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Sumario del 26/06/2017
- Papa: cristão não precisa de horóscopo, aberto às surpresas de Deus
- Papa: câncer, famílias precisam ser acompanhadas no caminho de prevenção
- Núncio da Venezuela com o Papa: que o bem do povo seja uma prioridade
- Ofertas recebidas pelo Papa em Bozzolo serão destinadas ao Haiti
- Papa celebra com cardeais o Jubileu de Prata de sua ordenação episcopal
- Papa recebe esta terça-feira delegação do Patriarcado ecumênico
- Santa Sé sobre combate às drogas: não existem "pessoas irrecuperáveis"
- Preocupação da Santa Sé por bispo chinês afastado de sua diocese
- "Plano Araucanía" para Mapuches é início de um percurso de verdadeira justiça, diz Dom Vargas
- Encontro na Argentina avalia Missão Continental" nos países do Cone Sul
- Obras de São João de Ávila serão traduzidas para o árabe e chinês
- Acordo Caritas Jordânia-França auxilia refugiados iraquianos
- Faleceu bispo chinês submetido no passado a trabalhos forçados
- Patriarca caldeu: presença cristã estrangeira traria confiança e esperança
- Card. Nichols: tráfico de pessoas, vergonha no rosto da família humana
- CPI acusa o CIMI. Dom Roque: "Nossa missão está no Evangelho"
- Pe. Sidnei: Evangelii gaudium retoma proposta da Missão Continental
Papa: cristão não precisa de horóscopo, aberto às surpresas de Deus
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou a missa, nesta segunda-feira (26/06), na capela da Casa Santa Marta.
“O cristão verdadeiro não é aquele que se instala e fica parado, mas aquele que confia em Deus e se deixa guiar num caminho aberto às surpresas do Senhor”, frisou o Pontífice em sua homilia.
Citando a Primeira Leitura, extraída do Livro do Gêneses, Francisco refletiu sobre Abraão, pois nele “há o estilo da vida cristã, o estilo nosso como povo”, baseado em três dimensões: o despojamento, a promessa e a bênção. “O Senhor exorta Abraão a sair de seu país, de sua pátria, da casa de seu pai”, recordou o Papa:
“O ser cristão tem sempre esta dimensão do despojamento que encontra a sua plenitude no despojamento de Jesus na Cruz. Sempre há um vai, um deixa, para dar o primeiro passo: ‘Sai da tua terra, da tua família e da casa do teu pai’. Se fizermos memória veremos que nos Evangelhos a vocação dos discípulos é um ‘vai’, ‘deixa’ e ‘vem’. Também nos profetas, não é? Pensemos a Eliseu, trabalhando a terra: ‘Deixa e vem’.”
“Os cristãos”, acrescentou o Papa, “devem ter a capacidade de serem despojados, caso contrário não são cristãos autênticos, como não são aqueles que não se deixam despojar e crucificar com Jesus. “Abraão “obedeceu pela fé”, partindo para a terra a ser recebida como herança, mas sem saber o destino preciso:
“O cristão não tem um horóscopo para ver o futuro. Não procura a necromante que tem a bola de cristal, para que leia a sua mão. Não, não. Não sabe aonde vai. Deve ser guiado. Esta é a primeira dimensão de nossa vida cristã: o despojamento. Mas, por que o despojamento? Para uma ascese parada? Não, não! Para ir em direção a uma promessa. Esta é a segunda. Somos homens e mulheres que caminham para uma promessa, para um encontro, para algo, uma terra, diz a Abraão, que devemos receber como herança.”
No entanto, enfatizou Francisco, Abraão não edifica uma casa, mas “levanta uma tenda”, indicando que “está a caminho e confia em Deus”, portanto, constrói um altar “para adorar ao Senhor”. Então, “continuar a caminhar” é estar “sempre em caminho”:
“O caminho começa todos os dias na parte da manhã; o caminho de confiar no Senhor, o caminho aberto às surpresas do Senhor, muitas vezes não boas, muitas vezes feias – pensemos em uma doença, uma morte - mas aberto, pois eu sei que Tu me irás conduzir a um lugar seguro, a um terra que preparaste para mim; isto é, o homem em caminho, o homem que vive em uma tenda, uma tenda espiritual. Nossa alma, quando se ajeita muito, se ajeita demais, perde essa dimensão de ir em direção da promessa e em vez de caminhar em direção da promessa, carrega a promessa e possui a promessa. E não deve ser assim, isso não é realmente cristão”.
“Nesta semente de início da nossa família” cristã, observou o Papa, aparece outra característica, a da bênção: isto é, o cristão é um homem, uma mulher que “abençoa”, que “fala bem de Deus e fala bem dos outros” e que “é abençoado por Deus e pelos outros” para ir para frente. Este é o esquema da “nossa vida cristã”, porque todo mundo, “também” os leigos, devemos “abençoar os outros, falar bem dos outros e falar bem a Deus dos outros”. Muitas vezes, acrescenta o Pontífice, estamos acostumados “a não falar bem” do próximo, quando - explica – “a língua se move um pouco como quer”, em vez de seguir o mandamento que Deus confia ao nosso pai” Abraão, como “síntese da vida”: de caminhar, deixando-se “despojar” pelo Senhor e confiando em suas promessas, para sermos irrepreensíveis. Enfim, concluiu Francisco, a vida cristã é “tão simples”. (MJ-SP)
Papa: câncer, famílias precisam ser acompanhadas no caminho de prevenção
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira (26/06), na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 150 membros da Liga Italiana Contra o Câncer.
Segundo Francisco, essa instituição é uma riqueza para a sociedade italiana, pois com a variedade de seus serviços, “forma nas pessoas e nas famílias um estilo de prevenção, favorecendo a mentalidade de que a prevenção oncológica é primeiramente um estilo de vida”. Depois, junto com várias realidades na Itália, esse organismo “alimenta o voluntariado, expressão emblemática da gratuidade que deve incidir cada vez mais na vida cotidiana”.
Cultura da vida
“É necessário difundir uma cultura da vida, formada de atitudes, comportamentos. Uma verdadeira cultura popular, séria, acessível a todos, não baseada em interesses comerciais. As famílias precisam ser acompanhadas no caminho de prevenção. Um caminho que envolve as várias gerações num pacto solidário. Um caminho que valoriza a experiência de quem viveu, com os próprios familiares, o percurso cansativo da patologia oncológica.”
