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Sumario del 03/07/2017

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa à FAO: fome não é fatalidade, é consequência humana

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Cidade do Vaticano (RV) – “As guerras, o terrorismo, os deslocamentos forçados não são fruto da fatalidade, mas consequência de decisões concretas”, é o que escreve o Papa Francisco na mensagem enviada aos participantes da 40ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que foi inaugurada esta segunda-feira na sede da instituição, em Roma. 

A mensagem foi lida pelo Secretário de Estado, Card. Pietro Parolin. No texto, o Pontífice afirma que a Santa Sé acompanha com muitas atenção a atividade internacional e quer cooperar para uma real erradicação da fome e da desnutrição, e não somente orientar para favorecer um simples progresso ou objetivos teóricos de desenvolvimento.

Pão cotidiano

“Todos estamos conscientes de que não basta a intenção de garantir a todos o pão cotidiano, mas que é necessário reconhecer que todos têm direito a ele e que devem, portanto, beneficiar-se do mesmo. Para Francisco, se os contínuos objetivos propostos permanecem distantes, isso depende da falta de uma cultura da solidariedade e de atividades internacionais que ficam ligadas somente ao pragmatismo das estatísticas.

Quando um país não é capaz de oferecer respostas adequadas à desnutrição devido a seu grau de desenvolvimento, suas condições de pobreza, mudanças climáticas ou insegurança, é necessário que a FAO e as demais instituições intergovernamentais possam ter a capacidade de intervir especificamente para empreender uma adequada ação solidária.

Solidariedade

“A partir da consciência de que os bens que Deus Criador nos entregou são para todos, se requer urgentemente que a solidariedade seja o critério inspirador de qualquer forma de cooperação nas relações internacionais.”

A fome e a desnutrição, reforçou o Papa, não são fenômenos naturais ou estruturais de determinadas áreas geográficas, mas o resultado de uma complexa condição de desenvolvimento, causada pela inércia de muitos ou pelo egoísmo de poucos.

Fatalidade

“As guerras, o terrorismo, os deslocamentos forçados não são fruto da fatalidade, mas consequência de decisões concretas”, escreve ainda Francisco, afirmando se tratar de um mecanismo que castiga principalmente as categorias mais vulneráveis, excluídas não só dos processos produtivos, mas também obrigadas a deixar suas terras em busca de refúgio e esperança de vida. O Papa também lamentou as ajudas cada vez mais reduzidas aos países necessitados. A respeito, o Pontífice anuncia a contribuição da Santa Sé ao Programa da FAO para fornecer sementes às famílias rurais que vivem em áreas onde se somaram os efeitos dos conflitos e das secas. Este gesto se acrescenta ao trabalho que a Igreja leva avante segundo a própria vocação de estar ao lado dos pobres da terra.

Objetivo inadiável

Por fim, Francisco cita a Agenda para o desenvolvimento 2030, em que se reitera o conceito de segurança alimentar como objetivo não adiável. “Mas somente um esforço de autêntica solidariedade será capaz de eliminar o número de pessoas desnutridas e sem o necessário para viver. Trata-se de um desafio ao qual a Igreja se sente engajada na primeira linha”, escreve ainda o Papa, fazendo votos de que as sessões da Conferência possam dar um novo impulso à atividade da Organização.

Papa na FAO em 16 de outubro

Ao concluir a leitura da mensagem de Francisco, o Cardeal Parolin anuncia que o Papa visitará novamente a sede da FAO em 16 de outubro, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, que este ano propõe a refletir sobre o tema “Mudar o futuro da migração”. O Pontífice visitará a sede da FAO a convite do Diretor-Geral, José Graziano da Silva.

Reunião bienal

A 40ª Assembleia Geral da Fao será realizada de 3 a 8 de julho. Trata-se do máximo órgão de governo da instituição e se realiza a cada dois anos.

A finalidade é reunir os Estados-membros para examinar e votar o Programa de trabalho proposto pelo Diretor-Geral (que desde 2011 é o brasileiro Graziano) e debater questões alimentares e agrícolas.

