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Sumario del 02/07/2017

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: a condição do discípulo exige uma relação prioritária com o mestre

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Cidade do Vaticano (RV) – “A condição do discípulo exige uma relação prioritária com o mestre”, um vínculo de amor que faz com que este seja “um representante dele, um “embaixador” dele, sobretudo com o modo de ser, de viver”. 

Ao dirigir-se aos milhares de peregrinos e turistas reunidos na Praça São Pedro para o Angelus dominical, o Papa destacou “os aspectos essenciais para a vida dos discípulos missionários”.

Para tal, Francisco inspirou sua reflexão no capítulo 10 do Evangelho de São Mateus, onde  “Jesus instrui os doze apóstolos no momento em que, pela primeira vez, os envia em missão aos povoados da Galileia e da Judéia”.

O Papa observa que na parte final da passagem, Jesus sublinha dois aspectos essenciais para a vida do discípulo missionário:

“O primeiro, que a sua ligação com Jesus seja mais forte do que qualquer outra ligação; o segundo, que o missionário não leve a si mesmo, mas Jesus, e por meio d’Ele, o amor do Pai celeste. Estes dois aspectos estão ligados, porque quanto mais Jesus está no centro do coração e da vida do discípulo, mais este discípulo é “transparente” a sua presença. Estas duas coisas caminham juntas”.

O Papa explica que quando Jesus diz que “Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim", não quer dizer que isto não seja  bom e legítimo, que “Ele nos queira sem coração e privados de reconhecimento”, mas que isto “não pode se antepor a Cristo”, “porque a condição do discípulo exige uma relação prioritária com o mestre”, tornando-se um com Ele:

“Quem se deixa atrair por este vínculo de amor e de vida com o Senhor Jesus torna-se um representante seu, um “embaixador” seu, sobretudo com o modo de ser, de viver. A tal ponto, que Jesus mesmo, enviando os discípulos em missão, diz a eles: "Quem vos recebe, a mim recebe. E quem me recebe, recebe aquele que me enviou"”.

Assim – prossegue o Papa – “é necessário  que as pessoas possam perceber que para aquele discípulo, Jesus é realmente “o Senhor”, é realmente o centro, o tudo da vida. Não importa se depois, como toda pessoa humana, tenha os seus limites e também os seus erros – desde que tenha a humildade de reconhecê-los; o importante é que não tenha o coração duplo, isto é perigoso”, adverte Francisco. "Sou cristão, sou discípulo de Jesus, sou sacerdote, sou bispo, mas tenho um coração duplo. Não, isto não está certo".

"Não se deve ter um coração duplo - alerta Francisco -  mas um coração simples, unido; que não tenha "o pé em dois calçados", mas seja honesto consigo mesmo e com os outros”:

“A duplicidade não é cristã. Por isto Jesus reza ao Pai para que os discípulos não caiam no espírito do mundo. Ou estás com Jesus, com o espírito de Jesus, ou estás com o espírito do mundo”.

Nisto o Papa ressalta que “a experiência de sacerdotes nos ensina uma coisa muito bonita e uma coisa muito importante: é justamente esta acolhida do santo povo fiel de Deus, é justamente o “copo de água fresca” – do qual fala hoje o Evangelho - dado com fé afetuosa, que te ajuda a ser um bom padre:

“Há uma reciprocidade também na missão: se tu deixas tudo por Jesus, as pessoas reconhecem em ti o Senhor; mas ao mesmo tempo te ajuda a te converteres cada dia a Ele, a te renovar e purificar dos pactos e a superar as tentações. Quanto mais um sacerdote é próximo ao povo de Deus, tanto mais se sentirá próximo a Jesus. E quanto mais um sacerdote é próximo a Jesus, tanto mais se sentirá próximo ao povo de Deus”.

“A Virgem Maria – concluiu o Papa - experimentou em primeira pessoa o que significa amar Jesus separando-se de si mesma, dando um novo sentido às ligações familiares, a partir da fé n’Ele. Que a sua materna intercessão, nos ajude a sermos livres e alegres missionários do Evangelho”. (JE)

 

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Apelo do Papa pela Venezuela: que cesse toda violência

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Cidade do Vaticano (RV) – Após recitar o Angelus e antes de saudar os fiéis e grupos presentes na Praça São Pedro, o Papa Francisco, mais uma vez, dirigiu o seu pensamento à Venezuela, que passa por gravde crise social, polítca e econômica. 

