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Sumario del 11/08/2017

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa intima religiosos belgas a deixar de oferecer eutanásia a doentes mentais

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Cidade do Vaticano (RV) – A Sala de Imprensa da Santa Sé confirma que o Papa Francisco ordenou ao ramo belga do Instituto religioso dos Irmãos da Caridade para por fim até este mês de agosto à prática de oferecer a eutanásia aos pacientes psiquiátricos internados nas estruturas que administra. 

A ordem foi transmitida pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica ao Superior Geral do Instituto, Frei René Stockman. Caso não for atendida, será ocasião para severos procedimentos canônicos, que podem incorrer em excomunhão.

O próprio Stockman havia afirmado à Agência dos bispos estadunidenses CNS que o Papa havia aprovado pessoalmente a intimação para que os métodos em uso fossem interrompidos até agosto pela instituição, que administra 15 centros para pacientes com problemas psiquiátricos.

Uso da eutanásia

O grupo dos Irmãos da Caridade havia anunciado em maio que permitiria que os médicos realizassem a eutanásia em seus 15 hospitais psiquiátricos na Bélgica – país que junto com a Holanda autoriza o uso da eutanásia em pacientes com problemas de saúde mental.

A instituição de caridade disse em uma declaração que a eutanásia só seria realizada caso não houvesse "nenhuma alternativa de tratamento razoável".

A eutanásia vai contra os princípios da Igreja Católica e a Santa Sé começou a investigar a decisão do conselho de administração do grupo em permitir a prática da eutanásia.

Magistério da Igreja

Os religiosos que fazem parte do conselho do Grupo Irmãos da Caridade deverão assinar uma carta a ser enviada ao Superior Geral declarando que “apoiam plenamente a visão do Magistério da Igreja Católica, que sempre confirmou que a vida humana deve ser respeitada e protegida em termos absolutos, desde o momento da concepção até seu fim natural”.

Os irmãos que se recusarem a assinar tal declaração sofrerão sanções com base no Direito Canônico, enquanto o grupo poderá sofrer ações legais, o que contempla até mesmo a expulsão da Igreja caso não houver mudança nos métodos usados.

“O grupo – acrescentou Stockman – não deve mais considerar a eutanásia, em nenhuma circunstância, como solução para os sofrimentos humanos”.

(JE/AP)

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Iniciativa "O Papa pela Ucrânia" já financiou 80 projetos

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Cidade do Vaticano (RV) - Cerca de 80 projetos, grandes e pequenos, foram realizados no último ano graças à iniciativa “O Papa pela Ucrânia”, a coleta de fundos feita nas igrejas de toda a Europa após a coleta extraordinária para o país do leste europeu lançada pelo Pontífice em 3 de abril de 2016 e realizada no domingo, 26 do mesmo mês.

No site popeforukraine.com encontra-se uma informação detalhada continuamente atualizada sobre os programas aprovados e colocados em execução: do campo de verão para um grupo de 86 crianças provenientes de áreas sensíveis de Donbass, que puderam passar férias em Savudrija, na Croácia, assistidas pela Caritas ucraniana; à cobertura dada à associação Emmanuel para projetos de ajuda às populações vítimas do conflito nos territórios da parte leste.

Também nesse caso, em primeiro lugar, “o dinheiro é destinado a organizar os campos de férias chamados “territórios de paz” nas próprias áreas atingidas disponibilizados para duas mil crianças” e, em segundo lugar, à distribuição de caldeiras para 1410 famílias nos vilarejos de Krasnogorivka e Maryinka, explica a coordenadora Galina Kucher – reporta o jornal vaticano L’Osservatore Romano.

Em Maryinka serão instaladas também duas caldeiras móveis e duas creches, que podem acolher 600 crianças cada uma, a fim de permitir-lhes poder voltar para casa. Por fim, será modernizado um hospital de Kramatorsk e uma pequena cota servirá para construir um poço no vilarejo Bakmukta.

