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Sumario del 26/08/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa aos peregrinos de Czestochova: a Polônia tem um coração materno

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre enviou uma vídeomensagem este sábado (26/8) - dia da memória litúrgica de Nossa Senhora de Czestochova - pelos 300 anos da coroação da imagem milagrosa de Jasna Gora, ocorrida em 8 de setembro de 1717. 

Em sua mensagem aos peregrinos, o Papa os cumprimenta e os abençoa nesta longa peregrinação ao Santuário de Jasna Gora, para venerar o quadro de Nossa Senhora da Virgem Negra, Padroeira da Polônia. E afirmou:

“Se Czestochova está no coração da Polônia, significa que a Polônia tem um coração materno; significa que toda palpitação da vida acontece com a Mãe de Deus. A ela, os peregrinos costumam confiar tudo: o passado, o presente, o futuro, as alegrias e as aflições da vida pessoal e nacional”.

O Santo Padre recorda que ele também teve a graça de ir em peregrinação ao Santuário mariano de Czestochova ano passado, por ocasião dos 1050 anos do Batismo da Polônia. E referindo-se ao jubileu da coroação da imagem mariana, disse:

“Há 300 anos, o Papa concedeu que a imagem da Virgem de Jasna Gora fosse coroada como Rainha da Polônia. Ela é uma Mãe verdadeira, que traz o rosto marcado pelos sofrimentos”.

Logo, recordou Francisco, este solene Jubileu é um momento favorável para que ninguém se sinta órfão, pelo contrário, nossa Mãe está sempre ao nosso lado, nas tribulações e nas alegrias”.

Francisco conclui sua Mensagem recordando que Nossa Senhora, nossa Mãe e Rainha, nos acompanha com a sua materna proteção. E a todos os peregrinos, que visitam o Santuário de Czestochova, na memória litúrgica de Nossa Senhora de Jasna Gora, o Papa concede sua propiciadora Bênção Apostólica. (MT)

 

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Card. Schönborn: parlamentares católicos encorajados pelo apoio da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) – Este domingo, 27, o Papa Francisco receberá após o Angelus, na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes da Conferência do International Catholic Legislators Network.

Trata-se de uma rede de parlamentares católicos de todo o mundo, nascida em 2010 com o apoio do Arcebispo de Viena Cardeal Christoph Schönborn e de David Alton, membro católico da Câmara dos Lordes, e que a cada ano promove um encontro na cidade italiana de Frascati.

“Trata-se – explicou o Cardeal ao nosso colega do Programa Alemão, Padre Bern Hagenkord  – de um grupo informal de homens e mulheres que muito consciente querem estar na política como fiéis. Muitas vezes têm algo em comum: são minoria em seus parlamentos. Mas se fazem portadores de temas e valores importantes e pretendem realizar o seu serviço como católicos”.

“Os Papas – observa o Cardeal Schönborn – sempre nos encorajaram. Quer o Papa Bento como o Papa Francisco, nos recebem a cada ano. E estes parlamentares católicos encontram grande encorajamento por este “sim” da Igreja aos seus esforços, porque muitas vezes se sentem bastante sozinhos em seus parlamentos e se encontram em situações difíceis. Sentem-se, portanto, encorajados por estes encontros anuais, quer na fé pessoal como no agir político”.

“Um dos temas tratados desde o início – afirmou ainda o Arcebispo de Viena – é o da perseguição contra os cristãos, que infelizmente já se tornou um fenômeno em escala mundial. Muito países de onde provém os parlamentares são atingidos por isto ou são países que se esforçam em ajudar os cristãos em outros países”.

O purpurado fala de uma rede bem articulada que cresce. Em particular está em aumento o componente africano: são provenientes sobretudo do Quênia, mas também de Uganda, do Zimbabwe, do Malawi.

“Estes encontros – sublinha – são sempre uma ótima ocasião para debates e troca de ideias. O fato que se encontrem juntas pessoas provenientes de todos os continentes, faz claramente bem a todos, mesmo porque nascem contatos, nascem amizades”.