O Papa definiu como preciosa a colaboração de voluntariado da Liga Italiana Contra o Câncer com as estruturas de saúde, públicas e privadas, e também a ajuda oferecida às famílias na vida cotidiana muitas vezes marcada pelo estresse e assistência contínua aos doentes.
Periferia
Segundo Francisco, esse último aspecto é um testemunho em sintonia com a comunidade eclesial “chamada por vocação e missão ao serviço a quem sofre e a vivê-lo segundo o binômio tipicamente cristão da humildade e do silêncio. O bem que se cumpre é eficaz sobretudo quando é feito sem procurar recompensa e sem aparecer nas situações concretas da vida cotidiana”.
Nesse serviço, se exerce também um deslocamento rumo às periferias.
“A periferia, de fato, é cada homem e mulher que vive numa condição de marginalização. A periferia é toda pessoa obrigada a viver às margens da sociedade e das relações, sobretudo quando a doença quebra os ritmos habituais, como no caso das patologias oncológicas. A periferia chama em causa a responsabilidade de cada um de nós, porque todo cristão, como toda pessoa animada pelo desejo da verdade e do bem, é um instrumento consciente da graça.”
Riqueza
Segundo o Papa, o cuidar de um doente “é uma riqueza inestimável para a sociedade: recorda a toda comunidade civil e eclesial de não ter medo da proximidade, não ter medo da ternura, não ter medo de gastar tempo com laços que ofereçam e recebam apoio e conforto recíproco, espaços de solidariedade autênticos e não formais”.
O Papa ressaltou que a saúde é um bem primário e fundamental de cada pessoa, e desejou que a prevenção do câncer possa ser estendida a todos, através da colaboração entre os serviços públicos e privados, e iniciativas da sociedade civil e caritativas.
(MJ)
Núncio da Venezuela com o Papa: que o bem do povo seja uma prioridade
Cidade do Vaticano (RV) - “O bem do povo deve se tornar uma prioridade: somente assim se pode alcançar a paz”. Palavras do Núncio Apostólico na Venezuela, Dom Aldo Giordano, após ser recebido em audiência na manhã desta segunda-feira (26/06) pelo Papa Francisco.
A visita está em continuidade com aquela feita no início do mês por parte da Conferência Episcopal do país sul-americano, que atravessa uma grande crise político-econômica e social, com protestos quase diários contra o governo de Nicolás Maduro, que já provocaram a morte de quase 80 manifestantes.
Dom Aldo Giordano conversou com a Rádio Vaticano após seu encontro com o Papa:
“Sou muito reconhecido ao Papa por este encontro. O Papa expressou a sua proximidade, o seu afeto pelo país Venezuela, em particular expressou o seu sofrimento e a sua comunhão com as vítimas das violências que existem, sobretudo as jovens vítimas e as suas famílias. Conhece muito bem a situação política e social e está preocupado. Eu pude relatar a ele o que está acontecendo, o que acontece em nível de manifestações populares, dos problemas do povo da Venezuela, do problema da comida, dos medicamentos e também das dificuldades de ir ao encontro de uma solução. Infelizmente não se vê muita luz neste momento, porém o Papa encorajou muito a encontrar caminhos de solidariedade, o caminho de dar esperança às pessoas, manter uma fé e também reiterou que a Santa Sé está disponível para toda ajuda, caso se abrirem possibilidades de qualquer tipo de tratativa, ou quando constatar que existe uma vontade real de enfrentar os problemas. O Papa diz sempre que devemos ajudar a Venezuela. Portanto, existe uma mistura de sofrimento e também uma renovada confiança. O Papa está preocupado, sobretudo, para que não haja violência. Ele diz: “com a violência não se resolvem os problemas”. Portanto, devemos ter a coragem de tomar outros caminhos”.
RV: O senhor é o representante do Papa naquela terra tão martitizada, onde parece não existir diálogo entre os governantes e a população. Talvez este seja um dos males maiores..
“Eu expressei ao Papa Francisco o grande afeto do povo venezuelano. Sobretudo os jovens me dizem: “Núncio, por favor, leve o nosso abraço ao Papa”. Existe muita confiança, portanto, existe um povo da Venezuela que deseja a paz. E infelizmente – você tem razão – neste momento a voz deste povo não encontra muita expressão. Portanto a esperança é de que este povo bom da Venezuela possa, de qualquer forma, impor a sua agenda, que é uma agenda de reconciliação, de enfrentar os verdadeiros problemas, porque a família tem problemas concretos”.
RV: Os remédios, os cuidados, a comida... As notícias que chegam são dramáticas...
“O povo está sofrendo. Fazemos votos de que o bem do povo se torne uma prioridade para todas as forças políticas. Acredito que então se poderia também encontrar soluções ou iniciar processos também para tratar soluções políticas”.
(GC/JE)
Ofertas recebidas pelo Papa em Bozzolo serão destinadas ao Haiti
Bozzolo (RV) – As ofertas do Óbolo de São Pedro recolhidas nas paróquias da Diocese de Cremona e doadas ao Papa Francisco pelo Bispo Dom Antonio Napolioni na Igreja de Bozzolo, serão destinadas ao Haiti.
A informação é do próprio Pontífice, por meio de um bilhete de agradecimento enviado ao prelado um dia após sua visita a Bozzolo, e divulgado em 24 de junho.
“Querido irmão, muito obrigado pelo dia de ontem. Senti uma grande alegria interior. Obrigado. Agradeça também àqueles que prepararam a visita e também a calorosa acolhida. Agradeço a oferta que me deste. A entregarei aos bispos do Haiti, que tem tanta necessidade, e nestes dias estão em visita ad limina. Por favor, não esqueça de rezar por mim. Que o Senhor te abençoe e Nossa Senhora te proteja. Fraternalmente, Francisco”.
A coleta do Óbolo de São Pedro realiza-se geralmente em 29 de junho ou no domingo mais próximo. Este ano foi antecipada na Diocese de Cremona para poder ser entregue pessoalmente ao Santo Padre durante a sua visita à região. (JE)
Papa celebra com cardeais o Jubileu de Prata de sua ordenação episcopal
Cidade do Vaticano (RV) – Terça-feira, 27 de junho, completam-se 25 anos da ordenação episcopal do Papa Francisco. Nesta circunstância em que grande parte do Colégio Cardinalício está presente em Roma para participar do Consistório, o Papa convidou os cardeais a concelebrarem com ele uma missa, na Capela Paulina.
