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Sumario del 06/07/2017

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa à Scholas: um sonho, quando é partilhado, torna-se utopia de um povo

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Cidade do Vaticano (RV) – Quanta necessidade da “cultura do encontro” tem o mundo de hoje, que às vezes constrói muros, transformando a realidade em um pesadelo ainda pior: “viver como inimigos”. 

Assim se expressa o Papa Francisco na vídeo-mensagem em espanhol, apresentada na tarde de quarta-feira na conclusão do encontro “Entre a Universidade e a escola, construindo a paz com a cultura do encontro”, realizado na Universidade Hebraica de Jerusalém, numa promoção da Fundação pontifícia ‘Scholas Ocurrentes’.

“Quero celebrar estes dias vividos aí em Jerusalém, porque vocês mesmos, a partir das vossas diferenças, viveram a unidade”, disse o Papa na mensagem. Ninguém ensinou isto a vocês. Vocês viveram isto. Vocês se esforçaram para se olharem nos olhos, vocês se esforçaram para ter um olhar transparente e isto é imprescindível para que ocorra um encontro.

Experiência concreta

Assim, em suas palavras, Francisco sublinha a importância da experiência concreta: “Na transparência do olhar não existem respostas, há abertura” a “tudo aquilo que eu não sou”, assim, uma vez abertos aos outros, realiza-se o encontro e a este encontro se dá um sentido.

“Todos temos um sentido na vida”, afirma. “Nenhum de nós é um “não”. Todos somos “sim”. Por isto, quando encontramos o sentido, é como se a alma se engrandecesse.

Temos portanto necessidade da festa como expressão humana de uma celebração do sentido, prossegue o Papa na mensagem. “Assim encontramos o sentido mais profundo que se pode ter”: um sentimento que existe entre nós, “para tudo e apesar de tudo”. E “este sentimento é a gratidão”, enfatiza.

Não tirar das crianças e jovens a capacidade de sonhar

As “Scholas, portanto, intuem que se trata de educar e ser livres de preconceitos que levantam barreiras, para poder sonhar e “encontrar novos caminhos”. “Nós adultos” – prossegue – não podemos tirar das crianças e dos jovens “a capacidade de sonhar”, nem de brincar.

Neste contexto, o encontro da Scholas ensinou que é preciso “gerar um contexto de esperança para que aqueles sonhos cresçam e sejam compartilhados”.

“Um sonho, quando é partilhado, torna-se utopia de um povo, a possibilidade de criar um novo modo de viver”, sublinha Francisco.

Educar para a cultura do encontro

“A nossa utopia, aquela de todos nós que, de uma maneira ou outra formamos as Scholas, é criar com esta educação uma cultura do encontro”. Assim, se pode valorizar a diversidade de culturas para alcançar não a uniformidade, mas a harmonia.

“É disto que tem necessidade este mundo tão ‘atomizado’!”, exclama o Papa. “Este mundo que tem medo do diferente, que a partir deste temor às vezes constrói muros que acabam por transformar em realidade o pesadelo pior, ou seja, viver como inimigos”. E como este mundo tem necessidade de sair e encontrar-se!

E o Papa conclui com um agradecimento a todos aqueles que tomaram parte neste encontro em Jerusalém por terem se comprometido em sonhar, em buscar o sentido, em colocar a mente, as mãos e o coração para transformar em realidade a cultura do encontro.

Plantio de oliveira

Este evento, marcado pelo diálogo entre cristianismo, judaísmo e islamismo, foi caracterizado por muitos gestos simbólicos: o último, que concluiu o evento, foi o plantio de uma oliveira como símbolo do encontro entre as religiões.

Este terceiro  congresso “Cattedre Scholas”  reuniu nos dias  2 a 3 de julho 70 jovens israelenses, palestinos e de outros países, ao lado de acadêmicos de 41 universidades.

Presentes, entre outros, o Secretário da Congregação para a Educação católica, Dom Antonio Vincenzo Zai, o Reitor da Universidade Judaica de Jerusalém, Prof. Menahem Bem Sasson e o Presidente Mundial da Scholas Occurrentes, José Maria del Corral.

 (JE/DD)

 

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Navarro-Valls, o inesquecível porta-voz de João Paulo II

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Cidade do Vaticano (RV) – Morreu na noite de 5 de julho, aos 80 anos, o ex-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé Joaquin Navarro-Valls. 

