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Sumario del 13/09/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa na Audiência Geral: Colômbia, país de futuro

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Cidade do Vaticano (RV) – A viagem à Colômbia foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (13/09). 

Aos mais de 13 mil fiéis presentes na Praça S. Pedro, entre os quais muitos brasileiros, o Pontífice recordou os momentos mais significativos de seus quatro dias de permanência no país, citando primeiramente a acolhida que recebeu das autoridades civis e eclesiásticas, mas de modo especial do povo colombiano, que definiu “alegre, mesmo em meio a tanto sofrimento”.

“O que chamou a minha atenção foi a multidão e os pais que erguiam os seus filhos para que o Papa os abençoasse. Eles o faziam como para mostrar que este é o seu orgulho, a sua esperança. Um povo que faz isso é um povo que tem futuro”, afirmou Francisco.

Fazer o primeiro passo

O Papa falou ainda do lema “Façamos o primeiro passo”, escolhido em referência ao processo de reconciliação que a Colômbia está vivendo para sair de meio século de conflito interno.

“Com a minha visita, quis abençoar o esforço do povo, confirmá-lo na fé e na esperança, e receber o seu testemunho, que é uma riqueza para o meu ministério e para toda a Igreja”, disse.

Em Bogotá, o Papa se reuniu com as autoridades, os bispos do país e também com o Comitê do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), aos quais deu o seu encorajamento pastoral. Na capital, Francisco dirigiu ainda sua saudação aos jovens, dos quais pôde constatar o desejo de vida e de paz, “força de vida que a própria natureza proclama com a sua exuberância”, afirmou Francisco, recordando que a Colômbia é o segundo país mais rico em biodiversidade.

Villavicencio 

Já Villavicencio foi palco do momento culminante da viagem. A jornada na cidade foi dedicada à reconciliação, primeiramente com a missa para a beatificação dos mártires Jesús Emilio Jaramillo Monsalve e Pedro Maria Ramírez Ramos, e depois com a Liturgia da Reconciliação.

A beatificação dos dois mártires recordou que a paz é fundada também, e talvez sobretudo, sobre o sangue de tantos testemunhos do amor. Para Francisco, ouvir suas biografias foi comovente até as lágrimas, lágrimas de dor e de alegria. Sobre a Liturgia da Reconciliação, o Papa mencionou de modo especial as histórias narradas pelas testemunhas, que falaram em nome de muitas pessoas que, a partir de suas feridas, com a graça de Cristo saíram de si mesmas e se abriram ao encontro, ao perdão e à reconciliação.

Medellín

A viagem depois prosseguiu em Medellín, onde a perspectiva foi a da vida cristã como discipulado: “Quando os cristãos se empenham profundamente no caminho da sequela de Cristo, tornam-se realmente sal, luz e fermento no mundo”, disse o Papa, citando como exemplo os Lares que acolhem crianças desamparadas e as vocações à vida sacerdotal e consagrada.

Cartagena

Por fim, em Cartagena, a cidade de São Pedro Claver, apóstolo dos escravos, Francisco falou do tema dos direitos humanos. O santo jesuíta, e mais recentemente a Santa Maria Butler, demonstraram que dar a vida pelos mais pobres é o caminho para a verdadeira revolução – aquela evangélica e não ideológica – que liberta realmente as pessoas e as sociedades das escravidões de ontem e, infelizmente, também de hoje.

Neste sentido, explicou o Papa, “dar o primeiro passo” significa aproximar-se, prostrar-se, tocar a carne do irmão ferido e abandonado,  a exemplo de Jesus, que se tornou escravo por nós. “Graças a Ele há esperança, porque Ele é a misericórdia e a paz.”

Francisco concluiu a catequese confiando novamente a Colômbia e o seu povo a Nossa Senhora de Chiquinquirá. “Com a ajuda de Maria, cada colombiano possa dar todos os dias o primeiro passo em direção ao irmão e à irmã, e assim construir juntos, dia após dia, a paz no amor, na justiça e na verdade.”

