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Sumario del 30/08/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: a memória da vocação reaviva a esperança

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Cidade do Vaticano (RV) -  “A memória da vocação reaviva a esperança”. Com este tema de sua catequese, o Papa Francisco voltou a realizar a Audiência Geral na Praça São Pedro, que esta quarta-feira teve a presença de sacerdotes do Colégio Pio Brasileiro e da equipe da Chapecoense, que na noite de sexta-feira disputará um amistoso no Estádio Olímpico contra o Roma. 

"Recordar-se de Jesus, do fogo de amor com o qual um dia concebemos a nossa vida como um projeto de bem e reavivar com esta chama a nossa esperança" é "uma dinâmica fundamental da vida cristã".

O Papa Francisco concentrou sua catequese da Audiência Geral desta quarta-feira – que voltou a ser realizada na Praça São Pedro -na relação entre memória e esperança, com particular referência à memória da vocação.

E para ilustrar isto, usou como exemplo o chamado dos primeiros discípulos de Jesus, uma experiência que ficou de tal forma impressa em suas memórias, que João já idoso chegou até mesmo a precisar a hora: "Eram cerca de 4 horas da tarde".

Após a frase pronunciada às margens do Jordão por João Batista "Eis o Cordeiro de Deus", Jesus ganha dois novos jovens seguidores, a quem pergunta: "Que procurais?".

"Jesus - observou o Papa - aparece nos Evangelhos como um especialista de coração humano. Naquele momento, havia encontrado dois jovens que estavam buscando, com uma saudável inquietude":

"Com efeito, que juventude é uma juventude satisfeita, sem uma busca de sentido? Os jovens que não buscam nada não são jovens, estão aposentados, envelheceram antes do tempo. É triste ver jovens aposentados. E Jesus, em todo o Evangelho, em todos os encontros que lhe acontecem ao longo do caminho, aparece como um "incendiário" dos corações".

Por isso faz a pergunta "o que procurais?", justamente para “fazer emergir o desejo de vida e de felicidade que cada jovem traz dentro”.

Então, Francisco pergunta aos jovens que estão na Praça São Pedro e aqueles que acompanham pela mídia:

“Tu, que és jovem, o que procuras? O que procuras no teu coração?”

E foi assim que começou a vocação de João e de André, dando início a uma amizade com Jesus tão forte, que criou uma comunhão de vida e de paixão com Ele. E esta convivência com Jesus, transformou-os logo em missionários, tanto que seus irmãos Simão e Tiago também passam a seguir Jesus.

"Foi um encontro tão tocante, tão feliz, que os discípulos recordarão para sempre aquele dia que iluminou e orientou a juventude deles", ressaltou o Papa.

Francisco diz a seguir que a própria vocação neste mundo pode ser descoberta de diferentes maneiras, "mas o primeiro indicador é a alegria do encontro com Jesus":

"Matrimônio, vida consagrada, sacerdócio: cada vocação verdadeira inicia com um encontro com Jesus que nos dá alegria e uma esperança nova; e nos conduz, mesmo em meio às provações e dificuldades, a um encontro sempre mais pleno, cresce, aquele encontro, maior, o encontro com Ele e à plenitude da alegria".

O Papa observa então, que "o Senhor não quer homens e mulheres que o sigam de má vontade, sem ter no coração o vento da alegria", perguntando aos presentes: “Vocês, que estão na praça, vocês têm o vento da alegria? Cada um se pergunte: Eu tenho dentro de mim, no coração, o vento da alegria?”:

"Jesus quer pessoas que tenham experimentado que estar com Ele traz uma felicidade imensa, que pode ser renovada a cada dia da vida. Um discípulo do Reino de Deus que não é alegre, não evangeliza este mundo,  é um triste. Nos tornamos pregadores de Jesus, não aperfeiçoando as armas da retórica: tu podes falar, falar, falar, mas se não existe uma outra coisa, como pode se tornar pregador de Jesus? Tendo nos olhos o brilho da verdadeira felicidade. Vemos tantos cristãos, também entre nós, que com os olhos te transmitem a alegria da fé: com os olhos!”.

Por isto o cristão - assim como o fez a Virgem Maria - deve proteger "a chama de seu enamoramento":

"Certamente, existem provações na vida, existem momentos em que é necessário seguir em frente não obstante o frio e os ventos contrários. Porém os cristãos conhecem o caminho que conduz àquele fogo sagrado que os acendeu uma vez para sempre".

