos a página do Evangelho sobre os discípulos de Emaús. Quando eles se sentam à mesa e recebem de Jesus Cristo o pão abençoado e partido, se lhes abrem os olhos, descobrem o rosto do Ressuscitado, sentem no seu coração que é verdade tudo o que Ele disse e fez, e que já começou a redenção do mundo. Cada domingo e cada Eucaristia é um encontro pessoal com Cristo. Ouvindo a Palavra divina, o coração arde porque é Ele que a explica e proclama. Quando na Eucaristia se parte o pão, é a Ele que se recebe pessoalmente. A Eucaristia é o alimento indispensável para a vida do discípulo e missionário de Cristo.”
Amigo ouvinte, por ora vamos ficando por aqui. Semana que vem tem mais, se Deus quiser!
(RL)
Trump na Arábia Saudita: nasce um Centro contra o terrorismo
Roma (RV) - Os Estados Unidos e a Arábia Saudita anunciaram neste domingo (21) a criação de uma estrutura regional para lutar contra o financiamento do terrorismo. Este é o resultado da visita do presidente dos EUA, Trump, que em Ryad se reuniu com representantes de cerca de cinquenta países muçulmanos. O Irã responde acusando os EUA de quererem tirar dinheiro da Arábia Saudita.
Trump no Golfo
Seis países do Golfo farão parte do Centro para a partilha de informações sobre o financiamento de grupos como o auto-intitulado Estado Islâmico e a Al Qaeda. É o acordo alcançado entre Washington e Ryad. Uma cooperação histórica que levará estabilidade ao Oriente Médio e debelará o terrorismo islâmico, disse ontem o presidente dos Estados Unidos, em um forte discurso. O que os EUA estão propondo é uma aliança de valores comuns. Sem precedentes o ataque do rei saudita Salman contra o Irã qualificado como o país na liderança do terrorismo no mundo. Imediata a resposta de Teerã. O Ministro das Relações Exteriores Zarif acusa os Estados Unidos de “bombarem” dinheiro da Arábia Saudita.
Papa recebe presidente estadunidense
Depois de Riyadh, Trump visita hoje Israel e depois Cisjordânia. Na quarta-feira se encontrará com o Papa Francisco no Vaticano. O primeiro-ministro israelense disse que com Trump irá falar sobre a paz. “Se as três religiões se unem - disse o presidente dos EUA - a paz é possível em todo o mundo, também entre israelenses e palestinos. A Rádio Vaticano transmite, ao vivo, junto com o Centro Televisio Vaticano, o encontro do Papa como o presidente estadunidense, a partir das 8h15 da manhã, 3h15, hora de Brasília. (SP)
Diretor da Unaids alerta jovens: Aids não é coisa do passado
Cidade do Vaticano (RV) - “A cura, provavelmente, virá antes de uma vacina”, afirmou o Diretor Adjunto da Agência das Nações Unidas para a Aids, Unaids, o médico brasileiro Luiz Loures, um dos pioneiros no tratamento da Aids no Brasil.
Ele informou que hoje, das 3 milhões de crianças que convivem com o hiv no mundo, somente 900 mil têm acesso aos medicamentos.
O diretor insiste que os avanços científicos não bastam para acabar com a epidemia: é preciso levar o teste a todos. Ele alerta ainda para o alto índice de recorrência de infecções entre os jovens: “a Aids não é coisa do passado”.
Luiz Loures: “A cura provavelmente vai vir antes de uma vacina e, hoje, uma pessoa que trata, tem uma expectativa de vida normal, tem uma inserção social, familiar e pessoal normal. Cada vez mais temos disponibilidade de tecnologias, de tratamentos, que vão ter um impacto muito grande na qualidade da vida da pessoa tratada. O que está se tornando uma realidade hoje? Ao invés de uma pessoa com hiv tomar uma droga todos os dias, num futuro muito próximo eu espero que seja um injeção a cada três meses, sem ter essa parte que incomoda mais do tratamento que é a adesão diária às drogas. Então, existe progresso e eu tenho uma expectativa muito positiva que vamos chegar à cura. Somente a ciência não resolve: a questão central hoje é garantir que todos, independente de onde eles vivem, tenham acesso sem discriminação a essa ciência”.
RV: Muitos adolescentes de hoje pensam que a Aids é coisa do passado...
Luiz Loures: “Não é! Apesar de termos as ferramentas para tratar e para levar essa epidemia ao fim, ainda não acabou. O que nós observamos no mundo é que existe uma tendência de recorrência da Aids principalmente entre pessoas mais jovens. Isso está claramente a esta percepção que Aids não é importante: uma baixa da guarda, uma baixa do ponto de vista da prevenção em relação ao hiv. Este talvez seja o desafio mais importante hoje: o que eu chamo de ‘fechar a lacuna de geração’. Minha geração viu uma epidemia que a geração mais jovem não vê, felizmente, mais. Mas a consequência disso é que existe também uma percepção incorreta de que a Aids já acabou. Vamos acabar! Mas para isso precisamos sem duvida de um engajamento total da população mais jovem em prevenção, tratamento e teste, principalmente! O chamado principal para um jovem hoje: faça o teste. É muito importante conhecer o seu estado. Se negativo, que se mantenha negativo, continue tomando as vias de prevenção, se positivo, vai ter uma via normal, com o tratamento disponível, mas faça o teste: isso ajuda muito a uma tomada de posição do jovem em relação à epidemia da Aids”.
