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Sumario del 23/09/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Gendarmaria Vaticana completa 201 anos de serviço ao Santo Padre e à Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã deste domingo (24/9), antes da oração do Angelus, o Santo Padre vai presidir a uma Santa Missa, diante da Gruta de Lourdes, nos Jardins Vaticanos, pela festa do Corpo da Gendarmaria, que completa 201 anos de serviço ao Santo Padre e à Igreja. 

A respeito dos 201 anos de história destes militares, o Comandante do Corpo da Gendarmaria dos Estado e Cidade do Vaticano, Domenico Giani, disse textualmente:

“Para mim, a história da Gendarmaria parte de longe. Toda a sua história resume-se na palavra serviço e doação ao Papa e à Santa Igreja. Nosso primeiro passo e cumprir, com serenidade e dedicação, o nosso dever, sem deixar-nos condicionar por fatores exteriores. Somos um Corpo de polícia encarregado pela segurança e as relações com as outras forças militares, italianas e estrangeiras. Para nós serviço significa também ser testemunhas da sequela do Senhor... O respeito da dignidade humana, no âmbito do respeito das regras, é outro elemento que nos caracteriza. Gendarmaria quer dizer estar próximos às pessoas, do melhor modo possível e humano”. (MT)

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Papa encoraja os participantes do "Invictus Games" no Canadá

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre enviou, na manhã deste sábado (23/9), uma Mensagem, através do Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, aos participantes da terceira edição de Jogos Internacionais paraolímpicos, “Invictus Games”, que se realiza em Toronto, Canadá, de 23 a 30 deste mês. 

Os Jogos, dedicados a atletas militares com deficiências permanentes, contarão com a participação de 550 atletas provenientes de 17 países, que competem em 12 esportes diferentes.

Em sua mensagem, Francisco faz votos de que os “Invictus Games” possam representar um sinal concreto de unidade entre os povos e de dignidade da vida humana; o Papa encoraja os atletas participantes a “oferecerem ao mundo um ulterior testemunho daquele indomável espírito humano, que, com a graça de Deus, tem condições de enfrentar qualquer desafio com determinação e coragem”.

O Papa oferece também suas orações para que estes Jogos paraolímpicos possam “promover um encontro proveitoso entre as nações, culturas e religiões”.

Por fim, o Santo Padre recorda “com profunda gratidão, os grandes sacrifícios enfrentados pelos atletas militares para a promoção da paz, em nome dos seus respectivos países e de toda a família humana”. (MT)

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Papa aos Capitulares Cistercienses: "Vocês são como cenobitas em deserto especial"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco concluiu sua série de audiências, na manhã deste sábado (23/9), no Vaticano, recebendo, na Sala Clementina, cerca de 230 participantes no Capítulo Geral da Ordem dos Cistercienses de Estreita Observância. 

No discurso que pronunciou aos presentes, o Santo Padre falou do valor das comunidades monacais:

“Vou, com o coração e com a mente, até seus mosteiros, dos quais se elevam as incessantes orações pela Igreja e pelo mundo inteiro. Agradeço ao Senhor pela presença insubstituível das Comunidades monacais, que representam uma riqueza espiritual e uma constante admoestação a buscar ‘as coisas lá do alto’ para viver a realidade terrena na justa medida”.

Referindo-se aos trabalhos capitulares dos Cistercienses, o Papa destacou a reflexão e o intercâmbio de experiências para individuar os objetivos e percursos para viver, sempre com maior autenticidade, a sua vocação e consagração, sendo testemunhas de oração assídua, de sobriedade e de unidade na caridade”. E o Papa os exortou:

“A sua vida contemplativa é caracterizada pela oração assídua, expressão do seu amor a Deus e reflexo de um amor que abrange toda a humanidade. Por isso, exorto-os a dar grande importância à meditação da palavra de Deus, especialmente a ‘lectio divina’, que é fonte de oração e escola de contemplação. Ser contemplativos requer um caminho fiel e perseverante, para tornar-se homens e mulheres de oração”.

