Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
RedaÇão +390669883895 e-mail: brasil@vatiradio.va

Sumario del 12/08/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa aos jovens: vocês são a esperança da Igreja, participem do Sínodo

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - “Queridos jovens, vocês são a esperança da Igreja. Como sonham o futuro de vocês? Participem no #Sínodo18! goo.gl/WghUvl” – é o tuíte do Pontífice para este sábado, 12 de agosto, Dia Mundial da Juventude, promovido pela Onu, no qual o Papa Francisco exorta os jovens a participar desde já de modo real do Sínodo de 2018 a eles dedicado respondendo a um questionário ao qual se pode ter acesso através do referido endereço on-line.

A esse propósito, a Rádio Vaticano ouviu o secretário geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri, que foi núncio apostólico no Brasil. Dentro deste contexto de preparação para o Sínodo que se realizará em outubro de 2018, o purpurado destaca o trabalho que o Sínodo está fazendo e convida os jovens a enviar através da rede suas iniciativas, de modo que mediante o site web youthsynod2018.va todo mundo poderá conhecer essas iniciativas. “Isso pode ajudar muito para a preparação do Sínodo sobre os jovens”, afirma o Cardeal Baldisseri. Vamos ouvir: 

(RL/AG)

inizio pagina

Apelo dos Patriarcas do Oriente ao Papa sobre êxodo dos cristãos

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - “É tempo de lançar um apelo profético como testemunho da verdade. Somos convidados a permanecer apegados a nossa identidade oriental e a permanecer fiéis a nossa missão. Assumindo o cuidado do pequeno rebanho, nós Patriarcas orientais estamos aflitos ao assistir a hemorragia humana dos cristãos que abandonaram suas terras no Oriente Médio.”

É uma das passagens mais significativas do comunicado difundido esta sexta-feira pelo Conselho dos Patriarcas Católicos do Oriente ao término da sessão anual realizada em Dimane, no Líbano, sede de verão do Patriarcado maronita, e do qual participou o núncio apostólico no Líbano, Arcebispo Gabriele Giordano Caccia.

Numa sessão ecumênica estiveram presentes também os patriarcas greco-ortodoxo John Yazigi, sírio-ortodoxo Ignazio Efrem II, o catholicos da Igreja apostólica armênia Aram I e o presidente da comunidade evangélica na Síria e no Líbano, Salim Sahyouni.

“Permaneçamos radicados na terra dos pais e dos antepassados – é o apelo – esperando contra toda esperança num advir em que, como componentes de um patrimônio autêntico e específico, sejamos compreendidos como fontes de enriquecimento para nossas sociedades e para a Igreja universal no Oriente e no Ocidente.”

Os patriarcas exortam a não deixar de proclamar “a verdade na caridade, a legitimidade da separação entre estado e religião na constituição de nossas pátrias, a igualdade de todos face aos direitos e deveres, sem acepção de pertença religiosa ou comunitária”.

Na nota, reportada pelo jornal vaticano L’Osservatore Romano, o Conselho critica a comunidade internacional por assistir, uma após outra, por causa da insegurança e da emigração, a extinção das Igrejas orientais no Iraque, Síria, Palestina, Líbano, Egito, sem que a sua reação seja à altura da tragédia.

Eles dão conta de que, se esse estado de coisas continuar, se tratará de um verdadeiro “projeto de genocídio” e de uma “afronta à humanidade”.

Pedimos às Nações Unidas e aos países atingidos de modo direto pelos conflitos na região que acabem com as guerras, cujos objetivos se tornaram claros: destruir, matar, impelir ao êxodo, relançar as organizações terroristas, defender o espírito de intolerância e de conflito entre as religiões e as culturas.

A prossecução desta situação e a incapacidade de estabelecer uma paz justa, global e duradoura na região, assegurando o retorno dos refugiados e dos deslocados a suas casas com dignidade e na justiça, permanecerão como um estigma de vergonha para todo o Séc. XXI.

Os patriarcas católicos dirigem-se também ao Papa Francisco: “Somos uma nação com largas fronteiras, ou que atraem a atenção dos gigantes das finanças; somos um pequeno rebanho pacífico. Um pequeno rebanho que não conta com nenhum outro que Vossa Santidade para convidar os grandes que presidem os destinos do mundo”.

