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Sumario del 25/09/2017

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa na Santa Marta: consolo não é diversão, mas paz do Senhor

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa começou a semana celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta (25/09). Em sua homilia, Francisco comentou a Primeira Leitura, que narra o momento no qual o povo de Israel é libertado do exílio: “o Senhor – destacou o Pontífice – visitou o seu povo e o conduziu de volta a Jerusalém”. A palavra “visita”, explicou, é “importante” na história da salvação, porque “toda libertação, toda ação de redenção de Deus é uma visita”:

Quando o Senhor nos visita nos dá a alegria, isto é, nos leva a um estado de consolação. Este dar alegria… Sim, semearam nas lágrimas, mas agora o Senhor nos consola e nos dá esta consolação espiritual. E a consolação acontece não só naquele tempo, é um estado na vida espiritual de todo cristão. Toda a Bíblia nos ensina isso”

O Papa exortou a “esperar”, portanto, a visita de Deus “a cada um de nós”. Existem “momentos mais fracos” e “momentos mais fortes”, mas o Senhor “nos faz sentir a sua presença” sempre, com a consolação espiritual, enchendo-nos “de alegria”. 

Neste sentido, esperar este evento com a virtude “mais humilde de todas”: a esperança, que “é sempre pequena”, mas “tantas vezes é forte quando está escondida como as brasas sob as cinzas”.

Assim, o cristão vive “em tensão” pelo encontro com Deus, pela consolação “que dá este encontro com o Senhor”.

Se um cristão não está em tensão por tal encontro é – acrescenta o Papa – um cristão “fechado”, “meio que no depósito da vida”, sem saber “o que fazer”.

O convite, então, é para “reconhecer” a consolação, “porque existem falsos profetas que parecem nos consolar, mas pelo contrário, nos enganam”. Esta não é “uma alegria que se pode comparar”:

A consolação do Senhor toca dentro e te move, faz aumentar em ti a caridade, a fé, a esperança e também te leva a chorar pelos [teus] próprios pecados. E também quando olhamos para Jesus e para a Paixão de Jesus, chorar com Jesus. E também te eleva a alma para as coisas do Céu, para as coisas de Deus e também, acalma a alma na paz do Senhor. Esta é a verdadeira consolação. Não é uma diversão – a diversão não é uma coisa má quando é boa, somos humanos, devemos tê-la -, mas a consolação te envolve e justamente a presença de Deus se sente e se reconhece: este é o Senhor”.

O Papa recorda de agradecer - com a oração - o Senhor “que passa” para nos visitar, para nos ajudar a “a ir para frente, para esperar, para carregar a Cruz”. Enfim, pede para conservar a consolação recebida:

“É verdade, a consolação é forte e não se conserva assim forte - é um momento - mas deixa seus traços. E conservar esses traços, e conservar com a memória; conservar como o povo conservou esta libertação. Retornamos a Jerusalém porque Ele nos libertou de lá. Esperar a consolação, reconhecer a consolação e conservar a consolação. E quando esse momento forte passa o que permanece? A paz. E a paz é o último nível da consolação”. (BF-JE-SP)

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Papa: trabalhar na lógica da gratuidade e serviço

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, na Sala do Consistório, nesta segunda-feira (25/09), no Vaticano, cinquenta benfeitores da Fundação da Guarda Suíça Pontifícia.  

O encontro com o Pontífice realizou-se por ocasião da inauguração oficial da nova sede operacional da Guarda Suíça Pontifícia à qual contribuíram generosamente os membros da fundação que  oferecem apoio econômico, material e técnico à Guarda Suíça.

“Agradeço-lhes por esta visita que se realiza no dia em que vocês celebram o seu Padroeiro São Nicolau de Flüe, no sexto centenário de nascimento. Ao mesmo tempo, agradeço-lhes também pela atenção dada ao benemérito Corpo da Guarda Suíça e pela colaboração profícua instaurada com o Comando e as competentes autoridades vaticanas”, frisou o Papa.

“Ao desempenhar suas atividades, vocês manifestam o espírito comunitário e solidário, típico da presença dos católicos na sociedade. Esse comportamento afunda suas raízes no chamado evangélico do amor ao próximo e ajuda a superar as diferenças e as tensões sociais entre os vários grupos. Através dessa obra, vocês testemunham concretamente os ideais do Evangelho e são exemplo de fraternidade e partilha no tecido social suíço.”

