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Sumario del 29/09/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Papa e Santa Sé



Arcanjos são companheiros de vida, diz o Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – Nós e os anjos temos a mesma vocação: “cooperar juntos para o desígnio de salvação de Deus”. Foi o que disse o Papa na homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta, por ocasião da Festa dos três arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel: 

“Somos – por assim dizer – ‘irmãos’ na vocação. E eles estão diante do Senhor para servi-lo, louvá-lo e também para contemplar a glória do rosto do Senhor. Os anjos são os grandes contemplativos. Eles contemplam o Senhor; servem e contemplam. Mas também o Senhor os envia para nos acompanhar no caminho da vida."

Em especial, Miguel, Gabriel e Rafael, explicou Francisco, têm um “papel importante no nosso caminho rumo à salvação”. “O Grande Miguel é que declara guerra ao diabo”, ao “grande dragão”, à “velha serpente” que “perturba a nossa vida” , seduz “toda a terra habitada” assim como seduziu a nossa mãe Eva com argumentos convincentes e, depois, quando caímos, nos acusa diante de Deus:

“Mas coma o fruto! Lhe fará bem, lhe fará conhecer muitas coisas”… E começa, assim como a serpente, a seduzir, a seduzir … E depois, quando caímos nos acusa diante de Deus: “É um pecador, é meu!”. Ele é meu: é justamente a palavra do diabo. Nos vence com a seduação e, depois, nos acusa diante de Deus: “É meu. Eu o levo comigo”. E Miguel declara guerra. O Senhor lhe pediu que declarasse guerra. Para nós que estamos em caminho nesta vida rumo ao Céu, Miguel nos ajuda a declarar guerra ao diabo, a não nos deixar seduzir.

É um trabalho de defesa que Miguel faz pela “Igreja” e por “cada um de nós”, diferente do papel de Gabriel, “o outro arcanjo de hoje”, aquele que, recorda o Papa, “traz as boas notícias; aquele que levou a notícia a Maria, a Zacarias, a José”: a notícia da salvação. Também Gabriel está conosco, assegura ainda o Papa, e ajuda-nos no caminho, quando “esquecemos” o Evangelho de Deus, que “Jesus veio conosco” para nos salvar.

O terceiro arcanjo que celebramos hoje é Rafael, aquele que “caminha conosco” e que nos ajuda neste caminho: devemos pedir-lhe, é o convite do Papa, para nos proteger da “sedução de dar um passo errado”.

Eis, então os nossos companheiros ao serviço de Deus e da nossa vida que Francisco hoje nos ensina a rezar de maneira simples:

“Miguel, ajude-nos na luta; cada um sabe qual luta tem em sua vida hoje. Cada um de nós conhece a luta principal, que faz arriscar a salvação. Ajude-nos. Gabriel, traga-nos notícias, traga-nos a Boa Notícia da Salvação, que Jesus está conosco, que Jesus nos salvou e nos dê esperança. Rafael, segure a nossa mão e nos ajude no caminho para não errarmos a estrada, para não permanecermos parados. Sempre caminhando, mas ajudados por você”.

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Divulgado o tema do 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais

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Cidade do Vaticano  - “A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32). Notícias falsas e jornalismo de paz, será o tema do 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado em 2018.

O tema escolhido pelo Santo Padre e divulgado esta sexta-feira, 29, faz referência às “notícias falsas” ou “fake news”, ou seja, as informações infundadas que contribuem para gerar e alimentar uma forte polarização das opiniões.

Trata-se de uma distorção muitas vezes instrumental dos fatos, com possíveis repercussões sobre comportamentos individuais ou coletivos.

No contexto em que as empresas de referência das redes sociais e o mundo das instituições e da política iniciaram a combater este fenômeno, também a Igreja quer oferecer uma contribuição, propondo uma reflexão sobre as causas, as lógicas e as consequências da desinformação na mídia e auxiliando na promoção de um jornalismo profissional, que busca sempre a verdade, e por isto um jornalismo de paz, que promova a compreensão entre as pessoas.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais – único dia mundial estabelecido pelo Concílio Vaticano II ("Inter Mirifica", 1963) – é celebrado em muitos países, por recomendação dos bispos, no Domingo sucessivo à Solenidade de Pentecostes (em 2018, será em 13 de maio).

