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Sumario del 28/09/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

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Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: remorsos da consciência são sintomas de salvação

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou a missa na capela da Casa Santa Marta, nesta quinta-feira (28/09), e em sua homilia exortou a não ter medo de dizer a verdade sobre a nossa vida, a tomar consciência de nossos pecados e confessá-los ao Senhor para que nos perdoe. 

Citando o Evangelho do dia sobre o comportamento de Herodes em relação à pregação de Jesus, o Papa lembrou que alguns associavam Jesus a João Batista e a Elias, e outros o identificavam como um profeta. Herodes não sabia “o que pensar”, mas “sentia dentro” de si alguma coisa, que “não era uma curiosidade”, era “um remorso na alma, no coração”: procurava ver Jesus para tranquilizar-se. “Queria ver milagres realizados por Cristo, mas Jesus”, disse o Papa, “não fez um circo diante dele e foi entregue a Pilatos. E Jesus pagou com a morte.”

Herodes cobriu “um crime com outro, o remorso da consciência com outro crime, como quem mata por temor. O remorso da consciência não é uma simples recordação, mas uma chaga”, disse o Papa, que acrescentou:

“Uma chaga que quando na vida fizemos alguns males, dói. É uma chaga escondida, não se vê; nem eu a vejo, porque me acostumo a carregá-la e depois se anestesia. Está ali, alguns a tocam, mas a ferida está dentro. Quando esta chaga faz mal, sentimos remorso. Não somente estou consciente de ter feito o mal, mas o sinto: o sinto no coração, no corpo, na alma e na vida. Disto nasce a tentação de cobri-lo, para não mais senti-lo.”

“É uma graça sentir que a consciência nos acusa, nos diz alguma coisa”, frisou o Papa. Por outro lado, “nenhum de nós é santo” e todos somos inclinados a olhar para os pecados dos outros e não para os nossos próprios, se compadecendo, quem sabe, por quem, sofre na guerra ou por causa de “ditadores que matam as pessoas”:

“Nós devemos – permitam–me a palavra – “batizar” a chaga, isto é, dar-lhe um nome. Onde você tem a chaga?  ‘Padre como eu faço para tirá-la fora?’ – ‘Mas antes de tudo reze: Senhor, tenha piedade de mim que sou pecador’. O Senhor escuta a sua oração. Depois examine a sua vida. ‘Se eu não vejo como e onde está aquela dor, de onde vem, que é um sintoma, como posso fazer?’ – ‘Peça a alguém para ajudá-lo a tirar a chaga; que a chaga saia e depois dar-lhe um nome’. Eu tenho esse remorso de consciência porque eu fiz isso, concreto; concretude. E esta é a verdadeira humildade diante de Deus e Deus se comove diante da concretude”.

A concretude, explica o Pontífice, expressa pelas crianças na confissão. Uma concretude de dizer o que fez para que a verdade “venha para fora”. “Assim nos curamos”:

“Aprender a ciência, a sabedoria de acusar a si mesmo. Eu me acuso, sinto a dor da chaga, faço de tudo para saber de onde vem esse sintoma e depois eu me acuso. Não tenha medo dos remorsos da consciência: eles são um sintoma de salvação. Tenha medo de cobri-los, de maquiá-los, dissimulá-los, escondê-los ... isto sim, mas ser claro. E assim o Senhor nos cura”.

A oração final é para que o Senhor nos dê a graça de “termos a coragem de nos acusarmos” para caminharmos no caminho do perdão. (MJ-SP)

 

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Papa: ajudar os jovens a descobrir sua vocação na Igreja e sociedade

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Minsk (RV) - O Papa Francisco enviou uma mensagem, nesta quinta-feira (28/09), assinada pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, aos membros da Plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), reunidos, em Minsk, Belarus. O texto foi enviado ao Presidente do CCEE, Cardeal Angelo Bagnasco.

O Santo Padre encoraja os participantes da assembleia a prosseguirem na obra importante de encontrar percursos de colaboração pastoral entre os vários países, valorizando as diversidades e promovendo iniciativas de solidariedade e fraternidade.

O Papa deseja que o encontro ajude a fortalecer os vínculos de unidade e comunhão entre os bispos europeus, dando um impulso corajoso à missão da Igreja na Europa, especialmente a favor dos jovens, a fim de ajudá-los a descobrir, à luz da fé, a própria vocação na comunidade cristã e na sociedade.

Pela primeira vez na história do CCEE, a assembleia se realiza, em Belarus, para encontrar a comunidade local católica e comemorar juntos os 750 anos da primeira menção da cidade de Minsk nas Crônicas primárias, também conhecidas como Crônica de Nestor ou Crônica dos Anos Passados, e os 500 anos da impressão da Bíblia, primeiro livro a ser impresso em língua bielorrussa.  

No centro dos trabalhos dos bispos o tema dos jovens, em particular, a figura do jovem hoje, suas aspirações, necessidades, medos, expectativas e relações; os desafios que o mundo atual, em contínua mudança, apresenta à Igreja ao pensar a pastoral e propor o Evangelho a essa categoria particular de pessoas que formam o futuro da Igreja.

Depois do simpósio europeu realizado, em março passado, em Barcelona, Espanha, que contou com a presença de bispos e responsáveis da pastoral juvenil, vocacional, escolar e universitária, a Plenária de Minsk é mais um momento de preparação ao próximo Sínodo dos Bispos sobre os jovens que se realizará, no Vaticano, em 2018.