O Papa disse ainda aos benfeitores da Fundação da Guarda Suíça Pontifícia que “o amor ao próximo corresponde ao mandato e ao exemplo de Cristo se estiver arraigado no verdadeiro amor a Deus. É possível para o cristão, através de sua dedicação, fazer os outros experimentar a ternura providente do Pai celestial. Para doar amor aos irmãos, é necessário retirá-lo da fornalha da caridade divina, através da oração, da escuta da Palavra de Deus e do nutrimento da santa Eucaristia. Com essas referências espirituais é possível trabalhar na lógica da gratuidade e do serviço.”

Francisco agradeceu a fundação por tudo o que faz pelos jovens suíços que dedicam alguns anos de suas vidas a serviço da Igreja e da Santa Sé. O Pontífice reiterou que a presença discreta, profissional e generosa dos benfeitores é preciosa e útil para o bom seguimento das atividades do Vaticano.

O Papa pediu à Virgem Maria e a São Nicolau de Flüe para protegerem todos os membros da fundação e suas famílias, e que os torne cada vez mais testemunhas da fé e da bondade. 

(MJ)

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Cardeal Parlin: crise norte-coreana, é preciso multilateralismo

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Cidade do Vaticano (RV) - “O Vaticano na família das nações”: esse é o título da obra apresentada na sexta-feira (22/09), em Roma, de autoria do Arcebispo Silvano Maria Tomasi, que durante 13 anos foi observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Genebra, na Suíça. Publicado pela Cambridge University Press, o livro analisa o papel diplomático da Santa Sé nas Nações Unidas.

Na apresentação da obra, o secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin, proferiu um discurso centralizado nas peculiaridades da diplomacia vaticana a serviço da paz, do respeito pelos direitos humanos e do desenvolvimento dos povos. À margem do encontro, o purpurado concedeu uma entrevista à Rádio Vaticano: 

Cardeal Parolin:- “Estou contente por esta ocasião que nos foi oferecida, da apresentação do livro que de certo modo reúne a atividade e os pronunciamentos de Dom Tomasi na Onu após longos anos de atividade, exatamente porque nos permite reiterar a importância do multilateralismo num período em que este por muitos aspectos se encontra em crise: a tentação é de fazer por conta própria e de tomar decisões unilaterais que saem deste quadro. Portanto, para reiterar a importância do multilateralismo, para reiterar o fato de a Santa Sé considerá-lo o instrumento para afrontar e para resolver os problemas complexos do mundo de hoje, para reiterar o nosso empenho – que, ademais, é o empenho de todos –, o desejo de servir à pessoa, de servir à sua dignidade, de servir a seus direitos, de servir à paz, de servir uma convivência ordenada e pacífica no mundo. Daí, a possibilidade de evocar esses grandes princípios que são os princípios da Doutrina social da Igreja. E, uma última coisa, também dar indicações concretas: não basta afirmar somente com a vontade, não basta recordar os princípios; o importante é justamente este dar indicações de caminhos que podem ser seguidos. Desse ponto de vista, o livro é verdadeiramente significativo.”

RV: O multilateralismo sobretudo nos momentos de crise: recordamos a crise norte-coreana, como possibilidade justamente para encontrar caminhos de diálogo e de reconciliação...

Cardeal Parolin:- “Sim: creio que seja propriamente isso. Quando dizia ‘a crise do multilateralismo’, hoje evidentemente devido também ao diferente contexto em que nos encontramos, num contexto pluripolar em que existem múltiplas instâncias... Mas exatamente por isso, diria, propriamente porque o mundo se diversificou enormemente, há tanta necessidade de recorrer a esse instrumento para tentar resolver de modo pacífico as diferenças existentes. Talvez se possa inclusive pensar nas instituições que depois traduzem esse princípio: imagino que também elas precisem de uma atualização... Há muito tempo se fala de uma reforma da Onu! Mas o princípio permanece, e foi isso que quisemos ressaltar.”

RV: O Papa Francisco se fez presente nesta 72º Assembleia Geral da Onu mediante mensagem no tuíter pedindo aos líderes que se comprometam em favor da paz e do desarmamento. Qual é, no fundo, o pedido que a Santa Sé, o Papa em primeira pessoa, dirige aos líderes do mundo reunidos na Onu?