Em particular, o Santo Padre pediu o fim da violência, solidarizando-se com as famílias que perderam seu filhos nas manifestações – o número de mortos se aproxima de 90 – rezando com os presentes ao final, uma Ave Maria:

“Em 5 de julho recorre a Festa de Independência da Venezuela. Asseguro a minha oração por esta querida nação e exprimo a minha proximidade às famílias que perderam os seus filhos nas manifestações de rua. Faço um apelo para que se coloque fim à violência e seja encontrada uma solução pacífica e democrática para a crise. Que Nossa Senhora de Coromoto interceda pela Venezuela. E todos nós, rezemos a Nossa Senhora de Coromoto pela Venezuela...”. (JE)

 

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Sudão do Sul: sem a paz não se consegue fazer nada, diz Card. Turkson

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Cidade do Vaticano (RV) – O Presidente da Conferência Episcopal do Sudão, Dom Edward Hiiboro Kussala, expressou profunda gratidão e apreço, em nome de todos os bispos, pelo afetuoso apoio do Papa Francisco ao Sudão do Sul, país martirizado pela guerra, fome e cólera.

Em 21 de junho, o Prefeito do Dicastério do desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Peter Turkson, havia apresentado a iniciativa “O Papa para o Sudão”, quando se anunciou um financiamento ao país de 500 mil euros, destinado a projetos de ajuda no campo da saúde, da educação, da agricultura.

Uma intervenção concreta não isolada, porque a Santa Sé busca há tempos um caminho para obter a paz, como explicou à RV o Cardeal Turkson:

“O nosso dicastério olha para estes acontecimentos com um pouco de tristeza. Estive lá duas vezes. A primeira vez levei uma carta do Santo Padre ao Arcebispo de Juba; a segunda vez levei uma pequena mensagem ao governo. Devo dizer que o respeito pela Igreja ainda existe. O Presidente recebe com prazer visitas como as minhas e a do Núncio de Nairóbi no Sudão do Sul. Existe um respeito tal pela Igreja, que quando outros diplomatas não conseguem uma audiência, pessoas da Igreja, como o Núncio, como eu, procuram levar a mensagem para resolver um pouco a situação. Portanto, considero que a Igreja ainda tem algum papel a desempenhar naquela situação”.

RV: O senhor pensa em retornar em breve ao Sudão do Sul?

“Certo, estamos tentando organizar uma outra visita ali. Como sabemos, o Santo Padre já demonstrou sua solicitude, enviando um pouco de ajuda para a educação, para a saúde, para os remédios. Este é um gesto bonito, mas a situação no Sudão do Sul exige ainda algo a mais. Assim, prevemos uma visita para o futuro próximo, para se inteirar da situação, para elaborar um programa de ajuda e de assistência à população que agora foge. As pessoas abraçam os fuzis, fazem qualquer coisa para ganhar um salário, porque não tem um ganho, não existe assistência por parte do governo. A situação é um pouco caótica”.

RV: Como o senhor acenou anteriormente, o Santo Padre tem uma solicitude particular, sente uma dor particular pelas vítimas deste conflito, que depois, são os mais pobres, ou seja, os deserdados, as pessoas esquecidas. A ajuda internacional existe?

“Sim. Existe uma base das Nações Unidas. Tem três localizações. Portanto, existe a presença dos Capacetes Azuis da ONU, existe também aquela da União Europeia com os seus embaixadores e depois existem diversos organismos, outros grupos. Nos anos 60, o Papa Paulo VI disse que o novo nome da paz é o desenvolvimento, mas depois logo acrescentou que o desenvolvimento requer necessariamente a paz. Sem a paz não se pode fazer nada. Este é justamente o drama da situação no Sudão do Sul. É preciso uma situação, uma atmosfera um pouco pacífica para poder colocar em pé certos projetos. As pessoas tem necessidade de casa, de agricultura, de escolas, de hospitais. E existem organismos que estão prontos para ajudar neste sentido. Mas sem uma situação de paz que permita a realização destes projetos, fica tudo difícil”.

RV: O senhor é otimista?