Transmissão ao vivo
A missa do Jubileu de Prata de sua ordenação episcopal será transmitida ao vivo e poderá ser acompanhada pelo rádio, pelo site e pelo nosso canal YouTube, com comentários em português, a partir das 2h55min, horário de Brasília.
Bispo em 1992
Nomeado por João Paulo II bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio recebeu a ordenação episcopal na catedral da capital em 27 de junho de 1992 do Cardeal Antonio Quarracino. Como lema, escolheu ‘Miserando atque eligendo’ e no seu brasão inseriu o cristograma IHS, símbolo da Companhia de Jesus.
Imediatamente nomeado vigário episcopal da região Flores, e vigário-geral da arquidiocese, não foi uma surpresa quando, em junho de 1997, foi elevado a arcebispo coadjutor de Buenos Aires.
Arcebispo de Buenos Aires
Nove meses depois, com o falecimento do Cardeal Quarracino, sucedeu-lhe como arcebispo, primaz da Argentina e ordinário para os fiéis de rito oriental residentes no país e desprovidos de ordinário do próprio rito.
Três anos mais tarde, no Consistório de 21 de fevereiro de 2001, João Paulo II criou-o cardeal, atribuindo-lhe o título de São Roberto Bellarmino. Convidou os fiéis a não virem a Roma para festejar a púrpura, mas a destinar aos pobres o dinheiro da viagem. Repetiu o pedido ao ser eleito Papa, em 13 de março de 2013.
Para recordar aquele momento:
(CM)
Papa recebe esta terça-feira delegação do Patriarcado ecumênico
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco vai receber na manhã desta terça-feira (27/06) no Vaticano uma delegação do Patriarcado ecumênico de Constantinopla. A delegação é conduzida pelo arcebispo de Telmessos, metropolita Job, nomeado ano passado copresidente da Comissão mista internacional para o diálogo entre as Igrejas ortodoxas e a Igreja católica.
A delegação chegou na tarde desta segunda-feira a Roma para o tradicional intercâmbio de delegações que a Santa Sé e o Patriarcado ecumênico fazem todos os anos por ocasião das respectivas festas dos santos padroeiros: 29 de junho em Roma para a celebração dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e 30 de novembro em Istambul para a celebração de Santo André Apóstolo.
Delegação almoçará com o Papa esta terça-feira
A delegação, da qual fazem parte também o Rev. Ambrosios Chorozidis e Pe. Agathanghelos Sikos, almoçará com o Papa esta terça-feira e na parte da tarde, às 16h locais, será recebida pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
Na quarta-feira, 28 de junho, os membros da delegação participarão do Consistório ordinário público presidido pelo Papa Francisco para a criação de cinco novos cardeais e no dia seguinte, seguindo a tradição, participarão da celebração solene dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. (RL/Sir)
Santa Sé sobre combate às drogas: não existem "pessoas irrecuperáveis"
Cidade do Vaticano (RV) - “Considerar as pessoas irrecuperáveis é um ato de rendição que desmente as dinâmicas psicológicas prepostas para a mudança e oferece álibi ao descompromisso do toxicômano e às instituições que têm a tarefa de prevenir e de curar.”
É o veemente apelo contido na parte final da mensagem para o Dia internacional de combate ao abuso e ao tráfico ilícito de drogas, assinada pelo presidente do dicastério vaticano para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Peter Turkson.
Não à resignação
Não se pode aceitar que a sociedade metabolize o uso de drogas como um traço crônico da época atual, igualmente ao consumo de álcool e ao tabagismo, esquivando-se de um debate incisivo sobre os espaços de liberdade do Estado e do cidadão diante do uso de substâncias, observa.
Analogamente, não se deve minimizar as dependências que nascem e se desenvolvem com características complexas, ligadas a evidências clínicas pré-existentes ou consequentes ao uso de substâncias psicoativas: “é o caso da chamado ‘dúplice diagnóstico’, terreno do distúrbio psiquiátrico, que exige muito em fase de tratamento”, precisa o purpurado ganense.
Não podemos cair na injustiça de classificar o toxicômano como se fosse um objeto ou um mecanismo defeituoso”, adverte ele: “Toda pessoa deve ser valorizada e apreciada em sua dignidade para poder ser curada”.
Chamar em causa todos os atores sociais
“Políticas e estratégias de amplo alcance, fundadas na prevenção primária, não podem deixar de chamar em causa todos os atores sociais, partindo novamente do compromisso de educar”, lê-se na mensagem.
Superar rivalidades e isenção de responsabilidade
“Não é tempo de protagonismos, mas de ‘redes’ capazes de reativar as sinapses sociais e educativas superando as competições inúteis, as atribuições a outros e a formas de isenção de responsabilidade”, de modo a dar aos jovens a “guinada justa”, como nos exorta a fazer o Papa Francisco. (RL/Sir)
Preocupação da Santa Sé por bispo chinês afastado de sua diocese
Cidade do Vaticano (RV) – “A Santa Sé acompanha com grave preocupação a situação pessoal de Dom Pietro Shao Zhumin, Bispo de Wenzhou, afastado há algum tempo à força de sua sede episcopal”, diz um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé divulgado esta segunda-feira (26/06).
“A comunidade católica diocesana – recorda Greg Burke – não tem notícias, desconhece os motivos de seu afastamento, e nem sabe onde está detido”.
“A Santa Sé - profundamente entristecida por este e por outros episódios semelhantes, que infelizmente não facilitam caminhos de entendimento – faz votos de que Dom Pietro Shao Zhumin possa retornar o quanto antes à sua diocese e que lhe seja garantido desenvolver serenamente o próprio ministério episcopal”.
“Somos todos convidados a rezar por Dom Shao Zhumin - conclui o comunicado - e pelo caminho da Igreja na China”.
Sequência de prisões
Esta não é, de fato, a primeira vez que o Bispo coadjutor de Wenzhou (Zhejiang), Dom Pietro Shao Zhumin, "desaparece". Ele já havia sido sequestrado pela polícia chinesa e levado para local ignorado em setembro de 2016, quando se preparava para celebrar os funerais do Bispo ordinário falecido na quarta-feira, Dom Vincenzo Zhu Weifang.
Em 2017, ele foi presonovamente às vésperas da Páscoa, reaparecendo vinte dias mais tarde.
No dia 18 de maio foi preso novamente, sem que fosse dada nenhuma informação sobre o local de sua detenção ou o motivo.
