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Sumario del 16/09/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa aos missionários do S.C.J: "Jamais ceder ao mal do clericalismo"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado (16/9), na Sala Clementina, 85 participantes no Capítulo Geral dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus. 

A Sociedade dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus foi fundada em Issoudum, França, em 1854, pelo Padre Júlio Chevalier, no mesmo dia da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Maria.

Em seu discurso aos Missionários, o Papa recordou o lema do Capítulo: “O Senhor guardou o melhor vinho até agora" (Jo 2,10) e explicou:

“Se, de um lado, vocês estão cientes e agradecidos pelo precioso patrimônio de projetos e obras apostólicas – que o carisma proporcionou neste século e meio de vida do Instituto... – de outro, vocês podem perceber que as suas ricas potencialidades, em benefício da Igreja e do mundo, não se esgotaram”.

Por conseguinte, continuou o Papa, vocês saberão extrair, da fonte genuína e inesgotável do seu carisma, novo impulso, escolhas corajosas, ações criativas da missão que lhes foi confiada. As mudanças atuais e os novos compromissos com a evangelização da Igreja são as condições que tornam possíveis os novos modos de oferecer o “melhor vinho” do Evangelho, que causam alegria e esperança a tantas pessoas. E Francisco acrescentou:

“Se a inspiração original do Fundador era a de difundir a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, hoje vocês a compreendem e a atualizam, mediante novas formas de obras e ações, que testemunham o amor misericordioso de Jesus a todos, sobretudo aos mais necessitados do mundo. Porém, para que isso seja possível, vocês devem retornar ao primeiro e único amor: Jesus Cristo”.

Neste sentido, o Santo Padre exortou os membros do Instituto a manter o olhar fixo no Senhor, aprendendo com Ele a amar com o coração humano, a buscar e a cuidar das ovelhas perdidas e feridas, a trabalhar pela justiça e a solidariedade entre os mais fracos e pobres, dando esperança e dignidade aos deserdados. E os exortou:

“Como Missionários enviados ao mundo, eis o primeiro Evangelho que a Igreja lhes confia: mostrar, com as suas obras, o amor apaixonado e terno de Deus  aos mais pequeninos, os últimos, os indefesos, os descartados da terra”.

Aqui, Francisco falou da falta de vocações, mas também da necessidade de dar uma formação cristã à juventude, ulterior expressão do carisma do Instituto. A emergência educativa é uma das fronteiras da missão evangelizadora da Igreja. O Papa concluiu exortando os membros da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus, que conta com um grupo consistente de Irmãos religiosos:

“Jamais cedam ao mal do clericalismo, que distancia o povo e, especialmente, os jovens da Igreja... Vivam entre vocês uma verdadeira fraternidade, apesar da diversidade, que valoriza a riqueza de cada um. Não tenham medo de incrementar a comunhão com os leigos e com a família carismática, inclusive as religiosas do Instituto”.

Por fim, Francisco abençoou a todos em nome do Sagrado Coração de Jesus. (MT)

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Mensagem do Papa à peregrinação das famílias em Pompeia

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa enviou uma Mensagem, através do Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, por ocasião da X Peregrinação italiana “Famílias pelas Famílias” ao Santuário de Nossa Senhora do Rosário, em Pompeia. 

O evento é uma iniciativa da Renovação Carismática, em colaboração com a Conferência Episcopal Italiana e o Pontifício Conselho para os Leigos, a Família e a Vida.

Em sua Mensagem, Francisco saúda os cerca de dez mil participantes e assegura a sua presença espiritual neste evento significativo, em preparação prévia ao Encontro Mundial das Famílias, que se realizará em 2018, em Dublin.

Enfim, o Santo Padre exorta os participantes a rezarem pelas famílias, provadas pela falta de trabalho, perseguidas por causa da fé e em situação de sofrimento.

No âmbito do Jubileu de Ouro do Movimento “Renovação Carismática”, esta peregrinação dispensa particular atenção ao acolhimento das famílias de refugiados, estrangeiros, desempregados marcados pelo sofrimento.

O Movimento eclesial Carismático, conta na Itália mais de 200 mil seguidores, divididos em mais de 1.900 grupos e comunidades. (MT)

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Dom Paul Gallagher e a diplomacia vaticana no Oriente Médio e Sudeste Asiático

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Cidade do Vaticano (RV) – Enquanto o Papa Francisco se prepara para visitar o Bangladesh e Myanmar no final de novembro, o Vaticano acompanha com atenção o sofrimento do povo rohingya.

É o que revela o Secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, em uma entrevista concedida à nossa colega do Programa Inglês, Philippa Hitchen.

O Papa já havia levantado as suas preocupações com a Primeira Ministra de Myanmar, Aung San Suu Kyi, quando de sua visita ao Vaticano em maio do corrente. Os bispos do país continuam a pressionar o governo para fazer respeitar os direitos deste povo perseguido.

Em sua recente visita ao Irã, de 5 a 9 de setembro, Dom Gallagher havia discutido sobre este tema com lideranças iranianas. O Arcebispo também teve colóquios muito francos e abertos sobre as dificuldades que os cristãos encontram no país, assim como no Iraque e na Síria, martirizada pela guerra.

Na entrevista, Dom Gallagher também tratou do tema do recente aumento das tensões na península coreana, insistindo sobre o  fato de que a crise deve ser considerada em um contexto mais amplo de “perigo sem precedentes”, devido à mais grave insegurança global desde o final da II Guerra Mundial.