Desde sua criação, o comitê presidido pelo bispo auxiliar de Kharkiv-Zaporizhia, Dom Jan Sobilo, monitorou as situações presentes na Ucrânia e destinou os fundos arrecadados às pessoas mais vulneráveis.

Foram delineados os critérios de seleção e aprovados os procedimentos de realização e de revisão, tendo como parceria organizações ucranianas e internacionais, fundações caritativas e comunidades paroquiais que implementaram programas de assistência, sobretudo em favor dos deslocados nas zonas de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzia, Dnipro e Kharkiv.

Por fim, a Secretaria de Estado encarregou o núncio apostólico em Kiev, Arcebispo Claudio Gugerotti, de manifestar grande apreço e profundo reconhecimento ao comitê “O Papa pela Ucrânia” e, em particular, a seu presidente, pela dedicação, generosidade e eficácia da atividade realizada.

Por disposição da Santa Sé, a partir de 31 de agosto todo esse trabalho será substituído por uma secretaria técnica, à qual se deseja bom trabalho desde já agradecendo pela disponibilidade manifestada. (RL/L’Osservatore Romano)

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Dom Paglia: Romero, testemunho que marcou a história da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) – O Postulador da Causa de Canonização de Dom Óscar Romero, Dom Vincenzo Paglia, celebrará este sábado (12/08) na Catedral de São Jorge de Southwark, em Londres, uma Missa por ocasião do centenário de nascimento do Arcebispo salvadorenho, em 15 de agosto de 1917.

Dom Romero foi assassinado em 1980 por  um membro dos esquadrões da morte - ativos na época da guerra civil salvadorenha - enquanto celebrava a Missa na capela do Hospital da Divina Providência, em San Salvador. A Cruz de Romero conservada na Catedral inglesa contém relíquias do Beato.

Outra iniciativa importante no mesmo âmbito será a celebração ecumênica das Vésperas na Catedral de Westminster em 23 de setembro, na presença de representantes de todas as Igrejas cristãs da Inglaterra.

Dom Paglia falou à Rádio Vaticano sobre a importância em recordar a memória do Beato Romero:

“Recordá-lo é importante porque é um dos testemunhos que marcou a história da Igreja, a partir do Vaticano II. Não por acaso em 24 de março, dia de seu martírio, celebram-se os mártires de toda a Igreja contemporânea – os novos mártires – e além disso, as próprias Nações Unidas elegeram este dia como dia de memória da liberdade da própria fé, do testemunho das próprias convicções”.

RV: Não se deve esquecer que ainda existem resistências, mesmo na casa de Dom Romero, em El Salvador, em relação à sua memória...

“As resistências, infelizmente, não são somente em casa, mas também fora, e perto de nós muitas vezes. A resistência nascia do fato que, como escreve o Concílio Vaticano II, como a Igreja latino-americana imediatamente após o Concílio Vaticano II havia afirmado: o Evangelho não é indiferente, o Evangelho não é uma devoção, o Evangelho transforma o mundo. E Romero havia compreendido que, para mudar o mundo, era necessário partir, como escreve o Evangelho, do amor pelos pobres. Muitos pensaram que esta escolha pelos pobres era uma escolha política, ditada quem sabe por uma análise marxista, etc. Mas não é assim: a escolha de amar os pobres para mudar o mundo é a mesma que fez Jesus. Esta escolha Romero fez sua, e muitos se opuseram, até matá-lo. Se opuseram aqueles que, mesmo  cristãos, eram porém ditadores, aqueles que queriam subjugar os mais pobres, explorá-los e violentá-los. Romero escolheu, pelo contrário, esta Igreja. E eis porque existe um grande consenso sobre ele. Quiseram matá-lo para fazê-lo calar. Romero, com o sacrifício da vida, continua hoje a falar”.

RV: A escolha feita por Dom Romero, como disse o Papa Francisco, o levou também a um martírio post mortem...