Cardeal Parolin:- “Creio que, no fundo, há um apelo à responsabilidade deles: um apelo, porque evidentemente nas mãos deles estão os destinos da humanidade, o destino da paz, o destino da convivência harmoniosa entre os povos. Portanto, ser conscientes dessa responsabilidade que têm – e saber traduzi-la depois também na prática, mediante um caminho percorrido juntos – em busca da paz e do desenvolvimento do mundo.” (RL/AG)

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Carta da Congregação para a Vida Consagrada sobre "Consagração e secularidade"

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Cidade do Vaticano (RV) – Por ocasião dos 70 anos da promulgação da Constituição Apostólica Provida Mater Ecclesia e do Motu proprio Primo Feliciter, a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica publica “Consagração e secularidade. Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre os Institutos Seculares”, editado pela Livraria Editora Vaticana.

O texto - retomando um documento da Congregação de 1983 sobre a identidade e missão dos Institutos Seculares - expõe os elementos que mais caracterizam tal vocação, evidenciando os novos desafios da consagração secular.

“Esta vocação – lê-se no documento – encontra o seu fundamento no mistério da Encarnação, que chama para permanecer naquela realidade social, profissional e eclesial em que as pessoas vivem”.

O documento é publicando também em vista da Convenção organizada pela Conferência Italiana dos Institutos Seculares (CIIS) e patrocinada pela Congregação da Vida Consagrada, que terá lugar em Roma nos dias 28 e 29 de outubro, chamada “Além e em meio. Institutos seculares histórias de paixão por Deus e pelo mundo”. (JE)

 

           

 

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Igreja na América Latina



México: terremotos danificaram ou destruíram mais de 5 mil escolas

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Cidade do México (RV) – Quase 5.100 escolas foram danificadas ou destruídas no México com os dois terremotos que fizeram algumas regiões do país tremer nos dias 8 e 19 de setembro, ameaçando o acesso à educação, advertiu o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Nas áreas afetadas pelos sismos vivem cerca de 7 milhões de crianças. 

“Estamos profundamente preocupados pelos danos substanciais sofridos pelas escolas nas comunidades mais duramente atingidas e pelo impacto que isto poderia ter nas crianças”, declarou Christian Skoog, Representante do UNICEF no México.

“É essencial – continuou ele - encontrar soluções urgentes para fazê-las voltar o mais rapidamente possível às salas de aula, quer para assegurar a elas o futuro como para contribuir para que seja retomado um sentido de normalidade em suas vidas, depois destas experiência traumáticas”.

O UNICEF está trabalhando com seus parceiros nas regiões atingidas pelo terremoto para construir escolas temporárias, promover linhas mestras para a segurança escolar, preparar os professores  para dar apoio psicossocial e distribuir material educativo e um kit para o desenvolvimento da primeira infância aos professores e educadores.

O UNICEF, ademais, procura dar uma resposta satisfatória às necessidades mais urgentes de saúde e proteção das crianças atingidas, como a construção de espaços onde as crianças possam brincar, a divulgação de informações sobre como proteger as crianças durante um terremoto e como evitar a separação acidental das famílias, a distribuição de um kit básico para a higiene, cobertas, roupas impermeáveis e barracas, além do fornecimento de água potável e banheiros químicos nos abrigos temporários que acolhem os desabrigados.

O UNICEF lançou uma campanha para recolher 6 milhões de dólares em apoio aos atingidos pelos terremotos no México.

 

 

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Igreja no Mundo



Card. Tagle: mudar de mentalidade para humanizar fenômeno das migrações

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco lançará durante a Audiência Geral da próxima quarta-feira a Campanha da Caritas Internationalis “Share the Journey”.

A iniciativa envolve todas as Caritas do mundo e tem por objetivo promover a acolhida dos migrantes e dos refugiados por meio da partilha das suas esperanças.

