Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 04/06/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Papa e Santa Sé



Homilia da Missa de Pentecostes - texto integral

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidiu este domingo 4 de junho na Praça São Pedro a Santa Missa pela Solenidade de Pentecostes. Eis sua homilia na íntegra:

“Chega hoje ao seu termo o tempo de Páscoa, desde a Ressurreição de Jesus até ao Pentecostes: cinquenta dias caracterizados de modo especial pela presença do Espírito Santo. De fato, o Dom pascal por excelência é Ele: o Espírito criador, que não cessa de realizar coisas novas. As Leituras de hoje mostram-nos duas novidades: na primeira, o Espírito faz dos discípulos um povo novo; no Evangelho, cria nos discípulos um coração novo.

Um povo novo. No dia de Pentecostes o Espírito desceu do céu em «línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas» (At 2, 3-4). Com estas palavras, é descrita a ação do Espírito: primeiro, pousa sobre cada um e, depois, põe a todos em comunicação. A cada um dá um dom e reúne a todos na unidade. Por outras palavras, o mesmo Espírito cria a diversidade e a unidade e, assim, molda um povo novo, diversificado e unido: a Igreja universal. Em primeiro lugar, com fantasia e imprevisibilidade, cria a diversidade; com efeito, em cada época, faz florescer carismas novos e variados. Depois, o mesmo Espírito realiza a unidade: liga, reúne, recompõe a harmonia. «Com a sua presença e ação, congrega na unidade espíritos que, entre si, são distintos e separados» (CIRILO DE ALEXANDRIA, Comentário ao Evangelho de João, XI, 11). E desta forma temos a unidade verdadeira, a unidade segundo Deus, que não é uniformidade, mas unidade na diferença.

Para se conseguir isso, ajuda-nos o evitar duas tentações frequentes. A primeira é procurar a diversidade sem a unidade. Sucede quando se quer distinguir, quando se formam coligações e partidos, quando se obstina em posições excludentes, quando se fecha nos próprios particularismos, porventura considerando-se os melhores ou aqueles que têm sempre razão. Desta maneira escolhe-se a parte, não o todo, pertencer primeiro a isto ou àquilo e só depois à Igreja; tornam-se «adeptos» em vez de irmãos e irmãs no mesmo Espírito; cristãos «de direita ou de esquerda» antes de o ser de Jesus; inflexíveis guardiães do passado ou vanguardistas do futuro em vez de filhos humildes e agradecidos da Igreja. Assim, temos a diversidade sem a unidade. Por sua vez, a tentação oposta é procurar a unidade sem a diversidade. Mas, deste modo, a unidade torna-se uniformidade, obrigação de fazer tudo juntos e tudo igual, de pensar todos sempre do mesmo modo. Assim, a unidade acaba por ser homologação, e já não há liberdade. Ora, como diz São Paulo, «onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade» (2 Cor 3, 17).

Então a nossa oração ao Espírito Santo é pedir a graça de acolhermos a sua unidade, um olhar que, independentemente das preferências pessoais, abraça e ama a sua Igreja, a nossa Igreja; pedir a graça de nos preocuparmos com a unidade entre todos, de anular as murmurações que semeiam cizânia e as invejas que envenenam, porque ser homens e mulheres de Igreja significa ser homens e mulheres de comunhão; é pedir também um coração que sinta a Igreja como nossa Mãe e nossa casa: a casa acolhedora e aberta, onde se partilha a alegria multiforme do Espírito Santo.

E passemos agora à segunda novidade: um coração novo. Quando Jesus ressuscitado aparece pela primeira vez aos seus, diz-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados» (Jo 20, 22-23). Jesus não condenou os seus, que O abandonaram e renegaram durante a Paixão, mas dá-lhes o Espírito do perdão. O Espírito é o primeiro dom do Ressuscitado, tendo sido dado, antes de mais nada, para perdoar os pecados. Eis o início da Igreja, eis a cola que nos mantém unidos, o cimento que une os tijolos da casa: o perdão. Com efeito, o perdão é o dom elevado à potência infinita, é o amor maior, aquele que mantém unido não obstante tudo, que impede de soçobrar, que reforça e solidifica. O perdão liberta o coração e permite recomeçar: o perdão dá esperança; sem perdão, não se edifica a Igreja.

