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Sumario del 08/07/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Migrantes: o clamor do Papa aos líderes do G20

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Cidade do Vaticano (RV) – No dia 8 de julho de quatro anos atrás, o Papa Francisco realizava a primeira viagem de seu pontificado: a ilha de Lampedusa, no sul da Itália.

O Pontífice recordou esta data no Twitter, com a seguinte mensagem: “Os migrantes são nossos irmãos e irmãs que buscam uma vida melhor longe da pobreza, da fome e da guerra”. 

Globalização da indiferença

Lampedusa continua cenário de desembarques e, infelizmente, de naufrágios. Na missa celebrada pelos migrantes mortos, a homilia foi centralizada na pergunta dirigida a Caim: “onde está o seu irmão, Abel?”. O Papa denunciou a globalização da indiferença com estas palavras:

“A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos, torna-nos insensíveis aos gritos dos outros, faz-nos viver como se fôssemos bolas de sabão: estas são bonitas mas não são nada, são pura ilusão do fútil, do provisório. Esta cultura do bem-estar leva à indiferença a respeito dos outros; antes, leva à globalização da indiferença. Neste mundo da globalização, caímos na globalização da indiferença. Habituamo-nos ao sofrimento do outro, não nos diz respeito, não nos interessa, não é responsabilidade nossa!”

Migrantes

O sofrimento dos migrantes é um dos temas mais recorrentes no pontificado de Francisco. Viagens, encontros, visitas: o Pontífice tem uma relação de proximidade com eles. Mas não só, o Papa potenciou o trabalho de diplomacia da Santa Sé nesta área, criando uma seção que se dedica exclusivamente aos migrantes e refugiados. Francisco manifesta diretamente sua preocupação ao se encontrar com líderes mundiais no Vaticano e a reitera em mensagens dirigidas a encontros internacionais, como o G20, em andamento em Hamburgo.

Visão distorcida

O tema foi manchete nos jornais também este sábado, numa entrevista concedida ao diretor do jornal italiano “La Repubblica”, Eugenio Scalfari.

“Temo alianças perigosas entre potências que têm uma visão distorcida do mundo”, afirma o Pontífice, citando Estados Unidos e Rússia, China e Coreia do Norte, Putin e Assad na guerra da Síria. “E o perigo diz respeito à migração”, prossegue.

“Nós temos como problema principal, e infelizmente crescente no mundo de hoje, os pobres e os excluídos, dos quais os migrantes fazem parte. De outro lado,  há países onde a maioria dos pobres não provém das correntes migratórias, mas de calamidades sociais; outros, ao invés, têm poucos pobres, mas temem a invasão dos migrantes. Eis o porquê o G20 me preocupa: porque atinge principalmente os migrantes”, declara o Papa na entrevista ao jornal italiano.

Os efeitos do colonialismo

As palavras de Francisco são dirigidas sobretudo ao continente europeu: “O colonialismo partiu da Europa – destaca. Houve aspectos positivos, mas também negativos. Em todo caso, a Europa se tornou mais rica, a mais rica do mundo. Esta, portanto, será a meta principal dos povos migratórios”.

Para o Pontífice, os países da União devem levar em conta uma verdade: “ou a Europa se torna uma comunidade federal ou não contará mais nada”.

Mais do que uma entrevista, se tratou de um convite que o Papa Francisco dirigiu ao diretor, declaradamente ateu, de visitá-lo na Casa Santa Marta. O Pontífice questionou Scalfari sobre as qualidades e os defeitos dos jornalistas e o diretor lhe dirigiu perguntas sobre os filósofos Baruch Spinoza e Blaise Pascal.

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Papa reconhece martírio de bispo colombiano assassinado pela guerrilha

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco autorizou a promulgação do decreto que reconhece o martírio de Dom Jesús Emilio Jaramillo Monsalve, bispo colombiano assassinado por guerrilheiros em outubro de 1989, abrindo caminho à sua beatificação. 

O bispo de Arauca foi morto por membros do Exército da Libertação Nacional numa zona rural, onde se encontrava em ação missionária.

Francisco reconheceu ainda o martírio de outro sacerdote da Colômbia, país que vai visitar em setembro: o padre Pedro Maria Ramírez Ramos, diocesano, morto em 10 de abril de 1948 em Armero, na sequência da revolução de ‘9 de abril’, após o assassinato do candidato à presidência da República, Jorge Eliecer Gaitán.