Em 15 de junho, ele teria sido avistado desembarcando - sob custódia - de um avião aterrissado no Aeroporto de Wenzhou. (JE)
Duas imãs combonianas vítimas de acidente em Humaitá, AM
Humaitá (RV) - Um trágico acidente de carro tirou a vida de duas jovens irmãs missionárias combonianas na fronteira amazônica, em Santo Antônio do Matupi-AM.
Irmã Luiza, moçambicana, e Irmã Josi, italiana, mergulharam com paixão e entusiasmo na missão junto à comunidade paroquial e às comunidades indígenas numa região próxima ao Parque Nacional dos Campos Amazônicos, a 180 Km do município de Humaitá.
“Duas setas que, na Amazônia, apontam para a plenitude da vida”, nas palavras de um missionário comboniano.
Há anos a comunidade das irmãs se dedica com entrega total à missão do Matupi num contexto difícil, em defesa e promoção da vida.
O Evangelho proclamado neste domingo (25/06) em todas as celebrações da Igreja católica repete por três vezes as palavras de conforto de Deus: “Não tenham medo”.
O Pai e Mãe da Vida acaricia a cada instante nossa cabeça, conhece o número de nossos cabelos, nos acompanha no mais íntimo de nossa opção de vida.
O que vale, para Deus, é viver intensamente, doar-se até o fim, sem medo, sem se poupar.
“Uma vida que segue um sonho se renova dia após dia”, nos lembra Pe. Ezequiel Ramin, mártir em Rondônia.
Irmã Josi e Irmã Luiza, em sua alegria de viver, regeneraram muitas pessoas na fronteira amazônica. Também sua vida se renova na medida em que continuarmos seu sonho, que é o sonho de Deus: vida plena para a Amazônia!
(Missionários combonianos)
"Plano Araucanía" para Mapuches é início de um percurso de verdadeira justiça, diz Dom Vargas
Santiago (RV) – “Acredito que quando o Chefe de Estado, em nome do Estado e do país, pede perdão publicamente aos povos indígenas - e em modo particular esta vez ao povo Mapuche - pelos erros cometidos nos últimos 150 anos, trata-se de um gesto e um sinal que deve ser avaliado em toda a sua grandeza, e que tem a ver com a política do reconhecimento”.
Com estas palavras, Dom Héctor Vargas, Bispo de Temuco e membro da Comissão para a Causa Mapuche, comentou o pronunciamento da Presidente do Chile, Michelle Bachelet, em que em 23 de junho entregou simbolicamente ao povo chileno o aguardado “Plano para Araucanía”, com o qual pretende colocar fim ao histórico conflito entre Estado e povo Mapuche.
Pedido de perdão por parte do Estado
“O Bispo – refere a Agência Fides – assim comentou o gesto: “Sabemos que o governo trabalhou no relatório do Comitê consultivo por quatro meses, para chegar, enfim, à resposta dada na sexta-feira 23 pela Presidente. Falta ainda conhecer o resto das propostas, mas deveremos vê-las para ter uma ideia completa. Mas um certo número de questões delicadas enfrentadas penso que representem um progresso”.
Na cerimônia da entrega do Plano, a Presidente pediu “perdão ao Povo Mapuche pelos erros e horrores cometidos ou tolerados pelo Estado na sua relação com ele e as suas comunidades”.
A Igreja: gesto encorajador
Segundo nota enviada à Agência Fides, as medidas deste Plano buscam o reconhecimento constitucional do povo Mapuche, o desenvolvimento produtivo e a ampliação dos programas de ressarcimento para as vítimas da violência.
Sobre este último ponto, a Presidente afirmou: “Reconheço a dor e as perdas que atingiram todas as vítimas da violência rural na região naqueles momentos em que não conseguimos, como Estado, garantir a paz e proteger a sua integridade”.
Dom Vargas afirma que “faltava um gesto do gênero. Isto pode ser muito encorajador para todos nós, é o início de um percurso de verdadeira justiça”.
O prelado também valorizou a consideração pelas vítimas da violência que não receberam do Estado “toda a segurança necessária para levar em frente suas vidas em paz, para trabalhar e produzir com todos os elementos necessários e desta maneira levar ao crescimento e desenvolvimento da região”.
Reivindicações
Os mapuches, concentrados em Temuco – Região de Araucanía - reclamam uma série de direitos e reconhecimentos. A isto se soma a pobreza e a falta de integração, elementos que alguns radicais tomaram como bandeira de luta, o que os levou a incendiar construções agrícolas, maquinários e igrejas, o que provocou a morte de pessoas.
Somente em 2016, grupos radicais indígenas queimaram 14 templos católicos e um seminário diocesano no sul do Chile, aduzindo à “reivindicação da causa mapuche”.
Para colaborar com o processo de paz, a Comissão Consultiva Presidencial para “La Araucanía” - instituída em julho de 2016 e presidida por Dom Vargas - entregou diversas propostas com o objetivo de colocar fim ao conflito.
Plano de Reconhecimento e Desenvolvimento
O “Plano de Reconhecimento e Desenvolvimento da ‘La Araucanía’, apresentado pela Presidente Bachellet, contempla medidas para fomentar na região a participação dos povos indígenas, o desenvolvimento econômico e a proteção às vítimas da violência.
Alguns temas contidos no documento se referem à participação dos povos indígenas e seu reconhecimento na nova Constituição, a representação no Parlamento e um impulso ao desenvolvimento econômico da região.
Também fica decretado que 24 de maio será o Dia Nacional dos Povos Originários e feriado nacional. O documento oficializa ainda o uso do mapuzungun como língua da região e modifica a normativa de terras e águas considerando a postura mapuche.
A região de “La Araucanía” concentra uma grande quantidade da população Mapuche e os mais altos índices de pobreza em nível nacional.
A capital é Temuco e será uma das três cidades que visitará o Papa Francisco em janeiro de 2018.
(JE com Agências)
Encontro na Argentina avalia Missão Continental" nos países do Cone Sul
Buenos Aires (RV) - Realizou-se estes dias em Buenos Aires o encontro sobre a Missão Continental nos países do Cone Sul: Argentina, região sul do Brasil, Chile, Uruguai e parte do Paraguai. O objetivo era acompanhar o caminho missionário da Igreja engajada na Missão Continental, no horizonte do Pontificado do Papa Francisco e com a finalidade de iniciar uma nova fase que tenha os jovens como principais protagonistas.