Um dos pontos mais salientes da 40ª Conferência é como passar do compromisso à ação com para alcançar a Fome Zero. Este ano participam do evento mil participantes, incluindo 70 ministros, 15 vice-ministros e um Presidente.

O Papa Francisco visitou a sede da FAO em 2014. Já em 2016, o Pontífice visitou o Programa Alimentar Mundial (PAM), com sede também em Roma.

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Papa doa 50 mil euros para vítimas de terremoto em Lesbos

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Atenas (RV) - O Papa Francisco doou 50 mil euros para atender as necessidades das vítimas do terremoto ocorrido em Lesbos nos dias passados, como confirmou no domingo a Nunciatura Apostólica em Atenas. 

“O Santo Padre se sente próximo às vítimas, e além de suas orações, doou 50 mil euros para ir de encontro às necessidades das populações da Ilha de Lesbos”, disse Dom Nikolaos Printezis, Bispo de Naxos, Andros, Tinos e Mykonos e Administrador Apostólico "sede vacante" de Chios.

O Núncio havia apresentado um relatório detalhado ao Papa nos dias passados. Em breve, Dom Nikolaos visitará Lesbos para entregar a doação de Francisco.

Em 12 de junho passado, uma mulher morreu e outras dez pessoas ficaram feridas em um sisma de magnitude 6.3 que atingiu as Ilhas gregas de Lesbos e Chio, além da costa ocidental da Turquia.

O balanço mais grave das vítimas e os maiores danos foram verificados no povoado de Vrisa, em Lesbos, onde diversas casas desabaram.

O epicentro do tremor foi no Mar Egeu, a 10 km de profundidade e cerca de 11 km de distância do povoado grego de Plomari, no qual – segundo o prefeito Manolis Armenakas – ocorreram danos em diversas construções, velhas e novas.

“É um desastre” – disse Christiana Kalogirou, governadora da região do Egeu do Norte. O sisma foi sentido no distrito turco de Karaburun, Província de Smirna.

O abalo de 12 de junho de 6.3 foi seguido por abalos secundários de 4.9 e 3.9

O Papa Francisco tem um carinho especial pela Ilha grega de Lesbos, onde, em 16 de abril de 2016, fez uma “visita humanitária” aos refugiados, acompanhado pelo Patriarca Bartolomeu e pelo Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia Ieronymos. (JE)

 

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Papa: direito de cuidar do próprio filho até o fim

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Cidade do Vaticano (RV) – “O Santo Padre acompanha com afeto e comoção o caso do pequeno Charlie Gard e manifesta a sua proximidade aos seus pais. Ele reza por eles, fazendo votos de que não seja negligenciado o seu desejo de acompanhar e cuidar do próprio filho até o fim”, diz comunicado divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé. 

O Papa já havia se manifestado sobre o caso na noite de sexta-feira com um tweet, que dizia:  “Defender a vida humana, sobretudo quando é ferida pela doença, é um compromisso de amor que Deus confia a cada ser humano”.

O pequeno Charlie, de apenas dez meses, sofre de uma doença genética rara incurável. Contra o desejo dos pais, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos autorizou o desligamento dos aparelhos que o mantém vivo.

Os pais de Charlie haviam lançado uma campanha de coleta de recursos para poder levar o pequeno aos Estados Unidos, onde seria submetido a um tratamento experimental.

O Hospital pediátrico londrino “Great Ormond Street” – onde Charlie está internado –  emitiu uma nota na sexta-feira após a decisão do Tribunal Europeu, sem especificar quando os aparelhos que o mantém vivo seriam removidos.

"Juntamente com os pais de Charlie”, estamos providenciando um lugar para seus cuidados, e para  “dar a eles mais tempo juntos como família” – diz a nota -  pedindo privacidade para os pais do bebê.

Os tribunais – britânico e europeu - haviam decidido que manter o bebê com aparelhos somente prolongaria seu sofrimento, pois não havia esperança de recuperarão da doença, que provoca fraqueza muscular progressiva, inclusive em órgãos-chave como o coração.