“O objetivo destes encontros anuais – explica o Cardeal Schönborn – é o fortalecimento na fé: existem momentos fortemente religiosos, como a Missa diária, a reza comum do Terço, a Adoração Eucarística, a possibilidade de confessar-se... existe portanto, certamente, também um apoio espiritual. Os temas que são tratados nestes encontros são aqueles que mais comprometem os parlamentares e são aprofundados com a ajuda de especialistas que guiam seminários que têm a função de ajudar na reflexão política. Posso dizer – conclui o purpurado – que esta rede informal é um sucesso, uma bela iniciativa que é um bênção”.

(JE/BH)

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Não existem medidas adicionais de segurança no Vaticano, diz Parolin

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Rímini (RV) – Não existem medidas excepcionais de segurança. Ao ser interpelado por jornalistas no Encontro da Comunhão e Libertação em Rímini, sobre um vídeo divulgado pelo Estado Islâmico contendo ameaças ao Papa e ao Vaticano, o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin afirmou:

“Eu vi, sim, ontem, aquele vídeo que transmitiram na televisão. Evidentemente, não tem como não preocupar. Sobretudo por este ódio insensato que existe. Mesmo assim, eu acredito que no Vaticano não existam medidas adicionais. Até onde eu sei, se continua com o mesmo nível de atenção e de segurança destes tempos”.

E a respeito do drone que na manhã deste sábado sobrevoou a área do Vaticano e que foi investigado pela polícia, a vice-Diretora da Sala de Imprensa da santa Sé, Paloma Garcia Ovejero, declarou que “não houve e não existe alarme”.

Ademais, acrescentou que o alerta de segurança no vaticano não mudou depois do atentado em Barcelona.

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Guarda Suíça preparada para eventual atentado, garante Comandate Graf

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Cidade do Vaticano (RV) – O Comandante da Guarda Suíça, Coronel Christoph Graf, afirmou recentemente em Solothurn, Suíça, que no atual contexto de ameaça terrorista, a tropa de proteção do Pontífice “está preparada” para enfrentar um atentado, como aquele ocorrido em Barcelona.

“É apenas uma questão de tempo que um atentado ocorra em Roma. Mas nós estamos preparados para isto”, afirmou o Comandante durante a 27ª Assembleia Geral dos antigos guardas suíços, segundo  o portal católico suíço ‘Cath.ch’

Ele ressaltou que a Guarda não é apenas um objeto de atração para as câmaras fotográficas dos turistas, mas passa por constante formação e treinamento, utilizando as técnicas mais modernas para estar sempre atualizada e preparada.

“Nível de segurança já é elevado”

A formação inicial dos recrutas aumentou de dois para quatro meses. Em colaboração com a polícia cantonal do Ticino, os novos guardas são iniciados em tiro, segurança próxima, proteção contra incêndio, primeiros socorros e questões jurídicas.

Oficialmente o nível de segurança "já é muito elevado", não havendo necessidade de aumentá-lo até que uma ameaça concreta seja detectada.

Desde o ataque em Barcelona, em 17 de agosto, a polícia italiana, que é responsável pela segurança em torno do Vaticano, fortaleceu significativamente seus controles em torno da Praça de São Pedro.

A Via della Conciliazione, a principal artéria que leva ao Vaticano a partir do Rio Tibre, desde o atentado em Nice já havia sido bloqueada com barreiras de metal e floreiras de concreto, e numerosos veículos da polícia e do exército estão postados de forma visível também nos acessos ao Vaticano.

As revistas da polícia italiana, responsável pelo acesso à Praça de São Pedro, também estão sendo mais minuciosas no domingo para o Angelus e para a Audiência Geral na quarta-feira, que neste mês de agosto está se realizando na Sala Paulo VI.

Após os atentados em Barcelona, uma mídia próxima ao Estado Islâmico divulgou um vídeo com ameaças  de ataques contra o Papa e a cidade de Roma.

O Cardeal Parolin, interpelado este sábado, 26, por jornalistas sobre estas ameaças, garantiu que não houve um aumento na segurança por isto, confirmando as palavras do Comandante da Guarda Suíça que garante que o nível de segurança já é elevado.

(JE/Cath.ch)

 

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A Semana de Francisco - 30

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Cidade do Vaticano (RV) - Durante a última semana, o Papa Francisco fez apelos de soliedariedade e oração tanto pela "violência desumana" de atos terroristas que continuam abalando o mundo, como pelas vítimas e famílias italianas que sofreram novamente com o terremoto.

