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Sumario del 30/06/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: os pobres são os primeiros a sentir efeitos da corrupção

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Cidade do Vaticano -“Encorajo-os no compromisso de vocês em favor do bem comum em nosso continente americano, e a colaboração entre todos possa favorecer a construção de um mundo sempre mais humano e mais justo.” 

Foi a exortação do Papa Francisco aos cerca de 200 membros da Organização Internacional Ítalo-Latino-Americana, recebidos em audiência esta sexta-feira (30/06) na Sala Clementina, no Vaticano, por ocasião do 50º aniversário da organização.

No discurso que dirigiu aos presentes, o Santo Padre destacou, entre as finalidades da organização, promover o desenvolvimento e a coordenação, bem como identificar as possibilidades de assistência recíproca e de ação comum entre os países membros.

Atendo-se a este fim, o Pontífice articulou seu discurso em três aspectos que considera importantes para o momento atual: identificar as potencialidades, coordenar e promover.

Discorrendo sobre o primeiro aspecto, Francisco destacou que os países da América Latina são ricos de história, cultura e recursos naturais; ademais, têm um povo “bom” e solidário com os outros povos, como “foi comprovado por ocasião das recentes calamidades naturais, como se ajudaram reciprocamente, dando exemplo a toda a comunidade internacional”.

O Santo Padre observou que todos esses valores sociais estão presentes, mas devem ser apreciados e reforçados:

Apesar desses bens do continente, a atual crise econômica e social atingiu a população e produziu o aumento da pobreza, do desemprego, da desigualdade social, bem como a exploração e o abuso da nossa casa comum. Diante dessa situação é preciso uma análise que leve em consideração a realidade das pessoas concretas, a realidade do nosso povo.

Destacando o segundo aspecto, o Papa frisou que é preciso coordenar os esforços para dar respostas concretas e para fazer frente às instâncias e às necessidades dos filhos e das filhas dos nossos países.

“Coordenar não significa deixar que os outros façam e no final aprovar, ao invés, comporta muito tempo e muito esforço; é um trabalho que não aparece e é pouco apreciado, mas necessário”, observou ainda, atendo-se em seguida ao fenômeno da emigração na América Latina:

Diante de um mundo globalizado e sempre mais complexo, a América Latina deve unir os esforços para fazer frente ao fenômeno da emigração; e grande parte de suas causas já deveriam ter sido enfrentadas há muito tempo, mas nunca é tarde demais.

Após recordar que a emigração sempre existiu, frisou que esta nos últimos anos teve um incremento jamais visto antes. “Nosso povo, impelido pela necessidade, vai em busca de ‘novos oásis’, onde possa encontrar maiores estabilidades e um trabalho que assegure maior dignidade à vida”.

Mas nessa busca, acrescentou o Pontífice, muitas pessoas sofrem a violação de seus direitos”; muitas crianças e jovens são vítimas do tráfico de seres humanos e são exploradas, “ou caem nas redes da criminalidade e da violência organizada.

A emigração é um drama de divisão: dividem-se as famílias, os filhos se separam dos pais, distanciam-se da terra de origem, e os próprios governos e os países se dividem diante dessa realidade. É preciso uma política conjunta de cooperação para enfrentar esse fenômeno. Não se trata de buscar culpados e de esquivar-se de responsabilidades, mas todos somos chamados a trabalhar de maneira coordenada e conjunta.

Por fim, atendo-se ao terceiro aspecto, Francisco observou que entre as muitas ações que se poderiam realizar, considera emergir por importância “a promoção de uma cultura do diálogo.

Em seguida, o Santo Padre reconheceu que alguns países da América Latina estão passando por momentos difíceis em nível político, social e econômico:

Os cidadãos que dispõem de menos recursos são os primeiros a perceber a corrupção que existe nos vários estratos sociais e a má distribuição das riquezas. Sei que muitos países trabalham e lutam para realizar uma sociedade mais justa, promovendo uma cultura da legalidade”, reconheceu Francisco.

