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Sumario del 04/08/2017

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Santa Sé: governo venezuelano suspenda Constituinte

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Cidade do Vaticano (RV) - “A Santa Sé reitera sua profunda preocupação com a radicalização e o agravamento da crise na República Bolivariana da Venezuela, com o aumento dos mortos, dos feridos e dos detidos. O Santo Padre, diretamente e através da Secretaria de Estado, acompanha de perto a situação e suas implicações humanitárias, sociais, políticas, econômicas e também espirituais, e assegura sua constante oração pelo país e por todos os venezuelanos, enquanto convida os fiéis de todo o mundo a rezarem intensamente nesta intenção”. É quanto se lê em um comunicado da Secretaria de Estado.

Ao mesmo tempo, “a Santa Sé pede a todos os atores políticos e, em particular, ao Governo, que seja assegurado o pleno respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, bem como a vigente Constituição; evitem-se ou se suspendam as iniciativas em curso, como a nova Constituinte que, em vez de favorecer a reconciliação e a paz, fomentam um clima de tensão e confronto e hipotecam o futuro; sejam criadas as condições para uma solução negociada em consonância com as indicações expressas na carta da Secretaria de Estado de 1º de dezembro de 2016, tendo presente os graves sofrimentos do povo pelas dificuldades de conseguir alimentos e remédios, e pela falta de segurança”.

“Enfim, a Santa Sé dirige um forte apelo a toda a sociedade para que seja evitada toda forma de violência, convidando, em particular, as Forças de segurança a se absterem do uso excessivo e desproporcionado da força”. (SP)

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Papa: "Artistas, ajudem-nos a redescobrir a beleza da Criação"

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Cidade do Vaticano (RV) – "As artes expressam a beleza da fé e proclamam a mensagem da grandeza da criação de Deus. Por isso, quando admiramos uma obra de arte ou uma maravilha da natureza, descobrimos como cada coisa nos fala Dele e de Seu amor".

Este é o teor da vídeo-mensagem do Papa Francisco divulgada sexta-feira (04/08) com a intenção de oração proposta para o mês de agosto:

Peçamos pelos artistas do nosso tempo, para que, através das obras de sua criatividade, nos ajudem a descobrir a beleza da criação”.

As intenções de oração do Santo Padre são confiadas ao Apostolado da Oração, uma rede mundial ao serviço dos desafios da humanidade e da missão da Igreja.

A participação é aberta a qualquer cristão, independentemente da sua pertença a espiritualidades ou grupos específicos dentro da Igreja. 

Ouça aqui:

  

 

(cm)

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Iniciado Processo de Beatificação do Cardeal Costantini

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Cidade do Vaticano (RV) -   Foi aberta na manhã de quinta-feira, 3,  na Catedral de Concordia, a fase diocesana do processo de beatificação do Cardeal Celso Costantini.

O purpurado foi Delegado Apostólico de Fiume, Delegado Apostólico na China nos anos 20 do século passado e mais tarde Secretário da Congregação Propaganda Fidei.

Na celebração estava presente, a convite do Bispo Giuseppe Pellegrini, o Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais.

A obra de Costantini na China foi marcada por realizações de grande importância, como o primeiro Concílio Plenário chinês, realizado em Shangai de 15 de maio a 12 de junho de 1924; a consagração episcopal – ocorrida em Roma em 28 de outubro de 1926 - de seis bispos chineses, os primeiros após três séculos, visto que o primeiro bispo chinês, o dominicano Gregorio Lo (1616-1691) ficou sem sucessores, e a fundação da Universidade Católica de Pequim.

Em 8 de julho de 1927 o Cardeal Celso Costantini fundou em Pequim o primeiro Instituto religioso masculino chinês, por ele chamado de Congregatio discipulorum Domini (Cdd). Estes noventa anos foram celebrados em Taiwan no mês passado, onde atualmente está a sede da Casa Geral da Cdd. (JE)

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Papa Francisco faz pedido especial para a sua viagem à Colômbia

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Bogotá (RV) - O Papa Francisco viajará à Colômbia no começo de setembro e fez um pedido especial para o avião no qual viajará ao país sul-americano: levar uma imagem da Virgem de Chiquinquirá. Em declarações à rádio colombiana Caracol, o Prefeito de Chiquinquirá, César Carrillo, assinalou que “em Roma, o Santo Padre quis ter a imagem da Virgem Milagrosa em seu avião”.

“Então, a ordem é que de um lado do avião que vai transportar o Papa estará o habitual logo do Vaticano e do outro lado será colocada a Virgem do Rosário de Chiquinquirá”, assinalou.

A viagem apostólica do Papa Francisco à Colômbia se realizará entre os dias 6 e 11 de setembro. Durante sua visita ao país sul-americano, o Papa irá às cidades de Bogotá, Villavicencio, Medellín e Cartagena.

Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá, Padroeira da Colômbia, terá um papel importante durante a visita do Santo Padre. A imagem original, de 1,25 metros de altura por 1,39 metros de largura, será levada de seu Santuário, na cidade colombiana de Chiquinquirá, à Catedral Primaz de Bogotá, dias antes da chegada do Papa ao país.

Do aeroporto da capital, o quadro da Virgem será levado à Paróquia Santa Viviana. No dia seguinte, 2 de setembro, será realizada uma procissão com a imagem até a Catedral. No dia 7 de setembro, durante sua visita à capital colombiana, espera-se que o Santo Padre reze durante uns instantes diante da padroeira do país.

Frei Nelson Novoa, prior dos dominicanos em Chiquinquirá, ordem religiosa que custodia a imagem desde o século XVI, destacou que “o encontro mariano é um encontro de oração, de leitura da Palavra de Deus. É um momento especial para lembrar que a Colômbia também já foi consagrada ao Divino Niño Jesus (Divino Menino Jesus)”. “Quando a imagem sai é como quando a mãe sai de casa. É, por isso, tão especial esta saída para o povo Chiquinquirenho, e o faremos com o acompanhamento das autoridades, das empresas privadas e dos fiéis”, disse a ‘Caracol Radio’.