O Espírito do perdão, que tudo resolve na concórdia, impele-nos a recusar outros caminhos: os caminhos apressados de quem julga, os caminhos sem saída de quem fecha todas as portas, os caminhos de sentido único de quem critica os outros. Ao contrário, o Espírito exorta-nos a percorrer o caminho com duplo sentido do perdão recebido e dado, da misericórdia divina que se faz amor ao próximo, da caridade como «único critério segundo o qual tudo deve ser feito ou deixado de fazer, alterado ou não» (ISAAC DA ESTRELA, Discurso 31). Peçamos a graça de tornar o rosto da nossa Mãe Igreja cada vez mais belo, renovando-nos com o perdão e corrigindo-nos a nós mesmos: só então poderemos corrigir os outros na caridade.

Peçamos ao Espírito Santo, fogo de amor que arde na Igreja e dentro de nós, embora muitas vezes o cubramos com a cinza das nossas culpas: «Espírito de Deus, Senhor que estais no meu coração e no coração da Igreja, Vós que fazeis avançar a Igreja, moldando-a na diversidade, vinde! Precisamos de Vós, como de água, para viver: continuai a descer sobre nós e ensinai-nos a unidade, renovai os nossos corações e ensinai-nos a amar como Vós nos amais, a perdoar como Vós nos perdoais. Amém»”.

inizio pagina

Papa: Que o Espírito dê paz ao mundo inteiro, cure as chagas da guerra e do terrorismo

◊  

Cidade do Vaticano (RV) –  “Que o Espírito dê paz ao mundo inteiro; cure as chagas da guerra e do terrorismo, que também esta noite, em Londres, atingiu civis inocentes: rezemos pelas vítimas e familiares”. 

No Regina Coeli deste Domingo, após presidir a Celebração Eucarística da Solenidade de Pentecostes, o Papa Francisco expressou sua proximidade às vítimas de mais um ato terrorista, desta vez em Londres, que na noite de sábado matou sete pessoas e feriu outras 48.

O Santo Padre também recordou a publicação este domingo de sua mensagem para o próximo Dia Mundial das Missões, a ser celebrado em 22 de outubro, e que tem por título  “A missão no coração da fé cristã”.

“Que o Espírito Santo sustente a missão da Igreja no mundo inteiro e dê força a todos os missionários e as missionárias do Evangelho”, disse Francisco.

O Papa também saudou os peregrinos provenientes da Itália e de muitas partes do mundo, em particular, os grupos da Renovação Carismática Católica, que festeja o 50º aniversário de fundação, assim como “os irmãos e irmãs de outras confissões cristãs que se unem à nossa oração”, e as Filhas de Maria Auciliadora dos países latino-americanos.

O coral e a orquestra de adolescentes da cidade italiana Carpi, que em colaboração com a Capela Sistina entoaram alguns cantos durante a celebração, também receberam a atenção do Pontífice, em sua saudação.

inizio pagina

A mensagem do Papa para o Mundial das Missões: "A missão no coração da fé cristã”

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Foi divulgada esta Domingo de Pentecostes a Mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das Missões, celebrado no mês de outubro,  intitulada “A missão no coração da fé cristã”. Eis a íntegra da mensagem: 

 “Queridos irmãos e irmãs!

O Dia Mundial das Missões concentra-nos, também este ano, na pessoa de Jesus, «o primeiro e maior evangelizador» (Paulo VI, Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 7), que incessantemente nos envia a anunciar o Evangelho do amor de Deus Pai, com a força do Espírito Santo. Este Dia convida-nos a refletir novamente sobre a missão no coração da fé cristã. De facto a Igreja é, por sua natureza, missionária; se assim não for, deixa de ser a Igreja de Cristo, não passando duma associação entre muitas outras, que rapidamente veria exaurir-se a sua finalidade e desapareceria. Por isso, somos convidados a interrogar-nos sobre algumas questões que tocam a própria identidade cristã e as nossas responsabilidades de crentes, num mundo baralhado com tantas quimeras, ferido por grandes frustrações e dilacerado por numerosas guerras fratricidas, que injustamente atingem sobretudo os inocentes. Qual é o fundamento da missão? Qual é o coração da missão? Quais são as atitudes vitais da missão?