O Papa prosseguiu destacando que “a promoção do diálogo político é essencial, tanto entre os vários membros desta Associação, quanto com os países de outros continentes, de modo especial com os da Europa, por laços que os unem”.

O diálogo é indispensável, concluiu Francisco, “mas não o ‘diálogo entre surdos’! Requer uma atitude receptiva que acolha sugestões e partilhe aspirações”.

A Organização Internacional Ítalo-Latino-Americana é um organismo criado em Roma em 1966, cujos países membros são Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Itália, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

(RL)

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Visita do Papa Francisco à Colômbia já tem um site

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Bogotá (RV) – De 6 a 10 de setembro o Papa irá à Colômbia, naquela que será a quinta viagem apostólica ao continente americano de seu Pontificado.

Francisco irá a Bogotá, Cartagena, Medellín e Villavicencio, conforme programa divulgado em 23 de junho.

Os organizadores da viagem criaram o site www.papafranciscoencolombia.co, portal onde os usuários poderão encontrar todas as informações relativas à agenda oficial do Santo Padre em terras colombianas nos quatro dias da sua visita.

Ademais, serão disponibilizadas informações sobre os preparativos da viagem, sobre o papel do Santo Padre e da Igreja Católica no país.

O credenciamentos dos jornalistas interessados em cobrir a viagem poderá ser feito neste mesmo site, que também permitirá acompanhar minuto a minuto os deslocamentos de Francisco.

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Comissão organizadora da visita do Papa se reúne com Presidente Bachelet

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Santiago (RV) – “Mesmo que sete meses seja um período breve, a disposição que demonstraram muitas pessoas para ajudar nesta preparação, revela o entusiasmo e a alegria que ela provoca”.

Foi o que afirmou esta quinta-feira, 29, em Santiago do Chile, o Bispo Dom Fernando Ramos, Coordenador da Comissão Nacional para a Visita do Papa Francisco ao país, programada para iniciar em 15 de janeiro de 2018.

No Palácio La Moneda, na capital chilena, a Presidente Michelle Bachelet, acompanhada pelo Ministro do Interior, Mario Fernández, reuniu-se com a Comissão da Igreja Católica, formada pelo Presidente da Conferência Episcopal, Dom Santiago Silva Retamales; o Bispo Ramos e o Diretor Executivo da visita do Pontífice, Javier Peralta.

Também participaram do encontro os Coordenadores de Estado para a visita, Benito Baranda, e de Comunicações, Haydée Rojas.

Na parte da tarde, o Episcopado informou que a sua Comissão para a visita será formada por 11 pessoas, distribuídas em seis áreas de trabalho específicas: conteúdo (a cargo do Bispo Cristián Contreras V; Liturgia (sacerdote Héctor Gallardo); Comunicações (sacerdote Luis Herrera);  Finanças (Guillermo Villaseca); Gestão de atividades (Felipe Vial) e voluntariado (Ronald Bown junto com Francisco Elorrieta).

A sexta visita do Pontífice ao continente americano foi confirmada pela Sala de Imprensa da Santa Sé em 19 de junho. O Papa Francisco irá ao Chile de 15 a 18 de janeiro de 2018 - visitando as  cidades de Santiago, Temuco e Iquique – e após ao Peru, de 18 a 21 de janeiro, onde visitará as cidades de Lima, Puerto Maldonado e Trujillo. (JE)

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Peru: Governo declara viagem do Papa como "de interesse nacional"

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Lima (RV) – O Governo peruano declarou a viagem que o Papa Francisco realizará ao país de 18 a 21 de janeiro de 2018, como “de interesse nacional”.

Um decreto publicado no Diário Oficial “El Peruano” na quinta-feira, 29, assinalou que o Ministro do Trabalho e Promoção do Emprego, Alfonsos Grados, presidirá uma Comissão extraordinária de alto nível encarregada da organização da visita.

Neste grupo de trabalho também tomarão parte os Ministros das Relações Exteriores, Justiça e Direitos Humanos, Economia e Finanças, Saúde, Defesa, Interior, Educação, Cultura, do Ambiente e da Mulher e Populações Vulneráveis.