Organizado pela secretaria geral do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) e por seus Departamentos de Missão e Espiritualidade, das Vocações e dos Ministérios, o encontro realizou-se de 20 a 22 de junho, com a participação do secretário geral do CELAM, Dom Juan Espinoza, de bispos dos vários países e dos diretores nacionais das Pontifícias Obras Missionárias (POM).
Avaliação da Missão Continental em seus dez anos de caminhada
Segundo a agência missionária Fides, o primeiro dia do encontro foi dedicado a uma avaliação da Missão Continental desde seu lançamento na Conferência de Aparecida (maio de 2007) até hoje.
Os grupos de trabalho analisaram as dimensões da animação, da formação e da cooperação missionária. Constatou-se a diversidade dos percursos em cada país e, em geral, o crescimento da sensibilização da importância da missão como parte essencial de toda atividade pastoral.
Em seguida tiveram lugar as reflexões do bispo de La Guaira (Venezuela), Dom Raúl Biord, sobre “A missão paradigmática e programática na vida da Igreja”, e de Frei Estêvão Raschietti sobre a “Formação missionária nos seminários, nas Universidades, nas Casas dos religiosos e nos Centros de formação pastoral dos leigos”.
História da Evangelização na Argentina
Por sua vez, os diretores nacionais das Pontifícias Obras Missionárias ilustraram o quadro das atividades missionárias e dos projetos que são levados adiante. O arcebispo de Salta, Dom Mario Antonio Carganello, apresentou a história da evangelização na Argentina.
No terceiro e último dia do encontro foi desenvolvida uma série de linhas missionárias para a região e foi redigida uma mensagem final com as conclusões da reunião a serem publicadas dentro em breve.
Entre as questões indicadas encontram-se: a participação no Congresso Missionário Americano, que se realizará na Bolívia em 2018; considerar a dimensão do testemunho para a missão; encorajar a formação missionária dos seminaristas e dos religiosos; promover as ocasiões de formação já existentes no continente e um curso on line através do CELAM.
Difundir experiência das "Igrejas irmãs" no Brasil
Está prevista a publicação de um manual de missiologia para os seminaristas cujo texto está em fase de redação. Também se quer difundir a experiência das “Igrejas irmãs” no Brasil, para a cooperação missionária entre as dioceses das várias regiões. Os países membros se comprometeram a levar adiante a preparação do Mês Missionário extraordinário convocado pelo Papa Francisco para outubro de 2019.
Por fim, foi avaliado como muito positivo este encontro das Pontifícias Obras Missionárias e dos Departamentos específicos do CELAM, razão pela qual se promoverá a sua continuidade a fim de trabalhar numa comunhão cada vez maior. (RL/Fides)
Obras de São João de Ávila serão traduzidas para o árabe e chinês
Madrid (RV) – O Bispo de Córdoba, Espanha, Dom Demetrio Fernández, anunciou que depois da recente tradução das obras de São João de Ávila para o polonês, a Diocese pretende traduzir os textos do Doutor da Igreja para o árabe e o chinês.
Polônia
Em uma entrevista concedida a Europa Press, Dom Demetrio Fernández recordou que esteve em maio passado na Polônia, apresentando em diversas dioceses do país os “Escritos Sacerdotais” de São João de Ávila, a primeira obra do apóstolo da Andaluzia traduzido para o polonês e publicada em Poznam, em abril, pela Editora Flos Carmeli, dos Carmelitas Descalços da Província polonesa de Varsóvia.
A Diocese comprometeu-se em seguir traduzindo as obras do Padroeiro dos sacerdotes espanhóis para outros idiomas, levando em consideração que as mesmas já estão traduzidas mas “línguas mais próximas, como o francês, o italiano, o inglês e o alemão”, mas agora, depois da tradução para o polonês, a intenção é traduzi-las para o árabe e o chinês.
Árabe
A razão para tal é que – no caso árabe – “existem muitos cristãos no Oriente Médio, que vivem em países onde se fala árabe”, como no caso dos cristãos coptas no Egito, “um mundo com uma cultura diferente da nossa, porém muito unida a Córdoba, desde sempre, culturalmente e não somente, pelos laços muçulmanos e também cristãos”, explica o prelado. É a eles que são voltadas as traduções em árabe de São João de Ávila.
Mas as traduções não terão como destinatários unicamente os coptas, mas também “os melquitas, os maronitas, os armênios ou os malakares, pois todos são cristãos que falam árabe” e “queremos transmitir a eles uma pérola que temos em Córdoba”.
Chinês
A obra de São João de Ávila também será traduzida para o chinês, pois – explicou o Dom Fernández – “é uma língua do Oriente” e na China “existem muitos cristãos, muitos deles clandestinos, que no devido momento aflorarão e a quem queremos apresentar São João de Ávila, Padroeiro dos sacerdotes espanhóis”.
O Santo
São João de Ávila nasceu em 6 de janeiro de 1499. Enviado à Salamanca aos 14 anos para estudar Direito, não sentiu no estudo das leis humanas o sentido para a sua vida. Abandonou os estudos e regressou à cidade natal, onde passou três anos em reflexão e penitência, passando longas horas diante do Sacrário.
Respondendo um chamado de Deus, decidiu tornar-se sacerdote, o que foi precedido por estudos apropriados feitos em Alcalá de Henares, onde foi aluno de Frei Domingo de Soto, célebre teólogo dominicano.
Foi ordenado em 1526, sendo a primeira missa celebrada por alma de seus pais, que haviam falecido pouco antes, quando ele estudava. Nesse dia vestiu e serviu a refeição a vários mendigos, tendo-se desfeito da fortuna que herdou dos ricos pais (era herdeiro único) destinando-a aos pobres. E passou a viver da caridade dos outros, de quem recebia esmolas para o sustento.
Um ano após ser ordenado quis ser missionário na América, oferecendo-se a um bispo que viajaria ao novo continente, rumo ao México. Após ser dissuadido da idéia, aceitou a missão de evangelizar a região correspondente ao sul da península ibérica, o que o levou a ser considerado “O Apóstolo da Andaluzia”, região onde concentrou a maior parte de sua ação.
Como exemplo de frutos de seu ardoroso apostolado cita-se a conversão de São Francisco de Bórgia (que futuramente sucederia Santo Inácio de Loyola à frente da Companhia de Jesus) e São João de Deus (que tanto beneficiaria os doentes com suas obras). Vários santos do século XVI com ele trocaram cartas, dentre os quais Santo Inácio de Loyola, São Pedro de Alcântara, São Francisco de Bórgia, Santa Teresa de Jesus.
