Sumario del 09/08/2017
- "Igreja é feita de pecadores que precisam de misericórdia"
- Papa: que não se repitam esses crimes vergonhosos em locais de culto
- Papa na Colômbia deve atrair 1.500.00 de peregrinos, estimam autoridades
- "Prioridade do Papa é a paz", diz Card. Parolin ao comentar viagem à Rússia
- Cidade do México, local perigoso para exercer Ministério sacerdotal
- Venezuela: Card. Urosa considera arbitrárias medidas do governo
- Bispos do Equador fazem exortação a tutelar o bem comum
- Coreia do Norte liberta missionário canadense preso desde 2015
- Imprensa católica francesa cria Prêmio em memória de Padre Hamel
- Oriente Médio: conflitos criam uma "geração perdida" de crianças e jovens
- Cruz Vermelha condena assassinato de seis voluntários na Rep. Centro-Africana
- RCA: Bispo de Bangassou denuncia violência contra missões
- Relatório aponta: comportamento humano gera aquecimento global
"Igreja é feita de pecadores que precisam de misericórdia"
Cidade do Vaticano (RV) – Sete mil pessoas lotaram a Sala Paulo VI, no Vaticano, na manhã de quarta-feira (09/08) para ver e ouvir as palavras do Papa Francisco na audiência geral. No verão, o encontro semanal se realiza neste ambiente fechado e com ar condicionado gerado pela energia de painéis solares. Ouça aqui:
O tema da reflexão proposta pelo Papa foi “O perdão, motor da esperança”. Após a leitura em várias línguas do capítulo 7 do Evangelho de Lucas, o Papa iniciou a catequese comentando a reação dos convidados de Simão ao ver Jesus perdoar a pecadora, um gesto considerado ‘escandaloso’.
A indignação dos convidados e o perdão de Jesus
Segundo a mentalidade da época, Jesus, profeta, não deveria permitir que a mulher se inclinasse sobre seus pés para lavá-los com perfume; a separação entre o santo e o pecador, entre o puro e o impuro, deveria ser nítida.
“Desde o início do seu ministério público, Jesus aproxima-Se e deixa aproximar de Si leprosos, endemoninhados, doentes e marginalizados. Quando encontra uma pessoa que sofre, Ele assume como próprio o sofrimento dela: não prega que este sofrimento se deve suportar heroicamente, mas faz Sua aquela pena”.
O coração misericordioso que abraça os pecadores
É este o comportamento que caracteriza o cristianismo: a misericórdia. Jesus sente compaixão. Onde houver um homem ou uma mulher sofrendo, Jesus vai querer a sua cura, sua libertação e sua vida plena. E é por isso, explicou o Papa, que Ele acolhe os pecadores de braços abertos.
“Quanta gente perpetua numa vida de erros por não encontrar ninguém que os veja com os olhos diferentes, com o coração de Deus, ou seja, com esperança?. Jesus entrevê uma possibilidade de ressurreição mesmo para quem fez um monte de opções erradas”.
Comportamento de Jesus não ficou 'barato'
Mas esta atitude, disse Francisco, levou Jesus à Cruz:
“Jesus não foi crucificado porque cura doentes, prega a caridade e proclama as Bem-aventuranças, mas (e sobretudo) porque perdoa os pecados, quer a libertação total e definitiva do coração humano, não aceita que o ser humano arruíne toda a sua existência com uma ‘tatuagem’ indelével, com o pensamento de não poder ser acolhido pelo coração misericordioso de Deus”.
“Por isso, perdoa aos pecadores. E este perdão divino é o motor da esperança! Com o perdão, os pecadores readquirem a serenidade a nível psicológico, vendo-se livres do sentimento de culpa. Mas Jesus faz muito mais: oferece-lhes a esperança de uma vida nova, uma vida caraterizada pelo amor”.
Igreja é povo de pecadores
Somos todos pobres pecadores, carentes da misericórdia de Deus, que tem a força de nos transformar e de nos oferecer esperança, todos os dias. Concluindo, o Papa completou:
“A quem compreendeu esta verdade basilar, Deus confia a missão mais bela do mundo: o anúncio de uma misericórdia que Ele não nega a ninguém”.
