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Sumario del 17/08/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Entrevistas

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Cardeal italiano representará o Papa em Aparecida

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Cidade do Vaticano (RV) - Será o cardeal italiano Giovanni Battista Re, Prefeito emérito da Congregação para os Bispos e Presidente emérito da Pontifícia Comissão para a América Latina, a representar o Papa nas celebrações do III Centenário do achado da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Santuário Nacional, entre 10 e 12 de outubro próximos.

A nomeação foi anunciada na manhã de 5ª feira (17/08) pelo Vaticano. 

Ligação com Aparecida é antiga

Cardeal desde 2001, em 2007 Dom Giovanni Battista Re foi o Presidente da V Conferência do Episcopado Latino-Americano, em Aparecida.

Em 2010, alcançando o limite de idade previsto de 75 anos, renunciou aos cargos de Prefeito da Congregação para os Bispos e de Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, que ocupava desde 2000.

Em 27 de fevereiro de 2011, representou o Papa Bento XVI na Dedicação Solene da Catedral de Santa Maria Mãe de Deus em Castanhal, no Pará.  

Em 2013, presidiu o Conclave que elegeu o Papa Francisco e atualmente, é o vice-Decano do Colégio de Cardeais.

O Jubileu Mariano no Brasil

A imagem milagrosa de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada no rio Paraíba do Sul no ano de 1717.  

As comemorações dos ‘300 anos de Bênçãos’ de Nossa Senhora Aparecida tiveram início no dia 12 de outubro de 2016 e para celebrar esse grandioso tricentenário, o Santuário Nacional está promovendo uma programação especial de devoção e obras de fé.

Confira aqui o programa das atividades de outubro de 2017, que encerram o Jubileu. 

Participe da Coroação de Nossa Senhora Aparecida no Santuário Nacional: 

(CM)

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Papa tuíta sobre a misericórdia: nela há sempre uma plenitude, diz Dom Zuppi

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Cidade do Vaticano (RV) –  “Que nada vos impeça de viver e crescer na amizade do Pai Celeste e de testemunhar a todos a sua infinita bondade e misericórdia”.

Este é o tweet do Papa Francisco publicado esta quinta-feira em sua conta @Pontifex_, seguida por mais de 35 milhões de followers. 

Assim, durante o período de verão europeu, o Pontífice volta a recordar a centralidade da misericórdia na vida do cristão. Sobre esta exortação de Francisco, a Rádio Vaticano conversou com o Arcebispo de Bolonha, Dom Matteo Zuppi:

“A misericórdia chama outra misericórdia, multiplica a misericórdia. Às vezes pensamos na misericórdia como em um preço a ser pago, nos equivocamos! A misericórdia é um amor a ser dado, o amor chama amor, multiplica amor, abre sucessivamente outros interesses, dá maior profundidade àqueles que a viveram. Me parece também muito importante a primeira parte: a amizade com Deus. De fato, nada nos impede isto; não há nada, a desilusão, o ceticismo, que nos impeça de viver a amizade com Deus. Se vivemos a amizade com Deus, entendemos a misericórdia e esta não se torna um sacrifício, mas exatamente o seu contrário: uma alegria”.

RV: Esta insistência do Papa em relação à misericórdia sublinha aquilo que é o coração do Evangelho, a mensagem trazida por Jesus: o perdão, o amor e a misericórdia de Deus...

“Exatamente, mas sempre num sentido positivo, não negativo. Olhar com misericórdia nos faz descobrir os outros, não é preço que se paga pelo qual depois se diz: “Agora está tudo certo”. Algumas vezes se costuma dizer: “Mas eu já fiz o bastante!”. Na realidade, quando se quer, nos damos conta do quanto temos o desejo de fazer ainda mais e se fica contente por aquilo que foi feito, obviamente, porque na misericórdia há sempre uma plenitude, uma saciedade, mas ao mesmo tempo existem também o desejo de que isto cresça, aumente e permaneça”.

(JE/AG)

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Igreja no Brasil



Dom João Bosco: Família, dom de Deus, luz para a sociedade

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Cidade do Vaticano (RV) –  A Semana Nacional da Família (SNF) teve início no último domingo, 13, Dia dos Pais. Uma escolha não ao acaso, visto que no mês de agosto a Igreja recorda a cada semana uma vocação. 

