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Sumario del 18/06/2017

Papa e Santa Sé

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: A Eucaristia recorda-nos que não somos indivíduos, mas um corpo

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidiu no início da noite deste domingo os ritos de Corpus Domini, de acordo com o calendário litúrgico da Igreja italiana. Às 19h, hora local, celebrou a Santa Missa no adro da Basílica de São João de Latrão. Em seguida, na presença de uma grande multidão de fiéis, houve a Procissão Eucarística que, percorrendo a Via Merulana, chegou à Basílica de Santa Maria Maior. Na conclusão a Benção Eucarística.

Na sua homilia, durante a Santa Missa, o Papa Francisco recordou que a Eucaristia é o sacramento da memória que nos recorda, de forma real e tangível, a história de amor de Deus para nós.

Recordação das façanhas do Senhor

Recorda-te: diz, hoje, a Palavra divina a cada um de nós, salientou o Papa. “A partir da recordação das façanhas do Senhor, ganhou força o caminho do povo no deserto; é na recordação daquilo que o Senhor fez por nós que se fundamenta a nossa história pessoal de salvação. Recordar é essencial para a fé, como a água para uma planta”.

A memória é importante, - continuou Francisco - porque nos permite permanecer no amor, permite re-cordar, isto é, trazer no coração, não esquecer quem nos ama e a quem somos chamados a amar. Mas esta faculdade excecional, que o Senhor nos deu, encontra-se hoje bastante debilitada.

Depressa viramos página, ávidos de novidades

No frenesim em que estamos imersos, - destacou o Santo Padre - muitas pessoas e tantos acontecimentos parecem passar-nos por cima, sem nos darmos conta. Depressa viramos página, ávidos de novidades, mas pobres de recordações. Deste modo, mandando em fumo as recordações e vivendo cingidos ao instante presente, corre-se o risco de ficar à superfície, vendo o fluir das coisas que acontecem sem descer em profundidade, sem aquela espessura que nos recorda quem somos e para onde vamos. Então a vida exterior acaba fragmentada, e a interior inerte.

O Senhor vem ao nosso encontro 

A solenidade de hoje – disse Francisco na sua homilia - recorda-nos que, na fragmentação da vida, o Senhor vem ao nosso encontro nos panos duma amorosa fragilidade, que é a Eucaristia. No Pão de vida, o Senhor vem visitar-nos fazendo-Se humilde alimento que amorosamente cura a nossa memória adoentada de frenesim. Porque a Eucaristia é o memorial do amor de Deus. Nela, “se comemora a sua paixão”, o amor de Deus por nós, que é a nossa força, o sustentáculo do nosso caminhar.

É por isso – disse o Papa - que nos faz tão bem o memorial eucarístico: não é uma memória abstrata, fria e concetualista, mas a memória viva e consoladora do amor de Deus.

Eucaristia, memória agradecida

A Eucaristia forma em nós uma memória agradecida, porque nos reconhecemos como filhos amados e alimentados pelo Pai. A Eucaristia encoraja-nos: mesmo no caminho mais acidentado, não estamos sozinhos, o Senhor não Se esquece de nós e, sempre que vamos até Ele, alenta-nos com amor.

A Eucaristia recorda-nos também que não somos indivíduos, mas um corpo. Tal como o povo no deserto recolhia o maná caído do céu e o partilhava em família, assim também Jesus, Pão do céu, nos convoca para o recebermos juntos e o partilharmos entre nós. A Eucaristia não é um sacramento “para mim”, é o sacramento de muitos que formam um só corpo.