O jornalista espanhol faleceu em sua residência romana em decorrência de um câncer no pâncreas. O velório está marcado a partir das 16h da quinta-feira (06/07), na sacristia da Basílica de Santo Eugênio. O funeral será celebrado na sexta-feira por mons. Mariano Fazio, vigário-geral do Opus Dei, prelazia à qual pertencia.

Cartagena, Granada, Barcelona

Joaquín Navarro-Valls nasceu em Cartagena, na Espanha, e se formou em Medicina nas Universidades de Granada e de Barcelona, período em que se aproximou do Opus Dei.

Da medicina à comunicação

Ao concluir os estudos em Medicina, especializou-se em Psiquiatria. Nesta fase, começou a estudar Jornalismo, formando-se em 1968. Foi secretário da Delegação do Opus Dei em Barcelona e colaborou para a criação de inúmeras iniciativas apostólicas.  No início da década de 1970, se transferiu a Roma e trabalhou com São Josemaría Escrivá no âmbito da comunicação da Obra, quando lhe coube anunciar a morte do fundador (26 de junho de 1975) e a eleição do sucessor, Álvaro del Portillo. Em Roma trabalhou também como correspondente do jornal ABC, cobrindo os eventos nos países do Mediterrâneo, viajando com frequência para o Oriente Médio. Em 1983 foi eleito presidente da Imprensa Exterior, a associação dos correspondentes estrangeiros em Roma.

Da comunicação ao Vaticano

Em 1984 foi convocado para um almoço com João Paulo II, que o nomeou diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, inovando ao chamar para o cargo um leigo. Desde então, a sua figura foi associada à do Papa polonês até a sua morte em 2005. Desempenhou o mesmo cargo com Bento XVI, nos primeiros 15 meses do seu pontificado.

A relação com São João Paulo II foi muito próxima, seja no plano profissional, seja no pessoal: o Papa lhe confiou missões delicadas com Gorbachov e Fidel Castro, e com ele, transcorria os períodos de repouso nas montanhas.

Jornalista, mas não só

Navarro-Valls, de fato, teve também um papel diplomático importante para a Santa Sé, participando como delegado vaticano em várias conferências das Nações Unidas e desempenhando um papel fundamental na preparação das viagens apostólicas. Tinha por João Paulo II uma sincera veneração e dizia que prestaria contas a Deus pela sorte que teve de trabalhar com um santo. A sua comoção nas horas precedentes à morte do Papa, (ocorrida no dia 2 de abril de 2005), ficou imortalizada pelas imagens televisivas.

A graça sob pressão

Joaquín Navarro-Valls foi sucedido pelo jesuíta Federico Lombardi. Ao comentar a morte do seu predecessor, Pe. Lombardi o lembra como uma das figuras importantes do “extraordinário pontificado” de João Paulo II, não somente por sua evidente visibilidade pública, mas também por sua ação concreta e seu papel de conselheiro. “Certamente João Paulo II tinha grande confiança nele.”

Já o atual diretor da Sala de Imprensa, o estadunidense Greg Burk, também ele Opus Dei, comentou a morte de Navarro-Valls com um tuíte:  “Grace under pressure”. “A graça sob pressão”.

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Santa Sé: anciãos cada vez mais vulneráveis na sociedade

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Nova Iorque (RV) - É preciso promover o respeito pela dignidade dos anciãos, que são uma fonte de riqueza para a sociedade: foi uma das prioridades indicadas pelo observador permanente da Santa Sé  na Onu, em Nova Iorque, Dom Bernardito Auza, em pronunciamento no grupo de trabalho em andamento até esta-sexta-feira (07/07) cujas atividades centralizam-se na questão do envelhecimento da população mundial. 

Detendo-se sobre o tema da contribuição das pessoas anciãs para o desenvolvimento social, o arcebispo filipino ressaltou que a atenção para com essas pessoas é cada vez mais crítica porque o número de anciãos cresce rapidamente.

Prioridade: direitos dos anciãos sejam tutelados

Responder às exigências dos anciãos e desenvolver medidas concretas para assegurar que seus direitos sejam tutelados e protegidos são prioridades urgentes, acrescentou o representante vaticano.