De acordo com a normativa, a “declaração de interesse nacional” inclui as atividades, reuniões e consultas preparatórias necessárias para que a visita do Papa se realize com êxito.

Acontecimento de relevância nacional e regional

O decreto sublinha, que “dada a transcendência da visita de Sua Santidade ao Peru, depois de três décadas, a visita constitui um acontecimento de grande relevância em escala nacional e regional”.

Neste sentido, “é imperativo tratar de maneira integral, eficiente e multisetorial as responsabilidades que levam a preparar e organizar os aspectos protocolares, logísticos e de segurança durante o segundo semestre de 2017 e início de 2018”.

A resolução foi publicada com as assinaturas do Presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, e o Ministro das Relações Exteriores, Ricardo Luna.

Papa foi convidado pelo Governo e bispos peruanos

A Santa Sé havia confirmado a viagem do Pontífice ao Peru e Chile em 19 de junho.

O Presidente do peruano, ao comentar o anúncio, assegurou que a viagem apostólica e pastoral “marcará um antes e um depois” no país.

O Papa vai ao Peru a convite do Governo e dos bispos locais e visitará as cidades de Lima, Puerto Maldonado e Trujillo.

(JE com informações de EFE)

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O que representa o Pálio para os fiéis? Dom O. Brandes responde

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Cidade do Vaticano (RV) – O Pálio recebido pelos arcebispos quinta-feira (29/06) é sinal de uma maior comunhão do Papa com as sedes metropolitanas. O Papa abençoou e entregou a estola a cada um dos 36 arcebispos, a quem serão impostas no Brasil por mãos do Núncio Apostólico.

Mas para os fiéis, o que representa esta faixa de lã nos ombros de seus arcebispos? Quem responde é Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida (SP). Ouça: 

Significado pastoral

O Pálio tem dois grandes sentidos: em primeiro lugar um sentido pastoral, porque o pastor deve carregar suas ovelhas nos seus ombros. É uma imagem bíblica muito significativa. O bispo, como pastor, repete aquilo que o Papa Francisco sempre diz né. Não com a psicologia de príncipe, mas de seguidor de Nosso Senhor Jesus Cristo e, portanto, isto é todo um esforço que vem de uma espiritualidade, de uma mística, de uma maneira de se entender o ministério episcopal. Lá em Aparecida eu estou iniciando, chegando lá, faz apenas 6 meses que estou lá, conhecendo ainda bastante a realidade”.

Significado da comunhão

“O segundo significado é o da comunhão, porque o arcebispo tem responsabilidade com as dioceses sufragâneas, como falamos. Lá em Aparecida, temos Taubaté (que é uma antiga arquidiocese), São José dos Campos, Caraguatatuba, Lorena e Aparecida. Somos cinco dioceses. Temos também a responsabilidade de comunhão com os bispos daquela província e, lógico, uma comunhão com o Papa. Isso é muito importante porque não pode haver missão forte se não houver antes a comunhão”.

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Igreja no Brasil



Card. Damasceno: "Reconstruir o Brasil é também dever dos cidadãos"

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Cidade do Vaticano (RV) – Qual é o projeto de nação que temos para nosso país? Queremos um país unido em suas diferenças, pois a crise pode nos ajudar a pensar e a amadurecer.

O Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida (SP), reside em Brasília (DF). O seu sonho é ter um país em que reinem justiça social, paz, respeito pelo meio ambiente e desenvolvimento integral. E para isso, é prioritária a participação de todos, com consciência e responsabilidade.

Ouça a entrevista exclusiva à RV: 

“Toda crise tem seus benefícios. Crises não têm só um lado negativo; ela ajuda a amadurecer, a refletir, a pensar... em que rumo queremos dar ao nosso país. Que projetos de nação temos para nosso país e que pessoas podem realizar este projeto com o qual todos nós sonhamos: um Brasil desenvolvido, com desenvolvimento sustentável, integral, como lembra o Papa, com respeito pelo meio ambiente, com justiça social: nós queremos um país unido nas suas diferenças mas ao mesmo tempo um país onde cada um possa viver com dignidade, como convém aos cidadãos, ao ser humano... superando e vencendo estas brechas profundas que existem entre aqueles que possuem muito e a maioria que não possui sequer o necessário para viver com dignidade”.