“Trata-se de um momento de reflexão e ao mesmo tempo de testemunho e serviço dos cristãos para com a humanidade, “para desenvolver este senso da beleza da grandeza, da alegria que é ser família”, explicou o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom João Bosco Barbosa de Sousa.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o também Bispo de Osasco falou como “a família no Brasil é luz para a vida em sociedade”, justamente, o tema desta 26ª edição do encontro:

"Este tema da família como luz para a sociedade é muito preciso, porque primeiro é um tema bastante amplo, pois quando se fala de luz, o Evangelho e a Sagrada Escritura sempre menciona como a presença de Deus. Deus é luz e a presença de Deus ilumina o mundo!

Nós estamos vivendo num mundo sombrio e isso pela falta de Deus. Então, quando se fala em luz para a vida em sociedade, duas coisas: primeiro, mostra-se que a família é uma luz. Ela em si mesma ela é um dom de Deus. E a segunda coisa, ela não pode ser um dom só para a Igreja ou só para as pessoas que participam da família. Ela é uma luz para a sociedade, ou seja, a família deve se tornar uma família em saída, como pede o Papa Francisco, e ser uma família missionária no mundo. Quer dizer, pelo fato de ser família, ela ilumina o mundo.

Este tema tem produzido para nós muita profundidade na caminhada das famílias, na pastoral familiar, sobretudo com o grande impulso que o Papa Francisco tem dado à família e ao tema da vida familiar”.

Dom João Bosco também nos falou sobre como está se desenvolvendo em todo o país este momento de reflexão e evangelização

"Esta semana é um tempo forte de evangelização, é um tempo em que a família se torna o tema central de toda a evangelização da Igreja, que produzem celebrações, palestras, movimentação nas escolas, nas ruas, nos grupos da pastoral familiar, organizam diversas formas de atuação não só dentro da Igreja, mas também na sociedade.

Nós temos uma publicação chamada "Hora da Família" que tem uma grande penetração nos meios da Pastoral Familiar que traz uma reflexão para cada dia, um tema para cada dia, desenvolvendo o tema central. Isso dá uma grande unidade num país tão grande como o nosso, o Brasil, de ponta à ponta, do sul até o norte, do leste ao oeste, o mesmo tema sendo refletido, sendo aprofundado nas celebrações e na vida cotidiana das comunidades e das paróquias. Isso tem sido cada ano uma riqueza muito grande. Já somos jubilados em prata com este programa de evangelização a cada ano". (JE)

 

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Muticom de Joinville: reforma da mídia do Vaticano é tema de abertura

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Joinville (RV) – O 10º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), de Joinville/SC, começou nesta quarta-feira (17) com a palestra de abertura ministrada pelo prefeito da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé, Monselhor Dario Viganó. No espaço da Expoville, o discurso inaugural do evento teve como tema: "A Comunicação na Igreja na perspectiva do Papa Francisco". 

Num primeiro momento, Monsenhor Viganó tratou da comunicação do Papa Francisco para, em seguida, se concentrar nas explicações de todo o processo de reforma da mídia da Santa Sé. Segundo ele, “antes de compreender o sentido profundo da reforma é necessário entender alguns aspectos próprios da comunicação do Papa Bergoglio, uma comunicação que poderíamos dizer ‘unconventional’, nada convencional, muito pragmática. Em mais de uma vez tive a possibilidade de sublinhar como Francisco tem a capacidade de redefinir códigos e formas de comunicação, utilizando com criatividade, por nada convencional, situações curiosas, parábolas e metáforas. Um modo para se comunicar com o outro, para diminuir as distâncias e favorecer o diálogo”, comentou Viganó.

A linguagem de Francisco, segundo o prefeito da Secretaria para a Comunicação, não para naquela exigência de “sentir” e na voz do destinatário da mensagem, mas “implica a capacidade de ‘ouvir’: a escuta é uma atividade muito mais desafiadora que consiste em aprofundar a relação com o outro”.

