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Sumario del 10/09/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Missa em Medellín: "A Igreja não é nossa, mas é de Deus"

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Medellín (RV) – O terceiro dia do Papa Francisco na Colômbia é dedicado inteiramente a Medellín, considerada a ‘cidade da eterna primavera’ pelo seu clima ameno. É a capital do departamento de Antioquia; desde o século V a.C., aquela área, do Vale de Aburrá, foi habitada por indígenas. A partir do início do século XX, tornou-se o principal centro cultural do país, graças a importantes indústrias de produção têxtil. É ali também que são cultivadas orquídeas, existe uma grande atividade cultural e científica e o reconhecimento de ‘cidade universitária’. 

O Papa presidiu a missa no aeroporto Enrique Olaya Herrera, na área metropolitana de Medellín. Cerca de 800 mil pessoas participaram da cerimônia, muitas das quais passaram a noite no local, debaixo de uma fina chuva. Sua homilia começou nspirando-se no tema escolhido para este dia. “A vida cristã como discipulado”.

Francisco indicou três atitudes que devemos plasmar na nossa vida de discípulos:

 A primeira: ir ao essencial.

Isto significa caminhar em profundidade rumo ao que conta e tem valor para a vida. O nosso discipulado deve partir de uma experiência viva de Deus e do seu amor, é aprendizagem permanente através da escuta da sua Palavra:

“E esta Palavra, como ouvimos, impõe-nos cuidar das necessidades concretas dos nossos irmãos: pode ser a fome de quem vive ao nosso lado ou a doença”, explicou.

A segunda palavra: renovar-se.

A renovação não nos deve meter medo, mas implica sacrifício e coragem, não para nos considerarmos melhores ou impecáveis, mas para respondermos melhor à chamada do Senhor:

“E na Colômbia, há tantas situações que reclamam, dos discípulos, o estilo de vida de Jesus, particularmente o amor traduzido em atos de não-violência, de reconciliação e de paz”.

A terceira palavra: envolver-se.

Envolver-se, ainda que para alguns isso pareça sujar-se, manchar-se. Também hoje nos é pedido que cresçamos em ousadia, numa coragem evangélica que brota de saber que são muitos os que têm fome, fome de Deus, fome de dignidade, porque dela foram despojados.

“Não podemos ser cristãos que levantam continuamente a bandeira de «Passagem Proibida», nem considerar que esta parcela é minha, apoderando-me de algo que absolutamente não é meu. A Igreja não é nossa, é de Deus”, completou.

Francisco lembrou que São Pedro Claver, que celebramos hoje na Liturgia, bem compreendeu isto. «Escravo dos negros para sempre»: foi o seu lema de vida, porque compreendeu, como discípulo de Jesus, que não podia ficar indiferente perante o sofrimento dos mais abandonados e ultrajados do seu tempo, mas tinha de fazer algo para o aliviar.

Terminando a reflexão, o Papa exortou a Igreja na Colômbia a comprometer-se, com mais ousadia, na formação de discípulos missionários, como foi indicado pelos Bispos reunidos em Aparecida no ano de 2007:

“Discípulos que saibam ver, julgar e agir, como propunha aquele documento latino-americano que nasceu nestas terras (cf. Medellín, 1968). Discípulos missionários que sabem ver sem miopias hereditárias; que examinam a realidade com os olhos e o coração de Jesus, e julgam a partir daí. E que arriscam, atuam, comprometem-se”.

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Papa ao clero: cobiça pelo poder e corrupção distorcem as vocações da Igreja

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Medellín (RV) – No último compromisso deste sábado (9), em Medellín, o Papa Francisco encontrou sacerdotes, consagrados, seminaristas e seus familiares na Praça dos Touros de “La Macarena”.