O texto da Mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das Comunicações Sociais é tradicionalmente no dia em que a Igreja recorda a memória de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas (24 de janeiro).

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Papa: a evangelização é obra de todo Povo de Deus

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco concluiu sua série de audiências esta sexta-feira (29/09) recebendo os participantes da Plenária do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. 

O dicastério foi o responsável em organizar o Ano Santo da Misericórdia e, agora, em promover seus frutos deste Jubileu na comunidade eclesial.

“Não podemos nos permitir que tanto entusiasmo seja diluído ou esquecido. (...) A Igreja tem a grande responsabilidade de continuar sem cessar a ser instrumento de misericórdia”, afirmou o Papa.

O anúncio da misericórdia, acrescentou, pertence intrinsecamente ao compromisso de todo evangelizador, a todo o Povo de Deus. A propósito do tema da evangelização, Francisco destacou dois aspectos.

O primeiro é a contribuição que os povos e as respectivas culturas oferecem ao caminho do Povo de Deus. “A riqueza que provém da multiplicidade de boas tradições é preciosa para vivificar a ação da graça”, recordou o Pontífice.

O segundo aspecto é o chamado à profunda unidade e humanidade da comunidade dos fiéis, que transcende a disponibilidade pessoal.

E isso vale de modo especial num período como o nosso, em que uma nova cultura está em evolução, fruto da tecnologia, mas que deixa de lado a relação interpessoal e o interesse pelo outro. Portanto, “é importante que saibamos entrar no coração das pessoas, para descobrir o sentido e o amor de Deus, que nos leva a olhar avante com serenidade”, derrotando a indiferença.

O Papa então concluiu:

“Queridos irmãos e irmãs, a nova etapa da evangelização que somos chamados a percorrer certamente é obra de toda a Igreja, “povo em caminho rumo a Deus”. Redescobrir este horizonte de significado e de concreta práxis pastoral poderá favorecer o impulso da própria evangelização, sem esquecer o valor social que lhe pertence para uma genuína promoção humana integral.

Francisco fez votos de bom trabalho aos membros do dicastério, em especial em preparação para o primeiro Dia Mundial dos Pobres, que será celebrado em 19 de novembro. 

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Santa Sé na Onu: líderes religiosos contribuem para proteção dos Estados

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Nova York (RV) - “A responsabilidade de proteger os próprios habitantes é o objetivo primário dos Estados e do direito penal.” Foi o que disse o secretário vaticano das relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, em pronunciamento na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, sobre a avaliação do plano de ação global da Onu para combater o tráfico de pessoas.

“O ponto fundamental do crescimento da responsabilidade de proteger teve início com a declaração da Independência dos EUA em 4 de julho de 1776 e a Declaração dos direitos do homem e do Cidadão da França em 26 de agosto de 1789, em que foi estabelecida a igualdade dos cidadãos perante a lei, e das quais nasceram as bases principais do direito penal de hoje”, explicou o arcebispo inglês.

Portanto, a responsabilidade primária de um Estado é justamente a de proteger a ordem pública, a harmonia social, a vida e a segurança das pessoas e de seus familiares, e este se mostra atualmente um princípio absoluto aceito por todos e, por conseguinte, torna-se necessário evitar que os governos negligenciem essas regras fundamentais de um Estado.

“A 60ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas definiu os três pilares sobre os quais se alicerça o conceito internacional da responsabilidade de proteger e são os seguintes: em primeiro lugar, os Estados têm a responsabilidade de proteger as populações sob sua jurisdição de genocídios, crimes de guerra, limpezas étnicas e crimes contra a humanidade; ademais, a comunidade internacional deve ajudar os Estados nessa tarefa; e, por fim, quando um Estado fracassa nesse objetivo, a comunidade internacional deve então cuidar daquelas populações”, explicou Dom Gallagher.

Nesse caso, o representante vaticano quis fazer uma observação: “No caso em que um Estado decida fazer uma intervenção militar em outro Estado vizinho com o pretexto de aplicar a responsabilidade de proteção, o que se consegue muitas vezes é minar ainda mais a segurança daquela nação e, portanto, isso levanta sérias reservas a propósito”.