As características da comunicação do Papa Francisco, continou o Monsenhor, são importantes para bem compreender a reforma da mídia da Santa Sé, com origens já no Jubileu do ano 2000, “como uma necessidade e uma urgência”: uma reforma que se desenvolve num “novo Renascimento, fazendo parte, hoje, de um contexto digital que modifica as práticas e as dinâmicas de todos os âmbitos da nossa vida, daquela social àquela política, até àquela religiosa”.

A reforma, prosseguiu Viganó, “não é simplesmente uma ‘pintura’”, ao lembrar as palavras do próprio Papa Francisco quando disse: “reforma não é clarear um pouco as coisas. Reforma é dar uma outra forma às coisas, organizá-las de uma outra maneira”. O Monsenhor enfatizou que isso significa que não se trata de uma simples coordenação dos veículos, mas de repensar produtivamente a comunicação da Santa Sé.

O Muticom de Joinville é um instrumento para auxiliar profissionais da área a fazer uma nova leitura do uso das novas tecnologias, além incentivar a formação de senso crítico na era digital, para desfrutar ao máximo o potencial da mídia - em comunhão e para o progresso humano. O evento termina no próximo domingo e é promovido pela Conferência Episcopal do Brasil. (AC/SIR)

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Igreja no Mundo



O racismo vai contra a Bíblia e a história dos EUA, diz Card. O’Malley

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Boston (RV) – Como nação, no século XX guiamos a luta contra o nazismo e contra o racismo.

O Cardeal Sean O’Malley, Arcebispo de Boston e membro do Conselho dos nove Cardeais (C9) que coadjuva o Papa Francisco no governo da Igreja, manifestou-se sobre os incidentes ocorridos no sábado 12 de agosto, em Charlottesville, Virginia, quando uma mulher que participava de uma manifestação pacífica contra movimentos racistas e nazistas perdeu a vida e várias pessoas ficaram feridas, quando investidos por um automóvel dirigido por um jovem defensor da supremacia branca. 

Para o Arcebispo, “a herança bíblica e cívica” estadunidense “foi atacada e colocada à prova”.

“As nações vivem e florescem graças às suas ideias e aos seus ideais – continuou ele na nota divulgada em 15 de agosto  -  não simplesmente por causa de seu bem-estar e de seu poder material”.

Herança bíblica e cívica é atacada e colocada à prova

“As nossas ideias e os nossos ideais expressam a nossa identidade e fixam os critérios de nossos comportamentos como cidadãos. Para os Estados Unidos uma afirmação central da nossa identidade é expressa na frase “E Pluribus Unum”, de muitos povos formamos uma nação. Esta preciosa verdade cívica reflete e é radicada na herança bíblica da dignidade de todas as pessoas e da humanidade compartilhada”.

“Nem sempre como nação mostramos o melhor de nossas ideias e de nossos ideais, mas é um objetivo que almejamos. O nosso país vive novamente um momento no qual a herança bíblica e cívica é atacada e colocada à prova. Devemos reiterar e reafirmar a convicção de que uma nação inclui todos: as diversas raças, culturas, etnias e religiões que compõe o nosso país”.

“A multidão enraivecida e violenta que se reuniu na Virgínia no último final de semana  - alertou -  nas palavras e nos fatos contradiz o nosso credo nacional e o código de conduta civil”.

Fatos que desonram tradição política e constitucional estadunidense

“Aqueles que tentam ressuscitar uma nova forma de nazismo e de nacionalismo extremo – diz o Cardeal - aqueles que denigrem os afro-americanos, que pregam e praticam o antissemitismo, que denigrem os muçulmanos, aqueles que ameaçam e querem banir os imigrantes da nossa terra – todas estas vozes desonram as convicções de base das tradições políticas e constitucionais americanas”.

“É preciso opor-se a isto em palavras e fatos, exortou o purpurado. Como bispo católico, aproveito a oportunidade para opor-me - junto aos outros líderes religiosos do país - às vozes que promovem a fragmentação e o ódio”.