Em seguida, o núncio apostólico recordou a afirmação do Papa Francisco na audiência geral de 4 de março de 2015:

Respeitar fragilidade e dignidade do ancião

“Graças aos progressos da medicina a vida se alongou: mas a sociedade não se ‘alargou’ para a vida! O número de anciãos multiplicou-se, mas nossas sociedades não se organizaram suficientemente a fim de dar lugar para eles, com justo respeito e concreta consideração por sua fragilidade e sua dignidade” – disse o Pontífice naquela ocasião.

Os anciãos – disse Dom Auza – são mais vulneráveis sob vários aspectos, entre os quais aqueles que estão relacionados à pobreza, ao isolamento e à saúde. Também catástrofes naturais, conflitos armados e crises financeiras comportam efeitos ainda mais críticos porque o acesso aos serviços de emergência, para as pessoas anciãs, encontra maiores limites devido, por exemplo, à idade avançada e a uma reduzida mobilidade.

Políticas e comportamentos podem excluir idosos

O prelado observou ainda que os anciãos são muitas vezes excluídos da participação ativa na sociedade. Políticas e comportamentos podem colocar à margem pessoas que já estiveram no centro de nossas comunidades.

Na realidade – como disse o Santo Padre –, são “a reserva sapiencial de nosso povo”, prosseguiu Dom Auza citando mais uma vez o Pontífice:

Sociedade programada sobre a eficiência ignora anciãos

“Enquanto somos jovens, somos levados a ignorar a velhice, como se fosse uma doença da qual manter-se distante; depois, quando nos tornamos anciãos, especialmente se somos pobres, se somos doentes sozinhos, experimentamos as lacunas de uma sociedade programada sobre a eficiência, que consequentemente ignora os anciãos” (Audiência geral de 4 de março de 2015).

Incluir anciãos nos processos de decisão

Por conseguinte, afirmou o representante vaticano, é um imperativo trabalhar para promover políticas e práticas que reforcem o envolvimento das pessoas anciãs na política e nos processos de decisão. É também necessário assegurar uma aposentadoria adequada e o acesso a uma formação permanente.

Os anciãos atingidos por doenças, por limites físicos e déficit cognitivos e aqueles que vivem numa situação de isolamento encontram-se numa fase de grande necessidade. É nessas circunstâncias que devemos demonstrar-lhes nosso amor e respeito, ressaltou por fim o arcebispo. (RL)

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Pontificado de Francisco: primeiro obituário publicado em jornal vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) – A pessoa mais próxima do Papa Francisco no Vaticano perdeu o seu pai, e o Santo Padre quis expressar a sua proximidade através de uma mensagem de condolências publicada na seção de obituários do jornal vaticano L’Osservatore Romano desta quarta-feira (5). 

A participação da Casa Pontifícia, da Secretaria de Estado e dos colaboradores mais próximos ao Papa, ao luto do seu assistente, é o primeiro do pontificado. Além das mensagens oficiais e telegramas enviados a dioceses e a chefes de Estado pela morte de cardeais ou personalidades públicas, é a primeira vez de um obituário para uma pessoa ‘familiar’.

O gesto do Papa é dirigido ao colaborador Sandro Mariotti, conhecido como ‘Sandrone’, que faz um trabalho discreto e precioso, de confiança e seriedade. O pai do assistente, Luigi, faleceu na manhã do dia 5 de julho, e a mensagem assegura oração e união aos familiares neste momento de provação.

Em declaração à Agência de Notícias Adnkronos, o diretor do jornal vaticano, Giovanni Maria Vian, explica que “se trata de um fato absolutamente incomum”. Ele lembra que a única publicação do gênero aconteceu em 25 de novembro de 2010: “um obituário pessoal de Bento XVI pela morte súbita de Manuela Camagni, uma das Memores domini, as assistentes leigas do Papa, que morreu num acidente de trânsito”.

O diretor Vian comenta ainda que “se trata sempre de pessoas que são ligadas ao Papa por relações pessoais, mais que institucionais, e isso explica a excepcionalidade das participações. Para Bento XVI foi a trágica morte da sua assistente pessoal e, neste caso, foi o falecimento do pai de um assistente de quarto de Francisco. Nos dois casos se trata de uma participação afetiva e pessoal”. (AC/Adnkronos)

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Igreja na América Latina



Dom Urbina Ortega é o novo presidente dos bispos da Colômbia

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Bogotá (RV) - O Arcebispo de Villavicencio, Dom Oscar Urbina Ortega, é o novo presidente da Conferência Episcopal Colombiana para o triênio 2017-2020. 

