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Sumario del 28/08/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Anunciada viagem do Papa a Mianmar e Bangladesh

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Cidade do Vaticano (RV) – A Sala de Imprensa da Santa Sé comunicou na manhã desta segunda-feira (28/09) que o Papa Francisco aceitou o convite dos Chefes de Estado e Bispos de Mianmar e Bangladesh e fará uma visita a ambos os países.

De 27 a 30 de novembro, o Papa estará em Mianmar e irá à capital, Yangon, e Nay Pyi Taw. Em seguida, de 30 de novembro a 2 de dezembro, visitará Daca, em Bangladesh.

O programa da viagem será publicado proximamente. 

Em maio passado, Francisco recebeu no Vaticano a líder do governo de Mianmar e vencedora em 1991 do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, em um encontro que marcou o início das relações diplomáticas bilaterais. Mianmar tem maioria budista e os cristãos são uma pequena parte da população. Francisco será o primeiro Papa a tocar aquele solo.

De maioria muçulmana, Bangladesh, por sua vez, recebeu em 1986 o Papa João Paulo II.

Em seu projeto de ‘internacionalizar’ o colégio cardinalício, o Papa Francisco nomeou os primeiros cardeais na história destes dois países: o arcebispo de Daca, Patrick D'Rozario, e o arcebispo de Yangon, Charles Bo.

O lema da viagem em Bangladesh é “Harmonia e Paz” e o de Mianmar é “Amor e Paz”.

Além de promover o diálogo entre as religiões, com esta viagem Francisco chama a atenção para a perseguição que a minoria Rohingya sofre em Mianmar, denunciada e mencionada neste domingo (27/08) pelo Papa no encontro dominical para a oração do Angelus.

Mais de um milhão de Rohingya vivem em Rakhine, onde sofrem uma crescente discriminação desde o início da violência sectária de 2012 que deixou 160 mortos e cerca de 120 mil confinados em 67 campos de deslocados. O drama desta etnia impressionou a opinião pública em 2015, quando num êxodo maciço, velhas embarcações com centenas de pessoas sem alimentos não puderam atracar em nenhum país limítrofe, pois todos se recusavam em acolhê-los. 

(cm)

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Afrocolombianos devem ser mais valorizados, dirão jesuítas ao Papa

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Bogotá (RV) - Dia 6 de setembro o Papa Francisco parte para a Colômbia, para mais uma Viagem Apostólica internacional de seu pontificado.

Além de Bogotá, Medellín e Villavicencio, o Papa irá à Cartagena, última etapa da visita antes de retornar ao Vaticano.

O Provincial dos Jesuítas na Colômbia, Pe Carlos Correa, antecipou à Rádio Caracol alguns detalhes da visita de Francisco à Cartagena.

"O Papa irá à Igreja de São Pedro Claver. Na parte externa, rezará o Angelus e logo entra na igreja onde estão os restos mortais de São Pedro Claver para rezar alguns instantes, e logo vai até nossa casa para nos saudar, um breve momento muito sensível".

Padre Correa adiantou que no encontro com o Papa, os religiosos pretendem falar a ele sobre a importância de valorizar mais os afrocolombianos:

"É muito importante dizer a ele que precisamos neste país reconhecer e valorizar muito mais os afrocolombianos. Cartagena é uma cidade muito bela, porém, por outro lado, muito discriminatória, muito excludente".

Para os jesuítas, em particular, esta visita do Papa tem um significado muito importante, pois "ele vem falar da força da reconciliação e a paz espiritual".

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Dom Renna sobre reforma de Francisco: sinodalidade e discernimento

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Roma (RV) - “Sinodalidade e discernimento: essas são as palavras-chave do ministério episcopal na Igreja na reforma conduzida pelo Papa Francisco.” Foi o que afirmou o bispo de Cerignola-Ascoli Satriano, Dom Luigi Renna, no âmbito da Semana teológica do Meic (Movimento eclesial de cunho cultural), concluída na sexta-feira (25/08) no mosteiro de Camaldoli – região italiana da Toscana.

Pastor com cheiro das ovelhas e sorriso de pai

Participando da iniciativa dedicada ao tema “Forma e reforma da Igreja”, o prelado explicou que “a figura do bispo é fundamental no processo de reforma da Igreja traçado pelo Papa”. “A identidade episcopal é a que foi traçada num processo de fidelidade dinâmica do Concílio Vaticano II, mas o Papa Francisco a relançou com duas expressões: o pastor que tem o cheiro das ovelhas e que tem o sorriso de um pai.”