A declaração do “martírio” é decisiva para a beatificação, já que não é necessário reconhecer um milagre. Aguarda-se a data da cerimônia de ambos os sacerdotes, que poderia ser celebrada pelo próprio Pontífice durante sua viagem à Colômbia de 6 a 11 de setembro. 

Decretos

Após a audiência na manhã de sexta-feira (07/07) com o Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, o Papa aprovou o decreto sobre as “virtudes heroicas” D. Ismael Perdomo (1872-1950), Arcebispo de Bogotá.

Outro decreto reconhece um milagre atribuído à intercessão da futura beata polonesa Ana Chrzanowska (1902-1973), leiga.

A Congregação das Causas dos Santos publicou ainda os decretos relativos às virtudes heroicas do leigo polonês Luís Kosiba (1855-1939); da fundadora das Irmãs Franciscanas da Puríssima Conceição, Irmã Paula de Jesus Gil Cano (Espanha, 1849-1913); da fundadora das Irmãzinhas Apóstolas da Escola Cristã, Irmã Maria Elisabetta Mazza (Itália, 1886-1950); e da fundadora da Congregação dos Apóstolos do Coração de Jesus, irmã Maria Crucificada do Amor Divino (Itália, 1892-1973).

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Orientações sobre o pão e o vinho da Eucaristia

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Cidade do Vaticano (RV) – A pedido do Papa Francisco, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos dirigiu aos Bispos diocesanos uma carta-circular a respeito do pão e do vinho da Eucaristia. 

O documento recorda aos prelados que cabe a eles providenciar “dignamente” tudo aquilo que é necessário para a celebração da Ceia do Senhor. “Compete-lhe vigiar a qualidade do pão e do vinho destinado à Eucaristia e, por isso, também, aqueles que o fabricam”, lê-se no texto.

O Dicastério manifesta preocupação com a venda da matéria eucarística em supermercados, lojas ou até mesmo pela internet. “O Ordinário deve recordar aos sacerdotes, em particular aos párocos e aos reitores das igrejas, a sua responsabilidade em verificar quem é que fabrica o pão e o vinho para a celebração e a conformidade da matéria”, mediante inclusive a apresentação de certificados.

Trigo e glúten

A Congregação recorda que o pão deve ser ázimo, unicamente feito de trigo. “É um abuso grave introduzir, na fabricação do pão para a Eucaristia, outras substâncias como frutas, açúcar ou mel. Já as hóstias completamente sem glúten são inválidas, sendo tolerado hóstias parcialmente providas desta substância. Já o Mosto, isto é, o sumo de uva, é matéria válida para a eucaristia”.

Honestidade

O Dicastério destaca ainda que os fabricantes devem ter a “consciência de que o seu trabalho destina-se ao Sacrifício Eucarístico, e por isso, é-lhes requerido honestidade, responsabilidade e competência”, sugerindo que a cada Conferência Episcopal encarregue uma ou duas Congregações religiosas para verificar a produção, a conservação e a venda do pão e do vinho para a Eucaristia.

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Igreja no Mundo



Memória do 45° aniversário de morte do Patriarca Athenágoras

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Constantinopla (RV) – “Na escola dos grandes Padres na fé esforçamo-nos para progredir no diálogo da caridade e rezamos, fervorosamente, para que chegue o dia, tão esperado, de comungarmos juntos do mesmo Cálice sagrado”.

Este foi o desejo expresso pelo novo Presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), Cardeal Gualtiero Bassetti, durante o encontro, nesta sexta-feira (07/7), na Turquia, com o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, por ocasião do 45° aniversário de morte do Patriarca Athenágoras.

O Cardeal Bassetti, em peregrinação à Turquia com os Bispos da região italiana da Úmbria, recordou “a figura dos grandes pastores, Paulo VI e Athenágoras, que, em meados do século passado, deram os primeiros passos no caminho ecumênico, superando assim antigos obstáculos; ambos quiseram empreender o caminho da reconciliação, em nome do amor, que deve unir os cristãos”. (MT/ANSA).

