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Sumario del 16/08/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Entrevistas

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Proximidade do Papa às vítimas das inundações em Serra Leoa: 400 mortos

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco está seguindo com grande preocupação o que está acontecendo estes dias em Serra Leoa, país africano atingido por fortes chuvas que provocaram até o momento 400 mortos e mais de 600 desaparecidos. 

Em um telegrama assinado pelo Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin e endereçado ao Arcebispo de Freetown, Dom Charles Edward Tamba, o Pontífice manifesta sua profunda dor pelas “devastadoras consequências” das inundações na periferia da capital Freetown.

O Santo Padre “assegura sua proximidade neste momento difícil a todos que perderam seus entes queridos e reza por todos os que perderam a vida, seus familiares e amigos em luto e invoca a bênção divina de força e consolação”.

O Papa Francisco, ademais, lança um forte apelo à solidariedade, dizendo-se próximo aos socorristas que estão fornecendo as ajudas tão necessárias às vítimas do desastre natural.

Ontem, terça-feira, durante o Angelus da Solenidade da Assunção, o Papa havia elevado sua oração a “Maria Rainha da paz”, confiando a ela as “ansiedades e dores das populações que no mundo sofrem por causa de calamidades naturais, obtendo para todos consolação e serenidade”. (JE)

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O Papa e os índios: a expectativa na Colômbia e no Peru

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Cidade do Vaticano (RV) – Em sua visita ao Peru, em janeiro de 2018, o Papa terá mais uma ocasião de encontro com povos indígenas. Região de biodiversidade, em plena selva amazônica peruana, Puerto Maldonado é a capital de Madre de Dios, departamento que faz fronteira com o Acre. 

O encontro na fronteira com o Brasil

Puerto Maldonado é aonde está todo o tema da ecologia e da Amazônia, um símbolo dos povos originais e amazônicos. É aonde o impacto do desmate irrefreável de madeiras nobres, a exploração ilegal de minérios, o contrabando e o tráfico de drogas os ameaça, diariamente.

Villavicencio no programa de setembro

Na Colômbia, onde estará em setembro próximo, Francisco terá já no primeiro dia contato próximo com indígenas: um pequeno grupo de artesãos da comunidade indígena Wayúu está produzindo uma casula especial para ser usada na visita. O povo Wayúu, com cerca de 200 mil índios, é considerado um dos grupos mais numerosos do país.

No Rio, o abraço com o pataxó

A primeira imagem pública do carinho do Papa com os povos indígenas foi logo em sua primeira viagem, quando no Rio de Janeiro, em julho de 2013, o índio pataxó Ubirai subiu no palco do Teatro Municipal e entregou ao Pontífice um cocar feito com penas de garça e arara. O aratacá – como eles o chamam - tem a função de ligar o homem a Deus. Francisco o colocou na cabeça imediatamente.

A partir daí, demonstrações de sua preocupação com a condição das comunidades indígenas em todo o mundo foram tangíveis e consecutivas.

Intenção de oração 

Um ano após a publicação da primeira Encíclica papal sobre a ecologia integral, em julho de 2016, Francisco pediu que nos uníssemos a ele em oração para que os povos indígenas, ameaçados na sua identidade e existência, fossem respeitados.

No México

Ainda em 2016, chegando à região de Chiapas, no México, onde o aguardavam 100 mil índios, fez um duro pronunciamento contra “a dor, o abuso e a desigualdade” sofridos pelos povos indígenas, que somam 11 milhões naquele país. Bergoglio lhes pediu perdão e encorajou os governantes a fazê-lo também por os terem “excluído, menosprezado e expulsado de suas terras”.

Em San Cristóbal de las Casas, celebrou missa em espanhol e nas línguas indígenas. Depois de reconhecer como legítimo o desejo dos povos indígenas de viver em liberdade — “numa terra prometida onde a opressão, o abuso e a degradação não sejam moeda corrente” — afirmou que “muitas vezes, de modo sistemático e estrutural, os povos indígenas foram incompreendidos e excluídos da sociedade. Alguns consideraram inferiores os seus valores, sua cultura e suas tradições. Outros, aturdidos pelo poder, pelo dinheiro e pelas leis de mercado, os despojaram de suas terras ou realizaram ações que as contaminaram. Que tristeza! Que bem faria a todos nós se fizéssemos um exame de consciência e aprendêssemos a dizer: perdão! O mundo de hoje, despojado pela cultura do descarte, precisa disso”.