O quadro com a imagem, precisou, não poderá ser tocado pelos fiéis, mas “os únicos que poderão tocá-lo serão 20 freis dominicanos selecionados e, além disso, estará custodiado pelo Batalhão da Guarda Presidencial”. A imagem da Virgem de Chiquinquirá voltará ao seu santuário no dia 10 de setembro. (SP - ACI Prensa)

 

 

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Card. Parolin: diplomacia da Santa Sé trabalha por uma paz permanente

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Cidade do Vaticano (RV) –  “O esforço é por uma paz permanente”, assegura o Cardeal Pietro Parolin em entrevista ao jornal “Avvenire”, ao falar sobre o empenho da diplomacia da Santa Sé em mediar conflitos existentes em diversas partes do globo.

Entre os conflitos atuais que mais preocupam – sublinhou o Cardeal -  “certamente está o do Oriente Médio, que permanece muito vivo na sensibilidade da Santa Sé. Hoje a situação está novamente tensa e provoca grande preocupação.

Também para os conflitos na área do Oriente Médio o ponto crucial é o mesmo: é necessário realmente empenhar-se para se chegar a uma paz permanente”.

Jerusalém, única e sagrada para judeus, cristãos, muçulmanos

“A Santa Sé – prossegue o Secretário de Estado – considera Jerusalém única e sagrada para os judeus, os cristãos, os muçulmanos e já há tempos deu os seus critérios e indicou as condições. Isto é, que Jerusalém seja reconhecida como lugar de cidadania para todos os crentes, seja cidade aberta no sentido de reconhecer a liberdade religiosa e os direitos de todos e que estes sejam respeitados”.

Falta vontade política

As premissas para seguir nesta direção “são aquelas indicadas. Se aumenta a tensão, torna-se necessário evitar a escalada do conflito – explica Parolin. O problema de fundo é sempre um: é preciso vontade política. No campo internacional podemos falar de tantas soluções possíveis e praticáveis, elas existem. Existe a possibilidade de responder com propostas concretas que podem realmente ser a solução, mas infelizmente parece sempre faltar a vontade de cada um em deixar de lado algo seu, na fórmula do compromisso”.

A proposta da Santa Sé de um estatuto internacionalmente garantido para salvaguardar o caráter histórico e religioso de Jerusalém e o livre acesso para todos aos Lugares Santos, é uma “perspectiva ainda válida”, reiterou.

Não me parece que em relação a isto tenham sido indicadas alternativas capazes de resolver os problemas e as tensões sobre Jerusalém. As manifestações de violência que vimos demonstram que o problema deve ser resolvido em nível internacional.

Venezuela

“Não. Não há nenhum fracasso. A diplomacia da Santa Sé é uma diplomacia de paz. Não tem interesses de poder nem político, nem econômico, nem ideológico”, declarou por sua vez o Cardeal Pietro Parolin, ao ser questionado sobre os resultados da mediação do Vaticano na crise venezuelana.

“O Papa – explica Parolin – recordou que quando nos encontramos diante de uma situação de crise, é necessário sempre considerar como atua a Santa Sé: é por uma diplomacia pró-ativa e não somente reativa, portanto nós buscamos levar sempre a nossa contribuição. Se às vezes não se atinge o resultado, o importante é o esforço” realizado.

“Neste sentido, eu não falaria de fracasso - sublinhou. No caso da Venezuela podem existir opiniões diferentes, mas o importante é tentar dar respostas praticáveis com base na situação, sobretudo levando em consideração as condições reais da população e do bem comum que deve vir antes de tudo”.

Ouvir a voz das populações que clamam por paz

A propósito das situações como a da Venezuela, mas também de outras áreas que passam por gravíssima crise, como a Síria, o apelo a ser dirigido aos governantes é, “eu diria sobretudo, o de levarem em consideração o clamor das pessoas, dos pobres”, sublinha o Secretário de Estado.

“Seguidamente – observou ele  – se é surdo diante do grito que sai da base, das populações que pedem a paz em alta voz. Não em palavras. Basta ver as dilacerações que tantas populações são obrigadas a viver: este é o grito pela paz”.

“Os responsáveis  - acrescenta o purpurado – devem abrir-se a este grito” e não brincar com a vida deles. “Não se trata de limitar-se aos joguinhos de política internacional, mas aqui se trata de dar respostas concretas, positivas, às exigências das pessoas. Se fossem abertos à esta voz, penso que se procuraria realmente encontrar um caminho para resolver os tantos problemas que dilaceram a realidade de hoje”.

(JE/Avvenire)

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Documento sobre a corrupção: trabalhar na educação, instrução e informação

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Cidade do Vaticano (RV) -  O Documento final do Debate sobre a Corrupção realizado no Vaticano em 15 de junho foi divulgado na quarta-feira, 2 de agosto.

“Criar uma frente comum contra as diversas formas de corrupção, crime organizado e máfia” é um dos objetivos traçados pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, através do Conselho sobre a Justiça.

Sobre o teor deste documento, a RV conversou com Vittorio V. Alberti,  Oficial do referido Dicastério e coordenador do Conselho Internacional sobre justiça e corrupção:

"É um documento conclusivo do debate que tivemos, mas contém os objetivos. O percurso não se encerra aqui, antes pelo contrário, abre-se em modo considerável e mais ordenado. Fizemos uma coletânea dos pronunciamentos que foram feitos durante o encontro na Casina Pio IV, elaboramos uma síntese, redigindo uma série de pontos, graças aos quais se pode seguir em frente com o horizonte de intenções de oração do Papa Francisco em fevereiro de 2018 sobre a corrupção".

RV: Como poderiam ser resumidos os objetivos desta consulta elencados no documento?

"Existe uma ação educativa, cultural, de ação sobre a opinião pública. Educativa, instrutiva e informativa, porque seguidamente não se sabe que por trás de um crime, existe um fato de corrupção. Depois existe o aspecto institucional, isto é, de estudo, aprofundamento e ação sobre documentos internacionais e sobre legislações; por fim, existe a questão relativa à cidadania, isto é, como fazer as pessoas participarem à própria educação, mas de forma livre".

RV: Sublinhar que o Conselho não se limitará à piedosas exortações, mas que proporá ações concretas. De que tipo, exatamente?