Um pequeno grupo de cem manifestantes realizou uma manifestação diante dos portões do Palácio de Buckingham, em Londres, no domingo, gritando "Salve Charlie Gard", ao lado de uma bandeira que dizia "Assassinato!”. (JE)

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Card. Sandri na Bulgária: tenham orgulho da herança cristã de seu povo

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Cidade do Vaticano (RV) - “O profeta Isaías diz que também os jovens se cansam e tropeçam ao longo do caminho da vida: isso pode acontecer inclusive com vocês, quando – como costuma afirmar o Papa Francisco – se deixam roubar a esperança.”

Foi o que disse o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, este domingo (02/07) no último dia de sua visita à Bulgária, dirigindo-se aos jovens aos quais transmitiu a saudação e a bênção do Santo Padre.

Pensam estar sozinhos e se esquecem que o Senhor está a seu lado

Isso acontece “quando vocês não têm a coragem de grandes sonhos e de bem para suas vidas e da humanidade, quando se dobram em egoísmos estéreis, quando perdem a confiança em vocês mesmos e pensam que não conseguirão superar as dificuldades, quando pensam estar sozinhos e se esquecem que o Senhor está ao seu lado”, explicou o purpurado na homilia da missa celebrada na paróquia de São Miguel Arcanjo, em Rakovski, na qual administrou o sacramento da Confirmação a 43 garotos e garotas de 13 anos.

Formas estéreis da nacionalismos que vão se difundindo em toda a Europa

“As condições do mundo de hoje não são simples”, reconheceu o Cardeal Sandri: “As dificuldades econômicas, a dificuldade de encontrar um trabalho honesto, a corrupção que persiste em tantos sistemas, e além disso sentimos guerras próximas de nós, habitualmente ouvimos nos debates afirmações que nos levam a ter medo dos outros e a fechar-nos em formas estéreis de nacionalismos, que aos poucos vão se difundindo em toda a Europa.”

Ter orgulho da herança cristã de seu povo

Recordando os três mártires sacerdotes assuncionistas, Josaphat Chicov, Kamen Vitchev e Pavel Djidjov, o purpurado argentino exortou os jovens “a fazer de suas vidas um dom, a ter orgulho da herança cristã de seu povo, mas vivendo-a no hoje como compromisso ao acolhimento e à comunhão”, a começar pela família, “que lhe deu a vida e a primeira educação, e onde talvez possa existir feridas pela divisão ou pelas dificuldades econômicas”.

Ter a coragem de grandes sonhos

“Invistam suas vidas em coisas grandes e construam amizades importantes com seus coetâneos da Igreja ortodoxa e com os de outros credos que vivem ou chegaram à Bulgária mais recentemente”, exortou o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais. (RL/Sir)

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Igreja na América Latina



Cardeal hondurenho lamenta rejeição a imigrantes, vistos como inimigos

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Tegucigalpa (RV) – O Cardeal hondurenho Dom Óscar Andrés Rodríguez, lamentou no domingo, 2, que muitos imigrantes encontrem em seu caminho a "rejeição" de quem poderia oferecer-lhes ajuda e que muitas vezes são vistos "como inimigos".

"Quanta rejeição hoje em dia aos imigrantes, não somente àqueles de países do Oriente Médio que estão sofrendo muito, mas também em relação aos nossos queridos compatriotas imigrantes", disse o purpurado ao celebrar na Catedral de Tegucigalpa.

Ele observou que os imigrantes hondurenhos, especialmente aqueles que vivem nos Estados Unidos "são vistos como inimigos", que devem ser "deportados o mais rápido possível e que isto difere do que diz a palavra de Deus."

O governo de Donald Trump no final de fevereiro estabeleceu novas diretrizes para reforçar o controle migratório nos EUA, com um plano agressivo que abre a porta para deportações maciças de imigrantes sem documentos.