A missão e o poder transformador do Evangelho de Cristo, Caminho, Verdade e Vida

1.         A missão da Igreja, destinada a todos os homens de boa vontade, funda-se sobre o poder transformador do Evangelho. Este é uma Boa Nova portadora duma alegria contagiante, porque contém e oferece uma vida nova: a vida de Cristo ressuscitado, o qual, comunicando o seu Espírito vivificador, torna-Se para nós Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14, 6). É Caminho que nos convida a segui-Lo com confiança e coragem. E, seguindo Jesus como nosso Caminho, fazemos experiência da sua Verdade e recebemos a sua Vida, que é plena comunhão com Deus Pai na força do Espírito Santo, liberta-nos de toda a forma de egoísmo e torna-se fonte de criatividade no amor.

2.         Deus Pai quer esta transformação existencial dos seus filhos e filhas; uma transformação que se expressa como culto em espírito e verdade (cf. Jo 4, 23-24), ou seja, numa vida animada pelo Espírito Santo à imitação do Filho Jesus para glória de Deus Pai. «A glória de Deus é o homem vivo» (Ireneu, Adversus haereses IV, 20, 7). Assim, o anúncio do Evangelho torna-se palavra viva e eficaz que realiza o que proclama (cf. Is 55, 10-11), isto é, Jesus Cristo, que incessantemente Se faz carne em cada situação humana (cf. Jo 1, 14).

A missão e o kairós de Cristo

3.         Por conseguinte, a missão da Igreja não é a propagação duma ideologia religiosa, nem mesmo a proposta duma ética sublime. No mundo, há muitos movimentos capazes de apresentar ideais elevados ou expressões éticas notáveis. Diversamente, através da missão da Igreja, é Jesus Cristo que continua a evangelizar e agir; e, por isso, aquela representa o kairós, o tempo propício da salvação na história. Por meio da proclamação do Evangelho, Jesus torna-Se sem cessar nosso contemporâneo, consentindo à pessoa que O acolhe com fé e amor experimentar a força transformadora do seu Espírito de Ressuscitado que fecunda o ser humano e a criação, como faz a chuva com a terra. «A sua ressurreição não é algo do passado; contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição. É uma força sem igual» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 276).

4.         Lembremo-nos sempre de que, «ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo» (Bento XVI, Carta. enc. Deus caritas est, 1). O Evangelho é uma Pessoa, que continuamente Se oferece e, a quem A acolhe com fé humilde e operosa, continuamente convida a partilhar a sua vida através duma participação efetiva no seu mistério pascal de morte e ressurreição. Assim, por meio do Batismo, o Evangelho torna-se fonte de vida nova, liberta do domínio do pecado, iluminada e transformada pelo Espírito Santo; através da Confirmação, torna-se unção fortalecedora que, graças ao mesmo Espírito, indica caminhos e estratégias novas de testemunho e proximidade; e, mediante a Eucaristia, torna-se alimento do homem novo, «remédio de imortalidade» (Inácio de Antioquia, Epistula ad Ephesios, 20, 2).

