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Sumario del 09/07/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Angelus: Jesus não nos tira a cruz, mas a carrega conosco

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Cidade do Vaticano (RV) – Jesus não tira os fardos de nossa vida, mas a angústia de nosso coração: foi o que disse o Papa neste quente domingo de julho (09/07), ao rezar o Angelus com os fiéis na Praça S. Pedro. 

Na alocução que precede a oração mariana, Francisco comentou o Evangelho do dia, em que Jesus diz: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados, e eu vos darei descanso” (Mt 11,28).

“Jesus sabe quanto a vida pode ser dura: desilusões e feridas do passado, fardos a carregar e incertezas e preocupações pelo futuro”, disse o Papa, acrescentando que diante disto, a primeira palavra de Jesus é um convite a se mexer e a reagir: “Vinde”.

Areias movediças

“O erro, quando as coisas não vão bem, é permanecer onde se está. Parece evidente, mas quanto é difícil reagir e abrir-se!”, afirmou Francisco. Jesus, disse ele,  quer nos tirar das “areias movediças” de ficar fechado em si mesmo, remoendo quanto a vida é injusta, quanto os outros são ingratos e como o mundo é malvado.

“O caminho para sair está na relação, em estender a mão e em levantar o olhar para quem realmente nos ama”, afirmou o Pontífice. Todavia, advertiu, sair de si não basta, é preciso saber para onde ir, porque muitas metas são ilusórias, são “fogos de artifício”.

Cristo caminha conosco

Por isso, Jesus indica onde ir: “Vinde a mim”. É sempre válido buscar um amigo ou um especialista quando estamos com um problema, mas não se deve esquecer Jesus.

“Não nos esqueçamos de nos abrir a Ele e de contar-lhe a nossa vida, confiar-lhe as pessoas e as situações. Ele nos espera, não para resolver magicamente nossos problemas, mas para nos fortalecer neles. Jesus não tira os fardos da vida, mas a angústia do coração; não nos tira a cruz, mas a carrega conosco.”

Com Jesus, a paz

E com Ele, disse ainda o Papa, todo fardo se torna leve, porque Ele é o descanso que buscamos. E concluiu:

“Quando Jesus entra na vida, chega a paz, aquela que permanece inclusive nas provações. Vamos até Jesus, dediquemos a Ele nosso tempo, vamos encontrá-Lo diariamente na oração, num diálogo confiante e pessoal; vamos nos familiarizar com a sua Palavra, redescobrir sem medo o seu perdão, matar a nossa fome com seu Pão de vida: nos sentiremos amados e consolados por Ele.”

Fiéis polonses

Ao final do Angelus, Francisco saudou os grupos na Praça e os parabenizou pela "coragem" de estarem ali não obstante o calor. De modo especial, dirigiu uma saudação aos poloneses da família da Rádio Maria que realizam uma peregrinção aos santuário de Czestochowa, rezando com os fiéis uma Ave-Maria para acompanhá-los nesta peregrinação.

Desabamento em Nápoles

Neste domingo, Francisco manifestou seu pesar pelo desabamento de um prédio na região de Nápoles, que matou oito pessoas, inclusive duas crianças. Em telegrama, o Pontífice garante sua oração pelos mortos e consolação aos familiares e feridos.

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Domingo do Mar: a solidariedade do Papa aos marítimos

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Cidade do Vaticano (RV) – “Confio os marítimos, os pescadores e todos aqueles que estão em dificuldades e longe de casa à materna proteção de Maria, Estrela do Mar”, com este tuíte o Papa Francisco recorda a celebração neste 9 de julho do “Domingo do Mar”, em homenagem aos mais de um milhão e meio de marítimos espalhados por todo o mundo. 

Para esta ocasião, o Prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, Card. Peter Turkson, enviou uma mensagem a todos os capelães, voluntários e parceiros do Apostolado do Mar, em que recorda a importância dos marítimos na nossa vida cotidiana.

“Somos continuamente circundados por objetivos e produtos que, num determinado momento de sua comercialização, foram transportados por via marítima”, escreve o Cardeal. Graças ao duro trabalho e ao sacrifício dos marítimos, “a nossa vida é mais confortável, pois transportam de um país a outro cerca de 90% de todo tipo de mercadoria”.

Distância familiar

Não obstante essa contribuição essencial para a economia mundial, muitos são os desafios vividos pelos marítimos, sendo o primeiro deles a distância da própria família. Já a utilização das redes sociais a bordo, se de um lado os conecta aos familiares em terra, por outro os isola do convívio fraterno na embarcação.