"De um ponto de vista concreto focamos em objetivos educativos deste tipo: como fazer entender a uma pessoa que por trás de um fenômeno elementar existe um fato de corrupção? Partindo da descrição de um fato simples da cotidianidade. É necessário portanto usar a mídia, no sentido amplo, como editoria, mídias informativas...".

RV: Existe muita expectativa quanto à resposta global sobre excomunhão aos mafiosos, às organizações criminosas e aos corruptos. Este é um dos objetivos do Conselho?

"Naturalmente a questão deve passar pelas Conferência Episcopais e as Igrejas locais. É necessário uma escuta e uma comparação porque as realidade são diferentes. Para dar um exemplo elementar: é banida a corrupção em uma área geográfica específica do mundo, por exemplo, a ocidental, está bem; se acaba com ela em uma outra área, o que cria desemprego e chagas sociais de todo tipo. Portanto, é levado em consideração esta questão: como combatê-la nos seus efeitos, mas nas suas diversas manifestações. Quanto à excomunhão ligada à corrupção se discutiu muito, mas a ideia surgiu como proposta a ser ampliada, em nível de Igreja universal. A excomunhão dos mafiosos foi elaborada e - mais ou menos - codificada no plano do Direito Canônico nas três regiões italianas: Campanha, Calábria, Sicília. Depois existe também a questão sobre como tratar o tema da corrupção do ponto de vista da excomunhão e depois se deve entende o que é uma excomunhão. A excomunhão é uma censura severa, mas é um convite a converter-se; é necessário ter sempre presente o horizonte da esperança, caso contrário, também a política, o bem comum possível, desaparecem".

(JE/FC)

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Cantone: corrupção é um crime social que afeta a todos, sobretudo os últimos

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Cidade do Vaticano (RV) – “Creio que seja um documento muito importante, porque se alinha com tudo aquilo que neste período a Igreja e o Papa, em particular, estão fazendo na luta contra a corrupção. A centralidade do combate a estes males é um dos instrumentos fundamentais para retomar a igualdade de tratamento entre todos os cidadãos e para evitar que os últimos permaneçam sempre os últimos”.

A afirmação é do Presidente da Autoridade Nacional italiana Anticorrupção, Raffaele Cantone, por ocasião da publicação do Documento final do Debate Internacional sobre Corrupção, promovido pelo Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, realizado no Vaticano em 15 e junho.

No texto são elencados os 21 objetivos do “Conselho internacional sobre justiça, corrupção, crime organizado e máfias”, surgido dentro do Dicastério e do qual o próprio Cantone é membro.

Subestimamos os efeitos deste fenômeno

“Como explica o documento – acrescenta Cantone – a cultura, a educação e a instrução são instrumentos fundamentais para combater a corrupção, porque esta última é muitas vezes subestimada em seus efeitos”.

Para muitos cidadãos, de fato – explicou ele – a corrupção parece um fato distante de suas vidas, que diz pouco respeito ao cidadão. Pensamos na corrupção como um fenômeno de subornos: alguém ganha um contrato e alguém o perde. Portanto o cidadão não se considera envolvido, atingido, nestes acontecimentos. Pelo contrário, os efeitos da corrupção dizem respeito a todos os cidadãos. Como consequência de tudo isto acabam obtendo serviços de pior qualidade no setor da saúde ou dos contratos públicos. Olhando para os jovens que são obrigados por falta de meritocracia a buscar trabalho no exterior. Olhando para a fuga de cérebros e sobretudo o fato de que os cérebros em fuga não vêm para a Itália. Em suma, os efeitos da corrupção dizem respeito a uma série de fatos que é difícil apreciar, mas que com a cultura e a educação podem ser compreendidos”.

“Depois – acrescenta Cantone – eu acredito que a corrupção é a antítese da cultura: é um modo de raciocinar pobre, fechado, enquanto a cultura, pelo contrário, é abertura”.

Crime social

Muitos cidadãos subestimam os efeitos indiretos da corrupção”, explica ainda Cantone. “E pelo contrário, são eles que deveriam se preocupar. Mas sobretudo a corrupção acaba frequentemente por representar um dano para todos, até mesmo depois – por paradoxo – para quem a coloca em prática. Um sujeito que rouba na saúde poderia ser o mesmo a não poder se beneficiar de um leito que é subtraído com a diminuição dos recursos. Nós devemos fazer entender a todos, que a corrupção é um crime social que diz respeito aos cidadãos e tem efeitos em relação a todos, mas sobretudo em relação aos últimos, aqueles que não têm possibilidades alternativas. Quem vive em boas condições econômicas e não encontra um lugar em um hospital público, pode no entanto, com um pouco de sacrifício, ir a uma clínica privada. Mas, e quem não pode se permitir a isto? Corre o risco de perder até mesmo a vida em consequência de episódios de corrupção”.

“É preciso fazer entender isto aos cidadãos”, enfatiza Cantone. “E naturalmente é uma tarefa que uma instituição educativa como a Igreja pode desenvolver de modo fundamental”.

A atitude vacilante das Instituições

“O documento fruto do trabalho do nosso Conselho – acrescenta o Presidente da Anac – indica também a importância de agir em nível institucional e de participação da cidadania. É verdade, de fato, que as instituições nacionais e internacionais, em relação à corrupção, têm frequentemente um comportamento vacilante. Os próprios organismos internacionais - que agora estão muito atentos a estas problemáticas, quando se trata de descer do nível de afirmações genéricas, de princípios fora de discussão, para a declinação concreta dos acontecimentos, isto é, em como realizara luta contra a corrupção - encontram muito mais dificuldades. Por outro lado, depois de um longo percurso no plano de luta contra a máfia, se alcançou uma série de padrões comuns, que preveem também uma maior colaboração internacional, por outro, na luta contra a corrupção, estamos anos luz de distância”.