Brasileiros na Praça

Após a catequese, o Papa saudou os inúmeros grupos presentes na Praça. Os brasileiros eram oriundos de Eunápolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Jundiaí, Ribeirão Preto, Campo Limpo Paulista, Maceió, Alagoas. Havia também grupos da Obra de Maria e da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém.

Francisco também expressou solidariedade às pessoas que foram afetadas pela enchente na cidade italiana de Livorno.

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Papa aos líderes mundiais: a guerra é negação de todo direito

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa twittou a seguinte mensagem nesta quarta-feira (13): “a guerra é negação de todo direito. Rezemos por aqueles que têm a responsabilidade de evitar a guerra entre os povos”. O tweet foi divulgado enquanto os líderes mundiais fazem um enfrentamento sócio-político sobre o desenvolvimento e o futuro do planeta em Nova York, na Assembleia Geral das Nações Unidas. 

As palavras de Francisco também recaem no dia em que se recorda a visita papal a Redipuglia, província italiana de Gorizia, perto da Eslovênia, em 2014, em memória ao centenário da Primeira Guerra Mundial. Naquele ano, Francisco foi rezar pelas vítimas de todas as guerras no maior cemitério militar da Itália.

Naquela ocasião, o Papa enfatizou como a guerra destrói “também aquilo que Deus criou de mais bonito: o ser humano”. De fato, “a guerra é loucura”, insistiu Francisco, “o seu plano de desenvolvimento é a destruição”. E se “a ganância, a intolerância, a ambição ao poder.... são motivos que impelem a opção bélica”, observou o Pontífice, “esses motivos são muitas vezes justificados por uma ideologia; mas antes dessa, há a paixão, o impulso desordenado. A ideologia é uma justificativa e, quando não há uma ideologia, há a resposta de Caim: ‘a mim, que me importa?’, ‘sou, porventura, guarda do meu irmão?’”.

Francisco advertiu ainda que a guerra não respeita ninguém: nem idosos, nem crianças, nem mães e pais. E, se ainda hoje, são tantas as vítimas da Terceira Guerra Mundial “combatida ‘em pedaços’, com crimes, massacres, destruições...”, é porque ainda hoje existem “interesses, planos geopolíticos, cobiça ao dinheiro e ao poder, a indústria das armas”.

Naquela oportunidade em Redipuglia, Francisco inclusive pediu a todos “a conversão do coração: passar do ‘a mim, que me importa?’, ao pranto. Irmãos”, insistiu o Papa, “a humanidade precisa chorar, e esta é a hora de chorar”. (AC/RG) 

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Briefing sobre a 21ª reunião do Conselho de Cardeais

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Cidade do Vaticano (RV) - Realizou-se na Sala de Imprensa da Santa Sé, nesta quarta-feira (13/09), o briefing sobre a 21ª reunião do Conselho de Cardeais (C9), iniciada na última segunda-feira (11/09). 

O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, disse aos jornalistas que o Santo Padre se uniu ao grupo a partir de terça-feira, após a viagem apostólica à Colômbia, e esteve ausente na manhã desta quarta-feira, devido à Audiência Geral. 

Estiveram presentes todos os membros do C9 exceto os Cardeais George Pell e Laurent Monsengwo Pasinya. 

Segundo Burke, os cardeais se dedicaram a um estudo sobre a situação das propostas entregues ao Papa Francisco pelo Conselho de Cardeais para a reforma da Cúria Romana.

Houve também uma reflexão sobre os textos do Papa relativos à reforma da Cúria, guiada pelo Cardeal Óscar Rodriguez Maradiaga. 

Os textos são, sobretudo, os do encontro tradicional natalino com a Cúria Romana, mas também dos pronunciamentos no Consistório de 12 de fevereiro de 2015 e de 17 de outubro de 2015, por ocasião do quinquagésimo aniversário do Sínodo dos Bispos. 