Outro tema central nos trabalhos da plenária é o da Europa, sobretudo, a contribuição e a missão da Igreja na construção da Casa comum europeia. Em Minsk, os presidentes das conferências episcopais se confrontam sobre como anunciar o Evangelho de Cristo na Europa.

(MJ)

 

 

 

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Apresentado projeto de reconstrução para cristãos no Iraque

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Cidade do Vaticano (RV) – Um verdadeiro “Plano Marshall” para a reconstrução das cidades e infraestruturas da Planície de Nínive, no Iraque, para possibilitar o retorno das famílias cristãs às suas casas, antes de terem sido expulsas por jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico em 2014.

Este grande projeto foi apresentado esta quinta-feira, 28, na Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, durante a Conferência Internacional “Iraque, retorno às raízes”, organizada pela Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

No decorrer do evento foi apresentado o primeiro plano de reconstrução de 13 mil casas danificadas ou destruídas pelo Isis nos povoados cristãos da região.

Necessários 250 milhões de dólares

A Fundação de Direito Pontifício estimou que o custo total para reconstruir toda a infraestrutura da Planície ultrapasse os 250 milhões de dólares. Apenas uma pequena parte deste montante foi recolhida até agora, graças às doações privadas ao organismo pontifício.

Os esforços realizados até agora já permitiram o retorno de cerca de 3.200 famílias cristãs aos povoados, num total de 14 mil.

Concretamente as reformas em 1.244 casas já foram concluídas e em outras 611 estão em andamento, em um universo  de 13 mil danificadas ou totalmente destruídas.

Maior contribuição da comunidade internacional

Diante destes números, a IAS – que no Iraque já destinou, desde 2014, 42 milhões a diversos projetos, pede uma maior empenho por parte de toda a comunidade internacional, solicitação esta reiterada na ocasião pelo Secretário Geral da AIS, Phillip Ozores:

“A agenda é, por um lado, a de continuar a encontrar um apoio concreto, em forma de dinheiro, para a reconstrução da Planície. O projeto está completo; então todos os recursos que chegam são utilizados de maneira muito eficaz: imediatamente, como disse o Dr. Stephen Rashce; os recursos que chegam são imediatamente transformados em casas. E as pessoas podem retornar de Irbil, onde se encontram ainda refugiadas. Esta é o primeiro ponto, muito concreto. Mas o outro ponto é aquele que estamos fazendo hoje por ocasião desta conferência e diz respeito a falar e ao dirigir-se concretamente à comunidade internacional. Estamos falando com alguns governos de forma muito concreta, para dizer a eles que o nosso esforço pode dar frutos, mas não para além de um certo ponto, porque a nossa é uma pequena organização. Temos, portanto, necessidade de ajuda da comunidade internacional – de ajudas – tanto a financeira como daquela quer serve para criar estabilidade política na região. Deveria estar claro que a comunidade internacional e os Estados irão colaborar com as autoridades locais somente se a segurança for garantida para as minorias que vivem na Planície de Nínive”.

Educar para a convivência pacífica

Pressupostos necessários para a reconstrução, portanto, são a estabilidade e a segurança. Para obter estas duas condições, o Patriarca caldeu de Bagdá, Louis Raphaël I Sako, falou de um “Plano Marshall” político e social:

“Sem a reconciliação, o que quer dizer reconstruir as casas? Depois poderão ser novamente destruídas. A coisa mais importante é a cultura, a mentalidade: esta gente deve sair desta cultura de violência. Sempre guerras, sempre violência, sempre vingança: é preciso educar as pessoas para viverem juntas, com a paz, com o respeito, com a colaboração e a boa intenção”.

Olhar com esperança o futuro

E o apoio ao assim chamado “Plano Marshall” para os cristãos na Planície de Nínive foi expresso depois pelo Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin, que ao pronunciar-se no encontro, definiu a iniciativa como “outro sinal da capacidade operacional e organizativa que expressa a solidariedade da Igreja universal”.

O purpurado sublinhou, portanto, que “o projeto visa restituir aos cristãos aquele ambiente de normalidade de vida necessário para superar o medo e o desespero e para poder olhar com esperança ao futuro”.

Existe depois – recordou o Cardeal – o dever ainda mais empenhativo de reconstruir a sociedade iraquiana e de alinhavar a sua coexistência harmoniosa e pacífica.

Comunidades que marcaram a história do cristianismo

O Presidente internacional da AIS, Cardeal Mauro Piacenza, sublinhou por sua vez porque é indispensável apoiar uma das mais antigas comunidades cristãs do mundo, exemplo e testemunho de fé para todos os fiéis:

“É importantíssimo em nível cristão e em nível religioso no mundo, porque é uma presença que remonta aos tempos apostólicos e portanto existe uma linha de continuidade que não é somente romântica, mas é uma continuidade que incide justamente na formação da pessoa e na formação da mente cristã. E depois é muito importante por um fato de civilização, porque não podem desaparecer repentinamente como neve ao sol, as comunidades que marcaram na história linhas determinantes”.

