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Sumario del 14/09/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: o mistério de amor da Cruz não é "masoquismo" espiritual

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Cidade do Vaticano (RV) – Depois de dois meses e meio de pausa, o Papa Francisco retomou na manhã desta quinta-feira (14/09) a celebração da missa na capela da Casa Santa Marta. 

Na festa da Exaltação da Cruz, na homilia o Papa advertiu para duas tentações espirituais diante da cruz de Cristo: a de pensar um Cristo sem cruz, isto é, fazer Dele um “mestre espiritual”, e, de outro lado, pensar uma cruz sem Cristo, ou seja, não ter esperança, numa espécie de “masoquismo” espiritual.

O centro da reflexão do Papa foi o mistério de amor constituído pela cruz. A Liturgia fala disso como uma árvore, nobre e fiel. Francisco evidenciou que nem sempre é fácil entender a cruz. “Somente com a contemplação se vai avante neste mistério de amor”, afirmou. E Jesus, quando quer explicá-lo a Nicodemos, como recorda o Evangelho do dia, usa dois verbos: subir e descer. “Jesus desceu do Céu para levar todos nós a subir ao Céu”. “Este é o mistério da cruz”, destacou o Papa. Na Primeira Leitura, justamente para explicar isto, São Paulo diz que Jesus “humilhou a si mesmo”, fazendo-se obediente até a morte de cruz: 

“Esta é a descida de Jesus: até embaixo, à humilhação, esvaziou a si mesmo por amor. E por isso, Deus o exaltou e o fez subir. Somente se nós conseguirmos entender esta descida até o fim, podemos entender a salvação que nos oferece este mistério do amor.”

Porém, notou o Papa, “não é fácil, porque sempre existem tentações para considerar uma metade e não a outra. São Paulo disse uma palavra forte aos Gálatas “quando cederam à tentação de não entrar no mistério do amor, mas de explicá-lo”. Assim como a serpente encantou Eva e envenenou os israelitas no deserto, do mesmo modo foram encantados “por uma ilusão de um Cristo sem cruz ou de uma cruz sem Cristo”. 

“Um Cristo sem cruz que não é o Senhor: é um mestre, nada mais que isso. É aquele que, sem saber, talvez Nicodemos buscava. É uma das tentações. Sim, Jesus que bom o mestre, mas….sem cruz, Jesus. Quem os encantou com esta imagem? A raiva de Paulo. Jesus Cristo apresentado, mas não crucificado. Outra tentação é a cruz sem Cristo, a angústia de permanecer lá embaixo, com o peso do pecado, sem esperança. É uma espécie de "masoquismo" espiritual. Somente a cruz, mas sem esperança, sem Cristo”.

Mas a cruz sem Cristo seria “um mistério trágico”, disse o Papa, como as tragédias pagãs:

“Mas a cruz é um mistério de amor, a cruz é fiel, a cruz é nobre. Hoje podemos tirar alguns minutos e cada um fazer uma pergunta: para mim, o Cristo crucificado é mistério de amor? Eu sigo Jesus sem cruz, um mestre espiritual que nos enche de consolação, de bons conselhos? Sigo a cruz sem Jesus sempre me lamentando, com este "masoquismo" do espírito? Deixo-me levar por este mistério do abaixamento, esvaziamento total e exaltação do Senhor?”.

O Papa conclui fazendo votos de que o Senhor dê a graça “não digo de entender, mas de entrar” neste mistério de amor: “depois, com o coração, com a mente, com o corpo, com tudo, entenderemos alguma coisa”.

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Papa a novos bispos: crescer no discernimento encarnado e inclusivo

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, nesta quinta-feira (14/09), os novos bispos ordenados nos últimos doze meses.  

Os prelados participaram do curso de formação para os novos bispos, promovido pela Congregação para os Bispos. Do Brasil, participaram vinte prelados.

O Papa manifestou a alegria de conhecer pessoalmente e aprofundar com os novos bispos da Igreja, a graça e a responsabilidade do ministério que receberam. 

Discernimento espiritual e pastoral

O discurso do Pontífice se deteve no discernimento espiritual e pastoral, necessário para que o povo chegue ao conhecimento e realização da vontade de Deus. O Espírito Santo é o protagonista de todo discernimento autêntico. 