Para saber mais sobre a campanha, a Secretaria para a Comunicação (SPC) entrevistou o Presidente da Caritas Internationalis, cardeal Luis Antonio Tagle:

“Para a Igreja e especialmente para a Caritas Internationalis é um momento para recordar não somente aos cristãos, mas a todo o mundo, o mandamento do Senhor que sempre tem no coração as pessoas mais vulneráveis. Vemos isto também no Antigo Testamento: as viúvas, os órfãos, os estrangeiros. Jesus Cristo, no capítulo 25 do Evangelho de São Mateus diz: “Estou presente”. O Senhor está presente nos estrangeiros! Este é o objetivo mais profundo: obedecer ao mandamento do Senhor.  Este objetivo fundamental se expressa nas palavras do Papa Francisco quando fala de acolher, de proteger, de promover o desenvolvimento integral humanitário de cada imigrante e de integrar os migrantes em uma nova comunidade. Esta é uma abordagem a ser seguida: humanizar este fenômeno da migração. Os migrantes não são estatísticas, não são números, mas pessoas”.

SPC: Existem tantas crises humanitárias no mundo neste período. Por que “acolher os migrantes” é uma prioridade para o Papa Francisco, para o senhor Cardeal Tagle e para a Caritas Internationalis?

“A migração não é um fenômeno novo no mundo. Olhando para o mundo numa perspectiva verdadeira, a história da humanidade é uma história de migrações! Porém, agora, existem fatores e fenômenos que tornaram a migração “perturbadora”: as novas formas de escravidão, o uso das mídias sociais para sexo online, a venda de crianças... Nós queremos recordar ao mundo que existe uma humanidade que não é uma questão abstrata, mas uma questão que diz respeito à dignidade da pessoa. E o Papa Francisco, fiel à Doutrina Social da Igreja, coloca a dignidade da pessoa no centro. O mesmo vale para a Caritas Internationalis, a dignidade de cada pessoa”.

SPC: Nos últimos anos temos visto a construção de tantos muros em diversos países. O que se poderia fazer no sentido de construir pontes e não muros?

“Antes de construir muros físicos, existe um muro que já foi construído: o da mentalidade. Esta Campanha da Caritas é um apelo à conversão, à mudança de mentalidade por meio dos encontros pessoais, porque quando encontramos um migrante como pessoa, face a face, um na frente do outro, os meus olhos se abrem; não vejo somente uma estatística ou um número, mas uma pessoa verdadeira que é um irmão, uma irmã, alguém próximo. Vejo talvez o rostos de meus pais, de meu irmão, de minha tia, de meu tio. É desta forma que começa a mudança de mentalidade: cai o muro e se constrói a ponte!”. (AG)

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Encontro em Dacar discute papel dos bispos no serviço da caridade

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Dacar (RV) - “Nos últimos anos, todas as Caritas africanas enfrentaram o que definimos um problema de ‘visão’, porque até então a Caritas foi concebida somente como a instituição que em caso de dificuldade ou desastres naturais distribui fundos provenientes do exterior. A Caritas não foi percebida principalmente como uma organização de uma Igreja que identifica suas necessidades, mobiliza fundos das próprias estruturas e se desenvolve e cria assim instituições que possam intervir em tempo.”

O bispo de Atakpamé e presidente da Caritas Togo, Dom Anani Nicodème Yves Barrigaha-Bénissan, explica desse modo a necessidade de uma nítida mudança na gestão das atividades caritativas da comunidade eclesial no continente africano. Uma mudança de “visão” que emergiu durante os trabalhos do encontro dos bispos africanos sobre a atuação da Caritas.

“Organizar o serviço da Caritas na África: o papel dos bispos” foi o tema do Encontro continental – o segundo após o que se realizou em novembro de 2012 na República Democrática do Congo – que de 18 a 21 do corrente reuniu em Dacar, no Senegal, cerca de 200 delegados, entre os quais 100 cardeais, arcebispos e bispos.

Entre estes encontravam-se o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Peter Turkson; o arcebispo de Manila e presidente da Caritas Internacional, Cardeal Luis Antonio Tagle; o presidente do Simpósio das Conferências episcopais da África e Madagáscar, Dom Gabriel Mbilingi; e o presidente da Caritas África, Dom Gabriel Justice Yaw Anokye.

Os trabalhos foram norteados pela dimensão social da evangelização num campo de ação tão vasto como o da África. As organizações que têm ligação com a Caritas África empregam em sua obra mais de 38 mil pessoas, auxiliadas pelo trabalho de quase meio milhão de voluntários.

Somente na África subsaariana, mediante ações de socorro e de desenvolvimento, são beneficiadas mais de 73 milhões de pessoas, com uma despesa econômica equivalente a mais de 182 milhões de euros.