“Devemos conseguir, não? E não somente no Sudão do Sul. A mesma solicitude, a mesma preocupação que o Santo Padre demonstrou pela República Centro-Africana, é a mesma que devemos demonstrar pelo Sudão do Sul. O Santo Padre queria ter visitado também o Sudão do Sul. Portanto, o meu otimismo não é devido ao fato de que o Sudão do Sul seja a assim chamada “república cristã”, pois isto não é totalmente verdadeiro. Existem mesquitas. Existe a presença de outras religiões. Existe o islã, existem os muçulmanos. O fato é que quando existe uma humanidade que sofre, como diz a primeira linha da Gaudium et Spes, este sofrimento pode não tocar a todos. Estou convencido de que este país tem todo o potencial para levar em frente o seu desenvolvimento”. (JE/FP)

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“Perseguição aos cristãos e martírio”, tema do Ratzinger Schülerkreis 2017

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Cidade do Vaticano (RV) – “Perseguição aos cristãos e martírio”. Este será o tema da próxima reunião do Ratzinger Schülerkreis - o círculo de ex-alunos de Bento XVI – que terá início em setembro.

O tema foi antecipado à ACI Stampa por Stephan Horn, que foi assistente do Professor Ratzinger e atualmente coordena o circuito de ex-alunos, assim como o Novo Schülerkreis, um grupo de jovens que tem dedicado estudos e teses ao pensamento de Bento XVI.

O Papa emérito não estará presente, naturalmente, como tem acontecido desde que decidiu se retirar para se dedicar inteiramente à oração. Mas, um pequeno grupo irá visitá-lo na conclusão do encontro, dando a conhecer a ele o tema das conferências e dos debates.

Os relatores

Como no ano precedente, também em 2017 serão dois os palestrantes. O primeiro será Monsenhor Helmut Moll, que já é membro do Ratzinger Schülerkreis. Foi ele que compilou o “Martirológio alemão”, o livro da Conferência Episcopal Alemã publicado em memória aos mártires do século XX.

O teólogo alemão recolheu testemunhos de cem mártires e vítimas do século passado, reunindo-os em um livro que teve várias edições. A quinta remonta a 2010. Entre as biografias, estão a de alemães assassinados em Papua Nova Guiné, Filipinas e América Central.

Um trabalho que envolveu 160 especialistas, dioceses e Ordens religiosas, que no total recolheram 900 biografias de mártires alemães, reunidos em quatro categorias: vítimas do nazismo, vítimas do comunismo, martyrium purtatis de jovens, mulheres e religiosas; missionários mortos. Por este trabalho, iniciado em 1994, Monsenhor Moll foi chamado como palestrante à Schülerkreis.

O outro palestrante é o Bispo Manfred Scheuer, de Linz. Ele foi postulador da Causa de Beatificação de Franz Jägerstätter (1897 – 1943), o cidadão e sacristão da Diocese de Linz, que havia rejeitado qualquer colaboração e apoio aos nazistas quando haviam tomado o poder em 1938. Para ele, cristianismo e nacional-socialismo eram incompatíveis e inconciliáveis e por isto não queria fazer parte da Wermacht. Foi condenado à morte e decapitado em 9 de agosto de 1943, em Brandeburg Havel.

Este, precisamente, será um dos temas, ao lado de outra Causa de Beatificação da sua diocese: a de Johann “Papà” Gruber, sacerdote diocesano de Linz, que havia administrado antes de ser preso - e depois do Campo de Mathausen - uma organização de socorro e informação, que distribuía refeições e roupas de forma escondida, salvando assim a vida de muitos prisioneiros com aquela que ficou conhecida como “a sopa Gruber”, até seu martírio, em 7 de abril de 1944, após intermináveis torturas. Era uma Sexta-feira Santa.

Continuidade de temas

O percurso iniciado pelos membros do Ratzinger Schülerkreis é um percurso de continuidade. De fato, falou-se da “Eclipse de Deus na História”, depois da crise da Europa, e neste ano, o martírio dos cristãos.

A Eclipse de Deus na história, cria a crise atual. Uma crise que se abate sobre a Europa, que perdeu as suas raízes e com isso, a capacidade de ser “comunidade de destino”, na definição do Professor Weiler, um dos palestrantes do Schülerkreis em 2016.

E porque é precisamente na Europa sem raízes que tem lugar uma perseguição sutil, que toca a consciência e a própria essência do ser humano, enquanto no Oriente Médio e em outras áreas de conflito os cristãos são mortos pelo simples fato de serem cristãos.