Não se trata de ser ‘profissionais”, frisou o Papa, mas apaixonados pela oração, levando em conta a fidelidade exterior às práticas e às normas para uma relação mais pessoal com Deus. Assim, vocês se tornam mestres e testemunhas do louvor e da intercessão pela salvação do mundo. Seus mosteiros continuam sendo espaços privilegiados, onde se pode encontrar paz verdadeira e felicidade genuína. E Francisco acrescentou:

“Desde as suas origens, os Cistercienses de estreita observância se caracterizam por uma grande sobriedade de vida, uma válida ajuda para se concentrar no essencial. A sua simplicidade espiritual e existencial mantém todo o seu valor no contexto cultural, que favorece sua vida monacal interna e externa. Vocês são como cenobitas em um deserto especial, onde Deus se manifesta na solidão e na solidariedade”.

Neste sentido, o Santo Padre disse aos Cistercienses que eles “são solitários e separados do mundo para encontrar a intimidade divina”, mas também chamados a compartilhar a experiência espiritual com os irmãos e irmãs, com a contemplação, a liturgia da Igreja e a acolhida dos que buscam silêncio para viver em paz com Deus. E Francisco os incentivou:

“Encorajo-os a serem testemunhas qualificadas da busca de Deus, escola de oração e de caridade para todos. 

O Papa concluiu seu discurso recordando que “o Capítulo Geral é um a ocasião propícia, para todos os ramos da Ordem Cisterciense, para renovar, em clima de diálogo e de escuta recíproca, a comunhão de intenções sempre à busca da Vontade de Deus. (MT)

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A Semana de Francisco - 32

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Cidade do Vaticano (RV) - A Semana do Papa Francisco foi intensa de compromissos, entre a série de audiências no Vaticano, os encontros tradicionais com os fiéis na Praça São Pedro, além das missas matutinas na capela da Casa Santa Marta.

Muitos os temas argumentados pelo Pontífice durante os encontros: do aprofundamento das liturgias do dia ao apelo ao povo mexicano que, nesta semana sofreu o seu segundo forte e violento terremoto em menos de 10 dias. Francisco também se manifestou sobre o abuso contra menores, os desafios atuais da migração e a corrupção. Na expectativa de mais uma viagem apostólica, o Papa recebeu o presidente do Peru no Vaticano: a visita do Pontífice ao país está marcada para janeiro de 2018. 

Veja o resumo da Semana de Francisco em imagens:

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Una-se ao Papa Francisco na campanha "Partilhar a Viagem"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco irá lançar na próxima quarta-feira (27/09) a campanha “Partilhar a viagem”, em prol dos migrantes e refugiados em todo o mundo. O lançamento será feito durante a Audiência Geral, na Praça S. Pedro.

A iniciativa é da Caritas Internacional e o objetivo, segundo o Presidente da instituição, Cardeal Luis Antônio Tagle, é contribuir para que a sociedade compreenda as razões que levam tantas pessoas a deixar a própria casa e o país de origem neste momento da história.

A finalidade da campanha, acrescenta o Cardeal filipino, é promover a cultura do encontro nas comunidades em que os imigrantes e refugiados circulam, para as quais viajam ou decidem criar raízes. Ainda sobre as motivações da campanha, o Cardeal Tagle destaca: “Também queremos inspirar as comunidades a estabelecer relações com os refugiados e imigrantes. A imigração é uma história muito antiga, mas nossa campanha tem o objetivo de ajudar as comunidades a enxergá-la com novos olhos e com um coração aberto”. 

Para o Presidente da Caritas, “devemos lembrar também que é a Cristo que acolhemos com afeto quando abrimos nossos corações aos imigrantes e refugiados. Os imigrantes e refugiados no mundo hoje nos chamam a uma viagem. Em nome da Caritas Internacional, convido a todos para que se unam à campanha ‘Partilhar a viagem’ para que por meio da cultura do encontro, sigamos o caminho da paz.

“Convidamos todas as Cáritas paroquiais, diocesanas e nacionais, a acompanhar o Papa Francisco no lançamento de nossa campanha global em seus respectivos países nesse mesmo dia.”

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Santa Sé: direitos dos Sírios devem ser protegidos

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Nova York (RV) - “Os direitos de todos os sírios devem ser protegidos. O papel da lei, incluso o respeito pela liberdade religiosa e a igualdade de todos perante a lei baseada no princípio da cidadania prescindindo da raça, etnia ou religião, é fundamental para realizar e manter uma pacífica e frutuosa coexistência entre indivíduos e comunidades, na Síria e para além dela.” Foram palavras do secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, ao definir as linhas-mestras para uma solução da longa crise no país do Oriente Médio.