E acrescentou: “Temos muito a aprender com a relação harmoniosa dos indígenas com a natureza".  

Oxalá ainda haja ainda há tempo para isso...

(cm)

 

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Após publicação em italiano, prefácio do Papa condenando pedofilia repercute em alemão

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Berlim (RV) –   As palavras de condenação dos casos de pedofilia ocorridos na Igreja escritas pelo Papa Francisco no prefácio do livro de Daniel Pittet “Te perdoo, padre”, ganharam ampla repercussão após a publicação em alemão e a divulgação do texto pelo tablóide “Bild”. O livro havia sido lançado em italiano em fevereiro deste ano.

O Papa Francisco, após ter lido as páginas escritas por Pittet, decidiu ele mesmo escrever o prefácio, condenando sem meias palavras os tantos casos de pedofilia dentro da Igreja e os bispos que os acobertaram. “Trata-se de uma absoluta monstruosidade, um pecado terrível, que contradiz tudo o que a Igreja ensina”, disse ele.

“Algumas vítimas até mesmo tiraram a própria vida. Estas mortes pesam no meu coração, assim como na minha consciência e em toda a Igreja. Gostaria de expressar às suas famílias todo o meu amor, a minha dor, e pedir com toda a humildade o seu perdão”, escreveu Francisco.

O autor

Nascido em Friburgo, Daniel Pittet, 58 anos, quando criança foi abusado por anos pelo frade capuchinho Joël Allaz. Após uma longa terapia, ele decidiu narrar os fatos de maneira crua e direta.

O Papa Francisco escreve ter visto “mais uma vez os danos assustadores causados pelos abusos sexuais e o longo e doloroso caminho que aguarda pelas vítimas”. Assim, “para quem foi vítima de um pedófilo – escreve Bergoglio -  é difícil contar aquilo que sofreu, descrever os traumas que ainda persistem mesmo há distância de anos. Por este motivo, o testemunho de Daniel Pittet é necessário, precioso e corajoso”.

O perdão

O livro também traz uma entrevista com o Padre Joël Allaz de julho de 2016, onde o sacerdote fala dos tantos abusos cometidos durante sua vida sacerdotal.

“No ano passado - contou Pittet - o encontrei. Estava velho, tive dificuldades em reconhecer o monstro da minha infância. Me olhou, percebi o seu medo. Mas não me pediu desculpas, não me pareceu arrependido de todo o mal que fez”.

“Escolheu encontrar o seu molestador 44 anos mais tarde e de olhar nos olhos o homem que o feriu no profundo da alma – sublinha o Papa. E estendeu a mão a ele. A criança ferida é hoje um homem em pé, frágil mas em pé. Fiquei muito tocado pelas suas palavras: “Muitas pessoas não conseguem entender que eu não o odeio. Eu o perdoei e construí a minha vida em cima daquele perdão”.

"Sacrifício diabólico"

Francisco também se diz feliz “que outros possam ler hoje o seu testemunho e descobrir a que ponto o mal pode entrar no coração de um servidor da igreja”.

“Como pode um padre, a serviço de Cristo e da sua igreja, chegar a causar tanto mal? - pergunta o Papa no prefácio. Como pode ter consagrado a sua vida para conduzir as crianças a Deus e acabar, pelo contrário, por devorá-las naquilo que chamei de “um sacrifício diabólico”, que destrói quer a vida da vítima, como da vida da Igreja?".
 

 

 

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Igreja no Mundo



Ilha da Madeira: queda de árvore sobre fiéis mata 13 e fere 49

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Funchal (RV) – O Santuário de Fátima vai dedicar todas as celebrações desta quarta-feira às vítimas da tragédia ocorrida ontem, terça-feira, na Ilha da Madeira, durante as festas em honra de Nossa Senhora do Monte, quando a queda de uma árvore matou 13 pessoas e deixou outras 49 feridas. 

Em nota enviada à Agência Ecclesia, o gabinete de comunicação do Santuário de Fátima informa que "todas as celebrações" na Cova da Iria esta quarta-feira recordarão as vítimas da tragédia no Largo da Fonte, no Funchal.

Para o reitor do Santuário de Fátima, Padre Carlos Cabecinhas, é impossível "ficar indiferente" ao ocorrido, e por isso convida todos os peregrinos e fiéis a "unirem-se em oração" pelas vítimas.

Bispo de Funchal pede orações

Ainda na noite de terça-feira o Bispo de Funchal, Dom António Carrilho, havia expresso sua "grande consternação" pela tragédia.