Alguns temas debatidos foram: a Cúria como instrumento de evangelização e serviço ao Papa e às Igrejas locais, a descentralização, o papel das Nunciaturas Apostólicas, seleção e competência dos funcionários, menos clerical e mais internacional, com um aumento de jovens e mulheres. 

Os cardeais refletiram também sobre o recente Motu Proprio “Magnum Principium”, acerca das implicações no que tange as tarefas da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

O Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, falou sobre o trabalho de seu dicastério. Esta tarde, o Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, participou também dos trabalhos do C9. 

Os cardeais releram os Estatutos do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, criado em 1º de setembro de 2016. 

O Cardeal Sean Patrick O’Malley atualizou os membros do C9 sobre os trabalhos da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores. 

Sobre a eventual substituição do Cardeal Pell no Conselho de Cardeais, Burke, respondendo aos jornalistas, disse que a questão ainda não foi abordada.

Os trabalhos do C9 concluíram-se esta quarta-feira. A próxima reunião dos cardeais está marcada para os dias 11, 12 e 13 de dezembro deste ano.

(MJ)

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Card. Baldisseri: os jovens devem ser os protagonistas do Sínodo

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Cidade do Vaticano (RV) – Em vista da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos a ser realizada em outubro de 2018, organizam-se diversos encontros preparatórios, como o Seminário Internacional sobre a situação juvenil em andamento de 11 a 15 de setembro no Auditório da Cúria Geral dos Jesuítas, em Roma.

Um dos objetivos é que este encontro preparatório realize reflexões com bases científicas sobre a situação juvenil, motivo pelo qual foram convidados a se pronunciar especialistas de diversas áreas e procedências..

Em entrevista à Rádio Vaticano, o Secretário Geral do Sínodo, Cardeal Lorenzo Baldisseri traçou um panorama  sobre o andamento dos trabalhos e destacou que tudo deve ser feito no sentido de que sejam os jovens os protagonistas do Sínodo: 

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Pe Zezinho: quem não leu o Vaticano II não será capaz de entender a cultura da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) - No nosso espaço Memória Histórica - 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos ouvir no programa de hoje o Padre Zezinho falando sobre a atualidade do Concílio. 

Dar o primeiro passo, curar as feridas, reconciliar: a recente visita do Papa Francisco à Colômbia também teve por objetivo fortalecer e incentivar a consolidação do processo de paz que põe fim há decênios de conflito: "Escravos da paz para sempre", foram suas palavras finais aos despedir-se dos colombianos na Missa celebrada em Cartagena.

E a presença de Francisco em terras colombianas foi marcada cada dia por uma temática diferente. No domingo, em Cartagena, última etapa da viagem, o tema foi "Dignidade da pessoa e direitos humanos".

Presente em Roma por estes dia o Padre Zezinho, sacerdote do Sagrado Coração muito conhecido no Brasil. Em entrevista a Silvonei José, o sacerdote  falou de paz, falou de diálogo, e comentou a temática do terceiro dia de Francisco na Colômbia, relacionando-a às propostas do Concílio Vaticano II, que segundo ele, na verdade mal começaram a ser implementas:

"Esta palavra  (dignidade da pessoa humana e direitos humanos) está vindo desde o Papa Pio XII, está vindo de João XXIII, veio muito claramente com Paulo VI - eu lia muito nesta linha - e foi a cada dia melhorando o conceito de paz e construção da paz. E tudo o que veio até agora com o Papa, é consequência do antes do Vaticano e da continuação do Vaticano.

Se a Igreja parar de pensar no Vaticano II, ela vai parar de ser Igreja. Não pode deixar isto no passado. O Vaticano II nem começou de verdade. Um pouquinho. Mas as pessoas já deixaram de ler. E a riqueza que tem ali dentro  é para pessoas cultas. Quem não leu o Vaticano não será capaz de entender a cultura da Igreja.

Como os antigos Padres da Igreja, como os grandes teólogos no século XX e agora no século XXI, ignorar o Vaticano II é falar no vazio. Não acabou não. Agora é que nós estamos começando a entender o que é o diálogo, porque é que foi criado o Vaticano II.