Em pronunciamento esta quinta-feira (21/09) no encontro de alto nível organizado pela União Europeia à margem da Assembleia Geral da Onu, o arcebispo ressaltou que para o alcance de uma paz duradoura na Síria e de uma coexistência harmoniosa entre todas as comunidades étnicas e religiosas é fundamental “uma crível, reciprocamente concordada, solução política interna para o conflito, com o apoio construtivo”.

O Arcebispo Gallagher evidenciou o empenho da Santa Sé por uma solução da grave emergência humanitária causada pelo conflito. “Desde o início da crise a Santa Sé sempre esteve profundamente preocupada com os terríveis sofrimentos humanos de milhões de crianças inocentes e de outros civis privados dos bens e dos serviços essenciais”, afirmou.

Daí, o pedido a um acesso imediato às áreas de conflito para os agentes humanitários. “A Santa Sé insiste a fim de que o direito humanitário internacional seja plenamente respeitado, em particular no tocante à proteção dos civis e das infraestruturas.”

Essa linha de ação recebeu o apoio também do alto representante europeu para a política externa, Federica Mogherini. “A União Europeia está pronta para acolher a segunda conferência internacional sobre o futuro da Síria em 2018”, anunciou Mogherini na quinta-feira durante o encontro na Onu. (RL/L’Osservatore Romano)

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Papa visita crianças com patologias neurológicas

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco deixou o Vaticano, na tarde desta sexta-feira (22/09), para fazer uma visita surpresa à Fundação Santa Luzia, centro especializado em neuroreabilitação de pacientes com dificuldades motora e cognitiva, situado na via Ardeatina, muito conhecido em Roma. Nessa instituição são tratadas doenças provenientes do AVC (Acidente Vascular Cerebral), lesões medulares, Parkinson e esclerose múltipla. 

O Santo Padre continua a experiência das “Sextas-feiras da Misericórdia” com gestos de proximidade e apoio aos carentes e menos afortunados, que caracterizaram o Jubileu da Misericórdia.

Por volta das 16h locais, o Papa entrou no centro e foi acolhido com alegria pelas pessoas que, naquele momento, estavam no estacionamento da estrutura.

Logo depois, o Santo Padre foi saudado pela presidente da fundação, Doutora Maria Adriana Amadio, e pelo diretor-geral, Doutor Edoardo Alesse, e alguns funcionários que se uniram ao pequeno grupo em visita ao centro.

Particularmente emocionante foi a visita do Papa à seção de reabilitação de crianças que sofrem de doenças neurológicas. Francisco se deteve e brincou com elas. Depois, conversou e encorajou alguns pais que estavam assistindo a sessão de reabilitação motora de seus filhos, muitas vezes cansativa e dolorosa. O Santo Padre viu com atenção os exercícios que ajudam as crianças a adquirir ou recuperar a estabilidade motora.

A seguir, o Papa visitou a repartição onde estão internados os pacientes de 15 a 25 anos tetraplégicos e paraplégicos, alguns deles após acidentes de carro, e a academia onde os idosos fazem atividades de reabilitação motora.

Francisco incentivou todos a fazerem os exercícios físicos, sublinhou a importância de esperar no futuro e confiar na pesquisa científica que ajuda a fazer grandes progressos nesse campo.

Depois da visita à capelinha do centro de neuroreabilitação, o Papa Francisco retornou à Casa Santa Marta, no Vaticano.

(MJ)

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Santa Sé assina Tratado sobre proibição de armas nucleares

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Nova York (RV) - O secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, assinou – também em nome e por conta do Estado da Cidade do Vaticano – o Tratado sobre a proibição das armas nucleares, adotado em 7 de julho de 2017 ao término da Conferência das Nações Unidas. 

Esse instrumento é “um marco”, entre outros, dos instrumentos jurídicos promovidos para conter a ameaça global apresentada pelas armas atômicas e chegar a sua eliminação total, disse o arcebispo esta quarta-feira (20/09) em Nova York.