A mensagem coincide com a publicação de cifras eloquentes sobre a diminuição dos cristãos nos vários países do Oriente Próximo, em particular no Iraque, Síria e Terra Santa (onde representam somente 1,2% da população); na Síria, por causa da guerra deflagrada em 2011, o número deles caiu (de 250 mil para 100 mil, segundo estatísticas recentes). No Iraque os representantes da comunidade cristã estão tendo dificuldade para convencer a população do planície de Nínive a voltar para casa. (RL/L’Osservatore Romano)

inizio pagina

Peregrinação de agosto em Fátima: “Santa Maria, Mãe de Deus”

◊  

Fátima (RV) – O Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, preside em Fátima, neste fim de semana (12-13/8), à solene Peregrinação Aniversária de agosto que tem como tema: “Santa Maria, Mãe de Deus”.

Trata-se da segunda vez que Dom Rino Fisichella visita a Cova da Iria, após sua nomeação como responsável do setor dos Santuários na Igreja Católica. Sua primeira vez foi em maio como membro da Comitiva que acompanhava o Papa Francisco em Fátima.

A Peregrinação ao Santuário de Fátima, que recorda a IV Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos Francisco, Jacinta e Lúcia, tem início na tarde deste sábado (12/8), após a coletiva de imprensa de apresentação da Peregrinação, que conta com a presença, entre outros, do Bispo de Leiria-Fátima, Dom António Marto, e de Dom Rino Fisichella.

À noite, haverá a bênção solene das velas e a oração do terço na Capelinha das Aparições, seguida da procissão com velas e a Missa internacional.

Este evento é também conhecido como a Peregrinação do Migrante e do Refugiado, por ocasião da 45ª Semana Nacional de Migrações 2017, que tem como tema: “Acolher o futuro. Novas gerações migrantes são o amanhã da humanidade”.

A Peregrinação conta com uma vigília de oração, a partir da meia-noite, momentos de adoração ao Santíssimo Sacramento na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Via-Sacra no recinto de Oração e uma celebração mariana na Capelinha.

Neste domingo (13/8), a Obra Católica Portuguesa das Migrações convida as paróquias e as comunidades cristãs a uma Jornada de Solidariedade.

A Peregrinação Aniversária de agosto ao Santuário de Fátima concluirá com o concerto “Rainha dos Céus, alegrai-vos”, interpretado pelo coro Regina Coeli, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. (MT/Ecclesia)

inizio pagina

Igreja no Brasil



Semana Nacional da Família: “Família, uma luz para a vida em sociedade”

◊  

Brasília (RV) – A Igreja no Brasil inicia, neste domingo (13/8) a Semana Nacional da Família, que chegou à sua 26ª edição. O tema escolhido para este ano é “Família, uma luz para a vida em sociedade”.

O Bispo de Osasco (SP) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, Dom João Bosco Barbosa de Sousa, comentou sobre esta ocasião como “muito importante para que todas as famílias do Brasil possam refletir sobre a dignidade, a importância, a beleza da família, dom de Deus”.

Para Dom João Bosco, que também preside a Comissão Nacional da Pastoral Familiar, trata-se de um momento de reflexão e, ao mesmo tempo, de testemunho e serviço dos cristãos para a humanidade.

No contexto deste Mês Vocacional, quando a Igreja recorda uma vocação a cada semana, Dom João Bosco lembrou que esta “Semana Nacional da Família” começa com o “Dia dos Pais” para que a família toda seja abençoada por Deus.

“O Papa Francisco – recordou o Bispo de Osasco - pediu para que todas as comunidades se envolvessem com a família, fizessem da família o centro da ação evangelizadora; que possam levar o tema da família como luz para a sociedade” (Amoris Laetitia, sobre o amor na família).

A Semana Nacional da Família teve origem em 1992 como resposta à necessidade de defesa e promoção da família, cujos valores, são agredidos sistematicamente na sociedade.

A Semana Nacional realiza-se sempre a partir do segundo domingo de agosto, em sintonia com o Dia dos Pais. Trata-se de um momento forte no qual a Pastoral Familiar se articula com as demais pastorais da Igreja para evangelizar a família na globalidade dos seus aspectos e realidades. (MT/CNBB)

inizio pagina

Dia dos Pais: o melhor presente é o que brota do coração!

◊  

Brasília (RV) – “Dia dos Pais: o melhor presente é aquele que brota do coração”, afirma o Arcebispo de Brasília e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cardeal Sérgio da Rocha.