Um alerta aos fiéis

“Como Arcebispo de Boston – acrescentou - é minha responsabilidade recordar à comunidade católica que sirvo, as verdades fundamentais de fé e razões que são tão centrais neste momento. A verdade que os nossos direitos e os nossos deveres recíprocos derivam de Deus. A verdade que podemos opor-nos ao ódio e à intolerância com civilidade e caridade. Estas verdades podem unir transversalmente as nossas comunidades diferentes por raça, religião e etnia. Podem ajudar-nos a celebrar o nosso pluralismo como rico tesouro que fortalece este país”.

“Hoje que a nossa unidade é colocada à prova, que as nossas verdades fundamentais de fé e razão são violadas, como pessoas de fé e cidadãos, devemos apoiar as nossas ideias e os nossos ideais. A minha oração é para que possamos estar em pé para este desafio. A minha convicção é de que somos capazes de fazê-lo”.

Conferência Episcopal dos EUA

Nos dias passados, a Conferência Episcopal dos Estados Unidos manifestou-se sobre os acontecimentos em Charlottesville.

O seu Presidente, Dom Daniel DiNardo, junto com o Presidente da Comissão episcopal para a Justiça Interna e o desenvolvimento humano, Dom Frank Dewane di Venice (Flórida), haviamdivulgado no dia 13 um comunicado para afirmar que “somos contra o mal do racismo, da supremacia branca e do neonazismo. Estamos com as nossas irmãs e os nossos irmãos unidos nos sacrifício de Jesus, graças ao qual o amor vence toda forma de mal”.

Em outro comunicado divulgado no dia anterior, o próprio Dom DiNardo havia afirmado que “os bispos estão com todos aqueles que são oprimidos por uma ideologia má” e estão “prontos a trabalhar com todas as pessoas de boa vontade para colocar fim à violência racial e construir a paz nas nossas comunidades”.

O Cardeal de Chicago por sua vez, Dom Blaise Cupich, havia publicano no tweet a seguinte mensagem: “Quando se trata de racismo, existe um único lado do qual estar:contra”.

(Je com Vatican Insider)

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Entrevistas



Acolhimento e xenofobia: dilemas da migração

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Cidade do Vaticano (RV) - Acolhimento, integração, xenofobia: os desafios da migração e suas consequências não dizem respeito somente à Europa ou aos Estados Unidos. Na África do Sul, por exemplo, há milhões de migrantes que querem residir legalmente no país.

Os campos de refugiados na África Austral remontam aos anos 70. Inicialmente, acolhiam pessoas da região. Com o passar dos anos, a situação foi se diversificando e se complicando com refugiados de Ruanda, Burundi, Mali, Somália, Etiópia e atualmente inclusive da Ásia, de onde chegam sobretudo mulheres vítimas do tráfico humano

Ouça a entrevista com o sacerdote moçambicano Cláudio dos Reis, responsável pelo setor migrações da Imbisa, organismo que reúne os Bispos de nove países da região. Ele fala da geopolítica da região e do trabalho da Igreja em pressionar os governos na assistência aos refugiados: 

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Formação



Dom José Valdeci: precisamos ser sempre mais Igreja povo de Deus

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” traz a participação do bispo da Diocese de Brejo, Dom José Valdeci Mendes, desde agosto de 2010 à frente desta Igreja particular do leste maranhense. 

Nesta primeira edição, falando-nos sobre intuições e desafios propostos pelo Concílio ecumênico Vaticano II, nosso convidado destaca-nos alguns passos que a seu ver devem ser dados para uma maior aplicação daquilo que foi o espírito de abertura próprio do Concílio.

“Precisamos dar mais passos no sentido de encarnar esse tema tão motivador para nós de caminharmos como Igreja povo de Deus a partir da vivência do nosso batismo, do nosso testemunho”, afirma Dom José ressaltando a necessidade que se tem de “ser sempre mais essa Igreja povo de Deus, como nos propõe o Papa Francisco”. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



Atentado em Barcelona deixa mortos e feridos

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Barcelona (RV) – É de ao menos 13 mortos e 20 feridos o balanço parcial do atentado ocorrido na tarde desta quinta-feira em Barcelona, quando uma van andando a cerca de 80 km por hora investiu contra a multidão que enchia o tradicional calçadão na Avenida “Las Ramblas”. O veículo andou por 530 metros antes de parar.

