Sumario del 26/05/2017
- Papa: "Cristãos olhem para o Céu e anunciem Jesus ao mundo"
- Audácia, liberdade, criatividade: Papa propõe o "manual do missionário"
- "Ato de ódio insensato", diz o Papa sobre ataque contra cristãos no Egito
- Papa nomea Dom Angelo De Donatis Vigário de Roma
- Viganò em Cannes: o cinema, instrumento para contar a esperança
- História de Dom Ling, que será o primeiro Cardeal do Laos, impressionou Papa
- Cardeal Sandri: fé nos impele a trabalhar pela pátria com entusiasmo
- Cardeal argentino: não existe realidade social que não possa melhorar
- IV Encontro mundial das Novas Formas de Vida Consagrada
- Paris: congresso para jornalistas e comunicadores católicos
- Caritas: um mundo instável, respostas de paz, vozes de esperança
Papa: "Cristãos olhem para o Céu e anunciem Jesus ao mundo"
Cidade do Vaticano (RV) – Nesta sexta-feira (26/05), o Papa Francisco presidiu a missa matutina na capela da Casa Santa Marta e na homilia, afirmou que “as Escrituras nos indicam três pontos de referência no caminho cristão”.
O primeiro é a memória. Jesus ressuscitado diz aos discípulos que o precedam na Galileia: este foi o primeiro encontro com o Senhor. E “cada um de nós tem a sua própria Galileia”, aquele lugar aonde Jesus se manifestou pela primeira vez, o conhecemos e “tivemos a alegria e o entusiasmo de segui-lo”. Para ser um bom cristão, precisamos sempre nos lembrar do primeiro encontro com Jesus ou dos seguintes”. Esta é “a graça da memória”, que “no momento da provação, me dá a certeza”.
O segundo ponto de referência é a oração. Quando Jesus sobe ao Céu, ele não se separa de nós: “fisicamente sim, mas fica sempre ligado, para interceder por nós. Mostra ao Pai as chagas, o preço que pagou por nós e pela nossa salvação”. Assim, “devemos pedir a graça de contemplar o Céu, a graça da oração, a relação com Jesus na oração que neste momento nos ouve, está conosco”:
“Enfim, o terceiro: o mundo. Antes de ir, Jesus diz aos discípulos: ‘Ide mundo afora e façam discípulos’. Ide. O lugar dos cristãos é o mundo no qual anunciar a Palavra de Jesus, para dizer que fomos salvos, que Ele veio para nos dar a graça, para nos levar com Ele diante do Pai”.
Esta é – observou Francisco – a “topografia do espírito cristão”, os três lugares de referência de nossa vida: a memória, a oração e a missão; e as três palavras de nosso caminho: Galileia, Céu e Mundo:
“Um cristão deve agir nestas três dimensões e pedir a graça da memória: “Que não me esqueça do momento que me elegeu, que não esqueça do momento em que nos encontramos”, dizendo ao Senhor. Depois, rezar e olhar ao Céu, porque Ele está ali para interceder. Ele intercede por nós. E depois, sair em missão... não quer dizer que todos devem ir ao exterior; ir em missão é viver e dar testemunho do Evangelho; é fazer saber aos outros como é Jesus. Mas fazer isso com o testemunho e com a Palavra, porque se eu falar como Jesus e como a vida cristã, mas viver como um pagão, não adianta. A missão não funciona”.
Se, ao contrário, vivermos na memória, na oração e em missão – concluiu Francisco – a vida cristã será bela e também alegre:
“E esta é a última frase que Jesus nos diz no Evangelho de hoje: “Naquele dia, no dia em que viverem a vida cristã assim, vocês saberão tudo e ninguém poderá lhes tirar a alegria”. Ninguém, porque terei a memória do encontro com Jesus e a certeza que Jesus está no Céu e intercede por mim, está comigo, eu rezo e tenho a coragem de dizer, de sair de mim, dizer aos outros e dar testemunho com a minha vida que o Senhor ressuscitou, está vivo. Memória, oração e missão. Que o Senhor nos dê a graça de entender esta topografia da vida cristã e seguir adiante com alegria, aquela alegria que ninguém pode nos tirar”.
(CM)
Audácia, liberdade, criatividade: Papa propõe o "manual do missionário"
Cidade do Vaticano (RV) – Um pequeno “manual do missionário”: foi o que propôs o Papa Francisco ao concluir sua série de audiências na manhã desta sexta-feira (26/05) recebendo as Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade, reunidas em Roma para seu 12º Capítulo Geral.