Daí, o secretário vaticano das Relações com os Estados evidenciou que diante dessas relações delicadas de responsabilidade de proteção dos Estados, os líderes religiosos assumem um papel importante. No exercício de sua missão eles podem facilitar a justa aplicação destes princípios.

“Os líderes religiosos podem ajudar a sociedade a entender o conceito de responsabilidade de proteção, que faz parte dos valores presentes em todas as grandes religiões do mundo onde são afirmados os princípios éticos de reciprocidade de ajuda. E o primeiro valor é a obrigação por parte de todos de respeitar a vida dos outros e que os governos protejam seus cidadãos”, explicou ainda.

E recordando as palavras do Papa Francisco durante o Encontro inter-religioso (02/10/16) na visita que fez ao Azerbaijão, citou:

“As religiões, ajudando a discernir o bem e a pô-lo em prática com as obras, a oração e o esforço do trabalho interior, são chamadas a construir a cultura do encontro e da paz, feita de paciência, compreensão, passos humildes e concretos. É assim que se serve a sociedade humana. Esta, por sua vez, está sempre obrigada a vencer a tentação de se servir do fator religioso: as religiões jamais devem ser instrumentalizadas e nunca se podem prestar a apoiar conflitos e confrontos.”

E explicou: “Os verdadeiros sentimentos religiosos estão longe de toda e qualquer forma de violência. Há uma ligação inseparável entre o patrimônio jurídico e os verdadeiros valores religiosos, como o reconhecimento dos valores humanos e a fraternidade universal. Portanto, é responsabilidade dos líderes religiosos, como parte de sua missão, promover o reconhecimento daquele patrimônio jurídico universal, que pode também ser chamado direito natural e das obrigações que dele derivam”.

Por outro lado, acrescentou o Arcebispo Gallgagher, os crimes mais vis do Séc. XX se verificaram num momento em que a ideia de Deus e da fraternidade universal, características das grandes religiões, foi substituída por ideologias de superioridade racial ou nacional e de luta de classe.

O representante vaticano concluiu afirmando que “o grande papel que os líderes religiosos podem desempenhar no que concerne à responsabilidade de proteger é o de garantir que as religiões sejam vividas de modo tal que genocídios, crimes de guerra, limpezas étnicas ou crimes contra a humanidade jamais voltem a verificar-se”. (RL)

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Cardeal Bo: visita do Papa é uma bênção para Myanmar

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Naypyidaw (RV) – “A visita do Papa a Myanmar (27-30 de novembro) foi acolhida como uma bênção e uma contribuição para a paz e a harmonia. Tanto os componentes civis do governo, como Aung San Suu Kyi e os membros militares, parecem entusiasmados com a visita”, afirmou à Agência Fides o Cardeal Charles Maung Bo, Arcebispo de Yangón, ao comentar a visita do Papa a Myanmar.

“Certamente a maioria das pessoas espera uma “visita de cura”, continuou ele. Muitos cidadãos birmaneses acompanharam a visita do Papa à Colômbia, um país que busca a paz”.

Os desafíos do Papa na visita ao país

“A imprensa, tanto internacional como local – observa o purpurado – vê muitos desafios para o Papa”, a começar pelos “riscos de tensões religiosas”, já que “os comentários do Papa sobre os Rohingya poderiam enfurecer aos nacionalistas que defendem que os Rohingya não são birmaneses, mas bengaleses, e não tem o direito de viver no país”.

Alguns grupos já estão à beira de uma guerra: “Ashin Wirathu, monge que dirige o movimiento budista  ‘Ma Ba Tha’, denuncia a visita papal como políticamente incitada”, afirmando que “não existe um grupo étnico Rohingya em nosso país”.

Por outro lado, “os partidários dos Rohingya esperam que o Papa expresse sua opinião”, continua o Cardeal Bo.

Evitar usar o temo “Rohingya”

A este respeito, para evitar as tensões e para não provocar conflitos sociais e religiosos, a Igreja de Myanmar – explica o Cardeal – sugere ao Papa Francisco que “não use o termo Rohingya”, mas que "fale dos direitos humanitários dos muçulmanos que sofrem no Estado de Rakhine, da necessidade de uma solução duradoura, da adoção de soluções não violentas e da urgência da cooperação regional ".