O Papa por fim, alerta para não darmos atenção à quem nos tira o entusiasmo e a esperança, mas a sonharmos com um mundo diferente e cultivarmos sãs utopias:

"Mas por favor, recomendo: não demos ouvidos às pessoas desiludidas e infelizes; não escutemos quem recomenda cinicamente para não cultivar esperanças na vida; não confiemos em quem apaga ao nascer cada entusiasmo, dizendo que nenhuma empresa vale o sacrifício de toda uma vida; não escutemos "velhos" de coração que sufocam a euforia juvenil.  Procuremos os velhos que têm os olhos brilhantes de esperança! Cultivemos, pelo contrário, sãs utopias: Deus nos quer capazes de sonhar como Ele e com Ele, enquanto caminhamos bem atentos à realidade. Sonhar um mundo diferente. E se um sonho se apaga, voltar a sonhá-lo de novo, indo com esperança à memória das origens, aquelas brasas que, talvez, depois de uma vida não tão boa, estão escondidas sob as cinzas do primeiro encontro com Jesus". 

Antes de saudar os peregrinos de língua italiana, o Papa Francisco fez um apelo pelo Dia de Oração pelo Cuidado da Criação:

“Depois de amanhã, 1º de setembro, recorre o Dia de Oração pelo cuidado da criação. Nesta ocasião, eu e meu querido irmão Bartolomeu, Patriarca ecumênico de Constantinopla, preparamos juntos uma Mensagem. Nela convidamos todos a assumir uma atitude respeitosa e responsável com a criação. Fazemos, além disto, um apelo àqueles que desempenham papeis influentes, para escutar o grito da terra e o grito  dos pobres, que são os que mais sofrem pelos desequilíbrios ecológicos”. (JE)

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Papa encontra jogadores da Chapecoense, "um time em reconstrução"

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Cidade do Vaticano (RV) – A delegação da Associação Chapecoense, entre comissão técnica, atletas e familiares, esteve presente na Audiência Geral desta quarta-feira (30). Na saudação aos peregrinos de língua portuguesa, o Papa Francisco  deu as boas vindas em italiano:

“Saúdo todos vocês, especialmente os membros da Associação Chapecoense de Futebol e os alunos tanto do Colégio de São Paulo como do Colégio Pio Brasileiro de Roma. Desejo a vocês de prosperar na sabedoria que vem de Deus a fim de que, tornados peritos das coisas de Deus, possam comunicar aos outros a sua doçura e o seu amor. Desça sobre vós e suas famílias a abundância das suas bênçãos.”

 

Na delegação, além do técnico, grande parte dos reservas e outra pequena de jogadores titulares, estavam Jackson Follman e Alan Ruschel, sobreviventes do trágico acidente do voo com a Chapecoense ocorrido em 29 de novembro do ano passado que vitimou 71 pessoas - principalmente atletas do time de Santa Catarina. Neto foi o único dos jogadores sobreviventes que, devido a problemas particulares, não veio junto com o grupo para Itália.

Alan Ruschel já está de volta aos gramados e, na sexta-feira, 1 de setembro, estará em campo junto à equipe que irá disputar um amistoso beneficente contra o Roma, no Estádio Olímpico. A relação entre os dois clubes ficou muito próxima depois da tragédia do ano passado já que o Roma teria sido um dos únicos clubes do exterior a oferecer ajuda concreta, além do Barcelona.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o presidente da Chapecoense, Plínio David de Nês Filho, comentou sobre o apreço e a solidariedade do Papa Francisco com toda a equipe:

“É uma manifestação muito humana por parte da Sua Santidade, o Papa Francisco, receber a nossa agremiação que sofreu um grave acidente e que se recupera daquelas feridas abertas durante aquela trágica noite. E receber a sua bênção, um Papa que tem no seu coração, o amor, o carinho e a dedicação para com as pessoas, um ser humano de inigualável grandeza e de uma forma muito aberta de receber as pessoas e, recebe aqui, um time de futebol em reconstrução. Nada mais justo de agradecermos e fazermos neste momento uma oração por todos aqueles que ainda tem a oportunidade de conviver conosco e estarem aqui, neste dia, que é uma dádiva para todos nós.” (CM/AC)

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"Viramos ainda mais fãs do Papa", diz Follmann, da Chapecoense

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Cidade do Vaticano (RV) – Nem eles acreditavam que um dia poderiam conhecer o Papa Francisco tão de pertinho e, o melhor, receber uma bênção especial e individual do Santo Padre. 