Para o bispo da região italiana da Puglia “essas imagens se traduzem num estilo que se caracteriza pela sinodalidade e pela proximidade às pessoas, mas também por instrumentos muito precisos de governo da diocese, em primeiro lugar, o discernimento, que é o método no centro da Amoris Laetitia”.

Discernimento e fidelidade ao kerigma

Segundo ele, isso “leva o bispo a não ser simplesmente um executor de documentos, mas aquele que, num estilo sinodal com o seu povo, escolhe aquilo que é prioritário no anúncio, mantendo juntos estilo do discernimento e fidelidade ao kerigma, que é fidelidade ao coração da missão da Igreja, a evangelização”.

Formação dos presbíteros: mais qualidade que quantidade

“Essas duas dinâmicas, a sinodalidde e o discernimento, incidem sobre toda a vida da Igreja. O Papa, com seus gestos diários e suas escolhas de governo, deu um lineamento particular ao episcopado indicando concretamente novos caminhos: por exemplo, sobre a formação dos presbíteros, convidando a fazer muito discernimento e a investir mais na qualidade do que nos números.”

Atenção particular aos pobres e à casa comum

Ademais, concluiu o bispo, “impulsionando rumo a uma relação de misericórdia e diálogo com o mundo contemporâneo, pedindo para se ter uma atenção particular aos pobres, e também uma grande atenção às dinâmicas econômicas que colocam em crise a resistência da casa comum. Tudo isso numa relação renovada e reforçada entre pastor e povo de Deus”. (RL/Sir)

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Igreja no Brasil



O bispo do povo, 'Dom Pelé', nos deixa aos 98 anos

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Cidade do Vaticano (RV) - Faleceu na noite de domingo, 27 de agosto, o arcebispo emérito da Paraíba, Dom José Maria Pires. Ele era o bispo mais idoso brasileiro, tinha 98 anos. Dom José estava internado num hospital em Belo Horizonte, e morreu vítima de complicações de uma pneumonia.

O Arcebispo Metropolitano da Paraíba, Dom Manoel Delson, publicou em nota:

“A Igreja perde, neste domingo em que comemoramos o Dia do Catequista, um grande pastor. Dom José foi um dos catequistas mais ativos e humildes à frente do seu rebanho, e que soube impor a sua voz, sempre que necessário, em defesa dos menos favorecidos. O ‘Dom Pelé’, como ficou carinhosamente conhecido, faz a sua passagem deixando em nós o exemplo de como ser Igreja, de como estar à frente do Povo de Deus. Descanse em paz, Dom José! Temos a certeza de que, crentes na ressurreição, ao lado do Pai, o senhor agora vai abençoar do Céu todos os que fazem a Arquidiocese da Paraíba”.

Dom José Pires foi chamado junto ao Senhor no mesmo dia, 27 de agosto, em que dois arcebispos brasileiros que se distinguiram na história da CNBB faleceram: Dom Hélder Câmara e Dom Luciano Mendes de Almeida.

O corpo do arcebispo está sendo velado segunda-feira (28/08) a partir das 9h na Paróquia Nossa Senhora das Dores, no bairro Floresta, na capital mineira, seguido de uma celebração eucarística às 12h. O sepultamento de Dom José Maria Pires vai ser em João Pessoa.

(CM)

 

Leia a Nota da Arquidiocese da Paraíba aqui.

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Igreja na América Latina



Revista de teologia do CELAM dedica edição ao Magistério do Papa Francisco

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Bogotá (RV) -  Quando se interpreta o capítulo 8 da Amoris laetitia, em particular em referência à comunhão eucarística por parte dos divorciados que se encontram em uma nova união, "é necessário partir da interpretação que o próprio Francisco fez do texto, explícita na resposta aos bispos da região de Buenos Aires.

Francisco propõe um passo em frente, que implica uma mudança da disciplina vigente. Mantendo a distinção entre bem objetivo e culpa subjetiva, e o princípio que as normas morais absolutas não admitem exceções, ele distingue entre a norma e a sua formulação e sobretudo pede uma atenção especial às condições atenuantes. Estas não estão ligadas somente à consciência da norma, mas também, e sobretudo, às possibilidades reais das decisões dos sujeitos na sua realidade concreta".

É o que escreve o Arcebispo Victor Manuel Fernández, Reitor da Pontifícia Universidade Católica argentina, no artigo publicado na última edição de "Medellín", a revista de teologia do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), inteiramente dedicada ao magistério do Papa Francisco, em vista de sua iminente viagem à Colômbia de 6 a 11 de setembro e ao Chile e Peru em janeiro de 2018.