Curdistão iraquiano: prevaleça o diálogo

A Conferência também contou com a presença do Núncio Apostólico no Iraque e na Jordânia, Dom Martin Ortega, que respondeu às perguntas sobre o referendum para independência do Curdistão, que pode minar o frágil equilíbrio no Iraque:

“Faço votos de que não exista um aumento muito grande da tensão, porque um outro conflito seria realmente um drama para todos. Nestas situações, se existe um conflito, todos perdoam. Assim espero que, neste contexto difícil, prevaleça o desejo de negociar e de falar. E neste aspecto, os cristãos, mesmo sendo numericamente minoritários,  estão sempre contentes em poder oferecer, como sempre, a sua contribuição para a paz e a estabilidade do país”.

O papel dos cristãos na reconciliação

Dom Martin Ortega evidenciou, por fim, o papel que os cristãos podem desempenhar no processo de reconciliação, tendo eles sempre representado uma ponte entre as diversas comunidades muçulmanas:

“A Igreja, com os meios limitados de que dispõe, está dando uma contribuição de ajuda extraordinária. Aqui falamos do processo para ajudar os cristãos a retornar, mas devo dizer que a Igreja ajuda a todos: sobretudo por meio da Caritas, está ajudando também os muçulmanos, os assírios e todos os grupos, porque são pessoas. A grande condição é a reconciliação: a reconstrução com os recursos se pode fazer. Para a reconciliação, é necessário também um grande esforço em nível moral de educação, e neste aspecto os cristãos podem apresentar toda a sua profundidade espiritual para tornar possível a reconciliação e também para ser exemplo”.

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Dom Tomasi: não do Papa a armas nucleares cria uma nova mentalidade

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Cidade do Vaticano (RV) - O Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, celebrado pela Onu na terça-feira (26/09), foi ressaltado também pelo Papa Francisco com o tuíte “Comprometamo-nos por um mundo sem armas nucleares, aplicando o Tratado de não-proliferação para abolir estes instrumentos de morte”.

O Santo Padre sempre expressou-se com veemência, desde o início de seu Pontificado, em favor da proibição das armas nucleares devido a seu forte impacto humanitário e também a despesa que dilapida a riqueza das nações. Dois anos atrás tratou desse tema também na sede da Onu.

Mas a voz de Francisco foi ouvida ao longo destes anos? De algum modo influenciou sobre essa questão? Eis o que responde o secretário delegado do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Dom Silvano Maria Tomasi, que durante 13 anos foi observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Genebra, na Suíça:

Dom Tomasi:- “Parece-me que sim, porque, efetivamente, no final de 2014 houve uma grande Conferência promovida pelas Nações Unidas sobre os efeitos humanitários das bombas atômicas. Naquela ocasião o Papa Francisco enviou uma mensagem muito importante aos participantes, na qual pela primeira vez ressaltava o fato que não era aceitável que se pudesse, não somente usar, mas também possuir bombas atômicas. O debate que se seguiu foi muito acalorado, mas no final os cerca de 160 países que estavam presentes, de fato, aceitaram começar a refletir para encontrar um caminho a fim de banir completamente não apenas o uso, mas também a posse das armas atômicas. Depois disso, numa carta ao presidente da Comissão que preparou o texto de uma Convenção sobre a proibição das armas nucleares, o Papa foi muito claro e os pontos concretos por ele propostos foram substancialmente incorporados  na nova Convenção que foi assinada em julho passado.”

RV: De fato, no Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, celebrado pela Onu na terça-feira, o Papa pediu em seu tuíte a aplicação do Tratado de não-proliferação, mas, como sabemos, a Coreia do Norte, que o havia ratificado, depois voltou atrás. Qual a validade que essas leis podem ter? Falta, a seu ver, um alicerce jurídico aplicável a uma matéria dessa natureza?

Dom Tomasi:- “A Nova Convenção não é, certamente, a resposta completa ao artigo VI do Tratado de não-proliferação que solicita que seja sistematicamente discutido e aplicado um desarmamento geral no que diz respeito às armas nucleares. Porém, é também um grande passo avante do ponto de vista global, porque deslegitima as armas nucleares, como fora feito precedentemente nos Tratados para banir as minas antipessoais, as bombas de fragmentação e assim por diante. O que faltava era um documento, um acordo explícito da comunidade internacional para proibir também esta outra fonte de possível destruição em massa representada pelas armas nucleares. Portanto, agora podemos dizer que se pode dar o passo definitivo também de um ponto de vista jurídico, esperando o envolvimento dos países que possuem armas atômicas.”

RV: A Coreia do Norte voltou a ser ameaçadora e em 15 de outubro próximo se negocia o Tratado sobre o nuclear iraniano...

Dom Tomasi:- “É claro que a situação é muito complexa, porém, em primeiro lugar, se deve criar uma cultura e uma mentalidade que reforcem a rejeição completa às armas atômicas. De fato, há quase uma democratização – diria – da discussão sobre armas atômicas que vai além dos países importantes que têm essas armas, e que é expressa por uma vasta maioria dos países do mundo. No que tange à Coreia do Norte, é necessário que o problema seja abordado, sobretudo, no diálogo; não me parece muito sábio criar um muro e criar dificuldade para a possibilidade de dialogar. Porém, é preciso também colocar o problema da resposta no caso da Coreia do Norte e de outros casos análogos num contexto mais vasto: a segurança, o bem-estar e a paz, são assegurados não tanto mediante a ameaça de uma destruição recíproca, mas uma solidariedade que responde às exigências primárias dos países mais pobres, países menores que buscam afirmar sua existência também mediante posições que não são aceitáveis, como o desenvolvimento das armas atômicas. Portanto, é verdade que há dificuldades, porém existem as premissas políticas e jurídicas para buscar encontrar um novo caminho que posa influenciar também a Coreia do Norte, porque é um caminho aberto a reconhecer as outras exigências que este país pode ter.” (RL/AM)

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Viganò: "Rádio, meio essencial no combate às 'fake news'"

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Milão (RV) – “O rádio ocupa um papel importante no combate às ‘fake news’: é o que pensa Mons. Dario Edoardo Viganò, Prefeito da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé. E o afirmou palestrando em um encontro sobre jornalismo paralelo ao ‘Prix Itália', evento em andamento em Milão.