Superar ameaça nuclear, superioridade militar, ideologia e unilateralismo que recordam lógica da guerra fria

Deve-se responder às crescentes tensões relacionadas ao programa nuclear da Coreia do Norte buscando relançar as negociações. Em particular, devem ser superadas a ameaça nuclear, a superioridade militar, a ideologia e o unilateralismo que recordam a lógica da guerra fria, ressaltou o representante vaticano por ocasião da Conferência para facilitar a entrada em vigor do Tratado.

Comunidade internacional chamada a adotar estratégias clarividentes

O arcebispo inglês recordou também o que o Papa Francisco indicara na mensagem de 23 de março passado centralizada no tema das armas nucleares: “a comunidade internacional está chamada a adotar estratégias clarividentes para promover o objetivo da paz e da estabilidade e evitar abordagens míopes dos problemas de segurança nacional e internacional” – escreveu o Santo Padre.

“Ética e direito baseados na ameaça da destruição recíproca — e potencialmente de toda a humanidade — são contraditórios com o próprio espírito das Nações Unidas”, recordou o Pontífice na referida mensagem.

Embora não nos iludindo sobre os desafios existentes para o alcance de um mundo livre das armas nucleares – observou Dom Gallagher –, os novos programas e a contínua proliferação de armas nucleares são muito mais desencorajadores.

Falsa sensação de segurança dada pelas armas nucleares

As armas nucleares oferecem uma falsa sensação de segurança. A paz prometida pela dissuasão nuclear mostrou-se e se mostra uma trágica ilusão. A paz e a estabilidade internacional não podem ser fundadas na destruição recíproca ou na ameaça de aniquilamento, afirmou.

É essencial substituir a logica do medo e da desconfiança por uma ética de responsabilidade contribuindo para criar um clima de confiança que valorize o diálogo multilateral. (RL/AL)

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Igreja no Mundo



Beatificação do Padre Stanley “mártir e defensor dos índios”

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Oklahoma City (RV) – O Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, preside neste sábado (23/9), em nome do Papa, em Oklahoma City, Estados Unidos, à Beatificação do Padre Stanley Francis Rother. Assim, após 36 anos do seu martírio, o “defensor dos índios” é elevado à glória dos altares para a veneração dos fiéis. 

Padre Stanley Rother, sacerdote “fidei donum”, nasceu em 1935, em Oklahoma, EUA. Trabalhou, durante 13 anos, como missionário entre os indígenas Cakchiquel na Guatemala. Ele nada mais queria que cuidar do seu rebanho, na paz e na harmonia; era pacífico e dedicava todo seu tempo para ajudar o povo a melhorar a agricultura e a sua saúde.

Na época, vários paroquianos, inocentes camponeses, foram assassinados pelo Exército guatemalteco. Por isso, Padre Stanley escreveu uma carta denunciando tais atrocidades. Sua carta circulou pelos Estados Unidos, em vários jornais e revistas. Provavelmente foi este o motivo que o levou a ser assassinado.

Certo dia, o Exército convocou uma reunião com o povo, no parque central. O tenente do Exército e comandante do destacamento de 300 soldados em Atitlan, convidou o Padre Stanley a se sentar entre os membros da Presidência da Assembleia Popular, mas ele não aceitou e ficou entre o povo.

O comandante, tomando o microfone, repetiu insistentemente que a presença do Exército, naquele lugar, tinha uma missão de paz e tranquilidade. Por sua vez, o Padre Stanley pediu a palavra e falou:

"Quero manifestar ao senhor tenente e a toda a opinião pública da Guatemala que viver em paz e buscar a harmonia social são as  virtudes de Santiago Atitlan. Há treze anos vivo neste paraíso de paz e fraternidade e nada jamais perturbou este rebanho pacífico... até à chegada do Exército. Em um mês, este povo perdeu 28 de seus filhos, humildes e trabalhadores; as famílias procuram igrejas para dormir; não querem sair de suas casas, por temor à repressão; além de circular ameaças de morte... Então, é difícil acreditar na paz que nos oferecem...".

Ameaçado de morte, o missionário deixou sua paróquia por três meses e voltou aos Estados Unidos. Depois, tomou a decisão de voltar. Seu desejo era estar com o povo, apesar das ameaças de morte. As pessoas se reanimaram com a sua presença e gestos heroicos.