“Não muito tempo atrás, a Igreja invocou sobre vocês o “Spiritus Principalis” o “Pneuma hegemonikon”, a força que o Pai doou ao Filho e que Ele transmitiu aos santos apóstolos, ou seja, o Espírito que sustenta e guia. 

“Somente quem é guiado por Deus tem título e credibilidade para ser proposto como guia dos outros. Pode ensinar e fazer crescer no discernimento somente quem tem familiaridade com esse mestre interior que, como uma bússola, oferece os critérios para distinguir, para si e para os outros, os tempos de Deus e sua graça; para reconhecer a sua passagem e o caminho de sua salvação; para indicar os meios concretos, agradáveis a Deus, a fim de realizar o bem que Ele predispõe em seu plano misterioso de amor para cada um e para todos. Essa sabedoria é a sabedoria prática da Cruz, que mesmo incluindo a razão e a sua prudência, as ultrapassa, porque conduz à fonte de vida que não morre, ou seja, conhecer o Pai, o único Deus verdadeiro, e aquele que Ele enviou, Jesus Cristo.”

Discernimento e oração

Segundo o Papa, “um bispo não pode dar como certo a posse de um dom tão elevado e transcendente, como se fosse um direito adquirido, sem cair num ministério infecundo. É preciso implorá-lo continuamente como primeira condição para iluminar toda sabedoria humana, existencial, psicológica, sociológica e moral que pode nos servir na tarefa de discernir os caminhos de Deus para a salvação daqueles que nos foram confiados”. 
 
“O discernimento nasce do coração e na mente do bispo através de sua oração, quando coloca em contato as pessoas e as situações confiadas a ele com a Palavra divina proferida pelo Espírito. É nessa intimidade que o Pastor amadurece a liberdade interior que o torna firme em suas escolhas e em seus comportamentos, pessoais e eclesiais. Somente no silêncio da oração é possível aprender a voz de Deus, encontrar os traços de sua linguagem e ter acesso à sua verdade”. 

Discernimento e escuta

“O discernimento é um dom do Espírito à Igreja ao qual se responde com a escuta”, disse ainda o Papa. “O Bispo é chamado a viver o próprio discernimento de Pastor como membro do Povo de Deus, numa dinâmica sempre eclesial, a serviço da koinonìa (comunhão). O bispo não é um pai patrão autossuficiente e nem um pastor solitário amedrontado e isolado.”

“O discernimento do Bispo é sempre uma ação comunitária que não prescinde da riqueza do parecer de seus presbíteros e diáconos, do parecer do Povo de Deus e de todos aqueles que podem oferecer-lhe uma contribuição útil.”

“No diálogo sereno, ele não tem medo de partilhar, e às vezes modificar, o próprio discernimento com os outros: com os confrades no episcopado, com os próprios sacerdotes, e com os fiéis”, disse o Papa.

Francisco convidou os bispos “a cultivarem o comportamento de escuta, crescendo na liberdade de renunciar ao próprio ponto de vista para assumir o ponto de vista de Deus”. 

Discernimento, humildade e obediência

“A missão que os espera não é a de trazer ideias e projetos próprios, nem soluções abstratamente criadas por quem considera a Igreja um quintal de sua casa, mas humildemente, sem protagonismos ou narcisismos, oferecer o seu testemunho concreto de união com Deus, servindo o Evangelho que deve ser cultivado e ajudado a crescer naquela situação específica.” 

“Discernir significa, portanto, humildade e obediência. Humildade em relação aos próprios projetos. Obediência em relação ao Evangelho, ao Magistério, às normas da Igreja universal e à situação concreta das pessoas.”

Para Francisco, “o discernimento é um remédio contra a imobilidade do ‘sempre foi feito assim’ ou do ‘levar tempo’. É um processo criativo que não se limita a aplicar esquemas. É um antídoto contra a rigidez, pois as mesmas soluções não são válidas em todos os lugares”.

O Papa convidou os bispos a terem uma delicadeza especial com a cultura e a religiosidade do povo, cuidar e dialogar com o povo. 