Suicídio

A nossa função, escreve o Cardeal Turkson, especialmente durante as visitas a bordo é tentar criar uma "conexão humana" e reforçar a "comunicação humana" entre os membros da equipagem, para evitar solidão, isolamento e depressão – todos fatores que podem levar ao suicídio. O Prefeito do Dicastério cita um recente estudo publicado na Grã-Bretanha, em que o suicídio resulta ser a principal causa de morte entre os marítimos.

Violação dos Direitos Humanos

Outra questão contida na mensagem é a segurança dos portos, que às vezes impede o acesso ao navio por parte de visitantes. “Embora compreendendo de um lado a necessidade de tornar os portos ‘um local seguro’ para as pessoas e as mercadorias, de outro devemos garantir que ninguém seja vítima de discriminação ou que não possa desembarcar por motivo de nacionalidade, raça ou religião.”

A mensagem denuncia ainda a persistente violação dos acordos internacionais, e a consequente baixa retribuição, exploração e abusos no local de trabalho. Outro risco é a pirataria e os ataques armados.

Congresso Mundial

Por fim, o Cardeal ganês recorda a realização do XXIV Congresso Mundial, que se realizará Kaohsiung - Taiwan, no próximo mês de outubro. O tema será concentrado na pesca e nos pescadores – “uma das profissões mais perigosas do mundo”, assim a define o Cardeal Turkson . Ele cita casos de tráfico de seres humanos e trabalho forçado, que serão analisados no Congresso, assim como uma tentativa de reforçar o trabalho do Apostolado do Mar.

“Peçamos a Maria, Stella Maris, que ampare o nosso serviço e nossa dedicação aos marítimos, aos pescasores e a suas famílias, e que proteja todo o povo do mar para que alcance o ‘porto seguro’ do céu”, assim se conclui a Mensagem.

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Igreja no Mundo



Missão da Santa Sé: o afeto do Papa aos ucranianos

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Kiev (RV) – Uma viagem em meio aos deslocados e necessitados: esta será a missão do Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Card. Leonardo Sandri, na Ucrânia, de 11 a 17 de julho. 

A todos os fiéis, greco-católicos e latinos, mas também à comunidade ortodoxa, o Cardeal argentino levará a saudação, a bênção e a solidariedade do Papa Francisco. Com esta viagem, o Pontífice confia ao Prefeito do Dicastério este renovado gesto de afeto e proximidade à população que vive o conflito, e um sinal de encorajamento a todos que lutam para aliviar suas consequências.

Consequências da guerra

Segundo dados recentes do Unicef, na Ucrânia oriental pelo menos 750.000 crianças têm dificuldade em obter água potável. Depois de mais de três anos de conflito, quase quatro milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária. Cerca de um milhão e meio de ucranianos foram obrigados a abandonar suas casas.

O Cardeal Sandri iniciará a visita na capital Kiev, passará por Kharkiv, Kramatorsk, Ivano-Frankivsk e Lviv. Estão previstos momentos de oração pelas vítimas, encontros com os agentes da Cáritas local, seminaristas, visita ao santuário mariano e celebrações eucarísticas. 

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Formação



Reflexão dominical: "O Reino de Deus pertence aos humildes e pequeninos”

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Cidade do Vaticano (RV) - «A primeira leitura nos fala de um legítimo rei da dinastia de Davi. Montado em um  jumento e com atitudes pacifistas, o rei de Sião terá um reino imenso que de tão grande se estenderá até aos confins da terra. Esse rei é humilde e pacificador e manifesta seu poder comunicando justiça e paz a todas as nações. 

Ele não só tem essa atitude positiva, mas também destrói tudo aquilo que é sinal de morte para os povos. Assim, ele possibilita a existência da paz.

Ora, a leitura desse texto nos recorda a liturgia do Domingo de Ramos e já podemos deduzir que esse rei da paz é Jesus, o Príncipe da Paz, legítimo descendente de Davi como nos relata a liturgia do Advento. 

No Evangelho vemos Jesus sentindo que sua missão pacifista desagrada os doutores da Lei, os letrados e as pessoas importantes, mas causa interesse aos pobres e marginalizados, diz “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e doutores e as revelaste aos pequeninos.” (Mt 11, 25b)

Fazemos a constatação do que vemos sempre: os instalados não precisam, não querem mudanças e até as proíbem, enquanto os marginalizados, que sentem desconforto e suas necessidades insaciadas, almejam a mudança da situação, querem justiça, querem o necessário para viver dignamente.

Nisso tudo é denunciado o perigo extremo de não sentir-se necessitado de Deus e, de aos poucos, tornar-se materialista.