Aí tem gente que acha não precisa mais. Bom, então não deve ter lido! Pois se tivessem lido eles iriam entender que nós não conseguimos implementar nem 10%  do Vaticano II e já querem criar outro. Melhor praticar o outro primeiro."

O Concílio Vaticano II - o XXI Concílio Ecumênico da Igreja Católica - foi convocado no dia 25 de Dezembro de 1961 com a Bula papal "Humanae salutis", do Papa João XXIII, sendo por ele mesmo inaugurado no dia 11 de outubro de 1962. Realizado em 4 sessões, o Concílio terminou somente no dia 8 de dezembro de 1965, já sob o papado de Paulo VI.

Nestas quatro sessões, mais de 2 000 Prelados convocados de todo o planeta discutiram e regulamentaram vários temas da Igreja Católica. As suas decisões estão expressas nas 4 constituições, 9 decretos e 3 declarações elaboradas e aprovadas pelo Concílio. Apesar da sua boa intenção em tentar atualizar a Igreja, os resultados deste Concílio, para alguns estudiosos, ainda não foram totalmente entendidos nos dias de hoje, enfrentando por isso vários problemas que perduram. 

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"Os jovens e o compromisso social e político" em preparação ao Sínodo

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Cidade do Vaticano (RV) – Prossegue no Auditório da Cúria Geral dos Jesuítas em Roma o Seminário Internacional sobre a situação juvenil em preparação à XV Assembleia Geral Ordinária a ser realizada em outubro de 2018 sob o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

A manhã desta quarta-feira foi dedicada ao tema “Os jovens e a alteridade”, com duas palestras: “Os jovens e o compromisso social” e “Os jovens e o compromisso político”.

Entre os presentes o Padre Zezinho, que falou à RV sobre que figura de jovem estava sendo apresentado no encontro e que jovem brasileiro ele traria para este tipo de encontro: 

O Padre Anísio José, Reitor do Santuário Santa Rita de Cássia, nos falou sobre o andamento dos trabalhos desta manhã: 

 

 

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Pré-Sínodo: Mudar o mundo para melhor com a força da juventude

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Cidade do Vaticano (RV) – O Seminário Internacional sobre a situação juvenil em preparação à XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos a ser realizada em outubro de 2018, chega ao seu terceiro dia.

Duas palestras orientaram os trabalhos da manhã desta quarta-feira dedicada ao tema “Os jovens e a alteridade”: “Os jovens e o compromisso social” e “Os jovens e o compromisso político”.

A parte da tarde é dedicada ao tema "Jovens e a tecnologia", com as palestras "Os jovens e os cenários futuros do desenvolvimento tecnológico" e "Os jovens e as implicações antropológicas do desenvolvimento tecnológico"

Lucas Galhardo, representante da Pastoral Juvenil do Brasil e do Departamento da Juventude do CELAM, nos fez uma síntese dos trabalhos desta quarta-feira e falou sobre o pouco interesse dos jovens pela política hoje: 

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Papa encontra Pe. Thomas Uzhunnalil, sequestrado no Iêmen

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Cidade do Vaticano (RV) - Após a Audiência Geral desta quarta-feira (13/09), o Papa Francisco encontrou-se com o salesiano Pe. Thomas Uzhunnalil, sequestrado em Áden, no Iêmen, em 2016. 

O religioso foi libertado recentemente. Atualmente, encontra-se em Roma, de onde partirá para a Índia.

Segundo o jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, Pe. Thomas se abaixou para beijar os pés do Papa Francisco que o ajudou a se levantar e beijou suas mãos. Esta imagem fala do encontro entre o Pontífice e o sacerdote indiano. Após a Audiência Geral, Francisco o acolheu na Casa Santa Marta, o abraçou e incentivou, garantindo-lhe que continuará rezando por ele como fez durante seu sequestro. Emocionado, o Papa o abençoou.