Na Audiência Geral de quarta-feira (23), a catequese do Santo Padre também nos fez refletir sobre a nossa condição de cristãos, "se de primavera ou de outono". Já na quinta (24), ao encontrar os participantes da Semana Litúrgica Nacional Italiana, no Vaticano, o Papa abordou os acontecimentos “substanciais e não superficiais” ocorridos no arco dos últimos 70 anos na história Igreja e, em particular, “na história da liturgia”, e disse: "depois desse magistério e desse longo caminho, podemos afirmar com segurança e com autoridade magisterial que a reforma litúrgica é irreversível”.

Veja o resumo da Semana de Francisco no vídeo:

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Igreja no Brasil



Dia do catequista: a vocação leiga

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Juiz de Fora (RV) - Há quem diga que a Igreja só passou a valorizar, devidamente, o leigo a partir do Concílio Vaticano II (1962-1965). Sem entrar no mérito da crítica, é importante lembrar que já entre os Padres (no sentido de pais, não de sacerdotes) da Igreja, nos primeiros tempos do Cristianismo, havia leigos de grande valor, trabalhando na formulação da reta fé.

Ainda, a grande maioria dos moradores de cidades do interior ou da roça, foram muito bem catequizados por beneméritas moças ou senhoras dedicadas à vida da Igreja. Às vezes, gente santa ligada, ou não, a alguma ordem religiosa: oblatos/as de algum mosteiro ou membros das, então, chamadas Ordens Terceiras do Carmo, Franciscana, Dominicana etc.

A partir dos anos de 1940, aparecem também os Institutos Seculares e o (a) consagrado(a) vive em casa uma vida de entrega a Deus e ao próximo. Hoje, há muitas e importantes Comunidades de Vida formadas por leigos/as atuantes em diversas partes do mundo, incluindo, é óbvio, nossa diocese; sem falar em leigos e leigas que, neste grande país, dirigem comunidades e a levam adiante como ministros da Palavra e da Comunhão entre outras importantes funções.

Os nossos amados leigos e leigos, queridos irmãos batizados, têm papel muito importante na Igreja por conta da vocação que receberam pelo batismo e pela crisma. Especificamente eles são convidados a serem testemunhas de Jesus crucificado e ressuscitado, tendo a missão de dinamizar as comunidades, sob a orientações dos sacerdotes. Os batizados estão presentes nos grupos, pastorais e movimentos da Igreja, como viva expressão do consolo, da misericórdia, do cuidado com os que mais precisam e no testemunho do Evangelho.

Por isso, dentre as grandes missões dos batizados, ressalta-se a do catequista, como educador da fé cristã. Quem não se lembra de seu catequista. Neste final de semana somos chamados a agradecer a Deus este generoso serviço que eles nos prestaram. O Papa Francisco disse que: “Ser’ catequistas requer amor, amor sempre mais forte por Cristo e amor pelo seu povo santo.” O Papa ainda recordou aos catequistas uma frase que São Francisco dizia aos seus confrades: “Pregai sempre o Evangelho, e se for necessário, use palavras”, reforçando como é importante o exemplo dado.

Peçamos, irmãos e irmãs, sempre, mas, de um modo muito especial neste mês de agosto, mês vocacional, quem o Senhor da messe envie operários para a sua messe em todos os segmentos eclesiais. Parabéns, de modo especial, a todos os catequistas!

+ Eurico dos Santos Veloso

Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG

 

 

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Igreja no Mundo



Missa dos 300 anos de entronização de Nossa Senhora Negra reúne milhares em Czestochova

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Varsóvia (RV) – Milhares de peregrinos provenientes de toda a Polônia reuniram-se este sábado no Santuário de Jasna Gòra, no dia em que recorre a memória litúrgica de Nossa Senhora de Czestochova e no ano em que se celebra os 300 anos de entronização do ícone da Mãe de Deus.

Uma Missa campal foi celebrada na esplanada da Basílica com a participação dos bispos e autoridades civis do país, incluindo o Presidente da República, Andrzej Duda e a Primeira Ministra Beata Szydlo. A cerimônia foi presidida pelo Primaz da Polônia, o Arcebispo de Gniezno, Dom Wojciech Polak.