Aung San Suu Kyi

Sobre a delicada posição da  líder birmanesa Aung San Suu Kyi, Prêmio Nobel da Paz e hoje Ministro do governo, o Cardeal confirma a posição da Igreja Católica: “Necessita pleno apoio. Aung San Suu Kyi foi atacada pelos meios de comunicação, às vezes sem piedade. Está profundamente decepcionada com a mídia occidental. É uma personalidade forte. Teria ouvido sugestões construtivas. Seus êxitos foram muitos, mas eles ruíram com os últimos acontecimentos. Ela sacrificou toda a sua vida para ressuscitar o país das ruínas depois de sessenta anos de governo em uma junta militar. É um feito histórico. Nas suas frágeis mãos, ela mantém os sonhos de milhões de pessoas neste país ".

Liderança deve continuar

"Suas percepções podem estar equivocadas – continua o Cardeal Bo - mas sua integridade e compromisso estão acima de qualquer suspeitas. Sua liderança deve continuar. É necessário apreciar seu papel na democratização desta nação. Seu compromisso com os Acordos de Paz de Panglong (para Reconciliação com Minorias Étnicas, ndr) conseguiu reunir todos os grupos de combate e o exército na mesma mesa. Está oferecendo espaços de diálogo entre partidos opostos. Este processo precisa de apoio e apreço".

Promover a paz entre grupos étnicos

O purpurado  recordou, por fim, que "a justiça econômica e a justiça ambiental em Myanmar podem criar uma paz duradoura. Uma maior democracia e uma maior inclusão irão curar feridas históricas. A Igreja quer ajudar a construir a paz através de iniciativas inter-religiosas. As soluções violentas não têm se mostrado efetivas nas últimas seis décadas. É necessário promover a paz com grupos étnicos, adotando um sistema federal ". (JE/Fides)

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A resposta do Papa aos críticos da 'Amoris Laetitia'

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco explicou que as críticas provenientes de alguns setores à sua exortação apostólica pós-sinodal, “Amoris Laetitia” são respeitáveis, mas equivocadas.

A afirmação foi feita no encontro realizado com alguns jesuítas durante a sua recente viagem à Colômbia e publicada quinta-feira (28/09) pela revista da Companhia de Jesus “Civiltà Cattolica”.

Na primeira declaração de Francisco sobre o assunto, o Papa disse aos jesuítas colombianos que para entender Amoris Laetitia, é preciso lê-la do começo ao fim: “Comece com o primeiro capítulo, continue pelo segundo e assim por diante, e reflita. Leia o que foi dito no Sínodo”.

“Aproveito a oportunidade para dizer uma coisa que eu acho que devo dizer, na justiça e também na caridade, porque ouço muitos comentários - respeitosos porque são ditos por filhos de Deus, mas equivocados - sobre a Exortação Apostólica pós-sinodal”, disse Francisco em resposta a uma pergunta dos jesuítas.

Francisco reafirmou claramente que a moralidade de 'Amoris Laetitia' é tomista, do grande Santo Tomás. “Você pode falar disso com um grande teólogo, entre os melhores de hoje e entre os mais maduros, o Cardeal Christoph Schönborn”.

Na semana passada, cerca de sessenta historiadores, teólogos e sacerdotes divulgaram um documento em que assinalavam sete possíveis "heresias" contidas na "Amoris Laetitia" e pediram ao Papa uma revisão do documento.

O texto, de 25 páginas e intitulado "Correction filiales de haeresibus propagagatis" (Correção filial em relação à propagação de heresias), teria sido enviado ao Pontífice no último dia 11 de agosto e publicado em um site para a coleta de assinaturas. 

(cm)

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Salesiano mártir será beatificado este sábado em Bratislava

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Cidade do Vaticano (RV) –  O sacerdote eslovaco Padre Tito Zeman será beatificado este sábado, 30 de setembro, em cerimônia realizada na Igreja da Sagrada Família em Brastislava.