Pressões sobre a Coreia do Norte

A Santa Sé “está muito preocupada” com as crescentes tensões na península coreana. Recordando que não existe uma resolução formal da Guerra da Coreia, o prelado afirma que a Santa Sé “permanece comprometida com a promoção de um mundo livre do nuclear”, baseada “em uma ética da fraternidade antes que na ética da agressão”.

Recordando as suas viagens a Pyongyang há 20 anos, Dom Gallagher revelou que “os nossos canais de comunicação com a Coreia do Norte são realmente muito limitados” e diz que o Vaticano solicitou à comunidade internacional para “continuar a fazer pressão sobre a Coreia do Norte”.

Perigo da insegurança global

Falando depois da sua próxima visita às Nações Unidas, o “Ministro do Exterior” vaticano sublinhou a necessidade de uma abordagem unívoca em relação à Coreia do Norte, como em outras áreas em conflito. Disse ainda que “é muito importante que a comunidade internacional considere a crise da península coreana como parte de uma situação mais geral de grande insegurança”, acrescentando também que “devemos urgentemente tomar consciência dos grandes perigos que o mundo tem diante de si, perigos que não têm precedentes desde o fim da II Guerra Mundial”.

O papel do Irã na Síria e no Iraque

Compartilhando particulares de seu encontro com as lideranças governamentais iranianas em Teerã, Dom Gallagher afirma ter recordado a elas os esforços em andamento em Genebra para por fim ao conflito sírio.

À pergunta sobre o futuro das comunidades cristãs na Síria e no Iraque, o Arcebispo disse que muitos dos que fugiram da guerra não retornarão aos seu países.

Aqueles, pelo contrário, que se encontram nos campos de refugiados no Líbano e na Jordânia, estão dispostos a voltar caso forem garantidas a paz e incentivos, como por exemplo, a iniciativa voltada à reconstrução dos povoados na Planície de Nínive.

Presença cristã no Oriente Médio

O Secretário para as Relações com os Estados sublinhou que os cristãos desempenham “um papel fundamental no Oriente Médio: são um pouco como que o cimento que mantém unida a sociedade”.

No meio destes conflitos étnicos ou religiosos, “os cristãos – que sempre viveram ali – devem continuar a fazer parte daquela sociedade, a serem cidadãos como qualquer outro e a dar a sua contribuição para a reconstrução destes países”.

As dificuldades para os católicos no Irã

Falando sobre as dificuldades que os cristãos enfrentam no Irã, Dom Gallagher garantiu ter falado sobre isto abertamente com o Ministro dos Assuntos Externos e com o Ministro da Cultura e da direção islâmica.

Com eles, falou da diferente compreensão do conceito de liberdade religiosa, afirmando que as autoridades iranianas tiveram expressões muito visionárias “sobre o papel e sobre a ação dos cristãos”, mas ao mesmo tempo “está claro que as regras do jogo são muito empenhativas para as nossas comunidades cristãs”.

Dom Gallaguer espera que a sua visita atraia a atenção para a situação crítica destas comunidades cristãs e leve a uma colaboração, no futuro, “para enfrentar alguns dos problemas práticos destas comunidades”.

Visita do Papa a Teerã?

À pergunta sobre a possibilidade de uma visita do Papa ao Irã, Dom Gallaguer respondeu: “Acredito que estamos muito distantes de um evento do gênero”.

Mesmo assim, ressaltou as relações positivas do governo iraniano com o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, reiterando, no entanto, que “as boas relações com a Santa Sé deveriam ser sustentadas pelas boas relações com as comunidades cristãs locais”.

A crise nos rohingya em Myanmar

O Secretário para as Relações com os Estados recordou ter tratado da crise dos rohingya com os líderes políticos e religiosos iranianos. Recordou que tanto o Papa Francisco como o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin apresentaram as suas preocupações à Aung San Suu Kyi, sublinhando que “a sua resposta esteve em linha com outras coisas que foram ditas nos dias precedentes”.

O Cardeal Bo e os bispos locais – continuou o Arcebispo – continuarão a exercer pressões sobre as autoridades “em uma situação realmente complexa e difícil”, enquanto a Santa Sé acompanhará de perto o desenrolar dos acontecimentos, em preparação à visita do Papa à Myanmar.

A chaga dos refugiados

Dom Paul Gallager sublinhou “a grande coragem” do Papa Francisco ao tomar posições em momentos em que poderia ter condicionado o progresso em relações bilaterais.

Mas – acrescentou – “o Papa recordou claramente que os sofrimentos das pessoas comuns estão em seu coração como os interesses dos grandes e dos poderosos”.

À pergunta se a atual crise possa colocar em discussão a visita do Papa a Myanmar e Bangladesh, respondeu: “Como todos sabemos, é preciso muito para desencorajar o Papa de um propósito seu..”

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Exemplo do Servo de Deus Van Thuân é um convite à santidade, diz Card. Turkson

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Roma (RV) – Uma Missa Solene de Ação de Graças pela publicação do Decreto que reconhece as Virtudes Heroicas do Cardeal François-Xavier Nguyên Van Thuân, foi celebrada na sexta-feira, 15 de setembro, na Igreja “Santa Maria della Scala”, em Roma. 

“Cair na terra e morrer não é somente o caminho para dar fruto, mas também para salvar a própria vida, ou seja, para continuar a viver! Esta entrega, assumida pelo Servo de Deus François-Xavier Nguyên Van Thuân, expressa com eficácia o percurso de sua vida”, está escrito no início do Decreto assinado pelo cardeal Angelo Amato.

