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Sumario del 11/09/2017

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Atualidades

Papa e Santa Sé



De retorno da Colômbia, Papa agradece a N. Senhora bom êxito da viagem

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Cidade do Vaticano (RV) - Concluída a viagem apostólica do Papa Francisco à Colômbia. O Boeing 787 da companhia aérea Avianca, que trouxe o Santo Padre de retorno para Roma, aterrissou no aeroporto militar de Ciampino às 12h55 locais, concluindo assim a 20ª viagem apostólica internacional de seu Pontificado. 

Do aeroporto romano, antes de seguir para o Vaticano Francisco foi até a Basílica de Santa Maria Maior para rezar diante do ícone de Maria Salus Populi Romani, diante do qual depositou um ramalhete de flores.

No país andino desde quarta-feira, dia 6, o Papa Francisco deixou a Colômbia na noite deste domingo (hora local) após cinco dias de vista apostólica na qual esteve em Bogotá, Villavicencio, Medellín e Cartagena, onde deixou uma mensagem em favor da reconciliação para favorecer o processo de paz após o acordo do governo com as Farc (Forças armadas revolucionárias da Colômbia).

Francisco falou de reconciliação como meio a fim de contribuir para a paz num pais que, apesar de ter assinado um acordo com as Farc, ainda vive profundas divisões políticas internas. (RL)

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Papa Francisco: Colômbia, país cujo povo tem esperança e tem futuro

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Cidade do Vaticano (RV) - Um “povo nobre que não tem medo de expressar-se e de mostrar aquilo que sente.” Quatro dias completos são suficientes para falar com afeto sincero de um povo que lhe quis demonstrar que o ama realmente, quatro cidades e sempre a mesma alegria pelas ruas, nas missas, em todos os lugares. 

Impressionado com a Colômbia

O Santo Padre abriu desse modo a coletiva no voo de retorno da Colômbia. Sem uma pergunta, mas com uma consideração espontânea que expressa muito do que trazia no coração. No meio da conversação teve espaço o habitual leque de temas segundo os interesses geopolíticos dos jornalistas a bordo.

A Venezuela e as intenções do Presidente Maduro, os imigrados nos EUA e as intenções do Presidente Trump. O inferno vivido pelos migrantes que partem da Líbia, com apreço pela Itália e Grécia de portas abertas, e as responsabilidades dos governos mundiais em relação a um clima que muitas vezes causa tragédias.

Se o povo quiser a paz

Como se dá habitualmente, as perguntas de início cabem aos jornalistas do país visitado e os dois colegas que pegaram o microfone pediram a Francisco que se expressasse sobre a Colômbia pós acordo de paz e sobre a questão da corrupção.

A guerrilha, afirmou o Papa, foi “uma doença”, mas reconheceu a existência de “passos que dão esperança”. “Agradeço muito” ao ELN, disse, referindo-se ao Exército de libertação nacional que, diferentemente das Farc (forças armadas revolucionárias da Colômbia), não fala de paz, mas somente de trégua.

O Santo Padre acrescentou ter “percebido” que “a vontade de seguir adiante neste processo vai além das negociações”, “é uma vontade espontânea”, e aí, assegurou, “existe a força do povo”, que porém “deve ser ajudado com a proximidade e a oração” e “com a compreensão”.

Os corruptos e o “modelo Colômbia”

A questão da corrupção é um dos temas fortes do Pontificado e Francisco recordou o livro escrito sobre o tema e também as convicções já expressas sobre o corrupto, pessoa – reiterou – que “se cansa de pedir o perdão e se esquece de pedi-lo” a Deus que não lhe negaria e que, em todo caso, é o único que pode salvar uma pessoa que se encontra nessa situação.

O tema do povo protagonista de seu destino voltou na resposta aos jornalistas de língua espanhola, que lhe perguntaram se era possível “replicar o modelo Colômbia”, ou seja, de uma negociação com mais vozes participantes.

Certamente, já aconteceu, confirmou o Papa, mas o fato é que mais do que a Onu, mais do que políticos ou técnicos, “um processo de paz seguirá adiante se o povo o assume”. Do contrário, serão “compromissos” pouco resolutivos, acrescentou.