Por sua vez, Pe. Tom como é familiarmente chamado, agradeceu ao Papa, dizendo-lhe que “rezou todos os dias por ele, oferecendo  seus sofrimentos por sua missão e pelo bem da Igreja”. Essas palavras comoveram o Papa. 

O religioso, sequestrado em 4 de março de 2016, em Áden, no ataque terrorista contra o lar de idosos das Missionárias da Caridade, disse ao Papa que naquele período “não podia celebrar a Eucaristia”, mas que todos os dias repetia dentro de si, em seu coração, as palavras da celebração. 

Pe. Tom disse ainda que agora continuará “rezando por todos aqueles que estiveram junto dele espiritualmente”. Ele recordou, particularmente, as quatro religiosas e outras doze pessoas assassinadas no momento do sequestro. 

O sacerdote agradeceu ao Sultanado de Omã que trabalhou por  sua libertação. Agradeceu também à Santa Sé que, por meio de um comunicado, expressou sua gratidão “a todos aqueles que se empenharam pela sua libertação, em particular, Sua Majestade o Sultão de Omã e as Autoridades competentes do Sultanato”.

Na Audiência Geral, o salesiano estava acompanhado pelo Arcebispo de Mumbai, Cardeal Oswald Gracias. “Depois dessa experiência terrível, a mensagem que Pe. Tom quer deixar é que Jesus é grande e nos ama”, disse o purpurado.

Pe. Tom acrescentou: “Realmente, todos os dias, eu senti Jesus perto de mim. Sempre soube e sentia em meu coração que não estava sozinho.”

Agora, o religioso fará alguns exames médicos, em Roma. “As suas condições de saúde são boas”, ressaltou o Cardeal Gracias, garantindo que “no período de cativeiro não teve problemas de saúde e foi bem tratado”.

O sacerdote de 57 anos, nascido em Kerala, na Índia, contou que foi educado na fé cristã por sua família, profundamente católica. O seu tio Mateus, salesiano, morto em 2015, foi o fundador da missão no Iêmen. No momento em que foi sequestrado, Pe. Tom se encontrava no Iêmen há quatro anos.
 
(MJ)

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Igreja no Brasil



Índios isolados 'saperés' na Prelazia de Itaituba, Pará

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Cidade do Vaticano (RV) – Há 24 anos não ocorria um massacre desta dimensão: um grupo de índios isolados na Terra Indígena Vale do Javari, extremo oeste do Amazonas, conhecidos como “flecheiros”, foram mortos em agosto no rio Jandiatuba, afluente do rio Solimões, no município de São Paulo de Olivença, na fronteira com Peru e Colômbia.

As investigações em estão em curso, ainda não foi divulgado o número exato de vítimas desta recente violência contra povos e culturas que vivem em suas terras ancestrais.

No Brasil, há cerca de 100 etnias de índios que vivem voluntariamente isolados, sem qualquer contato com a civilização.

Na língua tupi, as palavras ‘itá’ (pedra) e ‘y’ (água), unidas a ‘tyba’ (ajuntamento) foram Itaituba, hoje um município do estado do Pará, às margens do Rio Tapajós, com cerca de 130 mil habitantes. Na área da Prelazia, vivem 4 povos indígenas: os mundurucus, que têm suas terras demarcadas, estão protegidos de invasores e conseguem manter seu estilo de vida; os caiapós, habitantes em uma pequena área da Prelazia no confim com Altamira; os caiabis e apiacás, e ainda, um grupo de indígenas isolados, dos quais não se têm provas, que são os saterés. Dom Wilmar Santin é o bispo carmelita de Itaituba. É ele que nos descreve esta realidade. Ouça aqui

Assista ao vídeo de Grrenpeace-Brasil sobre os indios mundurucus:

 

(cm)

 

 

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Igreja na América Latina



Dom Botero sobre Francisco na Colômbia: paz é Evangelho, não política

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Bogotá (RV) - “O Papa não se distanciou do propósito pastoral. Foi justamente uma visita apostólica, mas era simplesmente absurdo pensar que não convidasse à paz. A paz é Evangelho, não programa político. E não se pode esquecer que este país precisa de paz.”