Os temas de Bento XVI

São os temas que Bento XVI desenvolveu, no decorrer de sua carreira acadêmica, com extraordinária lucidez, e que hoje aqueles que estudam seu pensamento levam em frente, conscientes de que é ali que se jogam os maiores desafios.

E não seria a primeira vez que do Schülerkreis emergem sinais premonitórios. Por exemplo, em 2012 – o último com Bento XVI Papa – falou-se de “Resultados e questões ecumênicas no diálogo com o luteranismo e o anglicanismo”, já percebendo aquelas sementes de diálogo que se desenvolveriam com o tempo.

Nascimento do Schülerkreis

Bento XVI gostava de estar atualizado sobre tudo, sendo ele mesmo a escolher a cada ano o tema do encontro, aprovando também os seus palestrantes.

Foi assim desde 1977, quando o Professor Ratzinger foi nomeado Arcebispo de Munique-Frisinga. Os encontros continuaram quando Joseph Ratzinger foi nomeado em 1983 Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

Quando foi eleito Papa em 2015, os seus ex-alunos chegaram a pensar que estes encontros se interromperiam. Se equivocaram. Bento XVI quis continuar. E os encontros continuaram mesmo após a renúncia, se bem que Bento XVI preferiu não participar dos debates, mas simplesmente celebrar uma Missa conclusiva junto com os membros do Schülerkreis e do jovem Schülerkreis, jovens estudiosos da obra teológica de Jospeh Ratzinger, que neste tempo haviam se unido ao grupo.

Os membros do Schülerkreis

Entre os participantes do encontro, estão, por exemplo o Padre Cornelio del Zotto, o único italiano, que vem da Tanzânia,  e escreveu sob a supervisão de Ratzinger uma tese sobre teologia da imagem em São Boaventura, objeto de estudo também do próprio Ratzinger, quando era estudante. Publicado em 1977, o livro de del Zotto teve o Prefácio escrito pelo Cardeal da Baviera.

Entre os ex-alunos do Papa emérito, encontra-se o Cardeal Arcebispo de Viena, Cristoph Schönborn, convidado para participar dos encontros desde que tomou parte na redação do Catecismo da Igreja Católica, que em 2017 completa 25 anos.

Presentes ainda o Bispo Auxiliar de Hamburgo, Dom Hans-Jochen Jaschke, o Secretário do Pontifício Conselho para a Cultura, Arcebispo Barthélémy Adoukonou, junto com docentes, párocos, religiosos, religiosas e leigos.

Repassando a lista de mais de 50 nomes, é possível encontrar o redentorista Rèal Tremblay, o teólogo moralista Vincent Twomey e a coreana Jung-Hi Victoria Kim, que nos anos de estudo em Regensburg escreveu – sob a supervisão de Ratzinger – uma tese em que confrontou a “caritas” em Tomás de Aquino e o “jen”, conceito central no confucionismo; mas também Padre Joseph Fessio – que não participa mais -  jesuíta, editor de Ignatius Press, formado em Regensburg com Ratzinger, em 1975, com uma tese sobre “Eclesiologia de von Balthasar”.

Os jovens do Schülerkreis

Participam desta “família teológica” os membros do “Novo Schülerkreis”, ou seja, um círculo de 31 jovens teólogos, formados em 2008. É um “laboratório ecumênico”, pois entre eles estão também jovens ortodoxos, que podem assim desfrutar da orientação de teólogos que trabalharam com Bento XVI, sobre quem se multiplicam as teses de mestrado e doutorado, a tal ponto que a Fundação Ratzinger passou a reunir grupos de doutorandos que estudam o pensamento de Bento XVI.

(JE com Aci Stampa)

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Sínodo dos Jovens: questionário em holandês a partir do dia 6 de julho

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Amsterdã (RV) – Em vista do esperado Sínodo dedicado aos jovens, programado para se realizar no Vaticano em outubro de 2018, também nos Países Baixos se trabalha para que, o quanto antes, esteja disponível na internet o questionário sobre “os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

Tradução holandesa disponível online a partir de 6 de julho

O responsável pela pastoral juvenil junto ao Secretariado da Conferência Episcopal Holandesa, Gerrie Conen, informa que os trabalhos de tradução das perguntas já divulgadas em outras línguas em 14 de junho, “fervilham espontaneamente” e, não obstante se trate de operações que requerem “um pouco de tempo”, é possível prever que também os jovens holandeses poderão consultar online o documento a partir da próxima semana, mais precisamente a partir de 6 de julho.