“O meio radiofônico – explicou – possui uma agilidade que lhe permite uma extraordinária rapidez narrativa: basta um microfone ou um telefone para veicular a notícia no ar. Além disso, o rádio tem uma consistente credibilidade junto aos jovens e é constantemente cortejado pelo mercado publicitário”.

Rádio x 'fake news'

É, portanto, um potencial estratégico para conter a difusão de notícias falsas no atual ambiente digital. Segundo Viganó, para combater o fenômeno das fake news, é fundamental verificar as fontes, mecanismo basilar para jornalistas: os únicos que são capazes de agir neste sentido.

Para o Prefeito da SPC, os usuários das redes sociais também devem mudar sua abordagem ao meio: “recuperar o senso crítico evitando clicar ou compartilhar conteúdos sem antes os ler com atenção”.

Ainda sobre o rádio, ‘Don’ Dario Viganò enalteceu a boa qualidade do sistema informativo do Vaticano: “Tradicionalmente, os jornalistas da mídia vaticana estão acostumados a verificar escrupulosamente as fontes e o objetivo agora é projetar esta abordagem no âmbito da reforma das comunicações promovida pelo Papa Francisco, aplicando-a aos novos modelos multimídia que estamos implementando”. 

(cm)

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Igreja no Brasil



Povo Karipuna vive iminência de um genocídio em Rondônia

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Porto Velho (RV) - A Terra Indígena (TI) Karipuna, localizada nos municípios de Porto Velho e Nova Mamoré, com 153 mil hectares, homologada em 1998, fica no centro de uma região onde é grande e crescente a pressão sobre a floresta. Mal comparando, poderia se dizer que a TI estaria no olho de um furacão, devido Dà pressão de madeireiros, pescadores e grileiros que estão adentrando na mesma em  todos os seus quadrantes. Ultimamente, a ocorrência de loteamentos aumentou a preocupação dos indígenas. 

O procurador do Ministério Público Daniel Azevedo Lobo, que desde o início deste ano passou a acompanhar a difícil situação da etnia, considera a situação dos karipuna como de extrema vulnerabilidade:

“Eu acho que se pode falar em uma pretensão de genocídio do povo karipuna, com o objetivo de invadir a TI, tirar os índios e ocupar a área. Para mim pode não ser um genocídio propriamente pela Lei Penal, mas é uma forma de genocídio do ponto de vista de direitos humanos. E também não afastamos a possibilidade de um genocídio do ponto de vista da lei penal, porque estas pessoas madeireiros e grileiros têm armas e muitas vezes são violentas”. 

“Então, pode haver genocídio, morte, violência”.

Além do medo de serem atacados e mortos dentro da TI pelos invasores, os indígenas também enfrentam grandes dificuldades para a sua subsistência. A coleta da castanha, importante fonte de renda para os Karipuna, foi interrompida pelo temor de ameaças feitas pelos invasores. O medo impede que eles transitem livremente pelas suas terras. Eles também encontram dificuldades para escoar a produção agrícola, porque a estrada de acesso está em precárias condições e fica intransitável durante o período das chuvas, situação que se agrava com o trânsito das dezenas dos pesados caminhões carregados de toras de madeiras nobres que deixam sulcos profundos no frágil leito de terra da via.

Outra necessidade é o fornecimento de energia elétrica. Os indígenas utilizam um motor para o fornecimento de energia durante poucas horas da noite. Em setembro, o motor utilizado no poço artesiano queimou e o abastecimento passou a ser feito com a água bruta do rio.

(CIMI/cm))

 

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Brasil: ensino religioso pode ter caráter confessional

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Cidade do Vaticano (RV) - O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira (27) por 6 votos a 5 que o ensino religioso nas escolas públicas pode ter caráter confessional, ou seja, que as aulas podem seguir os ensinamentos de uma religião específica.

Segundo o site UOL Educação, o Supremo tomou a decisão ao julgar uma ação de inconstitucionalidade movida pela Procuradoria-Geral da República, que queria que as aulas de religião oferecessem uma visão plural sobre as diferentes religiões.

Votaram contra o pedido da Procuradoria, e a favor do ensino confessional, os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e a presidente do STF, Cármen Lúcia.

Os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello concordaram com a ação da Procuradoria e entenderam que as aulas em escolas públicas não poderiam ter conteúdo de apenas uma religião.

O STF analisou uma ação de inconstitucionalidade proposta pela Procuradoria-Geral da República contra o acordo entre o Brasil e a Santa Sé e dispositivos da LDB (Lei de Diretrizes e Bases) da Educação, que preveem o ensino religioso nas escolas públicas.