O prelado recorda no artigo "O Capítulo VIII da Amoris laetita: a quietude depois da tempestade" como o Papa Francisco admite que "um discernimento pastoral no âmbito do "foro interno", atento à consciência da pessoa, possa ter consequências práticas sobre o modo de aplicar a disciplina".

Esta novidade, "convida a recordar que a Igreja realmente pode evoluir, como já aconteceu na história,  tanto na compreensão da doutrina quando na aplicação das suas consequências disciplinares".

Mas assumir isto no tema que aqui se examina, "exige aceitar uma nova lógica, sem esquemas rígidos. Todavia, isto não implica uma ruptura, mas uma evolução harmoniosa e uma continuidade criativa em relação ao ensinamento dos Papas precedentes".

Já na conclusão de se artigo "Para compreender Amoris laetitia. Premissa e argumentos, resposta à dúvidas e objeções, caminho e esperança", Rodrigo Guerra López escreve:

"Um dos parágrafos menos comentados da Amoris Laetitia é o último. A sua beleza e a sua verdade são extraordinárias. Tenho a impressão de que este pequeno texto não tenha sido escrito somente para concluir retoricamente a Exortação Apostólica. Em um certo sentido, nos permite contemplar em modo sintético, sapiencial e pastoral a mensagem central de todo o documento.

Amoris laetitia não é um tratado sistemático e completo que esgota todas as matérias da teologia moral do matrimônio e da família. É antes, um método para descobrir como Deus procura cuidar do amor, do assistir o amor e de tratar do amor no decorrer da vida das pessoas. É um método para não perder a esperança por causa de nossos limites".

Além do artigo de Dom Victor Manuel Fernández e de Rodrigo Guerra López, a edição de número 168 de "Medellín" traz matérias e artigos assinados por Carlos Schikendantz, Santiago Madrigal Terrazaz, Cesas Kuzma, Rafael Luciani, Julio Luis Mantínez, Afonso Murad, Félix Palazzi, Elias Wolff, María Clara Lucchetti Bingemer e Virginia Azcuy.

(JE - L'Osservatore Romano)

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REPAM e Igreja na América Latina repudiam extinção da RENCA

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Cidade do Vaticano (RV) - A Rede Eclesial Pan-amazônica, REPAM, publicou a nota "Ouvimos o grito da terra e o grito dos pobres" em que repudia o Decreto Presidencial que extinguiu, quarta-feira (23/08), a RENCA, a Reserva Nacional de Cobre e Associados, na divisa entre o Pará e o Amapá. Confira:

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), organismo ligado ao Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (CELAM), e no Brasil à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), juntamente com a Comissão Episcopal para a Amazônia, da CNBB, por meio de sua Presidência, unida à Igreja Católica da Pan-Amazônia e à sociedade brasileira, em especial aos povos das Terras Indígenas Waãpi e Rio Paru D'Este, vem a público repudiar o anúncio antidemocrático do Decreto Presidencial, altamente danoso,  que extingue a Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (RENCA) na última quarta-feira (23).

A reserva

A RENCA é uma área de reserva, na Amazônia, com 46.450 km2 – tamanho do território da Dinamarca. A região engloba nove áreas protegidas, sendo três delas de proteção integral: o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas Estaduais do Paru e do Amapá; a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica do Jari, a Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e as Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d`Este. A abertura da área para a exploração mineral de cobre, ouro, diamante, ferro, nióbio, entre outros, aumentará o desmatamento, a perda irreparável da biodiversidade e os impactos negativos contra os povos de toda a região.

Nenhuma consulta popular prévia

O Decreto de extinção da RENCA vilipendia a democracia brasileira, pois com o objetivo de atrair novos investimentos ao país o Governo brasileiro consultou apenas empresas interessadas em explorar a região. Nenhuma consulta aos povos indígenas e comunidades tradicionais foi realizada, como manda o Artigo 231 da Constituição Federal de 1988 e a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Governo cede aos grandes empresários da mineração que solicitam há anos sua extinção e às pressões da bancada de parlamentares vinculados às companhias extrativas que financiam suas campanhas. 

Ao contrário do que afirma o Governo em nota, ao abrir a região para o setor da mineração, não haverá como garantir proteção da floresta, das unidades de conservação e muito menos das terras indígenas – que serão diretamente atingidas de forma violenta e irreversível. Basta observar o rastro de destruição que as mineradoras brasileiras e estrangeiras têm deixado na Amazônia nas últimas décadas, com desmatamento, poluição, comprometimento dos recursos hídricos (pelo alto consumo de água para a mineração e sua contaminação com substâncias químicas), aumento de violência, droga e prostituição, acirramento dos conflitos pela terra, agressão descontrolada às culturas e modos de vida das comunidades indígenas e tradicionais, com grandes isenções de impostos, mas mínimos benefícios para as populações da região.