Segundo a Agência Sir, o prelado foi eleito, nesta quarta-feira (05/07), pelos bispos colombianos reunidos, em Bogotá, na 103ª assembleia plenária. Foi eleito como vice-presidente Dom Ricardo Antonio Tobón Retrepo, Arcebispo de Medellín.

As cidades de Villavicencio e Medellín serão visitadas pelo Papa Francisco durante sua visita à Colômbia, de 6 a 11 de setembro próximo. 

Dom Urbina Ortega nasceu no povoado de El el Peñón, em Arboledas, em 13 de abril de 1947. Em 30 de novembro de 1973, foi ordenado sacerdote, em Bogotá. De 1978 a 1982, estudou e obteve o mestrado em Filosofia, em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana. 

Em 8 de março de 1996, foi nomeado por João Paulo II bispo auxiliar da Arquidiocese de Bogotá. Em 9 de novembro de 1999, foi nomeado Bispo de Cúcuta. Em 30 de novembro de 2007, Dom Urbina foi nomeado Arcebispo de Villavicencio pelo Papa emérito Bento XVI.

Durante a coletiva de apresentação, Dom Urbina sublinhou vários pontos, começando pelo caminho de paz e reconciliação que a nação está percorrendo: “Estamos trabalhando de várias maneiras para a paz e entramos nesta nova fase do caminho: trabalhar pela reconciliação. Nós colombianos temos um coração ferido e precisamos do trabalho de reconciliação, caminho de cura.” 

A propósito do grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (Eln), o prelado disse: “Esperamos que esse grupo faça o primeiro passo para buscar uma solução através do diálogo.”

Sobre a visita do Papa Francisco ao país, o novo presidente da Conferência Episcopal da Colômbia especificou que a seu ver essa viagem tem “dois significados particulares. O primeiro é pastoral. O Papa vem para animar e reforçar o trabalho que estamos fazendo. Porém, não podemos nos esquecer o significado para a vida da nação”, sobretudo, “por este processo de reconciliação que se abre. A reconciliação não é algo mágico, mas requer pedagogia, acompanhamento, caminhos que se abrem e ajuda profunda. A visita do Papa é para todo o país, não somente para as cidades onde irá.” 

O prelado espera que as eleições presidenciais de 2018 levem a sociedade a refletir e dialogar. 

(MJ)

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REPAM apresenta primeiro boletim digital

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Brasília (RV) – “Sob a intercessão de Nossa Senhora de Nazaré, Rainha da Amazônia e modelo de comunicadora do Pai, nos comprometemos a desenvolver uma cultura de comunicação que seja democrática com base em valores humanos e cristãos valorizando e fortalecendo as lideranças comunitárias e que suscite processos participativos de transformação social com incidência na elaboração de políticas públicas para Amazônia Legal”.


Com este compromisso, a equipe de comunicadores da REPAM-Brasil, coordenada pela irmã Paulina Osnilda Lima, lançou no último dia 1º de julho o Primeiro Boletim digital da Rede Eclesial Pan-amazônica. Confira aqui


Na primeira página, a notícia é a visita do Cardeal Cláudio Hummes, Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia e da REPAM, e Maurício Lopez, Secretário Executivo, de 6 a 9 de julho, à Conferência Episcopal da Venezuela

A visita tem o objetivo de tornar a REDE conhecida e implantá-la no país. Na ocasião, Dom Cláudio vai se encontrar com arcebispos e bispos da Venezuela e com a equipe que está à frente da REPAM-Venezuela.

Os diálogos que permearão os encontros têm como tema o Cuidado com a Casa Comum, os horizontes da REDE e o compromisso com os povos indígenas da Pan-Amazônia. Dom Cláudio e Maurício participarão na Universidade Católica Andrés Bello de Guayana, na Venezuela, de um debate sobre as temáticas pertinentes à Pan-amazônia.

 

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Igreja no Mundo



Card. Marx: olhar de modo crítico a própria história capacita ao diálogo

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Bonn (RV) – A história do povo de Deus é sempre uma história de recomeços, que “nos recorda no presente aquilo que talvez tenha sido esquecido. Por isto, tradição e reforma são conceitos que podem ser usados contemporaneamente, quer pelas Igrejas como por outros grupos sociais”.

Foi o que sublinhou o Presidente da Conferência Episcopal Alemã, Cardeal Reinhard Marx, ao pronunciar-se na reunião anual do Conselho Internacional de cristãos e judeus - em andamento em Bonn - com o tema “Martinho Lutero e 500 anos de tradição e reforma no judaísmo e no cristianismo”.