A área central foi fechada ao tráfego, as estações de metrô próximas interditadas e o comércio evacuado. A polícia espanhola informa ter interceptado uma segunda van na área central de Vic, que seria usada para a fuga dos autores do atentado.

O condutor do furgão, armado, conseguiu fugir à pé e teria se refugiado no restaurante turco "Aromas de Istambul", próximo ao mercado La Boqueria. Ele pode estar acompanhado de um cúmplice. Segundo o jornal espanhol El Mundo, as “Unidades del Grup Especial d'Intervencio” foram mobilizadas para uma eventual invasão do restaurante.

A polícia não tem dúvidas tratar-se de um ato de terrorismo. Diversas ambulâncias acorreram ao local para o transporte dos feridos, muitos em estado grave.

 

 

 

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80% da população mundial sujeita a restrições na liberdade religiosa

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Washington (RV) – O Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou na terça-feira, 15 de agosto, o relatório que avalia o grau de liberdade religiosa em 199 países e territórios do mundo.

Entre as maiores ameaças à liberdade religiosa encontra-se o Estado Islâmico e alguns grupos religiosos apoiados por países aliados de Washington, como Arábia Saudita, Turquia ou Bahrein.

“Quase 80% da população mundial vive sujeita a restrições à sua liberdade religiosa ou a hostilidades que a afetam. Quando não se protege a liberdade religiosa, a instabilidade, os abusos dos direitos humanos, o extremismo violento tem mais opções para prosperar”, observou o Secretário de Estado estadunidense Rex Tillerson.

“Ninguém deveria viver com medo, ter que praticar sua religião em segredo ou enfrentar discriminações devido às suas crenças”, acrescentou Tillerson ao apresentar o relatório.

“Genocídio”

Pela primeira vez o Secretário de Estado decidiu empregar o termo “genocídio” - já usado pelo seu antecessor John Kerry em março de 2016 – ao referir-se aos crimes cometidos pelo grupo jihadista Estado Islâmico contra diferentes grupos religiosos no Iraque e na Síria.

“O Estado Islâmico é claramente responsável pelo genocídio cometidos contra yazidis, cristãos e muçulmanos xiitas, em áreas que estão ou estiveram sob seu controle”, destacou o Secretário de Estado.

“O Estado Islâmico também é claramente responsável por crimes contra a humanidade e limpeza étnica contra os mesmos grupos, e em alguns casos contra muçulmanos sunitas, curdos e outras minorias. A proteção destes grupos – e outros atacados pelo extremismo violento – é uma prioridade da Administração Trump”, garantiu ele.

Esta é a segunda vez que os Estados Unidos faz uma acusação de genocídio durante um conflito em andamento. A primeira foi em relação aos assassinatos de massa no Sudão em 2004 e o Governo de Barack Obama decidiu usar a expressão em 2016 com o objetivo de contribuir para uma eventual investigação internacional sobre os crimes do EI.

Diante da dificuldade de processar o EI por seus crimes, os Estados Unidos estão respondendo à “obrigação moral” de fazer algo diante desse genocídio mediante suas ações militares contra o grupo, segundo explicou Michale Kozak, alto funcionário do Escritório da Democracia e Direitos Humanos do Departamento de Estado.

Sanções

O informe apresentado na terça-feira é elaborado anualmente por ordem do Congresso estadunidense e instrui o Secretário de Estado na decisão que deve tomar num prazo de 90 dias em relação à existência ou não de algum país que apresente uma “preocupação especial” em relação à falta de liberdade religiosa, o que pode levar à restrição da ajuda econômica a essa nação.

Arábia Saudita

Não obstante, o Secretário de Estado pode decidir incluir algum país nesta lista sem porém não aplicar nele sanções, caso isto não for de interesse dos Estados Unidos, como tem ocorrido nos últimos anos em relação à Arábia Saudita.

Tillerson exortou os líderes sauditas a garantirem um grau mais amplo de liberdade religiosa para todos os cidadãos, mostrando-se preocupado pelo “contínuo padrão de preconceitos sociais e a discriminação contra os xiitas” no país sunita.