Padre Stanley foi assassinado em 28 de julho de 1981, por causa do seu trabalho com a população indígena. Três homens altos e fortes entraram no quarto, onde o sacerdote dormia. Quiseram levá-lo, mas ele não se entregou. Então atiraram nele. Assim, ele regou com seu sangue a terra abençoada dos maias, camponeses simples e pobres.

Hoje, na capela-mor da igreja paroquial, encontram-se dois vasos de barro, num cofre de metal, com o sangue e coração deste santo mártir, defensor dos índios. (MT)

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Bispo mexicano: terremoto é ocasião de se voltar para Deus

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Cuernavaca (RV) - O Bispo de Cuernavaca, Dom Ramón Castro, capital do Estado de Morelos, o estado mexicano mais atingido pelo recente sismo que também causou graves estragos na Cidade do México, dirigiu uma mensagem aos fiéis em momentos em que se aguarda o número total de vítimas, se realizam os processos de resgate e se apresentam alternativas para a futura reconstrução: O sismo é uma valiosa oportunidade para voltar a Deus.

“Todos nossos irmãos que morreram não eram mais pecadores que nós”, disse o prelado em uma vídeo-mensagem.  “Esta é uma oportunidade que Deus nos oferece para retornar à casa do Pai, para retornar ao coração da misericórdia de Deus”.

Suas palavras chegam em um momento em que o povo se questiona pela proximidade dos terremotos recentes e o simultâneo padecimento em países vizinhos por causa da temporada de furacões. Dom Castro recordou que “necessitamos estar unidos, necessitamos viver valores que não se derrubem”. “Se derrubaram e colapsaram muitos edifícios, muitas casas, muitas igrejas, meus irmãos e irmãs, não se derrubou a nossa Fé, não se derrubou a nossa esperança. Elas vão além”, exortou.

“São precisamente estes valores os que nestes momentos nos podem levar adiante. E recorro precisamente a eles: a Fé, a Esperança, a Fraternidade e a Solidariedade que não colapsam jamais”.

Entre os fatos destacados em meio da tragédia, se fez notória a participação popular nos esforços de resgate e na arrecadação de bens para auxiliar os atingidos. A solidariedade dos mexicanos tem sido uma das notas de esperança que continuam inspirando ao mundo. O prelado afirmou no final de sua mensagem que é o momento de “arregaçar as mangas e trabalhar”. (SP)

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Terra Santa: vandalizada a igreja de Santo Estevão em Jerusalém

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Jerusalém (RV) – No último dia 20 de setembro, vândalos entraram sem serem vistos e profanaram a igreja de Santo Estêvão, perto da casa salesiana de Beit  Gemal, na área oeste de Jerusalém. Os autores destruíram uma estátua de Nossa Senhora e vitrais que reproduziam momentos importantes da vida de Jesus. É o que informa o Patriarcado latino de Jerusalém e também um artigo publicado no jornal vaticano L’Osservatore Romano. 

Dom Jacinto Boulos Marcuzzo, Vigário patriarcal para Jerusalém e a Palestina, visitando a igreja, declarou que “não se trata só de um ato de vandalismo, mas também de uma ação contra o caráter sagrado dos lugares santos e da fé do povo. A Terra Santa é um lugar que se beneficia de uma fé profunda e de uma riqueza cultural. Devemos viver juntos na diversidade da fé. É indispensável aceitar os outros e aceitar-se reciprocamente na nossa diversidade”.

Para o Vigário patriarcal o fato “se insere na série de episódios já verificados nos últimos tempos. Pode ser obra de extremistas hebraicos, mas não há provas conclusivas. Mas a matriz é a que se esconde por trás dos ataques a Tagba ou a outros prédios cristãos da Terra Santa”.

Por sua vez a Assembleia dos Bispos católicos da Terra Santa, através de seu porta-voz Wadie Abunassar publicou uma nota: “É com dor e indignação que continuamos a denunciar fatos semelhantes que se repetem; ao mesmo tempo não vemos nem segurança nem tratamento educativo por parte do Estado contra este fenômeno perigoso”. (SP) 

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Formação



EDITORIAL: Um pecado horrível

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Cidade do Vaticano (RV) – Na última quinta-feira, dia 21 de setembro, o Papa Francisco voltou a falar duro e sem meias palavras sobre uma questão que fere a sociedade e a Igreja: abusos sexuais contra menores. O Papa foi taxativo: na Igreja “tolerância zero”. 