Tradição é processo dinâmico para cristãos e judeus

Chamado para dar a visão católica sobre o binômio “tradição e reforma”, o Cardeal afirmou que “uma comunidade de fé que não se ocupa de modo crítico da própria história, é incapaz de diálogo”.

Neste sentido, o esforço empreendido pelo Concílio de confrontar-se com a Palavra de Deus, marcou para a Igreja Católica o início do diálogo com as outras religiões.

Cristãos e judeus juntos consideram a tradição “um processo dinâmico ou, em termos bíblico, um caminho de fé na história”.

(JE – L’Osservatore Romano)

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Cardeal tcheco contrário à acolhida de migrantes muçulmanos

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Praga (RV) -  O líder da Igreja checa afirmou que seu país não pode aceitar os migrantes, a menos que "respeitem seu sistema de valores", advertindo que os muçulmanos só podem ser considerados como uma "presença segura", se representarem menos de cinco por cento da população.

"Se você olhar para todo o mundo muçulmano, você não encontrará um único país onde exista democracia, liberdade religiosa ou igualdade de gênero", afirmou o Cardeal Dominik Duka, de Praga, Primaz da Igreja da República Tcheca.

"Como cristão e católico, acredito que todas as pessoas compartilham um espaço comum que nos permite aceitar uns aos outros. Mas isso também significa que devemos insistir que nossas regras sejam observadas".

Em entrevista ao semanário checo Echo 24, o Cardeal Duka disse que a população católica europeia diminuiu em mais de 40% durante o Concílio Vaticano II de 1962-1965, chegando ao redor dos 24%, levantando questões sobre o futuro da Igreja.

Ele disse acreditar que os muçulmanos não criariam  “problemas", caso não ultrapassassem os cinco por cento de uma determinada população. Ultrapassando este percentual, começariam a exigir "posições-chave na sociedade". E quando chegassem aos 15% , passariam a "assumir o governo” e a “impor a Lei da Shariah” caso aumentassem para 25%.

A Igreja checa foi amplamente criticada por se opor à admissão de refugiados da Síria e do Iraque, apesar dos pedidos de hospitalidade do Papa. Em agosto de 2016, seu principal semanário, Katolicky Tydenik, recusou-se a publicar uma declaração do Cardeal Duka, alertando os católicos contra a "abertura irracional dos portões" aos refugiados, enquanto o teólogo católico mais conhecido do país, Mgr Tomas Halik, criticou amargamente os Bispos checos O Presidente da conferência, o Arcebispo Jan Graubner, convidou o governo a aceitar apenas "refugiados cristãos".

No entanto, em sua entrevista Echo 24, o Cardeal Duka disse que "círculos liberais" em torno de Mgr Halik representavam "apenas uma minoria na Igreja", e previu que 90% dos católicos checos compartilhariam suas reservas em relação aos muçulmanos.

Ele acrescentou que o islã frequentemente estava "à frente do Ocidente" historicamente, refutando as afirmações de que era "uma religião medieval obscura", mas disse que seu problema fundamental é não reconhecer "a autonomia das esferas espiritual e civil".

"Agora existe medo nas sociedades ocidentais - quando vejo as filas diante do Castelo de Praga e os terríveis procedimentos nos aeroportos, eu tenho que imaginar o quão horrível será viver aqui dentro de 10 anos", disse o Cardeal Duka.

"Toda migração passada trouxe derramamento de sangue e um forte declínio cultural, civilizatório e econômico. Hoje, estamos em uma situação em que o mundo moderno globalizado tem a tecnologia para regular os desenvolvimentos".

(JE/The Tablet)

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Espanha: trabalhadores cristãos, 50 anos evangelizando mundo do trabalho

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Ávila (RV) - “Terra, moradia e trabalho por uma vida digna” é o slogan do encontro internacional e da assembleia geral do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos (MMTC) que se realizarão, em Ávila, na Espanha, de 15 a 21 deste mês, na Universidade da Mística.

Participarão desses eventos 120 delegados que irão representar os movimentos de trabalhadores cristãos de 42 nações. É um momento importante na história do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos que celebra 50 anos de compromisso com a evangelização do mundo do trabalho. 

