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Sumario del 24/06/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa a atletas da natação: "Água é vida"

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Cidade do Vaticano (RV) – No final da manhã de sábado (24/06), o Papa recebeu cerca de 300 participantes do Campeonato de Natação ‘Settecolli’, que está em andamento em Roma neste fim de semana. O torneio é internacional e atletas brasileiros também estão competindo. 

Tratou-se de um encontro breve na Sala Clementina, que reuniu o Papa com os nadadores e membros da Federação.

Francisco se disse contente em recebê-los e enalteceu os valores transmitidos pelo esporte: “São valores necessários nesta sociedade definida ‘líquida’, sem referências sólidas. Seu esporte é feito na água, mas não é ‘líquido’ – brincou – mas muito sólido pois requer esforços constantes e determinação”.

Água é vida, vida em Cristo

Em seguida o Papa lembrou as palavras de São Francisco “Laudato si, pela irmã água, que é mui útil e humilde. E preciosa e casta”.

“Água é vida, e falar de vida é falar de Deus, origem e fonte da vida, como da nossa vida cristã que se inicia com o Batismo”.

Francisco chamou a atenção também para o valor do corpo; que deve ser cuidado e não idolatrado; a importância da interioridade e a busca de sentido no que fazem; a força e a coragem ao resistir à fadiga; a visão clara da meta e como alcançá-la; o valor da autenticidade que conduz à transparência, à limpidez, à clareza interior”. 

(CM)

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Papa recebe padres Ressurreicionistas no Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) - Os religiosos da Congregação da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, que estão realizando seu Capítulo geral em Roma, foram recebidos na manhã de sábado (24/06) pelo Papa Francisco

Quem são

Filhos espirituais de Bogdan Janski, apóstolo dos poloneses emigrados na França no século XIX, a Congregação nasceu para testemunhar que a Ressurreição de Cristo é a base da vida cristã, para anunciar a exigência da ressurreição pessoal e amparar a comunidade em sua missão no serviço ao Reino de Deus. São conhecidos como 'Ressurreicionistas'

O Capítulo tem o tema “Testemunhas da presença do Senhor Ressuscitado: da comunidade ao mundo”.

Dirigindo-se aos 30 religiosos, o Papa ressaltou três expressões:

- Testemunhas da presença do Senhor Ressuscitado.

Francisco citou como ícone Maria Madalena, que procurava Jesus morto e o encontrou vivo. E recomendou aos presentes que não sejam homens nostálgicos, mas contemplativos que vejam o que os outros não veem; que proclamem com audácia que Cristo é vivo e é o Senhor. O Papa ainda indicou que como Madalena, devem ser ‘homens em caminho’ rumo às periferias humanas, levando a luz do Evangelho.

- Da comunidade ao mundo.

Aqui o Papa mencionou os discípulos de Emaús: “Se a Ressurreição de Cristo é a nossa maior certeza, como não correr para anuncia-la aos outros?”, questionou, respondendo que o modo concreto para fazê-lo é a vida fraterna em comunidade. “O outro é um dom que não pode ser manipulado nem desprezado; um dom a ser acolhido com respeito porque nele, especialmente quando é frágil, me vem ao encontro Cristo”. Francisco exortou: "Comunidades sejam abertas à missão e fujam da autorreferencialidade, que conduz à morte".

- Profetas de alegria e de esperança pascal.

Com esta terceira expressão, Francisco encorajou os religiosos: “Se tivermos a coragem de ir até nossos sepulcros pessoais e comunitários, veremos que Jesus é capaz de nos fazer ressurgir deles. E isto nos fará reencontrar a alegria, a felicidade e a paixão dos primeiros momentos da nossa entrega”.

Encerrando, o Papa recordou: “fazer memória grata do passado, viver o presente com paixão, abraçar o futuro com esperança”. E pediu a todos que rezem por ele. 

O 33o Capítulo Geral.

O 33º Capítulo Geral da Congregação elegeu o novo Superior Geral da Congregação para os próximos seis anos: Pe. Paul Voisin, CR natural da província de Ontario-Kentucky.  

Um brasileiro na Cúria

Para Vigário Geral, foi eleito o brasileiro Pe. Evandro Miranda Rosa, CR membro da Região Sul Americana, até o momento Pe. Evandro trabalhava na Cúria Geral como procurador e Formador no Colégio Internacional dos Ressurreicionistas em Roma. Pe. Evandro Miranda Rosa é o primeiro a ocupar esta função, até então denominada de assistente geral, e o primeiro brasileiro a desenvolvê-la.

Como primeiro conselheiro foi eleito o Pe. Jacek Praski, CR, membro da província dos Estados Unidos, até o momento pároco na cidade de Chicago e como segundo conselheiro Pe. Adrzej Gieniusz, CR, membro da província Polonesa e atualmente professor na Universidade Urbaniana em Roma.(CM)

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A semana de Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) - A semana do Papa Francisco foi bem movimentada. No domingo, depois de rezar o Angelus com os fiéis na Praça S. Pedro, o Papa presidiu à procissão de Corpus Christi na Basílica de São João de Latrão até a Basílica de Santa Maria Maior.