O Instituto, da família orionita, tem como carisma desenvolver um amplo apostolado junto aos mais pobres da sociedade e tem uma natureza missionária. E foi justamente a esta característica que o Papa dedicou o seu discurso. O método missionário, afirmou, deve ser marcado pela proximidade, pelo encontro, pelo diálogo e pelo acompanhamento.
Audácia e criatividade
“A missão e o serviço aos pobres as coloca ‘em saída’ e as ajudará a superar os riscos da autorreferencialidade, do limitar-se a sobreviver e da rigidez autodefensiva”, destacou Francisco. Ao missionário, acrescentou, pede-se que seja uma pessoa audaz e criativa. “Não vale o cômodo critério do ‘sempre se fez assim’. Repensem os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos da missão. Estamos vivendo num tempo em que é necessário repensar tudo à luz daquilo que o Espírito nos pede”, aconselhou.
Liberdade e simplicidade
O missionário, prosseguiu o Papa, deve ser também uma pessoa livre, que vive sem nada de sua propriedade. “Não me canso de repetir que a comodidade, a preguiça e a mundanidade são forças que impedem o missionário de ‘sair’, de ‘partir’ e de se colocar em caminho e de compartilhar o dom do Evangelho. O missionário não pode colocar-se em caminho com o coração repleto de coisas (comodidade), com o coração vazio (preguiça) ou em busca de coisas alheias à glória de Deus (mundanidade). O missionário é uma pessoa livre de lastros e correntes; uma pessoa que vive sem nada de sua propriedade; somente para o Senhor e o seu Evangelho; uma pessoa que vive num caminho constante de conversão pessoal e trabalha sem cessar para a conversão pastoral.”
Espiritualidade holística e profeta da misercórdia
Outra característica do missionário é ser uma pessoa habitada pelo Espírito Santo e que tenha uma espiritualidade fundada em Cristo, na Palavra de Deus e na liturgia. Uma espiritualidade “holística”, que envolva toda a pessoa nas suas várias dimensões. Por fim, o missionário deve ser um profeta da misericórdia, isto é, pessoa centralizada em Deus e nos crucifixos deste mundo. “Deixem-se provocar pelo clamor de tantas situações de dor e de sofrimento. Como profetas da misericórdia, anunciem o perdão e o abraço do Pai.”
O Papa Francisco concluiu seu discurso propondo o ícone da Visitação: “Assim com a Virgem Maria, coloquem-se em caminho, com pressa – não a pressa do mundo, mas a pressa de Deus – e repletas da alegria que habita em seu coração cantem o magnificat. Cantem o amor de Deus por cada criatura. Anunciem aos homens e às mulheres de hoje que Deus é amor”.
As Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade estão presentes em várias cidades do Brasil, reunidas na Província Nossa Senhora Aparecida.
"Ato de ódio insensato", diz o Papa sobre ataque contra cristãos no Egito
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco ficou profundamente chocado pelo “bárbaro ataque” contra os coptas egípcios, que provocou mortos e feridos, vítimas de um “ato de ódio insensato”.
O Santo Padre, por meio de um telegrama enviado pelo Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin ao Presidente egípcio Al-Sisi, expressou sua profunda solidariedade a todas as pessoas atingidas por este “violento ultraje”, em modo particular “as crianças que perderam a vida”.
Assegurando sua oração às famílias enlutadas, o Pontífice confirma sua “contínua intercessão pela paz e a reconciliação em todas as nações”.
Vítimas
O balanço oficial das vítimas é de 28 mortos - entre os quais duas crianças de 2 e 4 anos - e de 22 feridos.
O ataque contra um ônibus que levava cristãos ao Mosteiro de São Samuel, o Confessor, ocorreu esta manhã na Província de Minya, no Alto Egito. Um comando de encapuzados vestindo uniformes militares entrou no ônibus e disparou com armas automáticas contra os passageiros, enquanto um dos atacantes filmava a tragédia.
Recusa em abjurar da fé em Cristo
“No ônibus estavam também crianças. Roubaram deles dinheiro e ouro. Também pediram a eles para que renunciassem a Cristo e se tornassem muçulmanos. Caso tivessem aceitado teriam se salvado, mas os peregrinos se recusaram a abjurar sua fé e foram mortos. Colocaram pistolas em suas cabeças e na nuca e dispararam”, afirmou o Pároco da Igreja copta de São Mina em Roma, Padre Antonio Gabriel, ao comentar ao canal TG 2000 o ataque desta manhã.