O acordo com o Vaticano e o artigo 33 da LDB afirmam que o ensino religioso "constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas". Enquanto a LDB proíbe "quaisquer formas de proselitismo [doutrinação]", o acordo com o Vaticano proíbe "qualquer forma de discriminação" e diz garantir "o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil".

A Procuradoria defendia que o ensino de religião nas escolas públicas deve contemplar informações sobre a história e doutrina das diferentes religiões, sem tomar partido entre uma delas.

O ensino religioso é previsto na Constituição Federal, que diz que "o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental".

(MJ/UOL)

 

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Igreja na América Latina



Bispos colombianos da Região do Caribe: a água é um direito de todos

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Salgar (RV) - “A água é um dom de Deus para toda a humanidade e não pode tornar-se, certamente, um instrumento para o enriquecimento de alguns privilegiados”, reiteraram com firmeza os bispos e agentes pastorais da Colômbia, da Região Caribe, durante um encontro realizado, em Salgar, no Departamento de Antioquia.

As principais cidades da Região do Caribe colombiano são Barranquilha, Cartagena das Índias, Santa Marta e Valledupar.

O objetivo da reunião foi o de concretizar um itinerário de reconciliação e paz nessa área do país, segundo o apelo feito pelo Papa Francisco durante sua recente viagem apostólica à Colômbia.

Segundo o jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, os prelados reiteraram o desejo de acolher o convite do Pontífice por um cuidado responsável da Casa comum e se comprometeram a trabalhar, no contexto dessa região caribenha, pelo alcance de um pacto social e cultural que permita uma convivência pacífica e respeitosa dos direitos dos pobres. Um compromisso que não pode prescindir do sublinhar a necessidade de uma distribuição justa dos recursos naturais e da urgência de combater a poluição ambiental, primeira causa das mudanças climáticas que provocaram muitos sofrimentos, especialmente às populações mais carentes da região caribenha como também de muitas outras áreas pobres do Planeta.
 
Nessa perspectiva, os bispos do caribe colombiano ressaltaram que uma das principais preocupações pastorais será a promoção do conhecimento, do estudo e aplicação concreta das indicações contidas na Encíclica ‘Laudato si’ do Papa Francisco. 

Os prelados se disseram prontos para enfrentar o desafio da tutela do ambiente e de uma distribuição equitativa dos recursos hídricos, na convicção de que a água “é um dom de Deus, um direito vital e um bem comum”. 

Portanto, é preciso lançar um grande debate sobre o uso deste recurso natural fundamental e trabalhar, com o envolvimento das instituições acadêmicas e comunidades, pela realização de uma agenda comum.

“Reiteramos que a água que irriga a nossa Região do Caribe é um dom de Deus, um direito humano fundamental e um bem comum. O acesso à água é uma questão de justiça e sustentabilidade social e política em todo o Caribe”, concluíram os bispos colombianos.

(MJ)

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Igreja no Mundo



RD do Congo: Presidente do episcopado denuncia sequestro de sacerdotes

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Kinshasa (RV) – “Os padres não estão envolvidos em política. Se houve apelos por parte de algum agente pastoral, é no âmbito do compromisso civil, do respeito de valores como a justiça, a paz e a reconciliação”.

É o que afirma o Bispo de Kisangani e Presidente da Conferência Episcopal Nacional do Congo (CENCO), Dom Marcel Utembi Tapa, ao denunciar em uma coletiva de imprensa em Bruxelas o sequestro de sacerdotes no leste da República Democrática do Congo.

“Denunciamos os ataques contra a Igreja e sobretudo o sequestro de servidores de Deus – sublinhou o prelado. Continuamos a pedir a eles para voltarem à razão, e libertarem os sacerdotes sequestrados, para que estes possam retomar as suas atividades pastorais”.

Os sequestros

Os sequestros denunciados por Dom Utembi Tapa ocorreram no Território de Beni, Província do Kivu do Norte.

De fato, na noite entre 16 e 17 de julho, os Padres Akilimali e Charles Kipasa foram levados por desconhecidos da Paróquia de Notre-Dames des Anges, de Bunyuka (Diocese Beni-Butembo).

Desde então não se teve mais notícias de seus paradeiros, assim como de outros três sacerdotes assuncionistas: Padre Jean-Pierre Ndulani, Padre Anselme Wasikundi e Padre Edmond Bamutute, sequestrados na Paróquia de Notre-Dame des Pauvres, de Mbau (22 km de Beni), em outubro de 2012.

Região conturbada por interesses econômicos

A região onde ocorreram os sequestros – escreve a Agência Fides – vive há decênios uma condição de forte insegurança pela presença de diversos grupos armados, a maior parte dos quais dedicados à exploração ilegal dos enormes recursos naturais locais, como coltan (mistura dos minerais columbita e tantalita), estanho, ouro e madeira.

Tensões políticas

A isto somam-se as recentes tensões políticas que abalam o país provocadas pelo impasse político institucional pela não realização das eleições presidenciais e políticas previstas.

A Igreja mediou o Acordo de São Silvestre, que estabelecia a realização de eleições presidenciais até 2017, acordo que acabou sendo desfeito.

A este respeito, Dom Utembi Tapa afirmou que os sequestradores são “evidentemente os inimigos da Igreja Católica, aqueles que não querem que as coisas mudem e aqueles que consideram que seus interesses são ameaçados por certas tomadas de posição da Igreja”.