 “DNA espiritual”

Francisco salientou que quem a recebe não pode deixar de ser artífice de unidade, porque nasce nele, no seu “DNA espiritual”, a construção da unidade. Que este Pão de unidade - finalizou Francisco - nos cure da ambição de prevalecer sobre os outros, da ganância de entesourar para nós mesmos, de fomentar discórdias e disseminar críticas; que desperte a alegria de nos amarmos sem rivalidades, nem invejas, nem murmurações maldizentes. (SP)

 

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Incêndido em Portugal: proximidade do Papa às vítimas

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Cidade do Vaticano (RV) – Nas saudações após a oração do Angelus neste domingo, além de saudar peregrinos de Umuarama e Toledo, no Paraná, o Papa Francisco exprimiu a sua proximidade ao povo português por causa de um devastador incêndio, pedindo um momento de oração.

“Exprimo a minha proximidade ao querido povo português pelo incêndio devastador que está atingindo os bosques ao redor de Pedrógão Grande, causando numerosas vítimas e feridos. Rezemos em silêncio”.

Segundo as agências locais o número de mortos no incêndio que teve início neste sábado em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, é de 57. O balanço é ainda provisório.

Citado pela agência Ecclesia o padre Carlos Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima afirmou que “ao drama já habitual dos incêndios junta-se agora a tragédia da perda de vidas humanas e de perdas tão elevadas”. Padre Cabecinhas pediu que ninguém “fique indiferente” diante destes acontecimentos.

O reitor informa que em todas as celebrações oficiais do Santuário se vai rezar “pelas vítimas mortais e seus familiares, bem como pelos feridos”. Além de elevados danos materiais, há ainda o registro de 59 feridos, vários dos quais em estado grave. (SP)

 

 

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Francisco. "Hoje mais do que nunca, devemos estar do lado dos refugiados”

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco, afirmou neste domingo, que conhecer pessoalmente os refugiados “dissipa medos e ideologias distorcidas”. Falando após o Angelus na Praça São Pedro recordou a celebração do Dia Mundial dos Refugiados na próxima terça-feira, que tem como tema este ano “Com os refugiados. Hoje mais do que nunca, devemos estar do lado dos refugiados”.

"A atenção concreta vai para mulheres, homens, crianças que fogem de conflitos, violências e perseguições. Vamos recordar também na oração todos aqueles que perderam suas vidas no mar ou em viagens cansativas por terra".

Segundo o Papa suas histórias de dor e esperança podem se tornar oportunidades de encontro fraterno e de verdadeiro conhecimento recíproco.

"De fato, o encontro pessoal com os refugiados dissipa medos e ideologias distorcidas e se torna fator de crescimento na humanidade, capaz de criar espaço para sentimentos de abertura e de construção de pontes".

Os imigrantes e refugiados são um tema essencial no ministério de Francisco, que em muitas ocasiões chamou a atenção para a acolhida desses irmãos.

Sua primeira viagem dentro das fronteiras italianas foi à Ilha de Lampedusa, símbolo do fluxo migratório no Mar Mediterrâneo central e cenário de muitos naufrágios nos últimos anos.

Em abril de 2016 visitou os campos de refugiados da ilha grega de Lesbos, onde disse que viu situações de “fazer chorar” e retornou ao Vaticano com 12 sírios e de cuja integração se ocupa a Comunidade romana de Santo Egídio. (SP)

 

 

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Papa: A Eucaristia é sacramento da carne de Cristo

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Cidade do Vaticano (RV) - Na Eucaristia, Jesus, como fez com os discípulos de Emaús, se junta a nós, peregrinos na história, para alimentar em nós a fé, a esperança e a caridade; para nos confortar nas provas; para nos apoiar em nosso compromisso pela justiça e a paz. O Papa Francisco explicou com essas palavras, antes de rezar a oração do Angleus na Praça São Pedro, a Festa do Corpus Domini que “na Itália e em muitos outros países se celebra neste domingo”.

“Esta presença solidária do Filho de Deus – disse o Papa – está em todos os lugares: nas cidades, no campo, no Norte e no Sul do mundo, nos países de tradição cristã e naqueles de primeira evangelização:

“E na Eucaristia Ele oferece si mesmo como força espiritual para nos ajudar a colocar em prática o seu mandamento - amar uns aos outros como Ele nos amou - construindo comunidades acolhedoras e abertas às necessidades de todos, especialmente das pessoas mais vulneráveis, pobres e necessitadas”.