(CM)
Papa: que não se repitam esses crimes vergonhosos em locais de culto
Cidade do Vaticano (RV) – Antes de saudar os peregrinos italianos ao final da audiência, o Papa Francisco recordou os atos de violência contra os cristãos na Nigéria e na República Centro-Africana:
“Fiquei profundamente entristecido pela tragédia ocorrida no último domingo na Nigéria, dentro de uma igreja, onde foram mortas pessoas inocentes. E infelizmente esta manhã chegou a notícia de violências homicidas na República Centro Africana contra a comunidade cristã. Faço votos de que cesse toda a forma de ódio e de violência e não se repitam mais crimes assim vergonhosos, perpetrados em locais de culto, onde os fiéis se reúnem para rezar”.
"Pensemos nos nossos irmãos da Nigéria e da República Centro-Africana e rezemos por eles todos juntos....Ave Maria...".
No último domingo, durante a celebração de uma Missa na Igreja de Saint Philips em Ozubulu, sudeste da Nigéria, alguns homens armados entraram no templo atrás de um “barão da droga”. Depois de tê-lo atingido, na fuga passaram a disparar contra os fiéis.
Segundo o Bispo da Diocese nigeriana de Nnewi, Dom Hilary Paul Odili Okeke, os mortos são 13 e os feridos 26.
Em um telegrama enviado na segunda-feira, o Papa se disse “profundamente entristecido ao tomar conhecimento da perda de vidas e os ferimentos causados pelo violento ataque”, “estendendo o seu sentido pesar a todos os fiéis da Diocese de Nnewi, em particular às famílias dos mortos e a todos aqueles que foram atingidos pela tragédia”. (JE)
Papa na Colômbia deve atrair 1.500.00 de peregrinos, estimam autoridades
Bogotá (RV) – Segundo os organizadores da viagem do Papa Francisco à Colômbia, são esperadas em Bogotá “700 mil pessoas provenientes principalmente das cidades vizinhas e de outros Departamentos como Boyacá, Huila e Tolima”.
Deste número, fazem parte “23 mil peregrinos de outras nacionalidades”, que representam 3,4% do total de turistas projetados para a capital colombiana.
Em Villavicencio (centro), cidade que o Papa visitará em 8 de setembro, “são esperados mais de 500 mil visitantes”, enquanto que em Medellín (noroeste), as autoridades calculam que ao menos 176 mil pessoas irão encontrar o Papa no dia 9.
Por fim para Cartagena, última etapa da viagem, as projeções indicam a presença de cerca de 88 mil colombianos e 10 mil estrangeiros.
Os organizadores também estimam que a presença do Papa no país irá movimentar a economia local, com a entrada de 57 milhões de dólares, somente nas cidades de Bogotá, Medellín e Cartagena. (JE/EFE)
"Prioridade do Papa é a paz", diz Card. Parolin ao comentar viagem à Rússia
Cidade do Vaticano (RV) – “Neste momento histórico, no qual assistimos a um aumento das tensões e conflitos em várias partes do mundo, a paz constitui para o Papa e para mim pessoalmente, uma prioridade clara e inderrogável”.
É o que enfatiza o Cardeal Pietro Parolin em entrevista ao “Corriere dela Sera”, confirmando que de 20 a 24 de agosto estará na Rússia.
Encontros com Putin e Kirill
“Estão agendados encontros quer com o Presidente da Federação Russa Putin, quer com o Patriarca de Moscou Kirill. A necessidade e a urgência de buscar a paz e as modalidades em como fazê-lo, certamente estarão entre os temas principais dos colóquios”, antecipou o Secretário de Estado.
Rússia tem papel na estabilidade do continente
“A Santa Sé – explicou o purpurado - nutre um especial interesse pela vasta região oriental da Europa que, além das ricas tradições culturais e religiosas, tem um papel a desempenhar na busca de uma maior estabilidade para o continente e de uma maior unidade, inclusive nas relações entre Leste e Oeste”.
“É importante que cada ocasião sejam aproveitada para encorajar o respeito, o diálogo e a colaboração recíprocos, em vista da promoção da paz”, reitera o responsável pela diplomacia vaticana.