Dom Maradiaga defendeu a acolhida a estas pessoas, que somente buscam um futuro em outros países, principalmente nos Estados Unidos.

As autoridades de Honduras estimam que nos EUA vivam cerca de um milhão de hondurenhos, entre residentes legais e imigrantes sem documentos, que fugiram de situações que afetam o país da América Central, como a violência.

Autoridades de imigração dos EUA deportaram para Honduras, entre janeiro e 23 de junho de 2017, 10.014 pessoas, incluindo 116 menores de idade, de acordo com um relatório do Observatório Consular e Migratório do País centro-americano.

(* com informação da Ag. EFE)

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Igreja no Mundo



Novo passo ecumênico sobre a Doutrina da Justificação

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Cidade do Vaticano (RV) - Realiza-se nesta quarta-feira (05/07), em Wittenberg, na Alemanha, a cerimônia onde a Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas assinará a Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação, importante passo rumo à unidade dos cristãos.
 
Wittenberg é a cidade onde nasceu a Reforma, em 1517, quando Martinho Lutero apresentou suas 95 teses contra as indulgências.

A nota divulgada, esta segunda-feira (03/07), pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos ressalta que “a Doutrina da Justificação, por graça através da fé, está no centro do Evangelho”. 

“O acordo sobre a interpretação de como a salvação trazida por Cristo realmente age no pecador é de extrema importância para os progressos ecumênicos. As Igrejas Reformadas afirmam agora que o consenso sobre as verdades fundamentais da Doutrina da Justificação é conforme à doutrina reformada. Portanto, uma das questões cruciais que causaram o dissenso entre reformadores e autoridades da Igreja Católica no século XVI foi desarmada e resolvida. Isso ajuda no progresso de uma maior comunhão espiritual e eclesial entre protestantes e católicos.”

“Durante uma liturgia ecumênica, os responsáveis pela Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas irão aderir oficialmente à Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação na presença de delegados das Igrejas luterana, metodista e católica.” 

O Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos será representado pelo Secretário, Dom Brian Farrell, e pelo Rev. Avelino Gonzalez, da seção ocidental do dicastério.

“Esse evento será mais um passo para o caminho rumo à unidade visível dos cristãos: não ainda a meta, mas uma fase significativa da viagem comum”, ressalta o texto. 

No que diz respeito ao consenso ecumênico sobre essa doutrina fundamental, "as Igrejas Reformadas sublinham a importância da relação entre Justificação e compromisso com a justiça no mundo. A graça requer e exige boas obras na construção do Reino de Deus, um reino de justiça, paz e reconciliação. A Justificação leva à solidariedade para com as vítimas da exclusão social e à oposição aos sistemas de injustiças social e econômica.” 

Segundo a nota, “ao entender de forma comum este imperativo cristão, católicos, luteranos, metodistas e reformados podem encontrar modalidades mais amplas e intensas de colaboração a serviço da humanidade sofredora”. 

“Nesse sentido, os progressos ecumênicos no diálogo não são meramente um esforço acadêmico de especialistas no setor, mas têm um impacto positivo e concreto na maneira em que os cristãos de diferentes confissões vivem e trabalham juntos de maneira solidária e oferecem um testemunho comum do Evangelho na sociedade de hoje”, conclui a nota.

(MJ) 

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Alemanhã: reunião do Conselho internacional de cristãos e judeus

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Bonn (RV) - Teve início, neste domingo (02/07), em Bonn, na Alemanha, a reunião anual do Conselho internacional de cristãos e judeus, dedicada aos 500 anos da Reforma Protestante. 

“As religiões têm uma dívida de reconhecimento para com os pioneiros da reconciliação”, disse o Presidente da Conferência Episcopal Alemã, Cardeal Reinhard Marx, na abertura do encontro intitulado “Martinho Lutero e os 500 anos de tradição e reforma no judaísmo e no cristianismo”. 