Para um público formado pelo clero, o Papa Francisco começou seu pronunciamento fazendo referência ao Evangelho de João, no contexto da Última Ceia de Jesus. Era noite “eucarística”, de amor, mas também de tensão, e o Pontífice sugeriu que aquele momento fosse repetido ali, em Medellín, depois de ouvir os testemunhos da história viva de Jesus, em “vocações genuínas”, através dos 14 anos de vida consagrada da carmelita contemplativa, Ir. Leidy de São José; de María Isabel Arboleda Pérez, da Associação de Mães e Sacerdotes e Seminaristas, ativa há 24 anos; e do Pe. Juan Felipe Escobar, da Arquidiocese de Medellín, que trabalha nas periferias da cidade, anunciando o Evangelho.

“Como diz o Documento de Aparecida, ‘conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-Lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-Lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria’ (n. 29). [...] Por natureza, os jovens são ricos de aspirações e, apesar de assistirmos a uma crise do compromisso e dos laços comunitários, são muitos os jovens que, à vista dos males do mundo, se mobilizam conjuntamente e se dedicam a diferentes formas de militância e voluntariado. Quando o fazem por amor de Jesus, sentindo-se parte da comunidade, tornam-se «caminheiros da fé», felizes por levar Jesus Cristo a cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra (cf. Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 107).”

O Papa Francisco lembrou, assim, da videira mencionada por Jesus no texto proclamado no encontro, que é a videira do “povo da aliança”: às vezes expressa uma alegria, outras, uma desilusão, mas jamais o desinteresse. O Pontífice, então, questionou:

“Como é a terra, o alimento, o suporte onde cresce esta videira na Colômbia? Em que contextos são gerados os frutos das vocações de especial consagração? Certamente em ambientes cheios de contradições, de luzes e sombras, de situações relacionais complexas. Gostaríamos de contar com um mundo de famílias e vínculos mais serenos, mas somos parte desta crise cultural; e é no meio dela, contando com ela, que Deus continua a chamar. [...]  Desde o início, foi assim: Deus manifesta a sua proximidade e a sua eleição; Ele muda o curso dos acontecimentos, chamando homens e mulheres na fragilidade da história pessoal e comunitária. Não tenhamos medo! Nesta terra complexa, Deus sempre fez o milagre de gerar cachos bons, como as torradas para o café da manhã. Que não faltem vocações em nenhuma comunidade, em nenhuma família de Medellín!”

A videira, disse o Papa, tem a caraterística de ser verdadeira. “Ora, a verdade não é algo que recebemos, como o pão ou a luz, mas brota de dentro. Somos povo eleito para a verdade, e a nossa vocação deve acontecer na verdade”, prosseguiu.

Mas os percursos podem ser manifestados pela “secura e pela morte”, impedindo o fluxo da seiva que alimenta e dá vida. Por isso, o Papa recomenda atenção para que a condição religiosa não seja aproveitada para se obter benefícios próprios e materiais.

“As vocações de especial consagração morrem quando querem nutrir-se de honrarias, quando são impelidas pela busca de tranquilidade pessoal e promoção social, quando a motivação é ‘subir de categoria’, apegar-se a interesses materiais chegando mesmo ao erro da avidez de lucro. Como já disse noutras ocasiões, o diabo entra pela carteira. Isto não diz respeito apenas ao início, todos nós devemos estar atentos porque a corrupção nos homens e mulheres que estão na Igreja começa assim, pouco a pouco. [...] O veneno da mentira, da dissimulação, da manipulação e do abuso do povo de Deus, dos mais frágeis e especialmente dos idosos e das crianças não pode ter lugar na nossa comunidade; são ramos que decidiram secar e que Deus nos manda cortar.”

Os bons exemplos colombianos foram citados pelo Papa Francisco, como o da Santa Laura Montoya, uma obra missionária a favor dos indígenas, e do Beato Mariano de Jesús Euse Hoyos, um dos primeiros alunos do Seminário de Medellín.

O Santo Padre convidou, então, a cortar todos os fatores que distorcem a vocação e a “permanecer em Jesus”, o que não é uma “atitude meramente passiva”, mas pode ser efetiva de três maneiras: 1. Tocando a humanidade de Cristo; 2. Contemplando a sua divindade; 3. Vivendo na alegria.

Tocar a humanidade, “com o olhar e os sentimentos de Jesus, que contempla a realidade não como juiz, mas como bom samaritano”, e também com “os gestos e palavras de Jesus, que expressam amor aos vizinhos e a busca dos afastados”.