Desastres ambientais e responsabilidade

A primeira jornalista mulher a dirigir-se ao Papa foi também a primeira a manifestar interesse por sua saúde após o incidente com a sobrancelha esquerda a bordo do papamóvel. Francisco respondeu com uma brincadeira atendo-se em seguida a um tema que tem a peito: a questão ambiental.

Os sucessivos furacões em breve espaço de tempo que estão destruindo amplas áreas da América Central são um drama que, reafirmou, chama cada um a suas “responsabilidades morais”, inclusive os governantes. Basta consultar os cientistas, eles “são muito claros”, indicou.

Imigrados, reconhecimento à Itália  e Grécia

Os jornalistas italianos quiseram saber a posição do Papa em relação à falta de prontidão dos governos no que diz respeito à imigração. Por que, perguntaram, não são solícitos como se deveria, quando, ao invés, o são – por exemplo – sobre a venda de armas?

Porque o homem “é estúpido”, rebateu o Papa citando a Bíblia e quando decide não enxergar “não vê”. Sobre a gestão dos migrantes que partem da Líbia, o Santo Padre disse não ter tratado do tema durante o encontro com o premier italiano Gentiloni e, sobretudo, sentir um “dever de gratidão” para com a Itália e a Grécia “porque abriram o coração aos migrantes”.

Verdadeira questão em jogo é a integração ou seu oposto

Abertura, precisou, que não pode prescindir da capacidade de cada país singularmente considerado. Todavia,  insistiu o Pontífice, a verdadeira questão em jogo é “a integração” ou o seu oposto.

“Coração sempre aberto, paciência, integração e proximidade humanitária”, indicou, convidando a humanidade a tomar “consciência” dos “lagers no deserto” onde se infringem os sonhos de tantos migrantes e reconhecendo o fato de o governo italiano estar “fazendo de tudo para resolver problemas humanitários, inclusive aqueles que não pode resolver”.

Durante a coletiva o Papa fez um aceno também à África, sobre o qual recai ainda uma convicção radicada, ou seja, que se trata de um continente a ser explorado, ao invés de ser ajudado a reerguer-se.

Trump e Maduro

Ainda sobre a migração, Francisco foi interpelado também acerca da abolição da lei estadunidense “Dreamers” (que elimina as proteções queridas por Obama para 800 mil menores imigrantes ilegalmente).

Embora reconhecendo não conhecer profundamente os termos, o Pontífice espera uma reconsideração do governo. “Sei que o presidente estadunidense”, observou “se apresenta como homem pro-life. Se é um bom pro-life, entende, a família é o berço da vida e sua unidade deve ser defendida”, vez que se tiram as raízes dos jovens, observou, drogas, dependências e suicídios tornam-se as terríveis saídas que eles encontram.

Sobre a questão venezuelana, que tem muito a peito, Francisco ressaltou que a Santa Sé falou forte e claramente” e que acerca das declarações do Presidente Maduro cabe a ele explicá-las. O que é “mais doloroso” para Francisco é o “problema humanitário” e sobre isso a Onu “deve fazer ouvir a sua voz” para dar uma ajuda, frisou.

A Colômbia tem futuro

Após cerca de 40 minutos de coletiva, uma momentânea turbulência induziu a interromper o diálogo com os jornalistas. A esse ponto, Francisco escolheu despedir-se como havia iniciado o encontro, falando sobre como a Colômbia o impressionou.

Impressionado em particular com os pais e mães que levantavam seus filhos quando ele passava para que fossem vistos e abençoados. Esse “é um símbolo de futuro, de esperança”, concluiu. Um povo “capaz de fazer crianças e depois mostrá-las como se fossem tesouro, esse é um povo que tem esperança e tem futuro”. (RL/ADC)

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Papa aos jesuítas colombianos: acompanhar o povo à reconciliação verdadeira

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Cartagena (RV) – No domingo (10), último dia de compromissos do Papa na Colômbia, Francisco encontrou representantes da Companhia de Jesus no pátio do Santuário São Pedro Claver, centro histórico de Cartagena. Por cerca de 30 minutos e de forma privada, o Santo Padre respondeu algumas perguntas feitas pelos jesuítas.