Crime contra a humanidade

“Existem Convenções internacionais, como as de Palermo e de Merida, que correm o risco de permanecer como meras afirmações de princípios. Isto porque a corrupção, em relação aos organismos criminosos e mafiosos, diz respeito muito mais a sistemas econômicos. Existem países que vivem de corrupção. Pensemos quantos países do Terceiro Mundo assistem à subtração dos seus recursos naturais em consequência de fatos de corrupção. Obviamente, nestes casos existe uma menor atenção por parte das instituições políticas. Do ponto de vista internacional se pode fazer muito, porque nestes casos a corrupção é um crime contra a humanidade. Se em realidades subdesenvolvidas os recursos são subtraídos graças à corrupção das instituições daquele país, se acaba por retirar as oportunidades de crescimento e desenvolvimento às crianças, aos jovens pobres que não têm possibilidades, e se acaba enriquecendo somente a classe dirigente. Nestes casos existem interesses enormes que frequentemente determinam o fato que à afirmações de princípio não acompanham consequências concretas”.

(JE/FC)

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Card. Parolin: Papa na Colômbia para promover a paz e a reconciliação

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Cidade do Vaticano (RV) – O Secretário de Estado Pietro Parolin assegurou que a viagem do Papa Francisco à Colômbia entre os dias 6 e 11 de setembro terá por objetivo promover uma reconciliação que propicie a paz.

“O Papa quer ir à Colômbia, sem dúvida, por um motivo principal: promover a reconciliação”, disse o purpurado em entrevista ao jornal dos bispos italianos “Avvenire”.

Parolin reconhece que “apesar das fragilidades e as dificuldades existentes”, a Colômbia representa “uma esperança”. “Acredito que, para além das fórmulas técnicas do acordo de paz, o que o país necessita é uma reconciliação profunda interna, de modo que possa realizar, sobre bases sólidas, o caminho da paz”.

“Existem divisões políticas, por isso, também politicamente a viagem é um sinal importante”, sublinhou Parolin.

O Papa Francisco chegará à Colômbia na tarde de 6 de setembro,  devendo passar por Bogotá, Villavicencio, Medellín e Cartagena, antes de retornar a Roma no dia 11. (JE)

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"O Papa ama a China", diz Dom Sorondo em visita a Pequim

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Pequim (RV) -  “O Papa Francisco ama a China, o povo da China e a sua história. Esperamos que a China tenha um grande futuro”.

Palavras do Chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e das Ciências Sociais, Marcelo Sanchez Sorondo, presente em Pequim para participar da uma conferência sofre doação e transplante de órgãos.

“A China – disse o Arcebispo em declaração ao Global Times – poderia representar um modelo do qual temos necessidade hoje, para responder à globalização, um modelo para a liberdade e a dignidade do ser humano, um modelo para erradicar um novo tipo de escravidão, o tráfico de órgãos”.

Em fevereiro passado, participava do encontro no Vaticano contra os tráfico de órgãos organizado pela Pontifícia Academia das Ciências, um alto funcionário de Pequim, Huang Jiefu, no passado Ministro da Saúde.

Sua presença chamou a atenção da imprensa internacional, mas o fato foi minimizado pelo Ministro do Exterior de Pequim, Lu Kang: “Até onde se sabe, não tem a ver com as relações entre China e Vaticano”, declarou na época.

Huang havia sublinhado durante o encontro que a única fonte para o transplante de órgãos na China é a doação voluntária e que o transplante de órgãos de prisioneiros condenados à morte acabou em 2015.

As relações diplomáticas entre Vaticano e China estão interrompidas desde 1951, mas a Santa Sé quer retomar este diálogo.

O Ministério do Exterior chinês, no entanto, mantém uma posição de cautela nas relações, reiterando que a posição da China é “coerente e clara”, sublinhando ao mesmo tempo os “sólidos canais de comunicação” existentes com o Vaticano.

O Papa Francisco, em entrevista ao jornal espanhol “El País”, havia manifestado o desejo de visitar a China, caso fosse convidado pelas autoridades chinesas.

(JE com Ansa)

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Igreja na América Latina



Rede católica para migrantes: Venezuela, uma diáspora sem precedentes

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Bogotá (RV) - “Uma gravíssima situação que atenta contra a vida e a dignidade das pessoas obrigou milhares de venezuelanos a deixar o próprio país, numa diáspora sem precedentes.” Essa é, substancialmente, a declaração da Rede latino-americana e do Caribe de migração, refugiados, e tráfico de pessoas (Clamor) diante da crise humanitária vivida na Venezuela.

A rede católica, sob a égide do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), expressa solidariedade ao povo venezuelano que sofre “a penúria de alimentos e medicamentos, o colapso dos serviços públicos, a inflação mais alta do mundo, a violência desenfreada e as graves violações dos direitos humanos” que deixou um rastro de mais de uma centena de mortos.

Três milhões de venezuelanos emigraram em três anos

Segundo o relatório da Fundação “Asylium Access” apresentado à Comissão Interamericana dos direitos humanos, o número da população migrante venezuelana, nos últimos três anos, alcançou dois milhões e meio de pessoas. Nessa cifra não se incluem os imigrados com dupla nacionalidade – cerca de meio milhão – que chegaram sobretudo a algumas nações europeias como Espanha, Itália e Portugal.

Também o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) identificou um incremento de 228% dos pedidos de asilo dos venezuelanos nos últimos cinco anos, no mundo inteiro. “De uma terra de acolhimento tornou-se uma terra de partida”, lê-se na declaração.

Clandestinos vítimas da indigência e do tráfico de pessoas

A referida Rede latino-americana e do Caribe denuncia que em muitos países de trânsito ou de recepção os venezuelanos são vítimas do tráfico de pessoas, da exploração sexual e do trabalho porque desprovidos de documentos.

“É cada vez mais comum ver nas ruas indigentes ou vendedores ambulantes venezuelanos.” Nesse contexto, a organização católica apoia as medidas implementadas pelos governos do Brasil, Chile, Peru e, ultimamente, também da Colômbia que favorecem a integração no trabalho dos migrantes venezuelanos.

Apesar disso, muitos governos da região ainda não previram políticas públicas de acolhimento voltadas para enfrentar a gravidade da crise humanitária na Venezuela.

Milhares às portas dos países sul-americanos e centro-americanos

As estatísticas dizem respeito também à imigração de venezuelanos no âmbito do continente latino-americano. No primeiro trimestre de 2015 entraram na Colômbia cerca de 9 mil 550 trabalhadores sazonais, cinco mil a mais em relação a 2014.