Riscos ambientais e sociais incalculáveis ameaçam o “pulmão do Planeta repleto de biodiversidade" que é a Amazônia, como nos lembra Papa Francisco na carta encíclica Laudato Si, alertando que “há propostas de internacionalização da Amazônia que só servem aos interesses econômicos das corporações internacionais” (LS 38). A política não deve submeter-se à economia e aos ditames e ao paradigma eficientista da tecnocracia, pois a prioridade deverá ser sempre a vida, a dignidade da pessoa e o cuidado com a Casa Comum, a Mãe Terra. Em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, em 9 de julho de 2015, o Papa Francisco não hesitou em proclamar: “digamos não a uma economia de exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta economia mata. Esta economia exclui. Esta economia destrói a mãe terra”.

Na Laudato Sì, o Papa Francisco alerta ainda que “o drama de uma política focalizada nos resultados imediatos (...) torna necessário produzir crescimento a curto prazo" (LS 178).

Ao contrário, para ele “no debate, devem ter lugar privilegiado os moradores locais, aqueles mesmos que se interrogam sobre o que desejam para si e para os seus filhos e podem ter em consideração as finalidades que transcendem o interesse econômico imediato”, (LS 183).

A extinção da Renca representa uma ameaça política para o Brasil inteiro, impondo mais pressão sobre as terras indígenas e Unidades de Conservação e abrindo espaço para que outras pautas sejam flexibilizadas, como a autorização para exploração mineral em terras indígenas, proibida pelo atual Código Mineral.

Unidos em rede, sem resignação

Por todos esses motivos, nos unimos às Dioceses locais do Amapá e de Santarém, aos ambientalistas e à parcela da sociedade que, por meio de manifestações nas redes sociais e de abaixo-assinados, pedem a imediata sustação do Decreto Presidencial que extingue a Reserva.

Convocamos as senhoras e os senhores parlamentares a defenderem a Amazônia, impedindo que mais mineradoras destruam um dos nossos maiores patrimônios naturais. Não nos resignemos à degradação humana e ambiental! Unamos esforços em favor da vida dos povos que vivem no bioma amazônico. O futuro das gerações vindouras está em nossas mãos!

Que Deus nos anime no mais fundo de nossos corações e nos ilumine e confirme na busca da tão sonhada Terra Sem Males.

Brasília, 28 de agosto de 2017

 

Dom Cláudio Cardeal Hummes

Presidente da REPAM e da Comissão Episcopal para a Amazônia

 

Dom Erwin Kräutler

Presidente da REPAM-Brasil e Secretário da Comissão Episcopal para a Amazônia

 

 

 

 

 

 

 

 

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Igreja no Mundo



Documento do episcopado francês sobre o uso dos locais de culto

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Paris (RV) - Diálogo, vigilância, esperança: três palavras-chaves que poderiam bem sintetizar a reflexão realizada pelo episcopado francês sobre o atual uso das igrejas.

Por ocasião da publicação do documento "Ces églises qui font l'Église", o Bispo de Sées, Dom Jacques Habert - membro do Conselho para os Movimentos e as Associações de Fiéis e responsável pelo grupo de trabalho "As igrejas, um novo desafio pastoral" - explica no site do episcopado que estes locais não devem ser somente locais de culto onde se celebra a Eucaristia, mas devem abrir-se sempre mais às dimensões de acolhida, de ensinamento e da catequese. Áreas em que "o povo de Deus pode e deve investir".

Como imaginar nos anos vindouros - pergunta-se o prelado - que "as nossas 42 mil igrejas estejam sob a responsabilidade de um único pároco?".

A utilização delas está intimamente ligada à questões culturais e patrimoniais, também influenciadas pelas leis de separação entre Igreja e Estado de 1905-1917.

Na configuração entre fé e cultura, "o diálogo é a primeira qualidade a ser cultivada" com os políticos, com o mundo das artes e do turismo e com os residentes, primeiros custódios do local de culto.

Mas é necessário vigilância, adverte. Ainda que o Código de Direito Canônico preveja a possibilidade de que uma igreja acolha manifestações culturais, tal uso - observa o bispo - deve ser objeto de atenta avaliação: "não se pode passar do culto à cultura do mundo indiferenciado".

Por fim, a esperança. Não basta a convivência com o mundo da cultura ou do patrimônio estatal. Tal realidade deve suscitar "a esperança de que a nossa Igreja seja sempre, por meio de suas igrejas, local de encontro, acolhida e diálogo".