A Secretaria para a Comunicação perguntou ao Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, em que circunstâncias ocorreu o seu martírio:

“A infeliz ditadura comunista do século passado havia transformado a Eslováquia e muitas outras nações do bloco soviético em um triste campo de prisioneiros. O rancor era dirigido sobretudo contra a Igreja, que mantinha viva a identidade do povo eslovaco, defendendo a sua liberdade e dignidade. Foram fechadas as escolas católicas e confiscados os seus bens; presos e condenados bispos, sacerdotes e leigos. Neste clima de autêntica perseguição, Padre Tito e muitos outros com ele, demonstraram uma coragem extraordinária, opondo-se ao ódio com a força do amor”.

SPC: O que o senhor poderia falar sobre a sua vida?

“Nascido em Vajnory, próximo a Bratislava (na Eslováquia), em 4 de janeiro de 1915, era o primogênito de uma família cristã de dez filhos. Tendo se tornado salesiano, foi ordenado sacerdote em 1940. Arriscando a vida, atravessou várias vezes a fronteira para poder trazer para a Itália alguns jovens aspirantes ao sacerdócio. Preso, foi condenado pelo regime comunista à prisão e trabalhos forçados. Morreu em 18 de janeiro de 1969. Em 1991 o processo de reabilitação o proclamou definitivamente inocente”.

SPC: Qual foi, então, a razão de sua condenação à morte?

“Foi preso porque ajudava a expatriar seminaristas e sacerdotes, para que pudessem realizar seu ideal apostólico. Foi então, condenado por alta traição a trabalhos forçados. Entre outros, foi destinado à chamada “Torre da Morte”. Lá, ele era obrigado a escavar na rocha para extrair urânio que, como se sabe, é um metal altamente tóxico e radioativo. Em um controle médico mediram a radioatividade de seu corpo, encontrando níveis  altíssimos. Por isto, Padre Zeman tornou-se um “mukl”, um homem, isto é, destinado à eliminação física. As intensas irradiações, o frio, o definhar das forças e a consciência de serem homens a serem suprimidos como insetos, tornavam o assim chamado “local de trabalho” como um autêntico campo de extermínio”.

SPC: O que se poderia dizer de sua figura de salesiano mártir?

“Trata-se de um aspecto frequentemente negligenciado mas essencial no empenhativo apostolado da educação dos jovens. Dom Bosco repetia frequentemente que, quando um salesiano sucumbe, trabalhando pelas almas, a Congregação terá um grande triunfo. E o grande educador da juventude falava não somente daquele extenuante martírio cotidiano, que é a caridade pastoral pelos jovens, mas também do martírio cruento: “Se o Senhor na sua providência quisesse dispor – ele dizia – que alguns de nós sofrêssemos o martírio, deveríamos nos assustar por isto?”. (JE/RP)

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Igreja no Brasil



79% das mortes em conflitos por terra acontecem na Amazônia Legal

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Brasília (RV) – O “Atlas de Conflitos na Amazônia” foi apresentado quinta-feira, (28/09) no Centro Cultural Missionário, em Brasília (DF). A publicação é de autoria da Comissão Pastoral da Terra (CPT), com apoio da Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM).

O material aponta um cenário de embates que perduram anos, agravando a situação agrária na região. Para cada estado da região, é destacado um conflito. No Pará, por exemplo, o Atlas mostra a chacina de Pau D'Arco, ocorrida no fim de maio deste ano; enquanto o massacre de Colniza, de abril passado, representa o estado de Mato Grosso.

A Amazônia Legal, que compreende toda a região Norte mais partes do Maranhão e Mato Grosso, concentrou, em 2016, 79% dos “assassinatos” por conflitos no campo.

O estado de Rondônia, além de concentrar o maior número de assassinatos e de presos, foi o segundo estado com o maior número de agredidos (141 de um total de 571), o segundo estado com mais ameaças de morte (40 de 200) e, junto com o Mato Grosso do Sul, foi o terceiro estado com mais tentativas de assassinato (10).

Os dados também registram que os conflitos por terra cresceram mais de 313% em Tocantins, na comparação com o ano anterior. De 24 ocorrências em 2015, os registram aumentaram para 99.  