Segundo o diretor da revista “La Civiltà Cattolica”, Pe. Antonio Spadaro, que seguiu o Papa na viagem apostólica à Colômbia, o Pontífice “sempre se relaxa em ocasiões como essa e se expressa com grande liberdade” entre os seus irmãos.

Entre as temáticas colocadas em pauta estavam as questões relacionadas ao seu pontificado, ao papel dos jesuítas no campo cultural e universitário em terras latino-americanas, além de outras questões sobre o país colombiano e a Exortação Apostólica Amoris Laetitia. Francisco, explicou o diretor, enalteceu “a importância que esse documento seja recebido na sua totalidade para promover dinâmicas positivas na Igreja”.

Do encontro com os irmãos jesuítas, segundo o Pe. Spadaro, surgiu “um Papa confiante no caminho de reconciliação iniciado com a Colômbia”, precisando sempre, porém, que “a tarefa da Igreja não é substituir o Estado, mas acompanhar os movimentos mais adequados à dignidade humana”.

O Papa também encorajou todos os jesuítas a prosseguirem o seu empenho específico, seja pastoral ou intelectual. Em especial, Francisco sublinhou que “o empenho intelectual deva se nutrir da realidade”, disse o diretor. Importante o papel inclusive social que os jesuítas continuam fazendo no caminho da reconciliação nacional: “não se trata de fazer acordos abstratos”, explicou Pe. Spadaro, porque “no pensamento do Papa está a reconciliação de um povo inteiro, a cura lenta de grandes cicatrizes”.

Os jesuítas, sublinhou o diretor sobre o encontro com o Papa, não acompanham somente “os familiares das vítimas ou dos próprios guerrilheiros”, mas estão comprometidos também na “valorização e na proteção da Amazônia e do enorme patrimônio natural que a Colômbia tem”. (AC/GC)

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Papa à encontro inter-religioso na Alemanha: religiões chamadas a abrir caminhos de paz

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Cidade do Vaticano (RV) – O encontro "religiões e culturas em diálogo" realizado na cidade alemã de Münster, dá continuidade ao caminho de diálogo e paz iniciado por São João Paulo II em Assis, em 1986.  

De fato, líderes religiosos, personalidades da mundo político e da cultura, estarão reunidos até 12 de setembro  para debater a busca de caminhos comuns alternativos à violência e à guerra, mas também à pobreza e às situações de dificuldades sociais.

Na mensagem enviada à Comunidade Santo Egídio por ocasião do encontro, o Papa Francisco indica a necessidade e a atualidade dos “Caminhos de paz” - título do encontro - diante dos “conflitos, da violência difusa, do terrorismo e das guerras” que hoje ameaçam “milhões de pessoas, ferindo a sacralidade da vida humana e tornando todos mais frágeis e vulneráveis”.

“Os conflitos – observa Francisco – parecem sem saída onde não se deseja seguir por caminhos de reconciliação, onde se confia nas armas e não no diálogo, deixando inteiras populações mergulhadas na noite da violência, sem a esperança de um amanhecer de paz”.

Aos participantes do encontro, o Papa indica que as respostas para aqueles que “têm sede de paz”, devem  partir dos responsáveis políticos e civis, mas em particular das religiões, chamadas “com a oração e com o empenho concreto, humilde e construtivo a responder a esta sede, a individuar e abrir caminhos de paz, sem se cansar”.

Diante da irracionalidade “de quem profana Deus semeando ódio, diante do demônio da guerra, da loucura do terrorismo, da força enganadora das armas”, não pode que não existir um “caminho de paz”, que deve ser buscado com “coragem humilde e perseverança tenaz”, e sobretudo com a oração como “raiz da paz”, enfatiza o Santo Padre.

E aos líderes religiosos, cabe a responsabilidade de “ser e viver como pessoas de paz”, de testemunhar “que Deus detesta a guerra, que a guerra nunca é santa, que nunca a violência pode ser cometida ou justificada em nome de Deus”.