O texto tornado público foi lido em italiano e vietnamita na celebração presidida pelo Cardeal Peter Turkson, Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

O Cardeal Turkson em sua homilia destacou passagens do texto sobre a vida do purpurado vietnamita, a sua escolha pelo sacerdócio, os modelos dos Santos assumidos na própria existência, como Santa Teresa de Lisieux - da qual seguiu “o caminho da infância espiritual” - São João Maria Vianney, que “lhe ensinou as virtudes da humildade, da paciência e o valor do esforço tenaz” e São Francisco Xavier, “o grande apóstolo da Ásia, de quem aprendeu a ficar indiferente diante do sucesso e do fracasso”.

De sobremaneira é destacado no Decreto o apostolado do Servo de Deus, que continuou sob o regime comunista, quando foi preso em 15 de agosto de 1975, Solenidade da Assunção, acusado de participação em um “complô entre o Vaticano e os imperialistas”.

O Cardeal Turkson repassa então os 13 anos de prisão e isolamento do purpurado vietnamita - período que procurou viver “preenchendo-o de amor” – antes de ser libertado em 21 de novembro de 1988.

O “testemunho de fé, esperança e caridade do Servo de Deus, dado dia após com humildade e discrição - recorda o Cardeal Turkson -  é um constante convite à santidade coletiva, que encontra a sua máxima expressão na fidelidade a Deus e na ajuda recíproca ao percorrer o caminho de santidade”.

O purpurado ganês destacou ainda a atitude de brandura, paciência e amor pelo próximo do Cardeal Van Thuan, o que fez com que “seus carcereiros se tornassem seus seguidores na escuta da Palavra de Deus”.

“O amor por Jesus crucificado e abandonado” foi o que marcou o período em que ele passou na prisão, o que serve de “modelo para toda a comunidade cristã”, finalizou o cardeal Turkson.

Em 22 de outubro de 2010 foi aberta solenemente a sua Causa de Beatificação e Canonização do cardeal Van Thûan no Palácio Apostólico Lateranense.

O encerramento da Investigação diocesana teve lugar em 5 de julho de 2013. A sua validade jurídica foi reconhecida pela Congregação das Causas dos Santos com o Decreto de 22 de novembro de 2013.

Preparada a Positio discutiu-se - segundo o procedimento normal - se o Servo de Deus exerceu as virtudes em grau heróico.

Em 13 de dezembro de 2016 teve lugar, com êxito positivo, o Congresso Peculiar dos Consultores Teológicos.

Os Padres Cardeais e os Bispos na Sessão Ordinária de 2 de maio de 2017, presidida pelo Cardeal Angelo Amato, reconheceram que o Servo de Deus exerceu em grau heróico as virtudes teologais e cardeais. (JE/GC)

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Encontro Mundial das Famílias na Irlanda será um grande sucesso, garante Card. Farrell

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Cidade do Vaticano (RV) – Na Irlanda são intensos os preparativos para a Jornada Mundial das Famílias, a ser realizada em Dublin, de 22 a 26 de agosto de 2018. Um evento que representará uma grande ocasião de encontro para as famílias e os leigos, como sublinha o Prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, Cardeal Kevin Joseph Farrell: 

“Penso que será um grande sucesso. Todos deveríamos participar do encontro na Irlanda. Espero que esteja também o Santo Padre. Quando perguntei ao Santo Padre se ele estaria presente no encontro respondeu: “Sim. Pedro estará lá. Se estiver vivo, estarei lá. Pedro será Francisco”. Portanto sim, o Santo Padre gostaria de participar do encontro das famílias. Esta é uma oportunidade única e maravilhosa para dar apoio à vida das famílias”.

RV: O significado deste evento de 2018 ser realizado na Europa...

“O Papa Francisco decidiu que o evento deveria se realizar na Irlanda. O nosso desejo é que isto dê um impulso à família na Irlanda. É uma oportunidade única para o país. Havia tantas outras opções, mas o Papa Francisco escolheu a Irlanda, esperando assim atrair as pessoas da Europa do Norte. Como sabemos, o último Encontro Mundial das Famílias teve lugar na Filadélfia, nos Estado Unidos. Antes foi sediado em Milão, depois na Cidade do México. Penso que seja uma grande oportunidade para as famílias irlandesas. Passaram-se 40 anos desde a última visita de um Papa a esta nação”. (JE/LO)

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Sínodo: Escuta dos jovens deve se tornar algo natural dentro da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) – Especialistas e jovens de várias partes do mundo estiveram reunidos de 11 a 15 de setembro no Auditório da Casa Geral dos Jesuítas, em Roma, para tratar da situação juvenil no mundo.

Este Seminário Internacional insere-se nas atividades promovidas pela Secretaria do Sínodo em preparação à XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos a ser realizada em outubro de 2018, dedicada aos jovens.

O Padre João Chagas, do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, fez uma avaliação para a Rádio Vaticano sobre este percurso preparatório ao Sínodo, destacando que a escuta do jovem deveria se tornar algo sempre mais natural dentro da Igreja e que Deus está preparando no Sínodo o início de uma pesca milagrosa: 

"Acho que foi um passo muito importante neste caminho para o Sínodo. Já tínhamos tido um momento forte em abril deste ano, quando juntos - Dicastério para os Leigos, Família e Vida e a Secretaria para o Sínodo -  tínhamos feito um encontro com jovens e responsáveis de Pastoral juvenil. Este foi um outro passo importante, de outros que virão, e acho que entramos neste oceano que é a condição dos jovens vendo toda a diversidade que ela representa, mas ao mesmo tempo sem medo de lançar as nossas redes, porque com certeza, Deus está preparando aí no Sínodo o início de uma pesca milagrosa".