5.         O mundo tem uma necessidade essencial do Evangelho de Jesus Cristo. Ele, através da Igreja, continua a sua missão de Bom Samaritano, curando as feridas sanguinolentas da humanidade, e a sua missão de Bom Pastor, buscando sem descanso quem se extraviou por veredas enviesadas e sem saída. E, graças a Deus, não faltam experiências significativas que testemunham a força transformadora do Evangelho. Penso no gesto daquele estudante «dinka» que, à custa da própria vida, protege um estudante da tribo «nuer» que ia ser assassinado. Penso naquela Celebração Eucarística em Kitgum, no norte do Uganda – então ensanguentado pelas atrocidades dum grupo de rebeldes –, quando um missionário levou as pessoas a repetirem as palavras de Jesus na cruz: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mc 15, 34), expressando o grito desesperado dos irmãos e irmãs do Senhor crucificado. Aquela Celebração foi fonte de grande consolação e de muita coragem para as pessoas. E podemos pensar em tantos testemunhos – testemunhos sem conta – de como o Evangelho ajuda a superar os fechamentos, os conflitos, o racismo, o tribalismo, promovendo por todo o lado a reconciliação, a fraternidade e a partilha entre todos.

A missão inspira uma espiritualidade de êxodo, peregrinação e exílio contínuos

6.         A missão da Igreja é animada por uma espiritualidade de êxodo contínuo. Trata-se de «sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 20). A missão da Igreja encoraja a uma atitude de peregrinação contínua através dos vários desertos da vida, através das várias experiências de fome e sede de verdade e justiça. A missão da Igreja inspira uma experiência de exílio contínuo, para fazer sentir ao homem sedento de infinito a sua condição de exilado a caminho da pátria definitiva, pendente entre o «já» e o «ainda não» do Reino dos Céus.

7.         A missão adverte a Igreja de que não é fim em si mesma, mas instrumento e mediação do Reino. Uma Igreja autorreferencial, que se compraza dos sucessos terrenos, não é a Igreja de Cristo, seu corpo crucificado e glorioso. Por isso mesmo, é preferível «uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças» (Ibid., 49).

Os jovens, esperança da missão

8.         Os jovens são a esperança da missão. A pessoa de Jesus e a Boa Nova proclamada por Ele continuam a fascinar muitos jovens. Estes buscam percursos onde possam concretizar a coragem e os ímpetos do coração ao serviço da humanidade. «São muitos os jovens que se solidarizam contra os males do mundo, aderindo a várias formas de militância e voluntariado. (...) Como é bom que os jovens sejam “caminheiros da fé”, felizes por levarem Jesus Cristo a cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra!» (Ibid., 106). A próxima Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar em 2018 sobre o tema «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional», revela-se uma ocasião providencial para envolver os jovens na responsabilidade missionária comum, que precisa da sua rica imaginação e criatividade.

O serviço das Obras Missionárias Pontifícias

9.         As Obras Missionárias Pontifícias são um instrumento precioso para suscitar em cada comunidade cristã o desejo de sair das próprias fronteiras e das próprias seguranças, fazendo-se ao largo a fim de anunciar o Evangelho a todos. Através duma espiritualidade missionária profunda vivida dia-a-dia e dum esforço constante de formação e animação missionária, envolvem-se adolescentes, jovens, adultos, famílias, sacerdotes, religiosos e religiosas, bispos para que, em cada um, cresça um coração missionário. Promovido pela Obra da Propagação da Fé, o Dia Mundial das Missões é a ocasião propícia para o coração missionário das comunidades cristãs participar, com a oração, com o testemunho da vida e com a comunhão dos bens, na resposta às graves e vastas necessidades da evangelização.

Fazer missão com Maria, Mãe da evangelização

10.       Queridos irmãos e irmãs, façamos missão inspirando-nos em Maria, Mãe da evangelização. Movida pelo Espírito, Ela acolheu o Verbo da vida na profundidade da sua fé humilde. Que a Virgem nos ajude a dizer o nosso «sim» à urgência de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus no nosso tempo; nos obtenha um novo ardor de ressuscitados para levar, a todos, o Evangelho da vida que vence a morte; interceda por nós, a fim de podermos ter uma santa ousadia de procurar novos caminhos para que chegue a todos o dom da salvação.

Vaticano, 4 de junho – Solenidade de Pentecostes – de 2017.

[Franciscus]

inizio pagina

Papa nos 50 anos da RCC: Avancem com força, na diversidade reconciliada!