Turquia

Ele também criticou outro país, que como a Arábia Saudita é um aliado fundamental na luta contra o terrorismo na região, a Turquia, onde as autoridades “limitam os direitos humanos de algumas minorias religiosas”, em especial dos muçulmanos não-sunitas.

Bahrein

Em Bahrein, sede da 5ª Frota Naval dos EUA, “o Governo segue investigando, detendo e prendendo” os muçulmanos xiitas.

Tillerson, neste sentido, exortou o pequeno Reino a “deixar de discriminar” aqueles que professam esse ramo do islã.

China e Paquistão, Irã e Sudão

O informe também atribui notas ruins para países com os quais os Estados Unidos mantém uma relação mais complicada, como é o caso da China e do Paquistão, assim como a outros que costuma condenar regularmente, como Irã e Sudão.

“Na China o governo tortura, detém e prende milhares de pessoas por praticarem sua crenças religiosas”, alertou o Secretário de Estado.

“A liberdade religiosa está sob ataque no Paquistão, onde mais de 200 pessoas estão no corredor da morte ou condenadas à prisão perpétua, acusadas de blasfêmia”, sublinhou.

No Irã os cristãos e outras minorias “são perseguidos por sua lei” e “condenados à morte por vagas leis sobre a apostasia”, enquanto no Sudão “o Governo prende, detém e intimida membros do clero e da Igreja”.

O informe apresenta graves denúncias relativas a América Latina, referindo-se aos sete sacerdotes mortos no México em 2016 e aos outros que foram submetidos a “extorsão e ameaças de morte”.

Ao mesmo tempo, o informe considera que em Cuba, “o ambiente de liberdade religiosa melhorou” nos últimos anos.

(JE com Ag. EFE)

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Refugiados do Sudão do Sul em Uganda são mais de 1 milhão: ACNUR reforça pedido de ajuda

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Nova Iorque (RV) - O ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) reitera seu pedido à comunidade internacional para apoiar os refugiados do Sudão do Sul, em particular os que se encontram em Uganda – onde estão mais de 1 milhão de sul-sudaneses vítimas do conflito em seu país de origem. No último ano, Uganda registrou uma chegada diária de 1.800 sul-sudaneses, em média.

Além dos refugiados em Uganda, outro milhão de sul-sudaneses está abrigado em outros países vizinhos, como Sudão, Etiópia, Quênia, República Democrática do Congo e República Centro-Africana.

Em Uganda, mais de 85% dos refugiados que chegam são mulheres e crianças (menores de 18 anos). Os recém-chegados continuam relatando casos de violência brutal, nos quais grupos armados queimam casas com civis dentro, pessoas são mortas na frente de seus familiares, mulheres e meninas são vítimas de violência sexual, e meninos são recrutados à força para o conflito.

Com a contínua chegada de milhares de refugiados, a ajuda que está sendo oferecida está muito abaixo do necessário. Este ano, são necessários US$ 674 milhões para a resposta aos refugiados sul-sudaneses em Uganda. Entretanto, até agora somente 21% do total foi recebido. Nas outras regiões, o cenário está ligeiramente melhor – dos US$ 883,5 milhões necessários para a crise do Sudão do Sul, cerca US$ 250 milhões foram recebidos.

A ausência de recursos em Uganda está impactando significativamente a capacidade de oferecer assistência vital e oferecer serviços básicos essenciais. Em junho, o Programa Alimentar Mundial foi forçado a fazer cortes nas rações alimentares de refugiados.

Ao longo dos assentamentos no norte de Uganda, clínicas de saúde estão sendo forçadas a prover apenas atendimento médico vital com recursos humanos reduzidos: médicos, enfermeiros e remédios estão em falta.

A educação também está sendo impactada. As salas de aula frequentemente possuem mais de 200 alunos, e algumas aulas são ministradas ao ar livre. O difícil acesso à escola tem gerado alto índice de abandono de crianças refugiadas, já que as opções mais próximas continuam sendo distantes demais.

Desde dezembro de 2013, com a deterioração da crise no Sudão do Sul, mais de 2 milhões de sul-sudaneses foram obrigados a se deslocar para países vizinhos, enquanto as estimativas são de que outros dois milhões permaneçam deslocados internamente.

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(Rádio ONU)

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