Solidariedade
A condenação ao ataque veio de todo o mundo. E manifestações de solidariedade também. A Torre Eiffel permanecerá apagada em sinal de luto pelo ataque. A informação foi dada pela Prefeita de Paris, Anne Hidalgo, em sua conta twitter.
União Europeia e Chefes de governo de diversos países condenaram o ataque, manifestando solidariedade aos cristãos e ao povo egípcio, e defendendo uniçao no combate ao terrorismo.
Condenação do Mundo islâmico
O Secretário Geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul-Gheit, “condena nos termos mais fortes” o ataque contra os cristãos coptas em Minya. “A Liga Árabe – afirmou - sublinha a necessidade de uma cooperação conjunta no combate ao terrorismo”. Aboul-Gheit também manifestou total solidariedade ao cristãos egípcios.
Devido ao ataque, a Dar al Iftaa – autoridade egípcia que emite as fatwas – editos religiosos - cancelou as celebrações previstas para hoje, véspera do início do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos. O Grão Mufti Shawqi Allam condenou com veemência o ataque.
O Presidente palestino Abu Mazen, estreito aliado do Presidente egípcio, também expressou sua firme condenação ao ataque.
Uma áspera condenação também foi expressa pelo porta-voz do Hamas em Gaza: “Trata-se de um crime odioso”, disse Fawzi Barhoum aos jornalistas. Os autores do atentado são “inimigos do Egito”.
Já o Irã, por meio do Ministério do Exterior Bahram Qasemi, expressou as “condolências às famílias das vítimas do ataque contra os cristãos coptas no Egito, ao povo e ao governo egípcio”, ao mesmo tempo em que expressa “uma firme condenação” ao grave atentado.
(JE com Agências)
Papa nomea Dom Angelo De Donatis Vigário de Roma
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco aceitou a renúncia apresentada pelo Cardeal Agostino Vallini e nomeou, nesta sexta-feira (26/05), como novo Vigário do Papa para a Diocese de Roma, Dom Angelo De Donatis, até agora auxiliar de Roma, elevando-o à dignidade de arcebispo, portanto, Arcipreste da Basílica Papal de São João de Latrão.
Dom De Donatis nasceu em 4 de janeiro de 1954, em Casarano, província de Lecce e Diocese de Nardò Gallipoli. Estudou no Seminário de Taranto e depois no Pontifício Seminário Romano Maior. Cursou Filosofia na Pontifícia Universidade Lateranense e Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, onde obteve o mestrado em Teologia Moral.
Foi ordenado sacerdote em 12 de abril de 1980 para a Diocese de Nardò Gallipoli e desde 28 de novembro de 1983 é incardinado na Diocese de Roma.
Desempenhou os seguintes cargos em seu ministério: de 1980 a 1983, colaborador na Paróquia de São Saturnino e professor de Ensino Religioso; de 1983 a 1988, Vigário paroquial nessa paróquia; de 1988 a 1990, membro da Secretaria Geral do Vicariato e vigário paroquial da Paróquia Santíssima Annunziata em Grottaperfetta.
De 1989 a 1991, Arquivista da Secretaria do Colégio Cardinalício; de 1990 a 1996, diretor do Departamento do Clero do Vicariato de Roma; de 1990 a 2003, Diretor Espiritual no Pontifício Seminário Romano Maior; e desde 2003 é Pároco em São Marcos Evangelista ao Capitólio e Assistente para a Diocese de Roma da Associação Nacional Familiares do Clero.
Foi membro do Conselho Presbiteral Diocesano e do Colégio dos Consultores. Em 1989, foi admitido na Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém com o grau de Cavaleiro.
Na Quaresma de 2014, pregou os Exercícios Espirituais para o Papa e a Cúria Romana.
Foi nomeado Bispo auxiliar de Roma, em 14 de setembro de 2015.
Dentre os nomes no programa constam: Tom Heneghan, jornalista da Thomson-Reuters, em Paris; Gaëlle Courtens, encarregada da imprensa da Federação das Igrejas Protestantes na Itália, Simona Guerra, pesquisadora e autora do livro “Religião e euroceticismo na Europa pós-comunista”, David Douyère, especialista em “expressões digitais do cristianismo contemporâneo” e ainda, o sociólogo da religião Grace Davie (Exeter).