RV: Estes diversos temas que foram abordados que incluíram também essa riqueza cultural com pessoas de diversas partes do mundo falando, que fotografia se poderia fazer justamente sobre as necessidades e dos desafios dos jovens hoje?

"Os jovens pediram muito - por exemplo você dizia no começo que eu sou o responsável pelos jovens...No fundo, no fundo, eu acho que o que a gente mais tem que promover é esta corresponsabilidade dos jovens. Ou seja, eu tenho uma responsabilidade por um setor, por um...mas no fundo, no fundo, este setor tem que promover a responsabilidade dos jovens, que eles sejam protagonistas, eles pediram isto. E ficaram felizes porque a Igreja está fazendo um grande esforço para escutar essa voz. É um grande esforço que está sendo feito. Mas isto precisa nos levar para que esta escuta dos jovens se torne uma coisa cada vez mais natural. Eles querem falar, eles querem fazer barulho como o Santo Padre pediu, mas isto deve se tornar uma coisa normal na vida da Igreja. Como o Papa falava também ...estão fazendo barulho... mas o Papa falava que o São Bento procurava para a resolução dos problemas mais importantes do mosteiro escutar o monge mais jovem porque dele vinham as melhores soluções. E quem sabe muitas das coisas que a Igreja hoje se pergunta, escutando mais os jovens não vão vir soluções novas, criativas e inovadoras".

RV: O Cardeal Baldisseri nos dizia na quarta-feira que o objetivo é que realmente os jovens sejam os protagonistas deste Sínodo. Como fazer neste tempo - o Sínodo vai ser em outubro de 2018 -  como motivar os jovens para que realmente eles sejam os protagonistas deste encontro?

"Bem, o Papa João Paulo II quando dizia que quando a gente convive com os jovens a gente vai permanecendo jovem e se rejuvenescendo. Eu acho que está sendo uma oportunidade para nós todos. Eu vejo que o próprio Cardeal Baldisseri - ouvimos aqui um piano, eu acho até que é ele tocando aqui no fundo - o Monsenhor Fabbene e a equipe toda deles está também, de uma certa maneira, rejuvenescendo a própria Secretaria do Sínodo, porque eu vejo que eles estão procurando sempre novas maneiras, maneiras criativas, de envolver os jovens. Eu acho que ainda virão surpresas pela frente, novas maneiras de envolver os jovens neste processo e com certeza, como o próprio Cardeal Baldisseri disse, encontrarão formas de que haja a presença dos jovens significativa durante a própria Assembleia Sinodal". (JE)

 

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A Semana de Francisco - 32

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Cidade do Vaticano (RV) - A semana do Papa Francisco foi de retomada de compromissos, inclusive, das missas matutinas na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, tanto na quinta quanto na sexta-feira. Na tradicional Audiência Geral de quarta, o Pontífice lembrou da sua recente viagem à Colômbia e de quanto o país valoriza o futuro da nação: as crianças.

Em se tratando da série de encontros no Vaticano: na quinta-feira o Papa encontrou os novos bispos ordenados no último ano (entre eles, 20 brasileiros) para, na sexta, receber representantes da Associação Italiana do Espetáculo Itinerante. Confira as atividades de Francisco no vídeo:

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Igreja no Brasil



Assassinatos de defensores de direitos humanos no Brasil motiva denúncia à ONU

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Brasília (RV) - Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) que demonstram uma tendência de aumento de assassinatos de lideranças e defensores de direitos humanos, como os de  2016, que registrou o maior número nos últimos 32 anos, com a morte de 66 pessoas motivaram o envio à Organizações das Nações Unidas (ONU) e à Organização dos Estados Americanos (OEA) de um informe/denúncia pelo Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDDH).

No documento, que detalha a violência sofrida por essas pessoas, o comitê pede que os organismos internacionais solicitem informações ao Estado brasileiro sobre a proteção dos defensores de direitos humanos no país. Até agosto de 2017, foram registradas 59 mortes de defensores de direitos humanos no Brasil.

O pedido de auxílio foi anunciado, dia 13 durante o encontro Fronteiras de Luta – Seminário Nacional sobre Proteção a Defensoras e Defensores de Direitos Humanos, realizado pelo CBDDDH, em Brasília.

O membro da coordenação nacional da CPT, padre Paulo Cesar, um dos coordenadores do seminário, vê com muita preocupação o cenário atual e atribui o aumento da violência como fruto da omissão do Estado brasileiro com redução de orçamento e desmonte das políticas públicas que poderiam amenizar os conflitos. “O Estado brasileiro não tem dados respostas e tem se tornado um promotor de injustiças”, disse.

Padre Paulo Cesar cita por exemplo a redução de orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).  Um exemplo, é o da titulação de terras Quilombolas.

Para 2017, o órgão dispõe de apenas R$ 4 milhões para encaminhar mais de 1.600 processos de titulação. Em 2010, eram 64 milhões. Este é o menor orçamento para a titulação de terras quilombolas desde 2003

No caso da OEA, a provocação baseou-se na Convenção Interamericana de Direitos Humanos, que estabelece que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos pode formular recomendações aos governos dos Estados-membros, a fim de estimular a adoção de medidas protetivas de direitos. Já a ONU acompanha periodicamente a situação dos direitos humanos nos países membros.