Contemplar a divindade de Cristo, “suscitando e cultivando a estima pelo estudo, que aumenta o conhecimento de Cristo” e, assim, privilegiando “o encontro com a Sagrada Escritura”: “gastemos tempo numa leitura oral da Palavra, ouvindo nela o que Deus quer para nós e para o nosso povo”. Para contemplar a divindade, o Papa também sugere “fazer da oração a parte fundamental da nossa vida e do nosso serviço apostólico”.

“A oração nos liberta das escórias do mundanismo, ensina-nos a viver com alegria, a escolher a fuga do superficial, num exercício de liberdade autêntica. Arranca-nos da tendência a nos concentrar sobre nós mesmos, fechados numa experiência religiosa vazia e leva a nos colocar docilmente nas mãos de Deus para cumprir a sua vontade e corresponder ao seu plano de salvação. E, na oração, adorar. Aprender a adorar em silêncio.”

E, finalmente, permanecer em Cristo para viver na alegria, porque, segundo o Papa, “a nossa alegria contagiante deve ser o primeiro testemunho da proximidade e do amor de Deus”. (AC)

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Papa: "Jesus não abandona as crianças, quer estar perto delas!"

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Medellín (RV) – Após celebrar a missa no Aeroporto Enrique Herrera e almoçar no Seminário conciliar de Medellín, o Papa Francisco se dirigiu ao Lar San José, uma casa-família administrada pela diocese para crianças vítimas de violência e abandono. O instituto oferece assistência médica e psicológica e formação escolar para que superem as dificuldades e os traumas sofridos. 

A Casa faz parte da Fundação criada pela Companhia de Jesus na Espanha em 1941, após o conflito armado naquele país, para ajudar órfãos de guerra e se alastrou a outros países da América Latina.

O Papa foi recebido por uma centena de crianças, duas das quais lhe ofereceram flores e o acompanharam até o pátio central, aonde o Pontífice as depôs, aos pés da estátua de São José.  

Depois de ouvir as palavras do Diretor da Fundação e o testemunho da menina Cláudia Yesenia, e assistir a uma breve apresentação de cantos, o Papa fez o seu discurso.

Francisco refletiu sobre o sofrimento injusto de tantos meninos e meninas em todo o mundo que foram e continuam a ser vítimas inocentes da maldade de alguns e disse:

“Também o Menino Jesus foi vítima do ódio e da perseguição; também Ele teve que fugir com a sua família, deixar a sua terra e a sua casa para escapar da morte. Ver as crianças sofrer faz doer a alma, porque as crianças são os prediletos de Jesus. Não podemos aceitar que sejam maltratadas, que sejam privadas do direito de viver a sua infância com serenidade e alegria, que lhes seja negado um futuro de esperança”.

Consolando-as, o Papa assegurou que “Jesus não abandona ninguém que sofre, e muito menos os meninos e meninas, que são os seus preferidos”.

“Esta casa – prosseguiu – é uma prova do amor que Jesus tem por vocês e de seu desejo de estar muito perto de vocês. Esta casa é um Lar e aqui existe o calor deuma família, vocês são amados, protegidos, aceitos, cuidados e acompanhados”.

O Papa lembrou, irmãos e irmãs, religiosos e leigos, que neste e nos outros Lares acolhem e cuidam de crianças que desde pequenas experimentaram o sofrimento e a amargura, duas realidades que nunca devem faltar, porque fazem parte da identidade cristã: o amor que sabe ver Jesus presente nos mais pequeninos e frágeis, e o dever sagrado de levar as crianças a Jesus.

“Que Jesus e Maria, juntamente com São José, os acompanhem e protejam, os encham de ternura, alegria e fortaleza”, disse, por fim, comprometendo-se a rezar para que, neste ambiente de carinho familiar, cresçam em amor, paz e felicidade, podendo assim ir curando as feridas do corpo e do coração

Antes de deixar a Instituição, Francisco deixou como lembrança uma escultura da Sagrada Família realizada artesanalmente em madeira, entalhada com uma manufatura de tradição secular.