Populações tradicionais são as mais ameaçadas

Como afirmado pelo procurador Felício Pontes, “o documento é a demonstração clara de que as políticas públicas não deram certo, ou pior, foram concebidas para dar no que deu. Qual é o fim da linha? É a morte das populações tradicionais".

O procurador revelou que o Atlas será importante para o Ministério Público Federal, que definiu como diretriz para os próximos anos, enfatizar a promoção dos direitos humanos.

 A cada ano, a CPT também publica o caderno de Conflitos no Campo e a região Amazônica sempre ganha destaque. A irmã Osnilda Lima, assessora de imprensa da Repam-Brasil, explica a diferença entre o Atlas que está sendo lançado e o Caderno de Conflitos que a CPT apresenta a cada ano: 

“A publicação é uma iniciativa da Articulação das CPTs da Amazônia, com o objetivo de visibilizar, principalmente através de mapas, os conflitos no campo presentes nos nove estados que formam a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Tocantins, Pará, Rondônia, Roraima e partes dos estados de Maranhão e Mato Grosso”.

Mapeamento sistemático de áreas em disputa na Amazônia

“Os dados são disponibilizados anualmente pela Comissão Pastoral da Terra na publicação impressa e digital “Conflitos no Campo Brasil”. Já o “Atlas de Conflitos na Amazônia” tem uma proposta metodológica diferente, pois mostra os conflitos que permaneceram vigentes nos últimos anos nesta região”.

“A partir de um alinhamento técnico com o Centro de Documentação Dom Tomás Balduino, da CPT, e com a assessoria do geógrafo e professor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes-MG), Gustavo Ferreira Cepolini, cada regional da CPT contribuiu no levantamento dos dados para o Atlas, registrando detalhes como: municípios onde o conflito está localizado, nome da comunidade, número de famílias impactadas, identidade (posseiros, sem terra, indígenas, quilombolas etc.), com quem disputavam seus territórios, e outros”.

(ol/cm)

 

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Igreja na América Latina



Encontro de políticos católicos na Colômbia debaterá papel dos leigos na vida pública

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Bogotá (RV) – Cerca de 70 expoentes políticos e de governo do continente americano estarão reunidos na sede do CELAM em Bogotá, de 1º a 3 de dezembro, para participar do “Encontro de católicos que assumem responsabilidades políticas a serviço os povos latino-americanos”.

A importância do evento pode ser verificada também pelas presenças dos Cardeais Marc Ouellet e Ruben Salazar, respectivamente Presidentes da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL) e do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), que presidirão o encontro.

A Secretaria de Estado do Vaticano estará representada pelo Arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados. Estarão presentes 15 cardeais e bispos do continente.

Ainda a confirmar a presença dois ex-Presidentes da República: Felipe Calderón, do México, e Rafael Correa do Equador. Do Brasil participarão 8 deputados de 8 partidos políticos diferentes. Do México, além de católicos de diferentes partidos, tomarão parte no encontro um senador, um ex-governador e um prefeito. Dois Ministros anti-corrupção do Paraguai e Honduras também participarão.

Papa Francisco

“Sem dúvida o Papa Francisco foi consultado desde o início sobre esta iniciativa, que ele mesmo acompanha com muita atenção e encoraja muito”, confirma o Professor  Guzman Carriquiry, Secretário encarregado da Vice-Presidente da CAL e organizador do encontro.

Ele “recém nos assegurou que não faltará a sua videomensagem para o encontro. Também isto chama a atenção. Foi ele que para a Assembleia Plenária da Comissão para a América Latina de março de 2016 no Vaticano escolheu o tema “O indispensável compromisso dos leigos na vida pública dos países latino-americanos”.

Objetivos do encontro

O objetivo do encontro – explicou Carriquiry - “não é estreitamente político. É eminentemente pastoral. Quer suscitar uma intensa troca de experiências, testemunhos e reflexões sobre experiências de leigos católicos que estão muito presentes na cena política de nossos países e colocar os pastores, e por meio das comunidades cristãs, em uma atitude de escuta das necessidades e situações que estes políticos devem enfrentar a cada dia, buscando as modalidade mais apropriadas para acompanhá-los, apoiá-los e alimentá-los neste compromisso”.