O momento de recordar essa atitude da Igreja Católica foi a audiência aos membros da Pontifícia Comissão para a Tutela dos menores, na abertura da sua plenária. Francisco falando de modo espontâneo, ou seja, sem texto – o discurso escrito foi entregue depois aos presentes -, afirmou que a “Igreja tomou consciência tardiamente do problema dos abusos contra menores perpetrados por expoentes do clero e quando a consciência chega tarde os meios para resolver o problema chegam tarde”.  Mas disse “graças a Deus o Senhor suscitou homens profetas na Igreja” para fazer emergir o problema “e encará-lo de frente”.

Francisco reconheceu em suas palavras que na Congregação para a Doutrina da Fé, que se ocupa dos abusos, há tantos casos que não vão para frente, e por isso se está procurando colocar mais pessoas que possam estudar os dossiês.

Neste discurso sem meios termos Francisco foi muito preciso nas suas palavras afirmando que se existem provas de um abuso, “isso é suficiente para não aceitar recursos”. Não por uma aversão, mas simplesmente porque a pessoa que pratica esse delito é doente: se se arrepende é perdoada – destacou -, “após dois anos cai novamente”. E Francisco foi lapidário: “jamais assinarei a graça”.

Voltando ao texto que foi entregue mas que o Papa não pronunciou, Francisco expressou dor e vergonha pelos abusos perpetrados por expoentes do clero. O Santo Padre ao mesmo tempo reforçou a fé naquela missão dedicada aos mais fracos, a missão do Evangelho, proteger todos os menores e adultos vulneráveis.

O escândalo do abuso sexual é verdadeiramente uma ruína terrível para toda a humanidade, e que afeta muitas crianças, jovens e adultos vulneráveis em todos os países e em todas as sociedades. Francisco prosseguiu reafirmando que o abuso sexual é um pecado “horrível”, completamente oposto e em contradição com o que Cristo e a Igreja ensinam.

O Pontífice com veemência reiterou uma vez mais que a Igreja, em todos os níveis, responderá com a aplicação das mais firmes medidas a todos aqueles que traíram seu chamado e “abusaram dos filhos de Deus”.

Francisco declara-se satisfeito em saber que as Conferências Episcopais e de Superiores Maiores procuram a Comissão acerca das Diretrizes a serem aplicadas, e o trabalho em equipe com outras instituições vaticanas na formação de novos bispos e em vários congressos internacionais. A Igreja – recordou - é chamada a ser um lugar de piedade e compaixão, especialmente para os que sofreram. Concluiu afirmando que confia plenamente no trabalho da Comissão, agradecendo aos membros pelos conselhos e esforços realizados nesses três anos de atividades.

Francisco expressou a sua confiança e plena convicção que a Comissão continuará a ser um lugar onde “escutar” com interesse as vozes das vítimas e dos sobreviventes, porque temos muito que aprender deles e de suas histórias pessoais de coragem e perseverança.

A proteção dos menores é claramente uma das mais altas prioridades da Igreja no nosso tempo e a atenção da Igreja às vítimas de abuso e às suas famílias é uma consideração primária nesta missão. Para todos nós, - como disse o Papa - a Igreja Católica segue sendo um hospital de campanha que nos acompanha em nosso itinerário espiritual. (Silvonei José)

 

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Reflexão dominical: "Muitos os chamados, mas poucos os escolhidos"

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Cidade do Vaticano (RV) - «Mais uma vez a liturgia nos corrige quando dizemos que aquelas coisas boas que nos acontecem ou com os nossos amigos, são consequências dos méritos a que fizemos jus. Do mesmo modo, quando ocorre algum acontecimento infausto, perguntamos o que fizemos para recebermos tal castigo. Por outro lado, se isso acontece com alguém que não nos é simpático, comentamos que essa pessoa deve ter aprontado e, por isso, recebe essa punição. 