E recordando que o trecho evangélico de hoje, tirado de São João, é uma parte do discurso sobre o “pão da vida” no qual Jesus afirma que ele é “o pão vivo que desceu do céu”, Francisco acrescenta:

“Ele quer dizer que o Pai o enviou ao mundo como o alimento de vida eterna, e por isso Ele vai sacrificar a si mesmo, a sua carne. Na verdade, Jesus, na cruz, deu o seu corpo e derramou o seu sangue. O Filho do homem crucificado é o verdadeiro Cordeiro pascal, que nos faz sair da escravidão do pecado e nos apoia no caminho para a terra prometida.

A Eucaristia – sublinhou o Papa - é sacramento da sua carne, dada para fazer viver o mundo; quem se nutre deste alimento permanece em Jesus e vive por Ele. Assimilar Jesus significa ser n'Ele, tornar-se filhos no Filho.

"Nutrir-se de Jesus Eucaristia - continuou Francisco - também significa abandonar-nos com confiança a Ele e deixar-nos guiar por Ele. Trata-se de acolher Jesus no lugar do próprio “eu”. Desta forma, o amor gratuito recebido de Cristo na Comunhão eucarística alimenta o nosso amor por Deus e pelos nossos irmãos e irmãs que encontramos no caminho de cada dia".

Enfim o Papa pediu à Virgem Maria, que está sempre unida a Jesus Pão da Vida, que “nos ajude a redescobrir a beleza da Eucaristia, nos nutrir com fé, para viver em comunhão com Deus e com os irmãos”. (SP)

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Francisco: Missa e procissão na Solenidade de Corpus Domini

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidirá no início da noite deste domingo os ritos de Corpus Domini, de acordo com o calendário litúrgico da Igreja italiana. Às 19h, hora local, (14h Brasília) celebrará a missa no adro da Basílica de São João de Latrão. Em seguida haverá a Procissão Eucarística que, percorrendo a Via Merulana, chegará à Basílica de Santa Maria Maior. A transferência para o domingo de quinta-feira, 15 de junho, Festa de Corpus Domini, de acordo com o calendário do Vaticano - explicou o diretor da Sala de imprensa do Vaticano Greg Burke, dias atrás - é devido ao fato de favorecer a participação das pessoas e não criar mais problemas para cidade em um dia normal de trabalho.

O Santo Padre deixará o Vaticano por volta das 18h30, hora local. A Rádio Vaticano junto com o Centro Televisivo transmitirá a celebração ao vivo, com comentários em português, a partir das 18h55 (13h55 hora de Brasília). (SP)

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Vaticano: combate à corrupção e máfia, questão de civilização

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Cidade do Vaticano (RV) – O Serviço para o Desenvolvimento Humano e Integral publicou as conclusões do "Primeiro debate Internacional contra a Corrupção", que ocorreu no Vaticano na última quinta-feira (15/6). 

No encontro, promovido em colaboração com a Pontifícia Academia das Ciências Sociais, participaram cerca de 50 magistrados antimáfia e anticorrupção, Bispos e personalidades do Vaticano e de outros Estados, líderes de Movimentos, vítimas, jornalistas, estudiosos, intelectuais e alguns Embaixadores.

Os participantes afirmaram que a luta contra a corrupção e as máfias é uma questão não apenas de legalidade, mas de civilização.

O Prefeito do Serviço para o Desenvolvimento Humano e Integral, Cardeal Peter Turkson, afirmou: “Este encontro ocorreu com o intuito de enfrentar um fenômeno que leva a espezinhar a dignidade da pessoa. Queremos afirmar que nunca se pode espezinhar, negar, prejudicar a dignidade das pessoas. Logo, cabe a nós, mediante este Organismo vaticano, defender e promover o respeito da dignidade da pessoa. Por isso, procuramos chamar a atenção do mundo sobre este fenômeno”.