Mas a Igreja – concluiu o Presidente da CENCO – não faz outra coisa que “pregar a justiça, a paz, o respeito do bom governo, no contexto da Doutrina Social).

(JE/Fides)

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Caritas: "Olhe o imigrante nos olhos e ouça a sua história"

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Cidade do Vaticano (RV) – “Antes de rotular um imigrante, toquem a sua mão, conheçam-no, ouçam a sua história, e verão que eles são como vocês e eu”: foi o que disse quarta-feira (27/09) o cardeal filipino Luis Tagle, Presidente da Caritas Internacional, aos jornalistas credenciados no Vaticano. 

Em coletiva, apresentando a campanha de dois anos "Compartilhe a Viagem", o arcebispo de Manila revelou ser ele mesmo um neto de imigrantes. Seu avô, fugindo da pobreza, deixou a China quando era ainda menino, desacompanhado.

“Eles não são 'o outro'. Poderiam ser eu. Poderiam ser meu irmão, minha irmã, meus pais”, disse o Cardeal Tagle.

A nova campanha de ação e conscientização está sendo coordenada pela Caritas Internacional e incentiva comunidades locais a promoverem encontros nas comunidades e nas casas de famílias entre imigrantes e aqueles que os temem ou denigram.

“Olhem para eles nos olhos, ouçam por que deixaram seus lares, como foi sua jornada, vejam as pessoas reais por trás dos números e das histórias assustadoras”, convidou o Presidente da Caritas.

Presente na coletiva, Bekele Moges, diretor da Caritas Etiópia, um dos países mais afetados pelo fenômeno, lembrou que os imigrantes “não emigram pelo simples prazer de emigrar, mas porque algo os obriga a fazer isso”.

Segundo dados da Caritas, cerca de 244 milhões de pessoas no mundo tiveram que emigrar em 2015, entre eles 34 milhões de africanos.

(cm)

 

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Card. Barbarin aos separados, divorciados e recasados: construamos juntos a Igreja

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Lyon (RV) – O Arcebispo de Lyon, Cardeal Philippe Barbarin, convida separados, divorciados e os recasados da Diocese para participarem, em 15 de outubro, de um “grande encontro” na Catedral de Saint Jean.

A intenção – explica o purpurado em uma mensagem postada também no youtube e referida pela Agência Sir – é de “mostrar a cada um que não somente é acompanhado pelo afeto, a atenção e o amor de todos, mas sobretudo que temos necessidade dele, no caminho em que se encontra, para que nós construamos todos juntos a Igreja”.

Em particular - a partir do Capítulo 8 da Exortação pós-sinodal do Papa Francisco Amoris Laetitia – existe o desejo de dar a compreender “até que ponto a misericórdia de Deus é mais forte do que as nossas dificuldades ou de todas as rupturas que possamos ter vivido”.

Certamente – disse ainda o Cardeal, “a Palavra de Deus é uma verdade que não pode ser mudada, mas tampouco ser como que fixada em um sistema de pensamento”. E citando Bento XVI , indica a possibilidade de que justamente estas pessoas são portadoras de novidades: “Por meio dos sofrimentos vividos, talvez tenham algo de novo a dizer, para ajudar todos a avançar”.

O encontro na Catedral terá início às 17h30 (hora local). Após o Cardeal se pronunciar, será a vez dos testemunhos de paróquias que iniciaram um caminho de discernimento, como proposto pelo Papa Francisco, seguidos pela Oração das Vésperas e um momento de convivência.

No convite, o purpurado também escreve: “Se te sentiste julgado, rejeitado ou excluído por um membro de nossa Igreja por causa do teu estado civil, te peço perdão, porque nenhum destes comportamentos reflete o coração do servo”, que “como bispo da diocese, quero e devo ser”.

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Bispos sobre referendum na Catalunha: evitar decisões e ações irreversíveis

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Barcelona (RV) – “Diante da grave situação que se vive na Catalunha, causando grande preocupação no resto da Espanha, nós bispos, em primeiro lugar, queremos fazer nossos os desejos e os sentimentos recentemente expressos em maneira conjunta pelos bispos da Catalunha, autênticos representantes de suas dioceses”.

Assim inicia a nota da Comissão Permanente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), lida na tarde da quarta-feira pelo seu Presidente, Dom Ricardo Blázquez Pérez, ao final da reunião da Comissão. O purpurado explicou que “a nota foi aprovada por unanimidade por todos os membros da Comissão permanente”.

Os bispos – refere a Agência Sir – pedem orações por aqueles que neste momento difícil “têm a responsabilidade no governo das diversas administrações públicas, da gestão do bem comum e da convivência social”, para que todos sejam guiados “pelo bom senso e pelo desejo de serem justos e fraternos” e com responsabilidade “avançar no caminho do diálogo e na compreensão, no respeito pelos direitos e pelas instituições, contribuindo para tornar a nossa sociedade um espaço de fraternidade, liberdade e paz”.

Nestes graves momentos – defendem os prelados espanhóis – “a verdadeira solução do conflito passa por meio do recurso ao diálogo e à busca do bem comum de todos, como sublinha a Doutrina Social da Igreja”.

Os bispos fazem referência à Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, na qual o Papa Francisco indica que “é tempo de saber como projetar, em uma cultura que privilegie o diálogo como forma de encontro, a busca de consenso e de acordos, sem porém separá-la da preocupação por uma sociedade justa, capaz de memória e sem exclusões”.