Não obstante o peso financeiro e material de certas situações, os católicos devem sempre considerar as igrejas "como uma chance e não como um fardo a carregar".

Por fim, o convite de Dom Jacques para que cada diocese constitua "células de vigilância" encarregadas de controlar e monitorar a melhor utilização possível dos templos.

(JE - L'Osservatore Romano)

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França: Igrejas cristãs criam "Selo Igreja Verde"

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Paris (RV) -  O dia 16 de setembro - Dia Nacional do Ambiente -  verá na França o lançamento do "Selo Igreja Verde", iniciativa ecumênica lançada pela Conferência Episcopal Francesa, Federação Protestante da França, Assembleia dos Bispos Ortodoxos da França e o Conselho das Igrejas Cristãs na França.

O objetivo - explicou ao "La Croix" Martín Kopp, Coordenador do grupo de trabalho sobre o clima da Federação Protestante - é incentivar uma "conversão ecológica" das paróquias, no âmbito da harmonia ecumênica vivida no país.

O anúncio da criação do selo havia sido feito em 2 de agosto, ao final do Earth Overshoot Day (Dia da excedência dos recursos da terra).

"Serão oferecidos instrumentos para permitir às paróquias e comunidades evitar o desperdício de energia, a criar hortas comunitárias ou a multiplicar nas homilias referências ao respeito à criação", salientou Martín Kopp.

Segundo o Global Footprint Netwok - organização de pesquisa internacional que iniciou o método de medida da "marca ecológica" para o cálculo do consumo de recursos - o 2 de agosto deste ano foi o dia em que a humanidade consumiu toda a quantidade de recursos naturais prevista para todo o ano de 2017. 60% deste total é representado pela exigência da natureza para absorver as emissões de anidrido carbônico. 

O Earth Overshoot Day representa o dia em que o consumo de recursos naturais pela humanidade supera a quantidade de recursos que a Terra é capaz de gerar naquele ano. A partir de então, a humanidade passa a viver de "crédito".

Em 2017 caiu antes no calendário, em 2 de agosto, enquanto em 1997 havia sido no final do mês de setembro.

Em outras palavras: a humanidade está usando a natureza em um ritmo 1,7 vezes superior ao da capacidade de regeneração dos ecossistemas.

"É como se fossem necessários 1,7 Planetas Terra para satisfazer as nossas necessidades atuais de recursos naturais - explica a organização. Os custos deste crescente desequilíbrio ecológico estão se tornando sempre mais evidentes no mundo e são perceptíiveis sob a forma de desmatamento, secas, escassez de água doce, erosão do solo, perda de biodiversidade e acúmulo de anidrido carbônico na atmosfera".

(JE - L'Osservatore Romano)

 

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Exposição em Paris conta história milenar dos cristãos no Oriente

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Paris (RV) - Uma exposição de documentos e obras muito antigas e únicas, para narrar e documentar a milenar presença cristã no Oriente Médio e a sua contribução para a vida cultural, política e intelectual do mundo árabe no decorrer dos séculos.

Este é o objetivo da mostra "Cristãos do Oriente - Dois mil anos de história", aberta ao público de 26 de setembro a 24 de janeiro no Instituto do Mundo Árabe de Paris (IMA).

Expostos mais antigos afrescos cristãos do mundo

Organizada em colaboração com a "Ouvre d'Orient" - Associação francesa comprometida na ajuda aos cristãos no Oriente Médio - a exposição apresentará mapas, pinturas, documentos, mas sobretudo obras-primas raras, algumas delas expostas pela primeira vez na Europa.

Entre estas, os Evangelhos de Rabula - célebre manuscrito "iluminado" ( isto é, decorado com ouro ou prata) siríaco do século IV - conservado na Biblioteca Laurenciana de Florença e os primeiros afrescos cristãos conhecidos no mundo, provenientes da antiga Igreja de Doura-Europos, à leste do sítio arqueológico de Palmira, na Síria, fronteira com Iraque, e que remonta ao século III.

Itinerário da mostra

Na mostra - que terá também ícones e fotografias - o papel singular dos cristãos na região será destacado por meio da apresentação de materiais sobre algumas etapas históricas fundamentais: a adoção do cristianismo no Império Romano como religião de Estado, os Concílios fundadores, a conquista muçulmana, o desenvolvimento das missões católicas e protestantes, a contribuição dos cristãos para o Nahda (o Renascimento árabe) e as mudanças ocorridas nos séculos XX e XXI.

Uma comunidade vital

Também será destacada a vitalidade das atuais comunidades cristãs no mundo árabe, cuja sobrevivência é hoje ameaçada pela difusão do fundamentalismo islâmico.