Na segunda, Francisco voltou a Latrão para a abertura do Congresso diocesano de Roma. Já na terça, o Papa foi ao centro e norte da Itália para visitar o túmulo de dois sacerdotes. No Vaticano, houve a tradicional Audiência Geral, missas, audiências..... confira a semana de Francisco de 18 a 23 de junho!

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Igreja no Brasil



REPAM: "Como nos reconciliar com a Criação?"

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Leticia (RV) – A reconciliação com o meio ambiente em território amazônico foi o principal tema debatido no III Encontro da Rede Eclesial Pan-amazônica, REPAM, realizado em Letícia, nas margens do Rio Amazonas, na tríplice fronteira entre Colômbia, Peru e Brasil, de 19 a 23 de junho. 

O impacto da extração

O Encontro reuniu mais de 100 participantes entre bispos colombianos, convidados do Peru e do Brasil, e povos indígenas e camponeses. “A política extrativista que tem sido aplicada no território afeta a soberania alimentar dos povos indígenas, afros e campesinos e aumenta os efeito negativos das mudanças climáticas”, denunciou Armando Valbuena, indígena Wayú e assessor da Organização Nacional Indígena da Colômbia-ONIC.

Reconciliação não é opcional, mas prioritária

A respeito da relação com a Criação a partir da Encíclica do Papa Laudato Si, Dom Joselito Carreño, bispo de Puerto Inírida, recordou que “a reconciliação é a conversão ecológica com o mundo que nos circunda: isto não é opcional ou secundário... o ser humano tem que mudar esta relação”. Na Encíclica, ainda segundo o bispo, o Papa demonstra que a deterioração do meio ambiente tem conexão direta com o sofrimento e o abandono dos pobres, que são quase sempre os primeiros a sofrer as consequências da deterioração ambiental. ”O clamor da terra é o mesmo clamor dos pobres”.

Para Cesar Baratto (teólogo e representante da família Franciscana, docente na Universidade Santo Tomas), a reflexão proposta na Encíclica retoma a imagem de Deus e ilumina as chaves para sair da atual crise ecológica: “A teologia da Criação nasce para reconstruir e reconciliar”.

Jovens: REPAM é uma porta aberta para o conhecimento

Foi destacado  também o papel dos jovens no futuro da sociedade colombiana. Representantes das pastorais juvenis, presentes no Encontro, ressaltaram que sob a liderança dos jovens é possível defender e proteger os recursos naturais, mas para isso, é preciso avançar nos conhecimentos. Para eles, a REPAM é um instrumento que vai favorecer uma nova articulação em prol do bem comum dentro do território amazônico.

O Encontro foi uma ocasião para insistir num trabalho em comunhão que obtenha ações mais efetivas como rede, a partir de planos de ação conjuntos para enfrentar os maiores desafios da realidade amazônica colombiana. 

(CM)

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Igreja no Mundo



"Seu churrasco tem soja?" Confira o documentário

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Goiânia (RV) - O documentário "Seu churrasco tem soja?" será lançado neste sábado no FICA, em Goiás. 

Por se tratar de uma produção austro-brasileira, o documentário foi lançado no mês de março em diversos estados da Áustria. E neste sábado, 24, o documentário será exibido pela primeira vez no Brasil durante a Mostra da Universidade Estadual de Goiás (UEG) na 19º edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), realizado entre os dias 20 e 25 de junho na Cidade de Goiás (GO).

O documentário foi produzido por Thomas Bauer, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) na Bahia, e conta com o apoio da CPT, Welthaus Graz, e Campanha Nacional em Defesa do Cerrado. "O filme nasceu a partir da necessidade de mostrar uma realidade muitas vezes desconhecida. Neste caso, principalmente na região onde a soja avança desenfreadamente, contribuindo para que o Brasil hoje seja campeão em uso de agrotóxicos, e deixando um rastro de destruição para trás", afirma Thomas.

Assista ao teaser:

A produção debate os impactos causados nas populações locais e no meio ambiente por conta da demanda mundial por carne, a partir da soja - produto base na produção de carne bovina, suína, aves e outras, através da ração utilizada nesses criatórios. A produção de soja domina hoje dois terços das terras férteis do mundo, e o Brasil é um dos maiores exportadores de grande parte desta soja.

O testemunho de dona Valdiva

Dona Valdiva Oliveira, 60 anos, era acampada há anos, quando acabou sendo expulsa, principalmente, pelo agrotóxico. Hoje, assentada no estado do Mato Grosso, ela enfatiza que é necessário uma mudança de hábitos nesse sentido, senão "nosso futuro não é bom". Ela explica: "Porque o veneno ele polui tudo, ele polui o ar, a terra, as águas, o subsolo e os corpos humanos também", afirma ela, que é uma das entrevistadas do filme.