“Nós queremos um país onde os direitos dos cidadãos sejam respeitados, possam ser realizados no que diz respeito à educação, à saúde, à habitação, ao trabalho, à paz na sociedade”.

“Temos que aproveitar esta situação (de crise) para uma reflexão profunda e ver que passos podemos tomar para ir para frente! O Brasil precisa ser repensado e quase reconstruído, de certo modo. Pelo que vamos vendo, o que está aparecendo com as investigações, com as denúncias, é realmente uma corrupção muito grande: recursos públicos desviados para interesses próprios em detrimento da população, sobretudo dos mais pobres. São os mais pobres que padecem, não têm acesso à saúde e deveriam ter habitação, saúde, trabalho, uma infraestrutura, uma convivência pacífica do país, etc.”.

A responsabilidade de cada um

“Creio que isto nos leve levar a pensar, a refletir e tomar consciência da nossa responsabilidade de cidadãos, pois tomos somos responsáveis pelo bem do país. Ninguém pode fugir às suas responsabilidades. Somos membros de uma comunidade, de uma nação, somos cidadãos e como tais, não posso me colocar indiferente a nada que interessa ao bem comum ou de todos. Tenho que assumir minha responsabilidade, pois o bem de todos depende da participação de todos. Ninguém pode ser feliz isoladamente, individualmente, sem que os outros também alcancem um nível razoável de vida digna e que com isso possa ter mais paz, mais felicidade, mais alegria em sua vida diária, na sua convivência social, na sua família, município, enfim, em seu país”.  

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Arcebispo da Paraíba, Dom Délcio prioriza atenção aos fiéis

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Cidade do Vaticano (RV) – Dom Delson Pedreira, arcebispo da Paraíba, recebeu o Pálio abençoado pelo Papa Francisco quinta-feira (29/06) aqui na Praça São Pedro. Dom Delson chegou a João Pessoa há pouco tempo, depois de passar mais de 6 anos em Caicó (RN) e quase 5 em Campina Grande (PB). Em entrevista à RV, ele revela as suas impressões iniciais desta arquidiocese:

“Estou iniciando meu ministério, primeiro conhecendo toda esta realidade: padres, religiosos, movimentos, pastorais, lideranças e também as autoridades locais, pois precisamos conhecer as pessoas que compõem a sociedade de João Pessoa e daquela região”.

Sabemos que os desafios são grandes, mesmo porque meu antecessor renunciou e chegamos numa arquidiocese numa situação bastante delicada por conta disso”.

A emoção do encontro com Francisco

“Estive já com Bergoglio antes de ser Papa, quando era Conselheiro geral da Ordem dos Capuchinhos. Sabendo da nossa visita, ele foi almoçar com os frades, era o cardeal de Buenos Aires e tivemos a oportunidade de nos encontrar. Depois na JMJ no Rio de Janeiro em 2013, já como Papa. E agora, tivemos dois momentos com ele, na audiência geral na Praça e na entrega do Pálio, momentos de grande emoção”.

O que leva para os paraibanos da parte do Papa

 “Levo para o Povo o coração muito aquecido com as orientações do Papa e o significado do Pálio: o pastor que carrega suas ovelhas no braço com afeto, com amor. Creio que esta é a minha grande responsabilidade, dar uma atenção especial a todos aqueles que o Senhor me confia na Arquidiocese da Paraíba”.

Ouça a entrevista: 

 

(CM)

 

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Igreja na América Latina



Acordo Cuba-EUA é tema de livro escrito pelo Cardeal Ortega

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Havana (RV) – “Diplomacia é colocar o carisma pessoal a serviço do bem comum”. Assim expressou-se o Cardeal Jaime Ortega, Arcebispo emérito de Havana, durante a apresentação de seu livro “Encontro, diálogo e acordo. Papa Francisco, Cuba e Estados Unidos”.