(MJ)
Viganò em Cannes: o cinema, instrumento para contar a esperança
Cannes (RV) - “A urgência de uma história de esperança”: é o que predomina no mundo de hoje e que o cinema deve saber e interceptar. Este é o ponto focal do discurso de Mons. Dario Edoardo Viganò, Prefeito da Secretaria para a Comunicação, presente nesta quinta-feira (25) em Cannes, por ocasião do evento “Espiritualidade e cinema”. O encontro foi organizado no âmbito do “Festival sacré de la beauté”, que se realiza durante a 70ª edição do Festival de Cannes.
O cinema abre frestas de luz no horizonte
“O cinema - disse Mons. Viganò - tem um papel social importante, como meio e especialmente como arte, ou seja, é capaz de contar a realidade, mostrando-a de perto, entrando nas dobras do viver do homem, sem evitar olhares complexos ou problemáticos”. Ao mesmo tempo, a chamada “sétima arte” também é capaz de ser portadora “de outra visão, de abrir no horizonte frestas de luz”. Isto porque, explicou o Prefeito, “o cinema conseguiu até mesmo ir às pegadas do invisível, de Deus, e a colher manifestações de Sua misericórdia na história do homem”.
Contar histórias na lógica da “boa notícia”
Por isso, a referência ao “olhar extrovertido do cinema”, que implica “um olhar que mantém viva a margem da imagem, o que não se vê; mostra suas fronteiras e impulsiona a ultrapassá-las”. Recordando, então, alguns diretores proeminentes como De Sica, Fellini, Bresson, Loach e os irmãos Dardenne, Mons. Viganò fez eco às palavras do Papa Francisco que, na sua mensagem para o 51ª Dia Mundial das Comunicações Sociais, destaca a importância de “comunicar esperança e confiança no nosso tempo”. Um chamado, disse o Prefeito, “a todos os operadores dos meios de comunicação e informação, de toda a comunidade”, para que sejam “promotores de uma história verdadeira e honesta, sem omitir a confiança no presente e no futuro”. Acima de tudo - e esta é a principal tarefa do cinema – “oferecer ao mundo contemporâneo histórias “marcadas pela lógica da boa notícia”. (SP)
História de Dom Ling, que será o primeiro Cardeal do Laos, impressionou Papa
Cidade do Vaticano (RV) – Entre os novos Cardeais a serem criados pelo Pontífice em 28 de junho encontra-se o Bispo e Vigário Apostólico de Paksè, Laos, Dom Louis-Marie Ling Mangkhanekhoun.
O Papa conheceu-o pessoalmente em janeiro passado quando, ao lado de outro bispo laosiano, Dom Tito Bachong, narrou o período passado na prisão, na época em que o Laos – nação do sudeste asiático – era governado pelos comunistas Pathet Lao.
Bergoglio ficou impressionado com a história, também pela forma serena e humilde como foi contada. Mas sobretudo, porque Dom Ling reconhece a mão de Deus em seu sofrimento e provação: “O cárcere foi um tempo de privação material, mas não espiritual: não podia celebrar missa, mas era eu mesmo um sacrifício vivo agradável a Deus. Aquilo que cada batizado é chamado a ser na vida”, contou mais tarde o prelado ao Vatican Insider.
Primeiro Cardeal do Laos
Louis-Marie Ling Mangkhanekhoun, Vigário Apostólico de Paksè e Administrador Apostólico na capital Vientiane será o primeiro Cardeal do Laos.
Um acontecimento histórico, portanto, para a pequena Igreja local - com cerca de 45 fiéis, menos de 1% da população de 7 milhões de habitantes – formada por pequenas comunidades espalhadas pelos vilarejos rurais, na floresta pluvial ou nas quase impenetráveis montanhas.
Comunidades tribais formadas também por poucas famílias, muito diferentes entre si por etnia, usos e costumes: são os grupos indígenas hmong, khmou, akha, além dos mon, khmer, tibetano-birmanês e outros.
O Bispo Ling, de 73 anos, pertence aos khmou, presentes no norte do Laos e no sul da China.
Comunidade católica no Laos
Dos 1,3 milhões de habitantes que vivem no território do Vicariato de Paksè, apenas 15 mil são católicos. Os sacerdotes são sete, os religiosos nove e as religiosas 16.