Crescer no discernimento

“Devemos nos esforçar para crescer num discernimento encarnado e inclusivo, que dialogue com a consciência dos fiéis que deve ser formada e não substituída, num processo de acompanhamento paciente e corajoso, para que possa amadurecer a capacidade de cada um, fiéis, famílias, presbíteros, comunidades e sociedade, chamados a progredir na liberdade de escolher e realizar o bem que Deus quer. A atividade de discernir não é reservada aos sábios, aos perspicazes e aos perfeitos. Ao contrário, Deus muitas vezes resiste aos soberbos e se mostra aos humildes."

“O Pastor sabe que Deus é o caminho e confia em sua companhia. Por isso, o discernimento autêntico é um processo sempre aberto e necessário que pode ser completado e enriquecido.” 

“Uma condição essencial para progredir no discernimento é educar-se à paciência de Deus e aos seus tempos que não são os nossos. Cabe a nós acolher todos os dias de Deus a esperança que nos preserva de toda abstração, pois nos permite descobrir a graça escondida no presente sem perder de vista a longanimidade de seu desígnio de amor que vai além de nós”, concluiu o Papa. 

(MJ)

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Papa saúda participantes de Conferência sobre combate à desertificação

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Cidade do Vaticano (RV) - Em sua Encíclica sobre o Cuidado da nossa Casa Comum, o Papa Francisco observou que, devido aos laços de solidariedade que unem todos os membros da família humana, “podemos considerar a desertificação do solo quase como uma doença física” (Laudato si, 89), que atinge cada um pessoalmente”. 

É o que se lê na mensagem assinada pelo secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin, na qual o Santo Padre saúda os participantes, em Ordos (Mongólia interna, China), da XIII Conferência dos Estados Parte da Convenção sobre o Combate à Desertificação e aprecia os esforços destes na promoção de uma abordagem coordenada a esta grave crise ecológica do nosso tempo.

Tarefa dos jovens em transformar desertos em jardins

O Pontífice agradece de modo particular ao governo e ao povo da China por acolher essa importante assembleia em andamento de 6 a 16 de setembro. A mensagem evidencia a satisfação do Santo Padre pelo fato de a Conferência preocupar-se “em despertar o interesse e o empenho dos jovens pela grande tarefa de transformar os desertos em jardins” e se diz confiante de que “estes elevarão a sua voz no fazer apelo a uma mais conscienciosa aplicação das resoluções da comunidade internacional a esse propósito.

Temas e objetivos específicos guiados por abordagem integral

“Sua Santidade – lê-se na mensagem – expressa a esperança de que a Conferência, ao tratar temas e objetivos específicos, seja guiada por uma abordagem integral que una o tema da desertificação ao mais amplo tema ético da pobreza, do subdesenvolvimento e da justiça entre as gerações, que determina a saúde integral, espiritual e moral da nossa comunidade global.”

Por fim, o Papa “encoraja os esforços da Conferência voltados a permitir aos nossos irmãos e irmãs, onde quer que seja, viver em paz e segurança, a contribuir com seus meios para o bem comum e a desenvolver integralmente seu potencial”. (RL)

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Santa Sé na Onu: fazer mais para proteger civis de crimes de guerra

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Nova York (RV) - Reconhecendo a honesta admissão da existência de uma discrepância entre os compromissos assumidos e a realidade do dia a dia vivida pelas populações expostas a riscos de genocídio, crimes de guerra, limpeza étnica, e crimes contra a humanidade – registrado no Relatório do secretário geral sobre a Responsabilidade pela proteção e prevenção – e convidando a superar esta distância enquanto responsabilidade coletiva que interpela todos a uma urgente intervenção, o observador permanente da Santa Sé na Onu, Dom Bernardito Auza, abriu seu pronunciamento na quarta-feira (06/09) sede das Nações Unidas, em Nova York.

A Responsabilidade de proteger é intrínseca na relação entre aqueles que governam e aqueles que são governados, da mesma forma em que constitui elemento essencial para o bem comum. Há um consenso universal que esta responsabilidade primária de todo Estado constitui o primeiro pilar da norma”, explicou o representante vaticano.

Daí, a referência ao Encontro mundial de 2005 em que foi definida a Responsabilidade de proteção, ao religioso dominicano Frei Francisco de Vitoria, um dos pais do direito internacional, e àqueles conceitos que se desenvolveram no seio das Nações Unidas.

“Existe hoje um consenso geral político de que esta responsabilidade coletiva de todos os Estados seja o segundo pilar da norma”, prosseguiu.