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde deste sábado, 3 de junho, o Papa Francisco presidiu a Vigília ecumênica de Pentecostes no Circo Máximo, em Roma, no âmbito das celebrações do Jubileu de Ouro da Renovação Carismática Católica. Eis seu pronunciamento na íntegra: 

"Queridos irmãos e irmãs, obrigado pelo testemunho que vocês dão hoje, aqui. Nos faz  bem a todos, faz bem também a mim, a todos!
No primeiro capítulo do Livro dos Atos dos Apóstolos lemos: “E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem o cumprimento da promessa de seu Pai, que ouvistes, disse ele, da minha boca; porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui há poucos dias."

 "Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles.  Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem."  Este é o texto, a passagem do Livro dos Atos.

Hoje estamos aqui como em um Cenáculo a céu aberto, porque não temos medo: a céu aberto e também com o coração aberto à promessa do Pai. Estamos reunidos “todos nós crentes”. Todos aqueles que professam que “Jesus é o Senhor”. “Jesus é o Senhor”.

Muitos vieram de diversas partes do mundo e o Espírito Santo nos reuniu para estabelecer ligações de amizade fraterna que nos encorajam no caminho rumo à unidade, a unidade para a missão, não para estar parados, não! Para a missão, para proclamar que Jesus é o Senhor: “Jesus é o Senhor”; para anunciar juntos o amor do Pai por todos os seus filhos! Para anunciar a Boa Nova a todos os povos! Para demonstrar que a paz é possível, mas não é tão fácil demonstrar isto no mundo de hoje que a paz é possível, mas em nome de Jesus podemos demonstrar com o nosso testemunho que a paz é possível! Mas é possível se nós estamos em paz entre nós; mas se nós aguçamos as diferenças, estamos em guerra entre nós, não podemos anunciar a paz. A paz é possível a partir da nossa confissão que Jesus é o Senhor e da nossa evangelização por este caminho. É possível. Mesmo demonstrando que temos diferenças: mas isto é óbvio! Temos diferenças, mas que desejamos estar em diversidade reconciliada. Eis, esta palavra, não a esqueçam e digam ela a todos: “diversidade reconciliada”. E esta palavra não é minha, não é minha. É de um irmão luterano. “Diversidade reconciliada”.

E agora estamos aqui e somos muitos! Nos reunimos para rezar juntos, para pedir a vinda do Espírito Santo sobre cada um de nós para sair nas ruas da cidade e do mundo e proclamar o senhorio de Jesus Cristo.

O Livro dos Atos afirma: “"Partos, medos, elamitas; os que habitam a Macedônia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia, a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia próximas a Cirene; peregrinos romanos, judeus ou prosélitos, cretenses e árabes; ouvimo-los publicar em nossas línguas as maravilhas de Deus!" (At 2,9-11). Falar a mesma língua...escutar, entender – entender! – que existem diferenças, mas o Espírito Santo que nos faz entender a mensagem da ressurreição de Jesus na nossa própria língua.

Estamos reunidos aqui, fiéis provenientes de 120 países do mundo, para celebrar a soberana obra do Espírito Santo na Igreja, que começou há 50 anos e deu início...a esta instituição? Não. A esta organização? A uma corrente de graça, à corrente de graça da Renovação Carismática Católica. Obra que nasce...católica? Não. Nasce ecumênica! Nasce ecumênica porque é o Espírito Santo que cria a unidade e é o mesmo Espírito Santo que dá a inspiração para que fosse assim! É importante ler as obras do Cardeal Suenens sobre isto: é muito importante!

A vinda do Espírito Santo transforma homens fechados por causa do medo em corajosos testemunhos de Jesus. Pedro, que havia renegado Jesus três vezes, repleto da força do Espírito Santo proclama: "Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo." (At 2,36). E esta é a profissão de fé de cada cristão! Deus constituiu Senhor Cristo, aquele Jesus que vocês crucificaram ou que foi crucificado: estão de acordo com esta profissão de fé? (respondem: sim!) É a nossa, todos, todos, será a mesma!