Neste segundo domingo do mês de agosto, Dia dos Pais, é uma ocasião especial para demonstrar a gratidão, o carinho e o apoio aos nossos pais, homens que deixam marcas de amor e de fé na história dos filhos.

Segundo o Cardeal, “os presentes mais importantes que se podem oferecer aos pais, neste dia, não são aqueles que se compram em lojas, mas os que brotam do coração: a gratidão, o carinho, o respeito e a convivência fraterna”.

“Os pais, certamente, querem ver suas famílias unidas em paz, com os filhos que convivem em fraternidade. Esse é o maior presente que nós podemos dar aos nossos pais nesse dia”, ressalta ainda o Cardeal Sérgio da Rocha.

A arte de ser pai é um ato de educação, é a arte da aprendizagem, e mais, um ato de amor.

Nesta ocasião, vale refletir sobre José, o pai adotivo de Jesus, o “Patrono Universal da Igreja Católica”. José assistiu Jesus, o acompanhou e testemunhou o seu crescimento.

Nesta data, abraçamos também todas as famílias, por ocasião da “Semana Nacional da Família”. Esta Semana é um momento especial para valorizar a missão de cada pai na família e, ao mesmo tempo, valorizar a própria família. É importante acompanhar nossos pais, conviver com eles como filhos que lhes demonstram gratidão sincera ”.

No Dia dos Pais, não podemos esquecer os pais espirituais, que são os sacerdotes: homens que tem a missão de gerar filhos para Deus. O Padre gera, todos os dias, o amor, a alegria e a paz nos corações dos fiéis.

No Brasil, o Dia dos Pais foi comemorado, pela primeira vez, em 1953, no dia 16 de agosto. Nasceu da ideia de um publicitário, Sylvio Bhering, na época diretor do jornal “O Globo” e da rádio homônima. O objetivo desta data era social e comercial. Mas, com o passar dos anos, a data tornou-se oficial, comemorada no segundo domingo de agosto. (MT/CNBB)

inizio pagina

Igreja na América Latina



Bispos venezuelanos pedem fim de perseguição a dissidentes

◊  

Caracas (RV) - “Cesse a caça às bruxas contra os cidadãos que pensam de modo diferente do regime”: é o que pede a Comissão Justiça e Paz da Conferência Episcopal Venezuelana num comunicado assinado pelo presidente e pelo vigário geral da Comissão, respectivamente, Dom Roberto Luckert León e Pe. Raúl Ron Braasch.

Bispos denunciam tratamento cruel e desumano nos cárceres

Os bispos da Venezuela denunciam “os muitos ultrajes” sobretudo em relação à situação dos prisioneiros políticos e de criminosos comuns. Ouvindo denúncias das famílias e do Observatório sobre os cárceres venezuelanos, os bispos denunciam o “tratamento cruel e desumano durante as detenções”, “a falta de higiene”, “de medicamentos e cuidados médicos”, “de assistência legal” e “a alimentação precária”, reporta a agência Sir.

Governo e poder legislativo respeitem direitos assegurados pela Constituição

Os bispos denunciam “a falta de respeito a um processo justo”, “a proibição aos familiares de visitar seus entes queridos encarcerados”, todos “direitos fundamentais sancionados pela Constituição da República Bolivariana da Venezuela em vigor”. Por isso, pedem ao governo e ao poder legislativo que “respeitem esses direitos”.

Fim das perseguições e torturas físicas e psicológicas

A Comissão episcopal implora “o fim das perseguições e das torturas físicas e psicológicas” contra esses cidadãos. Ademais, convida “todos os católicos e os homens e as mulheres de boa vontade a rezar não somente por aqueles que sofrem, mas também por quem viola esses direitos humanos”.

Estado de direito seja restabelecido

Os bispos pedem aos cidadãos que “denunciem publicamente os funcionários que violam os direitos humanos” e que o Estado de direito seja restabelecido. “Pedimos justiça”, concluem. (RL/Sir)

inizio pagina

Igreja no Mundo



Dia Internacional da Juventude 2017: “Jovens construindo a paz”

◊  

Nova Iorque (RV) – Comemora-se, neste sábado (12/8), o Dia Internacional da Juventude, que tem como tema: “Jovens construindo a paz”.