Segundo a Agência Fides, durante o congresso internacional, que se realizará de 15 a 18 de julho, se falará sobre como construir uma sociedade solidária e sobre as ameaças atuais contra a dignidade humana e o direito ao trabalho, segundo a perspectiva fornecida pelos delegados do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos da América, África, Ásia e Europa que apresentarão a situação dos trabalhadores de seus países. 

Participarão da inauguração do encontro o Prefeito de Ávila, José L. Rivas e o Bispo dessa cidade, Dom Jesus Garcia Burillo, além de representantes do mundo político, sindical e eclesial. 

Além disso, os representantes internacionais de sindicatos e movimentos populares debaterão sobre a situação de desemprego mundial, sobre as tendências, o presente e o futuro. O bispo encarregado pela Pastoral do Mundo do Trabalho, Dom Antonio A. Algora, apresentará o pensamento do Papa Francisco sobre o trabalho humano.

A assembleia geral, programada de 19 a 21 de julho, fará também uma avaliação das atividades desempenhadas nos últimos quatro anos. Serão também realizadas eleições para a renovação dos cargos, examinadas as propostas de trabalho para o próximo quadriênio e aprovado o plano de ação. 

Na assembleia, está prevista a presença do Arcebispo de Valladolid, Cardeal Ricardo Blázquez Perez, Presidente da Conferência Episcopal Espanhola. 

(MJ)

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Formação



Pe. Sidnei sobre ecumenismo no Brasil: existem sinais de diálogo

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” tem trazido estes dias a participação do assessor da Comissão para Ação Missionária – CNBB, Pe. Sidnei Marco Dornelas, que tem nos ajudado neste espaço com suas reflexões e considerações pertinentes a este divisor de águas na história recente da Igreja que foi o Concílio ecumênico Vaticano II. 

O ecumenismo – a relação da Igreja católica com as demais confissões cristãs – recebeu grande impulso do Vaticano II, de modo particular com o documento conciliar “Unitatis redintegratio” (Restauração da unidade entre todos os cristãos). Tivemos depois, com João Paulo II, a encíclica “Ut Unum Sint” (Que todos sejam um). E todos os papas depois do Concílio insistiram muito nessa relação ecumênica.

Também a Igreja católica no Brasil tem feito um esforço significativo nesse sentido, inclusive promovendo iniciativas ecumênicas – Campanhas da Fraternidade, promovendo eventos ecumênicos. A esse propósito, perguntamos ao nosso convidado se, a seu ver, tem havido progresso nesse âmbito.

Aludindo às iniciativas e projetos em termos mais institucionais, observa que a grande questão do como viver o ecumenismo se encontra no cotidiano. “Existem realidades que facilitam a vivência do ecumenismo e tem realidades que dificultam”, destaca ele acrescentando que “existem vários sinais de diálogo, mas também no cotidiano e em vários campos a gente vê como é difícil às vezes fazer esse diálogo”.

O sacerdote scalabriniano insiste igualmente sobre a urgência do diálogo inter-religioso, “sobre o qual também é preciso trabalhar muito”, “trabalhar juntos contribuindo para a paz no meio de nós”, afirma. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Sacerdote conta como Padre Pio o aconselhou a entrar no seminário

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Limeira (SP) - Classificado pelo Papa Francisco como “modelo exemplar da misericórdia de Deus”, São Padre Pio foi responsável por uma mudança profunda na vida de muitas pessoas, incluindo a do padre italiano Giovanni Mezzadri

 

A decisão

De acordo com o sacerdote, foi a partir de uma experiência pessoal com Padre Pio que ele decidiu deixar o serviço militar da Aeronáutica Italiana e ingressar no Seminário dos Missionários Xaverianos.

Era o ano de 1959 quando Mezzadri decidiu viajar de Parma, acompanhado de um primo, com destino a San Giovanni Rotondo. Segundo ele, o objetivo era encontrar-se com Padre Pio e pedir a ele que tirasse um possível desejo vocacional que estava mexendo com seus sentimentos havia algum tempo.