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Formação



Texto integral: sobre o pão e o vinho para a Eucaristia

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Cidade do Vaticano (RV) - Leia o documento oficial da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos sobre o pão e o vinho para a Eucaristia

Carta-circular aos Bispos

sobre o pão e o vinho para a Eucaristia

A Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, por determinação do Santo Padre Francisco, dirige-se aos Bispos diocesanos (ou aqueles que pelo direito lhe são equiparados) recordar-lhes que lhes compete providenciar dignamente tudo aquilo que é necessário para a celebração da Ceia do Senhor (cf. Lc 22,8.13). Ao Bispo, primeiro dispensador dos mistérios de Deus, moderador, promotor e garante da vida litúrgica na Igreja que lhe está confiada (cf. CIC can. 835 §1) compete-lhe vigiar a qualidade do pão e do vinho destinado à Eucaristia e, por isso, também, aqueles que o fabricam. A fim de ser uma ajuda, lembramos as normas existentes e sugerem-se algumas indicações práticas.

Enquanto até agora, de um modo geral, algumas comunidades religiosas dedicavam-se a preparar com cuidado o pão e o vinho para a celebração da Eucaristia, hoje estes vendem-se, também, em supermercados, lojas ou mesmo pela internet. Para que não fiquem dúvidas acerca da validade desta matéria eucarística, este Dicastério sugere aos Ordinários que dêem indicações a este respeito; por exemplo, garantindo a matéria eucarística mediante a concessão de certificados.

        O Ordinário deve recordar aos sacerdotes, em particular aos párocos e aos reitores das igrejas, a sua responsabilidade em verificar quem é que fabrica o pão e o vinho para a celebração e a conformidade da matéria.

       Compete ao Ordinário informar e advertir para o respeito absoluto das normas os produtores de vinho e do pão para a Eucaristia.

As normas acerca da matéria eucarística indicadas no can. 924 do CIC e nos números 319 a 323 da Institutio generalis Missalis Romani, foram já explicadas na Instrução Redemptionis Sacramentum desta Congregação (25 de Março de 2004):

a) “O pão que se utiliza no santo Sacrifício da Eucaristia deve ser ázimo, unicamente feito de trigo, confeccionado recentemente, para que não haja nenhum perigo de que se estrague por ultrapassar o prazo de validade. Por conseguinte, não pode constituir matéria válida, para a realização do Sacrifício e do Sacramento eucarístico, o pão elaborado com outras substâncias, embora sejam cereais, nem mesmo levando a mistura de uma substância diversa do trigo, em tal quantidade que, de acordo com a classificação comum, não se pode chamar pão de trigo. É um abuso grave introduzir, na fabricação do pão para a Eucaristia, outras substâncias como frutas, açúcar ou mel. Pressupõe-se que as hóstias são confeccionadas por pessoas que, não só se distinguem pela sua honestidade, mas que, além disso, sejam peritas na sua confecção e disponham dos instrumentos adequados” (n. 48).

b) “O vinho que se utiliza na celebração do santo Sacrifício eucarístico deve ser natural, do fruto da videira, puro e dentro da validade, sem mistura de substâncias estranhas… Tenha-se diligente cuidado para que o vinho destinado à Eucaristia se conserve em perfeito estado de validade e não se avinagre. Está totalmente proibido utilizar um vinho de quem se tem dúvida quanto ao seu caráter genuíno ou à sua procedência, pois a Igreja exige certeza sobre as condições necessárias para a validade dos sacramentos. Não se deve admitir sob nenhum pretexto outras bebidas de qualquer género, pois não constituem matéria válida” (n. 50).

A Congregação para a Doutrina da Fé, na sua Carta-circular aos Presidentes das Conferências Episcopais acerca do uso do pão com pouca quantidade de glúten e do mosto como matéria eucarística (24 de Julho de 2003, Prot. n. 89/78-17498), indicou as normas para as pessoas que, por diversos e graves motivos, não podem consumir pão normalmente confeccionado ou vinho normalmente fermentado:

“As hóstias completamente sem glúten são matéria inválida para a eucaristia. São matéria válida as hóstias parcialmente desprovidas de glúten, de modo que nelas esteja presente uma quantidade de glúten suficiente para obter a panificação, sem acréscimo de substâncias estranhas e sem recorrer a procedimentos tais que desnaturem o pão” (A. 1-2).
“Mosto, isto é, o sumo de uva, quer fresco quer conservado, de modo a interromper a fermentação mediante métodos que não lhe alterem a natureza (p. ex., o congelamento), é matéria válida para a eucaristia” (A. 3).
“Os Ordinários têm competência para conceder a licença de usar pão com baixo teor de glúten ou mosto como matéria da Eucaristia em favor de um fiel ou de um sacerdote. A licença pode ser outorgada habitualmente, até que dure a situação que motivou a concessão” C. 1).