Objetivo é alcançar o maior número possível de jovens

O texto será publicado no site da Igreja Católica holandesa rkkerk.org. Assim, uma vez disponível na web, será possível ler e responder ao questionário também em holandês, visto já estar disponível em italiano, francês e espanhol no site youth.synod2018.va.

A contribuição dos jovens holandeses se somará assim às respostas que jovens enviarão de outras partes do mundo.

A esperança de Conen é a de alcançar o maior número possível de jovens nas dioceses e paróquias.

Esta é mais uma entre as várias iniciativas da Igreja Católica holandesa, divulgadas também por meio do site do Escritório da Pastoral da Juventude jongkatholiek.nl, voltado a dar ampla visibilidade a todas as informações relativas ao Sínodo dos jovens.

(JE/PO)

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Igreja na América Latina



Card. Urosa Savino: é uma guerra contra o povo

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Caracas (RV) – O episcopado venezuelano mostra-se cada vez mais preocupado com a situação vivida no país. As mortes nos protestos chegam a quase 90  Os prelados pedem  ao governo para “reconsiderar a situação” e de não implantar “um sistema totalitário militarista-marxista”.

“Nós (os bispos), como já dissemos, pedimos ao Governo nacional que reconsidere, que desista desta atitude de querer implantar na Venezuela um sistema totalitário marxista, e agora também militar, militarista” e que “desista de utilizar recursos legais para desmantelar o Estado. Tudo isto é reprovável e intolerável e não é o caminho que deseja a maioria do povo venezuelano”, reiteram os prelados em um comunicado.

Sintonia com o Papa Francisco

Na missa celebrada na Solenidade dos Santos Pedro e Paulo na Igreja de Nossa Senhora da Candelária, em Caracas, o Cardeal Jorge Urosa Savino, falando em seu nome, disse que “o sentir de suas palavras é o mesmo da Conferência  Episcopal Venezuelana, cuja comunhão e sintonia com o Papa Francisco foi ratificada em recente visita ao Vaticano”.

O Governo de Nicolás Maduro convocou uma Assembleia Nacional Constituinte, cujas eleições estão previstas para 30 de julho, porém a Igreja venezuelana manifestou a sua rejeição em reiteradas oportunidades, por considerar que a população, antes que mudar a Carta Magna, necessita de comida, segurança, eleições democráticas e livres e respeito às leis, entre outras oportunidades.

Rechaço à violência de Estado

Neste contexto, o Arcebispo de Caracas referiu-se à situação no país, catalogando-a como “extremamente grave” e que poderia ser definida  como “ uma guerra do Governo contra o povo”.

Assim, condenou a repressão contra os manifestantes, tanto dos órgãos de segurança do Estado como por grupos paramilitares, e que ao longo de três meses provocou a morte de quase 90 pessoas.

“Estes grupos armados e corpos de segurança do Estado, provocaram mortes de uma maneira realmente criminosa, como por exemplo, disparar armas de fogo diretamente contra a cabeça ou disparar a curta distância, ou as bombas de gás lacrimogênio para causar danos mortais”, denunciou.

“Não se pode chamar de outra maneira essa repressão cruel que se desencadeou, inclusive com a invasão de conjuntos residenciais, o ingresso forçado nestes lugares, o ataque às pessoas em suas casas sem nenhuma justificativa. Sobretudo o assassinato de mais de 70 pessoas, o que é totalmente condenável e rechaçamos isto de todo o coração”.

Mensagem às famílias

Uma mensagem também é dirigida às famílias que perderam seus filhos nas manifestações, a maioria jovens, apresentando a elas sua solidariedade, seu pesar e proximidade. “Convido-os a não se deixarem levar pelo rancor, nem pelo ódio, mas sim pedir a Deus esperança e consolo, porque Jesus Cristo nos chama a participar para sempre da vida eterna”, afirmou, após concluir a celebração.

Governo deve garantir alimento

A respeito da escassez de alimentos e remédios, Dom Urosa Savino fez um chamado ao Governo para que resolva esta situação, pois as famílias não tem como fazê-lo, precisando que o Governo está em dívida com a população, por  não cumprir sua obrigação de garantir a segurança alimentar dos venezuelanos.