Para tornar possível “este diálogo honesto e generoso”, é “necessário que tanto as autoridades das administrações públicas quanto os partidos políticos e as outras organizações, assim como os cidadãos, evitem decisões e ações irreversíveis e com consequências graves, que se situem à margem da prática democrática projetada pelas legítimas leis que garantam a nossa convivência pacífica e originem divisões familiares, sociais e eclesiais”.

Para os bispos, “é necessário recuperar a consciência civil e a confiança nas instituições, no respeito pelos princípios que o povo sancionou na Constituição.

Por fim, os prelados oferecem a sua “colaboração sincera ao diálogo em favor de uma pacífica e livre convivência entre todos”.

 

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Formação



Evangelii nuntiandi: de Cristo evangelizador a uma Igreja evangelizadora

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o presente espaço de formação e aprofundamento tem ressaltado, entre outros,  a imprescindível necessidade de conhecer os documentos da Igreja. Nesse sentido, na edição passada destacávamos a importância de conhecer, aprofundar e revisitar tais documentos para continuar nossa caminhada missionária servindo-se do rico patrimônio doutrinal de que dispomos, de modo particular na esteira do Concílio ecumênico Vaticano II. 

Na edição de hoje do nosso quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” gostaria de voltar nosso olhar, brevemente e de forma circunscrita, a um importante documento magisterial. Trata-se da Exortação apostólica "Evangelii nuntiandi" do Papa Paulo VI, de 1975, documento que conferiu um notável dinamismo à ação evangelizadora da Igreja nas décadas seguintes, acompanhada por uma autêntica promoção humana.

Fruto do Sínodo dos Bispos sobre a evangelização, o Papa Paulo VI a escreveu após 10 anos do Decreto conciliar "Ad gentes". Paulo VI fala dos "tempos novos da evangelização", prefigurando a "nova evangelização" tão auspiciada por João Paulo II, depois incrementada por Bento XVI e agora pelo Papa Francisco. Vale aqui lembrar que a “Evangelii gaudium” do Papa Bergoglio, Exortação apostólica de novembro de 2013 sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual, traz grande inspiração da Evangelli nuntiandi de Paulo VI.

Efetivamente, publicada no dia 8 de dezembro de 1975, na exortação, o Beato Paulo VI recolheu os resultados da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos de 1974, dedicada ao tema A evangelização no mundo moderno.

O texto na introdução parte de três perguntas:

4. "Esta fidelidade a uma mensagem da qual nós somos os servidores, e às pessoas a quem nós a devemos transmitir intacta e viva, constitui o eixo central da evangelização, Ela levanta três problemas candentes, que o Sínodo dos Bispos de 1974 teve constantemente diante dos olhos: O que é que é feito, em nossos dias, daquela energia escondida da Boa Nova, suscetível de impressionar profundamente a consciência dos homens? Até que ponto e como é que essa força evangélica está em condições de transformar verdadeiramente o homem deste nosso século? Quais os métodos que hão de ser seguidos para proclamar o Evangelho de modo a que a sua potência possa ser eficaz? Tais perguntas, no fundo, exprimem o problema fundamental que a Igreja hoje põe a si mesma e que nós poderíamos equacionar assim: Após o Concílio e graças ao Concílio, que foi para ela uma hora de Deus nesta viragem da história, encontrar-se-á a Igreja mais apta para anunciar o Evangelho e para o inserir no coração dos homens, com convicção, liberdade de espírito e eficácia? Sim ou não?"

O texto divide-se em sete capítulos: o primeiro deles traz como título “De Cristo evangelizador a uma Igreja evangelizadora”. Subdividido em tópicos, este fala do "Testemunho e missão de Jesus", e diz o seguinte:

6. O testemunho que o Senhor dá de si mesmo e que São Lucas recolheu no seu Evangelho, "Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus", tem, sem dúvida nenhuma, uma grande importância, porque define, numa frase apenas, toda a missão de Jesus: "Para isso é que fui enviado". Estas palavras assumem o seu significado pleno se se confrontam com os versículos anteriores, nos quais Cristo tinha aplicado a si próprio as palavras do profeta Isaías: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para evangelizar os pobres". Andar de cidade em cidade a proclamar, sobretudo aos mais pobres, e muitas vezes os mais bem dispostos para o acolher, o alegre anúncio da realização das promessas e da aliança feitas por Deus, tal é a missão para a qual Jesus declara ter sido enviado pelo Pai. E todos os aspectos do seu mistério, a começar da própria encarnação, passando pelos milagres, pela doutrina, pela convocação dos discípulos e pela escolha e envio dos doze, pela cruz, até a ressurreição e à permanência da sua presença no meio dos seus, fazem parte da sua atividade evangelizadora.

O anúncio do reino de Deus

8. Como evangelizador, Cristo anuncia em primeiro lugar um reino, o reino de Deus, de tal maneira importante que, em comparação com ele, tudo o mais passa a ser "o resto", que é "dado por acréscimo". Só o reino, por conseguinte, é absoluto, e faz com que se torne relativo tudo o mais que não se identifica com ele. O Senhor comprazer-se-ia em descrever, sob muitíssimas formas diversas, a felicidade de fazer parte deste reino, felicidade paradoxal, feita de coisas que o mundo aborrece; as exigências do reino e a sua carta magna; os arautos do reino; os seus mistérios; os seus filhos; e a vigilância e a fidelidade que se exigem daqueles que esperam o seu advento definitivo.