“Sim, o Papa Francisco pronunciou estas palavras diante dos bispos de El Salvador e de uma peregrinação de salvadorenhos, vindos para agradecê-lo pela beatificação de Romero. E o Papa Francisco disse estas palavras com uma força que eu não esqueço. É a oposição que ainda hoje muitos, ou alguns, querem fazer à mesma mensagem do Papa Francisco: o Evangelho não deixa o mundo assim como é, o Evangelho não deixa os crentes como se nada houvesse. O Evangelho pede para se fazer escolhas, para estar do lado dos pobres, dos sofredores, de dar a vida por isto, eis porque o Papa Francisco, sublinhando também a oposição post mortem a Romero, no fundo continua a dizer aquilo que já Jesus tantas vezes havia dito: “Se a mim perseguiram, perseguirão também a vós”. E eis porque não devemos render-nos ou retroceder, mas devemos continuar a olhar Romero como um grande exemplo de crente, de novo mártir deste tempo. Como se pode ser cristãos, olhar Romero e depois ser indiferente àqueles que morrem no Mediterrâneo, ou levantar barreiras e muros, ou virar as costas diante dos conflitos”.

RV: Dom Paglia, em que ponto está o processo de canonização?

“Eu acredito que estejamos em um bom ponto. Estamos examinando um milagre que diz respeito a uma mulher grávida e o seu filho que foram, esperemos, milagrosamente curados por intercessão de Dom Romero. Foi concluído o processo diocesano que foi enviado a Roma e iniciamos o exame do milagre. Faço votos de que o processo termine logo. Se tudo isto acontecer, é possível que se possa esperar para o próximo ano a celebração da canonização de Romero”.

(JE/FS)

 

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Iniciativa da Associação Santos Pedro e Paulo em favor dos refugiados

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Cidade do Vaticano (RV) – Um sinal de caridade concreta destinado à acolhida dos refugiados. Assim a Associação Santos Pedro e Paulo quis honrar os padroeiros promovendo também este ano uma iniciativa de solidariedade em apoio às atividades da Esmolaria Apostólica. 

Acolhendo as recomendações do  Esmoleiro pontifício, o Arcebispo Konrad Krajewski, as doações arrecadadas por ocasião do anual jantar social foram destinadas a um projeto para refugiados.

Graças a isto, diversas famílias de sírios em fuga da guerra encontraram assistência e acolhida justamente no Vaticano, em resposta ao apelo à solidariedade que o Papa Francisco lançou com veemência desde sua histórica viagem ao campo de refugiados na Ilha grega de Lesbos.

O Presidente Calvino Gasparini e o assistente espiritual Monsenhor Joseph Murphy aderiram imediatamente ao pedido da Esmolaria, confirmando que a colaboração entre o organismo que constitui o “braço” do Pontífice para a caridade e o instituto que João Paulo II definiu como “a associação da casa do Papa”,  representa um modo tangível de manifestar o especial voto de fidelidade e serviço ao Santo Padre.

O evento beneficente teve lugar no Colégio São José-Instituto de Merode, na Praça de Espanha, centro de Roma, e permitiu arrecadar um valor significativo.

(JE – L’Osservatore Romano)

 

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Redação Brasileira da RV tem novo e-mail

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Cidade do Vaticano (RV) – No âmbito da reforma que está reunindo todos os meios de comunicação da Santa Sé, a Rádio Vaticano, como uma destas realidades, passa a fazer parte da Secretaria para a Comunicação (SPC), instituída pelo Papa Francisco em junho de 2015.  

Neste sentido, o novo e-mail da redação do Programa Brasileiro é: brasil@spc.va.

O antigo endereço, brasil@vatiradio.va, estará ativo até 25 de setembro de 2017.  

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Igreja na América Latina



Começa em São Salvador o "Caminho de Dom Romero"

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San Salvador (RV) – Com o lema: “Caminhando ao local de nascimento do profeta”, a Igreja em El Salvador inicia sexta-feira na capital (11/08) a peregrinação Caminho de Dom Romero” até Ciudad Barrios (noroeste), povoado natal do arcebispo. A celebração conclusiva, recordando 100 anos de nascimento do beato, no próximo 15 de agosto, será presidida pelo arcebispo de Santiago do Chile, Cardeal Ricardo Ezzati, enviado especial do Papa Francisco.