Bem comum acima de outros interesses
O Cardeal Parolin recorda que “a Igreja não cessa de chamar todos os responsáveis políticos do planeta a não antepor os interesses nacionais ou mesmo particulares, ao bem comum; ao respeito do direito internacional: não o direito da força, mas a força do direito; ao desenvolvimento de todos os homens; à concórdia e à colaboração entre as Nações. E o método é sempre o diálogo”.
Em relação à crescente tensão entre Rússia e Estados Unidos – disse o purpurado – “nutro a confiança de que ambas as partes saberão agir com a devida responsabilidade para evitar o aumento da tensão, dispostas também a reconhecer os eventuais erros que possam estar na origem de tal situação. Seria dramático se não se fizesse nada a este respeito e, por consequência, as relações se deteriorassem ulteriormente”, afirma.
Encorajar iniciativas que melhorem relações
O Cardeal Parolin considera ademais, “importante o papel das Igrejas e das sociedades civis em encorajar toda iniciativa que permita tornar mais positiva a atmosfera geral”.
(JE)
Capítulo Franciscano: "As esteiras de ontem e de hoje"
Aparecida (RV) - “O Capítulo das Esteiras, realizado de 3 a 6 de agosto em Aparecida, que reuniu a Família Franciscana do Brasil, retoma algo peculiar na espiritualidade franciscana que é o encontro de irmãos e irmãs, celebrando o Deus da vida e voltando às fontes, ao espírito das origens, na experiência da fraternidade, como aconteceu com São Francisco”, diz Frei Éderson Queiroz, Presidente da Conferência da Família Franciscana do Brasil – CFFB, referindo-se aos primórdios da Ordem quando os frades se reuniam em capítulo e, porque eram muitos e não havia hospedagem para todos, tinham que pernoitar nas esteiras.
“Ali era o encontro. E daquele capítulo, eles partiam renovados, fortalecidos e com um grande desejo de irradiar no mundo a experiência da fraternidade vivenciada na escuta do Evangelho na Porciúncula, junto a Santa Maria dos Anjos”, acrescenta Frei Éderson.
“Somos peregrinos e forasteiros chamados a construir uma sociedade com as marcas do Reino, antecipando o céu na terra”, afirma, em entrevista exclusiva à RV.
“Alegria, profetismo, e grito de esperança por toda a agressão à mãe-terra e à irmã-natureza: para que todos nós sejamos mais aliados dos pobres. Como dizia São Francisco, seria uma alegria estar junto dos leprosos, dos mendigos, daqueles que são considerados ‘o resto da sociedade’. Aparecida, uma nova Porciúncula”.
Ouça a entrevista, clicando aqui:
(cm)
Cidade do México, local perigoso para exercer Ministério sacerdotal
Cidade do México (RV) – Com a morte do sacerdote José Miguel Machorro, apunhalado na Catedral Metropolitana em 15 de maio, a Cidade do México revela-se como a metrópole mais violenta e insegura para sacerdotes e religiosas, de acordo com uma análise elaborada pelo Centro Católico Multimedial.
Aos assassinatos, somam-se roubos em templos e conventos, sem falar na explosão de uma bomba na sede da Conferência Episcopal Mexicana.
Segundo o “Informe sobre a violência no México contra sacerdotes”, a capital é a cidade mais perigosa para exercer o sacerdócio, superando Guerrero e Veracruz, onde foram assassinados oito sacerdotes nos últimos 26 anos.
Nos últimos meses, sacerdotes e religiosas da Arquidiocese do México têm sido vítimas da delinquência comum, como pequenos roubos, mesmo dentro das igrejas, e que não costumam ser denunciado às autoridades.
Mas há incidentes mais graves, como a tentativa de assassinato do sacerdote Juan Botello, ocorrido em julho em Iztacalco.
Sacerdotes assassinados na Cidade do México desde 1994
1994 - Fray Abdias Díaz, da Ordem dos Missionários de Guadalupe, atacado com requintes de crueldade em 2 de dezembro, no sul da Cidade do México.