Trata-se, portanto, de um esforço relevante que, todavia, precisa ser profundamente repensado, ressaltou-se. “Quando confiamos exclusivamente nas ajudas externas, e aqueles que fazem parceria conosco não estão mais dispostos a financiar-nos, então as estruturas criadas ao invés de ajudar tornam-se um peso, explicou Dom Barrigaha-Bénissan.

Essa é uma dificuldade encontrada por todas as Caritas. Eis o motivo pelo qual estou falando de uma nova visão. Em que consiste essa mudança? Em primeiro lugar é preciso “sensibilizar os fiéis de modo que saibam desde já que a Caritas não parte de outros países, mas se baseia em nós mesmos. Isso significa que a Caritas deve ser instituída a nível de todas as paróquias de modo que todos os fiéis saibam que devem participar”, explicou.

“Portanto, continuou, é uma questão de sensibilização, mudança da nossa visão, mobilização de fundos, identificação das exigências específicas e reforço dessa instituição”, acrescentou. Nesse sentido, “permanece sendo fundamental o papel do bispo, que é o primeiro responsável pela Igreja local e pelas atividades da Caritas”, completou o prelado. (RL)

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Segurança e reconstrução: desafios para o retorno dos cristãos à Planície de Nínive

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Bagdá (RV) -  Segurança e reconstrução são os principais desafios para os cristãos que lentamente retornam para suas casas na Planície de Nínive, de onde foram obrigados a sair às pressas há três anos, a maioria somente com a roupa do corpo, fugindo da fúria dos combatentes do autoproclamado Estado Islâmico.

“Para os cristãos iraquianos, retornar aos seus povoados significa voltar à vida, voltar à praticar a nossa fé nas terras de nossos avós. Voltar para reconstruir aquilo que o Estado Islâmico destruiu dentro de cada um de nós, a liberdade, a segurança, a alegria”, sublinha a Irmã Silvia, religiosa dominicana que em uma noite de agosto de 2014, junto a cerca de outras trinta irmãs e outros cristãos, foi obrigada a buscar refúgio em Irbil, capital do Curdistão iraquiano.

A fuga

A religiosa, originária de Alqosh, recorda em um testemunho à Agência Sir a dramaticidade daquela fuga: “Foi uma fuga em massa, porque sabíamos o que havia acontecido nos dias precedentes aos yazidis, 400 jovens mortos e 5.000 jovens vendidas como escravas”.

Os primeiros sinais do que estavam para acontecer já eram perceptíveis no mês de junho, quando os milicianos do Estado Islâmico começaram a se espalhar pela Planície do Nínive: “Sem água e luz, ouvíamos os disparos entre os milicianos e o exército, relata a Irmã. Os cristãos eram intimados a abandonar os povoados ou a converterem-se ao islã ou a morte.

A solidariedade da Igreja Católica

Nestes anos a vida em Irbil não foi fácil: “Quem pode, pediu ajuda aos familiares. Nos primeiros tempos muitos dormiram nos jardins, nas ruas e nas igrejas. Nós permanecemos com a nossa gente – contou a Irmã Silvia – levando a eles apoio espiritual e material. Tantíssimas as ajudas que chegaram nestes anos graças à Igreja Católica e a seus organismos, como a Ajuda à Igreja que Sofre, a Caritas, a Missio, que doaram kits higiênicos, vestuário, remédios, montando casas pré-fabricadas e contribuindo para pagar também a metade do aluguel para aqueles que tiveram que alugar um local para morar”. Assim, surgiram escolas, pequenas clínicas para atender os doentes. E ninguém mais dorme pelas ruas.

Soldados muçulmanos

O reconhecimento da religiosa vai também “aos nossos soldados muçulmanos que sacrificaram as suas vidas, pois acreditam que os cristãos fazem parte do Iraque, são iraquianos”.

Palavras que adquirem um significado ainda mais profundo quando a religiosa revela que “uma vez libertados os povoados da Planície, os militares quiseram recolocar os crucifixos em seus devidos  lugares. Quando viram os sacerdotes retornar para o que restou de suas igrejas, fizeram festa e onde era possível, tocaram os sinos. Alguns dos soldados pediram para rezar com os nossos padres”.