O itinerário da mostra traz ainda a grande diversidade do cristianismo nas suas várias declinações: copta, assírio-caldeia, siríaca, armênia, maronita, latina, ortodoxa e protestante.

A riqueza das culturas cristãs no Oriente Médio

O objetivo - explica Charles Personnaz, responsável pelas iniciativas culturais e o patrimônio dos cristãos do Oriente do "Ouvre d'Orient" - é demonstrar a riqueza das culturas cristãs da região; que a história dos cristãos não é feita somente de dramas e perseguições, mas conheceu também períodos de prosperidade e que os atuais perigos que ameaçam a sua presença são acompanhados pela esperança de que estas comunidades tomem consciência de uma identidade comum e secular, baseada em uma história compartilhada.

(JE/LZ)

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Dom Pizzaballa: salvação do cristianismo será o estar radicado em Cristo

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Roma (RV) - “O Oriente Médio encontra-se totalmente fragmentado, as guerras dizimaram as populações, a presença cristã foi reduzida a números decimais. Na Síria, onde a guerra parece caminhar para o fim, o maior desafio é convencer as pessoas a voltar, a entrar novamente em suas casas. Mas as perspectivas são incertas, as vidas devem ser construídas, nada será como antes. Há iniciativas louváveis levadas adiante pelas Igrejas locais, pelos franciscanos, pelos jesuítas, pelos salesianos. Mas não basta. Muitos cristãos esperam emigrar definitivamente, como testemunham tantos jovens iraquianos deslocados com os quais tipo oportunidade de falar.”

Foi o que disse o administrador apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, Dom Pierbattista Pizzaballa, durante pronunciamento no Encontro de Rimini – centro-norte da Itália – concluído este sábado (26/08).

Para o religioso franciscano “não basta reconstruir, é preciso dar uma orientação. Ligar nossa esperança e nosso futuro a soluções políticas ou sociais criará somente frustração”, acrescentou o administrador apostólico citando as palavras de um jovem palestino que havia encontrado.

Testemunhar o belo, o bom e o verdadeiro que existe no Evangelho e na Tradição

“Aquilo que salvará o cristianismo será o estar radicado em Cristo. Os cristãos são chamados a evangelizar e a testemunhar o belo, o bom e o verdadeiro que existe no Evangelho e na Tradição, sem lamentar-se por aquilo que foi perdido.”

Cristo é o que de melhor se pode encontrar

“É preciso ser capazes de um anúncio compreensível e atraente. Não se pode falar de valores cristãos sem dizer que Cristo é o que se pode encontrar de melhor”, explicou o arcebispo.

“Nada de muros que separam porque não há nada que não possa ser valorizado pela experiência do Evangelho”. Que é uma experiência “grande” porque “é desejo de esperança”. “Nossos pais com esse desejo construíram catedrais e fizeram tudo aquilo que vemos.”

Reconhecer a glória de Deus no cotidiano

Aquilo que fazemos deve ser caracterizado pelo estilo cristão com um anúncio e uma proposta que encontrará expressão na vida civil, social, política e econômica. É o modo cristão de dizer que Cristo se fez homem. Reconhecer a glória de Deus no cotidiano. O que conta é a transmissão do desejo de uma geração para a outra.

O homem dos nossos dias espera essa tal ‘boa nova’

Portanto, recordar “não por saudade, mas para despertar o desejo. É o modo com o qual nossos pais testemunharam que se pode viver com estímulo, com satisfação”. E precisa encontrar os modos para comunicar a beleza, “porque o homem contemporâneo, inconscientemente, está esperando essa tal ‘boa nova’, que o revela a si mesmo”, afirmou ainda o administrador do Patriarcado Latino de Jerusalém. (RL/Sir)

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Custódia da Criação: Congresso em Assis por futuro sustentável e feliz

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Assis (RV) - Vai se realizar na próxima quinta-feira, 31 de agosto, em Assis, por iniciativa do município local, da Conferência Episcopal Italiana (CEI), da Diocese de Assis-Nocera Umbra-Gualdo Tadino e da Diocese de Gubbio, o Congresso “Nas costas de gigantes – Propostas para um futuro econômico e social sustentável e feliz”.

A conferência, que terá lugar na Sala de Imprensa do Sagrado Convento de Assis, faz parte da iniciativa no Tempo da Criação, que vai de 1º de setembro, Dia Mundial de Oração pela Criação, até 4 de outubro, festa de São Francisco.