A vocação
Único filho homem em uma família com cinco irmãs, o pequeno Louis-Marie foi batizado em 1952 pela mãe, que havia se convertido ao catolicismo, após a chegada de missionários ao vilarejo.
A família aceitou com honra mas também com sacrifício o desejo de o filho entrar no seminário. Definida a vocação, Ling foi enviado ao Canadá para os estudos de Filosofia e Teologia, onde se uniu ao Instituto Voluntas Dei.
Prisão
Ao retornar ao Laos, encontrou uma nação envolvida pela guerrilha dos militantes comunistas que tomam o poder em 1975. A sua ordenação sacerdotal foi realizada às pressas, em 1972, em um campo de refugiados. O jovem sacerdote vive anos de espera e em meio ao medo. Ficou na prisão de 1984 a 1987, dividindo a cela com outro sacerdote, Tito Bachong.
Ação pastoral
Libertado, Ling retorna alguns anos mais tarde à sua Província Natal, Paksè, inicialmente como sacerdote e mais tarde como Vigário Apostólico.
Há 17 anos Ling está à frente da comunidade local em um caminho que a viu crescer gradualmente no testemunho evangélico, em maio a um contexto por vezes hostil. De fato, são os funcionários locais que tornam-se intérpretes – por vezes de forma rigorosa – de uma legislação sobre liberdade religiosa que – mesmo contemplada em plenitude na Constituição de 1991 – se ressente ainda de uma restritiva abordagem comunista.
Há alguns anos a condição dos católicos laosianos melhorou visivelmente. Os bispos têm uma única Conferência episcopal com os prelados cambojanos, têm liberdade de movimento, podendo participar das atividades organizadas pela Santa Sé (como o Sínodo ou as visitas ad Limina), além de terem boas relações com as autoridades civis.
Beatificação de 17 mártires laosianos
Há poucos meses – em 11 de dezembro de 2016 - a comunidade guiada por Dom Ling havia testemunhado um acontecimento histórico: a beatificação na Catedral de Vientiani de 17 mártires, entre eles, Padre Joseph Thao Tien, o primeiro sacerdote laosiano, assassinado em 1954 e cinco catequistas indígenas. Uma festa que reuniu mais de 7 mil fiéis, o que foi definido pelo prelado como “um verdadeiro milagre para nós”.
Este ano o Bispo Ling poderá ordenar um novo sacerdote, passando o Vicariato a contar com oito padres, todos laosianos. “Tudo é obra de Deus. Nós seguimos somente a inspiração do Espírito Santo”, afirma o Bispo ao comentar os trabalhos pastorais.
Dom Ling é um homem de esperança e ao viver sua experiência de fé, olha para o futuro de sua pátria e da Igreja no Laos com confiante expectativa. Também a ajuda pastoral de sacerdotes e religiosas da Tailândia, Vietnã e Camboja poderão ajudar a Igreja local, visto que os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) não necessitam de visto para ingressar no Laos.
(JE com Vatican Insider)
Cardeal Sandri: fé nos impele a trabalhar pela pátria com entusiasmo
Cidade do Vaticano (RV) - “Nos momentos obscuros da nossa vida e da nossa pátria, nos momentos de dificuldade e de tristeza, de desorientação pessoal e social, de perda dos valores cristãos, nossa atitude jamais deve ser como a dos discípulos que pensaram que Jesus os tinha abandonado. Pelo contrário, nossa fé cristã nos impele a trabalhar por nossa pátria com entusiasmo e participação, com respeito e em diálogo com todos, com espírito construtivo e com uma grande sensibilidade pelos mais necessitados.”
Foram palavras do prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, na missa por ocasião da Festa nacional argentina – celebrada esta quinta-feira (25/05) – na igreja argentina de Roma.
Rezar pela pátria e por seus componentes sociais e políticos
“A recordação da nossa pátria é hoje, mais do que nunca, viva e afetuosa: como sempre rezamos por ela, por suas autoridades, por todos seus componentes sociais e políticos.”
O purpurado argentino exortou também a confiar em Deus a fim de que se consiga “construir dia após dia a pátria que nossos pais fundadores da pátria sonharam”. “Queremos ver essa realidade para o bem do nosso povo”, evidenciou. (RL/Sir)
Cardeal argentino: não existe realidade social que não possa melhorar
Buenos Aires (RV) - “Não há nenhuma razão para uma festa patriótica se boa parte do povo não é partícipe por não poder ter acesso a uma vida digna.” Foi o que disse o arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Mario Poli, durante uma celebração de ação de graças esta quinta-feira (25/05) na capital argentina, por ocasião dos 207 anos do primeiro governo pátrio de 1810.