Alan Ruschel, um dos sobreviventes do acidente aéreo que envolveu o time da Chapecoense em novembro do ano passado e que vitimou mais de 70 pessoas, entre jogadores, comissão técnica e jornalistas que viajavam para a Colômbia, diz ter vivido um momento único junto ao Papa Francisco na manhã desta quarta-feira (30), na Praça São Pedro.

Alan Ruschel - “Eu que fui muito abençoado por Deus depois de tudo que aconteceu, chegar aqui e ter a bênção do Papa, ter a presença dele pertinho, botando a mão na minha cabeça, abençoando o meu terço, acho que não tem coisa melhor e mais satisfatória, então estou muito feliz pelo que estou vivendo.”

Outro sobrevivente da tragédia da Chapecoense, Jackson Follmann, estava junto com a delegação na Audiência Geral. O atleta, que virou embaixador do time catarinense, faz coro com o colega de profissão e com quem dividiu, lado a lado, a pior noite da sua vida e, nesta quarta-feira, aquela manhã realmente inesquecível.

Jackson Follmann - “Com certeza um momento histórico que ficará marcado para o resto da minha vida, porque consegui vir até Roma e ir até o Vaticano para receber a bênção do Papa. Isso foi uma alegria e uma emoção muito grande! Um momento ímpar, acho que não só pra mim, mas pra todo mundo que estava ali. E o Papa foi muito humilde, foi muito gentil em poder vir até a gente e cumprimentar a todos. A gente ainda teve a sorte dele chegar, e dar a bênção pra mim e pro Alan. Isso nos deixou muito motivado pra tocar a nossa vida, pra gente poder dar sequência também à nossa recuperação. Uma motivação a mais, uma bênção a mais, ainda mais vindo do Papa, então, é uma manhã que vai ficar marcada para o resto das nossas vidas, com certeza.”

Alan Ruschel estará em campo na sexta-feira (1) no jogo amistoso contra o Roma, no Estádio Olímpico. O atleta acredita que a vida deles, como sobreviventes e abençoados – agora inclusive pelo Papa, consegue inclusive direcionar o caminho do resto da equipe:

“A gente tenta ser um espelho pra eles de um modo positivo, ser um exemplo bom. Tudo aquilo de bom que a gente tenta passar pra eles são as coisas boas que a vida nos oferece e nos apresenta, e que eles aproveitem da melhor maneira possível. Foi isso que a gente fez hoje e, acredito, que eles também.”

Um exemplo de vida e de paixão pelo esporte que acabou se refletindo ainda mais na figura do Papa Francisco, de quem viraram ainda mais fã, como declara Follmann:

“O Papa, poxa, o Papa, além de ser o nosso Papa é um amante do futebol. E a energia que ele passa pros fiéis, pras pessoas, é uma energia muito contagiante! Isso nos deixou muito à vontade também e viramos ainda mais fãs do Papa.” (AC)

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Igreja no Brasil



Dom Erwin: "Novo decreto é versão 'light' do primeiro"

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"Cidade do Vaticano (RV) - Diante da repercussão negativa causada pelo decreto que extinguiu a Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (Renca), localizada entre o Pará e o Amapá, na Amazônia, o governo Michel Temer revogou o texto e editou um novo decreto na noite desta segunda-feira (28/08), em edição extra do Diário Oficial da União.

A nova redação mantém, contudo, a extinção da Renca, abrindo o território a empresas mineradoras interessadas na exploração de ouro, ferro, manganês e tântalo, o que aumenta a pressão sobre as nove unidades de proteção que se sobrepõem à reserva, incluindo duas terras indígenas.

Dentro da Renca, uma área de 46.450 quilômetros quadrados do tamanho do Estado do Espírito Santo, estão nove áreas de conservação ambiental e reservas indígenas. Até então, somente a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), uma empresa pública pertencente ao Ministério de Minas e Energia, podia fazer pesquisa geológica para avaliar as ocorrências de minérios neste território com alto potencial de ouro e outros metais preciosos.

O caso continua repercutindo, justamente na semana em que se celebra o Dia Mundial de Oração pela Criação, uma data instituída pelo Papa há 3 anos.