Ao referir-se em sua homilia ao Jubileu em andamento pelos 300 anos, Dom Polak recordou aos fiéis que “hoje não trazemos nem outo nem prata para Nossa senhora, mas dons espirituais”. Hoje – afirmou – “devemos ser nós os diamantes de sua coroa”.

Depois, convidou a todos para serem como as pessoas de Caná da Galiléia, que ouviram as palavras de Jesus. “É necessário escutar e fazer aquilo que diz Jesus”, alertou.

Recordando então as recentes tempestades que atingiram, em particular, o norte da Polônia, o prelado insistiu que a ajuda às pessoas necessitadas foi uma prova de caridade, de sensibilidade pelos necessitados e da unidade nacional, para todos os poloneses.

Por fim, exortou à conversão do coração especialmente para sanar as divisões e as tensões políticas no país: “Não obstante as divisões, podemos fazer algo de positivo juntos”, observou.

No início da Missa, foi projetada a videomensagem enviada pelo Papa Francisco para a ocasião.

O Santuário

O Santuário de Jasna Gòra, que significa “montanha luminosa” e que surge na cidade de Czestochowa, representa o coração da Polônia. A imagem de Nossa Senhora Negra ali exposta – representada como Mãe Rainha – atrai há séculos multidões de peregrinos de toda a nação e de várias partes do mundo.

Os poloneses são habituados a ligar esta imagem aos momentos mais importantes de suas vidas, mas é toda a Polônia, que em seus complexos acontecimentos históricos e políticos, sempre encontrou nela a força e a coragem para defender a unidade da nação e a fé católica.

São Lucas

Segundo a tradição, o quadro teria sido pintado em Jerusalém por São Lucas, sobre madeira retirada da mesa da casa da Sagrada Família em Nazaré. Antes ainda, o evangelista  teria realizado dois quadros: um deles é ainda hoje objeto de culto em Bolonha; o outro, após sucessivas transferências, chegou no século XIV às colinas de Czestochowa, sendo conservado numa pequena igreja de madeira. Mais tarde, no mesmo lugar, foi erguida uma Basílica gótica, tendo em anexo um convento para os Frades eremitas da Ordem de São Paulo, a quem foi confiado o santuário.

História

Entre os tantos episódios ligados à história, é importante recordar aquele ocorrido em 1430, quando alguns seguidores do herético Giovanni Hus, atacaram e depredaram o convento. O quadro da Nossa Senhora Negra foi desfigurado por numerosos golpes de espada e depois restaurado. Ainda hoje são evidentes duas cicatrizes paralelas no rosto de Maria.

Também central o ocorrido em 1655, quando o exército sueco entrou na Polônia. Enquanto as tropas estavam para invadir Czestochowa, um grupo de soldados poloneses começou a rezar diante do ícone de Nossa Senhora Negra. O inimigo retirou-se e, no ano seguinte, o rei Giovanni Casimiro declarou Nossa Senhora de Czestochowa como “Rainha da Polônia”.

Ícone bizantino

Segundo os estudiosos, a pintura de Nossa Senhora de Jasna Gòra seria originalmente um ícone bizantino, datável entre os séculos VI e IX. A Virgem segura Jesus em seus braços e os dois rostos têm uma expressão triste e pensativa.

Em 1717 o quadro foi coroado com o diadema papal de Clemente XI, que foi roubado em 1909. Ao longo dos séculos foram realizadas outras coroas que foram trocadas segundo um específico cerimonial.

Este ano, uma cópia da coroa de 300 anos atrás foi oferecida pela Diocese de Crotone e colocada no quadro na noite entre 27 e 28 de julho passado, também em recordação à visita realizada pelo Papa Francisco.

A partir do século XX, numerosas igrejas foram construídas em honra a Nossa Senhora Negra em todo o mundo.

São João Paulo II

Falando de culto, é impossível não citar a profunda devoção expressa por São João Paulo II, não somente quando sacerdote, mas também como Papa.

Ele esteve diante de sua imagem em duas ocasiões: a primeira em 1979, pouco mais de um ano após a sua eleição. Naquela ocasião pronunciou o ato de consagração da Igreja universal a Maria.

Em 1991 João Paulo II celebrou em Czestochowa a IV Jornada Mundial da Juventude e em Czestochowa confiou a Maria todo o seu pontificado com o lema “Totus Tuus”.

Em 2006 foi a vez de Bento XVI visitar o Santuário.