2006 - Diácono Juan Francisco Castrejón, de 34 anos, assassinado com dois tiros em 27 de fevereiro, quando circulava a bordo de seu automóvel.
2007 - Missionário Ricardo Junious Sanders, de 76 anos, assassinado em 28 de julho na Paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, em colônia San Rafael.
2008 - Padre Julio César Mendoza Acuña, de 33 anos, assassinado por dois indivíduos em 2 de maio. Era pároco da Iglesia Nossa Senhora de Fátima, Venustiano Carranza.
2010 - Presbítero José Luis Parra Puerto, de 50 anos, assassinado em 27 de abril por dois individuos ao sairr de uma reunião. Seu cadáver foi encontrado em Nezahualcóyotl, Estado de México. Era Vigário em Asunción Sagrario Metropolitano, Catedral Metropolitana.
2010 - Religioso Francisco Escamilla Sánchez, Diretor do Colégio Instituto Marista México, de 42 anos, assassinado em 2 de fevereiro. Motivações do crime desconhecidas.
2011 - Sacerdote José Francisco Sánchez Durán, 60 anos, assassinado em 26 de abril, vítima de latrocínio. Era encarregado da Igreja “Patrocinio de San José”, colônia Educación, Coyoacán.
2011 - Sacristão Luis Miguel Islas de 54 anos, do templo “la Conchita”, de Zapotitlán, Tlahuac, assassinado com cinco tiros na cabeça, disparados por um indivíduo que tentou roubar a caminhonete que transportava artigos religiosos.
Episódios violentos registrados em 2017
12 de janeiro - Roubo na Reitoria de Nossa Senhora de Covadonga, em Lomas de Chapultepec. Três homens aramados furtaram alguns objetos e o dinheiro obtido com serviços religiosos do dia.
15 de maio - Padre José Miguel Machorro, apunhalado na Catedral Metropolitana, faleceu em 3 de agosto.
3 de julho – Homens armados invadiram a casa parroquial na colônia Juventino Rosas, agredindo o sacerdote Juan Botello. Antes de fugir, levaram o dinheiro vindo da coleta das missa. O assalto não foi denunciado.
25 de julho – Explosão de uma bomba na entrada da sede da Conferência Episcopal mexicana, localizada junto à Basílica, em Gustavo A. Madero.
(JE com informações de Desdepuebla.com)
Venezuela: Card. Urosa considera arbitrárias medidas do governo
Caracas (RV) – O Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino, expressou o seu “assombro e rechaço” diante das medidas tomadas nos últimos dias pelo governo de Nicolás Maduro, porque “vão contra a vontade do povo soberano”.
Em particular, o purpurado condenou a expulsão da Assembleia Nacional da sua sede legal no Palácio Federal Legislativo e a destituição dos prefeitos da oposição.
Trata-se de medidas que “assombram pela sua violência e arbitrariedade”, afirma o purpurado em um comunicado divulgado na terça-feira (08/08) pela Arquidiocese, que exorta o Presidente Nicolás Maduro a “buscar soluções para a crise econômica, política e social que vive o país”.
Invasão do Parlamento é inaceitável
Durante a noite de 8 de agosto, a sede do Palácio Legislativo em Caracas foi ocupada militarmente pela Guarda nacional, que impediu o acesso dos deputados, a maioria da oposição.
A ocupação da sede legislativa por parte da Assembleia Nacional Constituinte foi considerada pelo Cardeal Urosa como “uma invasão arbitrária” por parte de um “organismo invalidamente constituído, porque não foi convocado pelo povo e cuja eleição é suspeita de fraude”.
O Purpurado sublinha que a expulsão deste importante órgão público “atenta contra a vontade do povo que elegeu a Assembleia Nacional nas consultas de 2 de dezembro de 2015”
O Arcebispo reiterou que “a Constituinte” não tem o direito de apropriar-se da sede da Assembleia Nacional, reafirmando que “este é um ato arbitrário, violento, e portanto, inaceitável”.
Violação dos direitos dos prefeitos
O Cardeal Urosa pronunciou-se também contra as “gravíssimas” sanções impostas pelo Supremo Tribunal de Justiça contra alguns prefeitos da oposição.