Conosco, o Presidente da REPAM-Brasil e Secretário da Comissão Episcopal para a Amazônia, o bispo emérito de Xingu, Dom Erwin Krautler: 

“É uma afronta à Amazônia. Agora, pela pressão por parte da Igreja, de outras entidades, ambientalistas e celebridades brasileiras, ele recuou. Mas recuou só parcialmente. O amago da questão continua em vigor e o cerne deste decreto continua firme". 

                                   "Esta é, por assim dizer, uma edição ‘light’ do decreto, mas não muda o contexto da agressão à Amazônia".

"Praticamente acontece que a Amazônia, mais uma vez, está sendo degradada a uma ‘província mineral’ sem respeito às populações que aqui se encontram, indígenas ou não. Simplesmente se decreta: uma canetada do Presidente da República, simplesmente decidem sobre a Amazônia. Os povos locais não são consultados, não têm direito de opinar, são colocados diante de um fato consumado; é um absurdo numa democracia, afinal de contas, nós fazemos parte deste Brasil grande, somos povos que vivem desta terra e lutam pelo futuro das gerações vindouras. Não podemos admitir que o Presidente sem mais nem menos decida, acatando interesses e ambições destas mineradoras”.

“Olhe, onde isso acontece – eu tenho experiência nisso, eu vi lá no Xingu – onde mineradores estão passando, o que sobra é uma paisagem lunática, de crateras: não tem mais condição de uma vida normal, nem para animais nem para seres humanos”.

“Vão agredir a selva, vão agredir o meio ambiente, e muito! As consequências são irreversíveis. Não tem fiscalização coisa nenhuma, eles fazem o que bem entendem, e não há poder que possa se opor ou fiscalizar estas empresas. Depois, fala-se que o Brasil vai ganhar ‘royalties’... sabem aonde ficam?    

      "Nós ganhamos umas migalhas, mas o grosso mesmo, o ouro puro, estão levando para o exterior. E o Brasil está sendo fraudado”

Ouça a reportagem completa aqui. 

(CM)

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Igreja na América Latina



Celebração conclusiva do IV Centenário da morte de Santa Rosa de Lima

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Lima (RV) – Concluem-se, nesta quarta-feira (30/8), em Lima, Peru, as celebrações por ocasião do IV Centenário de morte de Santa Rosa de Lima, Padroeira da América Latina e das Filipinas.

As celebrações são presididas pelo Enviado especial do Papa, Cardeal Raúl Eduardo Vela Chiriboga, arcebispo emérito de Quito (Equador).

As atividades do Jubileu tiveram início com as visitas noturnas à cripta do Museu do Convento de São Domingos, onde, inicialmente, Santa Rosa foi sepultada.

No âmbito das celebrações, as relíquias da santa foram levadas em procissão da basílica do Convento de São Domingos até a Catedral de Lima.

Santa Rosa de Lima

O nome de batismo da santa não é aquele com o qual é universalmente venerada. Isabel Flores nasceu na Vila de Quives, em Lima, em 1586, e teve seu modelo de vida inspirado em Santa Catarina de Siena. Deu assistência aos mais necessitados, das crianças aos idosos abandonados, sobretudo aqueles de origem indiana.

Santa Rosa de Lima faleceu em 24 de agosto de 1617. O seu túmulo, os locais onde viveu e trabalhou pela Igreja desde bem cedo se tornaram locais de peregrinações, e muitos milagres começaram a acontecer.

A santa foi beatificada em 1667, primeiro ano do pontificado de Papa Clemente IX. Já a canonização da primeira mulher da América a receber essa honra aconteceu em 1671. (AC/MT)

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Formação



Reforma litúrgica: "Proclamamos a vossa ressurreição"

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória História - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a falar na edição de hoje sobre a renovação litúrgica trazida pelo Concílio. 

Na última quinta-feira o Papa Francisco ao encontrar os participantes do 68ª Semana Nacional Litúrgica italiana, repassou o arco de 70 anos desde o início da reforma litúrgica - iniciada com o Papa Pio X e com o Movimento Litúrgico, e que atingiu seu ápice no Concílio Vaticano II com o Documento Sacrosanctum Concilium -  ocasião em que reiterou com veemência que a reforma litúrgica é irreversível. Em breve dedicaremos alguns programas a este importante discurso do Santo Padre.