Amigo ouvinte, por hoje é só. Semana que vem tem mais, se Deus quiser!

(RL)

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Atualidades



Franciscanos levam Conceição do Mato Dentro (MG) à ONU

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Genebra (RV) - Quarta-feira (27/09) a ONG Franciscans International apresentou na sede das Nações Unidas em Genebra, na Suíça, um painel de denúncia sobre os efeitos do extrativismo no território e na população de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais.

A Organização Franciscans International é a ‘voz franciscana nas Nações Unidas que protege os vulneráveis, os esquecidos, os marginalizados e a nossa terra, tão profundamente ferida’.

Respeitar a dignidade de cada pessoa numa comunidade global em que os recursos sejam divididos com equidade, na qual o meio ambiente seja defendido e as nações e povos vivam em paz: são os objetivos da ONG.

Neste sentido, o espaço aberto na Convenção de Direitos Humanos da ONU alertou para os impactos a que esta população, de modo particular, está exposta.

Foram denunciados o não-envolvimento das comunidades que poderão ser afetadas, a falta de atenção aos estudiosos no assunto e a omissão dos órgãos de licenciamento em relação a estas situações.

A prática mineradora desconstrói o território e em nome do progresso constrói um território sem vínculos com as comunidades locais. O licenciamento é feito de maneira fatiada para esconder a realidade dos impactos negativos.

Frei Rodrigo Péret acompanha a questão da degradação de áreas de preservação permanente e a violação dos direitos humanos, decorrente  da exploração mineral no Brasil. Engajado com a realidade social e ambiental, é também assessor da CNBB para assuntos referentes à mineração.

Ele participou da Conferência na sede da ONU em Genebra e enviou o seu relato. Ouça aqui: 

Com Frei Rodrigo, expuseram a situação Moema Miranda, de Igrejas e Mineração, Patrícia Generoso, membro da Rede de Articulação e Justiça Ambiental dos Atingidos do Projeto Minas Rio, e Igor Bastos, do Movimento Católico Global pelo Cima, a quem agradecemos pela parceria. 

Confira a apresentação:

(cm)

 

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Card. Filoni: investir em evangelização mais forte dos próprios japoneses

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Tóquio (RV) - “Um dos maiores obstáculos para a propagação da fé no Japão parece ser a falsa identificação entre cristianismo e cultura europeia.” Essa é uma das considerações do prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, expressa no encontro da tarde de segunda-feira (25/09) em Tóquio com os bispos japoneses.

Falando aos representantes do Episcopado do País do Sol Nascente, o purpurado repropôs também o misterioso vínculo entre a vicissitude histórica do catolicismo japonês e as experiências de perseguição e martírio que caracterizaram seu início.

Os primeiros missionários que chegaram ao Japão no Séc. XVI “encontraram uma terra fértil para o anúncio do Evangelho. Apesar das perseguições por obra de Toyotomi Hideyoshi, o número dos católicos crescera (afirma-se chegando a 650 mil)”, recordou o prefeito de Propaganda Fide.

E após as perseguições, a experiência dos chamados “cristãos ocultos” (kakure Kirishitan) – que foram protegidos na fé por mais de um século, sem sacerdotes e sem contatos com o restante do cristianismo – representa justamente um “testemunho extraordinário” daquilo que permite perseverar no seguimento de Cristo, mesmo em condições difíceis:

“Como na oração de Abraão, que implorava a Deus que não passasse direto, mas que parasse em sua tenda”, observou, “do mesmo modo também os ‘cristãos ocultos’ do Japão elevavam a Deus uma sincera invocação a não abandonar a obra iniciada.

Após ter recordado os obstáculos que podem derivar de uma identificação equivocada entre cristianismo e cultura europeia, o purpurado reconheceu que “talvez tenhamos que redescobrir a força da evangelização inicial, enriquecendo-a com a experiência e o conhecimento atual”.

E acrescentou também que na era da globalização, dos confins que se reduzem, das viagens facilitadas, não se pode pensar em impedir ou limitar “a presença dos missionários não japoneses”.

Ao mesmo tempo, “é preciso investir numa evangelização, mais forte e participativa, dos próprios japoneses: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas, leigos, famílias, associações e assim por diante. Os missionários podem integrar, não substituir”, destacou.

O encontro da tarde de segunda-feira em Tóquio com os bispos japoneses constituiu o compromisso conclusivo da visita do Cardeal Filoni ao Japão, iniciada no dia 17 de setembro.

No encontro de domingo (24/09) à tarde com sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos de Tóquio, o purpurado recordou três “perigos” que devem ser evitados por quem trabalha na obra apostólica: “o sectarismo” (ou seja, o arrebanhar pessoas, a banalização da fé, a exploração econômica dos adeptos); o “proselitismo” (cortejar os outros a fim de aderir à própria doutrina); e o “ideologismo” (isto é, o doutrinamento fideísta ou farisaico, que pode ser socialmente perigoso).

A evangelização “é o encontro pessoal com Cristo, e se dá pelo anúncio do Evangelho e por contato, ou seja, mediante o testemunho humilde e generoso, que suscita no outro o interesse sobre por que tu acreditas e te comportas de modo diferente”, acrescentou por fim o prefeito de Propaganda Fide. (RL/Fides)

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