Por outro lado, a mesma Congregação decidiu que a matéria eucarística confeccionada com organismos geneticamente modificados pode ser considerada válida (cf. Carta ao Perfeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, 9 de Dezembro de 2013, Prot. n. 89/78 – 44897).

Aqueles que confeccionam o pão e produzem o vinho para a celebração, devem ter a consciência de que o seu trabalho destina-se ao Sacrifício Eucarístico, e por isso, é-lhes requerido honestidade, responsabilidade e competência.

Para que sejam observadas as normas gerais, os Ordinários podem utilmente meter-se de acordo ao nível da Conferência Episcopal, dando indicações concretas. Considerando a complexidade de situações e circunstâncias, como é o facto da negligência pelo sagrado, adverte-se para a necessidade prática de que, por incumbência da Autoridade competente, haja quem efectivamente garanta a autenticidade da matéria eucarística da parte dos produtores como da sua conveniente distribuição e venda.

Sugere-se, por exemplo, que a Conferência Episcopal encarregue uma ou duas Congregações religiosas, ou um outro Ente com capacidade para verificar a produção, conservação e venda do pão e do vinho para a Eucaristia num determinado país ou para outros países para os quais se exporta. Recomenda-se, ainda, que o pão e o vinho destinados à Eucaristia tenham um tratamento conveniente nos lugares de venda.

Da sede da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, 15 de Junho de 2017.

Robert Card. Sarah

Prefeito

X Arthur Roche

      Arcebispo Secretário

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Editorial: Carta, uma experiência de vida

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Cidade do Vaticano (RV) – No passado já falamos no nosso editorial sobre o valor que uma carta de tem. E voltamos a falar sobre esse tema. Tenho certeza que todos recordam muito bem, pelo menos os mais idosos, do uso das cartas para se comunicar com parentes, amigos, instituições etc. A carta sempre foi uma experiência a dois sentidos: a primeira a experiência da emoção de escrever, e a segunda a expectativa de receber uma resposta, resposta que às vezes durava semanas e até meses para chegar. 

Hoje, na chamada era digital, pós-moderna, o uso desse meio de comunicação diminuiu muito, pois a grande maioria usa a internet para escrever, para se comunicar, usa um instrumento mais rápido. Alguém já sentenciou no passado: “preparem-se para viver em um mundo sem Correios”. O e-mail, Facebook e SMS, WhatsApp têm praticamente dizimado as cartas. Usam-se o telefone e os torpedos: são mais velozes, chegam antes. Mas neste nosso mundo do imediatismo e da velocidade perdemos a poesia da escrita pensada e esperada.

Pensada, refletida, escrita e reescrita; e esperada e sonhada. Sim sonhar aquelas palavras que foram escritas talvez a milhares de quilômetros de distância e que traduzem sentimentos e afetos que o espaço não cancela.

Nossa reflexão abrange também a realidade de casa, a realidade do Vaticano e as cartas que são enviadas ao Papa Francisco. O Santo Padre recebe todos os dias muitas cartas pelo fato que ele não possui um email pessoal ou um número WhatsApp. Tem sim a conta no Twetter.

“O homem que veio do fim do mundo”, acessível também através das cartas, recebe todas as semanas milhares delas, junto com pacotes, desenhos e objetos. Destinatário: o Papa Francisco, endereço; talvez o mais conhecido no mundo, Casa Santa Marta, Cidade do Vaticano. Os emitentes: gente do mundo inteiro.

Escritas com uma grafia fácil de se ler ou às vezes quase incompreensível, ou de modo eletrônico com o computador, as cartas descrevem de modo simples histórias de cada dia: histórias de famílias, de alegrias, mas também de dramas, dilemas, pedindo a Francisco uma palavra, um conselho, uma benção. Descrevem dramas pessoais e o auspício de receber uma luz, uma indicação, quase uma bóia de salvação onde se agarrar, e não perder a esperança. Sim, o Papa Francisco fez com que as pessoas descobrissem mais uma vez o papel, a canteta, a carta, para expressar e partilhar seus sentimentos e aspirações.

Os pedidos são, sobretudo, de conforto e de oração. Muitos dizem respeito – certamente também devido ao momento que vivemos – a dificuldades, sobretudo a doenças... Pedem orações para as crianças, descrevem também situações de dificuldades econômicas.

Com essas cartas os emitentes se sentem próximos ao Papa, que acolhe os seus sofrimentos, as suas dificuldades, está próximo com a sua oração. Muitos desses pedidos são dirigidos aos setores específicos, como por exemplo os pedidos de ajudas econômicas que são transmitidos às Caritas diocesanas a fim de que possam verificar e sejam imediatamente mais atuantes.