Havendo, ademais, um crescente consenso segundo o qual a comunidade internacional, mediante as Nações Unidas, tem a responsabilidade de usar os apropriados meios diplomáticos, humanitários e outros meios de paz para ajudar a proteger as populações de crimes contra a humanidade, genocídios, limpezas étnicas, crimes de guerra, os países aceitaram ser preparados a tomar ações coletivas de modo tempestivo e decisivo, através do Conselho de Segurança, de acordo com o Estatuto das Nações Unidas, baseando-se, caso por caso, na cooperação com as organizações regionais.

“O maior desafio para a implementação da Reponsabilidade de proteção consiste neste terceiro pilar – explicou o núncio – que permanece uma advertência para toda a comunidade internacional a superar tais atrocidades.” Portanto, torná-lo mais aplicável é a chave para uma decisiva e tempestiva aplicação da Responsabilidade à proteção.

Concluindo seu pronunciamento, o arcebispo filipino confirmou por parte da Santa Sé o apoio à validez da Responsabilidade a proteger e a esperança de uma plena, imparcial e consistente aplicação desta, apoiando todas aquelas iniciativas que facilitarão a proteção dos civis e as operações de paz.

A Santa Sé fez também um chamado a uma concreta aplicação desta Responsabilidade inclusive no contexto das migrações:

“Quando a comunidade internacional é falimentar no exercer adequadamente a Responsabilidade a proteger, todos nós temos a urgente responsabilidade, como pediu o Papa Francisco, de acolher, proteger, promover e integrar as vítimas destes falimentos.” (RL/EC)

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Cartagena: a visita do Papa a Lorenza

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Cartagena (RV) – Lorenza Pérez tem 77 anos, a pele negra e o sorriso contagiante: foi ela a abrir as portas da sua casa ao Papa, no bairro São Francisco, em Cartagena das Índias.

Lorenza não esperava receber o Papa ferido, mas o incidente no papamóvel, pouco antes, não o impediu de cumprir o programa como queria. Emocionada, ela recebeu o Papa com um grande abraço e, como uma enfermeira, preparou gelo, esparadrapo e uma boa dose de carinho.  

No último dia da viagem a Colômbia, na cidade caribenha de Cartagena, o Papa teve um incidente enquanto saudava crianças e sofreu um pequeno corte no rosto, durante um percurso em papamóvel. 

Francisco recebeu a imediata assistência do comandante da polícia do Vaticano, Domenico Giani.

(cm)

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Papa no Chile: convocação de voluntários

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Santiago (RV) - Os organizadores da visita do Papa Francisco ao Chile iniciaram a convocação de voluntários para a Viagem Apostólica do Santo Padre a ser realizada entre os dias 15 e 18 de janeiro de 2018. O objetivo é chegar a 15 mil pessoas.

A organização da viagem informou que, até agora, se inscreveram 3.500 jovens. Entre eles, cerca de 2 mil preencheram o formulário online durante as primeiras 24 horas, processo que foi divulgado com um vídeo no Facebook, Twitter e Instagram.

Voluntários realizarão serviços durante os eventos

Os voluntários devem ser maiores de 18 anos e, no caso dos menores, devem ter completado o segundo ano do ensino médio e ter a autorização do seu responsável. Os voluntários realizarão um serviço gratuito e colaborarão nas diferentes tarefas durante os eventos e atividades da visita do Santo Padre.

Depois que a pessoa se inscreve, por meio de um formulário online, será contatada em menos de um mês, “através do coordenador da instituição na qual o voluntário se inscreveu (paróquia, colégio, universidade, movimento ou diocese) e será orientada acerca dos passos que deverá seguir”, descreve o site institucional.

“Estamos focados no antes, no durante e especialmente no depois da visita. Queremos que este seja um momento de reavivar a vida da Igreja, porque é uma experiência de vida que nos marcará para sempre”, assinalou Ronald Bown, Diretor da Área de Voluntários da Comissão Visita do Papa Francisco ao Chile.

Além disso, a Comissão lançou a seguinte oração através da qual se pode rezar pelo Pontífice e pela sua próxima viagem ao país latino-americano:

Oração

Pai misericordioso,

damos graças pelo Papa Francisco
e sua presença em meio a nós.
Pedimos-te que sua visita seja uma bênção para todos.