O prelado sublinha que já teve ocasião de "expressar profunda solidariedade e comunhão no sofrimento e na tristeza" a todas as pessoas mais diretamente afetadas por esta situação "que toca bem fundo no coração de todos".

"Convido todos os diocesanos à comunhão da oração por todas as vítimas da tragédia, pelos feridos, pelos mortos e suas famílias, e também por todos os envolvidos no socorro imediato às vítimas", escreveu à Ag. Ecclesia.

Crianças entre as vítimas

A queda da árvore ocorreu quando os fiéis se preparavam para participar da procissão em honra de Nossa Senhora do Monte, naquela que é considerada como uma das maiores manifestações religiosas da Região Autônoma da Madeira. Com o ocorrido, a procissão foi cancelada.

Entre as vítimas encontra-se uma criança e também pessoas de nacionalidade estrangeira, vindas de países como Alemanha, França e Hungria.

Luto oficial

O Governo da Madeira decretou três dias de luto na região. O presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, deslocou-se à freguesia do Monte, no Funchal, para manifestar a sua solidariedade e proximidade a todas as famílias atingidas pela tragédia e à população da região.

(Com informações da Agência Ecclesia)

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Mais de 25 peregrinos em Lourdes para a festa da Assunção

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Lourdes (RV) - Vinte e cinco mil peregrinos católicos participaram terça-feira (15/08) em Lourdes da tradicional peregrinação da Assunção, sob fortes medidas de segurança.

O famoso santuário no sudoeste da França é um dos principais locais de peregrinação católica do mundo, recebendo anualmente mais de quatro milhões de visitantes.

Apesar da chuva, milhares de fiéis reuniram-se no vasto gramado ao lado da Basílica e da Gruta para a tradicional Missa celebrada em vários idiomas, do chinês ao inglês, do espanhol ao árabe.

Dirigindo-se a uma multidão heterogênea que incluída leigos – muitos em cadeiras de rodas - sacerdotes, bispos, Dom Nicolas Brouwet, Bispo de Tarbes e Lourdes, convidou os fiéis a "aceitarem ficar em silêncio para deixar Deus falar."

Segurança

Trezentos membros das forças de segurança foram mobilizados para garantir a tranquilidade da peregrinação, 200 a menos em relação ao ano anterior.

Em 2016, um dispositivo  especial foi montado após o assassinato do Padre Jacques Hamel em 26 de julho, durante a missa em sua igreja, perto de Rouen, e logo após o ataque de 14 de julho no Parkway inglês, que  deixou 86 mortos e mais de 400 feridos.

A fim de controlar o fluxo de peregrinos, as portas de entrada para o santuário foram reduzidas de doze para três, e portões de segurança foram instalados.

Nível de ameaça elevado

O tráfego foi proibido perto do santuário na maior parte do dia e bloqueios foram instalados para impedir ataques com automóveis ou caminhões, como aconteceu em Nice, Berlim, Londres e Estocolmo.

"Continuamos com um nível de ameaça elevado em todo o território nacional. Mesmo Lourdes não sendo um alvo em particular, decidimos levar em consideração alguma provável ameaça contra o santuário", disse Béatrice Lagarde, representante do Estado no departamento.

Desde a sua criação em 1873, a maior peregrinação católica celebra a ascensão de Maria ao Céu.

A Missa da Assunção foi celebrada na parte da manhã, seguida no início da tarde pela oração pela França e pelo mundo na Gruta de Massabielle, onde, em 1858, a Virgem apareceu a Bernadette Soubirous.

(JE/Swissinfo.ch)

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Entrevistas



Para Ir. Roger, cristãos deveriam ser testemunhas de comunhão e reconciliação

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Taizé (RV) – “Encontrei a minha verdadeira identidade de cristão reconciliando em mim mesmo a fé das minhas origens com o mistério da fé católica, sem romper a comunhão com ninguém”.

Estas palavras do Irmão Roger, fundador da Comunidade de Taizé, sintetizam seu mais forte legado 12 anos após a sua morte, ocorrida em 16 de agosto de 2005, quando uma desequilibrada o esfaqueou durante a oração das Vésperas na Igreja da Reconciliação, em Taizé, onde estavam reunidos 2.500 jovens de diversas partes do mundo.

Roger Schutz consagrou a vida justamente à reconciliação entre os cristãos, sobretudo no encontro entre protestantes e católicos. Fundou a comunidade monástica em Taizé, próximo à Cluny, na França,  em 1940, movido não somente por um profundo desejo de oração, mas também por um espírito de acolhida.