Pastoral da Aids
A Pastoral da Aids no Brasil atua há 14 anos e hoje está presente em quase todo território. O bispo de Goiás, Dom Eugênio Rixem, referencial da Pastoral no país, reitera a preocupação com o aumento da infecção entre os jovens.
“A gente percebe que está aumentando, apesar de todo o trabalho, principalmente na juventude. Já temos grupos trabalhando nesta área em mais da metade das 275 dioceses dos Brasil. Geralmente, são pequenos grupos, mas que fazem um trabalho muito bonito, de preservação, seguindo e respeitando os valores da nossa Igreja, mas também levando as pessoas a se conscientizar sobre o perigo desta infecção”.
Prefeito eleito de Belém, na Terra Santa: ocupação deve acabar
Belém (RV) - “Belém é uma cidade universal, de profundos significados religiosos e históricos. Todas as nações do mundo são chamadas a apoiá-la e ajudá-la. Todas as instituições religiosas, não somente as católicas, são chamadas a fazer o mesmo. Belém precisa de ajuda em muitos setores da sua vida. Sobretudo agora que a cidade natal de Jesus foi escolhida capital da cultura do mundo árabe para 2020.”
Foi o que disse o novo prefeito de Belém, o advogado Anton Salman. Trata-se de um dos resultados das eleições municipais do último dia 13 de maio. Presidente da Sociedade caritativa Antoniana de Belém e advogado da Custódia da Terra Santa, Salman era líder de uma lista cívica denominada “Todos somos Belém”, vencedora do pleito.
Diálogo com todas as pessoas de boa vontade
“Sou um palestino de fé católica. Busco o diálogo com todas as pessoas de boa vontade que queiram ajudar-nos nos campos da política e na busca da paz e com todas as pessoas que queiram cooperar para edificar o bem comum, a justiça e a liberdade”, disse o prefeito eleito de Belém ao responder à agência Sir sobre o significado que tem para ele desempenhar este encargo que por lei e tradição cabe a um cristão.
Ocupação israelense deve acabar e Belém deve ser livre
A propósito de liberdade, Belém é circundada por um muro israelense, acrescentou Salman. “Belém é uma cidade sob ocupação, confinada pelo muro israelense. Aquilo que foi colocado em prática em nossa cidade e em toda a Cisjordânia por parte de Israel não é tolerável. A ocupação israelense deve acabar e Belém deve ser uma cidade livre para todos, para o mundo inteiro, para todas as religiões”, afirmou. (RL - fonte Sir)
Rota Jesuítica espera bênção de Francisco
Buenos Aires (RV) - O apoio do Papa Francisco e do Vaticano para que o circuito jesuítico integrado seja declarado como de "interesse mundial para o turismo religioso".
Esta foi uma das decisões tomadas pelo Conselho de Ministros de Turismo do Mercosul, reunido na sexta-feira (19) em sua XVIII reunião em Buenos Aires, onde foram tratados diversos temas relacionados ao incremento do turismo na região, em especial a Rota Jesuítica. Neste sentido, os Ministros subscreveram uma carta que será enviada ao Papa Francisco.
A Ministra do Paraguai, Marcela Bacigalupo, expôs no encontro os avanços e os desafios na conformação da Rota Jesuítica Multidestino, que engloba Paraguai, Argentina, Brasil, Uruguai e Bolívia.
"Temos tratado deste processo desde 2014 com a Organização Mundial do Turismo (OMT) e agora despertou o interesse do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), graças ao apoio do Ministro Gustavo Santos, com uma linha de financiamento que não afetará o CUPO de recursos destinado aos países", declarou Bacigalupo ao final da reunião.
Por outro lado, especialistas do BID presentes no encontro explicaram aos Ministros que os projetos elaborados no marco do corredor internacional jesuíta, uma vez aprovado oficialmente o financiamento, passarão a fazer parte do Programa de Apoio à Integração.
A este respeito, o Ministro Santos destacou que a Rota Jesuítica Multidestino pretende ser "um modelo virtuoso" para encarar outros circuitos integrados, a fim de responder a demanda de países com alta emissão de turistas como os asiáticos, a tempo de dar uma resposta à crescente necessidade de empregos nos países do Mercosul, como consequência da revolução tecnológica.
Rio Grande do Sul
Como remanescentes no Brasil da obra dos jesuítas no período colonial, encontram-se os Sete Povos das Missões, nome dado ao conjunto de sete aldeamentos indígenas fundados pelos Jesuítas espanhóis no Continente do Rio Grande de São Pedro, atual Rio Grande do Sul, composto pelas reduções de São Francisco de Borja, São Nicolau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista, São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo Custódio. Os Sete Povos também são conhecidos como Missões Orientais, por estarem localizados a leste do Rio Uruguai.
Participaram das deliberações os Ministros Gustavo Santos, da Argentina; Marcela Bacigalupo, do Paraguai; Liliam Kechichián, de Uruguai; e os Vice-Ministros Alberto Alves, do Brasil e Javiera Montes, do Chile, segundo informou a SecretarIa Nacional de Turismo (Senatur) da Argentina.
(JE/La Nación)