Combater injustiça e dor das famílias mais pobres
Com a participação do Presidente Maurício Macri e de numerosos membros do governo, o purpurado colocou no centro de sua homilia a “dívida social interna” que persiste no país e a necessidade do compromisso de toda a sociedade a combater a injustiça e “a dor das famílias mais pobres cujas estatísticas e cifras não tornam visíveis”.
“Não existe uma realidade social que não possa ser resgatada e que não possa mudar para melhor”, afirmou o Cardeal Poli. “Devemos deixar-nos interpelar pela realidade humana que vivemos, ninguém pode eximir-se de fazer algo para os outros.”
Solução de debate social depende de nós mesmos
“A solução do debate social interno depende prioritariamente de nós mesmos”, advertiu o purpurado, num momento em que – segundo o que se evidencia dos anúncios do governo – a confiança parece concentrada na possibilidade de investimentos estrangeiros no país.
“Todos aspiramos políticas de Estado que sejam capazes de manter no tempo um desenvolvimento humano integral e respeitoso da criação”, concluiu o arcebispo de Buenos Aires fazendo votos de que “o Senhor ajude os argentinos a superar a contraposição que lhes tira a esperança e a encontrar no diálogo o consenso criativo que pode levar a nação ao progresso”. (RL/Sir)
Dom Belisário: "A primazia é para o trabalhador"
Cidade do Vaticano (RV) – A agenda do Papa na manhã desta sexta-feira (26/05) incluiu uma audiência com a Presidência do CELAM, Conselho Episcopal Latino-americano: o Cardeal Rubén Salazar Gómez, Arcebispo de Bogotá (Colômbia), Presidente; Dom Carlos Maria Irazábal, Bispo de Mercedes (Uruguai), Primeiro Vice-Presidente, Dom José Belisário da Silva, Arcebispo de São Luís do Maranhão, Segundo Vice-Presidente; Dom Juan Espinoza Jiménez, Bispo Auxiliar de Morelia (México), Secretário Geral; e o Cardeal José Luis Lacunza, Bispo de David (Panamá), Presidente de Questões Econômicas, e o Pe. Leonidas Ortíz Losada, (Colômbia), Secretário Geral Adjunto.
A cada ano, a Presidência do Conselho realiza uma visita aos Dicastérios do Vaticano e são recebidos pelo Papa Francisco. Nesta ocasião, serão apresentadas ao Papa as realidades de cada um dos países membros, como feito na recente Assembleia, de 9 a 12 de maio, em São Salvador (El Salvador).
Nosso hóspede é o Arcebispo de São Luís, Dom Belisário. Ouça-o aqui:
“Nós trazemos um pouco da vida da América Latina: como está a situação política, social, como vai a Igreja. Nesta visita, especialmente, estamos trazendo um pouco da Assembleia intermediária que aconteceu há poucos dias em São Salvador. Cada país fez um pequeno relatório sobre a situação. O que é permanente, infelizmente, em todos os nossos países, é uma enorme desigualdade social, que é histórica, estrutural”.
“Alguns países mereceram uma atenção especial: naquele momento, principalmente Venezuela e Haiti. O Brasil também, mas não estávamos vivendo a situação de hoje”.
“A Igreja não existe para si mesma, ela existe para prestar serviço às pessoas. Então, também nestas situações difíceis que o mundo vai passando, tenho a impressão que a Igreja, os católicos, os cristãos têm algo a ajudar. Eu creio que também que no país onde nós vivemos, vamos tentando fazer alguma coisa neste sentido. Temos uma presença muito significativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que sempre se pronunciou a respeito das grandes situações”.
“Tentamos ser fiéis àquilo que a Igreja nos propõe. Primeiro, a dignidade da pessoa humana está acima de tudo. Nós temos que respeitar, defender esta dignidade. Depois, o bem comum. O bem comum se sobrepõe aos bens particulares, aos bens de pessoas, de grupos políticos, etc.”.