Neste ano, 78% dos assassinatos ocorreram na Amazônia. O informe do CBDDDH destaca casos considerados emblemáticos: as chacinas de Pau D’Arco, no Pará, em maio, quando morreram dez trabalhadores rurais, e de Colniza, em Mato Grosso, onde nove posseiros e agricultores foram executados, em abril; o ataque contra indígenas da etnia Gamela, também em abril, no Maranhão, que resultou em 22 feridos; e a situação do estado de Rondônia, que, embora não tenha registrado ataques desse tipo neste ano, foi o que acumulou maior número de defensores mortos em 2015 e 2016.

No documento remetido à ONU, o comitê solicita a realização de visita oficial da Relatoria Especial sobre a situação dos defensores dos direitos humanos ao Brasil, especialmente ao Pará, dada a expectativa de continuidade das investigações da chacina de Pau D’arco e as tensões que permanecem no local.

Acusados de envolvimento na chacina, 13 policiais tiveram prisão temporária decretada, mas foram soltos recentemente. Agora, na região, há acampamentos, agricultores e advogados em situação de ameaça, em um cenário de muitos conflitos e tensões, de acordo com relato da representante da CPT no Pará, Andreia Silverio.

Ela manifestou preocupação com os sobreviventes da chacina, hoje incluídos no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (Provita), e destacou que as organizações que acompanham o caso “cobram que sejam identificados os mandantes dos massacres, para além dos policiais que efetivaram a execução e que chegaram a ser presos”.

O seminário Fronteiras de Luta, que está em sua terceira edição, seguirá até a próxima sexta-feira (15). As dezenas de participantes se concentrarão no desenvolvimento de estratégias conjuntas de ação para garantir a proteção dos defensores e a garantia dos direitos humanos no país. (CNBB)

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Igreja na América Latina



Bispos colombianos avaliam visita do Papa: fica a proximidade, a bondade, o testemunho de fé e as mensagens

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Bogotá (RV) – “Permanecem no coração de todos os colombianos a proximidade, a bondade, o testemunho de fé e as mensagens do sucessor de Pedro”.

É o que escreve a Conferência Episcopal Colombiana em um comunicado lido durante uma coletiva de imprensa em Bogotá ao fazer uma avaliação da histórica visita do Papa Francisco ao país de 6 a 11 de setembro.

Tomaram parte no encontro com os jornalistas o Cardeal Rubén Salazar Gómez, Arcebispo de Bogotá e Presidente do CELAM, Dom Oscar Urbina Ortega, Presidente da Conferência Episcopal Colombiana e Arcebispo de Villavicencio; Dom Elkin Fernando Álvares Botero, Secretário Geral da CEC e Bispo auxiliar de Medellín, Dom Fabio Suescún Mutis, Bispo castrense e responsável pelo Comitê preparatório da visita do Santo Padre e Dom Ettore Balestro, Núncio Apostólico na Colômbia.

No comunicado, lido no início da coletiva por Dom Álvarez, os bispos agradecem entre outros ao Santo Padre, ao povo colombiano “que acolheu o Santo Padre com afeto e alegria sem iguais”, ao Presidente Santos e todas as autoridades, à mídia.

“O Santo Padre – diz o comunicado – nos indicou, com o seu ensinamento e com o seu testemunho, o caminho que devemos enfrentar unidos para cortar pela raiz qualquer forma de violência e para colher frutos de justiça, verdade, perdão, reconciliação e paz. Façamos do Magistério pontifício na Colômbia uma fonte inesgotável de reflexão e de iniciativas pastorais, e abramos o passo para um novo dinamismo evangelizador”.

Durante a coletiva, Dom Suescún sublinhou a sintonia entre o Papa e o povo colombiano, “que recebeu o Santo Padre com o coração”.

Dom Balestrero colocou em evidência o declarado apreço de Francisco pelo povo colombiano e acrescentou: “Viu-se quanto a fé é radicada nos colombianos, pensemos que somente 20% do país viu diretamente o Papa. Mas cada um de nós sentiu-se consolado e apoiado pelo Papa Francisco”.

Agora, porém, “temos uma grande responsabilidade de irmos ao encontro uns dos outros”.

Neste sentido Dom Urbina acrescenta: “Fica para nós uma missão profunda, a reconciliação do país, depois do primeiro passo dado com o Papa, são necessários outros passos, devemos aprender a caminhar juntos. A reconciliação é um trabalho sério, a ser feito com as vítimas, com os pobres, para a reconstrução de uma nova ordem social que implique a dignidade de cada pessoa”.

O Presidente da Conferência Episcopal colocou em evidência a positiva diversidade entre as várias regiões surgidas durante a visita do Papa e explicitamente fez votos de “uma reforma agrária, elemento fundamental para a nação e para o seu desenvolvimento integral”.

Por fim, o Cardeal Salazar sublinhou a riqueza para a Igreja dos discursos aos bispos colombianos e ao CELAM, a partir da exigência que a Igreja viva por primeiro o Evangelho não somente em palavras, mas nos fatos”.

(JE/SIR)

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Encontro das Comissões Episcopais de Migrações na América do Sul

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Assunción (RV) – Representantes das Conferências Episcopais de dez países da América do Sul – Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Perú, Uruguai e Venezuela – com a presença do CELAM e da Seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, realizaram uma reunião em Santiago do Chile nos dias 12 e 13 de setembro, coordenada pela Conferência Episcopal da argentina.