Não se pode “permanecer indiferentes”, correndo o risco de que as “tragédias do ódio caiam no esquecimento”, não se pode resignar “à ideia de que o ser humano seja descartado e que seja anteposto a ele o poder e o ganho”.

O mérito do encontro em Münster, para o Papa, é o de “vencer a indiferença diante do sofrimento humano” e de querer buscar, não obstante as diferenças, “caminhos de libertação dos males da guerra e do ódio”. Pois nunca devemos nos habituar ao mal, nunca devemos ser indiferentes a ele, e “nunca mais uns contra os outros, mas uns com os outros”, exortou.

Ao concluir, o Papa faz um chamado à Europa – visto que o encontro realiza-se há 60 anos da assinatura do Tratado que criou a União Europeia – para que possa “cultivar a paz”, construindo “caminhos de mais sólida unidade dentro dela e de sempre maior abertura ao exterior”, não esquecendo que a paz “não é somente fruto do empenho humano, mas da abertura a Deus”. (JE)

 

 

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Dom Semeraro: trabalho do C9 para reforma da Cúria está para se concluir

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Cidade do Vaticano (RV) - Teve início, nesta segunda-feira (11/09), no Vaticano, a 21ª Reunião do Conselho de Cardeais (C9), que prossegue até a próxima quarta-feira, dia 13. 

O organismo, instituído pelo Papa Francisco em 28 de setembro de 2013, tem a tarefa de ajudar o Santo Padre no governo da Igreja universal e estudar um projeto de revisão da Constituição Apostólica “Pastor bonus”, sobre a reforma da Cúria Romana. 

O jornalista Alessandro Gisotti da Rádio Vaticano-Secretaria para a Comunicação, entrevistou o Secretário do Conselho de Cardeais, Dom Marcello Semeraro, Bispo de Albano, Itália, sobre as atividades desse organismo.

Dom Semeraro: “O Papa realmente não se sente um ‘reformador’. Se o Papa iniciou esse trabalho de reforma da Cúria o fez por causa das sugestões que emergiram, sobretudo, nas reuniões antes do Conclave. Vemos que ele escolheu, pelo menos no início, os componentes do Conselho de Cardeais entre os purpurados que estão à frente das dioceses, responsáveis pelas Igrejas locais espalhadas pelos continentes. Portanto, há o seguinte procedimento: ouvir as vozes das Igrejas para prosseguir também na reforma da Cúria Romana.”

Como o senhor descreveria o método de trabalho do C9? 

Dom Semeraro: “O método de trabalho eu o definiria através de alguns verbos. Primeiramente, o Conselho de Cardeais escutou e escuta. Tudo teve início em outubro de 2013 com os relatórios sobre as contribuições enviadas pelos episcopados, pelos dicastérios da Cúria Romana e também por muitas pessoas que escreveram, que mandaram suas contribuições. Depois de ouvir, o Conselho de Cardeais, reflete. Reflete sobre as propostas e também sobre como proceder; faz também verificações. Portanto, ouvir, refletir e verificar. A seguir, faz uma proposta ao Papa, pois o Conselho de Cardeais não decide; o Conselho de Cardeais propõe ao Papa.”

O Conselho de Cardeais pode ser definido como um momento daquela sinodalidade que está no coração do Papa Francisco?

Dom Semeraro:O Papa os escolheu como membros desse Conselho de bispos, os escolheu para que sejam de alguma forma antenas sensíveis que possam de alguma forma captar as instancias das Igrejas locais. O Conselho de Cardeais é uma estrutura sinodal. Sendo formado por bispos, é um organismo que se coloca dentro da colegialidade episcopal. Por outro lado, trabalha não somente em ajuda ao Papa, mas também a serviço das Igrejas particulares.”

O Papa intervém ativamente nos trabalhos, nos debates sobre vários temas? Qual é a sua abordagem em relação aos trabalhos do C9?