Certamente há os casos mais delicados como os de consciência, então esses pedidos são levados aos secretários para que o Papa tome conhecimento diretamente: sem dúvida as lê, coloca a sigla e orienta sobre como se deve responder.

O Papa não pode responder a todas as cartas e pedidos que cruzam os muros do Vaticano, seria impossível, mas todas as missivas que chegam para Francisco recebem uma resposta. Aí vem a poesia da espera, do retorno das palavras enviadas. Sim esperar aquelas palavras tão desejadas, que podem até mesmo mudar a vida. Podem ser somente de gratidão e apreço, mas é a resposta do Papa Francisco, do homem simples e gentil.

Assim, com esse meio de comunicação enterrado pelas novidades tecnológicas, se descobre a alegria do partilhar, da proximidade, do valor das palavras; a alegria de esperar uma resposta, um incentivo, um muito obrigado. A simplicidade da carta, dá em certo sentido o tom simples de um pontificado cheio de supresas, um pontificado marcado pelo estilo da partilha, pela simplicidade. É o pastor que vai, também como esse instrumento, ao encontro do seu rebanho, ao encontro das suas ovelhas para viver com elas a grande experiência da vida. (Silvonei José)

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Reflexão dominical: "O Reino de Deus pertence aos humildes e pequeninos”

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Cidade do Vaticano (RV) - «A primeira leitura nos fala de um legítimo rei da dinastia de Davi. Montado em um  jumento e com atitudes pacifistas, o rei de Sião terá um reino imenso que de tão grande se estenderá até aos confins da terra. Esse rei é humilde e pacificador e manifesta seu poder comunicando justiça e paz a todas as nações. 

Ele não só tem essa atitude positiva, mas também destrói tudo aquilo que é sinal de morte para os povos. Assim, ele possibilita a existência da paz.

Ora, a leitura desse texto nos recorda a liturgia do Domingo de Ramos e já podemos deduzir que esse rei da paz é Jesus, o Príncipe da Paz, legítimo descendente de Davi como nos relata a liturgia do Advento. 

No Evangelho vemos Jesus sentindo que sua missão pacifista desagrada os doutores da Lei, os letrados e as pessoas importantes, mas causa interesse aos pobres e marginalizados, diz “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e doutores e as revelaste aos pequeninos.” (Mt 11, 25b)

Fazemos a constatação do que vemos sempre: os instalados não precisam, não querem mudanças e até as proíbem, enquanto os marginalizados, que sentem desconforto e suas necessidades insaciadas, almejam a mudança da situação, querem justiça, querem o necessário para viver dignamente.

Nisso tudo é denunciado o perigo extremo de não sentir-se necessitado de Deus e, de aos poucos, tornar-se materialista.

O trecho do Evangelho termina com o convite de Jesus aos que se sentem marcados, injustiçados pela sociedade materialista, repleta de pessoas egocêntricas e muito bem instaladas na cultura da morte. Ao mesmo tempo, o Senhor fala que fazer parte da Civilização do Amor, de seus seguidores, traz um peso, uma responsabilidade, mas que eles são suaves porque são provocados pelo amor, pela descentralização de si, pelo sair de seu comodismo, de desinstalar-se par ir ao outro, para servir.

Finalmente, São Paulo em sua Carta aos Romanos, nos diz que vivemos segundo o espírito e não segundo a carne, pois pertencemos a Cristo e o Espírito de Deus mora em nós. Esse Espírito foi o que ressuscitou Jesus, eliminando tudo o que conduz a criação à injustiça e à morte.

Portanto, a mensagem evangélica da liturgia deste domingo nos fala do benefício fundamental que é para nós a presença do Espírito ao nos provocar a opção pela vida e nos impedir a acomodação.

Será um momento muito importante para nossa vida de cristão, fazermos uma reflexão em que nos perguntemos: de que lado me encontro? Dos acomodados e que não sentem necessidade de mudanças profundas? Ou do lado dos marginalizados, dos inconformados, dos que anseiam pelo Senhor como “terra sedenta e sem água”, como nos fala o Salmo 62?»

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para a Solenidade de São Pedro e São Paulo)

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Atualidades



Marcha de imãs e muçulmanos pelos lugares dos ataques terroristas

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Berlim (RV) – Inicia-se neste sábado (08/7) até o próximo dia 14, em Berlim, Alemanha, a Marcha dos Muçulmanos contra o terrorismo.