Migrantes e refugiados: a realidade sul-americana

O encontro analisou a atual realidade sul-americana no que tange às migraçãos e refugiados, assim como buscou identificar os desafios e as ações da Igreja Católica em relação à mobilidade urbana na região, que está inserida em um contexto global cada vez mais complexo.

Ação integrada

Durante o encontro foram apresentadas situações pontuais de cada país envolvendo a migração, o tráfico de pessoas, além da legislação em relação à migrações e pedidos de asilo.

As análises permitiram ter uma visão ampla da América do Sul, onde países de trânsito, origem, destino e retorno – incluídos aqueles que possuem uma ou mais destas características – se transformam em peças de um todo, motivo pelo qual  a busca de soluções e a intervenção da Igreja deve ser coordenada e sinérgica.

A contribuição da Igreja para os Pactos de Migração e Refugiados

Os dois dias também foram ocasião para aprofundar outros temas, como os esforços que a Igreja vem realizando em relação aos Pactos Mundiais de Migração e Refugiados de 2018.

O Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, responsável pela apresentação do tema, indicou os 20 pontos já aprovados pelo Papa Francisco, e que se deseja sejam incluído nos Pactos (um para migração e outro para refugiados).

O período de negociação que finaliza em 2018 envolve cerca de 193 países – e onde a sociedade civil desempenha um papel importante – e abre uma oportunidade para a Igreja, que quer ser protagonista de um marco histórico.

Crise migratória venezuelana

Por último, foi dedicado um tempo especial ao estudo da atual crise migratória venezuelana, assim como as futuras linhas de trabalho da Igreja sul-americana.

O encontro foi considerado muito positivo, abrindo um camino de intensos trabalhos para os próximos meses, cujo horizonte é fazer da acolhida, da proteção, da promoção e da integração – os quatro verbos com os quais o Papa Francisco pensa a mobilidade humana – as bases de uma consciência global que já não permite ambiguidades.

(JE com Conferência Episcopal Paraguaia)

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Igreja no Mundo



Pe Tom, mais fraco fisicamente, mas com uma força espiritual maravilhosa

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Roma (RV) – Trinta quilos mais magro, enfraquecido fisicamente, mas com uma força espiritual maravilhosa e uma lucidez mental forte. Assim apresentou-se na manhã deste sábado (16/09) para uma coletiva de imprensa no Centro “Salesianum” em Roma o Padre Tom Uzhunnali, sacerdote missionário indiano sequestrado em 4 de março de 2016 no Iêmen e libertado em 12 de setembro. 

Na coletiva de imprensa não foram fornecidos maiores detalhes sobre sua libertação, “porque – precisou o Reitor Mor dos salesianos, Padre Angel Artime – não temos conhecimento deles. É certo que a libertação ocorreu por intermédio de um agente humanitário, em comunicação e ligação com o Sultanato de Omã (...) Ninguém nos pediu um euro sequer e nem demos um euro sequer”.

Também foram decisivas as intermediações do governo indiano e o empenho pessoal do Papa Francisco, diz Padre Tom, que fez um longo relato de seu cativeiro, não sem antes de ter dirigido, visivelmente emocionado, uma saudação de fraterna e especial amizade a um grupo de Missionárias da Caridade presentes na sala.

Era justamente ao lado das Irmãs de Madre Teresa que o sacerdote salesiano atuava no Iêmen, prestando serviço de assistência espiritual em Aden, onde em um violento ataque terrorista foram trucidadas quatro das religiosas e outras doze pessoas da estrutura de acolhida onde trabalhavam

“Sempre rezei  por todos – conta Padre Tom – pelo Papa, as irmãs mortas, a família, aqueles que sabia que rezavam por mim, também pelos sequestradores. Nunca fui maltratado – observou – e os sequestradores providenciaram também os remédios que precisava para tratar o diabete. Graças às 230 compressas que tinha à disposição, conseguia contar os dias que passavam”.

Ele pode ter consigo espécies eucarísticas e celebrar a Missa, pois no momento do ataque, os sequestradores haviam retirado o tabernáculo da capela.

Nestes dezoito meses, o sacerdote recorda ter estado em três diferentes localidades, mas diz não ser capaz de reconhecê-las.

A Rádio Vaticano perguntou-lhe quais poderiam ter sido as razões de seu sequestro: “Não saberia dizer, para tentar obter dinheiro, talvez – respondeu. Existem muitos grupos que fazem coisas do gênero por dinheiro. Ou porque sou indiano. Não sei, realmente (...) Estavam vestidos de preto e com o rosto coberto, mas considero que me tenham pego porque era indiano, estrangeiro, ou porque quem sabe alguém poderia se interessar pela minha sorte”, mas acho que eram criminosos comuns.

 “Graças a Deus estou bem! Não me tiraram nem um fio de cabelo. Nos vídeos que divulgaram, eu fingia chorar e ser maltratado, seguindo as indicações que me davam”.

À pergunta se havia sido feito com ele proselitismo islâmico, Padre Tom respondeu “não, nunca!”.

O sacerdote concluiu o encontro com os jornalistas, expressando o desejo de encontrar a Madre Geral das Missionárias, agradecendo a Deus por sempre ter cuidado dele e reafirmando de querer continuar a estar a serviço do Senhor e ser dócil à sua vontade.

Após a Audiência Geral na última quarta-feira, o sacerdote encontrou-se com o Papa Francisco.

Padre Tom vem realizando exames médicos no Vaticano. Se tudo estiver bem, dentro de dez dias deverá retornar para sua Província Salesiana na Índia.