 

Peregrinação terá 150 km

Revelando à imprensa alguns detalhes da peregrinação, o cardeal e bispo auxiliar de São Salvador, Dom Gregorio Rosa Chávez, assinalou que ela deve dar “um sinal de esperança ao povo que peregrina em busca de unidade”.  

Cerca de 700 salvadorenhos devem participar do primeiro dia da caminhada, que totalizará 150 km, informou a Irmã Reyna Zelaya. A assistente do cardeal completou que “está tudo pronto para esta experiência, que marcará a vida de muitas pessoas”.

Quem foi o beato

Óscar Arnulfo Romero y Galdámez foi morto com um tiro na cabeça em 24 de março de 1980 enquanto celebrava missa na capela de um hospital. O inquérito instaurado pela ONU estabeleceu que o criminoso era um sicário de Roberto D’Aubuisson, líder do partido nacionalista Arena, e que o homicídio era uma resposta às contínuas denúncias que o arcebispo fazia das violências cometidas pelas milícias paramilitares contra a população civil.  

A morte de Dom Romero foi reconhecida como martírio ‘in odium fidei’ e o arcebispo foi beatificado em 23 de maio de 2015 em São Salvador.

Um novo milagre pode levá-lo à canonização rápida

Atualmente, segundo o postulador da causa de canonização, Dom Vincenzo Paglia, está sendo analisada a documentação sobre a cura inexplicável de uma gestante que teria sido miraculada por intercessão do beato:

“É importante que se difunda a sua devoção porque seu testemunho é cada vez mais exemplar neste país em que aumentam os conflitos e violência e um espírito de fechamento que está ‘levantando novos muros’. Seu testemunho era radicalmente evangélico e deve ser compreendido em toda sua força. O próprio Papa, dirigindo-se aos bispos salvadorenhos depois da beatificação, falou de um martírio também ‘pós-morte’, referindo-se às críticas a seu reconhecimento”, conclui o arcebispo italiano, Presidente da Academia para a Vida.  

(CM)

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Igreja no Mundo



O altar não é a vossa meta, a vossa meta é o mundo , diz Card. Montenegro aos diáconos

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Roma (RV) – A Diocese italiana de Vicenza será a sede do próximo Encontro Nacional dos Diáconos – o XXVII – a ser realizado em 2019, conforme anunciou o Presidente da Comunidade do Diaconato na Itália, Enzo Petrolino.

À margem dos intensos dias de formação e de debates realizados de 2 a 5 de agosto na localidade siciliana de Altavilla (Diocese de Cefalù), ele sintetizou os conteúdos temáticos tratados pelos palestrantes e relançou o compromisso social e de serviço do diaconato, em continuidade e em preparação ao próximo encontro de Vicenza.

Rede de serviço

Os diáconos devem formar uma “rede de serviço”, de evangelização e de humanidade no contexto sócio religioso contemporâneo. Uma rede que também faça parte desta era das novas mídias, onde a atenção midiática é determinante para favorecer conhecimento e socialização, na defesa do serviço e da missão diaconal.

Central, de fato, é o papel das mídias para criar “rede” e estimular a coletividade ao redor da figura do diácono, ministro da renovação e catalizador para a sociedade fluída e fragmentada que vive a crise de valores.

Compromissos do diaconato em saída

Antes do encontro na Diocese de Cefalù, Petrolino havia escrito uma carta ao Santo Padre na qual indicava os dois compromissos do diaconato em saída, fruto do encontro sobre o tema da acolhida: “coletar fundos para a aquisição de bíblias em inglês e francês na edição interconfessional, para serem distribuídas aos migrantes cristãos pertencentes às diversas Igrejas que continuamente acorrem à Paróquia de Lampedusa e para serem colocadas à disposição dos refugiados que desembarcam na Itália; fazer do próximo dia 19 de novembro – dia que o Papa dedicou aos pobres – “um momento em que precisamente os diáconos se comprometam em deixar que os últimos sejam os protagonistas em cada liturgia eucarística”.