Muitas de suas obras perderam-se com o passar dos anos, principalmente os sermões, não sem antes darem muitos frutos. Vários de seus escritos, porém, foram cuidadosamente conservados. Autor prolífico, escreveu diversas obras ascéticas, dentre elas citam-se o “Epistolário Espiritual Para Todos os Estados”, “O Conhecimento de Si Mesmo”, “Tratado Sobre o Sacerdócio”.
Sua ostensiva atuação como pregador incomodou alguns clérigos nos quais o sentimento de inveja brotou, os quais denunciaram São João de Ávila aos inquisidores de Sevilha. Isso fez com que ficasse encarcerado de 1531 a 1533 quando passou por um processo, no qual havia cinco denunciantes que o acusavam e 55 defensores.
São João de Ávila faleceu em 10 de maio 1569, sendo beatificado por Leão XIII em 1894 e canonizado por Paulo VI em 31 de maio de 1970.
Pio XII, em 1946, proclamou-o Patrono do clero secular espanhol e Bento XVI o declarou Doutor da Igreja em 7 de outubro de 2012, durante a Festa do Santo Rosário. (JE)
Acordo Caritas Jordânia-França auxilia refugiados iraquianos
Amã (RV) - Foi assinado em 13 de junho, em Amã, um acordo no valor de 250 mil euros para financiar por mais um ano o programa que visa a formação e inserção profissional de refugiados iraquianos que vivem em Madaba, após sua fuga do Iraque em 2014.
Ajuda para refugiados em Karak
A assinatura do acordo entre o Embaixador da França David Bertolotti e o Diretor da Caritas Jordânia, Waël Suleiman - refere a Agência Sir - permite apoiar a criação de pequenas atividades econômicas - em particular em relação à vocação turística de Madaba - como por exemplo a elaboração de mosaicos.
Este ano, além de Madaba, o projeto será estendido a uma pequena comunidade de refugiados iraquianos que vivem em Karak.
Tutelar patrimônio cultural e religioso
"A França permanece muito empenhada no respeito pela liberdade de opinião e de convicções, entre as quais a religiosa. Enquanto tal, respeita a diversidade religiosa presente no Oriente Médio. e continuará a fazê-lo, disse o Embaixador.
A este propósito, ele recordou as conclusões da Conferência que teve lugar em Paris em setembro de 2015, sobre as vítimas da violência religiosa e étnica no Oriente Médio, co-presidida pela França e pela Jordânia, em que os participantes expressaram a sua vontade de agir para proteger este inestimável patrimônio cultural e religioso, importante pra a região e a humanidade.
Apoiar vítimas da violência étnica e religiosa
O projeto da Caritas vai de encontro a este objetivo e é financiado por fundos do Ministério dos Assuntos Exteriores da França.
O Diretor da Caritas Jordânia acolheu com grande favor o apoio da França às iniciativas da organização humanitária católica, empenhada em melhorar a vida dos iraquianos em Kark e Madaba.
No momento da assinatura do acordo estavam presentes Dom Roberto Cona, Conselheiro do Núncio Apostólico em Amã e Padre Boulos Baqa'in, pároco da Paróquia melquita de Karak. (JE/SIR)
Faleceu bispo chinês submetido no passado a trabalhos forçados
Pequim (RV) – Em 9 de junho passado faleceu aos 89 anos, por motivo de doença, Dom Giovanni Liu Shigong, Bispo de Jining (Tsining) na Mongólia interna (China continental).
O prelado nasceu em 18 de agosto de 1928 em Wulannao (Siziwangqi, cidade de Wulanchabu). Entrou no Seminário em 1949, iniciando os estudos no Instituto de Filosofia de Hohnhot, fechado pouco tempo depois.
Em 1952 retomou a formação no Seminário de Hohhot e em 15 de agosto foi ordenado sacerdote.
Exerceu seu ministério na Paróquia de Guyingzi (Siziwangqi), até serem proibidas na China as atividades religiosas.
Viu-se então obrigado a dedicar-se a trabalhos agrícolas para assegurar o seu sustento.
Durante a Revolução Cultural foi submetido, por um certo período, a trabalhos forçados.
Em 1984, após a liberação das atividades religiosas, tornou-se Pároco em Duyingzi. Ele também trabalhou nas quatro paróquias de Siziwangqi.
Em 12 de outubro foi ordenado Bispo para a Diocese de Jining.
Os fiéis e os sacerdotes sempre tiveram grande gratidão e afeto por ele, pelo seu empenho pastoral e pelo estilo de vida exemplar.
Fiel à sua vocação, tinha grande piedade e foi incansável no serviço à Igreja e na fidelidade ao Senhor, quer nas circunstâncias favoráveis como naquelas adversas.
A Diocese de de Jining conta atualmente com cerca de 65 mil fiéis, 29 sacerdotes, 12 irmãs da Congregação diocesana do Rosário de Maria, 25 paróquias e 40 locais de oração.
Os funerais de Dom Liu Shigong foram celebrados em 15 de junho na Catedral da Diocese. Ele foi sepultado no cemitério católico de Huaershan. (JE)
Patriarca caldeu: presença cristã estrangeira traria confiança e esperança
Bagdá (RV) - O Patriarcado caldeu "condena com firmeza" a destruição da Mesquita Al-Nouri e do minarete pendente, porque estes atos "não devastam somente a história" de uma cidade e de um país, mas também "a memória das pessoas, a sua cultura".
Foi o que declarou à Agência Asianews o Patriarca da Igreja Caldeia Louis Raphael Sako, ao comentar a destruição de um dos mais importantes locais de culto de Mosul, por obra dos jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico.
"O Daesh (acrônimo árabe para o EI) é como a besta do Apocalipse", denuncia o Primaz da Igreja Caldeia, ao deplorar o desaparecimento "de um local de culto antigo", convidando "o mundo inteiro a se mexer e agir" para derrotar esta cultura de morte.
Volta à normalidade e retorno dos refugiados
Depois das graves e sistemáticas violências realizadas pelo EI, a área oriental de Mosul e os vilarejos da Planície do Nínive libertados graças à ofensiva árabe-curda, começaram lentamente a voltar à normalidade.
Mas para ocorrer o retorno dos refugiados, é necessário reconstruir as casas e colocar em segurança o terreno, visto a quantidade de minas enterradas pelos jihadistas.