Teu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo,
nos presenteou o dom da paz
que necessitamos para nossa pátria,
para que ela seja lar aberto que recebe todos,
que respeita a vida e a dignidade de cada pessoa,
que abre oportunidades às crianças, aos jovens e aos idosos,
que acolhe os migrantes
e compartilha com os mais pobres.

Derrama o teu Espírito Santo
para que, fortalecidos na fé,
animados na esperança
e renovados na caridade,
sejamos instrumentos de tua paz.

Bom Pai,
olha a Virgem Maria, Nossa Senhora do Carmo e escuta seus pedidos pelo Chile,
para que cuidemos da casa comum,
vivamos como verdadeiros irmãos
e sejamos discípulos missionários de Jesus.

Nós te pedimos por Jesus Cristo, nosso Senhor.
Amém. (SP-ACI Prensa)

 

 

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Bispo de Cesena: grande expectativa pela visita do Papa

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Cesena (RV) - “Vejo no povo da nossa diocese uma grande expectativa e um grande amor a Deus e ao Santo Padre. Saibam que também o Papa Francisco tem um grande desejo de vir a Cesena, de encontrar a população local e a comunidade cristã.”

Foi o que disse o bispo de Cesena-Sarsina, Dom Douglas Regattieri, na abertura da coletiva de imprensa na Cúria durante a qual apresentou o programa detalhado da visita do Pontífice à cidade da região italiana da Emília-Romanha, em 1º de outubro próximo.

“Constatei grande senso paterno do Santo Padre em relação a nós e o demonstrará nessa visita”, continuou o bispo. Dom Regattieri disse ter sido recebido pelo Pontífice em 31 de agosto passado em Roma. “Na ocasião agradeci ao Santo Padre pelo dom da visita que nos fará e apresentei-lhe a realidade da nossa diocese”, ressaltou.

O Papa Francisco irá a Cesena por ocasião das celebrações pelos 300 anos de nascimento do Papa Pio VI (1717-2017), Giovanni Angelo Braschi. Ficará por duas horas (das 8 às 10h locais); depois seguirá para Bolonha, por ocasião da conclusão do Congresso Eucarístico Diocesano. Um tempo revê, mas precioso e intenso inclusive do ponto de vista organizativo, como foi ressaltado também pelas autoridades presentes.

“Meu agradecimento – entre outros – a todo o Comitê organizador da visita, presidido pelo vigário episcopal par a pastoral, Mons. Walter Amaducci, e pelo vigário geral da diocese, Pe. Pier Giulio Diaco”, disse o bispo. (RL/Sir)

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Igreja no Brasil



Vale do Javari: D. Adolfo Zon fala sobre o suposto massacre

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Tabatinga (RV) - O Ministério Público Federal no Amazonas está investigando uma denúncia de que indígenas de um grupo que vive isolado na Terra Indígena Vale do Javari, incluindo mulheres e crianças, podem ter sido assassinados e esquartejados. Garimpeiros ilegais que costumam navegar pelo rio Jandiatuba, localizado dentro da terra indígena, seriam os suspeitos.

A investigação começou na sequência da queixa da Funai. De acordo com a reconstrução, os índios estariam coletando ovos de tracajá numa praia nas margens do rio, e os caçadores de ouro atiraram com armas de fogo contra os indígenas. Não se sabe quantos podem ter sido mortos, mas suspeita-se que tenham sido mais do que dez pessoas. Mais tarde, os garimpeiros se gabariam do massacre em um bar em São Paulo de Olivença, exibindo uma pá de mão, remos e flechas. Dois acusados foram interrogados em Tabatinga, mas depois da deposição voltaram para a liberdade.

Com 8,5 milhões de hectares, a terra indígena do Vale do Javari foi homologada em 2011 e, segundo dados da Funai, há ao menos 14 indicativos de índios isolados. O órgão considera "isolados" grupos indígenas que não estabeleceram contato permanente com a população não-indígena. Há pelo menos 107 registros de isolados no Brasil, todos na Amazônia. A RV entrevistou o bispo de Alto Solimões, Dom Adolfo Zon

Dom Adolfo, o sr. tinha conhecimento da existência destes povos?