Serviço e compromisso

Uma atitude que se torna assim método de trabalho no serviço e no caminho de fé que os diáconos – cerca de 4.400 em toda a Itália – estão desenvolvendo junto às suas famílias.

Serviço e compromisso com os cinco dons: incardinação, amor esponsal, oração oficial da Igreja, serviço aos pobres e aos imigrantes, proclamação da palavra do Evangelho, que a Igreja a eles confiou e que necessita ser verificado, renovado, qualificado.

Portanto, a formação permanente, espiritual, pastoral e teológica foi o elemento principal para tratar as temáticas urgentes também em relação aos desafios que a Igreja está vivendo, fazendo recurso ao Capítulo III da Evangelii Gaudium do Papa Francisco.

Migrantes, pobres e doentes, âmbitos de ação dos diáconos

“A opção preferencial pelos pobres deve traduzir-se principalmente em uma atenção religiosa privilegiada e prioritária”, diz o Cardeal Montenegro, Presidente da Caritas Itália e Arcebispo de Agrigento, ao sublinhar o empenho dos diáconos sobre a acolhida.

Migrantes, pobres e doentes são os âmbitos de ação dos diáconos, o desafios para “fazer em casa” e para ser “instrumento de caridade” como indicou na prolusão conclusiva.

O altar não é vossa meta

O altar não é a vossa meta, a vossa meta é o mundo” – disse o Cardeal – observando que “a evangelização não é somente o anúncio, mas é sobretudo tornar concreto o anúncio”.

“O diácono deve sujar as mãos, porque a diaconia hoje, como ontem, olha para longe e constrói com esperança o Reino de Deus”.

A diaconia da acolhida é portanto, demonstrar fraternidade e amizade por meio da escuta feita com ouvidos, mente, coração e olhos. O diácono deve ser capaz  de cansar por amor”.

Uma indicação e uma pastoral específica de acolhida para relançar o papel dos diáconos no mundo e enfrentar os novos desafios que o mundo nos apresenta como a da profecia da acolhida. (JE)

 

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Bispo australiano: migrantes merecem ser tratados com dignidade

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Canberra (RV) - Migrantes e refugiados merecem ser tratados “com dignidade”: é o que escreve, numa nota, o bispo de Parramata e delegado para o setor Migrantes e refugiados da Conferência Episcopal Australiana, Dom Vincent Long Van Nguyen.

A declaração do prelado foi feita após, dias atrás, um refugiado do Campo de refugiados de Manus, em Papua Nova Guiné, ter sido encontrado morto. O homem, de 31 anos, era de origem iraniana; o corpo foi recuperado num bosque nas proximidades do Campo de refugiados.

Aqueles que buscam asilo são os mais vulneráveis

“Aqueles que vieram à Austrália em busca de segurança e de uma vida melhor, merecem mais”, escreve Dom Van Nguyen. “As pessoas que buscam asilo são atualmente alguns membros mais vulneráveis da nossa comunidade global.”

Portanto, é fundamental que sejam tratados humanamente, com dignidade. Ademais, devem ser colocados em condições de escolher para onde ir, a países seguros e livres de ulteriores perseguições”, ressalta.

Refugiados aguardam solução para sua situação

Daí, a exortação ao governo australiano “a fornecer serviços de suporte para aqueles que se encontram na ilha de Manus à espera de uma solução para sua situação atual”.

Na nota, também o pedido ao executivo para que “aprove programas de tutela” para tantos migrantes que buscam a salvação via-maris. “É importante impedir perdas de vidas no mar, mas é igualmente importante prestar adequada atenção àqueles que se encontram nos Campos de refugiados e aos quais o governo australiano deve oferecer rápidas possibilidades de reinserção”, ressalta o prelado.

Governo australiano respeite obrigações internacionais

Há tempo no centro do debate internacional por causa de numerosas violações dos direitos humanos, espera-se que o Campo de refugiados de Manus seja fechado. Por isso, Dom Van Nguyen pede ao governo australiano que “respeite suas obrigações internacionais, trabalhando ao lado das Ongs a fim de garantir a segurança de quem busca asilo”.