No contexto da II Guerra Mundial, sempre o chamado para ajudar as pessoas provadas pelo conflito. E o faz precisamente no pequeno povoado de Taizé, na Borgonha, onde ficou profundamente tocado pela súplica de uma senhora idosa habitante do lugarejo, que lhe pedia ajuda.

Iniciou assim o caminho espiritual que no decorrer dos decênios enriqueceu-se sempre com novos membros. Hoje são cerca de cem, de diversas Confissões cristãs, originários de 30 países. A comunidade tornou-se um polo de atração para tantos jovens, que irmão Roger amava encontrar e escutar, como testemunha um de seus confrades, Irmão Charl Eugene:

“Penso que talvez as palavras mais fortes da sua vida eram “reconciliação”, “paz” e “comunhão”. A sua mensagem fundamental é esta: se Deus é amor, os cristãos deveriam – devem – ser testemunhas de comunhão e de reconciliação, e não de separação. E ele continuamente – e é isto que talvez gostaríamos de continuar a fazer – chamava a viver, a ser testemunhas de reconciliação neste mundo às vezes muito difícil”.

RV: Irmão Roger permanece como um dos protagonistas do renascimento religioso, sobretudo entre os jovens...

“Sim, é verdade. Pensava que fosse essencial escutar os jovens e fazer com que a voz deles fosse ouvida tanto na Igreja como na sociedade. Às vezes dizia que quando era adolescente gostaria de ter podido se expressar mais, ser ouvido. Naquela época se fazia pouco, as novas gerações eram levadas pouco a sério. Então ele pensou: “Agora, quando nos tornamos mais velhos, devemos ser pessoas que ouvem os jovens”.

RV: Na sua opinião, seria este o elemento que ainda atrai tanto os jovens para a comunidade? A escuta?

“É verdade que permanece muito importante para nós esta imagem que Irmão Roger nos dava, de nós mesmos: não devemos ser mestres espirituais que dizem aos jovens: “Devem fazer assim, devem fazer assim”, mas ser homens de escuta antes de tudo. Depois, cada um deve encontrar o próprio caminho, mas a escuta pode ajudá-los”.

RV: Qual é o papel da comunidade neste momento?

“Perseverar,  antes de tudo, na nossa oração. Depois, a acolhida, estendê-la aos refugiados, porque agora recebemos um certo número e nos parece muito importante”. (JE/PS)

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Sacerdote denuncia situação deplorável de refugiados no sul da África

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Cidade do Vaticano (RV) - Deplorável:  assim o Pe. Cláudio dos Reis define a situação dos campos de refugiados no sul da África. O sacerdote moçambicano é o responsável pelo setor migrações da Imbisa, organismo que reúne os Bispos de nove países da região: Angola e São Tomé e Príncipe, Lesoto, Moçambique, Namíbia, África do Sul, Botswana, Suazilândia e Zimbábue.

Entre as nações africanas, há um fluxo migratório ainda mais intenso do que vemos no Mediterrâneo ou na fronteira entre México e Estados Unidos, com condições, se é possível dizer, ainda mais sofríveis, entre escassa higiene e tráfico de seres humanos.

Ouça o relato do Pe. Cláudio dos Reis: 

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Ordem das Mercês rumo ao Jubileu: "Visitando e libertando"

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Cidade do Vaticano (RV) - A Ordem Mercedária completou em 10 de agosto 799 anos. Fundada na Espanha pelo jovem empreendedor São Pedro Nolasco em 1218 para redenção dos cativos, começa agora a contagem regressiva para os Jubileu de 8 séculos das Mercês.

Ouça a reportagem. 

Pastoral carcerária, escolas, paróquias, crianças vulneráveis, dependentes químicos e o combate ao tráfico de pessoas: são estes os campos principais de trabalho da Ordem no Brasil e na América Latina. Engajada na luta contra estas ‘escravidões modernas’, a Ordem vive também um momento de ‘volta às origens’, encorajada pelo Papa Francisco, combatendo a perseguição religiosa, sobretudo contra extremistas islâmicos, no Oriente Médio e na África.

Visitar e libertar’, como seu carisma aponta, é a missão original dos mercedários. “Ser visita de Deus, que redime a abre as portas”, indica o Frei Rogério Soares, Provincial da Ordem no Brasil, que resume as duas frentes de missão, rumo ao importante Jubileu de 2018: conhecer melhor o mundo islâmico e ir à China.