A obra foi apresentada por Roberto Méndez, Diretor da revista católica “Palabra Nueva”, na Aula Magna do Centro Cultural Feliz Varela. 

O Prefácio do livro - publicado em maio passado pelas Edições San Paolo de Madrid, é assinado pelo Arcebispo Angelo Becciu, Substituto da Secretaria de Estado.

A obra também apresenta documentos e fotografias que ilustram os momentos mais relevantes do percurso da retomada do diálogo diplomático entre Cuba e Estados Unidos, antes do anúncio da notícia, em 17 de dezembro de 2014.

O trabalho silencioso do Cardeal, até o momento histórico

Na apresentação do livro, Mendez sublinhou o “trabalho silencioso” do Cardeal Ortega para a retomada das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, permitindo compreender com clareza a história presente da Ilha caribenha.

De fato, o Cardeal Ortega foi testemunha e protagonista da história de Cuba a partir da metade do século XX, até os dias de hoje. Como Arcebispo de Havana, recebeu três Pontífices que, com suas visitas, contribuíram para o renascimento da Igreja Católica na Ilha.

A última visita, a de Papa francisco, revelou-se como o prelúdio de um acontecimento de caráter mundial: a reaproximação entre Cuba e os Estados Unidos.

Homenagem ao Papa e ao seu convite ao diálogo

Em seu pronunciamento, o purpurado cubano reiterou que o livro tem a intenção de ser, antes de tudo, “uma pequena homenagem ao Papa Francisco, ao seu constante convite ao diálogo e ao seu modo de apresentar e viver o amor pelo próximo”.

Neste contexto, o Cardeal recordou que o Santo Padre usou diversas vezes como exemplo o acordo entre Cuba e Estados Unidos para falar de processos de reconciliação, diante de presidentes e autoridades de diversas nações do mundo.

“Francisco – disse o Cardeal – é a única personalidade no mundo moderno que tem a dimensão ética para intervir neste tipo de acontecimentos”

O purpurado sublinhou que este acordo foi um dos momentos mais importantes da sua vida sacerdotal, pois pode constatar que a compreensão e o diálogo são sempre possíveis, também nestes tempos.

Nunca perder a esperança no diálogo

O Cardeal Ortega afirmou que na diplomacia se deve usar o carisma pessoal em favor do bem. “O Papa, com as suas cartas – afirmou – foi artífice da criação de uma ponte para o diálogo”.

Neste sentido, o livro tem como fio condutor a certeza de que Deus, por meio de pessoas concretas, tornou possível este histórico encontro, a aproximação e o diálogo.

“A mensagem que gostaria de deixar aos leitores – concluiu Ortega – é que neste mundo cheio de sofrimento e guerras, não podemos perder a esperança no diálogo, porque como cristão, somos chamados a lutar pela paz e o amor”. (JE)

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Igreja no Mundo



Governo turco expropria mosteiros, igrejas e cemitérios sírio-ortodoxos

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Istambul (RV) – Cinquenta igrejas, mosteiros e cemitérios sírio-ortodoxos nas cercanias de Mardin – região turca à sudeste de Tur Abdin – foram desapropriados nos últimos tempos pelo governo turco, passando ao controle direto do Subsecretário do Tesouro, que os confiou à Presidência dos Assuntos Religiosos.

Segundo informaram fontes locais, a operação foi realizada após a conclusão do processo em que Mardin foi transformada em uma comunidade metropolitana. A consequente reorganização administrativa do território transformou os vilarejos circundantes em bairros da área metropolitana.

Em 2016, um Comitê da Prefeitura de Mardin – encarregado de inventariar e redistribuir bens imobiliários pertencentes às instituições não privadas – deu início à transferência de igrejas, mosteiros e cemitérios sírio-ortodoxos presentes no território, ao Subsecretário do Tesouro.