O governo australiano já foi condenado a pagar o equivalente a 47 milhões de euros como ressarcimento para cerca de dois mil refugiados que pediram asilo, confinados em Manus entre 2012 e 2014 , os quais haviam denunciado abusos sistemáticos. (RL)

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“Black Day”. Bispos da Índia: ainda discriminados os Dalits cristãos

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Nova Déli (RV) - Foi celebrado nesta quinta-feira (10) na Índia, o “Black Day”, o Dia de Protestos promovido pela Igreja Indiana contra as discriminações aos dalits, ou seja, os chamados “fora das castas”, especialmente os cristãos e muçulmanos. O Dia recorda o 10 de agosto de 1950, quando o presidente da Índia aprovou o parágrafo 3 da Constituição sobre Castas Programadas (SC), que garante direitos e prerrogativas somente aos dalits de religião hindu. Em seguida, os dalits sikhs e budistas foram incluídos nesta norma, mas não os dalits cristãos e muçulmanos que estão excluídos até hoje. Sobre este Dia a Rádio Vaticano conversou com o padre Devasagaya Raj, Secretário do Gabinete da Conferência Episcopal da Índia, que se ocupa dos dalits: 

R. - No século 16, muitos Dalits tornaram-se cristãos, e foram chamados de cristãos-dalits. Embora tenham se tornado cristãos, eles tiveram que continuar a sofrer uma forte marginalização socioeconômica, enquanto representavam a maioria dos cristãos na Igreja Católica. Isso significa que 65% dos católicos na Índia são dalits. É por isso que a Igreja reconhece a grande importância deles.

P. Dentro da Igreja e das comunidades cristãs, existe ainda este sistema de castas? Cristãos Dalits ainda são marginalizados?

R. – Sim, e em muitos lugares isso se exprime de modos diferentes; por exemplo, em alguns lugares existem dois cemitérios, dois carros fúnebres e a festa da paróquia é celebrada de duas maneiras diferentes. Você não vai acreditar, mas também há algumas igrejas para os dalits e outras para os não-dalits, e em alguns lugares os dalits não podem participar do coral, nem do serviço ao altar e nas leituras durante a Missa. Entre as muitas discriminações, em alguns lugares não são admitidos ao sacerdócio nem às associações religiosas ...

P. – De que modo se comemora o “Black Day” em 10 de agosto?

R. – É organizado em conjunto pela Igreja Católica, e a Igreja Protestante. Este dia é observado em nível de distrito, estado e também na capital federal, onde os dalits se reúnem na frente da Catedral do Sagrado Coração para manifestar o seu desacordo para não terem sido incluídos nas “castas registradas” e para entregar memorandos aos representantes da governo nacional, lembrando a negação dos direitos dos cristãos dalits.

Discriminação com base legal

Nos dias passados os bispos haviam expresso sua solidariedade ao novo Presidente Ram Nath Kovind, de origem dalit, sem deixar de recordar que no país os dalits que abraçam o cristianismo são discriminados com base na Constituição.

A lei de 1950 sobre “scheduled caste”, assinada em 10 de agosto de 1950 pelo então Presidente da Índia Rajendra Prasad, afirma que “nenhuma pessoa que professa uma religião diferente do hinduísmo pode ser considerada membro das Scheduled Caste”.

Mais tarde a lei foi modificada para incluir os sikhs (em 1956) e os budistas (em 1990).

Os bispos lamentam que a petição civil 180/2004 – que pedia o cancelamento do parágrafo 3 da ordem de 1950 – ainda esteja em tramitação na Corte Suprema.

Direitos negados há 67 anos

Isto significa – consideram – que “os direitos constitucionais dos dalits cristãos e muçulmanos são negados há 67 anos por causa da religião”.

Especificamente, as hierarquias eclesiásticas consideram que o parágrafo 3 é “inconstitucional, uma página triste escrita fora da Constituição e inserida” de forma ilegal “por uma ordem do Executivo”.