A Palavra segue dizendo: “Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um”. Vendiam: ajudavam os pobres; realmente havia alguns espertos – pensemos em Ananias e Safira; mas sempre existem. Mas todos os fiéis, a maioria, se ajudavam.  “Unidos de coração frequentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da salvação."

A comunidade que crescia, e havia o espírito que inspirava. Gosto tanto de pensar no Apóstolo Felipe, quando o Anjo disse a ele: “Segue pelo caminho de casa e encontre aquele prosélito, ministro da economia da Rainha da Eritréia – ou da Etiópia –  Candace; havia um prosélito e lia Isaías. E explicou a Palavra a ele, proclamou Jesus e ele se converteu. E em um determinado momento... “mas, tem água: quero ser batizado”. Era o Espírito Santo que impelia Felipe a ir lá e foi desde o início o Espírito a impelir todos os fiéis a proclamar o Senhor.....

Escolhemos nos reunir aqui, neste lugar, - o disse o Pastor Traettino - porque aqui, durante as perseguições, foram martirizados cristãos, para o divertimento daqueles que assistiam.

Hoje existem mais mártires. Cristãos! Aqueles que matam os cristãos, antes de mata-los, não perguntam a eles: “Mas, tu és ortodoxo? Tu és católico? Tu és evangélico? Tu és luterano? Tu és calvinista?”. Não! “Tu és cristão?”, e degolam imediatamente. Hoje existem mais mártires do que nos primeiros tempos. E este é o ecumenismo de sangue: nos une o testemunho de nossos mártires hoje.

Em diversos lugares do mundo o sangue cristãos é derramado! Hoje é mais urgente do que nunca a unidade dos cristãos, unidos por obra do Espírito Santo, na oração e na ação pelos mais fracos. Caminhar juntos, trabalhar juntos. Nos amar-nos. Nos amar-nos. E juntos, tentar explicar as diferenças, colocar-se de acordo, mas em caminho: isto é verdade. Porque o Espírito nos quer em caminho.

50 anos de Renovação Carismática Católica. Uma corrente de graça do Espírito! Por que corrente de graça? Porque não tem nem fundador, nem estatutos, nem órgãos de governo. Claramente nesta corrente nasceram múltiplas expressões que, certo, são obras humanas inspiradas pelo Espírito, com vários carismas, e todas a serviço da Igreja. Mas não se pode colocar diques na corrente, nem se pode fechar o Espírito Santo em uma gaiola!

Passaram-se 50 anos. Quando se chega a esta idade, as forças começam a decair: a metade da vida...Na minha terra dizemos: “el...(expressão em espanhol), as rugas tornam-se mais profundas – a menos que tu te maquies, mas existem rugas - os cabelos grisalhos aumentam e se começa a esquecer algumas coisas...

50 anos é um momento da vida apropriado para parar e fazer uma reflexão. É o momento da reflexão: a metade da vida. E eu diria a vocês: é o momento para seguir em frente com mais força, deixando para trás a poeira do tempo que deixamos acumular, agradecendo por aquilo que recebemos e enfrentando o novo com confiança na ação do Espírito Santo”

O Pentecostes faz nascer a Igreja. O Espírito Santo, a promessa do Pai anunciada por Jesus Cristo, é Ele que faz a Igreja: a esposa do Apocalipse, uma única esposa – disse o Pastor Traettino. O Senhor tem uma esposa!

O dom mais precioso que todos recebemos é o Batismo. E agora o Espírito nos conduz no caminho da conversão que atravessa todo o mundo cristão e que é um motivo a mais para que a Renovação Carismática Católica seja um lugar privilegiado para percorrer o caminho rumo à unidade!

Esta corrente de graça é para toda a Igreja, não somente para alguns, e ninguém de nós é o "dono" e todos os outros servos! Não! Todos somos servos desta corrente de graça.