Por sua vez, o Arcebispo Dom Silvano Tomasi destacou o objetivo principal do encontro: “Sensibilizar a opinião pública e dar passos concretos para se encontrar políticas e leis que possam prevenir a corrupção, pois ela é como um caruncho, que se infiltra nos processos de desenvolvimento dos Países Pobres como nos Ricos, arruinando as relações entre as Instituições e as pessoas. Logo, o esforço que estamos fazendo é para criar uma mentalidade, uma cultura da justiça que possa combater a corrupção e beneficiar o bem comum”.

O grupo participante no encontro está providenciando à elaboração de um texto conjunto como guia dos trabalhos sucessivos e de futuras iniciativas, entre as quais a necessidade de aprofundar, em nível internacional e da Doutrina jurídica da Igreja, a questão sobre a excomunhão por corrupção e associação mafiosa. (MT)

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Formação



Crônica: Bíblia e Alcorão e suas diferenças

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Dubai (RV*) - Amigas a amigos, envio uma saudação esperançosa de paz entre as religiões das Arábias.

Quando nos debruçamos sobre diversos livros, com o intuito de conhecê-los, é interessante evitar os julgamentos.  Tratando-se de livros, como a Bíblia e o Alcorão que são a base das duas maiores religiões do planeta, é normal que tenhamos um profundo respeito também pelos seus seguidores. 

Tanto os livros da Bíblia como o Alcorão foram formados em épocas diferentes e o processo de composição também teve duração diferenciada.

O Alcorão é o livro venerado por mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo.  Os muçulmanos creem que seu livro sagrado é a palavra eterna e literal de Deus.   Segundo eles, ela já existia no céu. Aos poucos foi revelada ao profeta Maomé, em árabe, pelo anjo Gabriel, num intervalo de 23 anos.  Maomé memorizava as revelações e as recitava aos seus seguidores. Daí vem o nome Al Corão, recitação.

Quando Maomé morreu, o Alcorão ainda não existia na forma de um livro.  Foi Abu Baker, o sucessor do profeta, quem ordenou a um homem de sua confiança que preparasse uma coleção escrita dos textos, espalhados por toda a península arábica e regiões vizinhas.   Foi assim que surgiu o livro com 114 capítulos, para eles suras, formando um livro só.

A Bíblia, pelo contrário, como o nome significa, é um conjunto de livros, uma pequena biblioteca.  Em línguas diferentes, hebraico, aramaico e grego, foi escrita por autores diferentes, durante mil anos aproximadamente, de 900 A.C e 100 D.C. Por serem livros que narram o caminho da fé vivida por um povo, durante longo tempo, reúne gêneros literários muito variados, como históricos, orações, poesias etc. A divisão em dois testamentos é marcada pela presença de Cristo na história que a divide em duas partes, Antigo e Novo Testamento.

Cristãos e muçulmanos aproximam-se em seus textos sagrados de forma muito diferente. Um cristão vê a Bíblia como história de salvação. O muçulmano vê o Alcorão como "palavra eterna e “incriada" e, portanto, que não pode ser alterada no mais mínimo detalhe.

 Ambos os textos foram traduzidos a inúmeras línguas para tornar seu conteúdo compreensível. No entanto, a diferença radical está em que, nos atos de culto, a Bíblia é usada na língua própria de cada povo. O Alcorão só se usa em árabe, língua de Deus, segundo eles. Daí que seja tão importante a recitação dos textos no árabe original.