São 14, de fato, os prefeitos da oposição ameaçados nos últimos meses pelo Tribunal. Três deles já foram condenados a diversos anos de prisão.
O Arcebispo referiu-se, em particular, à destituição e à prisão ocorrida na última segunda-feira do Prefeito de Chacao, Ramón Muchacho, e ao pedido para que se apresentem esta quarta-feira o Prefeito de El Hatillo, David Smolansky e o Prefeito de Lecherías, ambos acusados pelo Tribunal de insubordinação.
“Estas sanções – afirma o purpurado – vão contra os direitos dos prefeitos e da vontade do povo que os elegeu para administrar os próprios municípios”.
Por fim, o comunicado da Arquidiocese pede que “cessem estas ações e se crie um ambiente de calma que permita encontrar soluções para a crise do país”. (JE/AT)
Bispos do Equador fazem exortação a tutelar o bem comum
Quito (RV) - “Nós bispos do Equador expressamos nossa preocupação e pedimos àqueles que têm responsabilidades políticas, e aos cidadãos, que o país seja respeitado como instituição e que o bem comum seja colocado em primeiro lugar em relação aos interesses de partido e ideológicos, assim como indicam a nossa Constituição e a vontade popular expressa nas urnas.” É o que afirma a Conferência episcopal em relação à crise política que a nação sul-americana está vivendo nestes dias.
Passados apenas quatro meses das eleições presidenciais e três da tomada de posse do Presidente Lenín Moreno, o próprio chefe de Estado tirou todas as atribuições de seu vice Jorge Glas, fidelíssimo do ex-presidente Rafael Correa, por seu envolvimento na investigação Odebrecht sobre presumíveis casos de corrupção, partidos do Brasil e difundidos em outros países do continente.
É cedo para entender se o partido de maioria corre o risco de divisões insanáveis. Porém, imediatamente após a tomada de posse tornaram-se evidentes as divergências de pontos de vista entre o presidente (propenso a alguma descontinuidade, sobretudo no estilo, em relação a Correa) e seu vice. Em todo caso, trata-se de uma situação política muito delicada, inclusive considerando a crise em andamento na Venezuela.
Num comunicado, o conselho de presidência da Conferência episcopal afirma que “esta ruptura não pode nem deve distrair o país do caminho empreendido pelo presidente da República nem colocar sombra na ação da magistratura e dos órgãos de fiscalização do Estado contra a corrupção. O momento que estamos vivendo exige que todos, governantes e governados, mostrem equilíbrio, transparência e respeito pela lei”, acrescenta.
Os bispos se dizem preocupados sobretudo com as possíveis consequências da crise sobre a população. “Estamos principalmente preocupados com o empobrecimento do nosso povo, primeira vítima da crise econômica e ética; o povo sofre na própria carne as consequências de uma corrupção que, de modo algum, pode ficar impune, porque sempre a impunidade causa maior corrupção ainda”, afirmam os bispos equatorianos. (RL)
Coreia do Norte liberta missionário canadense preso desde 2015
Seul (RV) – A Coreia do Norte anunciou esta quarta-feira (09/08) a libertação “por razões humanitárias” do missionário canadense Lim Hyeon-soo, preso desde 2015.
Ele havia sido condenado a trabalhos forçados acusado de cometer “atos hostis” contra o país.
Lim foi libertado “por motivos de enfermidade e sob um ponto de vista humanitário”, segundo a decisão do Tribunal Central da RPDC (Coreia do Norte), informa um comunicado divulgado pela cadeia estatal coreana KCNA.
O cidadão canadense de origem coreana viajou à Coreia do Norte através da China no início de janeiro de 2015 e no mesmo mês foi detido pelas autoridades norte-coreanas.
A justiça do regime – em um julgamento realizado em Pyongyang no final de 2015 - o condenou a trabalhos forçados por toda a vida, por ter realizado atividades subversivas contra o país.
A máxima instância judicial do país considerou que Lim Hyeon-soo havia conspirado para derrubar o regime, em um suposto complô liderado pelos governos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.