O purpurado manifestou sua gratidão aos pioneiros da reconciliação que tiveram “a coragem de iniciar um diálogo cujo futuro ninguém poderia prever. Gratidão também pela paciência com a qual suportaram o ceticismo e as críticas”. 

“A sua coragem e paciência deram muitos frutos, dentre os quais, o fato de que a Teologia, a catequese e a pregação terem sido enriquecidas pelo diálogo com o judaísmo. Houve uma melhor compreensão da fé cristã e uma nova convivência cordial entre cristãos e judeus”, sublinhou o purpurado. 

O Cardeal Marx elogiou o fato de a Igreja Evangélica Alemã ter enfrentado abertamente e criticamente o antijudaísmo de Martinho Lutero e a distância que tomou dele. “Este fato nos incentiva a prosseguir nesse caminho com paciência e perseverança”, frisou. 

Os trabalhos do Conselho internacional de cristãos e judeus continuam até a próxima quarta-feira, 5 de julho. 

(MJ)

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Primeiro purpurado do Laos fala sobre sua criação cardinalícia

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Vientiane (RV) - “Nossa pobreza, o sofrimento e a perseguição são as três colunas que reforçam a Igreja.” Citando as palavras do Papa Francisco, o vigário apostólico de Paksé, no Laos, Cardeal Louis-Marie Ling Mangkhanekhoun, explica as razões do Pontífice para sua nomeação a primeiro purpurado laosiano na história da Igreja.

Em 21 de maio passado, ao término da recitação do Regina Caeli, o Santo Padre anunciara surpreendentemente a designação de cinco novos cardeais, entre os quais o Cardeal Ling, criados no Consistório da última quarta-feira, 28 de junho.

A memória dos mártires

Nos dias 16 e 17 de junho passado, cerca de 350 católicos de etnia Hmong, Kmhmu, Lao e Karen se reuniram em Belleville, Illinois, nos EUA, para reviver e celebrar a vida de 17 mártires do Laos, seu país natal, com gratidão e agradecimento pelo exemplo de vida de fé que estes deixaram.

Participou do evento também o vigário apostólico de Paksé, que concedeu uma entrevista ao National Catholic Reporter falando sobre sua criação cardinalícia e sobre a vida da Igreja católica no Laos.

Pobreza, sofrimento e perseguição

Durante a conversação, o purpurado falou de sua grande surpresa e da onda de felicitações que se seguiu ao anúncio de sua nomeação cardinalícia. Interpelado sobre as motivações que levaram a Santa Sé a tal escolha, o Cardeal Ling recordou a visita ‘ad Limina’ dos bispos do Laos e o encontro com o Papa Francisco realizado em 26 de janeiro passado:

“Durante a visita o Papa nos disse que ‘a força da Igreja reside na Igreja local e, de modo particular, na Igreja pequena, frágil e perseguida. Essa é a espinha dorsal da Igreja universal’. No dia seguinte celebramos a missa com o Santo Padre e mais uma vez ele reiterou esse tema em sua homilia. Isso me impressionou.”

Dessas afirmações, acrescentou, “cheguei à conclusão de que a força da Igreja vem da paciência, da perseverança e da vontade de aceitar a realidade da fé. Isso me levou a pensar que a nossa pobreza, o sofrimento e a perseguição são as três colunas que reforçam a Igreja”.

Católicos são menos de 1% no país do sudeste asiático

No Laos vivem cerca de 45 mil católicos – menos de 1% de uma população de seis milhões e quatrocentas mil pessoas – assistidos por 20 sacerdotes e 98 religiosos em 218 paróquias.

Numa entrevista de 2015 à agências AsiaNews, o vigário apostólico havia definido a Igreja laosiana uma “Igreja criança, que vive o primeiro anúncio, voltada sobretudo para os tribais e os animistas”.

Uma Igreja que testemunha sua fé em meio a mil e uma adversidades: após a tomada do poder por parte dos comunistas do Pathet Lao em 1975, os missionários estrangeiros foram expulsos e os católicos perseguidos. Monges e sacerdotes foram detidos ou enviados aos campos de reeducação. O próprio cardeal passou por isso: “Estive no cárcere durante três anos”, disse ele.