Dom Semeraro: “O Papa está presente, habitualmente, e está presente, sobretudo, ouvindo. Intervém quando é o caso de citar  suas experiências pessoais de quando era Arcebispo de Buenos Aires ou de situações atuais na vida da Igreja. Além disso, o Conselho de Cardeais não foi constituído, como eu dizia, somente para a reforma da Cúria. A finalidade principal, quando será concluída esta fase de reforma da Cúria Romana, permanecerá a tarefa primária de colaborar ou dar conselhos, pareceres ao Papa naquelas circunstâncias em que ele achar importante. Por exemplo, muitas vezes o Conselho de Cardeais chamou a atenção para a realidade triste de abuso contra menores. Esse assunto não faz parte da reforma da Cúria Romana, mas o Papa ouviu o Conselho também sobre essa questão. Quando é o caso de ressaltar ou intervir, o Papa intervém, mas com muita discrição. Ele prevalentemente ouve.”

Depois de tantas reuniões, existe também um clima de familiaridade?

Dom Semeraro: “Sim. É óbvio que o ambiente também psicológico é muito familiar. Há um clima de familiaridade. A minha tarefa de secretário é também a de coordenar um pouco s sessões. O clima é sempre muito familiar, sereno. Eles fazem pausas para tomar um café, contam alguma piada, e se ri de alguma notícia, de alguma coisa, com muita familiaridade: como se faz num grupo sim, de pessoas muito responsáveis, mas também num contexto muito fraterno”. 

Muitos se perguntam a que ponto se encontra a reforma.

Dom Semeraro: “Diria que em relação ao processo de reforma da Cúria Romana, o percurso está bem além: está para se completar. Está para se completar no âmbito de proposta feita ao Papa. Sabemos que ele logo tomou consciência de algumas incorporações dos pontifícios conselhos: sobre os leigos, família e vida existe uma homogeneidade e consequencialidade temática; o Dicastério para a promoção do desenvolvimento humano integral não se contenta apenas com a retomada das estruturas precedentes, mas executa unilateralmente o projeto do documento conciliar "Gaudium et Spes"; de grande relevância é também outro dicastério, o da Secretaria para a Comunicação que absorve funções certamente pastorais, anteriormente exercidas pelo Pontifício Conselho das Comunicações Sociais. Junto com a tarefa pastoral de orientação, a Secretaria para a Comunicação tem também uma enorme responsabilidade administrativa. Pela importância do tema da comunicação é um dicastério central no projeto de reforma da Cúria Romana”.

O caminho está para se concluir?

Dom Semeraro: “No momento, três quartos do caminho foram já realizados. Eu penso que daqui a alguns meses essa revisão estará mais ou menos completada. Depois, o Papa terá à disposição as propostas relativas a todos os dicastérios e caberá a ele decidir  como e quando implementá-las. No momento, o Papa preferiu uma implementação gradual. Em algum caso, o Pontífice interveio para retificar, pois ao passar da teoria para a prática emergiram exigências  de correção. Francisco está seguindo, no momento, o projeto de uma implementação gradual”.

(MJ)

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Em Cartagena Papa fez apelo pelo fim do narcotráfico: semeia morte e destruição

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Cartagena (RV) - Na homilia da Missa conclusiva de sua viagem à Colômbia, celebrada em Cartagena,  o Papa Francisco voltou a condenar com veemência os “pecados que ferem a convivência e a comunidade”, em particular, o narcotráfico, "que a única coisa que faz é semear morte e destruição": 

“Penso no drama dilacerante da droga com a qual se lucra desafiando leis morais e civis; este mal atinge diretamente a dignidade da pessoa humana e despedaça progressivamente a imagem que o Criador plasmou de nós. Condeno com firmeza aqueles que colocaram fim a tantas vidas mantidas e sustentadas por homens sem escrúpulos. Não se pode brincar com a vida dos nossos irmãos, nem manipular a sua dignidade. Faço um apelo para que se busque uma forma para colocar fim ao narcotráfico, que a única coisa que faz é semear morte e destruição, destroçando tantas esperanças e destruindo tantas famílias”.

O Papa também chamou a atenção para outras injustiças:

“Penso também em outro drama: na devastação dos recursos naturais e na poluição em curso, na tragédia da exploração do trabalho; penso nos tráficos ilícitos de dinheiro como também na especulação financeira que, muitas vezes, assume caráteres predadores e nocivos para inteiros sistemas econômicos e sociais, lançando na pobreza milhões de homens e mulheres; penso na prostituição que diariamente ceifa vítimas inocentes, sobretudo entre os mais jovens, roubando-lhes o futuro; penso no abominável tráfico de seres humanos, nos crimes e abusos contra menores, na escravidão que ainda espalha o seu horror em muitas partes do mundo, na tragédia frequentemente ignorada dos emigrantes sobre quem se especula indignamente na ilegalidade”.