Mas no programa de hoje, damos prosseguimento à reflexão do Padre Gerson Schmidt sobre este novo entendimento da liturgia também eucarística, que ele dividiu em quatro pontos: "Eis o mistério da fé" e "Anunciamos Senhor a vossa morte" - já abordados nas duas edições anteriores -  "E proclamamos a vossa ressurreição", tema do programa de hoje e "Vinde Senhor Jesus", que será o tema da próxima semana:

"Estamos aqui refletindo a renovação da liturgia eucarística, a partir da aclamação pós-conciliar que foi introduzida na liturgia depois da consagração: “Eis o mistério de nossa fé! Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus”.

Essa é uma aclamação que indica o sentido central da ação eucarística: o Mistério Pascal. Já comentamos os traços da aclamação sacerdotal “Eis o mistério da fé”. Também refletimos no programa passado, a primeira frase da resposta do povo: Anunciamos, Senhor, a vossa morte... Hoje queremos nos deter na continuação dessa resposta: E proclamamos a vossa ressurreição!

Quando o padre, em tom forte, diz: eis o mistério da fé... O povo irrompe numa resposta uníssona: Anunciamos, Senhor a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição!. Proclamação a vitória de Cristo sobre a morte. É como um grito litúrgico e existencial: a morte foi vencida pela vida. Ó morte, onde está tua vitória? O morte, onde está teu aguilhão (cf.1Cor 15,54-55). Somos associados à morte-ressurreição de Cristo.

Os liturgistas brasileiros Ione Buyst e Dom Manoel João Francisco, comentam esses traços teológicos de mudança implícitos na renovação da liturgia eucarística e comentam assim essa segunda parte da aclamação do povo após a consagração – e proclamamos vossa ressurreição: “Aquilo que aconteceu uma vez por todas na última ceia e na morte de Jesus na cruz acontece hoje para nós, em mistério, toda vez que realizamos, como corpo eclesial, a ação eucarística. Nele, todas as nossas ‘mortes’ são chamadas à transformação pascal” . De fato, na liturgia, Cristo quer irromper em nossas mortes para nos fazer ressuscitar com Ele para uma vida nova.

É muito interessante essa aclamação, de todo da assembleia litúrgica - e proclamamos a vossa ressurreição! - após o anúncio do presbítero na celebração eucarística “Eis o Mistério da fé”.  O verbo utilizado pela liturgia é proclamar – é ser arauto – ser anunciador dessa grande notícia. Não falamos “e bendizemos pela vossa ressurreição” ou “agradecemos vossa ressurreição”.

Está implícito nessa resposta da assembleia um dever do kerigma, do anúncio do Cristo Ressuscitado dos mortos: proclamamos a vossa ressurreição! Não podemos pedir em seguida que Ele volte sem a nossa pronta atitude de levar essa notícia a todos os povos, proclamando a Ressurreição a toda a criatura, como alude a interrogativa dos anjos na ascensão de Cristo: “Por que estais aí a olhar para o céu?”. É como um imperativo - O Senhor não virá antes do que o Evangelho seja proclamado, em cima dos telhados, a toda a gente".

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[1] Livro desses autores citados – Mistério Celebrado Memória e compromisso II, Paulinas, SP, 2004, p. 36.

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Atualidades



Custódia despede-se com gratidão do Núncio Lazzarotto na Terra Santa

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Jerusalém (RV) - A Custódia da Terra Santa expressa gratidão a Dom Giuseppe Lazzarotto pelo trabalho realizado nestes anos. O núncio apostólico em Israel e Chipre e delegado apostólico em Jerusalém e Palestina deixou a Terra Santa esta segunda-feira (28/08), concluindo seu mandato por ter alcançado limite de idade (75 anos).

Dom Lazzarotto sempre esteve próximo da Custódia”, recorda o custódio, Pe. Francesco Patton. “Graças ao núncio, quando o Papa Francisco veio a Jerusalém em visita em 2014 almoçou no refeitório do Convento de São Salvador com os frades franciscanos da Custódia”.

É o que se lê no site da Custódia que menciona a carta endereçada pelo núncio aos bispos, religiosos e a todas as comunidades cristãs da Terra Santa, em que expressa “grande gratidão pela benevolência” com a qual sempre foi acompanhado no ministério de representante do Santo Padre.