Junto a esta experiência, vocês recordam continuamente à Igreja o poder da oração de louvor. Louvor que é a oração de reconhecimento e ação de graças pelo amor gratuito de Deus. Pode acontecer que este modo de rezar não agrade a alguém, mas é certo que se insere plenamente na tradição bíblica. Os Salmos, por exemplo: Davi que dançava diante da Arca da Aliança, cheio de júbilo... E por favor, não caiamos – por favor – no comportamento de nos tornar cristãos com o complexo de Mico, que se envergonhava de louvar o Senhor na pessoa de Davi.

Júbilo, alegria, fruto da mesma ação do Espírito Santo! O cristão experimenta a alegria em seu coração ou há algo que não funciona. A alegria do anúncio da Boa Nova do Evangelho!

Jesus na Sinagoga de Nazaré lê a passagem de Isaías: "O espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor consagrou-me pela unção; enviou-me a levar a boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade;  proclamar um ano de graças da parte do Senhor". O alegre anúncio: não esquecer isto. O alegre anúncio: a núncio cristão sempre é alegre.

O terceiro documento de Malines, "Renovação Carismática e Serviço ao Homem", escrito pelo Cardeal Suenens e por Dom Helder Câmara, é claro: renovação carismática e serviço ao homem.

Batismo no Espírito Santo, louvor, serviço ao homem. As três coisas estão indissoluvelmente unidas: Batismo no Espírito santo, louvor – oração de louvor – serviço ao homem. Estão unidas. Posso louvar de forma profunda, mas se não ajudo os mais necessitados não basta. "Nenhum entre eles tinha necessidade" (At 4,34), dizia o Livro dos Atos.

Não seremos julgados pelo nosso louvor, mas por aquilo que fizemos por Jesus: "Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar? Responderá o Rei: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes." (Mt 25,39-40).

Queridas irmãs, queridos irmãos, desejo a vocês um tempo de reflexão, de memória das origens; um tempo para deixar para trás todas as coisas juntadas pelo próprio "eu", e transformá-las em escuta e acolhida jubilosa da ação do Espírito Santo, que sopra onde e como quer!

Agradeço a Fraternidade Católica e a ICCRS pela organização deste Jubileu de Ouro, por esta Vigília. E agradeço a cada um dos voluntários que tornaram possível a sua realização, muitos dos quais se encontram aqui. Quis saudar os membros do staff do Escritório quando cheguei, porque sei que trabalharam muito! E não a pagamento, hein! Trabalharam muito! A maioria são jovens de diversos continentes! Que o Senhor os abençoe muito!

Agradeço em particular pelo fato que o pedido que fiz a vocês há dois anos para dar à Renovação Carismática Mundial um único serviço internacional baseado aqui tenha começado a concretizar-se nos Atos Constitucionais deste novo único serviço. É o primeiro passo, e a este se seguirão outros, porém logo  a unidade, obra do Espírito Santo, será uma realidade. "Eu faço novas todas as coisas", diz o Senhor (Ap 21,5).

Obrigado, Renovação Carismática Católica, por aquilo que vocês deram à Igreja nestes 50 anos! A Igreja conta com vocês, com a vossa fidelidade à Palavra, a vossa disponibilidade ao serviço e no testemunho de vidas transformadas pelo Espírito Santo!
Compartilhar com todos na Igreja o Batismo no Espírito Santo, louvar o Senhor sem parar, caminhar juntos com cristãos de diversas Igrejas e comunidades cristãs na oração e na ação pelos mais necessitados. Servir os mais pobres e os enfermos, isto espera de vocês a Igreja e o Papa!”

inizio pagina

Igreja no Brasil



Nasce App ecumênico "Rede somos um"

◊  

Cidade do Vaticano (RV) –  Educar para a unidade, dando visibilidade à iniciativas ecumênicas no Brasil e no exterior. Este é um dos objetivos do App “Rede somos um”, que pode ser baixado gratuitamente nas plataformas Google Play e IOS.

A iniciativa - da Comunidade Coração Novo - vai de encontro à Conferência internacional de Louvor e Adoração “Somos Um” que terá lugar na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, de 3 a 6 de agosto, e insere-se no contexto dos constantes apelos do Papa Francisco para um ecumenismo espiritual, que possa favorecer a unidade entre os cristãos.