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Papa: "Obrigado pelo que me ensinaram esta noite"

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Bogotá (RV) – Como tem feito desde sua chegada a Colômbia, também sexta-feira (08/09), o Papa cumprimentou um grupo de pessoas fora da Nunciatura Apostólica, aonde está hospedado em Bogotá. 

Estavam presentes membros da Fundação ‘Vítimas Invisíveis’, que sensibiliza sobre o drama das vítimas, dando-lhes nome e voz, para que seus direitos sejam reconhecidos e a informação corrigida. A Dra. Diana Sofía Giraldo, Presidente da Fundação, dirigiu algumas palavras ao Pontífice.

A Associação ‘Caminhos de Esperança, Mães da Candelária’ também participou do encontro. Fundada em 1999, esta entidade assiste amigos e familiares de pessoas desaparecidas, sequestradas ou mortas durante o longo conflito colombiano.

O Papa dirigiu palavras de agradecimento a todos:

“Obrigado pelo ‘hospital de campo’; obrigado porque portas foram abertas e continuam sendo abertas. Obrigado por aqueles que se fazem coragem ao entrar, que olham para frente, querendo entrar e não sabendo como fazê-lo”.

“Obrigado por aceitar tanta privação, sabendo que ficou sem nada, e que mesmo se quis fazer algo, não conseguiu, mas proclamou diante de todos aquela frase que nunca esquecerei:  ‘Deus faz com que eu perdoe’”.

“Muitos ainda não conseguem perdoar, mas hoje, recebemos uma aula de teologia, de alta teologia: ‘Deus faz com que eu perdoe’.  Deixemos que Ele o faça’”.

“Toda a Colômbia deve abrir suas portas, como este hospital de campo o fez. E deixar que Ele entre e que Ele nos permita perdoar. Permitam-no: ‘Olha, eu não consigo... faça-o’”.

“A reconciliação concreta, com a verdade, a justiça e a misericórdia, pode ser realizada somente por Ele. Que Ele o faça. E nós aprenderemos com Ele a fazê-lo”.

                                  “Obrigado pelo que fazem, obrigado. E obrigado pelo que me ensinaram esta noite”.

Despedindo-se, antes de rezar a Ave Maria e abençoar todos, o Papa ainda lembrou que “aos pés da Cruz estava a Mãe, a quem extirparam o filho, viu a tortura e tudo. Que Ela acompanhe as mulheres colombianas e lhes ensine o caminho a seguir”. 

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Papa recebe bastão da paz dos índios e vira "guardião milenar da terra"

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Villavicencio (RV) – Quase 500 membros da Guarda Indígena da Colômbia e mil representantes de mais de cem povos ancestrais do país receberam o Papa Francisco com um “caminho de honra” na esplanada de Catama, em Villavicencio, nesta sexta-feira (8). O Pontífice presidiu a missa campal no local. O coordenador nacional da Guarda, Luis Alfredo Acosta, descreveu essa recepção como “um caminho de resistência, de harmonia, de encontro entre espiritualidades: a espiritualidade cristã e os povos indígenas”.

Essa organização indígena é composta exclusivamente por membros de povos autóctones que exercem a sua autoridade em seus territórios, muitos deles, duramente afetados pelo conflito. Não usam armas, mas “bastões de poder”, decorados com ornamentos da sua cultura tradicional e, com eles, fazem valer a sua palavra.

Com esses bastões, muito venerados e que ninguém toca, exceto os mesmos guardas, eles criaram uma espécie de caminho de honra para a passagem do Papa Francisco, antes da missa campal. Uma maneira de compartilhar com a Igreja católica um ato ecumênico tão importante para esses povos.

Segundo a agência de notícias EFE, a Guarda Indígena nomeou Francisco como “guardião milenar da terra”, durante aquele que foi considerado um “encontro para a vida, para a resistência”, disse Acosta. Ao dar esse título, acrescentou ele, também foi entregue um dos bastões ao Pontífice.