Tutela da casa comum e desenvolvimento sustentável

“O convênio quer ser um momento de debate e reflexão para falar também concretamente de ações e iniciativas voltadas para a tutela da ‘casa comum’ e o desenvolvimento sustentável do planeta”, lê-se numa nota.

Após as saudações, entre outros, do custódio do Sagrado Convento, Frei Pe. Mauro Gambetti, e do bispo de Gubbio, Dom Mario Ceccobelli, será dado espaço à explanação de vários especialistas.

Espírito de Assis à luz do diálogo inter-religioso

Segundo a nota, “se falará também do Espírito de Assis à luz da justiça climática, da igualdade social e do diálogo inter-religioso, com Pe. Egidio Canil”. Seguirão os testemunhos e as perspectivas finais que serão traçadas pelo bispo de Assis-Nocera Umbra-Gualdo Tadino, Dom Domenico Sorrentino. Para a noite está prevista uma vigília junto ao túmulo de São Francisco, situado na parte inferior da Basílica dedicada ao pobrezinho de Assis. (RL/Sir)

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Atentado na Finlândia gera debate na sociedade e ódio contra imigrantes

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Oslo (RV) - "Depois daquela sexta-feira a cidade de Turku continuou pacífica, mas todos estão chocados. O clima é de recolhimento. A Finlândia foi e permanece, não obstante estes eventos recentes, um país pacífico".

Com estas palavras o Pároco da comunidade católica de Turki, Padre Jean Claude Kabeza,  revela o sentimento reinante no país, depois que um jovem marroquino de 18 anos, residente em um centro de acolhida para solicitantes de asilo, criou pânico na Praça do Mercado Kauppatori ao esfaquear e matar duas mulheres e ferir outras 18 pessoas.

Solidariedade

"Nestes dias os habitantes da cidade visitam Kauppatori, onde ocorreu esta tagédia, e colocam flores e velas acesas em memória das vítimas".

Desde o dia do atentado "pessoas especializadas estão no local para escutar quem tem necessidade de falar. A vida é retomada, mas a dor está lá", conta o sacerdote.

Comunidade católica

A comunidade católica "se sentiu diretamente tocada, porque entre os feridos está também uma de nós, que ainda está no hospital e que nós colocamos nas nossas orações com toda a sua família e naturalmente com todas as outras", diz Padre Kabeza.

Também os católicos, assim como todos os habitantes de Turku, "estão se perguntando sobre o por quê de tanto ódio e tanta violência, o por quê atingir pessoas inocentes".

Raiva contra imigrantes

O atentado acabou provocando uma "calorosa discussão na sociedade e sentimentos de ódi" pelos imigrantes, como confirma à Agência SIR o Bispo luterano Kaarlo Kalliala, coadjutor de Turku e Presidente do Fórum Nacional para a Cooperação Inter-religiosa (Uskot), rede nascida em 2011 e que hoje reúne cristãos, judeus e muçulmanos.

Palavras de ódio viralizaram nas redes sociais, levando a um "irracional crescimento do populismo". Discute-se se "a legislação sobre os solicitantes de asilo e a imigração é correta, se não seria necessária uma maior eficiência, se estas leis não acabam levando a situações de desespero", como aquela do jovem autor do ataque.

Finlândia multicultural

A multiculturalidade atual da Finlândia é revelada também pelos últimos dados estatísticos sobre o país, que  indicam que um terço dos 5,5 milhões de habitantes é formado por imigrantes.

A Finlândia é um "país muito forte e estável, onde se vive em paz"; entre as pessoas "a confiança é forte" não obstante tudo, diz o bispo.

Quem agiu em Turku, assim como em Barcelona ou em Manchester, "não pode representar o Islã, nem nenhuma outra religião: são pessoas que buscam justificar seus atos com a religião", mas "na realidade é a infelicidade pessoal" que as leva a fazer isto.

Para o futuro da cooperação inter-religiosa será porém necessário "encontrar vias de encontro e compreensão nas comunidades, não somente entre as lideranças. É necessário aprender a conhecer-se melhor para poder assim cuidar uns dos outros". (JE/LZ)

 

 

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Formação



Projeto #NoCaminho, de Pelotas: trabalhar com jovens não tem receita pronta

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Pelotas (RV) – Esta poderia ser a história de Jardel Eberhardt, 24 anos, de Porto Alegre, há um ano trabalhando como comunicador do Setor Juventude da Arquidiocese de Pelotas/RS, visto seu envolvimento com os jovens em diferentes contextos, tanto no Rio Grande do Sul como no Mato Grosso.