O objetivo é apoiar a reconstrução em uma perspectiva de unidade e pluralismo entre as diversas religiões, etnias e culturas, com o desejo de que Mosul e Nínive possam se tornar no futuro um verdadeiro modelo de vivência comum e liberdade religiosa.
Nova cultura de confiança entre cristãos e muçulmanos
Interpelado pela Asianews, o Patriarca Sako fala de um "clima diferente entre os refugiados em relação há um ano". Hoje - observa - ganha força "uma nova cultura de convivência, da confiança entre cristãos e muçulmanos".
Nos dias passados o Patriarca visitou o setor oriental de Mosul, onde encontrou liderança militar e civil, mas também a população libertada há pouco das mãos do EI.
Sem a presença cristã Mosul não será a mesma
"Todos, também os muçulmanos - conta - dizem que os cristãos devem retornar, que sem eles a cidade não será a mesma. E encontrei uma vida quase normal, não obstante os sofrimentos".
Em Mosul, o Primaz da Igreja Caldeia visitou também a Igreja Espírito Santo, onde há 10 anos foi assassinado o Padre Ragheed Ganni, junto a três dáconos, todos mortos por causa de sua fé.
"Rezamos pelos nossos mártires, contou. Quis visitar também a minha casa paterna, que esteve por longo tempo nas mãos do Isis. Agora acolhe duas famílias muçulmanas. Eu disse a eles que poderiam ficar. E ainda as igrejas, todas danificadas, uma realidade transformada, ou melhor, profanada. O Daesh quis apagar a memória cristã. Agora temo pela Cidade Antiga, onde estão os locais de culto mais antigos da história cristã da região".
Deixar para trás a cultura de morte
É preciso ajudar o Iraque - diz o Patriarca, a sua gente, para "deixar para trás a cultura de morte do Isis". "Sofremos muito, todos, cristãos, muçulmanos, curdos, árabes, turcomanos e não deve permanecer nada desta ideologia. É um trabalho enorme a ser feito e todos devem colaborar juntos, para abrir um novo capítulo".
"Não é preciso derrotar as pessoas - enfatiza o Patriarca - mas a ideologia, porque ainda está presente. E trabalhar pela unidade do país, reconstruindo as relações de amizade e as ligações entre as pessoas".
Patriarca convida ocidentais a levarem pessoalmente seu apoio
"Por isto, aproveitando o período de verão de férias - prossegue - convido os cristãos na Europa e no Ocidente a virem até nós, no Curdistão iraquiano, para fornecer uma ajuda que não seja somente material, mas também e sobretudo humana e espiritual".
No momento - explica - "estão aqui alguns grupos de franceses" que responderam ao convite, mas é fundamental que um número maior de pessoas "acompanhem estas pessoas", ensinando a eles "a ter mais confiança no futuro".
"A presença estrangeira aqui - sublinha o Patriarca Sako - pode criar uma outra atmosfera, de confiança e de esperança", após um longo período de "medo e desespero".
"Não temos necessidade somente de dinheiro - ressalta - mas também de relações humanas, de troca e de conhecimento. E também de uma contribuição na reconstrução, em um renascimento que passa por casas limpas, igrejas restituídas à sua função original, de obras manuais a serem completadas".
A presença de cristãos ocidentais pode ajudar a nos sentir menos sozinhos e se torna um estímulo para que as pessoas arrisquem, tornando-se elas próprias protagonistas da reconstrução. "Não se pode esperar uma ajuda, em dinheiro ou obras do exterior e permanecer inertes".
Retorno à Planície de Nínive
Uma pequena parte da população já conseguiu retornar para suas casas na Planície de Nínive. Em Teleskuk, vivem 635 famílias, em Baqofa 30, das 70 originalmente, em Qaraqosh retornaram 126 famílias, num universo de 40 mil pessoas que viviam na cidade.
Muitas pessoas vão até estes locais somente para ajudar na reconstrução, retornando para dormir em suas próprias cidades. Mas além dos trabalhos de reconstrução - vistos também em Batnaya, Bartella e Karamles - foram retomados também os trabalhos na agricultura.
Mas ainda falta eletricidade, faltam escolas, falta concluir o ano escolar e os exames, sem falar que muitos refugiados só conseguem pagar mais dois meses de aluguel em Irbil e no Curdistão iraquiano.
(JE/Asianews)
Card. Nichols: tráfico de pessoas, vergonha no rosto da família humana
Londres (RV) - O arcebispo de Westminster e primaz da Igreja católica na Inglaterra, Cardeal Vincent Nichols, na qualidade de presidente do grupo Santa Marta – criado em 2014 com o encorajamento e apoio do Papa Francisco – foi convidado a falar esta segunda-feira (26/06) ao Parlamento da República da Lituânia e a encontrar o premier lituano Saulius Skvernelis para reforçar os laços com o país do centro-norte da Europa e encorajar o compromisso deles no combate ao tráfico de seres humanos.
Dignidade humana a ser tutelada e promovida em todo tempo e em qualquer circunstância
O purpurado explicou porque a Igreja católica colocou-se na linha de frente na luta para acabar com o tráfico de seres humanos e a escravidão, em defesa da dignidade da pessoa humana, “uma dignidade que deve ser tutelada e promovida em toda circunstância e tempo; uma dignidade que não depende das capacidades ou do status de uma pessoa, mas que está inteiramente radicada na profundidade interior da existência da pessoa, no dom da vida humana que vem sempre do Divino Criador”.
Mais de 20 milhões de pessoas no mundo vítimas de escravidão moderna
“O tráfico de seres humanos e a escravidão privam a pessoa desta dignidade fundamental, reduzindo-a ao status de uma mercadoria: é um mal que brada aos céus. Existem no mundo hoje mais de 20 milhões de pessoas vítimas de escravidão moderna. É um sinal de profunda vergonha no rosto da nossa família humana que nenhuma palavra pode sozinha remover”, disse o cardeal inglês. (RL/Sir)
CPI acusa o CIMI. Dom Roque: "Nossa missão está no Evangelho"
Porto Velho (RV) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, manifestou apoio ao Conselho Indigenista Missionário, Cimi, que está recebendo acusações 'infundadas e injustas'.
Em nota divulgada pela Presidência da entidade nesta quinta-feira, (22/06), a Conferência manifesta seu total apoio e solidariedade ao Cimi, alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito denominada CPI da Funai e Incra, que indiciou mais de cem lideranças indígenas, antropólogos, procuradores da República e pessoas ligadas ao próprio organismo. No texto, aprovado pelo Conselho Permanente, os bispos ressaltam o aumento da violência no campo no período de funcionamento da CPI.