“Eu tinha conhecimento de que existem os índios conhecidos como ‘isolados’ ou ‘flecheiros’. A área do Javari deve ser o lugar onde existem mais grupos destes chamados ‘isolados’. Eu soube do acontecimento pelas declarações que o próprio Ministério Público tinha concedido a um jornal de Manaus e depois, me ligaram do Conselho Missionário (CIMI) e foi a partir da notícia das declarações de que existia a denúncia do suposto massacre e que estavam pesquisando. O massacre foi no mês de agosto, então, a partir daí, estão fazendo as investigações”.

A atividade de garimpo nessa região é praticamente toda ilegal. Além da poluição e degradação ambiental inerentes à atividade, o garimpo está associado a condições de trabalho precárias, prostituição, tráfico de entorpecentes e vários crimes relacionados à violência. O que procuram estes garimpeiros?

“Pelo que eu sei, aqui há garimpeiros, tanta gente que entra por aí para extrair as coisas da floresta. O garimpeiro praticamente procura no rio Jandiatuba é ouro. Não dizer exatamente o material que estão extraindo, mas pelas pessoas com que falei, parece que é ouro”.

São comuns ataques contra indígenas nesta área? A Diocese de Alto Solimões publicou uma nota de repúdio. O que os srs. estão cobrando?

“Já na época da borracha, sempre houve este enfrentamento com os povos indígenas. Então, isto não é de agora. Hoje, por exemplo, esta área do Javari é toda indígena... deveria ser preservada, mais vigilada. Na nota, nós estamos cobrando também do governo uma maior garantia de proteção, porque muitas unidades de proteção da Funai foram suprimidas e reduzidos os recursos para a manutenção daquelas que existem. Então, estamos cobrando também uma maior firmeza do Estado Federal para a proteção nestas áreas indígenas”.

Assista essa filmagem aérea da Survival, o movimento global pelos direitos dos povos indígenas, de uma tribo isolada no Acre e veja como os indígenas isolados são uma chave fundamental na diversidade humana e seus territórios são a melhor barreira ao desmatamento:

(cm)

 

 

 

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Formação



Bispo de Brejo: com Francisco, encarnar e vivenciar o espírito do Concílio

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro semanal “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” tem trazido estes dias a participação do bispo da Diocese de Brejo, Dom José Valdeci Mendes, desde 2010 à frente desta Igreja particular do Maranhão. 

O Concílio constituiu uma grande abertura para a caminhada da Igreja na América Latina, afirmou-nos precedentemente nosso convidado. Como já ressaltado neste espaço, as Conferências gerais do episcopado latino-americano (Medellín – 1968; Puebla – 1979; Santo Domingo – 1992; e Aparecida – 2007) foram desdobramentos do Concílio na caminhada da Igreja na América Latina e Caribe.

Falando-nos sobre o magistério de Francisco, Dom José Valdeci destaca a pertinência deste patrimônio doutrinal no magistério petrino de Bergoglio, cuja ressonância se sente claramente, a partir do Documento de Aparecida, na Carta encíclica “Laudato si” e na Exortação apostólica “Evangelli gaudium”, cita o bispo de Brejo.

Após reconhecer haver também algumas resistências por parte de quem – destaca – ainda não se abriu para esse verdadeiro entendimento da caminhada da Igreja, Dom José ressalta que o Papa Francisco “quer exatamente nos ajudar a compreender, a vivenciar sempre mais o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo”, a encarnar e vivenciar o espírito do Concílio. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



Polícia prende fazendeiro condenado pela morte de Dorothy Stang

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Altamira (RV) - A Polícia prendeu nesta, quarta-feira (13/09), em Altamira, sudeste do Pará, o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, pela participação no assassinato da missionária norte americana Dorothy Stang, no município de Anapu, em 2005.

Segundo informações do G1, ele prestou depoimento na Polícia Federal, foi encaminhado para o IML do município, onde fez exames, e foi encaminhado para a penitenciária de Altamira. 

De acordo com a Polícia Federal, a prisão foi em cumprimento a um mandado expedido em junho deste ano. Galvão tinha sido condenado a 30 anos de prisão, em 30 de abril de 2010, mas aguardava o julgamento de recurso em liberdade até que o STF determinou a revogação do habeas corpus.