O líder indígena assegurou que a ocasião também serviu para “perdoar” por todos os danos que considera que a Igreja teria causado, em mais um ato de reconciliação registrado durante a viagem do Papa Francisco à Colômbia: “para os povos indígenas, perdoar é ter harmonia, é a água que corre, é voltar ao ventre da nossa mãe, não portar armas e, por isso, entregar o bastão da paz”, finalizou o coordenador da Guarda Indígena da Colômbia. (AC/EFE)

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Visita do Papa encoraja Colômbia a dar passos na reconciliação

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Bogotá (RV) - Sexta-feira, 8 de setembro, ficará marcado na memória dos colombianos. O terceiro dia da visita do Papa Francisco a Colômbia esteve fortemente marcado pelas mensagens e gestos que incentivam à paz e à reconciliação.

 

Villavicencio: beatificação e testemunhos

A Visita Apostólica a Villavicencio começou com a Santa Missa Campal para mais de 700 mil fiéis, animada por cantos religiosos “llaneros”, ritmo musical desta região da Colômbia. Nela o Sumo Pontífice beatificou os mártires Jesús Jaramillo e Pedro Ramírez, vítimas da violência na Colômbia nos anos 1989 e 1948, respectivamente. Na homilia, o Papa disse que “basta uma pessoa boa para que haja esperança”, motivando cada pessoa a dar o primeiro passo no caminho de reconciliação com Deus, entre os colombianos e com a Criação.

Certamente o momento central desta jornada foi o grande encontro de oração para a reconciliação nacional, com a participação de milhares de sobreviventes do conflito de diversas partes de Colômbia. Durante o encontro, escutou-se o testemunho de um ex-guerrilheiro, uma ex-paramilitar e de duas vítimas diretas; suas histórias de vida e luta para sair adiante pela fé e convicção de trabalhar pela comunidade fizeram o Papa reconhecer que estas e tantas outras são “histórias de amor e perdão que nos falam de vida e esperança”.

Nesta ocasião o Santo Padre abençoou a imagem do “Cristo Negro de Bojayá”, símbolo do maior massacre da história da guerra na Colômbia, que sucedeu no dia 2 de maio de 2002, no interior de uma capela onde os fiéis se refugiaram durante um enfrentamento entre a guerrilha das FARC e os paramilitares.

Durante sua visita ao monumento “Cruz da Reconciliação”, em memória das 8.472.143 vítimas do conflito armado na Colômbia, plantou uma “árvore da paz”, como sinal do compromisso de seguir trabalhando pela paz e reconciliação.

Dom Luis Augusto Castro, arcebispo de Tunja e presidente da Comissão de Conciliação Nacional, destaca: “Me parece que o Papa tocou no coração dos colombianos quando falou da reconciliação, tocou o coração das vítimas e dos vitimários; mas falou também a toda Colômbia, porque somos todos os colombianos que temos que entrar nesse espírito da reconciliação. Uma mensagem maravilhosa que ficou fortalecida com as intervenções das vítimas e dos vitimários que fizeram ver quanta dor se passou neste país e como é urgente a reconciliação”.

Neste sábado, o Papa estará em Medellín, capital religiosa da Colômbia, onde tratará do tema vocação e serviço cristão. Aí celebrará a Eucaristia pela manhã. À tarde visitará a “Casa São José” (obra social que acolhe crianças e adolescentes abandonadas, toxicodependentes e vítimas de exploração sexual e violência intrafamiliar) e depois terá um encontro com os sacerdotes, religiosos, e suas famílias de origem.

De Bogotá para Rádio Vaticano, Pe. Júlio Caldeira imc

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Porta-voz: "Papa conquistado pelo sorriso dos colombianos"

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Bogotá (RV) - O Papa Francisco foi conquistado pelo sorriso dos colombianos nestes três dias de visita ao país, afirmou sexta-feira (08/09) o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke.

 

O jornalista estadunidense adiantou à mídia local que o Papa está "muito contente" com o andamento da viagem, que termina domingo (10/09). Depois de visitar Medellín sábado (09/09), o Pontífice encerrará a visita em Cartagena.