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Papa na Colômbia: não fiquemos sem dar o primeiro passo!

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Bogotá (RV) - O último dia da Visita Apostólica do Papa Francisco a Colômbia, neste domingo, 10 de setembro, foi marcado por novas mensagens, gestos e testemunhos em Bogotá e Cartagena das Índias.

 

Na sua despedida de Bogotá, o Sumo Pontífice mudou o protocolo na véspera e fez o recorrido da Nunciatura ao aeroporto no papamóvel, sendo cumprimentado no caminho por mais de 700 mil pessoas.

Cartagena das Índias, na costa caribe marcada pela forte presença afro-colombiana, acolheu a visita do Papa antes de sua partida para Roma. Durante a jornada, houve uma calorosa acolhida do povo do bairro São Francisco, na periferia da cidade.  Neste bairro abençoou a primeira pedra das casas para os sem-teto e da obra Talitha Qum (que atende crianças e adolescentes com alto risco de vulneração); emocionou a todos quando entrou para visita à senhora Lorenza Pérez, uma líder comunitária que alimenta diariamente a cem pessoas carentes. Um fato inusitado: quando estava no papamóvel o Sumo Pontífice se golpeou e sofreu um corte no supercílio esquerdo e uma luxação no rosto, mas nada que tirasse o ânimo dele em seguir acenando e abençoando as pessoas no caminho.

Pouco antes do meio dia, rezou o Ângelus dominical e visitou a casa Santuário de São Pedro Claver, santo jesuíta que se tornou o defensor dos escravos no século XVII e atualmente é o padroeiro dos direitos humanos. Recordou que ainda hoje milhões de pessoas são vendidas como escravas no mundo e que devemos trabalhar pela dignidade daquelas que são abandonadas, dos imigrantes e de todos os que sofrem violência e tráfico de pessoas. Ao finalizar ofereceu sua oração por Venezuela, emocionando a milhares de venezuelanos presentes em Cartagena e dando confiança de que devem buscar soluções ante o sofrimento do povo.

Suas últimas atividades em terras colombianas foram abençoar, desde o helicóptero, a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes e celebrar a missa campal, onde se aglomeram aproximadamente 450 mil fiéis. Na homilia o Santo Padre fez um pequeno resumo da sua visita a Colômbia e incentivou a que “não fiquemos sem dar o primeiro passo” pela reconciliação e paz em todo o país.

Ao finalizar, agradeceu ao povo colombianos pela acolhida.Daí partiu ao aeroporto de Cartagena, recebeu as honras de chefe de Estado e partiu para Roma.

A expressão #GraciasPapaFrancisco (Obrigado Papa Francisco) está viralizando nas redes sociais, pois o povo colombianos neste momento reconhece que a visita do Papa ao país trouxe novos motivos para sonhar e manter viva a fé, a esperança e a alegria de construir um país melhor para todos.

De Bogotá para Rádio Vaticano, Pe. Júlio Caldeira imc

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Igreja na América Latina



Card. Chávez: emergiu Igreja que Francisco sonha para América Latina

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Berlim (RV) - Aquilo que emergiu na viagem de Francisco à Colômbia é “a Igreja que o Papa sonha para a América Latina”. Foi o que disse o bispo auxiliar de San Salvador, em El Salvador, Cardeal José Gregório Rosa Chávez, à margem do encontro internacional “Caminhos de paz” em andamento em Münster, na Alemanha.

Papa quer Igreja que faça parte da história do povo

Respondendo a uma pergunta sobre a viagem do Papa à Colômbia, o purpurado fala de uma “viagem emblemática”. “Aquilo que impressiona em seus discursos é a visão global da Igreja que sonha. Ele quer uma Igreja que faça parte da história do povo, que console as feridas, as cure, as acaricie, que percorra os caminhos para a paz.”