A evangelização do país

Hoje, a República Popular Democrática do Laos se abriu ao mundo externo. Todavia, apesar das reformas econômicas, o país do sudeste asiático permanece pobre e dependente da ajuda externa. Ademais, o governo exerce um rigoroso controle sobre as religiões e sobre a mídia.

Laos não tem relações diplomáticas com a Santa Sé

A criação do primeiro cardeal do Laos é, para a comunidade local, motivo de esperança num progresso das relações entre o Vaticano e o governo laosiano:

“Entre os países do sudeste asiático somente o Laos não tem relações diplomáticas com a Santa Sé. Há um ponto interrogativo sobre essa relação e estou trabalhando nisso. Podemos mudar o modo de pensar do governo, convencendo-o de que não somos seus inimigos. Somos amigos. Devemos construir essa amizade. Se ambas as partes trabalharem juntas, as coisas no futuro melhorarão”, ponderou o Cardeal Ling. (RL/AsiaNews)

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Patriarca Bartolomeu: jornalistas cristãos devem sempre dizer a verdade

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Istambul (RV) - Os jornalistas, em particular os jornalistas cristãos, “devem dizer sempre a verdade para servir fielmente nosso Senhor Jesus” e têm uma grande responsabilidade no objetivo comum do alcance de uma paz estável e duradoura. 

Foi o que disse este domingo (02/07) o Patriarca Bartolomeu I ao receber na igreja de “São Jorge al Fanar” – sede do patriarcado ecumênico, em Istambul, na Turquia – uma delegação de jornalistas ucranianos, reporta o jornal vaticano “L’Osservatore Romano”.

Cesse a guerra fratricida na Ucrânia

“O povo e a Igreja na Ucrânia anseiam fortemente a unidade e a paz. Esse espírito de unidade é, ao mesmo tempo, um tesouro frágil e um dom do alto que Deus nos confiou a fim de que nós o custodiássemos”, observou o patriarca ecumênico fazendo votos de que, mediante a oração, “a guerra fratricida acabe”.

Após ter ressaltado a “significativa função da profissão jornalística num mundo de comunicação instantânea”, Bartolomeu citou o príncipe Jaroslav I de Kiev como grande figura de cristão, a ligação entre o Patriarcado e a Ucrânia, a sua visita em 2008 e a preocupação dos últimos anos.

“A Igreja mãe jamais pode esquecer seus filhos espirituais, sobretudo nos momentos de provação e de dificuldade”, ressaltou o patriarca ecumênico de Constantinopla. (RL/L’Osservatore Romano)

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Formação



Papa ajustou foco sobre verdadeiro significado da Missão Continental

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental”, trazendo estes dias a contribuição do assessor da Comissão para Ação Missionária – CNBB, Pe. Sidnei Marco Dornelas. 

Na edição de hoje nosso convidado nos fala sobre como esse projeto de animação missionária oriundo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe foi acolhido e implementado pela Igreja no Brasil, passados dez anos de seu lançamento.

O religioso scalabriniano fala-nos de uma repercussão no início muito tímida da proposta da Missão Continental, comparado com outros países da América Latina, atribuindo isso ao fato de já se ter anteriormente à Conferência de Aparecida várias iniciativas de animação missionária nas dioceses. Talvez por isso, acrescenta ele, a proposta inicial da Missão Continental pareceu algo que já se estava fazendo.

A seu ver o que ajustou o foco sobre o verdadeiro significado da proposta da Missão Continental foi justamente o Papa Francisco ao falar aos delegados do Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM) no Rio de Janeiro, em julho de 2013, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com um discurso inteiramente dedicado à Missão Continental. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Migração: 3 mil são menores não-acompanhados, alerta governo da Itália

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Roma - Em anos de crise econômica, política e de aumento de fluxos migratórios na Itália, mas também de preconceito e medos em relação a esse fenômeno, os processos locais de integração são fundamentais para diminuir movimentos de discriminação e tensão social. 