Assim, sua condenação foi por ter realizado “atividades subversivas” com o objetivo de “atingir a dignidade da direção suprema e o sistema social da RPDC” e ter exercido “atividades religiosas anti-RPDC”.
O condenado, um sexagenário que liderava a Igreja Presbiteriana da Luaz, de Mississauga, proximidades de Toronto, reconheceu estas acusações em uma “confissão” divulgada em julho de 2015 pela agência oficial do governo.
Várias organizações denunciaram que o testemunho muito provavelmente tenha sido forçado pelas autoridades.
Sua libertação ocorre em um momento de máxima tensão na península coreana, pela escalada dialética entre o regime de Kin Jong-um e a administração de Donald Trump, e depois da morte do estadunidense Otto Warmbier em junho, depois de ter passado pelas prisões norte-coreanas.
Warmbier faleceu depois de ter sido libertado e enviado aos Estados Unidos em estado de coma, depois de passar 17 meses na prisão na Coréia do Norte.
(JE/EFE)
Imprensa católica francesa cria Prêmio em memória de Padre Hamel
Paris (RV) - Apoiar todas as iniciativas em favor da paz e do diálogo inter-religioso: com esse objetivo, a Federação da mídia católica (Fmc) na França decidiu instituir o “Prêmio Padre Jacques Hamel”, em memória do sacerdote assassinado por mão jihadista em 26 de julho de 2016 durante a missa por ele celebrada na Igreja de Santo Estêvão de Rouvray, próximo de Rouen.
“No âmbito dos dramas que marcaram a atualidade nestes últimos meses, na França e em outros lugares, a mídia teve um papel essencial na resistência ao ódio e à violência” – lê-se num comunicado da Fmc.
Nessa ótica, “o Prêmio Padre Hamel será destinado a um trabalho jornalístico de qualidade, colocado a serviço dessa causa”. As matérias jornalísticas que concorrerão ao Prêmio deverão ser difundidas, pela primeira vez, durante 2017 e poderão pertencer a jornais da imprensa escrita, do rádio ou da televisão.
O reconhecimento, atribuído por um júri instituído para tal, corresponderá a 1.500 euros e será designado no âmbito das Jornadas internacionais São Francisco de Sales, cuja realização está programada para Lourdes, na França, em janeiro de 2018.
A escolha da ocasião não é casual: efetivamente, graças a sua capilar obra de difusão da doutrina cristã, São Francisco de Sales tornou-se Patrono dos jornalistas.
O homicídio de Padre Hamel, ocorrido um anos atrás, suscitou comoção no mundo inteiro. Em 14 de setembro passado o Papa Francisco celebrou a missa matutina na Casa Santa Marta, no Vaticano, em sufrágio do sacerdote da qual participaram 80 peregrinos da Diocese de Rouen, junto com seu bispo, Dom Dominique Lebrun.
Na ocasião, o Pontífice definiu Padre Hamel “um homem bom, mansueto, fraternal, que sempre buscava a paz” e que, ao invés, “foi assassinado como se fosse um criminoso. Esse é o fio satânico da perseguição”, acrescentou Francisco. (RL)
S. Francisco de Assis: modelo de diálogo para toda a Igreja
Cidade do Vaticano (RV) – Em junho deste ano foi dada a largada para a celebração dos 800 anos da presença franciscana na Terra Santa. Uma presença que nasceu do desejo do próprio fundador, S. Francisco de Assis, num momento de relações conturbadas entre cristãos e muçulmanos.
Oitocentos anos se passaram e o Fr. Bruno Varriano, Guardião e Reitor da Basílica da Anunciação em Nazaré, fala do significado desta celebração para a Igreja de modo geral, e para ele de modo especial:
"O significado é um modelo de diálogo para toda a Igreja", afirma Fr. Bruno. "É lembrar que nesses 800 anos os frades deram a vida por esses lugares. Para mim, significa que não posso e não quero perder a minha identidade."
Oriente Médio: conflitos criam uma "geração perdida" de crianças e jovens
Beirute (RV) – A violência no Oriente Médio, não somente as guerras, mas também homicídios e suicídios, criou uma “geração perdida” de crianças e jovens, privados de recursos no presente e de esperança no futuro.