O testemunho 

"De manhã cedo, íamos à missa do Padre Pio até que chegasse o dia da confissão. Quando chegou a minha vez, confessei os meus pecados que tinha naquele tempo. 'Vou ver se ele tira essa coisa que me perturba', pensei. Então, disse a Padre Pio: - Às vezes me vem a tentação de entrar no seminário. Padre Pio me olhou, com aqueles olhos profundos, e com severidade falou: - Que tentação? Faz três anos que você está resistindo à graça de Deus. Naquele momento, eu vi como que uma luz que estava resistindo a um grande dom de Deus. Era festa de Nossa Senhora. Ao sair do confessionário, tinha uma praça grande. Eu sentia que deveria carregar o andor. Carreguei o andor um pouco de tempo e, depois de terminado, peguei o trem de volta junto com o meu primo, dei baixa na aeronáutica e entrei no ano seguinte Seminário dos Missionários Xaverianos em Nizza Monferrato”, conta Mezzadri.

Ordenado e enviado em missão

Dez anos após o encontro com São Padre Pio, Mezzadri se ordenou padre e foi enviado ao Brasil em 1972. Distante da Itália até hoje, vez ou outra viaja para o continente europeu com objetivo de visitar parentes e voltar a San Giovanni Rotondo como forma de agradecimento a São Pio, que, de acordo com ele, sempre esteve presente em sua caminhada sacerdotal.

“Eu, sobretudo ultimamente, estou sentindo a presença dele. Até pouco tempo atrás nunca tinha sentido o perfume, mas faz um pouco de tempo, senti o perfume como uma presença de Padre Pio, como se ele me dissesse: - Coragem, estou te ajudando.”

Uma trajetória que virou livro

A bela história chegou a ser narrada no livro que Mezzadri escreveu juntamente com o frei austríaco Karl Wagner (já falecido), intitulado "Padre Pio mudou nossas vidas". A venda da obra é revertida ao Seminário dos Missionários Xaverianos no Brasil.

O livro une a experiência que padre Mezzadri teve com Padre Pio e a história contada em um pequeno livreto da década de 60, em que o frei Karl Wagner conta a experiência por ter vivido nove meses com São Padre Pio de Pietrelcina. À época, após ter sido desenganado pelos médicos, o frei obteve uma cura pela intercessão de Padre Pio. 

Devido a sua experiência vocacional e sacerdotal, o Padre Mezzadri hoje aconselha os jovens que sentem algum um chamado ao sacerdócio que se permitam a fazer essa experiência num seminário

"Primeiro, procurar uma vida cristã. Viver em graça, se confessar e ira à missa, procurar rezar um pouco mais e pedir o dom do discernimento. E se aconselhar com um padre ou com um pessoa de confiança para poder discernir se é vocação ou se é, digamos, só um desejo ou uma fulga desse mundo. Procurar fazer uma experiência e não ficar com essa dúvida", destaca Mezzadri.

Os interessados em conhecer o trabalho dos Missionários Xaverianos podem acessar o site xaverianos.org.br. 

(PS/Diocese de Limeira)

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Atualidades



Santa Sé: Arcebispo Zimowski é recordado um ano após seu falecimento

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Cidade do Vaticano (RV) - O ex-presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, Dom Zigmunt Zimowski, falecido um ano atrás (12/07/2016), foi recordado esta quinta-feira por ocasião da 52ª Peregrinação nacional polonesa dos enfermos, necessitados de cuidados especiais e anciãos, realizada no santuário mariano de Jasna Gora, em Czestochowa.

Durante a homilia da celebração eucarística presidida pelo bispo auxiliar de Katowice, Dom Marek Szkudlo, o ex-secretário do referido dicastério vaticano, Mons. Jean-Marie Mupendawatu, recordou o arcebispo polonês:

Testemunha da dedicação de Dom Zimowski pelos enfermos

“Fui seu mais estreito colaborador” e sou testemunha da dedicação que Dom Zimowski tinha pelos enfermos e por aqueles que cuidavam deles. “Admirava sua abnegação pelo trabalho do dicastério, realizado louvavelmente até o último instante de sua vida”, acrescentou.

“No leito do hospital onde transcorreu o último período de sua vida Dom Zimowski redigia os últimos documentos”. “Em seus vários pronunciamentos voltados para as pessoas engajadas no mundo da saúde indicava o espírito de serviço e de amor como princípio fundamental na realização do trabalho em favor de quem sofre.”