Beatificação de José Gregorio Hernández

Por fim, o Cardeal Urosa Savino sublinhou que em 29 de junho foi recordada “a santa morte do Doutor José Gregorio Hernández, um venezuelano distinto, exemplo de vida cristã, médico dos pobres, venerável na Igreja pois suas virtudes heroicas são reconhecidas, e por isto pedimos muito a Deus que possamos alcançar o milagre que necessitamos para que se decrete a sua beatificação”.

(JE/CEV)

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Igreja no Mundo



Consagrada em Irbil Igreja dedicada aos Santos Pedro e Paulo

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Irbil (RV) – A Igreja dos Santos Pedro e Paulo foi consagrada no último dia 29 em Mar Auda ad Ankawa, bairro cristão de Irbil, no Curdistão iraquiano.

O rito foi presidido pelo Patriarca da Igreja Caldeia Louis Raphael I Sako. A notícia foi divulgada este domingo no site da Arquidiocese caldeia de Irbil.

Patriarca caldeu: não abandonar o Iraque, defender a identidade caldeia

Na homilia, o Patriarca Sako exortou os fiéis a não abandonar o Iraque e a defender a própria identidade caldeia, mesmo nas difíceis circunstâncias pelas quais passa o país.

O apelo foi para que os fiéis não se percam em “visões limitadas” e “sonhos pouco realizáveis”, mas a preservarem uma unidade de intenções.

Rito de consagração

Sugestivo foi o rito de consagração, com a unção com o óleo sacro do altar de madeira pelo Patriarca. O rito foi acompanhado com cânticos entoados em árabe pelo coral da igreja.

Presentes diversas autoridades religiosas, entre as quais o Arcebispo de Irbil, Dom Bashar M. Warda, o Arcebispo emérito Dom Jacques Isaac; o Bispo de Alqosh, Dom Mikhail Maqdassi e o Bispo de Dohuk, Dom Rabban al Qas, o Núncio Apostólico na Jordânia e no Iraque, Dom Alberto Ortega Martin, o Bispo de Irbil da Igreja Assíria do Leste, Mar Abis Youkhanan e, naturalmente, o Pároco Padre Rayan Atto.

Igreja dos Santos Pedro e Paulo

Concluída a celebração, Dom Warda agradeceu aos fiéis que participaram no rito, em especial, o Escritório para Assuntos Cristãos do Governo do Curdistão, pelo apoio econômico dado ao projeto, que inclui o espaço para cerca de 1000 fiéis, 3 salas para atividades diversas, espaços administrativos, 24 salas de estudo, jardins e espaços internos a céu aberto. (JE/PO)

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Formação



Artigo: O Papa

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Passo Fundo (RV) - A liturgia católica celebra no dia 29 de junho, ou no domingo seguinte, os apóstolos São Pedro e São Paulo. São dois personagens fundamentais na história do cristianismo e da Igreja. No mesmo dia, a Igreja convida os fiéis católicos a rezarem pelo papa, o sucessor de São Pedro. Além de ser um dia de oração, também é dia de reflexão sobre o serviço papal.

Onde reside a grandeza de São Pedro e São Paulo? Por que são recordados depois de tanto tempo? A distância do tempo pode levar à ilusão de que estamos diante de personagens que nasceram prontos. Porém, as poucas palavras escritas sobre suas vidas  revelam, claramente, profundas mudanças nas escolhas, na adesão ao projeto de Jesus Cristo e no exercício da missão. Ambos foram se convertendo de tal modo que Jesus Cristo se tornou o centro de suas vidas. Diante da insistente pergunta de Jesus (cf. João 21, 15-18) “Simão, filho de João, tu me amas”? Pedro responde: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo. Jesus lhe disse: cuida das minhas ovelhas”. São Paulo, depois de anos de ministério apostólico, confessa, escrevendo aos Filipenses 1,21: “Para mim, de fato, o viver é Cristo e o morrer é lucro”. Pedro e Paulo marcam a história por causa desta opção de vida.

O papa Francisco é o papa de número 266. Muitos papas foram canonizados, outros exerceram com dignidade e competência a missão e alguns não foram dignos e fiéis ao cargo. A exemplo de São Pedro e São Paulo, cada papa tem uma história de vida pessoal: uma origem familiar, uma nacionalidade, um processo formativo, um contexto histórico. Nenhum deles nasceu pronto e nenhum foi perfeito.