Confira aqui a audiência concedida pelo Papa aos membros do Capítulo Geral da Ordem, em maio de 2016:

 

(cm)

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Formação



Concílio Vaticano II e a reforma litúrgica: Eis o mistério da fé

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Cidade do Vaticano (RV) – No nosso espaço memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos começar a tratar no programa de hoje sobre a renovação litúrgica trazida pelo Concílio Vaticano II. 

“O sagrado Concílio propõe-se fomentar a vida cristã entre os fiéis, adaptar melhor às necessidades do nosso tempo as instituições susceptíveis de mudança, promover tudo o que pode ajudar à união de todos os crentes em Cristo, e fortalecer o que pode contribuir para chamar a todos ao seio da Igreja. Julga, por isso, dever também interessar-se de modo particular pela reforma e incremento da Liturgia”, reza o n. 1 da Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia, promulgada pelo Papa Paulo VI em 4 de dezembro de 1963.

Neste nosso espaço vamos trazer 4 pontos sobre  essa renovação do entendimento da liturgia. “Eis o mistério da fé” será o primeiro deles a ser tratado  pelo Padre Gerson Schmidt:

“As mudanças na liturgia introduzidas pelo Concilio Vaticano II são muito significativas. Mas ainda não foram bem assimiladas por todos nós. Os liturgistas brasileiros Ione Buyst e Dom Manoel João Francisco, no Livro – Mistério Celebrado Memória e compromisso II [1], apontam alguns grandes traços teológicos de mudança implícitos na renovação da liturgia eucarística, a partir da aclamação pós-conciliar, depois da consagração, que diz: “Eis o mistério de nossa fé! Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus”. Essa aclamação está baseada na primeira Carta aos Coríntios: 1Cor 11,26.

Nela se indica o sentido central da ação eucarística: o Mistério Pascal. Segundo esses liturgistas “a Eucaristia é uma ação ritual, simbólico-sacramental, ação de Cristo Ressuscitado na força do Espírito Santo, atualização memorial de sua entrega e de sua glorificação, fazendo de nós participantes de seu mistério Pascal e de sua comunhão com o Pai, na expectativa da plena realização do Reino de Deus. É uma aclamação profética que aponta o rumo por onde o mundo encontrará a paz, a felicidade, a unidade. Implica nosso compromisso na construção de uma sociedade sem fome, sem guerras, sem discriminações, buscando caminhos de solidariedade, respeito e compreensão mútua, partilha dos bens”(p. 35).

Vamos apontando essa renovação do entendimento da liturgia, em nossa memória histórica do concílio, em 4 pontos: 1. Eis o mistério da Fé; 2. Anunciamos, Senhor a vossa morte; 3. E proclamamos a vossa ressurreição; 4. Vinde, Senhor, Jesus.

Hoje apontamos o primeiro ponto: EIS O MISTÉRIO DE NOSSA FÉ.  Essa é a aclamação, em tom de anúncio profético, do sacerdote depois de consagrar o pão em corpo e o vinho em sangue. A palavra mistério aqui é traduzida por sacramento, por realizar o que significa. Não se trata de um mistério qualquer oculto de Deus, desde muito tempo e agora revelado. Não é um revelação de um segredo divino, outrora oculto. Mas o Mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo, atualizado para nós na liturgia que está sendo celebrada.

Os liturgistas Ione Buyst e Dom Manoel João Francisco, atual bispo de Cornélio Procópio, dizem que na época do Concílio foi uma grande novidade usar o termo “Mistério Pascal” como conceito fundamental para a Eucaristia. Muitos padres conciliares estranharam isso, pois até então somente a paixão e morte de Jesus eram consideradas “memórias” da graça da salvação. O padre que proclama, em tom eloquente, “Eis o mistério da fé” não proclama simplesmente o mistério da transubstanciação, mas a Mistério Pascal acontecendo entre nós, mistério renovado no hoje de cada altar eucarístico”.

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[1] Ione Buyst e Manoel João Francisco – Livro – Mistério Celebrado Memória e compromisso II – Paulinas, SP, 2004, pg. 35s.

 

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Atualidades



Em estudo modernização da Caserna da Guarda Suíça

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Cidade do Vaticano (RV) – A Caserna da Guarda Suíça deverá ser totalmente renovada. As conclusões do estudo preliminar realizado por um escritório de arquitetura irão determinar a dimensão, a duração e o valor das reformas. 