É o que revela um relatório publicado nestes dias por alguns pesquisadores do renomado “International Journal of Public Health”, com base nos acontecimentos envolvendo 22 países, entre os quais Afeganistão, Irã, Somália, Sudão, Síria, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Os dados são de 2015.
Taxas de suicídios e homicídios
Nas áreas objeto do estudo – em que vivem 600 milhões de pessoas – a taxa de suicídios e homicídios é dez vezes superior ao número de vítimas das várias guerras em andamento, com o fenômeno atingindo sobretudo os homens.
As mortes violentas em 2015 provocaram até 1,4 milhões de vítimas. A estas se somam os 144 mil mortos no contexto dos conflitos que incendeiam o Oriente Médio e as nações das áreas adjacentes.
Incidência sobre as novas gerações
Já no passado estudiosos e especialistas haviam lançado o alarme sobre o futuro das jovens gerações da região.
Em 2015 um estudo de uma agência especializada das Nações Unidas havia revelado que as guerras e as violências haviam privado 13 milhões de crianças do direito à educação e da possibilidade de frequentar a escola, muitas vezes destruídas ou danificadas.
Em jogo, não está somente a questão do dano físico provocado às escolas, mas também o “desespero” sentido por uma inteira geração de alunos que veem a sua esperança e o seu futuro despedaçados.
Geração perdida de crianças e jovens
O Diretor do Departamento médio-oriental do Institute for Health Metrics ans Evaluation (Ihme), da Universidade de Washington – um dos principais responsáveis pela pesquisa – sublinha que uma violência “endêmica e intratável” criou uma “geração perdida” de crianças e jovens.
O futuro do Oriente Médio – acrescenta – se apresenta com “tintas foscas”, caso não se encontre um modo para garantir “estabilidade’ à região.
Doenças mentais
Os pesquisadores constatam ainda na região médio-oriental um “forte aumento” de casos de doenças mentais e problemáticas a fins, como depressão, ansiedade, distúrbio bipolar e esquizofrenia.
“Em 2015 – explica o relatório – cerca de 30 mil pessoas na região se suicidaram e mais de 35 mil foram mortas por violências interpessoais, o que representa um aumento de 100 e de 152% respectivamente, em relação aos últimos 25 anos”.
Falta de psiquiatras e psicólogos
A isto se soma a falta crônica de psiquiatras e psicólogos, elemento que contribui para piorar a situação. Em nações como Líbia, Sudão e Iêmen, existem somente 0,5 psiquiatras para cada 100 mil habitantes. Nas nações europeias, a relação é de 40 para cada cem mil.
Aumento da Aids
Por fim, é constatado um forte aumento (cerca de 10 vezes) no número de mortes provocadas por Aids/HIV no período entre 1990-2015.
A maior parte dos casos foi verificada na Somália e no Sudão, assim como no Djibuti, o que demonstra que a patologia não é tratada de maneira tempestiva e os doentes não recebem os cuidados adequados.
(JE/Asianews)
Cruz Vermelha condena assassinato de seis voluntários na Rep. Centro-Africana
Genebra (RV) – A Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICR) expressou esta quarta-feira sua profunda consternação e tristeza pela morte violenta de seis de seus voluntários na República Centro Africana.
Os voluntários participavam em 3 de agosto de uma reunião sobre a crise no Centro de Saúde de Gambo, na Prefeitura de Mbomou (sudeste do país), quando em um acontecimento violento, do qual não se conhecem detalhes, várias pessoas foram mortas, entre os quais os voluntários.
“Estamos consternados pelas notícias da morte de nossos voluntários. Fazemos um chamado a todas as partes para que evitem a morte de civis e para respeitar a todos os trabalhadores humanitários”, disse em um comunicado Antoine Mbao-Bogo, Presidente da Cruz Vermelha da República Centro-Africana.
A entidade condenou de forma veemente o ataque, o terceiro deste tipo desde o início do ano.