A palavra a Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho e Presidente do Conselho Indigenista Missionário:
“Paz e bem a todos os ouvintes da RV. Queria, na condição de Presidente do CIMI, louvar e bendizer a Deus por este gesto de ternura e de carinho que o Conselho Permanente da CNBB, com a Presidência da CNBB consequentemente, manifestou ao CIMI através da nota em defesa dos direitos indígenas e do trabalho que o CIMI realiza”.
“Nós não fomos ouvidos. Foram requentadas as acusações infundadas da CPI do CIMI na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul”.
“Nós continuamos caminhando na certeza de que não são estas ameaças da Bancada alimentada pelo agronegócio e pela corrupção que o mundo inteiro está acompanhando que vai amedrontar o sonho e a esperança dos povos indígenas e de seus aliados”.
Acusações não podem fazer retroceder os direitos adquiridos
“Não é buscando amedrontar que vão interromper o caminho que a Constituição de 1988 estabeleceu para os povos originários e os povos afrodescendentes”.
“Não se pode perder os direitos construídos a duro sacrifício. Por isso, a CPI se tornou parcial, unilateral e antidemocrática, na medida em que também alimentou a violência no campo ao longo do seu funcionamento. Os dados das mortes e assassinatos no campo são uma demonstração palpável dos caminhos que a CPI Funai-Incra alimentou neste período”.
Única defesa é a missão confiada pelo Senhor
“Como nos defender das acusações? Nós não temos como nos defender, a não ser com a convicção da missão que o próprio Senhor nos pede: de sermos testemunhas dele, de abraçarmos a sua Cruz e acima de tudo, ter a certeza de que a verdade nos libertará”.
“O CIMI não é movido por interesses ideológicos, nem por concepção de A, B, ou C, mas é movido pelo espírito do Evangelho, aonde o próprio Jesus deu sua vida e proclamou que veio para que todos tenham vida e vida em abundância”.
“Num país de tantos escalabros, de tantas injustiças, aonde a vida não é respeitada, sobretudo a dos pequenos, é preciso gritar. Se nós não gritarmos, as pedras vão gritar”.
“Muito obrigado a todos os ouvintes da RV e peço orações para que verdadeiramente a Igreja no Brasil seja corajosa e destemida na defesa dos pobres e dos desvalidos destas terras”.
(CM)
Pe. Sidnei: Evangelii gaudium retoma proposta da Missão Continental
Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental” contando estes dias com a participação do assessor da Comissão para Ação Missionária – CNBB, Pe. Sidnei Marco Dornelas, CS.
Na edição passada nosso convidado falou-nos sobre o 8º Encontro Nacional da Missão Continental, realizado em Brasília de 15 a 19 de maio passado com o tema “Desafios e caminhos da missão na América Latina – celebrando 10 anos de Aparecida”.
Pe. Sidnei disse-nos ter se tratado de “um encontro muito simples, mas que quis ser uma referência pra gente do que pode ser a nossa caminhada como Igreja no Brasil”. Ele foi também um dos conferencistas tendo abordado o tema “De Aparecida à Evangelii gaudium: os desafios da transmissão da fé”.
Na edição de hoje o religioso da “Congregação dos Missionários de São Carlos” nos traz o itinerário de sua exposição. Entre outras coisas, destaca-nos que "a Evangelii gaudium de certa forma retoma justamente, em outros termos, a mesma proposta da Missão Continental, que é colocar toda a Igreja em estado permanente de missão", ou como diz a Exortação apostólica do Papa Francisco, "a gente se tornar de fato uma Igreja em saída”. Vamos ouvir (ouça clicando acima).
(RL)
Vive-se um novo clima entre os cristãos, diz Secretário da FLM
Cidade do Vaticano (RV) - "Hoje colhemos os frutos do diálogo teológico dos últimos decênios", nos quais foram dados mais passos em frente do que em todos os séculos precedentes.
Foi o que afirmou ao semanário espanhol "Alfa y Omega" o Secretário Geral da Federação Luterana Mundial, Reverendo Martin Junge, à margem do Congresso de Teologia Ecumênica realizado nos dias passados na Pontifícia Universidade de Salamanca.
Releitura histórica
O pastor chileno fala de um "novo clima" existente entre as Igrejas cristãs, que se manifesta sobretudo no esforço de "fazer uma releitura da história de uma outra maneira".
Mesmo consciente da persistência de grandes diferenças de opinião, como por exemplo sobre a sucessão apostólica, sobre o conceito de Sacramentos (em particular a Eucaristia) e sobre a ordenação de mulheres, a vontade expressa pela Comissão luterano-católica romana sobre a unidade, por meio do documento "Do conflito à comunhão", exorta a não abater-se diante dos obstáculos e a prosseguir o caminho iniciado.
Liderança ecumênica do Papa Francisco
A busca da unidade vai se interiorizando "no cotidiano das nossas Igrejas, o que observo com muita alegria", observa Junge.
"Sabemos que o nosso passado tem páginas muito dolorosas, mas hoje podemos interpretá-las de maneira diferente", acrescenta, reconhecendo o papel da "liderança ecumênica" do Papa Francisco, exercido em "continuidade com os seus predecessores".
Neste sentido, a celebração comum dos 500 anos do início da Reforma protestante, "lança um forte sinal de que é o momento de deixar para trás o conflito e abrir-se à comunhão que Deus nos promete".
Diálogo teológico é imprescindível
Segundo o Secretário Geral da Federação Luterana Mundial, "existem razões muito profundas que nos levam ao caminho rumo à unidade e, neste sentido, o diálogo teológico é imprescindível".
Diálogo que está ocorrendo entre as próprias comunidades reformadas (das quais os luteranos representam o maior porta-voz), de maneira a atrair também aqueles grupos que até agora ficaram à margem deste processo, como os pentecostais, intensificando os contatos.
Ao mesmo tempo, em 5 de julho, em Wittenberg (cidade alemã onde, em 1517, Martinho Lutero difundiu suas famosas teses), a Comunhão Reformada Mundial irá aderir à Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação, assinada por católicos e luteranos em 1999 em Augusta, resolvendo a principal controvérsia teológica que deu origem ao cisma.
Ao documento já aderiram, em 2006, o Conselho Mundial Metodista, enquanto em 2016, também o Conselho consultivo anglicano "acolheu e confirmou a substância" da Declaração.
(JE - L'Osservatore Romano)