Ano Jubilar

Para celebrar os 300 anos da entronização de Nossa Senhora de Czestochowa na Polônia, foi convocado um jubileu que será concluído em 8 de setembro próximo, com uma Missa solene presidida pelo cardeal Stanislaw Rylko, Arcipreste da Basílica Santa Maria Maior, em Roma. Já os eventos ligados ao jubileu se concluirão em 31 de dezembro. (JE/AM)

 

 

 

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Formação



Reflexão dominical: "Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo"

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Cidade do Vaticano (RV) - «Nesta liturgia do XXI domingo do tempo comum, se reflete sobre o tema do poder. De acordo com a leitura do profeta Isaías, aquele que usa do poder em seu próprio benefício e deixa o povo passar necessidades, deve ser destituído, pois não honra a confiança nele depositada por Deus. 

Isso é o que se entende com a deposição de Sobna, administrador do rei de Jerusalém, que deixa o povo na miséria e constrói para si um túmulo de alto luxo. Em seu lugar é empossado Eliacim, investido de poderes para abrir e fechar a Casa de Davi, ou seja, para que todos tenham vida.

Do mesmo modo, Jesus, estando com seus discípulos, dá a eles o poder de abrir e fechar as portas do Reino dos Céus. Todo e qualquer poder cristão é dado para servir, para dar vida ao Povo. Mas Jesus só entrega esse poder aos apóstolos depois de ser identificado por eles como Messias, como aquele que tem a missão de redimir.

Portanto ter poder na Igreja , no mundo cristão, significa identificar-se com a missão de Jesus, daquele que lavou os pés de seus discípulos, daquele que disse ter vindo para servir e não ser servido, daquele que não tinha onde reclinar a cabeça.

O hino de louvor colocado por Paulo em sua Carta aos Romanos, nos fala da misericórdia de Deus, que supera nosso conhecimento, nossa justiça, sempre nos servindo, sejamos cristãos ou não.

Dentro da perspectiva cristã o poder deve acabar com o egocentrismo, com a imaturidade e despertar na pessoa generosidade, esquecimento de si e radical entrega à causa da vida. Também ele deverá ser visto como serviço à vida.

Vivo em um país democrático e tenho que desempenhar minhas funções com dignidade cristã, sendo temente a Deus, reconhecendo que o poder vem Dele para que seja concretizado em favor de seus filhos e não em favor de uma ideologia, de um partido, de um grupo de pessoas».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o XXI Domingo do Tempo Comum)

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Atualidades



Editorial: Escravidões de ontem e de hoje interpelam nossas consciências

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Cidade do Vaticano (RV) - Na última quarta-feira, 23 de agosto, foi celebrado o Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua Abolição. A data escolhida pela Onu para esta celebração refere-se à noite de 22 para 23 de agosto de 1791, em que escravos de São Domingos se revoltaram contra o sistema de escravidão, resultando na independência do Haiti. O ocorrido constituiu um ponto de virada na história da humanidade, exercendo um grande impacto no estabelecimento dos direitos humanos. 

Para recordar a data, na quarta-feira o Papa Francisco lançou um tuíte em sua conta @ Pontifex – “O Senhor se faz próximo daqueles que são vítimas de antigas e novas escravidões: trabalhos desumanos, tráficos ilícitos e exploração”.

O breve texto do Santo Padre recordou a data chamando a atenção para o fato de não tratar-se somente de uma data histórica, mas de uma realidade por demais atual: apontando algumas das novas formas de escravidão.

Antes de ater-me por um momento sobre estas, gostaria de ressaltar que a recordação do tráfico de escravos e da sua abolição é algo que deve ser premente para nós brasileiros, vez que a escravatura em nosso país durou mais de três séculos e meio (1530 – 1888), sendo o último do Ocidente a aboli-la.

Dos 12,5 milhões de escravos transportados da África para as Américas, 2,5 milhões morreram nas viagens e chegaram ao destino 10 milhões de escravos para todos os portos. Desse contingente, chegaram ao Brasil 5.800.000 escravos, quase 60% do total, fazendo hoje do Brasil o maior país africano fora da África.

Sabemos em quais condições se deu a famosa lei áurea assinada pela Princesa Isabel – sob pressão inglesa – resultando na abolição da escravatura e em que condições os negros se encontraram a partir de então com uma abolição muito mais simbólica que concreta, cujas consequências bem as conhecemos (70% dos pobres no Brasil são negros, vale lembrar).