Neste contexto, o Presidente do Departamento da CBI, Dom Anthonisamy Neethinathan, dirige a todos os cristãos da Índia o convite para “observarem em 10 de agosto um “Dia Obscuro” nas vossas regiões, dioceses e instituições”.

A data poderá ser recordada na forma de “encontros, reuniões, manifestações, greves de fome, apresentação de memorandum, vigílias e assim por diante”.

Assim – conclui o bispo – “em vossas áreas vocês poderão demonstrar apoio e solidariedade aos cristãos que sofrem por causa de suas origens humildes. Vos convido a usar os meios de comunicação, em particular as redes sociais, para divulgar as notícias na sociedade civil”.

Quem são os dalits

O termo dalit - usado pela primeira vez em finais do século XIX pelo ativista Jyotirao Phule - designa o sistema de castas do hinduísmo, em que os "shudras" ou “intocáveis”, representam o grupo formado por trabalhadores braçais, considerados pelos escritos bramânicos, sobretudo o Manava Dharmashastra, como "intocáveis" e impuros.

Assim, os intocáveis na sociedade hindu são aqueles que trabalham com trabalhos considerados indignos, sujos, lidando com os mortos (animais ou pessoas), com o lixo, ou outros empregos que requerem constante contato com aquilo que o resto da sociedade indiana considera abjeto e desagradável.

São considerados individualmente imundos, impuros, e portanto não podem ter contato físico com os 'puros', vivendo separados do resto das pessoas. Ninguém pode interferir na sua vida social, pois os intocáveis são considerados menos que humanos e não são considerados parte do sistema de castas. (SP-JE)

 

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Formação



Francisco de Assis e Papa Francisco: fundamentalismo do amor

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Cidade do Vaticano (RV) – Oitocentos anos atrás, S. Francisco de Assis. Hoje, Papa Francisco. Para o Guardião e Reitor da Basílica da Anunciação em Nazaré, Fr. Bruno Varriano, o Pontífice continua o gesto feito pelo Santo de Assis de ir ao encontro dos irmãos, como demonstra recentemente a sua viagem ao Egito.

Fr. Bruno encerra esses quatro capítulos da presença franciscana na Terra Santa definindo como “emocionante” ter hoje um “segundo” Francisco na Igreja: 

"Papa Francisco é um continuador de São Francisco, é um exemplo para nós. Ele se preocupa com o outro, com a dor do outro, procura entender o homem", afirma o franciscano. Para o Fr. Bruno, o Papa lembra que o único fundamentalismo cristão é o do amor e do diálogo.

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Pe. Raimundo: difícil encontrar uma resposta para a paz no Sudão do Sul

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, bem-vindo ao nosso espaço de missão! 

A guerra civil no Sudão do Sul colocou em risco de insegurança alimentar seis milhões de pessoas. A esse propósito, eis o que disse o missionário comboniano Pe. Raimundo Rocha dos Santos que recentemente visitou a nossa emissora. 

(MJ)

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Artigo: Semana Nacional da Família

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Rio de Janeiro (RV) - A Igreja sempre procurou servir ao bem da família. Por um lado, por acreditar ser ela além da célula Mãe da sociedade e o santuário da vida, mas é também a “Igreja doméstica” (Constituição Dogmática Lumen Gentium, n. 11). E, por outro, porque está convencida de que “o bem-estar da pessoa e da sociedade humana e cristã está intimamente ligado com uma favorável situação da comunidade conjugal e familiar (Constituição Pastoral Gaudium et Spes, n. 47).

Logo no início de seu pontificado, o Papa São João Paulo II publicou uma Exortação Apostólica sobre a família, como conclusão, precisamente, dos temas tratados e um Sínodo de Bispos sobre a família. Nela, ele afirma com convicção que a evangelização depende essencialmente da saúde espiritual dessa instituição, porque, “onde uma legislação antirreligiosa pretende impedir até a educação na fé, onde uma incredulidade difundida ou um secularismo invasor tornam praticamente impossível um verdadeiro crescimento religioso, aquela que poderia ser chamada “Igreja doméstica” fica como único ambiente, no qual crianças e jovens podem receber uma autêntica catequese” (Papa São João Paulo II, Exortação Apostólica Familiares consortio, n. 52).