O núncio apostólico celebrou o fim de seu mandato com uma missa na Capela de Notre Dame Center de Jerusalém, oficiada no domingo (27/08), dia anterior ao da sua partida. Na homilia recordou “com reconhecimento o tempo de serviço vivido em Jerusalém”.

O prelado tomou a imagem de um tapete vermelho que se abre, como a recordar o caminho que Jesus abre todos os dias diante de cada homem. Em seguida, ressaltou que continuará carregando a Terra Santa no coração e rezando por todos aqueles que ali vivem e atuam.

À espera da nomeação e da chegada de seu sucessor, o secretário da nunciatura Mons. Marco Formica assumirá como encarregado interino.

Nascido em Carpane na província italiana de Vicenza em 24 de maio de 1942 e tendo feito doutorado em direito canônico, Dom Lazzarotto iniciou em 1971 seu trabalho na diplomacia vaticana.

Primeiro prestou serviço nas delegações da Santa Sé na República de Zâmbia, na Bélgica, Cuba, na delegação apostólica de Jerusalém e na Secretaria de Estado.

Foi depois nomeado núncio apostólico no Reino Hascemita da Jordânia e República do Iraque em 1994, núncio apostólico na Irlanda a partir do ano 2000, núncio apostólico na Austrália a partir de 2007. Em agosto de 2012 Bento XVI o havia nomeado delegado apostólico em Jerusalém e Palestina e núncio apostólico em Israel e Chipre. (RL/Sir)

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Hoje se recorda as vítimas de desaparecimentos forçados, em data instituída pela ONU

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Cidade do Vaticano (RV) – Hoje é o Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, instituído pela ONU em dezembro de 2010, mas celebrado, pela primeira vez, em 2011. O objetivo deste dia é unir os líderes dos países para combater o desaparecimento forçado de pessoas em todo o mundo. Esta resolução confirmou a entrada em vigor da Convenção Internacional para a Proteção de todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados, adotada em 2006.

Detenções

Associados às ditaduras militares, os desaparecimentos forçados são cometidos, hoje, em várias situações de conflito interno, como meio de repressão política dos adversários ou opositores. Milhares de pessoas são detidas, sem as mínimas condições de sobrevivência, em lugares secretos, desconhecidos até por seus familiares.

O Dia Internacional das Vítimas do Desaparecimento Forçado recorda o destino das vítimas sequestradas, muitas vezes com o conhecimento das autoridades; o evento presta tributo também aos familiares das vítimas, em constante sofrimento.

A ONU e a Amnistia Internacional lançam seu apelo, neste dia, para que os países do mundo se unam para ratificar a Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados, para que acabe, finalmente, esta triste realidade.

América Latina

A experiência das violações dos direitos humanos na América Latina foi fundamental para estabelecer mecanismos globais contra esse crime.

Neste ano, esta data é importante, de modo particular, para o Brasil, por duas razões: o estabelecimento da Comissão da Verdade e a proposta do novo Código Penal, que, pela primeira vez, cria uma legislação específica para enfrentar os desaparecimentos forçados.

Este crime é difícil de ser definido porque envolve elementos de prisões ilegais, sequestros, assassinatos e ocultação de cadáveres. Este era o método repressivo utilizado frequentemente pelos regimes militares latino-americanos nas décadas de 1960-80. Na época, não se reconhecia a detenção das pessoas, que eram levadas para centros clandestinos de tortura ou de extermínio.

Mobilização

Desde então, Movimentos de Direitos Humanos, como a Anistia Internacional, começaram a se mobilizar para coibir esse tipo de atrocidade, fazendo pressão aos governos para a criação de acordos diplomáticos.

A primeira resolução da Assembleia Geral da ONU sobre este tema ocorreu em 1978, mas só em 2011 entrou em vigor a Convenção Internacional para a Proteção de todas as Pessoas contra Desaparecimentos Forçados.

Brasil

No Brasil, estima-se que, durante o regime militar, houve 379 mortos e desparecidos; em muitos casos, sobretudo os desaparecimentos forçados de combatentes na guerrilha do Araguaia. Até hoje não se tem informações sobre o paradeiro dos seus restos mortais.

O governo brasileiro foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por se omitir em fornecer esses dados, violando assim o direito de se saber a verdade de como tais crimes ocorreram. (MT/ONU)

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