No mesmo período entraram na Argentina mais de 2 mil e 700 venezuelanos, com um aumento de 61% em relação a 2014. No Chile foram concedidos mais de 10 mil vistos a venezuelanos estudantes, trabalhadores com contrato ou sazonais.

Na América Central o Serviço nacional de migrações do Panamá recebeu cerca de 2 mil e 500 pedidos de residência permanente. Uma realidade muito próxima também para os venezuelanos emigrados para a Costa Rica.

Por fim, no norte do Brasil, mais precisamente em Boa Vista, somente no primeiro semestre deste ano a polícia federal recebeu cerca de 8 mil pedidos de asilo. A cifra quadruplicou, considerando que em 2016 foram feitos pouco mais de dois mil pedidos de asilo.

Não à indiferença dos governos e dos povos

Por fim, a supracitada Rede latino-americana e do Caribe faz um forte apelo aos governos e às pessoas de boa vontade a darem uma resposta humana, justa e fraterna e a não ser indiferentes diante do sofrimento de tantos venezuelanos que foram obrigados a deixar tudo.

A declaração da rede católica reitera o compromisso da Igreja em acompanhar e ouvir “o grito do povo sofredor da Venezuela” e em promover a cultura do encontro e da misericórdia.

“Rezamos a fim de que a crise humanitária que atinge a Venezuela seja superada e para que essa nação fraterna possa percorrer o caminho da paz fruto da justiça social, o caminho da liberdade e do desenvolvimento humano integral.” (RL/AT)

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Igreja no Mundo



EUA: Igreja destina U$ 4,8 milhões a católicos da Europa Oriental

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Washington (RV) - A Conferência dos Bispos católicos dos Estados Unidos (Usccb) destinou mais de 4,8 milhões de dólares para financiar 206 projetos em 22 países da Europa Centro-oriental.

O montante é proveniente da Coleta anual organizada por uma sub-Comissão episcopal, no momento presidida pelo Arcebispo de Chicago, o Cardeal Blase Cupich.

Reconstruir as estruturas políticas, econômicas e sociais

"Como família de fé - afirmou - estamos ao lado daqueles que trabalham incansavelmente para reconstruir a Igreja na Europa Central e do Leste e que continuam a enfrentar o desafio de superar decênios de opressão política e religiosa".

O Cardeal Cupich sublinhou que a Igreja estadunidense continuará a apoiar os esforços para renovar as comunidades  católicas destes países que - depois da queda da ex-União Soviética em 1991 - trabalharam também para reconstruir as estruturas políticas, econômicas e sociais.

"Olhamos para aqueles que vivem nesta região - completou - como exemplo de esperança e de perseverança".

Religiosos na  região em guerra da Ucrânia

Entre as ajudas está previsto um apoio especial a sete sacerdotes, cinco monges e oito religiosas que servem paróquias próximas às áreas de guerra na Ucrânia oriental, e que permaneceram no local para oferecer ajuda pastoral e humanitária aos deslocados.

Centro Dom Bosco

Uma considerável ajuda será destinada ao Centro Dom Bosco para a Educação, na Albânia, fundado há 21 anos, e que trabalha para a formação cultural, social e acadêmica de crianças e  jovens pobres e com necessidades especiais.

Outros projetos aprovados pelo subcomitê episcopal compreendem bolsas de estudos, programas de serviço social, centros pastorais, construção e reformas de igrejas e de estruturas paroquiais e apoio aos seminários.

Existem também financiamentos para programas de evangelização, especialmente entre os jovens, e projetos de comunicação católica.

(JE)

 

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Raízes profundas dos cristãos no Oriente Médio mantém Igreja viva na região

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Cidade do Vaticano (RV) - Nos últimos quinze anos as comunidades cristãs presentes sobretudo nas regiões setentrionais do Iraque foram submetidas a grandes sofrimentos pela feroz perseguição do autoproclamado Estado Islâmico.

O país, por causa das guerras e dos conflitos sectários, foi devastado quer econômica como politicamente. Se nos anos 90 os cristãos eram mais de 1 milhão, em 2006 este número foi reduzido a cerca de 300 mil.

Segundo o recente relatório da Catholic Near East Welfare Association (CNEWA) - a agência criada pelo Papa Paulo XI em 1926 para o apoio dos pobres - os cristãos médio-orientais que vivem entre Chipre, Egito, Iraque, Israel, Jordânia, Líbano, Cisjordânia, Gaza, Síria e Turquia são 14,5 milhões.

Dado divulgado na primeira metade de 2017, que se comparado com o análogo período de 2010, quando os cristãos eram 14 milhões e 700 mil, mostra uma queda de cerca 200 mil fiéis.

Os dados deste dossiê - se cruzados com aqueles provenientes de diversas fontes, como o Anuário Pontifício, o "World fact book" da CIA, ONU, Banco Mundial, o Depto de Censo dos EUA - buscam oferecer um amplo panorama da situação dos cristãos nesta conflituosa parte do globo.

Iraque

Partindo precisamente do Iraque, o grande êxodo dos cristãos teve início em 2006, tornando-se sempre mais intenso sobretudo de 2010 a 2014, devido aos contínuos atentados contra igrejas e bairros inteiros, provocando a morte de milhares de civis.

Síria

Também na vizinha Síria, destruída pela guerra civil desencadeada em 2011, a população cristã reduziu-se praticamente a menos da metade. Para a CNEWA, os cristãos passaram de 2,2 milhões em 2010 para 1,1 milhões em 2017. Milhares tiveram que abandonar o país.

Egito

A maior população cristã no Oriente Médio encontra-se no Egito, onde os fiéis coptas representam 10% da população, cerca de 9,4 milhões. Mas também lá, as agitações políticas e econômicas somaram-se a outros atos de violência sectária de matriz islâmica, que viram 76 igrejas queimadas nestes últimos anos.

Israel

Já em Israel, como explica o relatório, hoje existem 170 mil cristão, a grande maioria árabe-israelenses, que correspondem a 2,4% da população.

Em 1948, ano de criação do Estado de Israel, os cristãos eram 20% da população, com o início do conflito árabe-israelense, muitos palestinos de fé cristã abandonaram o país.

Na Cisjordânia os cristãos são 59 mil. Em Gaza, por outro lado, são apenas 1.300 numa população de 2 milhões de habitantes.