Toda essa maneira de pensar está errada e não é cristã. O Cristianismo trabalha com a gratuidade, isto é, com a ação de Deus, e Deus é Pai, é Amor. Deus nos ama não por aquilo de bom que fizemos e nem nos deixa de amar pelas coisas erradas que praticamos. O Amor ama por amar e, mesmo vendo nossas culpas, continua nos amando. Essa é a grande eterna verdade. Somos amados gratuitamente por Deus!

Quando Deus nos criou não existíamos, Ele nos amou primeiro sem nenhum mérito nosso. E assim continua, porque Ele é Deus!

Isso nos diz Isaías na primeira leitura: “Meus pensamentos não são como vossos pensamentos e meus caminhos não são como os vossos caminhos, diz o Senhor!” (Is 55, 8)

Essa idéia é retomada e referendada por Jesus com a parábola do patrão generoso. O patrão dá a mesma quantia como pagamento tanto aos que começaram pela manhã, quanto aos que foram contratados no final do dia. Ao ouvir as reclamações dos que se achavam mais cheios de méritos que outros, ele responde: “Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?” (Mt 20,15)

A justiça do Reino de Deus é dar a cada um o que precisa para viver e viver abundantemente, ainda nesta terra.

Não faz parte da justiça de Deus a realidade na qual alguns que não trabalham tanto ganham quantias enormes, e outros que trabalham muito como empregadas domésticas, como professores de escola média, e como outros profissionais ganham insuficiente para uma vida decente.

Todos são filhos de Deus e a igualdade deve acontecer já nesta vida, e não apenas na outra. O amor deverá superar todas as desigualdades e fazer justiça a todos, isto é, todos deverão ter o necessário para uma vida tranquila com direito ao que precisam. Está errado e não é justo alguns terem tanto e outros, nem o necessário para sobreviver».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o XXV Domingo do Tempo Comum – A)

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Crônica: A tamareira e a beleza da mulher na Bíblia

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Dubai (RV*) - Amigas e amigos, a oportunidade de adentrar na literatura e folclore de uma região, induz o leitor ou observador a descobertas maravilhosas.  São fontes das quais surgem parábolas, comparações, anedotas e ditos que expressam sabedoria, sentimentos, nobreza e alegria.  Infalivelmente, encontramos elementos do ambiente que rodeiam ou estão ao alcance das pessoas. É assim que árvores, animais, montanhas, pedras, lua, águas fazem parte das narrativas. 

Por isso, não nos surpreende que em Portugal, muitíssimas pessoas adotaram como sobrenome, nomes de espécies de árvores comuns em seu território, tais como, laranjeira, pereira, carvalho entre outros.

Basta abrir o Evangelho para percebermos de imediato como Cristo integrava elementos da natureza e cultura de sua época como meios para comunicar a Boa Nova.

Em regiões desérticas ou semiáridas, com vegetação escassa, pela altura, beleza e imponência sobressai a tâmara que, tanto em língua árabe (tamrah) como hebraico (thamar) significa literalmente “palmeira”.

Por ser uma árvore belíssima inspirou o autor o livro Cântico dos Cânticos para afirmar que a rara beleza de uma esposa é como aquela da tamareira. (7,8-9).

. O Rei Davi teve uma filha bonita a quem chamou Tamar. Ela se distinguiu por defender sua dignidade e fidelidade à lei de seu tempo (2Sm 13:1-20). Pela sua força, resistência e formosura faz lembrar que “o justo florescerá como a palmeira” (Sl 92,13).

Contudo, na História Sagrada, a primeira mulher chamada Tamar, ”Palmeira”, foi uma estrangeira cananeia que casou com o filho de Judá. Durante a primeira parte de sua vida ela foi uma esposa submissa, obediente e forte nas adversidades, mas a partir do meio de sua história há uma reviravolta total. Agiu com inteligência, personalidade e criatividade. Com determinação conseguiu que seu sogro reconhecesse seus direitos, de acordo com a cultura de seu tempo.  Graças a ela, a promessa que do povo eleito surgiria o Salvador, continuou (Gn. 38,1-30), pois não havia outra mulher na família de Judá para gerar filhos. Transformou-se assim numa das mulheres na linhagem genealógica de Cristo (Mt 1,3).

"Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa sim será louvada" (Provérbios 31:30).

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano.

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