Criado por resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1999, todos os anos celebra-se, no dia 12 de agosto, o Dia Internacional da Juventude.

A ONU define os jovens como cidadãos, na faixa etária entre 15 e 24 anos, que representam cerca de um quarto da população global, 1 bilhão e 800 milhões de jovens. A maior geração de jovens na história da humanidade.

Mais de 600 milhões de jovens vivem em ambientes frágeis e afetados por conflitos armados; outros são forçados a fugir, a separar-se das suas famílias, tornando-se refugiados ou deslocados.

No entanto, há um crescente reconhecimento do papel dos jovens na Agenda da Paz e da Segurança, para prevenir e combater extremismos violentos, especialmente nas zonas de conflito mais atingidas pela violência.

Com o tema deste ano, “Jovens construindo a paz”, a Organização das Nações Unidas (ONU) quer destacar a importância dos jovens na consolidação da paz e da segurança internacional, um papel positivo e construtivo dos jovens, fator decisivo na construção de sociedades justas, pacíficas e inclusivas.

“Não há desenvolvimento sustentável sem paz e segurança. Todos nós temos pelo menos uma obrigação: dar aos jovens a oportunidade de fazer parte da decisão do mundo para acabar com a violência e os conflitos.

Devemos fazer dos valores da cidadania, da igualdade, da liberdade, dos direitos humanos, da tolerância e da paz, a solução para alcançar o desenvolvimento sustentável.

Esta maior geração de jovens da história da humanidade está em nossas mãos. Logo, devemos ajudá-la a tornar-se a geração que mudou e muda o mundo! (MT/ONU)

inizio pagina

Formação



Editorial: Momento de conversão

◊  

Cidade do Vaticano (RV) – Todos os dias somos bombardeados com notícias e imagens, através dos meios de comunicação, de guerras fratricidas, de morte e desespero de homens, mulheres e crianças. Vivemos o cotidiano de conflitos com a “ilusão” de que tudo faz parte da imaginação, e não da realidade, e que ao desligarmos a televisão ou rádio, tudo desaparece. O Papa Francisco não se cansa de chamar a atenção para essa dor causada pelo próprio homem, para a dor do irmão que cai sob a violência de outro irmão; e tudo pela busca efêmera de poder, de dinheiro, de querer ser mais do que o outro, de querer ter mais direitos. 

Apelos para que se coloquem fim a essas violências são uma constante nas palavras de Francisco, que olha para além das fronteiras erguidas pelos países, para além das raças e religiões a que pertencem as pessoas, e de sua condição social. Um dos últimos apelos foi na quarta-feira passada durante a Audiência Geral na Sala Paulo VI. Antes de saudar os peregrinos italianos já no final do encontro, o Papa recordou os atos de violência contra os cristãos na Nigéria e na República Centro-Africana. Ele disse estar profundamente entristecido pela tragédia ocorrida no último domingo na Nigéria, dentro de uma igreja, onde foram mortas pessoas inocentes. E infelizmente na manhã de quarta tinha chegado notícias de violências homicidas na República Centro Africana também contra a comunidade cristã. “Faço votos  - disse Francisco - que cesse toda a forma de ódio e de violência e não se repitam mais crimes assim vergonhosos, perpetrados em locais de culto, onde os fiéis se reúnem para rezar”.

O que o Papa diz a essas nações, sacudidas por episódios de violências inúteis, serve para todas aquelas realidades onde a paz ainda é uma quimera, onde a violência é o tom dos discursos e conversas. “Sem paz não existe desenvolvimento”, afirmou várias vezes Francisco. A guerra ceifa a vida de pessoas inocentes, provoca divisões e causa pobreza, fome, doenças e morte. “Não podemos permanecer indiferentes diante dessas realidades”, afirma Francisco constantemente, ele que não se esquece também da dramática situação dos refugiados, migrantes e deslocados obrigados a se exilarem, em condições contrárias à sua dignidade; a grande parcela deles não é considerada gente, mas sim estatística sem nome.

Os apelos do Papa em prol do fim dos conflitos em todo o mundo, como o da Síria, Sudão, Iraque, Nigéria, República Centro-Africana, visam tocar as partes envolvidas, mas também a comunidade internacional, para que essas espirais de violência tenham um fim e que as ajudas humanitárias, que permitem a sobrevivência de povos inteiros, cheguem sem obstáculos aos verdadeiros necessitados. A morte e o sofrimento de tantos inocentes devem impulsionar a busca, sem medidas, de soluções pacíficas, onde o respeito pela dignidade de cada homem e de cada mulher esteja no centro de todos os interesses.