Fundação Mor Gabriel apresenta recurso

O recurso apresentado contra tal decisão pela Fundação Mor Gabriel – que em 2013, após um longo contencioso jurídico, havia obtido a restituição do histórico Mosteiro sírio-ortodoxo de Mor Gabriel, que remonta ao século IV – foi rejeitado em maio passado pelos órgãos administrativos turcos.

Agora a Fundação Mor Gabriel – informa a Agência Fides – encaminhou uma petição à Corte Civil de Mardin. Com este instrumento, solicita para que seja interrompido o processo de desapropriação de igrejas, mosteiros e cemitérios sírio-ortodoxos e a sua transferência sob o controle direto dos organismos governamentais turcos.

Organizações de cristãos sírio-ortodoxos na Europa – como a European Syriac Union – começaram finalmente a se mobilizar contra o que definem como “um sequestro ilegal”.

(JE/Fides)

 

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Inglaterra: Um passo rumo à comunhão entre Igrejas Metodista e Anglicana

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Londres (RV) – Depois de dois séculos de separação formal, a Igreja Metodista britânica e a Igreja Anglicana estão estudando um documento de reconhecimento recíproco.

Em 27 de junho a Igreja Metodista da Grã Bretanha e a Igreja Anglicana divulgaram um documento conjunto intitulado “Mission and Ministry in Covenant”, uma espécie de pacto que, se aprovado, tornará mais profunda a comunhão entre as duas Igrejas, tornando possível, por exemplo, que os ministros de culto de uma Igreja possam servir também na outra.

Condição esta – como recorda o texto no prefácio – totalmente impossível desde o fim do século XVIII, após a morte de John Wesley, fundador do metodismo e ex-ministro de culto anglicano.

Depois de duzentos anos de separação formal – declaram os dois copresidentes do grupo de trabalho redator do documento, Jonathan Baker (Bispo anglicano de Fulham) e Neil Richardson (Pastor metodista e Presidente da Conferência metodista de 2003), “estas propostas sobre o ministério episcopal e a reconciliação dos ministérios são congruentes com o ensinamento e a política das nossas duas Igrejas, e podem ser submetidos à aceitação das duas Igrejas”.

O relatório conjunto havia sido apresentado à Conferência metodista realizada em Birmingham de 22 a 29 de junho e será apresentado ao Sínodo Geral da Igreja Anglicana que terá lugar de 7 a 10 de julho.

O acordo representa um ulterior avanço nas relações entre as duas Igrejas, que se soma à convergência teológica selada com o Pacto anglicano-metodista de 2003 e o trabalho desenvolvido pela Comissão conjunta para a implementação do Pacto até 2014, quando o Sínodo geral da Igreja da Inglaterra e a Conferência metodista deram mandato às respectivas comissões litúrgicas e teológicas para aprontar uma série de propostas de colaboração.

Entre estas, além da possibilidade de partilhar os ministros, o reconhecimento pela parte metodista da figura de um presidente-bispo como expressão de uma forma de supervisão sobre a Conferência.

O Pastor Gareth J. Powell, Secretário da Conferência metodista, declarou que “metodistas e anglicanos têm necessidade urgente de um conjunto de propostas  para permitir às duas Igrejas de seguir ruma à plena comunhão, com uma partilha mais profunda no âmbito da missão e dos ministérios.

A figura de um presidente-bispo, apoiando a centralidade da Conferência, é um modo profundamente metodista de comprometer-se em todos os níveis com a Igreja da Inglaterra em um planejamento recíproco da missão cristã e da vigilância pastoral”.

Por sua vez, o Bispo anglicano Christopher Cocksworth, Presidente da Faith and Order Comission da Igreja da Inglaterra, afirmou estar agradecido pelo grupo de trabalho conjunto, “pelo modo atento e criativo de trabalhar na construção de um projeto que possibilite a permutabilidade do ministério pastoral nas nossas duas Igrejas”.

“A solução – continua ele – baseia-se na centralidade do episcopado histórico e no seu papel de supervisão dos ministérios de bispo. O modelo proposto consentirá às dioceses, aos distritos e às Igrejas locais de comprometerem-se em um renovado planejamento pastoral, pelo bem da missão de Deus neste país”.