“Também algo que acentuamos muito é que o trabalho tem primazia sobre o capital, e especialmente é bom afirmarmos neste momento em que há uma globalização enorme do mercado, das finanças, do capital. Nós queremos mais uma vez acentuar isso. Que o trabalhador tem primazia. Isto (é importante) justamente no momento em que no Brasil estamos discutindo estas reformas: trabalhista, da previdência. Realmente, devemos defender estes grandes princípios da Doutrina Social da Igreja”.
(CM)
IV Encontro mundial das Novas Formas de Vida Consagrada
Cidade do Vaticano (RV) – As Novas Formas de Vida Consagrada realizarão seu quarto encontro mundial em Roma, de 8 a 10 de junho, sob tema será “Abrindo caminhos: a formação nas Novas Formas de Vida Consagrada”.
É esperada a participação de cerca 40 instituições. Até o momento já foram confirmadas as presenças de representantes de 25 países dos cinco continentes.
O objetivo central do encontro é reunir os Institutos e Associações de direito pontifício e diocesano - já aprovados como vida consagrada ou em vias de sê-lo - para aprofundar os traços comuns destes novos carismas.
O específico deste IV Encontro será a reflexão sobre a necessidade de formação “em todos e cada um” dos membros destas novas formas de vida consagrada.
Formar-se significa viver com Cristo e por Ele, adequar-se a Ele e à sua oblação total; Ele é o centro de todo processo formativo (cf. Rodríguez Carballo, Congresso internacional para formadores).
No programa se alternarão palestras e trabalhos de grupo. O encontro se concluirá com uma sessão plenária na qual serão apresentadas as conclusões dos diferentes grupos e que será presidida pelo Secretário do Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização, Dom José Octavio Ruiz Arenas.
A equipe de coordenação do encontro é formada por membros da fraternidade Missionária Verbum Dei e pelo Instituto Id de Cristo Redentor. Os encontros serão realizados na Casa Enrico De Ossò (Via Val Cannuta, 134 - 00166 Roma).
(JE)
Paris: congresso para jornalistas e comunicadores católicos
Paris (RV) - Realizar-se-á, em Paris, de 20 a 22 de setembro próximo, um congresso para jornalistas e comunicadores católicos promovido pela Conferência das Igrejas Europeias (CEC), na Casa do Protestantismo.
Segundo a Agência Sir, o encontro é aberto “aos responsáveis das Igrejas, estudiosos e jornalistas que trabalham diretamente com as questões ligadas aos fatos religiosos na Europa, e a quem se interessa pela comunicação dentro das Igrejas”.
“O objetivo é oferecer um tempo para debater sobre os desafios que todos nós enfrentamos ao comunicar a perspectiva cristã numa Europa cada vez mais secular e multicultural”, ressalta numa nota o responsável pela comunicações na CEC, Erin Green.
“Discutiremos sobre os aspectos políticos, teológicos e sociológicos desse ambiente e trabalharemos juntos para dar respostas construtivas e aumentar o volume”, frisou.
Será possível “aprender e desenvolver melhores práticas” e se confrontar sobre “temas religiosos relativos à Europa”.
(MJ)
Caritas: um mundo instável, respostas de paz, vozes de esperança
Roma (RV) - É preciso construir uma resposta baseada no conceito de “desenvolvimento humano integral”, de todo o homem, de todos os homens; e de uma forte aliança entre o ser humano e a criação, a sua casa comum: afirma o Dossiê no qual a Caritas italiana reúne propostas e esperanças da comunidade global.
Dossiê da Caritas publicado em concomitância com o G-7
Intitulado “Um mundo instável. Respostas de paz, vozes de esperança, desenvolvimento sustentável”, o 26º Dossiê da Caritas italiana é publicado em concomitância com o encontro de cúpula do G-7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo), que se realiza esta sexta-feira e sábado (26 e 27 de maio) em Taormina, na Sicília, sul da Itália.
“Vivemos num mundo marcado pela raiva e pelo medo. A economia, a política e a sociedade parecem caracterizar-se por fenômenos de caráter ‘expulsivo’”, destaca o texto.
No documento se repercorrem o compromisso e a fadiga da comunidade global na elaboração de algumas respostas concretas: os Acordos de Paris sobre o clima e os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável.
Colocar em prática compromissos assumidos
Trata-se agora (com o G-7, o G-20 e outros eventos internacionais agendados) de dar corpo aos compromissos, colocando em prática o que foi previsto para enfrentar as questões que afligem o planeta.