Na Audiência Geral desta quarta-feira o Papa Francisco condenou os ataques violentos perpetrados na Repúblicas Centro-Africana e na Nigéria, e pediu que cesse “todas as formas de ódio e de violência” e que “não se repitam estes crimes vergonhosos em locais de culto onde as pessoas se reúnem para rezar”.
Já o Bispo da cidade de Bangassou, Dom Juan José Aguirre Muñoz, denunciou na noite de terça-feira - em uma mensagem enviada a seu irmão - que um grupo de homens armados havia atacado uma missão católica localizada a 75 km de Bangassou, quando foram assassinadas 50 pessoas.
(JE/EFE)
RCA: Bispo de Bangassou denuncia violência contra missões
Bangui (RV) – Dom Juan José Aguirre Muñoz, 63, espanhol, é o bispo comboniano de Bangassou, sudeste da República Centro-africana. Este é o relato enviado por e-mail e whatsapp a um irmão, na noite de 8 de agosto:
“Atacaram a missão de Gambo, a 75km de Bangassou e jovens muçulmanos ‘seleka’ degolaram muitos homens e crianças. Não ouvem ninguém, querem apenas brigar. Sentam-se na frente da catedral e não deixam as pessoas entrar. Há três domingos não conseguimos abri-la”.
Dom Aguirre explica ainda que aos domingos vai ao Congo celebrar a missa, onde há 10 mil desabrigados. O bispo declara que ‘não confia nos soldados da Minusca, o comando coordenado pela ONU com tropas africanas’.
“Precisamos de suas orações”, escreve ao irmão.
“A missão de Gambo foi saqueada, cinquenta pessoas foram mortas, e a missão de Bema também corre o mesmo risco”, adverte.
Em recente entrevista à Rádio Vaticano, o bispo denunciou as terríveis violências e o terror em que a população vive: “Cerca de dois mil muçulmanos permanecem entrincheirados num pequeno seminário do arcebispado de Bangassou ‘sob proteção da Igreja’ e de capacetes azuis marroquinos. Ao seu redor – avisou - milicianos anti-balaka estão prontos a matá-los”.
(CM)
Relatório aponta: comportamento humano gera aquecimento global
Washington (RV) – A atividade humana é uma das causas principais das mudanças climáticas e de seus graves efeitos: é o que denuncia um relatório redigido por cientistas de 13 agências governamentais dos EUA e cujo esboço foi publicado pelos jornais New York Times e The Washington Post.
O relatório “contradiz diretamente as afirmações do presidente Trump e de membros de seu gabinete de que a responsabilidade humana no aquecimento global é incerta e que a capacidade de prever seus efeitos é limitada”, destaca o NYT.
Os anos mais quentes da História
O estudo, que está ainda aguardando a aprovação do governo, aponta que a temperatura média nos EUA começou a aumentar na década de 80 do século XX e estas foram as décadas mais quentes dos últimos 1500 anos. “Há muitas provas que demonstram que as atividades humanas, especialmente as emissões de gases do efeito estufa, são as primeiras responsáveis pelas recentes mudanças no clima”, escrevem os especialistas.
O ‘National Climate Assessment’ é o documento preparado e publicado a cada quatro anos como parte da avaliação climática em nível nacional, e tem o aval da Academia Nacional de Ciências. Os Estados Unidos anunciaram sexta-feira (04/08) que seguirão participando das negociações internacionais sobre a mudança climática visando proteger seus interesses, apesar de sua prevista saída do Acordo de Paris de 2015 sobre o aquecimento global.
Aumento da temperatura é dramático
Segundo dados coletados, todo o território dos EUA será tocado pelas mudanças climáticas e as temperaturas vão subir de 2,8 a 4,8 graus até o final do século. O aquecimento é mais alarmante no Alasca e na região Ártica, com consequências nos níveis dos mares.
Cientistas consultados pelos dois jornais temem que a Casa Branca, que recebeu o relatório há algumas semanas, decida desprezá-lo e evitar sua publicação definitiva.
Em sua Encíclica Laudato si, publicada em 2015, o Papa Francisco chama em causa a humanidade para a necessidade de mudanças de estilos de vida, de produção e de consumo, para combater o aquecimento global ou, pelo menos, as causas humanas que o produzem ou acentuam.