Pesquisa recente feita pelo Sistema de Proteção para Requerentes de Asilo e Refugiados da Itália (SPRAR), do Ministério do Interior, confirma que mais de 34 mil migrantes se beneficiaram dos projetos da instituição no ano de 2016. Desse total, cerca de 3 mil são menores não-acompanhados. Uma cifra importante, porque tem aumentado em relação aos anos anteriores. Esses menores que chegam na Itália são provenientes, sobretudo, da africana Gâmbia.

Os dados divulgados há uma semana também apontam as regiões da Sicília e do Lazio, onde fica a capital romana, como os principais destinos desses migrantes. O Sistema de Proteção local acolheu mais de 19% dos inseridos na rede. A maioria desse grande grupo chega da Nigéria, da Gâmbia, do Paquistão, de Mali, do Afeganistão e do Senegal.

A resistência ao acolhimento dos migrantes, sobretudo dos menores, acaba sendo forte, mesmo com a atuação de redes como a do Sistema de Proteção do governo da Itália. A responsável geral, Daniela di Capua, confirma que elas existem principalmente em nível nacional e por duas razões fundamentais:

Daniela di Capua - “De um lado porque a informação que é dada ainda é muito dirigida aos aspectos negativos, isto é, sobre a ‘invasão’; sobre estrangeiros; sobre suspeitas de possíveis coincidências entre estrangeiros e terrorismo; sobre possíveis, e diria fortíssimos, equívocos sobre o estrangeiro que vem aqui e leva consigo um trabalho; sobre a má informação ligada ao fato de que se gasta dinheiro para acolher os estrangeiros e, menos, para os italianos. Todas são não-verdades que ganham vida, sobretudo quando se está em crise tanto socialmente, como economicamente.”

A outra motivação de resistência aos migrantes refere-se aos limites do país em acolher esse grande fenômeno da rota mediterrânea que, só nos últimos dias de junho e em poucas 48 horas, 12 mil migrantes desembarcaram nas costas italianas. O risco na gestão desses migrantes fez com que o presidente da Itália, Sergio Mattarella, compartilhasse a preocupação do Primeiro-Ministro italiano, Paolo Gentiloni, ao pressionar a União Europeia para uma maior participação de Bruxelas à emergência que pode sair do controle.

Daniela di Capua“A acolhida foi obviamente necessária para responder ao aumento dos fluxos. Mas, essas estruturas temporâneas, ativadas através de prefeituras em todo o território nacional, frequentemente têm se demonstrado com grandes limites, sobretudo por serem grandes concentrações numéricas em pequenas cidades ou em territórios com poucos habitantes”.

Daniela di Capua acrescenta ainda como é importante a presença de redes de apoio como a do governo da Itália, através de esforços de criatividade, determinação em realizar iniciativas de sensibilização e informação que, depois, “têm um impacto de 360 graus nas comunidades locais, sobre os estrangeiros, sobre a verdadeira integração percebida como ‘interação’ entre as partes”.

A Cidade do Sol para os migrantes de Roma

O Centro de Acolhimento “Cidade do Sol”, em Fiumicino, cidade próxima a Roma, administrada pela entidade voluntária Onlus Virtus, é outro exemplo de integração ao hospedar 50 requerentes de asilo – mesmo tendo sofrido uma resistência da comunidade um ano atrás. Além de homens e mulheres, o grupo é também formado por famílias e quatro bebês. O responsável pela estrutura, Fabrizio Nikzad, conta como a convivência pode ser positiva:

Fabrizio Nikzad - “Estreitamos muitas relações, boas e positivas, com as associações, as realidades religiosas, a comunidade de Santo Egídio, as associações esportivas e de teatro. Começamos uma série de colaborações e, aos poucos, fizemos nada mais que restaurar a normalidade, isto é, aquela que deveria ser simplesmente a vida quotidiana, normal de cada dia, em que há integração, tranquilidade e convivência civil.” (AC)

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