É necessário dar um sinal de esperança aos pobres, àqueles que foram atingidos por guerras e penúrias, mudanças climáticas e crises econômicas. A Laudato si oferece, sobre esses temas, um horizonte de sentido indispensável para todos: permite-nos atuar, a partir de quanto aceito pela comunidade internacional, no sentido de caminhar rumo a uma mais plena tutela da dignidade do ser humano, reitera o Dossiê com dados e testemunhos.
Ainda em vista do G-7, algumas organizações da sociedade civil tomaram a iniciativa de “gritar” aos grandes do mundo a necessidade de ações eficazes par dar uma reposta aos problemas de um planeta sempre mais em crise.
Atuação das Caritas Internacional e plataformas continentais
Atenta aos fenômenos globais que têm impacto na vida das pessoas, o organismo caritativo da Igreja segue com interesse os desdobramentos sobre essas questões mediante a Confederação da Caritas Internacional e as plataformas continentais.
Nesse sentido, há vários grupos de trabalho comprometidos em aprofundar temas como a mudança climática global, os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, as migrações a nível global e os vários encontros de cúpula internacionais. (RL)
Ataque a ônibus no Egito mata 28 cristãos coptas
Cairo (RV) – Crianças também estão entre as vítimas do ataque perpetrado esta manhã contra um ônibus que transportava cristãos coptas ao Mosteiro de São Samuel, nas proximidades da cidade de Minya, região central do Egito.
O balanço oficial das vítimas é de 28 mortos, entre os quais duas crianças de 2 e 4 anos. Os feridos são 22.
Dinâmica do ataque
Segundo uma testemunha, um comando formado por dez terroristas mascarados vestindo uniformes militares bloqueou o ônibus. Os atacantes entraram no veículo disparando com armas automáticas, enquanto um deles filmava o massacre.
Alvos constantes
Os cristãos coptas, que representam 10% da população egípcia, são alvo constante de ataques de jihadistas. No Domingo de Ramos, kamikazes atacaram igrejas em Tanta e Alexandria provocando 45 mortes, sendo os ataques reivindicados pelo autoproclamado Estado Islâmico.
Desde a Primavera Árabe de 2011 que tirou do poder Hosni Mubarack – que tinha o apoio do Patriarca Shenouda III – os coptas passaram a viver uma tensão crescente que teve seu ápice com a subida ao poder da Irmandade Muçulmana, com o Presidente Mohamed Morsi.
Desde 2013, foram pelo menos 40 os ataques contra igrejas e agressões aos cristãos, o que provocou dezenas de mortes.
O epicentro da violência é o Egito rural, em particular a região de Minya, onde 35% da população é cristã e a presença jihadista é sempre maior. Justamente nesta região – a 250 km do Cairo - ocorreu o ataque desta manhã.
(Je com Agências)
Dia das crianças desaparecidas: 22 mil ao dia
Roma (RV) - Celebrou-se nesta quinta-feira, dia 25, o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, organizado em 1983, em memória do pequeno Ethan Patz, sequestrado em Nova York em 25 de maio de 1979. Um drama que envolve todos os anos no mundo cerca de 8 milhões de crianças, de acordo com o Centro Internacional de crianças desaparecidas e exploradas (ICMEC), com sede em Virgínia, nos EUA e que lidera uma Rede global de associações ativas nesta frente, entre as quais na Itália Telefono Azzurro. A Rádio Vaticano ouviu o fundador e presidente, Ernesto Caffo:
Um drama recordado várias vezes pelo Papa Francisco. “É um dever de todos - advertiu - proteger as crianças, especialmente aquelas expostas a alto risco de exploração, tráfico e comportamentos desviantes”. Estas crianças desaparecem e são depois esquecidas, em sua maior parte não são mais procuradas, seja nos países pobres, seja nos países ricos: desaparcem 22 mil a cada dia no mundo, uma a cada dois minutos na Europa, onde a maioria dos desaparecimentos é relativa às crianças migrantes não acompanhadas. O prof. Ernesto Caffo:
R. As crianças são frequentemente vítimas do tráfico, de um mercado dramática onde são vistas como objeto de interesse no trabalho infantil, nas guerras. Na Itália, tivemos um aumento significativo nos últimos anos, porque as crianças estrangeiras desacompanhadas têm aumentado e faltam pontos de apoio e protecção. É uma chaga que sabemos que existe em todo o mundo e que requer medidas sempre mais coordenadas e adequada. (SP)