"Será necessário simplesmente renovar o quartel dos guardas suíços ou demolir o prédio para reconstrui-lo?", questiona-se Jean-Pierre Roth, Presidente da Fundação que apoia a renovação do quartel.

Prédios degradados

A conclusão de uma avaliação realizada em 2015 foi clara: os prédios que abrigam a Guarda Pontifícia têm problemas muito antigos de umidade e infiltração.

"As instalações com espaço reduzido e tecnicamente obsoletos não são mais adaptadas para a operação de um exército moderno", acrescenta Jean-Pierre Roth.

Esses imperativos de modernização coincidem, aliás, com a flexibilização das regras de casamento para os guardas. Com a permissão do Secretário de Estado Pietro Parolin, os soldados que desejam se casar poderão fazê-lo depois de cinco anos de serviço e mais três suplementares.

Eles já não têm que esperar chegar ao posto de Cabo, conforme exigido até então pela regra, uma restrição temporal que os obrigou muitas vezes a renunciar ao serviço da Guarda. “Devemos, portanto – explica o Presidente da Fundação -  encontrar espaço adicional para hospedar famílias.

Restrições importantes

O desafio é grande, especialmente em relação às restrições técnicas, às quais se soma a obrigatoriedade de preservar a fachada histórica do prédio, que data de 1825.

Jean-Pierre Roth evoca também o aspecto logístico que complica ainda mais esta "grande obra", visto que a tropa deverá mudar de local durante o período de reforma.

"Com obras ou não, os guardas devem continuar a garantir a segurança do Papa nas melhores condições possíveis."

Criada segunda Fundação de apoio

Para apoiar o projeto foi criada em 31 de agosto de 2016 a Fundação para a Renovação da Caserna da Guarda Suíça Pontifícia, que será dissolvida ao final de construção.

"Ela é complementar à Fundação para Guarda Suiça no Vaticano que existe desde 2000 e oferece suporte a material, social e financeiro aos guardas", explicou.

Esta segunda Fundação, de acordo com o seu Presidente, permitirá a arrecadação de fundos, mas sobretudo fornecer uma experiência às operações militares, de arquitetura e de imóveis que o Estado papal não tem.

"E, insiste ele, o projeto é conduzido e desenvolvido em estreita colaboração com o Vaticano, bem como o seu financiamento."

O escritório do arquiteto Ticino "Durisch + Nolli" não foi selecionado por acaso. "A linguagem foi um critério importante. Queríamos que a comunicação com o Vaticano fosse fácil ", explica Jean-Pierre Roth. O escritório também trabalhou na renovação de outros prédios religiosos.

AFundação já está atuante e a renovação da Caserna, de certa forma, em andamento, pois permitiu a reforma da sala do Comando da Guarda. O local será inaugurado em dia 25 de setembro, mas já está operacional desde o início do ano.

(Je/Cath.ch/bh)

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Holanda: para Procuradoria, filmar porno em igreja não é delito

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Haia (RV) -  A Procuradoria holandesa negou-se na terça-feira, 15, a abrir um processo judicial contra uma produtora que realizou um filme pornográfico na Igreja de São José, em Tilbrug (sul do país), por considerar que “não foi cometido nenhum delito punível”, apesar das denúncias formais apresentadas pelo Conselho de Sacerdotes da cidade.

“Consideramos que é prejudicial e desrespeitoso, porém revisamos o livro das leis e realmente não constatamos nenhum delito. A blasfêmia não é punível (na Holanda) e não há violação alguma”, disse a Procuradoria.

O responsável pela igreja, Harrie de Swart, mostrou-se surpreso com a decisão da Procuradoria, recordando que os atores e produtores tiveram que escalar uma cerca para chegar até a cadeira do confessionário no interior do templo.

A igreja local poderia entrar com uma ação cível, mas o diretor do templo desaconselhou a diocese a fazê-lo, dizendo para “virar a página, visto que já houve suficiente comoção com este tema e não levou a nada”.

Quando o vídeo passou a ser divulgado no início do ano, o Padre da igreja, Jan van Noorwegen, pediu perdão “pela profanação da casa de Deus”, realizando penitência e abençoando a igreja com água benta.

No vídeo, dois atores mantém relações sexuais em um beco atrás da igreja e na cadeira no confessionário do santuário. O filme foi realizado por uma produtora local de filmes pornográficos.

A produtora já havia criado confusão no passado ao filmar cenas picantes em um parque de atrações. (JE/EFE)

 

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