Para Burke, o importante da viagem até então são a "alegria e a esperança" de Francisco, como demonstrado na primeira noite na Colômbia, quando pediu aos jovens que o aguardavam na Nunciatura que "não se deixassem roubar as esperanças".

Burke afirmou ainda que o encontro em Villavivencio dedicado à reconciliação entre as vítimas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ex-guerrilheiros, foi uma "lição de como pedir e oferecer perdão".

Encontros da Nunciatura são destaque

Outro evento destacado, a seu ver, foi a noite de quinta-feira (07/09), quando um grupo de meninas com síndrome de Down falou sobre a vulnerabilidade. Para ele, a mensagem foi uma "lição de pura teologia de que todos somos vulneráveis".

O porta-voz ainda garantiu que apesar da longa viagem, Francisco está muito bem e suportou com boa disposição o calor em Villavivencio. Uma prova disso, disse, foi o período dedicado depois do almoço para tirar fotos com seminaristas e outros fiéis sob o sol.

Em declaração exclusiva à RV, Greg Burke se concentrou nos temas do perdão e da misericórdia, centrais na sexta-feira, em Villavicencio.

“Desde o início de seu Pontificado, o Papa fala do perdão e da misericórdia. Nós o vemos sempre diante de Deus, pedindo perdão. Não existe um dia mais importante do que outro, mas claramente este dia teve algo de especial”

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Acompanhe com a RV a viagem do Papa à Colômbia

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Cidade do Vaticano (RV) – O Programa Brasileiro acompanha de perto a visita do Papa Francisco à Colômbia, transmitindo ao vivo*, com comentários em português, os seguintes eventos:

Medellín, sábado (9 de setembro). O tema do dia é "Vida cristã como discipulado".

12h – Santa Missa no aeroporto Enrique Olaya Herrera

16h55 – Visita ao Lar São José

17h50 – Encontro com o clero no ginásio La Macarena

Cartagena, domingo (10 de setembro). O tema do dia é "Dignidade das pessoas e direitos humanos".

13h45 – Angelus e visita ao Santuário São Pedro Claver

18h20 – Santa Missa no porto de Contecar

* Os horários indicados correspondem aos de Brasília

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Pesar do Papa pela morte do Cardeal De Paolis: zelo sacerdotal e fidelidade ao Evangelho

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Cidade do Vaticano (RV) -  Onde quer que estivesse, “deu um fecundo testemunho de zelo sacerdotal e de fidelidade ao Evangelho”. 

Com pesar, o Papa Francisco recordou do Cardeal Velasio De Paolis, falecido na manhã deste sábado aos 81 anos, depois de longa e dolorosa doença, “por ele vivida com ânimo sereno e confiante abandono à vontade do Senhor”.

No telegrama enviado ao Sr. Angelo De Paolis, o Pontífice expressa “a ele, aos irmãos e a todos familiares sua sentida participação no luto” vivido por todos que o conheceram e o estimaram.

“Quero recordar com reconhecimento – disse o Santo Padre - a sua especial preparação e competência no campo jurídico, oferecida em tantos anos de ensino nas universidades Pontifícias para a formação das jovens gerações, especialmente de sacerdotes, como também nos encargos desempenhados a serviço da Santa Sé, inicialmente como Secretário do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica e mais tarde como Presidente da Prefeitura dos Assuntos Econômicos da Santa Sé, assim como em outras e delicadas tarefas de confiança, dando um fecundo testemunho de zelo sacerdotal e de fidelidade ao Evangelho”.

O Santo Padre eleva fervorosas orações ao Senhor, para que, “pela intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria e do Beato João Batista Scalabrini, dê ao falecido Cardeal o Prêmio prometido aos seus fiéis servidores” e envia de coração àqueles  que choram a sua partida “a Bênção Apostólica, com um particular pensamento àqueles que com amor o assistiram nestes últimos anos”. (JE)

 

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Igreja no Mundo



Card. Velasio de Paolis falece em Roma

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Cidade do Vaticano (RV) – Faleceu a manhã de sábado (09/09) em Roma, aos 81 anos, o cardeal italiano Velasio De Paolis, CS (Sonnino, Itália, 19 de setembro de 1935), Presidente emérito da Prefeitura de Assuntos Econômicos da Santa Sé. Foi também o Delegado Pontifício para a Congregação dos Legionários de Cristo desde 2010, ano em que foi criado cardeal por Bento XVI.