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Bispos do Sudão do Sul agradecem ao Papa pelo apoio ao país

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Juba (RV) - “Como Presidente da Conferência Episcopal do Sudão e em nome de meus irmãos bispos, manifesto gratidão e apreço ao Papa Francisco pelo seu apoio afetuoso ao Sudão do Sul.” 

Foi o que escreveu o Bispo de Tombura-Yambio, Dom Edward Hiiboro Kussala, Presidente da Conferência Episcopal do Sudão, numa carta enviada ao Papa para agradecê-lo pelo apoio manifestado ao país que passa por uma grande provação. 

No último dia 21, o Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, anunciou que o “Santo Padre, não podendo ir pessoalmente ao Sudão do Sul, quis tornar tangível a presença e a proximidade da Igreja a essa população aflita, através da iniciativa ‘O Papa pelo Sudão do Sul’. Trata-se de uma iniciativa que vai ajudar, apoiar e encorajar as obras de várias congregações religiosas e organismos de ajuda internacional presentes no território, que socorrem a população e promovem o processo de desenvolvimento e paz”. 

Na missiva, enviada à Agência Fides, Dom Kussala ressalta: “Apesar do adiamento da visita pastoral do Papa Francisco ao Sudão do Sul, as pessoas sentiram sua solidariedade e o compromisso pelo país, através do apoio generoso e da doação ao país. Essa doação será muito útil para fornecer alimento aos deslocados nos campos de refugiados, conscientizar para a construção da paz e a promoção da dignidade dos marginalizados, a fim de realizar o desenvolvimento e a paz duradoura.”

O Bispo de Tombura-Yambio recorda que, desde a independência do Sudão, o Sudão do Sul teve de enfrentar vários desafios: muitas pessoas perderam a vida, os deslocados são vários e a maioria procura refúgio nos países limítrofes. Além disso, a instabilidade política impede o desenvolvimento do país. “A Igreja proclama a sacralidade da vida e a dignidade da pessoa humana como fundamento da moral e visão da sociedade”, reitera o prelado.

“Nós, como Conferência Episcopal do Sudão, estamos fortemente comprometidos em promover o princípio do bem comum, como o valor da vida humana, e aliviar os sofrimentos humanos causados por várias calamidades, como a violência, fome, seca, má distribuição das riquezas, instabilidade política e insegurança.” 

O bispo agradece ao Papa pelos vários sinais de atenção demostrados, no passado, para com o Sudão do Sul. Ficou honrado em receber a ajuda financeira doada pelo Pontífice. Ele assegura suas orações ao Papa e espera que seja reconsiderada a visita do Papa ao país africano.

(MJ)

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Formação



Diácono Zeno: cremação, para muitos ainda é um tabu

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Cidade do Vaticano (RV) - O rito da cremação é o tema abordado hoje em nosso espaço de missão. Na conversa com Silvonei José o Presidente da Comissão Nacional dos Diáconos, Zeno Konzen, nos fala sobre o papel do diácono na administração dos sacramentos e na cerimônia de cremação. 

"O diácono pode administrar os sacramentos do Batismo, Matrimônio e  hoje está sendo muito assumida a questão das exéquias e dentro das exérquias também a cerimônia de cremação que para muitos ainda é um tabu, mas nós temos hoje um documento aprovado pela Santa Sé que é 'Nossa Páscoa' que traz um ritual próprio para a cremação como também depois para o arpersão das cinzas e colocar as cinzas em urnas, onde as famílias guardam as cinzas no próprio cemitério num compartimento menor. Hoje, estamos atendendo muito isso. Na minha diocese eu faço em média de quarenta a cinquenta cerimônias de cremação por mês. Então, é muito procurada. É uma coisa moderna no mundo de hoje, pois na verdade a cremação é adiantar o processo de decomposição. Aquilo que a natureza levaria dez/doze anos para fazer, pela tecnologia eles fazem isso em quatro horas", disse Konzen.