Sincera atitude de simpatia pelo enfermo

O prelado ressaltou ainda que Dom Zimowski pedia que não se considerasse “o enfermo ‘somente um caso clínico’, mas sempre ‘uma pessoa enferma’ à qual se devia ter uma sincera atitude de ‘simpatia’. Isso exige amor: disponibilidade, atenção, compreensão, partilha, benevolência, paciência e diálogo”. (RL/Sir)

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Pe. Czerny: integração deve basear-se no encontro entre pessoas

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Cidade do Vaticano (RV) - “Todo país deve considerar sua capacidade de acolhimento, baseando-se não somente no sentimento mas, se necessário, realizando um estudo detalhado acompanhando-o de um exercício concreto de liderança de cada autoridade. Creio que, assim fazendo, ainda haja muito espaço para os migrantes em nossa Europa.” São palavras incisivas do subsecretário do dicastério do Desenvolvimento Humano Integral, seção migrantes e refugiados, Pe. Michael Czerny, S.J.

Acolhimento nas paróquias, nas comunidades, é método eficaz para integrar

Comentando as palavras do Papa Francisco que numa mensagem dirigida ao novo portal Infomigrants.net definiu “a presença de tantos irmãos e irmãs que vivem a tragédia da imigração como uma oportunidade de crescimento humano e de paz”, o sacerdote jesuíta reiterou que as políticas de integração devem basear-se “no encontro entre pessoas e evitar fenômenos de massa. O acolhimento difuso, o acolhimento nas paróquias, nas casas, nas comunidades, é um método eficaz para integrar. Como tudo aquilo que torna o próprio fenômeno mais humano”.

Igreja oferece auxílio legal justamente para ajudá-los

O religioso explicou que a Igreja tem muitas atividades nesse campo: “A Igreja está utilizando mil e um instrumentos porque as necessidades são igualmente numerosas. Por exemplo, aquilo de que os refugiados e aqueles que pedem asilo precisam é de uma ajuda do ponto de vista legal porque não conhecem as leis. A Igreja lhes oferece esse auxílio justamente para ajudá-los”.

Direito a permanecer em segurança e tranquilidade em seus próprios países

Segundo Pe. Czerny, além do acolhimento, um direito a ser tutelado no futuro imediato deverá ser também o de poder permanecer em segurança e tranquilidade em seus próprios países de origem.

“Não devemos construir muros em nossas cidades para impedir a chegada deles, mas devemos nos empenhar a fim de que possam ter um vida digna, segura e serena em seus países”, afirmou o subsecretário do dicastério para o desenvolvimento humano. (RL)

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Sudão do Sul: 'o vergonhoso fracasso da cooperação internacional'

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Juba (RV) – O mundo vive nestes anos a maior onda migratória da história recente. Existe um lugar onde a crise aumenta em um ritmo mais rápido que em outros: é o Sudão do Sul e, especificamente, a região de Equatoria.

Famílias morrem a machadadas e queimadas em suas casas; mulheres e crianças são vítimas de estupro coletivo: esse é o cenário emerso em um relatório elaborado por várias ONGs operativas no campo, publicado quarta-feira (05/07).

O conflito no Sudão do Sul causa e causou atrocidades, terror e fome, além de ter forçado em um ano centenas de pessoas a abandonarem a região. Equatoria, considerada no passado como o ‘celeiro’ do país pela fertilidade de suas terras, é hoje um campo de morte.

Agentes humanitários (em particular de Anistia Internacional) visitaram a região em junho e documentaram violações e crimes de guerra contra civis cometidos pelas foças da oposição, mas também por tropas do governo. Acuadas por tanta violência, quase um milhão de pessoas fugiram para Uganda, país vizinho. Segundo o relatório, a carência de recursos faz com que muitos deles não estejam recebendo serviços básicos, como alimento, água e abrigo. Pelo menos 86% são mulheres e crianças.

Donatella Rovera, consultora de Anistia Internacional, recém-chegada, relata: “Casas, escolas, postos de saúde, agências humanitárias; tudo foi saqueado e destruído. A comida é usada como arma de guerra e as atrocidades continuam acontecendo. Centenas de milhares de pessoas que um ano atrás se sentiam protegidas do conflito, hoje estão fugindo dele”. 

Muthoni Wanyeki, diretor da Anistia Internacional para a África Oriental, Chifre da África e Grandes Lagos, afirma que:

“Os doadores, incluindo os EUA, os países da UE, o Canadá, a China e o Japão, devem intensificar o apoio a Uganda, assegurando o financiamento oportuno das necessidades imediatas e de longo prazo dos refugiados. Esses refugiados não devem se tornar as vítimas fatais de um fracasso coletivo e vergonhoso da cooperação internacional”.

(CM)

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