(JE com Agências)

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As conclusões do encontro de espiritualidade ortodoxa em Bose

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Bose (RV) – “Um coração que não tem mãos não é discípulo de Jesus”. Esta é uma das passagens do texto conclusivo da Convenção Ecumênica Internacional de Espiritualidade Ortodoxa, realizada no Mosteiro de Bose, Itália, de 6 a 9 de setembro. O já tradicional encontro anual foi dedicado este ano ao tema “dom da hospitalidade”.

O documento final, assinado pelo ex-Abade de Chevetogne, em nome do Comitê Científico da Convenção, convida, entre outros, a reconhecer nos hóspedes que chegam a visita de Deus e a oferecer “um teto em cada paróquia e comunidade para uma família exilada”.

Philoxenia, xeniteia – explica o documento - são dimensões a serem aprofundadas, concretizadas, como evidenciado pelo Cardeal prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Leonardo Sandri, em sua mensagem ao Prior de Bose Luciano Manicardi.

“Os nossos tempos, em particular na Europa - observa - nos pedem para traduzir estas reflexões em  oração e ação concreta diante dos irmãos pobres e sofredores que batem às portas de nosso continente, vindos de terras marcadas pelo ódio, pela violência, se não de uma verdadeira perseguição”.

Já o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, em suas palavras de despedida pronunciadas em grego diante dos participantes da convenção, agradeceu a Enzo Bianchi, fundador da Comunidade de Bose, sublinhando a importância das relações sempre mais estreitas entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa.

Com Bose – recordou – existem “ligações espirituais genuinamente fraternas”. Um local onde “horizontes abertos” guiam o estudo e o conhecimento dos Padres da Igreja indivisível, para difundir “esta sabedora” ao mundo contemporâneo.

(JE – L’Osservatore Romano)

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Formação



Reflexão dominical: "Perdoar setenta vezes sete"

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Cidade do Vaticano (RV) - «O tema da liturgia deste domingo continua sendo o ato de perdoar, agora refletido como necessidade para ser feliz. 

O Livro do Eclesiástico nos diz que: “O rancor e o ódio são coisas detestáveis; até o pecador procura dominá-las.” “Quem se vingar encontrará a vingança do Senhor, que pedirá severas contas de seus pecados.” Quando nos deixamos levar por esses sentimentos, não só não reparamos a injustiça que nos atingiu, mas o mal irá se agravar.

Sabemos que o homem verdeiramente religioso perdoa, e isso garante sua relação com Deus porque Deus é misericórdia e nos criou à sua imagem e semelhança. Fomos criados à imagem da misericórdia e do perdão.

“Se não tem compaixão por seu semelhante, como poderá pedir perdão pelos próprios pecados?”

O mais humano, o mais racional é perdoar as injustiças cometidas contra nós, para que Deus perdoe as nossas. O ódio, a vingança só acrescentam mágoas, dores e outros sentimentos negativos, enquanto o perdão leva à vida, à reconstrução, à liberdade. O perdão abre as portas ao diálogo, à possibilidade de aliança, “devolve ao outro o direito de ser feliz”.

No Evangelho de hoje Jesus nos diz em “perdar setenta vezes sete” o irmão, isto é, perdoar sempre.

Apesar de textos como o do Eclesiástico estarem presentes no mundo judeu da época, era para todos muito difícil perdoar algumas faltas e principalmente se eram cometidas várias vezes pela mesma pessoa.

Também nós, alguns milênios depois, temos as mesmas dificuldades. Pedro, nesse momento, representa toda a Humanidade que pergunta ao Senhor quantas vezes se deve perdoar.

Para o Mestre, o perdão deve ser total e contínuo. Deve ser uma atitude, uma postura de vida. Para isso ele nos ensina o Pai-Nosso que diz: “Perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos aos que nos têm ofendido”.

Jesus conta uma parábola: um rei pediu que um de seus empregados que lhe devia uma pequena fortuna lhe pagasse. Este, evidentemente, jamais teria esse dinheiro e suplicou por perdão. O rei, compassivo, perdoou.

Contudo o empregado perdoado, ao sair da presença do rei, encontrou um companheiro que lhe devia uma quantia pequena, cerca de três salários mínimos. Ele, simplesmente, agarrou o companheiro pelo pescoço e exigiu o pagamento. Também esse fez como ele. Ficou de joelhos e pediu um tempo para pagar. Mas ele não agiu como o rei que lhe perdoara a dívida, ao contrário, mandou prender o colega. Quando o rei soube do ocorrido, ficou indignado e mandou prender o empregado, a quem chamou de servo mau e cruel.

O rei da parábola possuía misericórdia, enquanto seu empregado, não. Deus é esse rei que nos perdoa todas as nossas imensas dívidas. Por isso devemos agir como Ele e perdoar aos que nos devem. “Filho de peixe, peixinho é!” Deus nos fêz à Sua imagem e semelhança!

O perdão é conatural ao ser humano, contudo, o não perdoar é antinatural, é desumano! Desfigura o homem e a sociedade. Favorece o progresso da violência instaurando a cultura da morte. Isso trás o inferno para o nosso dia a dia.

Ao contrário, se somos humanos e perdoamos, estamos trabalhando pela paz, pela nova sociedade, instaurando a Civilização do Amor»!