Nós recebemos em nossa emissora a visita do Padre Douglas Pinheiro Lima, Assessor para o Ecumenismo na Diocese de Osasco, e Izaías de Souza Carneiro, fundador da Comunidade Coração Novo, sediada no Rio de Janeiro, que nos falaram sobre esta iniciativa ecumênica: 

 

inizio pagina

Igreja no Mundo



Maria Voce: desejo do Papa é que cristãos caminhem juntos

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – A presidente do Movimento dos Focolares, Maria Voce, foi uma das presenças no palco montado no Circo Máximo, em Roma, para a Vigília ecumênica de Pentecostes, tendo acompanhado o Papa Francisco ao final do encontro.

Na parte da manhã, ela havia participado da audiência privada do Papa Francisco aos líderes evangélicos no Vaticano, que também participaram da Vigília de oração.

“Foi um encontro muito breve, disse ela à Agência Ansa, mas personalizado. O Papa saudou a todos, um por um, e nos quis todos em círculo na Sala do Consistório, justamente para poder saudar um a um pessoalmente. Então, deteve-se por alguns minutos para falar de sua gratidão pela visita”.

O Papa viu o gesto como “um sinal de afeto por ele e pelo qual estava muito contente”, revela Maria Voce.

“Disse sobretudo que o desejo de seu coração é que se caminhe juntos. Dizia que este ecumenismo é o de caminhar juntos, e agradecia aos participantes porque – dizia – “sei que vocês o fazem”. É necessário continuar a caminhar juntos. Os teólogos nos ajudarão a entender as diferenças, a encontrar o modo de superá-las, porém, o importante, é que nós caminhemos juntos, porque a vontade de Deus é que sejamos todos um. Esta é a mensagem. Estava muito sereno, muito contente em poder encontrar todos ali”.

Um dos carismas do Movimento dos Focolares é trabalhar por um mundo unido, também através de iniciativas ecumênicas.

(JE-ANSA)

 

inizio pagina

Roubada relíquia de Dom Bosco

◊  

Turim - “Estamos muito tristes pelo que aconteceu, ao lado de tantos fiéis que tomarão conhecimento disto. Confiamos que Dom Bosco possa tocar o coração de quem fez isto, fazendo-o voltar atrás, da mesma forma que era capaz de transformar a vida dos jovens que encontrava”.

É o que diz um comunicado de imprensa assinado pelo Reitor da Basílica de Colle Dom Bosco, em Astigiano, Padre Ezio Orsini, ao lamentar o roubo da relíquia de São João Bosco ocorrido na noite da última sexta-feira. O sacerdote não quis dar maior detalhes para não atrapalhar as investigações em andamento.

“Estamos seguros – acrescentou  no comunicado distribuído à imprensa – que se possa, como já aconteceu, roubar uma relíquia de Dom Bosco, mas não se pode roubar Dom Bosco de nós e dos tantos peregrinos que diariamente vem visitar este local”.

Já o Arcebispo de Turim, Dom Cesare Nosiglia,  escreve que é o tipo de notícia “que nunca gostaria de ouvir, pois nos leva a pensar a uma profunda miséria moral, a de subtrair um “sinal” que foi deixado e conservado para a devoção e a fé de todos”.

A Igreja de Turim – disse o Arcebispo – é próxima à Comunidade Salesiana e neste momento “quer recordar ao Senhor o sofrimento dos filhos de Dom Bosco pela ferida que foi infligida à memória de seu fundador. Dom Bosco era padre desta Diocese. Há dois anos celebramos juntos, com a exposição do Sudário e a visita do Papa Francisco, no bicentenário de seu nascimento”.

Neste Domingo de Pentecostes, todos os sacerdotes da Diocese de Turim ofereceram orações pela comunidade salesiana.

Dom Nosiglia pediu a quem roubou a relíquia para devolvê-la o mais breve possível, sem condições, “para que se possa fechar esta página dolorosa e continuar dignamente a poder honrar a memória de Dom Bosco em sua terra natal”. (JE)

inizio pagina