Em Jerusalém os cristãos são 15.800 em um universo de 870 mil habitantes.

Jordânia

Na Jordânia vivem atualmente cerca de 350 mil cristãos, cerca de 2,2% da população de maioria muçulmana sunita. Mas com a perseguição do EI, o Reino Hashemita recebeu, nos últimos anos, mais de 30 mil cristãos iraquianos.

Líbano

Situação análoga é vivida no Líbano, onde em 1932 - explica a CNWE - a metade da população era cristã. Hoje o percentual dos cristãos no país gira em torno dos 40%. Muitos libaneses, devido à falta de trabalho, viram-se obrigado a emigrar.

Patriarca Caldeu

Para o Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Raphaël I Sako, "o mundo inteiro deve ajudar os cristãos a permanecerem nestes países. Nós agora - disse ele - temos tantos problemas, está em andamento uma tragédia, uma perseguição. Mas temos também uma vocação e uma missão que é muito importante: mesmo quando estamos fora, devemos falar da nossa presença, da nossa abertura e de nossos valores, que são importantes também para o mundo muçulmano. Assim, podemos ajudar também estes nossos irmãos muçulmanos mais extremistas a abrirem-se um pouco mais para enxergar que no mundo todos devem ser respeitados. Penso que os cristãos tenham, neste sentido, muito a oferecer e fazer".

O Patriarca sublinha, no entanto, que "a situação melhorou um pouco em relação ao passado, mas existe medo em relação ao futuro, porque ainda existem muitos conflitos, o Daesh ainda não foi derrotado e as pessoas têm medo desta ideologia que ainda é forte, um pensamento que vai contra os não-muçulmanos".

Depois, na Planície de Nínive ainda existem dificuldades para o retorno dos cristãos. "O governo não tem dinheiro. A Igreja começou a reconstruir as casas. Os cristãos querem retornar", mas as dificuldades permanecem.

(JE/MT)

 

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Bangladesh: Igreja Católica reivindica mais direitos para as minorias

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Daca (RV) - O Arcebispo de Chittagong, no Bangladesh, Dom Moses M. Costa lamentou que os direitos das minorias étnicas e religiosas não sejam referidos explicitamente na Constituição do país asiático. Dom Costa fez este alerta numa visita à sede internacional da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

“O Governo não reconhece a existência legítima destes grupos e ignora-os. Por isso não têm nenhuma possibilidade de se desenvolverem”, afirmou o arcebispo, em declarações publicadas no site da Fundação Pontifícia.

Segundo o responsável, os membros das minorias “são discriminados no lugar de trabalho e inclusive nalgumas escolas, uma vez que não falam a língua nacional”. “Quando os membros das minorias étnicas sofrem, também a Igreja sofre com eles, pois 60% dos nossos fiéis pertence a este grupo”, explicou Moses M. Costa.

A Igreja Católica, com os seus 270 mil fiéis, representa 0,2% da população total. A Fundação AIS apoiou os projetos pastorais e sociais da Igreja Católica no Bangladesh, em 2016, com cerca de 560 mil euros. (SP)

 

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Formação



D. Luiz Soares Vieira: transformar a sociedade com fé viva

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Cidade do Vaticano (RV) – “Com uma fé esclarecida, podemos transformar a sociedade”: é o que afirma presidente da Comissão dos Bispos eméritos do Brasil, Dom Luiz Soares Vieira, quando o assunto é iniciação à vida cristã, tema que foi debatido na última Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Entrevistado pelo Pe. Gianfranco Graziola, Dom Luiz afirma que é preciso trabalhar a compreensão do Cristianismo para que a fé entre na vida e não caminhe paralela a ela.

Jesus Cristo não é um ser abstrato, mas um caminho de vida. Temos que nos lembrar disso, das consequências de aceitar Jesus Cristo na nossa vida. Se tivermos uma fé esclarecida, uma fé viva, nós vamos partir para a mudança da sociedade”, afirma Dom Luiz.

Ele afirma que a maioria dos governantes se declara católico, “mas a prática não é a religião de Jesus”. Mesmo assim, o Arcebispo emérito de Manaus declara-se esperançoso e acredita que o Brasil pode reverter esta situação “com a ajuda de Deus e a coragem”.

Ouça: 

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REPAM promove Encontro sobre Ecoteologia: qual é a proposta?

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Brasília (RV) – Com uma programação de debates, mesas-redondas e exposições de antropólogos, teólogos e professores de todos os Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil na Amazônia Legal, começa no dia 16 de agosto o  Encontro sobre Ecoteologia promovido pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), a Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Grupo de Trabalho Igreja e Mineração da CNBB.

Cerca de 36 representantes dos Regionais da Amazônia Legal da CNBB onde a REPAM vem realizando os Seminários sobre a Encíclica Laudato Sì, a equipe de assessores da REPAM-Brasil e vários convidados participarão do evento.

A primeira mesa de debate será “Alcances e limites da Laudato Sì à luz da ecoteologia no Brasil” com a participação de Afonso Murad, Teólogo, professor da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) e do Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA); Márcia Maria de Oliveira, Teóloga e Antropóloga, professora da Universidade Federal de Rondônia (UNIR); Luiz Carlos Susin, Teólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e Tea Frigerio, do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI).

A segunda mesa será: “Experiências pastorais de ecoteologia à luz da Laudato Si”, composta por Gilberto Vieira dos Santos (Giba), Secretário-adjunto do Conselho Indigenista Missionário (Cimi); Rubem Siqueira, Coordenador Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Luiz Cláudio Lopes da Silva (Mandela), Diretor-executivo da Cáritas Nacional. A mesa será concluída com debate em grupos e plenária. E assim finalizando o dia com uma mística.

As discussões do dia 17/08 se iniciam às 8h30 com a mesa: “Ecoteologia na Amazônia – as experiências dos Povos Ameríndios com a Terra Sem Males, Sumak kawsay e o Bem Viver”, com Ricardo Gonçalves Castro, professor da Faculdade Salesiana Dom Bosco (FSDB) e do Instituto de Teologia Pastoral e Ensino Superior da Amazônia (ITEPES-Amazonia); Iraildes Caldas Torres, professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Raimundo Vanthuy Neto, professor do ITEPES-Roraima.