O Cardeal Chávez se disse impressionado sobretudo com os discursos feitos em Medellín e Cartagena: “O Papa deu à Colômbia as chaves da reconciliação. A verdade é imprescindível, mas não basta. É preciso verdade, justiça, perdão e misericórdia. Suas palavras são certamente difíceis de serem aplicadas, mas são o único modo para reconciliar o país. Foi uma viagem emblemática. Uma parábola da Igreja que o Papa sonha na América Latina”.

Francisco conseguiu falar ao país inteiro

Francisco fala, mas “a mensagem, em primeiro lugar, é aquilo que ele é e, em segundo lugar, são os gestos que realiza. A Colômbia é um país com tantas dificuldades, mas o Papa conseguiu, em meio a obstáculos enormes, falar ao país inteiro”, ressaltou.

“Falou a um país dividido e aquilo que disse é maravilhoso. Todas as palavras eram pensadas e ele as disse. São uma síntese vital da Igreja que vive naquela terra”, concluiu o cardeal salvadorenho, Dom Rosa Cháves. (RL/Sir)

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Atualidades



Sinodo para os jovens: Pe. Zezinho e o grito da nossa juventude

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Roma (RV) –  A XV Assembleia do Sínodo que se realizará em outubro de 2018 terá como tema “os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. 

A Igreja se prepara para o Sínodo sobre o tema. A Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos organizou um Seminário internacional sobre a condição dos jovens, que tem início nesta segunda-feira, dia 11, e se encerra na sexta-feira, dia 15, no auditório da Cúria Generalícia dos Jesuítas, em Roma. Participam do encontro alguns brasileiros, entre os quais o Padre Zezinho, muito conhecido em todo o Brasil pelo seu trabalho com a juventude e o Padre Anísio José, Reitor do Santuário de Santa Rita de Cássia. Sobre os jovens Pe. Zezinho nos fez um pequeno comentário… (SP)

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Os bombeiros de Nova Iorque e o 11 de setembro de 2001

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Nova Iorque (RV) - Nesta segunda-feira, os Estados Unidos recordam as vítimas dos ataques terroristas perpetrados em 11 de setembro de 2001. 

Passaram-se dezesseis anos daquele dia terrível em que quase três mil pessoas perderam a vida. Em Nova Iorque, morreram 343 bombeiros que salvaram milhares de vidas nas Torres Gêmeas do World Trade Center.

Sobre como os “Heróis de 11 de setembro” viveram esses anos, a Rádio Vaticano-Secretaria para a Comunicação conversou com Daniel Nigro que na época dos atentados era o comandante do Corpo de Bombeiros de Nova Iorque.

“A tristeza nunca abandonará os membros do Corpo de Bombeiros, especialmente os que ainda prestam serviço há dezesseis anos do atentado de onze de setembro. Muitos membros atuais do Corpo de Bombeiros eram jovens na época e entraram depois de 11 de setembro. Sobretudo para quem estava de serviço naquele dia, há muita tristeza: permanece a lembrança dos eventos daquele dia e das pessoas que perderam tragicamente a vida em 11 de setembro. Passaram-se 16 anos daquele evento, mas para os membros do Corpo de Bombeiros o tempo passado realmente não conta”, disse Nigro.

O ex-comandante sublinhou a importância da fé e da esperança na vida dos bombeiros de Nova Iorque, como também dos sobreviventes e os familiares das vítimas. Recordou os últimos três pontífices que os receberam no Vaticano.

“O Papa João Paulo II, na época dos atentados, nos recebeu no Vaticano, assim como Bento XVI e o Papa Francisco. Eles nos confortaram muito com suas palavras.” 

Nigro falou sobre o compromisso dos bombeiros de Nova Iorque e da Polícia no enfrentamento a novos ataques terroristas:
 
“Levamos adiante uma atividade de preparação extraordinária em vista de outros ataques. O Corpo de Bombeiros junto com a Polícia trabalharam juntos para estarem preparados a todo evento possível, para outros ataques. A lição de 11 de setembro nos ensina que algo que nunca teríamos imaginado os terroristas podem fazer acontecer.”

(MJ/AG)

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