Amar a família significa saber estimar os seus valores e possibilidades, promovendo-os sempre. Amar a família significa descobrir os perigos e os males que a ameaçam, para poder superá-los. Amar a família significa empenhar-se em criar um ambiente favorável ao seu desenvolvimento. E, por fim, forma eminente de amor à família cristã de hoje, muitas vezes tentada por incomodidades e angustiada por crescentes dificuldades, é dar-lhe novamente razões de confiança em si mesma, nas riquezas próprias que lhe advém da natureza e da graça e na missão que Deus lhe confiou. É necessário que as famílias do nosso tempo tomem novamente altura! É necessário que sigam a Cristo” (Papa São João Paulo II, Exortação Apostólica Familiares consortio, Conclusão).

A cada ano, durante o mês de agosto onde temos a graça de celebramos aqui no Brasil o mês vocacional, celebramos a semana nacional da família. A Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) disponibilizou o subsídio “Hora da Família” 2017, com temas para os encontros da Semana Nacional da Família, que, iniciando com o Domingo do Dia dos Pais, neste ano acontece de 13 a 19 de agosto. O tema é: “Família, uma luz para a vida em sociedade” está em sintonia com o impulso da Igreja no Brasil para que seja percebida a importância das ações dos cristãos leigos e leigas na sociedade. É um modo de aprofundar e divulgar o documento do Papa Francisco, a “Amoris Laetitia” que inicia lembrando que “ ALEGRIA DO AMOR que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja. Apesar dos numerosos sinais de crise no matrimónio – como foi observado pelos Padres sinodais – «o desejo de família permanece vivo, especialmente entre os jovens, e isto incentiva a Igreja». Como resposta a este anseio, «o anúncio cristão sobre a família é verdadeiramente uma boa notícia»

Temos muitas atividades criativas e diferentes para a Semana da Família. Nossa sugestão é para que os movimentos familiares, encontristas, equipistas e em conjunto com o Setor ou Dimensão da Família e seus vários aspectos da Pastoral familiar trabalhem unidos para testemunhar a vida da família cristã nos tempos atuais. A sugestão do subsídio da Igreja no Brasil, para cada dia da semana, tem um tema com oração e com reflexão para cada dia. Temas sugeridos: 1º Encontro: O perfil mariano da Igreja; 2º Encontro: A família; 3º Encontro: A necessária mudança de mentalidade e de estrutura; 4º Encontro: Igreja, comunhão na diversidade; 5º Encontro: O perdão na família: fonte de reconciliação e libertação; 6º Encontro: Serviço cristão no mundo; 7º Encontro: A família promotora da misericórdia na sociedade.

Além dos tradicionais encontros celebrativos para o Dia das Mães e o Dia dos Pais, o Hora da Família 2017 traz uma sugestão de Leitura Orante (Lectio Divina) com o tema “Valor e virtude do amor”, a partir do texto bíblico de 1Cor 13. Lembremos das palavras proféticas de São João Paulo II: “o futuro da humanidade passa pela família”.

Insistindo ainda no texto do Papa Francisco sobre a Família, Amoris Latetitia: 58. Diante das famílias e no meio delas, deve ressoar sempre de novo o primeiro anúncio, que é o «mais belo, mais importante, mais atraente e, ao mesmo tempo, mais necessário» e «deve ocupar o centro da atividade evangelizadora». É o anúncio principal, «aquele que sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra», Porque «nada há de mais sólido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio que esse anúncio» e «toda a formação cristã é, primariamente, o aprofundamento do querigma

 E concluamos com a belíssima oração da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, n.325 -  Oração à Sagrada Família:

Jesus, Maria e José, em vós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor, confiantes, a Vós nos consagramos. Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas. Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de fechamento e divisão; e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja rapidamente consolado e curado. Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes do caráter sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus. Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica. Amém.

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

       

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