Obstáculos para o retorno

Hoje, porém, muitos dos cristãos que encontraram abrigo em Irbil, pensam em voltar para seus povoados. Todavia, não faltam obstáculos para o retorno deles.

“os principais – afirma a religiosa – são a segurança e a destruição. Verdadeiras emergências. Os escombros estão por tudo. Existem povoados onde não ficou uma casa em pé. Igrejas e conventos profanados e devastados. Também o nosso em Qaraqosh, dedicado a Maria Imaculada, e que agora queremos reconstruir com o apoio da Ajuda à Igreja que Sofre”.

Lentamente as famílias cristãs começam a voltar. Em Tellesakof são mais de 700, em Qaraqosh cerca de 500. Aqui está recomeçando a vida nos pequenos negócios, uma escola e um pequeno centro clínico”.

Projeto de reconstrução será apresentado em Roma

Nesta direção, vai o projeto da AIS a ser apresentado dentro e poucos dias em Roma, e que visa a reconstrução de 13.000 casas destruídas na Planície de Nínive, um verdadeiro “Plano Marshall” cujo custo estimado é de cerca 250 milhões de dólares.

“Apoiar a esperança do povo iraquiano é difícil – admite Irmã Silvia – porque não há esperança onde há guerra. Por isto temos necessidade da presença de Deus, a única que pode nos dar esperança”.

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Formação



Apesar da efervescência religiosa de hoje, são muitos os desafios dos seminaristas

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Cidade do Vaticano (RV) – Um dos tesouros da Igreja está sendo ofuscado com a realidade de dois novos fenômenos vividos, em especial, no Brasil. Segundo o Padre Valter Girelli, reitor do Seminário de Fátima de Erechim, na região norte do Rio Grande do Sul, o processo formativo para novos sacerdotes tem enfrentado desafios que motivam a Igreja a repensar o modelo de formação dos seminaristas.

Pe. Girelli - “O primeiro fenômeno é que poucos meninos querem entrar no seminário a partir do Ensino Médio. E até nós nem incentivamos muito, porque ainda é uma fase que eles devem fazer essa experiência maior com a família: relação afetiva, relacionamento com os pais, com os irmãos e assim por diante. Historicamente, na nossa diocese, nós já tivemos alguns meninos que entraram no seminário tendo feito o Ensino Médio fora – mas raramente acontecia isso. Este ano aqui foi uma surpresa: temos três meninos, um que veio da Odontologia, outro da Administração de Empresas e outro do Ensino Médio. Então, nós percebemos que é um perfil novo que, na verdade, é um fenômeno no Brasil. A maioria das dioceses não tem mais Seminário Menor: acolhem os meninos já moços para o ano de Propedêutico para depois seguirem as faculdades de Filosofia e Teologia. Na nossa diocese tem dado um impacto muito positivo, até pela qualidade desses meninos. São meninos mais maduros, já mais decididos, já tem feito esse processo de discernimento durante o trabalho deles ou durante o estudo na faculdade.”

O tempo especial de preparação para o sacerdócio poderá ser um dos argumentos de análise no próximo Sínodo dos Bispos, de outubro de 2018, com a temática dos jovens. Afinal, é da juventude que brota a preparação para o serviço ao Povo de Deus, ao serem chamados e escolhidos para a Igreja. Um diálogo franco e aberto com os seminaristas, como já aconselhou o Papa Francisco, é fundamental para a formação dos candidatos ao ministério ordenado.

Em artigo publicado no jornal italiano La Repubblica (22/03/2016), o professor Alberto Melloni, da Fundação João XXIII para as Ciências Religiosas, apontava uma queda no número de futuros sacerdotes: em 90 anos se é passado de 15 mil  para cerca de 2700 seminaristas.

Pe. Girelli - “Não se tem dúvida nenhuma que, para a Igreja, é certamente um dos sinais dos tempos. Um dos fatores são as famílias pequenas, quando se tem um só filho ou dois. Eu, por exemplo, venho de uma família de 13 irmãos, então, ficava mais fácil a decisão de ingressar no seminário. Outro sinal muito forte é a cultura moderna e pós-moderna e, certamente, essa é a que mais está influenciando. Hoje em dia, o trabalho religioso, essa nossa missão, eu sinto que ela está em alta porque há uma procura do aspecto religioso muito forte. As pessoas buscam as celebrações religiosas e há uma efervescência muito grande em termos de religiosidade. Então, não é a falta disso. Mas eu atribuiria a causa maior o tipo de estrutura de Igreja que nós temos hoje: uma estrutura muito pesada, com 2 mil anos, porque não tem renovado um estilo de sacerdócio diferente.