O trecho do Evangelho termina com o convite de Jesus aos que se sentem marcados, injustiçados pela sociedade materialista, repleta de pessoas egocêntricas e muito bem instaladas na cultura da morte. Ao mesmo tempo, o Senhor fala que fazer parte da Civilização do Amor, de seus seguidores, traz um peso, uma responsabilidade, mas que eles são suaves porque são provocados pelo amor, pela descentralização de si, pelo sair de seu comodismo, de desinstalar-se par ir ao outro, para servir.

Finalmente, São Paulo em sua Carta aos Romanos, nos diz que vivemos segundo o espírito e não segundo a carne, pois pertencemos a Cristo e o Espírito de Deus mora em nós. Esse Espírito foi o que ressuscitou Jesus, eliminando tudo o que conduz a criação à injustiça e à morte.

Portanto, a mensagem evangélica da liturgia deste domingo nos fala do benefício fundamental que é para nós a presença do Espírito ao nos provocar a opção pela vida e nos impedir a acomodação.

Será um momento muito importante para nossa vida de cristão, fazermos uma reflexão em que nos perguntemos: de que lado me encontro? Dos acomodados e que não sentem necessidade de mudanças profundas? Ou do lado dos marginalizados, dos inconformados, dos que anseiam pelo Senhor como “terra sedenta e sem água”, como nos fala o Salmo 62?»

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos)

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Atualidades



Há 50 anos, nascia uma igreja no deserto de Dubai

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Dubai (RV*) - A cidade de Dubai no Emirado do mesmo nome contava 60.000 habitantes nos anos 1960, concentrados ao longo do braço de mar chamado Creek. O deserto de areia branca cercava a população. Os raros cristãos católicos eram assistidos por sacerdotes transeuntes de Barhein, Abu Dhabi ou por algum capelão militar. A esperada visita costumava suceder a cada quatro ou seis semanas.  A missa era celebrada no terraço de um banco ou em alguma residência para um punhado de pessoas. 

Contudo, Dubai, a vida pacata da pequena cidade, começava a trepidar com a entrada de investimentos na exploração de petróleo e o aumento do comércio. Os cristãos aumentavam na mesma proporção do crescimento da cidade, revelando a necessidade da presença regular de um sacerdote. O frade capuchinho, Eusebius Daveri, foi o escolhido pelo Vigário Episcopal com residência em Barhein, D. Luís Magliacani, para assumir os desafios em Dubai, em 1965. Morava com uma família de cristãos de onde irradiava sua atividade missionária.

Com o aumento vertiginoso dos cristãos, já não era viável o uso das residências para as missas. Aproveitando da generosidade do Sheik Rashid bin Saeed Al Maktum, o Padre Eusebius conseguiu a doação de um terreno para construir a primeira Igreja em Dubai.

Pôs mão à obra imediatamente. Tendo cumprido com os requisitos legais para construir a igreja e a casa do padre, a empresa contratada iniciou as escavações  a 300 metros do braço de mar.

De repente, o Padre Eusebius recebeu a ordem de parar os trabalhos. Desapontado, foi ao encontro do governante, saber o motivo da intervenção. Foi-lhe explicado que não era aquele o terreno destinado à igreja.  Reembolsou o valor investido e pediu para acompanhar um engenheiro do município para escolher outra área, no dia seguinte.

Ainda em estado de choque, de manhã cedo foi ter com o oficial do governo. Este, depois de percorrer um pouco mais de três quilômetros de areia branca, parou e disse ao Padre Eusebius: “Escolhe o terreno!”“ Escolher o quê, É tudo deserto, tudo igual!”, disse o padre.

Para complicar ainda mais o ânimo do padre, o amigo que lhe dava hospedagem veio a falecer por intoxicação alimentar, ficando sem casa e comida.

Refeito dos contratempos e tendo escolhido um grande pedaço de deserto, foi ter com o Sheik para agradecer. Este o acolheu amigavelmente e prometeu de construir uma rua asfaltada até a igreja.

O padre Eusebius imediatamente deu início à construção do salão. No Natal de 1965, estava quase pronto para acolher mais de 200 pessoas para a missa da meia noite.

Contudo, faltava edificar a igreja. Sua construção teve início com o lançamento da pedra fundamental, em grande estilo. Participaram muitas pessoas, sendo o convidado de honra o Sheik Rashid Bin Saeed Al Maktum acompanhado de autoridades importantes. Uma esquadrilha da Real Força Aérea do Reino Unido fez vôos rasantes, enfeitando o céu com fumaça branca, preta e vermelha.

Finalmente, depois de muito trabalho, a igreja de Saint Mary´s, mas sob o título de Nossa Senhora da Assunção, foi inaugurada solenemente no dia 7 de abril de 1967.  Com a presença do bispo, diversos sacerdotes, representantes de outras igrejas, autoridades e representantes de outros países, o Sheik, como convidado de honra, abriu oficialmente a primeira igreja de Dubai.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS

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