A mesa seguinte será sobre “Mineração e Ecoteologia” com Sandro Gallazzi, do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP) e Centro de Estudos Bíblicos (CEBI); Marcelo Barros, Assessor das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e Coordenador da Associação Ecumênica de Teólogos/as do Terceiro Mundo (ASETT) e Dário Bossi, da Igreja e Mineração e assessor da REPAM-Brasil.

Por fim serão realizados os encaminhamentos para a proposta final do encontro.

Em entrevista a Osnilda Lima, o missionário comboniano Padre Dário Bossi, que faz parte do Grupo de Trabalho Igreja e Mineração da CNBB e é assessor da REPAM-Brasil, fala do passo importante da REPAM e Igreja e Mineração na promoção do encontro sobre Ecoteologia.

Já o teólogo Padre Ari Antônio dos Santos, assessor da Repam-Brasil, define a proposta da Ecoteologia.

Ouça a reportagem completa: 

(CM/OL)

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Artigo: Padre, um homem de Deus

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Rio de Janeiro (RV) - O sacerdote é dom porque o seu ministério sacerdotal, desdobrado em conduta, serviços, vivências e posturas, é manifestação e concretização deste amor. O Padre, homem escolhido entre homens e constituído em favor de todos, é discípulo missionário servidor do povo de Deus. E sustentado pela contínua busca da santidade de vida, é facilitador desse indispensável e inadiável encontro pessoal com o Cristo vivo, levando todos ao reconhecimento e à sabedoria de pautar a sua vida tendo Deus como seu centro e fonte inesgotável do seu sentido. O sacerdote, por isso mesmo, faz anteceder às suas muitas tarefas no labor de cada dia a serviço do povo, anunciando o Evangelho, o cuidado e o compromisso com a condição do seu ser. É a santidade de vida que alavanca, fecunda e torna exitoso o serviço prestado na condição própria de sacerdote.

O sacerdócio é uma verdadeira mediação salvífica-sacramental que expressa através do seguimento peculiar de Cristo Bom Pastor. A consciência de eleição pessoal amorosa de Deus influenciará muito na vida e na espiritualidade do sacerdote. O ministério sacerdotal é um seguimento de totalidade, expressado em termos de pobreza, generosidade, associação esponsal e humidade (Sequela Christi).

Na realidade há um só Pastor: Nosso Senhor Jesus Cristo. E Ele é a fonte e o modelo dos demais pastores. A caridade pastoral é a nota característica do ministério sacerdotal como prolongação do autor e da disponibilidade de Cristo Pastor. A caridade que arranca uma consagração que se orienta para uma missão universal e que exige a imolação da própria vida. É o serviço pastoral como sintonia à proximidade e humilhação “Kenosis” (esvaziamento de si).

O modelo para todos os padres é sempre Cristo o Bom Pastor. Pouco a pouco o Senhor irá nos formando de tal forma que experimentaremos a alegria de senhor, através da Igreja, colocou para levarmos adiante no caminho da santidade. Um dos segredos de um bom pastoreio é justamente amar o povo que é Deus e, com Cristo, dar a vida por esse mesmo povo, à semelhança d’ Aquele que, entregando por nós Sua Vida, nos impulsiona para viver esse grande dom, que é também nossa grande alegria! Quanto mais estivermos empenhados nessa direção mais os nossos corações estarão imersos na experiência de Deus que nos ama e que nos convida a anunciar o Seu amor a todos na construção desse mundo novo.

Lembremos do magistério pontifício acerca do sacerdócio:

São João XXIII- “Nós desejaríamos, veneráveis irmãos, que todos os padres das vossas dioceses se deixassem convencer, pelo testemunho do santo cura d'Ars, da necessidade de serem homens de oração e da possibilidade de o serem, qualquer que seja a sobrecarga por vezes extrema dos trabalhos do seu ministério. Mas para isso ‚ necessária uma fé viva, como a que animava João Maria Vianney e o fazia realizar maravilhas. "Que fé! - exclamava um dos seus colegas. Chegaria para enriquecer uma diocese inteira” (Retirado do site: http://w2.vatican.va/content/john-xxiii/pt/encyclicals/documents/hf_j-xiii_enc_19590801_sacerdotii.html. Carta Encíclica Sacerdotii Nostri Primordia, n. 26. Último acesso: 03/08/2017).

Concílio Vaticano II, Beato Paulo VI na "Christus Dominus"

Os principais colaboradores do Bispo são, todavia, os párocos, a quem, como pastores próprios, é confiada, sob a autoridade do Bispo, a cura de almas numa parte determinada da diocese. [...] Com os seus coadjutores, exerçam de tal maneira o seu ministério de ensinar, santificar e governar, que os fiéis e as comunidades paroquiais se sintam de facto membros tanto da diocese como do todo que forma a Igreja universal.

São João Paulo II

O Sacerdócio de Jesus Cristo é, efetivamente, a primeira fonte e expressão da incessante e sempre eficaz solicitude pela nossa salvação, que nos leva a ver n'Ele exatamente o Bom Pastor. As palavras «o bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas” não se referem, porventura, ao Sacrifício da Cruz, o ato definitivo do Sacerdócio de Cristo? E, uma vez que o Senhor Jesus Cristo nos tornou participantes do seu Sacerdócio, mediante o sacramento da Ordem, não estão essas mesmas palavras a indicar-nos a todos o caminho que também nós devemos percorrer? Não nos dizem que a nossa vocação é singular solicitude pela salvação do próximo? E não nos dizem que tal solicitude constitui particular razão de ser da nossa vida sacerdotal? E não dizem que é essa solicitude, precisamente, que lhe dá sentido, e que só por meio dela nós poderemos encontrar o significado pleno da nossa mesma vida, perfeição e santidade? Este tema é tratado em várias passagens do Decreto conciliar Optatam Totius . Este problema, torna-se, todavia, mais compreensível à luz das palavras do Mestre, quando diz: “Ouem quiser salvar a vida, perdê-la-á; mas quem a perder por causa de mim e do Evangelho, salvá-la-á” (Discurso de São João Paulo II no ano de 1979 a todos os padres por ocasião da quinta-feira santa. Retirado do site: https://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/letters/1979/documents/hf_jp-ii_let_19790409_sacerdoti-giovedi-santo.html)