 A crença em um único Deus, tendo em Abraão como o tronco da fé, são fatores comuns para as duas religiões, mas para os cristãos, o aspecto fundamental sustenta-se, na figura de Cristo, centro da história da salvação.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, para a Rádio Vaticano

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Editorial: o grito dos pobres

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Cidade do Vaticano (RV) - “Somos chamados a estender a mão aos pobres” diante do ampliar-se da pobreza no mundo de hoje. “Não podemos ficar inertes e muito menos resignados”. Temas que o Papa Francisco toca na sua mensagem para o 1º Dia Mundial dos Pobres que se realizará no dia 19 de novembro. Naquela ocasião, após a Santa Missa na Basílica de São Pedro, Francisco irá almoçar com 500 pobres. 

A questão da pobreza deve se tornar central, também e, sobretudo, para os cristãos. E Francisco, de fato, na sua mensagem, escreve que “se queremos encontrar realmente Cristo, é necessário que toquemos o seu corpo no corpo cheio de chagas dos pobres, como resposta à comunhão sacramental recebida na Eucaristia”. Em síntese, a ajuda não pode ser ocasional, quase como um desencargo da consciência.

Francisco chama a atenção para o fato que se “desejamos oferecer a nossa contribuição eficaz para a mudança da história, gerando um verdadeiro desenvolvimento, é necessário que escutemos o grito dos pobres e nos comprometamos a tirá-los da sua condição de marginalização”. Ao mesmo tempo, “aos pobres que vivem nas nossas cidades e nas nossas comunidades” Francisco recorda de não perderem o sentido da pobreza evangélica que eles trazem imprimido em sua vida.

Os pobres não são um problema, são um recurso a quem buscar para acolher e viver a essência do Evangelho.

Há uma riqueza desavergonhada que se acumula nas mãos de poucos privilegiados. E então o Papa escreve que a pobreza “nos interpela todos os dias com as suas mil faces marcadas pela dor, pela marginalização, pelo abuso, pela violência, pelas torturas e pela prisão, pela guerra, pela privação da liberdade e da dignidade, pela ignorância e pelo analfabetismo, pela emergência de saúde e pela falta de trabalho, pelo tráfico de pessoas e pela escravidão, pelo exílio e pela miséria, pela migração forçada. A pobreza tem rosto de mulheres, de homens e de crianças explorados por vis interesses, pisoteados pelas lógicas perversas do poder e do dinheiro”.

Diante de um cenário como esse não podemos permanecer inertes e muito menos nos resignarmos escreveu Francisco na sua mensagem sublinhando ainda que são “benditas as mãos que superam todas as barreiras de cultura, de religião e de nacionalidade derramando óleo de consolação sobre chagas da humanidade”.

Na apresentação da mensagem Dom Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização afirmou que não serve pensar “nos pobres somente como destinatários de uma boa prática de voluntariado a ser feita uma vez por semana, ou tanto menos de gestos extemporâneos de boa vontade para colocar em paz a consciência”. Essas experiências, mesmo sendo válidas e úteis a sensibilizar às necessidades de tantos irmãos e às injustiças que frequentemente são a causa, deveriam levar a um verdadeiro encontro com os pobres e dar lugar a uma partilha que se torne estilo de vida.

Portanto, Francisco passa das palavras e concretiza ações: anuncia o Dia Mundial dos Pobres e convida “toda a Igreja, os homens e mulheres de boa vontade”, a manterem fixo o olhar sobre aqueles que estendem a suas mãos pedindo a nossa ajuda e nossa solidariedade.

Assim o dia 19 de novembro será uma oportunidade, uma ocasião para toda a comunidade cristã estender a sua mão aos pobres aos fracos, aos homens e mulheres a quem muitas vezes são pisoteadas a sua dignidade.

Na mensagem Francisco destaca que o fundamento de tantas iniciativas concretas que poderão ser realizadas neste dia deve ser sempre a oração. Não devemos esquecer que o Pai Nosso é a oração dos pobres. O pedido de pão, de fato, exprime a entrega a Deus de nossas necessidades primárias.