A missionária norte-americana Dorothy Stang foi morta a tiros em 12 de fevereiro de 2005, em Anapu (PA). Segundo a Promotoria, a missionária foi assassinada porque defendia a implantação de assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas que eram reivindicadas por fazendeiros e madeireiros da região.

Outros quatro acusados de participação no caso, entre executores e mandantes, foram julgados e condenados a penas que variam de 17 a 27 anos de reclusão. Os julgamentos começaram um ano após os assassinatos, em 2006.
Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Pereira Galvão, apontados como mandantes do crime, foram condenados a 30 anos de prisão.

Bida, que teria oferecido R$ 50 mil pela morte da missionária, sentou quatro vezes no banco dos réus. Desde outubro de 2015 ele cumpre pena em regime domiciliar, por determinação do juiz Luiz Trindade Junior, da 5ª Vara Penal de Altamira;

Amair Feijoli da Cunha pegou 18 anos de cadeia por ter contratado os pistoleiros Rayfran e Clodoaldo Carlos Batista. Ele cumpre pena em regime domiciliar, desde maio de 2010, por determinação do juiz João Augusto de Oliveira Júnior, da 2ª Vara de Execução Penal de Belém.

Rayfran das Neves Sales foi condenado a 27 anos de prisão, cumpriu aproximadamente nove anos de prisão e teve direito à progressão de regime domiciliar. Mas em 2014 foi detido novamente acusado de envolvimento em um outro assassinato e está preso no Centro de Recuperação do Coqueiro, em Belém, desde o dia 20/09/2014;

Clodoaldo Batista foi condenado a 18 anos de prisão e está solto desde julho de 2012. O alvará de liberdade provisória foi concedido pelo juiz Antonio Jose dos Santos, da Comarca de Novo Progresso.

Regivaldo Pereira Galvão também condenado a 30 anos de prisão, está solto desde o dia 22/08/2012, por meio de um habeas corpus foi concedido pela desembargadora Eliana Rita Daher Abufaiad, da Câmara Criminal Isolada da Capital. No dia 21/06/2017, o habeas corpus que o mantinha solto foi negado pelo Supremo Tribunal Federal que revogou o seu direito de aguardar a tramitação do recurso em liberdade.

(MJ/G1)

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Maioria de crianças e adolescentes migrantes sofre abusos

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Cidade do Vaticano (RV) - Mais de três quartos (77%) das crianças e jovens adultos que tentam migrar para a Europa atravessando o Mediterrâneo central são vítimas de abusos durante a viagem.  

Denúncia

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) divulgaram um relatório em que relatam testemunhos de cerca de 22.000 migrantes e refugiados, dos quais 11.000 crianças e jovens, originários da África subsaariana.

“A pura realidade é que é comum que as crianças que atravessam o Mediterrâneo são vítimas de abusos, tráfico, espancamento e discriminação”, conclui a diretora regional da UNICEF na Europa, Afshan Khan, em comunicado.

“Se tentar fugir, atiram; se parar de trabalhar, batem. Como escravos, no fim da dia, nos trancavam a chave”: diz Aimamo, 16 anos, que chegou à Itália a bordo de um barco, desacompanhado, de Gâmbia. 

Em coletiva à imprensa, a diretora da UNICEF em Bruxelas, Sandie Blanchet, afirmou que aqueles que originários da África subsaariana são muito mais suscetíveis a serem submetidos a exploração e tráfico humano do que os que vêm de outros pontos do mundo, e é provável que o "fator subjacente" a esse tratamento diferenciado seja a cor da pele.

Rota perigosa

“A rota migratória do Mediterrâneo central é particularmente perigosa; a maioria dos migrantes e dos refugiados atravessam a Líbia, que continua a ser devastada pela ausência de lei, pelas milícias e pela criminalidade”, sublinha o documento, acrescentando que o trajeto para Lampedusa é o mais mortal do planeta. 

Em média, os jovens migrantes pagam pela viagem entre 1.000 e 5.000 dólares e muitas vezes chegam à Europa endividados, o que os expõe a novos riscos.  

A UNICEF e a OIM apelam pela criação de vias seguras e regulares para as crianças, para que se encontrem alternativas à detenção de crianças migrantes e o combate a xenofobia,  racismo e discriminação de que são alvo todos os migrantes e refugiados.

(CM)

 

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