Os efeitos da monocultura 

O documentário aborda os impactos da monocultura da soja no estado de Valdiva, no Mato Grosso do Sul, e em Rondônia - realidades que se assemelham com a de Goiás, onde a produção será lançada. "A soja não é um produto que integra socialmente, mas sim um produto socialmente excludente. Porque neste meio de produção apenas aqueles podem existir que [são os que] possuem bastante capital. São poucos grupos de investidores. A soja não é um produto para o pequeno agricultor, isso é claro", aborda, no filme, o professor Martin Coy, da Universidade de Innsbruck, na Áustria.

Mas quais são as consequências do boom da soja onde ela é cultivada? O que significa para as populações locais o avanço do chamado ‘ouro verde?’”, esses e outros questionamentos são levantados no documentário.

'Seu churrasco tem soja?' estará disponível, a partir das 10hrs do dia 24 de junho, no site da Comissão Pastoral da Terra e da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado.  

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Formação



Editorial: Corrupção, coração partido

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Cidade do Vaticano (RV) – Nos dias passados foi lançado aqui em Roma (dia 15/06) o livro-entrevista do Prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Peter Turkson, e Vittorio V. Alberti, com o prefácio do Papa Francisco, intitulado “Corrosão”. Aproveitando o momento que vivemos no Brasil e onde a corrupção é uma palavra que entrou no léxico de todo brasileiro gostaríamos de recordar algumas considerações de Francisco que podem nos ajudar a conhecer e enfrentar essa chaga da sociedade moderna. 

No prefácio do livro do Cardeal Turkson, Bergoglio afirma que “a corrupção, na sua raiz etimológica, define uma dilaceração, uma ruptura, decomposição e desintegração” A corrupção revela uma conduta antissocial tão forte que dissolve as relações e os pilares sobre os quais se fundam uma sociedade: a coexistência entre as pessoas e a vocação a desenvolvê-la.

“Coração partido”. É isso o que recorda a palavra “corrupto”. “Um coração fragmentado, manchado por alguma coisa”, “estragado” como um corpo decomposto.

O discurso do Papa se acende e se aguça quando se trata de decompor o fenômeno da corrupção em suas metástases que atingem, diz ele, o “interior” da pessoa, junto com o “fato social”. O ponto de partida para Francisco são as “três relações” que caracterizam a vida humana: a relação com Deus, com o próximo, e com o meio ambiente.

Quando o homem é “honesto” vive essas relações de forma responsável em prol do “bem comum”. Em vez disso, o homem que se deixa corromper “sofre uma queda” e a “conduta antissocial” que a corrupção induz acaba por “dissolver a validade das relações”. Rompem-se os pilares da convivência entre as pessoas, o interesse particular é como um veneno que “contamina todas as perspectivas”.

A corrupção cheira mal, disse certa vez o Papa. E esse conceito Francisco retoma no prefácio do livro. O “corrupto” é em síntese alguém “que emana o ‘mau cheiro’ de um coração decomposto, que está na origem da exploração, da degradação, da injustiça social e da ‘mortificação do mérito’, da ausência dos serviços às pessoas”. A “raiz” da escravidão.

A corrupção, repete com força Francisco, é “uma forma de blasfêmia”, é a arma, a linguagem mais comum também da máfia um “processo de morte que dá linfa à cultura de morte”, de quem tece o crime. E hoje, para muitos, só “imaginar o futuro” é extremamente difícil, pois a corrupção chega a minar a “esperança”, a esperança de que algo melhor é possível, a esperança da juventude que sonha com um horizonte diferente, de luz e não de escuridão.

Francisco, apreciando a análise conduzida pelo Cardeal Turkson sobre o fenômeno, adverte também a Igreja para a sua forma mais perigosa de corrupção, o “mundanismo espiritual”, a “apatia, a hipocrisia, o triunfalismo”, o “sentimento de indiferença”. Existe uma profunda questão cultural que deve ser enfrentada. Todos estamos expostos à tentação da corrupção.

A corrupção tem na origem o cansaço da transcendência, como a indiferença. Por isso, o corrupto não pede perdão, disse Francisco. A Igreja deve ouvir, elevar-se e inclinar-se sobre a dor e sofrimento das pessoas segundo a misericórdia e deve fazer isso sem ter medo de purificar-se, buscando sempre o caminho para se melhorar. Segundo o teólogo francês Henri de Lubac: “O maior perigo para a Igreja é a mundanidade espiritual, portanto, a corrupção, que é mais desastrosa que a lepra infame.”

Segundo o Pontífice, o antídoto contra a corrupção é a "beleza", que “não é um acessório cosmético, mas algo que coloca no centro a pessoa humana para que ela possa levantar a cabeça contra todas as injustiças. Essa beleza deve casar-se com a justiça”.

Devemos trabalhar todos juntos, cristãos e não cristãos, pessoas de todos os credos e ateus para combater esta forma de blasfêmia, este câncer que mata as nossas vidas e cancela o futuro das novas gerações. (Silvonei José) 

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