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos sobre o XXIV Domingo do Tempo Comum – A)

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Atualidades



Editorial: Francisco, tocar o coração

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco iniciou a semana concluindo a sua 20ª Viagem Apostólica internacional que o levou à Colômbia. Foi um abraço ideal a toda a América Latina. Passados alguns dias dessa importante visita ao nosso continente, gostaríamos de falar, não do que vivemos e narramos aos nossos ouvintes, leitores e telespectadores, mas do que deixou Francisco com a sua passagem a um povo sofrido, “mas alegre e cheio de esperança”. 

“O que chamou a minha atenção – disse Francisco na última quarta-feira, durante a Audiência Geral, falando sobre a viagem à Colômbia -, foi a multidão e os pais que erguiam os seus filhos para que o Papa os abençoasse. Eles o faziam como para mostrar que este é o seu orgulho, a sua esperança. Um povo que faz isso é um povo que tem futuro”, afirmou Francisco.

Sim, um povo nobre que não tem medo de expressar-se e de mostrar aquilo que sente. Quatro dias completos são suficientes para falar com afeto sincero de um povo que lhe quis demonstrar que o ama realmente, quatro cidades e “sempre a mesma alegria pelas ruas, nas missas, em todos os lugares”, disse Francisco aos jornalistas no voo papal.

Francisco foi à Colômbia para dar “o primeiro passo” com os colombianos.

Ouvindo alguns protagonistas desta viagem, como o Núncio Apostólico na Colômbia, Dom Ettore Balestrero, podemos dizer que uma primeira impressão foi o rosto dos colombianos que esperaram Francisco, que choraram, que o abraçaram, que se agarraram a ele: quase significando que o Papa foi até eles não somente para mostrar que todos devem dar o “primeiro passo”, mas que o primeiro passo se pode dar e que a Colômbia é capaz disso.

Portanto, a viagem de Francisco a esse país que tanto sofreu, - foram mais de 50 anos de conflito interno -, deu esperança, esperança por um futuro diferente, e certamente melhor. O momento é esse e tudo é possível.

É o momento de construir um país diferente, virando página, construí-lo com amor, respeito, com a capacidade de seus habitantes, que é tanta. Construir um país baseado no respeito dos direitos de cada um e da dignidade de cada pessoa. E essa vontade de construir um momento novo, de olhar para frente é perceptível.

Francisco cruzou o Oceano Atlântico para catalisar esse desejo dos colombianos e ajudar a indicar a direção a seguir. Ele mesmo explicou como fazer reconciliação, ou seja: respeitando o outro, reconhecendo as vítimas, reconhecendo a verdade e o valor da justiça, e que a verdade e a justiça são dois fatores que juntos são indispensáveis para construir um país novo.

Francisco abraçou todo um povo que deseja mudar e curar-se profundamente. E como disse ele mesmo, é preciso olhar as feridas dos outros com misericórdia, conscientes que cada um tem as suas e que todos juntos podem melhorá-las, curá-las.

O primeiro passo foi dado, os sucessivos dependerão dos colombianos. Agora é o momento da tomada de consciência da qual falou o Papa e colocar em prática, começando pela família.

Francisco deixou tantas mensagens, mas a mensagem, em primeiro lugar, foi aquilo que ele é e depois os gestos que realizou. A Colômbia é um país com tantas dificuldades, mas o Papa conseguiu, em meio a obstáculos enormes, falar a um país inteiro, tocando o coração de cada um. (Silvonei José)

 

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Crônica: meditando a Bíblia a partir do deserto

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Dubai (RV*) - As Sagradas Escrituras informam que o povo da Antiga Aliança construiu sua história em continuas andanças. Abraão, a convite de Deus, saiu de sua terra, Ur da Caldeia e foi plantar sua tenda na faixa de terra entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, para formar um grande povo. Devido a uma seca abrasadora, seus descendentes migraram para o Egito onde foram escravizados. Moisés os libertou e os conduziu pelo deserto, durante 40 anos, até a terra prometida, Canãa de onde tinham saído.  

Qualquer caminhante do deserto, depois de algum tempo, anseia avistar as tamareiras, elevando-se acima da superfície de cor amarelada. É a garantia de que lá haverá água e sombra. Com mais um pouco de esforço estará em um oásis, onde encontrará sombra para descansar, água para saciar a sede e alimento para sustentá-lo na caminhada.

Diante da beleza de um oásis, compreendemos melhor a comparação do salmista que afirma: “O justo florescerá como a palmeira”. (Salmo 92,13). Aqui está presente a importância dessa árvore para a cultura do povo hebreu.

Que motivações terão levado o salmista a colocar a tamareira como símbolo do ser humano?

Menciono algumas. As tâmaras se desenvolvem em cachos com centenas de frutas alimentando-se da mesma seiva, indicando que o justo é uma pessoa de comunhão e partilha. A tâmara não só alimenta o viajante faminto, mas também o alegra com seu sabor. O justo é aquele que, com suas atitudes e palavras sábias, alimenta e alegra pessoas famintas de amor e misericórdia, nos desertos da existência humana. Como as caravanas no deserto encontram refrigério sob a copa das tamareiras, as pessoas encontram no justo acolhida renovadora.

Pela sua imponência as tamareiras são vistas de longe, servindo de bússola para que as caravanas não percam a direção. São os marcos geográficos que ajudam os viajantes a se localizarem. Assim é o justo, referência para quem precisa de orientação.

Em função de sua altura e a força de milhares de raízes, a tamareira é símbolo de resistência e vitalidade. Não se abate com as tempestades de areia, ventos e calor. Continua a produzir tâmaras. Por isso o salmista afirma que “o justo florescerá como a tamareira”.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano.

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