O celibato, por exemplo. Os meninos entram aqui e até podem ter o desejo de serem padres, mas depois eles veem que não tem alternativa e possibilidade de casar... Então, no mundo que a gente vive hoje em dia, alguém fazer opção por isso, de não constituir família, é uma coisa muito, muito difícil. Eu vejo que, nestes momentos de crise, precisa ajudar a Igreja também a repensar o estilo de padre que a Igreja quer. Sabemos que, por exemplo, pra atender a Amazônia, o Papa Francisco já tem pedido para os bispos discutirem e criarem uma proposta para a possibilidade de ordenar homens casados para atender aquela região tão carente. E a necessidade terá que produzir isso. A nossa diocese também está incentivando o diaconato permanente, homens casados, que também seria uma alternativa, uma porta que se abre para amanhã, também, poder chegar a ordenar sacerdotes esses homens casados.”

Confira a reportagem especial de Andressa Collet aqui:  

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Bispo de Brejo: aprofundar sempre mais os documentos da Igreja

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, a edição de hoje do quadro semanal “O Brasil na Missão Continental” conclui a participação do bispo da Diocese de Brejo, Dom José Valdeci Mendes, que esteve conosco estes dias neste espaço de formação e aprofundamento. 

O bispo desta Igreja particular do Maranhão falou-nos estes dias, entre outras coisas, sobre a caminhada da Igreja na América Latina, citando-nos as conferências gerais do episcopado latino-americano sobretudo após o Concílio (Medellín – 1968; Puebla – 1979; Santo Domingo – 1992; e Aparecida – 2007) e os documentos que são resultado dessa caminhada, quer a nível da Igreja latino-americana, quer a nível de Igreja no Brasil.

Na edição de hoje Dom José Valdeci atém-se à importância de conhecer os documentos da Igreja, aprofundar nossos conhecimentos sobre eles, revisitá-los para continuar a nossa caminhada missionária, “para vivenciarmos também essa fidelidade ao plano de Deus”, afirma, destacando que isso nos dá mais segurança também na nossa caminhada, na nossa missão. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



ONU anuncia conclusão do processo de entrega de armas pelas Farc

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Bogotá (RV) - O chefe da Missão da ONU na Colômbia, Jean Arnault, deu na última sexta-feira (22), como encerrada a entrega de armas por parte das Farc e disse esperar que, com o fim deste capítulo, não terminem os esforços de paz no país. “Confiamos que a finalização da entrega de armas não seja também o fim dos esforços de paz, mas o contrário, que simbolize seu reforço”, disse Arnault no ato que marcou, na cidade de Funza, a conclusão da terceira e última fase do processo.

A primeira etapa foi a de armazenamento das armas realizada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) nos acampamentos onde se desmobilizaram e a segunda, que incluiu o envio dos contêineres com elas para o grande armazém central onde hoje foram inutilizadas.

“A Missão da ONU está dando cumprimento à tarefa que lhe foi dada pelo governo da Colômbia e as Farc em 15 de janeiro de 2016, quando solicitaram a verificação internacional de cessar fogo e entrega de armas”, ressaltou Arnault.

O representante da ONU lembrou que a Missão já concluiu o desmantelamento de 750 esconderijos onde as Farc depositavam armas, explosivos e material de guerra dos 1.027 que foram informados pela ex-guerrilha, hoje transformada em partido politico. A destruição dos 227 restantes, segundo ele, ficará a cargo do governo com o apoio das Farc.

Segundo Arnault, o número final de armas entregues é de quase 9.000, além de mais de um 1,5 milhão de munições, mais de 38 toneladas de explosivos e 3.500 minas terrestres, entre outros itens. Todos foram inabilitados no depósito geral de Funza, no departamento (Estado) de Cundinamarca, e o material instável foi destruído.

As Farc, que assinaram com o governo um acordo de paz em novembro de 2016, se transformaram no partido politico Força Alternativa Revolucionária do Comum, mantendo a sigla que usava como guerrilha. (SP-EFE)

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