Foi o que disse o bispo auxiliar de Bogotá  e secretário geral da Conferência Episcopal da Colômbia, Dom Elkin Fernando Álvares Botero, ao traçar um balanço da viagem papal ao país andino.

Sobre o acolhimento desta mensagem por parte dos colombianos, Dom Álvares afirmou ter ficado “surpreso com a receptividade em peso que teve. Os católicos, mas também os cidadãos em geral, compreenderam que este caminho é uma necessidade para o país. Aqui, na Colômbia, houve um grande impacto também midiático, até mesmo uma transmissão esportiva deteve-se sobre o convite a colocar ódios e rancores de lado. Diria que o Papa despertou todos”.

É claro que permanece o problema da polarização política, que “durante os dias da visita não se viu tanto. Mas o Papa tem consciência que existe essa polarização. Vimos isso a partir de suas palavras, do fato de ter convidado a deixar para trás rancores e divisões. Para isso são necessários propósitos comuns, mesmo permanecendo no respeito pelas várias ideias”, precisou o secretário geral dos bispos colombianos.

“O Santo Padre pareceu-me muito consciente de que a reconciliação não é uma receita mágica, mas compromisso de todos os dias, acenou à cizânia que cresce junto com a boa semente. Justamente por isso é preciso reforçar esta boa semente”, acrescentou.

“Como bispos – disse – leremos atentamente, estudaremos tudo aquilo que o Papa disse e reproporemos suas palavras. Nestes dias falou muito de desigualdade, de pobreza, de corrupção, da desigualdade e das violências nas famílias. Tivemos modo de refletir muito sobre a raiz da violência, sobre a tarefa educacional à qual somos chamados.”

Por fim, uma esperança sobre a prossecução do diálogo com a guerrilha que permaneceu em campo, a do Eln (Exército de libertação nacional):

“Esperamos que o cessar-fogo anunciado dias atrás se torne definitivo. Nós bispos estamos presentes com nossa comissão que está facilitando os trabalhos da mesa de diálogo de Quito (Equador) entre governo e Eln. Nossa tarefa mais importante permanece sendo a de acompanhar as comunidades no caminho da paz”, conclui. (RL/Sir)

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Igreja no Mundo



Alemanha: Concluído encontro inter-religioso "Caminhos de paz"

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Münster (RV) – Deter os conflitos em andamento, o terrorismo que mata inocentes e toda a forma de violência, pois todos sofrem, em particular os pobres e os mais frágeis da terra.

De Osnabrück, no coração de uma Alemanha que há 400 anos soube reconciliar católicos e protestantes em guerra, eleva-se mais este apelo de paz na conclusão do encontro “Caminhos de paz”, que reuniu por três dias  líderes religiosos de todo o mundo.

Lado a lado católicos, protestantes, imames e rabinos, representantes do hinduísmo e do budismo. Por três dias, na vizinha cidade de Münster, os líderes religiosos debateram sobre como dissociar a violência em nome de Deus das religiões, denunciando que, quando instrumentalizadas, as religiões podem “incendiar” o mundo.

E como, pelo contrário, podem salvá-lo, restituindo aquele espírito que corre o risco de perder-se para uma globalização “que focou muito na economia e no mercado” e não no homem.

“A globalização – afirmam os líderes religiosos - uniu economia e mercados, mas não os corações: devemos viver a unificação espiritual no respeito pela diversidade, dialogando sempre e sem isolar ninguém”.

Os participantes partiram de toda a Europa para convergir a este ponto geográfico da Alemanha e participar do encontro promovido anualmente pela Comunidade Santo Egídio, no “espírito de Assis”, um movimento de diálogo nascido após o grande Dia pela Paz desejado pelo Papa João Paulo II em 1986 e que cresceu ao longo dos anos com a participação de tantos líderes religiosos e pessoas comuns em diversas partes do mundo: uma rede de fiéis em diálogo que já deu frutos de paz.