Cresce nestes dias a tensão entre Estados Unidos e Coreia do Norte, novo foco de atenção da diplomacia mundial, situação que o Papa Francisco está seguindo. Inúteis até o momento os convites à moderação nas palavras e nas ações por parte da Europa e da China. O presidente dos EUA Trump ameaça “fogo e chamas” contra Pyongyang, que por sua vez se disse capaz de atingir os EUA, com mísseis nucleares que continua a testar com essa finalidade.

Hoje vivemos um momento particular da história da humanidade, com o desenvolvimento de tantas opções tecnológicas, de tantas oportunidades de vencer doenças antes incuráveis, de correr o mundo em segundos com as redes telemáticas, de poder acabar com o sofrimento imane de multidões de deserdados, e não conseguimos – apesar das possibilidades – sentarmos ao redor da mesma mesa para resolver questões que alimentam violências, e desenvolver uma “cultura do encontro”. Sim para desenvolver essa cultura do encontro – tão pedida pelo Papa Francisco - devemos, antes de tudo, rejeitar o egoísmo, a centralidade de pensamento, - só eu sei, só eu posso -, rejeitar o pensamento de ver no outro somente um inimigo, e não um irmão com quem trabalhar junto.

Hoje é difícil encontrar o outro e respeitá-lo na sua totalidade, deixando de lado o desejo pessoal. A arte do encontro que tanto o Papa pede, somente será uma realidade quando todos nós, cada um de nós, nos descobrirmos limitados, necessitados do outro. Descobrirmos que não podemos viver sozinhos e que não somos o centro de tudo, existe o outro.

É o momento da conversão para o outro, da conversão do coração, da consciência para um mundo mais justo, mais fraterno, de partilha. Mente e coração em um novo momento de crescimento, de reconciliação, de diálogo. Somente assim a paz poderá ser uma realidade para todos os homens e mulheres deste mundo. (Silvonei José)

 

inizio pagina

Reflexão dominical: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus”

◊  

Cidade do Vaticano (RV) - «Todos nós já vivemos momentos de tensões, adversidades, solidão. 

A liturgia deste domingo quer situar a Presença e a ação do Senhor ao nosso lado quando experienciamos essas situações adversas.

Dentro de uma situação de perseguição por ter se mantido fiel a Deus e por ter lutado pela preservação do autêntico culto, o Profeta Elias sofreu bastante e teve que fugir. Deus não o livra de situações dolorosas, mas se manifesta de modo firme e com linguagem diferente daquela dos opressores. Deus se torna presente a Elias através de uma brisa leve. Isso nos fala a primeira leitura, extraída  do 1º Livro dos Reis.

A página do Evangelho, cap. 14 de Mateus, nos apresenta Jesus fazendo com que seus discípulos experimentem situação adversa. O Senhor proporciona aos Apóstolos a experiência de confiarem n’Ele, de sentirem-se seguros, em meio a situações adversas, apenas em Sua Palavra.

Eis a cena: após a multiplicação dos pães e dos peixes, após ter curado as pessoas, Jesus impele, leva os discípulos a embarcarem e a aguardá-lo na outra margem. Os Apóstolos estão alegres e confiantes. O Mestre fez belo discurso, curou os doentes, deu comida para todos e agora vai rezar. Eles sentem-se obrigados a deixar aquele que é o porto seguro e a atravessarem sozinhos o mar, viver uma situação de risco e até de desamparo. Contudo, o Mestre avisou que se encontrariam no outro lado. Portanto, não foi uma despedida, mas um até logo, apesar de terem a missão de atravessar a zona tenebrosa do mar, já dentro de um horário em que a luz diminuía e se dirigindo para uma região pagã.

Jesus permanece em oração, certamente pedindo ao Pai para fortalecer aqueles que Ele lhes dera.

No meio da noite, no meio do escuro, da incerteza, da dúvida, a barca onde estão os discípulos é agitada pelo vento. É a turbulência! No trabalho, na família, nos relacionamentos, na vida pública, as turbulências se fazem presentes e colocam à prova nossas certezas, nossas seguranças, sejam físicas, psíquicas ou espirituais. Os discípulos, já amedrontados, gritam de pavor quando avistam no mar um vulto. O medo é tamanho que são incapazes de refletir que Jesus já demonstrara amá-los e exercer seu poder para preservá-los. Gritam de medo!