A celebração do Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua Abolição deve ser também para nós uma ocasião de reflexão e de tomada de consciência da dívida histórica que o Brasil tem para com os negros que por três séculos e meio com seu trabalho forçado lançaram as bases da economia do nosso país trabalhando de modo particular nas lavouras de canas de açúcar, café e algodão – os produtos de ouro da época; e hoje, a dívida social do Brasil para com seus descendentes. A escravatura foi uma página triste na história, um crime contra a humanidade que muitas nações ainda hoje relutam reconhecer.

Igualmente triste é saber que as escravidões e não são um fato do passado, apenas uma recordação histórica, mas uma tema por demais atual. Antigas e novas formas de escravidões, tantas elas nos dias de hoje: trabalhos desumanos, tráficos ilícitos e exploração de todo tipo, realidades que bradam aos céus e interpelam nossas consciências tantas vezes adormentadas.

Um delas, certamente, a realidade dos refugiados e deslocados, um verdadeiro drama humanitário em várias partes do mundo, constituindo o maior movimento migratório desde a II Guerra Mundial.

A esse propósito foi divulgada na segunda feira, 21 de agosto, a mensagem do Papa para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado a ser celebrado em 14 de janeiro do próximo ano, com o tema “Acolher, proteger, promover e integrar os migrantes e os refugiados”.

Diante de situações dramáticas como as que se têm verificado e das quais temos conhecimento todos os dias através da imprensa, o Santo Padre ressalta, entre outras coisas, a necessidade de abrir corredores humanitários par os refugiados mais vulneráveis. Todos os migrantes devem ser colocados em condição de se realizar como pessoas, destaca o Pontífice. Francisco pede ainda que se favoreça a cultura do encontroe e assegura que a Igreja está disponível a se comprometer “em primeira pessoa” neste campo.

Que as escravidões de ontem e de hoje não sejam apenas uma recordação ou data a ser celebrada, mas uma imperiosa ocasião de tomada de consciência, aquela consciência crítica da humanidade à qual a Igreja nos chama e à qual o Papa Francisco insiste a nos fazer.

(Raimundo Lima)

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Crônica: A lição da tamareira, pagar o mal com o bem

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Dubai (RV*) - Amigas e amigos, pagar o mal com o bem é sempre um desafio.  Se o desafio não for superado, o mal vai-se multiplicando e ocupando o lugar que está reservado para o bem.  Sobre o assunto já fomos advertidos pelo missionário Paulo: “Não paguem a ninguém o mal com o mal; a preocupação de vocês seja fazer o bem a todos os homens.” (Rom.12.17). 

Por causa de meu trabalho que exige viajar de Dubai no Golfo Pérsico para Fujiarah, no Mar de Omã, preciso atravessar uma região de deserto e uma cadeia de montanhas em cujos vales existem alguns oásis com tamareiras. Muitas delas são centenárias e, apesar da idade, continuam produzindo frutas que ficam presas em cachos lá no alto.

Antes da introdução de tecnologias modernas, só havia duas maneiras de conseguir tâmaras. Uma forma era subindo no tronco da árvore. Contudo, essa apresentava dificuldades porque o tronco é liso, sem galhos para apoiar os pés e as mãos. Uma vez lá no alto, ainda era necessário separar as frutas maduras das verdes. Realizada a colheita, o problema era como descer carregando as tâmaras.

O modo mais usado e mais fácil era jogar pedras, tentando atingir o cacho, esperando que com o impacto, as frutinhas se desprendessem dele para, depois, serem recolhidas do chão.

O uso de pedras jogadas contra a árvore é que me chamou a atenção. A lição está na árvore. Sendo atingida pelas pedras ela devolve o que tem de melhor, a doce e cobiçada tâmara.

Ser como a tamareira, retribuir o mal com o bem, é um desafio.

De fato, o mundo é rico em pessoas apedrejadas que pagam o mal com o bem e são felizes. Embora excluídas, classificadas como bregas e carolas, continuam semeando o amor, a melhor das sementes.

 É assim que vivenciam as palavras do Mestre: “Amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo, sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos.” (Mt 5.44-45).

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano

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