Como por exemplo, o acordo há 25 anos que levou ao fim um conflito que provocou um milhão de mortos em Moçambique.

No dia da abertura do encontro, a Chanceler alemã Angela Merkel falou em como a Europa é um recurso para a paz. O Grão Imame de Al-Azhar, Ahmed Al-Ayyeb, por sua vez, definiu o terrorismo como “uma criança abandonada de quem não se conhece os pais”.

Também se pronunciaram o Presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, o Presidente do Europarlamento Antonio Tajani, o Cardeal Philippe Ouedraogo, Arcebispo de Ouagadougou – cidade africana onde há um mês ocorreu um atentado terrorista – além dos tantos testemunhos de terras onde existe sofrimento, como Padre Solalinde – que falou do México que vive entre o narcotráfico e o drama dos migrantes rejeitados.

Presente ainda o Cardeal de Bangui, Dieudonné Nzaplainga, artífice da paz na martirizada República Centro Africana.

Na cerimônia final, o fundador da Comunidade de Santo Egídio, Andre Riccardi, convidou a todos a não resignarem-se diante da violência e a “não aceitarem a indiferença” em relação “à dor dos outros”, exortando-os a serem construtores de paz.

O Arcebispo armênio-católico de Aleppo, Boutros Marayati, levou à Praça de Osnabruck repleta, “o grito de mulheres, homens e crianças” de sua cidade que esperam recomeçar finalmente “uma nova vida no perdão e na reconciliação”.

Todos os líderes religiosos presentes assinaram um documento com um apelo para que sejam abertos com urgência novos “caminhos de paz”, entregando-o a um grupo de crianças originárias dos diferentes continentes que, por sua vez - em uma comovente procissão -  o entregaram a representantes da política e das instituições presentes

Os “peregrinos da paz” das diversas religiões prometerem ampliar sua rede para prevenir conflito e envolver a muitos neste compromisso de diálogo e de encontro.

E já foi agendada a sede do encontro de 2018: será Bolonha. (JE)

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Atualidades



Tráfico de pessoas. Santa Sé exorta a passar das leis às ações

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Genebra (RV) - A Santa Sé condena firmemente as novas formas de escravidão, definidas pelo Papa Francisco “uma chaga no corpo da humanidade dos nossos tempos” (discurso de 10 de abril de 2014 aos participantes da Conferência internacional sobre o tráfico de pessoas). Todos devem ter conhecimento destas situações dramáticas e “trabalhar para erradicar as novas e terríveis formas de escravidão humana”.

Foi o que afirmou o observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Genebra e organizações internacionais na cidade helvécia, Dom Ivan Jurkovič, em pronunciamento esta segunda-feira (12/09) na Suíça na 36ª sessão do Conselho de direitos humanos centralizada nas causas e consequências relacionadas a estes gravíssimos crimes.

Lucros exorbitantes obtidos pelo tráfico de pessoas

O representante vaticano recordou também que o tráfico de seres humanos finalizado à exploração em âmbitos  como o da prostituição e do trabalho forçado gera lucros enormes: estima-se que a cada ano os lucros são de mais de 150 bilhões de dólares, superando os lucros do tráfico de droga. E entre os milhões de migrantes, a nível mundial, muitos correm o risco de tornar-se vítimas desse tráfico. Muitas vezes a pobreza e a falta de trabalho tornam tais pessoas objetivos fáceis, acrescentou o arcebispo esloveno.

Novas formas de escravidão em aumento

Além disso, as crises humanitárias que estão se difundindo, entre as quais as provocadas por conflitos armados e por desastres naturais, levam a um incremento do tráfico de seres humanos, alimentando também novas formas.

Esta é uma consequência da “cultura do relativismo”, que impele “uma pessoa a aproveitar de outra e a tratá-la como mero objeto, obrigando-a a trabalhos forçados, ou reduzindo-a à escravidão por causa de um débito”, disse o prelado recordando o Papa Francisco na Carta encíclica “Laudato si”. “É a mesma lógica que leva a explorar as crianças sexualmente”, escreve ainda o Pontífice.