(MJ)

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Atualidades



"Caminhos de paz": as religiões podem e devem fazer mais pela paz

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Osnabrück  (RV) –  A iniciativa “Caminhos de Paz” recebe novas adesões a cada ano. Este encontro internacional promovido pela Comunidade Santo Egídio nasceu do histórico Dia de Oração pela Paz - convocado pelo Papa João Paulo II em 1986 – e tem por objetivo promover o diálogo entre as religiões e com o mundo da cultura.

Angela Merkel

Em uma coletiva de imprensa na manhã de quinta-feira em  Osnabrück, Alemanha, foi anunciada a participação este ano da Chanceler Angela Merkel, que assim, soma-se às numerosas outras autoridades e líderes religiosos de todo o mundo que tomarão parte no encontro a ser realizado de 10 a 12 de setembro no “coração da Europa”, precisamente nas Dioceses de Münster e Osnabrück.

Cesare Zucconi, falando pela Comunidade de Santo Egídio, recordou que neste momento histórico marcado por conflitos e pelo terrorismo, existe a necessidade de insistir na dissociação das religiões das guerras e de todo tipo de violência. “Existe hoje a necessidade de uma visão global e ecumênica”, destacou.

Religiões, parte da solução

“As religiões – acentuou -  caso não se deixarem instrumentalizar, são uma parte imprescindível da solução. As religiões têm energias de paz, que devem ser libertadas. Durante estes anos, com o Espírito de Assis, as religiões tornaram-se mais conscientes de suas responsabilidades. As religiões podem e devem fazer mais pela paz”

O Bispo de Münster, Dom Felix Genn, convidou por sua vez “para que se continue a acreditar de que é possível mudar o mundo, como faz Santo Egídio, nascida em 1968, quando havia uma ânsia de mudanças na sociedade.

Construtores de paz

Já o Bispo de Osnabrück, Franz Joseph Bode, recordou que na iniciativa “Caminhos de paz” tomarão parte numerosos testemunhos de países em guerra: “Não é teoria, ouçamos o que dizem. Pedem a nós para sermos construtores de paz”.

Os diversos painéis do encontro tratarão de temas como ambiente, migrações, integração, exploração de menores, tráfico de seres humanos, guerras.

Em setembro passado em Assis, 30 anos após o histórico encontro convocado por Wojtyla, tomaram parte, além do Papa Francisco, numerosos líderes religiosos de diferentes credos. Na ocasião, Francisco havia sublinhado que “não existe nenhuma guerra santa, somente a paz é santa”. (JE)

 

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Ctv apresenta filme documentário "Os Jubileus. O caminho do perdão"

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Cidade do Vaticano (RV) - Foi feita na manhã desta sexta-feira (30/06), na sede da Filmoteca Vaticana – Palácio São Carlos –, no Vaticano, a apresentação de “Os Jubileus. O caminho do perdão”, nova produção realizada pelo Centro televisivo vaticano (Ctv) e pela Oficina da Comunicação, em parceria com a UnipolSai.

Trata-se de um filme documentário pensado como momento de balanço final do Jubileu extraordinário da misericórdia, mas também como ocasião para repercorrer os momentos significativos dos Anos jubilares do passado.

“O Centro televisivo vaticano tem por missão desde 1983 contar a atuação do Papa e da Santa Sé”, disse o prefeito da Secretaria para a Comunicação, Mons. Dario Edoardo Viganò.

Por ocasião do Ano Santo da misericórdia celebrado por iniciativa do Papa Francisco pensamos com o diretor do Ctv, Stefano D’Agostini, e a Oficina da Comunicação – com a qual produzimos nossos filmes documentários – que fosse importante e justo produzir uma obra que contasse a experiência do Ano Santo ao longo dos séculos, disse ainda Mons. Viganò.

Segundo o prelado, trata-se, portanto, de um documentário capaz de reconstituir em chave acessível e de fácil divulgação os fios da história, a atuação da Igreja ao longo do tempo por ocasião das celebrações jubilares, acrescentou. (RL/Sir)

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