Mas essa é apenas uma das faces da juventude gaúcha que, no final de semana, se reuniu em Santa Maria/RS para o I Seminário de Práticas de Evangelização da Juventude, promovido pelo Regional Sul 3 da CNBB. O encontro mobilizou assessores, articuladores e comunicadores do Setor Juventude das dioceses do Estado que analisaram experiências vividas dentro das comunidades e serviram como inspiração para criar metodologias inovadoras de trabalho junto à juventude, em preparação, inclusive, ao próximo Sínodo dos Bispos.

O grupo de Jardel apresentou o plano de ação para este ano intitulado #NoCaminho. O projeto se propõe, assim como os discípulos de Emaús (Lc, 24) “que caminhavam sem esperança e entristecidos pelo caminho”,  a perceber, “no caminho”, os sinais e a presença de Deus se aproximando às realidades vividas em Pelotas. Cada grupo de jovem, então, faz quatro encontros de formação dentro da sua realidade pra depois realizar as práticas missionárias.

Jardel Eberhardt“O primeiro deles é aproximação, como Jesus se aproxima dos discípulos. O segundo encontro é acompanhar, como nós estamos nos deixando acompanhar por Jesus e como que nós acompanhamos aqueles que mais precisam. O terceiro encontro é formar, já que Jesus, a partir da Palavra, forma esses discípulos no caminho, através das passagens bíblicas e da história da salvação, devolvendo a esperança aos discípulos. E o quarto momento é o partir o pão, com a celebração de Jesus da caminhada.”  

Aproximar, acompanhar, formar e partir o pão, os quatro passos da grande prática missionária #NoCaminho, já considerada por Jardel como “uma didática de escuta e de processo, uma dinâmica viva” a ser seguida por outros grupos de jovens de outras dioceses. Em Pelotas, por exemplo, eles já trabalham o projeto dentro de centros sociais, hospitais, asilos, presídios e casas de tratamento terapêutico para dependentes químicos. A prática missionária é importante, segundo Jardel, porque “é uma prática de transformação social” e mostra a diferença que o cristão – e o próprio jovem – faz no mundo.

Jardel EberhardtTrabalhar com juventude não tem receita pronta. É trabalhando, é caminhando que se aprende, é caminhando que se faz o caminho. A juventude ela muda muito rápido. Então, por mais que tu estejas sempre fazendo formação, tu nunca vai estar pronto. E é isso que mais encanta na juventude: é essa incerteza do amanhã, é essa coisa do novo hoje, e amanhã não é mais. A juventude ela muda e se transforma. E o nosso projeto #NoCaminho é isso, uma força viva, não é algo empedrado, é uma coisa que se molda a cada grupo e a cada movimento; que não foi diferente de Jesus, pois não chega impondo uma verdade, mas segue junto no caminho.

A juventude tem essa capacidade de desestabilizar as estruturas. A juventude não obedece uma estrutura rígida, a juventude é movimento, é fluidez, e a juventude expressa melhor essa Igreja em saída, essa juventude que vai em busca da ovelha perdida. E essa Igreja em saída que o Papa Francisco tem pedido, a juventude em todo o mundo tem ouvido e, aqui em Pelotas, não é diferente.

O Papa Francisco, se a gente pode dizer assim, é o grande culpado por tudo isso, por essa juventude voltar a se encantar, que se une, se articula, movimenta e partilha seus sonhos e utopias. Essa juventude que voltou a acreditar em si própria, que está tão conturbada com essa realidade no Brasil, mas, em vez de ficar assustada em casa, está se unindo pra mostrar o que a juventude tem feito para melhorar a sociedade.”  

Ouça reportagem especial de Andressa Collet aqui:  

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Cebs na Diocese de Brejo: Igreja que vivencia esse espírito de comunhão

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “O Brasil na Missão Continental” tem estes dias a participação do bispo da Diocese de Brejo, Dom José Valdeci Mendes, trazendo-nos um pouco da realidade eclesial desta Igreja particular do Maranhão, situada na região do Baixo Parnaíba. 

Após já ter-nos traçado um perfil de sua diocese e destacado a missão na esteira da Conferência de Aparecida, Dom José aponta sua diocese como uma das pioneiras das “Comunidades eclesiais de base” no Brasil, tendo celebrado no ano passado 50 anos da Cebs no Baixo Paranaíba.

São mais de mil Cebs na diocese fortalecidas por este momento missionário impulsionado por Aparecida e pelo Documento “Comunidade de comunidades – uma nova paróquia” (da CNBB), “que veio fortalecer sempre mais a nossa caminhada de uma Igreja que caminha, de uma Igreja que vivencia esse espírito de comunhão, esse espírito de comunidade”, afirma nosso convidado. Vamos ouvir (ouça clicando a cima).

(RL)

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