Papa Bento XVI  

“A Igreja tem necessidade de sacerdotes santos, de ministros que ajudem os fiéis a experimentar o amor misericordioso do Senhor e sejam suas testemunhas convictas. Na adoração eucarística, após a celebração das Vésperas, pediremos ao Senhor que inflame o coração de cada presbítero com essa caridade pastoral capaz de fundir seu “eu” no de Jesus sacerdote, para assim poder imitá-lo na mais completa entrega de si mesmo. Que nos obtenha esta graça a Virgem Mãe, de quem amanhã contemplaremos com viva fé o Coração Imaculado. O Santo Cura de Ars vivia uma filial devoção por ela, até o ponto de que, em 1836, antecipando-se à proclamação do dogma da Imaculada Conceição, já havia consagrado sua paróquia a Maria “concebida sem pecado”. E manteve o costume de renovar frequentemente esta oferenda da paróquia à Santa Virgem, ensinando aos fiéis que “basta dirigir-se a ela para ser escutados”, pela simples razão de que ela “deseja sobretudo ver-nos felizes”. (Pensamento retirado da homilia de abertura do ano sacerdotal. Retirado do site: http://www.presbiteros.com.br/site/homilia-do-papa-bento-xvi-na-abertura-do-ano-sacerdotal/ Último acesso: 03/08/2017).

Papa Francisco

“Reiterando a importância da formação humana, o Pontífice afirmou que um padre em paz consigo mesmo saberá “difundir serenidade” até mesmo nos momentos mais difíceis, “transmitindo a beleza do encontro com o Senhor”. “Não é normal que um padre seja frequentemente triste, nervoso ou duro de caráter; não está bem e não faz bem, nem ao padre, nem a seu povo. Nós, sacerdotes, somos apóstolos da alegria, anunciamos o Evangelho, a ‘boa nova” (Retirado do site: https://noticias.cancaonova.com/mundo/papa-francisco-sacerdotes-sao-apostolos-da-alegria/ Último acesso: 03/08/2017).

O sacerdote é, sobretudo, um homem de Deus - “vir-Dei”. Ao cumprimentar todo o querido presbitério do Rio de Janeiro, com meu afeto e a minha gratidão, suplico a São João Maria Vianney, que Deus Nosso Pastor e guia nos ilumine e nos guarde para que a cada dia possamos desempenhar bem a nossa missão. Deus nos faz servos e testemunhas da verdade e do seu amor. Assim, Cristo sacerdote prolonga sua realidade sacerdotal na Igreja, especialmente através do ministério apostólico. 

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

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Dom Pedro Brito: "Vocação existe!"

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Palmas (RV) - Agosto é tradicionalmente o Mês Vocacional. Muito se fala, ultimamente, de crise e de diminuição das vocações. A messe cresce sempre mais e o número de operários da vinha do Senhor diminui também sempre mais. Os ordenados e os consagrados envelhecem e as novas gerações optam por outros caminhos vocacionais. Mas, vocação existe, existiu e continuará existindo. Como tudo na vida, precisa ser descoberta, despertada, promovida e cultivada. A crise vocacional é proporcional à credibilidade eclesial e a vitalidade da vida cristã. Quanto mais fraca e frágil forem a eficiência e a eficácia eclesiais, menos vocações teremos.

A Igreja cultiva e promove as vocações mais por atração do que por proselitismo. Vocação é um mistério teândrico (divino-humano). Mais divino do que humano ou mais humano do que divino? Mais divino e mais humano. Para cada vocação, uma ação, uma missão e uma oração. Jesus, o primeiro promotor vocacional, comparou a questão vocacional a uma roça. Chamou o mundo de messee a humanidade de operário. Dele é que nos vem a inspiração do divino-humano cuidado e cultivo vocacionais, sincronizados: ação-oração: “a colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita” (Lc 10,2; Mt 9,37-38). O milagre da ciência e da tecnologia do agronegócio está aí para comprovar: “o chão dá se a gente plantar. Se a gente não planta, o chão não dá”. Ouvi, muitas vezes, meu pai dizer: “o boi, o arroz, o milho e o feijão crescem com os olhos do dono”.

Sofremos muito com os queixumes, por conta da diminuta vitalidade da atividade vocacional. Lamentamos sempre a perca e a diminuição das vocações. E é um fato. Os dados estatísticos estão aí para comprovar. Contra fatos não há argumentos. Mas não podemos ficar estacionados, na defensiva, achando que a culpa é de Deus ou da sociedade, sem assumir o nosso protagonismo. Lembro-me de um antigo cartaz vocacional que dizia: “toda vocação é graça sua”. Este “sua”tanto pode ser atribuído à graça divina como à ação humana. Toda vocação é um dom de Deus. Nossa é a missão de cuidá-la e cultivá-la. Se no final dos esforços vocacionais não tivermos vocações que a comunidade precisa, ainda assim, devemos nos render e afirmar: vocação existe. Basta descobri-la, cultivá-la e promovê-la.

Como o Reino dos céus (Mt 13,44-45), a missão de um promotor vocacional se assemelha a de um caçador de tesouros escondidos. Ao encontrar uma pepita de ouro, um diamante ou outra pedra preciosa, é preciso garimpar, tirar os cascalhos e as impurezas, a fim de que o esplendor da glória de Deus possa brilhar (Mt 5,16). Quem ama a sua vocação, ama a vocação dos outros. Quem ama, cuida.

Maria, a vocacionada do Pai, disse que devemos fazer tudo o que o Jesus nos disser (Jo 2,5). A nossa ação é fundamental, como é fundamental a oração pelas vocações. Meu professor, Achille Triacca, dizia:“reze bem a missa e terá vocações. Reze mal a missão e não terá vocações”. Por isto, reze comigo esta simples oração vocacional: “Senhor, envie mais missionários presbíteros, mais missionários diáconos, mais missionários consagrados e consagradas, mais missionários leigos e leigas, para o serviço do vosso povo, na vossa Igreja. Amém!”.

Dom Pedro Brito Guimarães, Arcebispo Metropolitano de Palmas - TO

 

 

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