Jesus, o Príncipe da Paz, faz jus ao seu nome e anuncia: “Tende confiança, sou eu, não tenhais medo!” Apesar do que vê, apesar das experiências passadas, Pedro ainda pergunta pedindo prova:

“Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro sobre as águas.” Jesus diz sim e Pedro começa a caminhar, mas quando o vento sopra, surge a insegurança e Pedro começa a afundar. Ele acredita mais na força do perigo da água do que na Palavra de Jesus. Confia mais na insegurança, no poder da fragilidade, do que no amor de Jesus.

A dúvida o fez afundar e o mesmo acontece conosco! Quem não arrisca, afunda sempre!

Aí ele grita pedindo socorro. Jesus estende a mão e o repreende: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?”

Jesus sobe à barca e o vento cessa. Quando temos consciência de que Jesus está conosco, de que ele é o Emanuel, todo e qualquer perigo desaparece de nossa mente. A certeza da presença, do companheirismo de Jesus é determinante para atraversarmos qualquer turbulência.

Certos disso, os Apóstolos deram glória a Deus ao se prostrarem e professarem a fé: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus”!

Vivamos na fé. O Senhor é nosso companheiro por toda a vida. Em qualquer situação que estejamos vivendo, Jesus está ao nosso lado e pede ao Pai por nós, para que sejamos fiéis a Ele, para que saibamos que nada de mal nos poderá suceder porque Deus está conosco!

Vivamos nossa vida, cumpramos nossa missão, atravessemos com garbo as dificuldades, certos de que jamais estamos sozinhos. Poderemos fazer tudo isso não baseados em nós mesmos, mas no poder de Deus. “Quando sou fraco, então é que sou forte!"»

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o XIX Domingo do Tempo Comum)

inizio pagina

Atualidades



Crônica: O semeador de tâmaras e a solidariedade cristã

◊  

Dubai (RV*) - Amigas e amigos da Rádio Vaticano, recebam uma saudação de paz das Arábias.

Morando e exercendo a atividade missionária nas Arábias, fico maravilhado como o conhecimento das Sagradas Escrituras das três religiões monoteístas que surgiram no Oriente Médio aumenta, em contato com a natureza e o povo dessa região desértica. 

Entre a escassa vegetação do deserto é inevitável divisar, mesmo de longe, a imponente e bela tamareira. Crescendo lentamente, ela vai conquistando as alturas, infiltrando as raízes de sua touceira por entre as fendas das rochas à procura de água. Não possui uma raiz principal, insinuando supremacia, como nas demais árvores.  Todas são iguais e juntas vão à procura de umidade e nutrientes. Elas trabalham sem cessar para que o tronco se eleve bem alto e lá exiba a imensa copa de folhas azuladas, entremeadas de flores amarelas que darão origem as cobiçadas tâmaras.

A respeito do cultivo das tâmaras, o ditado árabe diz: “Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras.” Isso por que, antes dos avanços das tecnologias, uma tamareira demorava de 80 a 100 anos para produzir frutos.  Apesar de não viver o suficiente para saboreá-los, os antigos plantavam as sementes.

Conta-se que um jovem, vendo um adulto pondo na terra a semente da bela palmeira disse: “Mas por que o senhor perde tanto tempo plantando o que não irá colher?” Calmamente o senhor respondeu: “Se todos pensassem como você, ninguém no mundo jamais colheria tâmaras. Se hoje sei o sabor da tâmara é porque um dia alguém plantou uma tamareira”.

Contemplando a majestosa palmeira do deserto, apreciamos a solidariedade de quem a plantou, indicando que cada geração deve plantar as sementes para as gerações futuras. Assim, nas inóspitas terras das Arábias de antigamente, aprendemos que o cultivador de tâmaras não colhe seus frutos, mas dissemina a solidariedade.

Não importa se vamos colher o que plantamos. O importante é o que vamos deixar. Por isso é preciso plantar, cultivar, fazer crescer o bem não só para nós, mas para que as gerações futuras se beneficiem de nossa solidariedade.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS. das Arábias para a Rádio Vaticano

inizio pagina