Será um dia para reagirmos à cultura do descarte e do desperdício, fazendo nossa a cultura do encontro. (Silvonei José)

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Reflexão para o XI Domingo do Tempo Comum: missão dos discípulos

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Rádio Vaticano (RV) - Reflexão para o XI Domingo do Tempo Comum.

Neste domingo, vamos refletir sobre a presença constante de Deus no mundo e seu desejo de oferecer aos homens a sua vida e a sua salvação. A intervenção de Deus na história humana é possível através de quem Ele chama e envia para ser sinal vivo do seu amor e testemunha da sua bondade. 

A primeira leitura nos fala sobre o Deus da “Aliança”, que elege um Povo e, com ele, estabelece laços de comunhão e de familiaridade. Deus confia ao seu Povo uma missão sacerdotal: Israel deve ser o Povo escolhido para servir ao Senhor, sendo sinal divino entre as nações.

A segunda leitura fala da comunidade dos discípulos que é, fundamentalmente, uma comunidade de pessoas que Deus ama. Sua missão no mundo é dar testemunho do amor de Deus pelos homens: um amor eterno, inquebrável, gratuito e absolutamente único.

O Evangelho de Mateus narra o “discurso da missão”. Trata-se de uma catequese sobre a escolha, o chamado e o envio de “Doze”, que representam a totalidade do Povo de Deus, para anunciar o “Reino de Deus”. Os “doze” são os continuadores da missão de Jesus e levam a boa nova da salvação e da libertação, que Deus atuou para a humanidade, em Jesus.

São Mateus explica que essa missão à qual Deus chama os discípulos é expressão da solicitude de Deus, que quer oferecer ao seu Povo a salvação. Mateus – que escreve para uma comunidade onde existia um número significativo de crentes de origem judaica – utiliza - para transmitir esta mensagem - imagens tiradas do Antigo Testamento, muito familiares para os judeus.

Nas palavras de Jesus, Israel é uma comunidade abatida e desnorteada, cujos pastores - os líderes religiosos judeus - se demitiram das suas responsabilidades. Eles são esses maus pastores de que falavam os profetas. O coração de Deus, no entanto, está repleto de compaixão por este rebanho abatido e desanimado. Por isso, Deus assume as suas responsabilidades, no sentido de conduzir o seu Povo às pastagens onde há vida.

A referência à “messe” indica que esta missão é urgente e não há muito tempo para a levar a cabo. A referência ao “pedido”, que deve ser feito ao Senhor da “messe”, é um apelo para que a comunidade contemple a sua missão como obra de Deus, que deve ser levada a cabo com critérios divinos.

Depois, a respeito da chamada dos discípulos, Mateus deixa claro que a iniciativa é de Jesus: Ele “os chamou”. Não há nenhuma explicação sobre os critérios que levaram Jesus a fazer esta escolha: falar de vocação e de eleição é falar de um mistério insondável, que depende de Deus e que o homem nem sempre consegue compreender e explicar.

A seguir, Mateus cita o número dos discípulos: “Doze”. Trata-se de um número simbólico, que lembra as doze tribos que formavam o antigo Povo de Deus. Os “doze” discípulos representam, simbolicamente, a totalidade do Povo de Deus, do novo Povo de Deus.

Por conseguinte, o evangelista define a missão que Jesus lhes confia: o poder de expulsar os espíritos impuros e de curar as doenças e enfermidades, que representam aquilo que escraviza o homem e o impede de chegar à plenitude da vida. Logo, a missão dos discípulos é lutar contra tudo aquilo – de carácter físico ou espiritual – que destrói a vida e a felicidade do homem.

Como todo o discurso de Jesus, a missão dos discípulos aparece como prolongamento da Sua missão: anunciar o que Jesus fazia, anunciar o “Reino”. Enfim, a missão dos discípulos é a absoluta continuidade da missão de Jesus: um convite à Igreja a continuar, na história, a sua obra libertadora e redentora do homem. (MT) 

 

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