Todo homem é chamado a derrotar a indiferença

Em seguida, Dom Jurkovič recordou uma passagem da Mensagem do Santo Padre para a celebração do 48º Dia mundial da paz (1º de janeiro de 2015). “Muitas vezes, observando o fenômeno do tráfico de pessoas, do tráfico ilegal dos migrantes e de outros rostos conhecidos e desconhecidos da escravidão se tem a impressão de que este tem lugar na indiferença geral”, lê-se na mensagem.

Para eliminar a escravidão e a indiferença geral a ela relacionada é preciso mobilização, empenho e cooperação tanto a nível nacional quanto internacional. Cada homem é exortado a superar a indiferença, ressaltou o arcebispo.

Fraternidade seja globalizada

É tempo de passar das leis às ações, concluiu Dom Jurkovič. A globalização da indiferença – como escreveu o Papa na Mensagem para o 48º Dia mundial da paz – “requer de todos nós que nos façamos artífices duma globalização da solidariedade e da fraternidade que possa devolver-lhes a esperança e levá-los a retomar, com coragem, o caminho através dos problemas do nosso tempo e as novas perspectivas que este traz consigo”.

Devem ser abolidas as novas formas de exploração, assim como foi abolida a escravidão no passado. E essa meta pode ser alcançada adotando uma nova visão do ser humano e da sua dignidade, mediante instrumentos como a legislação, a instrução e a conversão das mentes, disse por fim o representante vaticano. (RL/AL)

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Bispos sequestrados na Síria: "rezamos sempre por eles", diz Patriarca de Antioquia

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Münster (RV) – “Nós estamos sempre em oração contínua por eles. Sempre temos a esperança”.

Não obstante os quatro anos de silêncio, os dois Bispos sequestrados em Aleppo, Paul Yazigi e Mor Gregorious Yohanna Ibrahim, ainda estão vivos. 

Esta certeza traz no coração o Patriarca Greco-ortodoxo de Antioquia e de todo o Oriente, Iohannes X, irmão de Dom Paul Yazigidi.

“Este sequestro – afirma – é algo muito doloroso para nós. A esperança na Síria não morre, não obstante a violência sangrenta que se abateu sobre o país. Não obstante o silêncio indiferente e a inércia culpável da comunidade internacional. Resta esperar, que significa permanecer radicados como cristãos nesta terra, fiéis a uma história que tem suas raízes nos tempos dos apóstolos”.

Também o Arcebispo armênio-católico de Aleppo, Dom Boutros Marayati, lançou um apelo na cerimônia final do Encontro Internacional “Caminhos de paz” organizado pela Comunidade de Santo Egídio em Münster e Osnabruck, Alemanha:

“Aleppo espera o retorno dos seus bispos e sacerdotes sequestrados, espera o fim da guerra”.

“A guerra – afirmou Marayati – não se combate com a guerra, mas com o diálogo, com o perdão, com a reconciliação e com a vontade de começar uma nova vida caminhando por caminhos de paz”.

O prelado, à frente da comunidade armênia da cidade símbolo do longo conflito sírio, recordou os bispos de Aleppo e todas as crianças, mulheres e refugiados que esperam a volta da paz.

“De todos eles – afirmou – sobe o grito “nunca mais a guerra” – porque a guerra é sempre uma tragédia inútil”.

Os dois prelados foram sequestrados em 22 de abril de 2013 próximos à fronteira com a Turquia quando se dirigiam para Aleppo.

Eles foram parados por homens armados que os intimaram, junto com o motorista, a descer do carro. Depois de terem assassinado o motorista no local, levaram os dois bispos a um local desconhecido. Desde então soube-se apenas de notícias contraditórias a respeito do paradeiro deles, intercaladas por longos períodos de silêncio.

 (JE)

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