Scalabriniano, Dom De Paolis emitiu os votos religiosos perpétuos em 1958 e foi ordenado em 1961. O cardeal se distinguiu pela publicação de mais de 200 livros e artigos em várias revistas científicas e de espiritualidade. Algumas obras publicadas são: De bonis Ecclesiae temporalibus. Adnotationes in codicem: liber V, em 1986; Os bens temporais da Igreja, em 2001; Igreja e Migrações, em 2005.

Participou do conclave que em março de 2013 elegeu o Papa Francisco.

Com a sua morte, o Colégio cardinalício fica constituído por 220 cardeais, dos quais 120 eleitores e 100 não-eleitores. 

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Formação



Reflexão dominical: "Perdoar setenta vezes sete"

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Cidade do Vaticano (RV) - «Neste domingo, o Evangelho nos propõe uma reflexão sobre o ato de perdoar, do perdão. 

Mas, o que é perdoar e como perdoar?

A primeira atitude do cristão é ir em direção ao pecador e tratá-lo como irmão, com repeito e atenção.

O falar mal e pelas costas, nada adianta, piorará a situação quando o faltoso souber que seu erro foi tema de conversas de outras pessoas. Ele é o mais interessado e não outros. Se ele não sabe e é deixado alheio do que se fala dele, isso se chama, em bom português, fofoca. É uma atitude mundana e nada cristã.

Por outro lado, quem vai falar com o faltoso, deverá ir na qualidade de quem já perdoou a falta cometida, colocando-se na posição de irmão, jamais de juiz.

Muitas pessoas, com determinação, têm o costume de dizer a verdade, doa a quem doer. Tudo bem! Contudo, nos casos em que a verdade, ao ser dita, poderá provocar rancores e ódios, ela não deverá ser falada. Nem tudo deve ser dito, mas apenas aquilo que gera vida e não morte.

Tudo deverá ser feito em clima de sigilo, respeitando a dignidade e a privacidade do outro.

Se por acaso o faltoso não ouvir o irmão que o procurou com caridade, este deverá se cercar de mais outros dois irmãos semelhantes no respeito e na busca da salvação do faltoso. Procurar o mesmo e entabular uma conversa fraterna.

Nesse momento, onde o faltoso está sozinho de um lado, tendo à frente três outras pessoas que comentam sua má ação,  o transgressor jamais poderá ser colocado contra a parede e sentir-se acuado. Se isso acontecer, não será a conversa proposta por Jesus no Evangelho, mas exatamente o que jamais deveria estar acontecendo entre irmãos. O objetivo do papo é a recuperação do transgressor e não sua humilhação e condenação.

Por último chegamos ao terceiro passo da proposta do Senhor. Se nem com a admoestação de mais dois irmãos, o que cometeu um delito não se arrepende e não se propõe a não mais cometer tal falta, a Igreja, ou seja, a Comunidade dos cristãos deverá anunciar que a postura daquela pessoa não corresponde à Boa Nova pregada por ela, que aquele homem não pode ser tomado como um dos seus, posto que sua atitude é exatamente contrária aos princípios cristãos.

Por exemplo, poderá ser tido como membro da Igreja aquele homem que propaga idéias racistas, discriminação, violência e o abuso econômico? A Igreja terá o direito e o dever de tornar público seu absoluto desacordo com aquela pessoa.

Situemo-nos no versículo 9 do cap. 33 de Ezequiel, 1ª leitura da liturgia de hoje: “Todavia, se depois de receber tua advertência para mudar de proceder, nada fizer, o faltoso perecerá devido a seu pecado, enquanto tu salvarás a vida”.

Ao sermos responsáveis pela vida dos outros, em favor da justiça, agindo com misericóridia, é que ganhamos a nossa»!

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o XXIII Domingo do Tempo Comum)

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