Sessenta Imãs, de vários países, peregrinam de ônibus, por uma semana, pelas estradas da Europa, para levar uma mensagem de paz e apoio às comunidades muçulmanas, discriminadas por causa de uma sequência dos ataques terroristas perpetrados por extremistas. Milhares de muçulmanos deveriam juntar-se aos Imãs nesta “marcha pela paz”.

Esta marcha é para mostrar a todos que o Islamismo é sinônimo de paz, dizem os líderes muçulmanos. Mas não basta. É preciso agir e combater o ódio, a violência e a desconfiança.

No roteiro da peregrinação aos países, onde recentemente houve atentados terroristas, encontra-se primeiro a França, onde, em Paris, haverá momentos de oração diante do Bataclan, na presença do novo Presidente Emmanuel Macron.

A peregrinação tocará outras cidades, como Toulouse, Bruxelas, Berlim e Londres, onde os participantes serão acolhidos por grandes líderes religiosos e da cultura, como também por altas autoridades: em Berlim está prevista a presença da Chanceler alemã, Angela Merkel; em Bruxelas, o Primeiro Ministro, Charles Michel.

Esta iniciativa — explicam os organizadores — é uma manifestação contra o terrorismo islâmico, contra aqueles que pegaram o Islamismo como refém e, em seu nome, se permitem matar. Esta “Marcha pela Paz” permite aos muçulmanos tomarem a devida distância do terrorismo islâmico. (MT)

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Celebração do "Domingo do Mar" em prol dos marítimos e suas famílias

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Cidade do Vaticano (RV) – Por ocasião do “Domingo do Mar”, que se celebra no segundo domingo de julho (09/7), o Santo Padre se une a esta celebração, através do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e os Itinerantes, para chamar a atenção sobre a esquecida situação marítima. 

Cerca de 1 milhão e 200 mil marinheiros trabalham na indústria marítima. Não obstante, esta profissão é praticamente desconhecida, como também são pouco conhecidas as dificuldades e perigos que enfrentam.

Em uma mensagem para esta ocasião, o Pontifício Conselho manifestou seus auspícios por uma mudança concreta nas situações de trabalho das equipes que prestam serviço a bordo dos navios, quase sempre “invisíveis”.

Eles passam meses e meses em um espaço restrito, longe de suas famílias, com normas restritivas e injustas que, às vezes, até impedem de descer em terra firme. Tudo disso, sem contar as contínuas ameaças de pirataria, das forças da natureza e do assalto à mão armada em rotas marítimas.

A Mensagem da Santa Sé presta homenagem ao pessoal que trabalha a bordo dos navios mercantes, nas rotas do Mar Mediterrâneo, que continuam a se deparar, ainda hoje, com a triste realidade de milhares de imigrantes que chegam à costa italiana.

Para chamar a atenção da opinião publica mundial, há quatro anos, o Papa Francisco iniciava seu Pontificado com uma visita inesperada fora do Vaticano, visitando precisamente a Ilha de Lampedusa, ao sul da Itália, em solidariedade com os milhares de pessoas que deixam seus países, por causa das guerras e conflitos internos, para encontrar uma vida melhor no continente Europeu.

Em sua mensagem, a Santa Sé solicita mais recursos, não apenas para as missões de resgate e salvamento, mas também para prevenir o tráfico e a exploração de pessoas que fogem das terríveis condições de conflito e de pobreza de seus países.

Na conclusão da Mensagem, o Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e os Itinerantes expressa seu apreço e reconhecimento à obra de todos os capelães e voluntários do “Apostolado do Mar”, cuja presença nos portos é um sinal da Igreja entre os marinheiros, que mostra o rosto compassivo e misericordioso de Cristo.

A especial celebração do “Domingo do Mar” teve início em 1975, por iniciativa do Apostolado do Mar, juntamente com a Mission to Seafarers e a Sailors’ Society, com o objetivo reconhecer a preciosa contribuição dos marítimos no âmbito da economia mundial.

Esta celebração tem também importância ecumênica porque, em muitos portos, as celebrações e as diversas atividades de sensibilização, se realizam em colaboração com outras denominações cristãs. Trata-se de um testemunho cristão de unidade e cooperação pelos direitos daqueles marítimos, cuja presença, muitas vezes, é imperceptível. (MT/JSG/Gaudium Press)

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