Tendo como referência os apóstolos Pedro e Paulo e a história da Igreja, duas características foram e são fundamentais nos papas: homens de profunda fé e de um grande zelo pastoral. Os papas que viveram deste modo, hoje são reconhecidos e elogiados. Para exemplificar, fica mais fácil falar dos papas recentes. Na agenda diária destes papas, o tempo e o espaço dedicado à oração, à celebração eucarística diária e aos exercícios espirituais não cede espaço para audiências com personalidades religiosas ou civis. Cultivam a intimidade com Deus diariamente. É só observar como os papas se comportam nas grandes celebrações públicas. Não entram como astros que atraem sobre si a atenção, pois tem consciência que devem apontar para quem é maior e a quem estão servindo.

Como segunda característica é o zelo pastoral e para exercê-lo é preciso estar com os pés no chão, no tempo presente. Conduzir a Igreja, num mundo tão vasto e plural, exige muita sabedoria e determinação. A missão fundamental da Igreja é evangelizar e esta tem inúmeros desafios internos e externos. Os papas com suas palavras e exortações apostólicas oferecem caminhos seguros. Também, o pastoreio envolve a organização estrutural da Igreja, que constantemente necessita ser revisada e corrigida. Envolve a escolha de pessoas ou a remoção de pessoas que não estão no rumo certo, tarefa sempre complexa e, muitas vezes, conflitiva. Não pode faltar a atenção e o posicionamento diante dos grandes acontecimentos e problemas do mundo.

O papa Francisco é exemplar na fé e na pastoral. Isto alegra a Igreja Católica e, certamente, muitas pessoas que comungam do mesmo ideal.

Dom Rodolfo Luís Weber / Arcebispo de Passo Fundo

 

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Atualidades



Pe Spadaro: Papa nos ajuda a viver a proximidade também nas redes sociais

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Cidade do Vaticano (RV) – “Comunicar na cultura digital”. Este é o tema do seminário realizado na Pontifícia Universidade “Santa Croce”, em Roma, promovido pela Embaixada do Reino Unido junto à Santa Sé.

No evento pronunciaram-se, entre outros, o Embaixador Sally Axworthy, o Prof. Tom Flechter e o Diretor da “La Civiltà Cattolica”, Padre Antonio Spadaro, que em entrevista à RV, falou sobre as características da comunicação digital e a contribuição que o Papa Francisco está oferecendo a esta nova dimensão, cada vez mais importante na vida de milhares de pessoas:

“A cultura digital nasce dentro de um ambiente que é precisamente o ambiente criado pelas redes sociais e pela rede. Assim, para compreender os valores é necessário viver dentro dela: é uma forma de enculturação, que cada um de nós deve fazer, porque a Rede não é mais uma opção, mas um dado de fato”.

RV: Neste sentido, que contribuição está dando a Igreja – e em particular o Papa Francisco – para tornar a internet mais humana?

“A coisa mais importante é não considerar a internet como um instrumento, portanto, não considerá-la como uma realidade de fios, de cabos, de modem, de computador, mas como uma rede de pessoas. No fundo, o conceito mais importante que ele expressou sobre a Rede é que a Rede é um lugar de proximidade, isto é, de vizinhança. Então, tudo isto que torna o contato entre as pessoas autêntico, verdadeiro, solidário, tudo isto corresponde à vocação que tem a Rede; tudo, pelo contrário, que divide, separa, cria ódio e vê, considera a Rede simplesmente como um instrumento para impor a si mesmo, isto não serve, está fora do plano de Deus sobre a comunicação humana”.

RV: Ainda existe dificuldade, não somente no mundo católico, em compreender que não existe uma distinção entre real e virtual, que o digital é somente uma outra dimensão da vida...

“Exatamente. É preciso evitar considerar a realidade digital como algo de virtual, isto é, substancialmente como não real, de não verdadeiro, de não autêntico. O ambiente em que vivemos é um ambiente físico, um ambiente digital e os dois ambientes têm características diferentes, mas ambos são reais; não considerar isto, significa replicar uma esquizofrenia que depois, tem consequências desastrosas!”

(JE/AG)

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