Magistério de Francisco e realidade latino-americana

É óbvio – continuou – que tudo acontecerá no contexto do magistério do Papa Francisco e no contexto dos grandes desafios de identidade, unidade e integração da América Latina, da proteção da vida, do matrimônio, da família, da importância da educação como bem público, do crescimento econômico com equidade e justiça, da inclusão dos setores marginalizados e “descartados”, de políticas de pleno emprego, da reabilitação da dignidade da política e da participação popular, do cuidado pela casa comum e da sua ecologia humana e ambiental, da luta contra o tráfico de drogas, a corrupção e a violência, da construção da reconciliação e da paz, realizando convergências nacionais e populares que coloquem na ordem do dia o bem comum de nossas populações”.

Distinção entre Igreja e comunidade política

“Temos também muito claras outras duas premissas fundamentais - enfatiza o acadêmico, jornalista e advogado uruguaio: a distinção entre Igreja e comunidade política – a missão da Igreja não é a de ser antagonista ou capelã de regimes políticos, nem a de oferecer receitas para os problemas da comunidade política – assim como o fato de que a liberdade e a responsabilidade dos leigos no mundo da política, na coerência com a sua fé, não se nutre de palavras de ordem eclesiástica”.

Doutrina Social da Igreja

A Doutrina Social da Igreja – explicou ele – “nunca pretendeu transformar-se e traduzir-se em uma engenharia social pré-fabricada com o objetivo de dispensar “soluções concretas e menos ainda soluções únicas para questões temporais que Deus deixou ao livre arbítrio e responsável de cada um”.

Por outro lado, “existem pontos irrenunciáveis para o comprometimento dos católicos na vida pública. Não é que os católicos possam fazer qualquer tipo de opção, pois existem algumas que contradizem a fé que professam. Nem todas as concepções da vida são equivalentes e têm o mesmo valor. Uma concepção relativista do pluralismo não tem nada a ver com a legítima liberdade dos cidadãos católicos de escolher entre as opções políticas compatíveis com a fé e a lei moral natural, aquela que, segundo o próprio critério, se conforma melhor às exigências do bem comum”.

“Os católicos devem saber reconhecer os pontos imutáveis e compartilhar posições comuns diante de questões sociais que colocam em jogo opções ética fundamentais, ou nos momentos em que o exige o bem supremo da nação, ou diante de conjunturas da vida eclesial que impunha uma indicação de prudência que seja unitária. Eles sabem também como discernir e reconhecer que a própria fé pode levar a compromissos e opções diferentes diante de uma diversidade de circunstâncias e uma pluralidade de interpretações e percursos para a perseguição do bem humano e social”.

É um mau sinal – observou Guzman Carriquiry, “que os católicos que assumem responsabilidades políticas, empresariais e em outros campos da vida pública, não sintam a necessidade e a exigência de encontrar-se, e encontrar-se porque unidos por algo que interessa muito mais radicalmente e totalmente do que os diversos vínculos e escolhas que possam legitimamente adotar nestes âmbitos”. (JE/Terre d'America)

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Igreja no Mundo



Núncio: Papa que ir ao Iraque, mas não existem condições agora

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Roma (RV) – “O Papa Francisco quer ir ao Iraque. O convite das autoridades iraquianas e da Igreja local foi entregue. Mas para que a visita se realize, devem ser verificadas diversas condições. Eu não perco a esperança”.

Assim expressou-se o Patriarca caldeu de Bagdá, Louis Raphael I Sako, durante a coletiva de imprensa à margem do encontro internacional promovido pela Ajuda à Igreja que Sofre sobre a reconstrução dos povoados cristãos na Planície de Nínive, realizado na quinta-feira em Roma.

“O Pontífice – afirmou por sua vez o Núncio Apostólico no Iraque e Jordânia, Dom Alberto Ortega - em diversas ocasiões manifestou sua vontade de ir ao Iraque, assim como a tantos lugares onde existe particular necessidade no Oriente Médio. Especialmente no Iraque onde os cristãos estão dando um grande testemunho de fé. As condições não são fáceis, mas devem ser analisados todos os fatores. Agora, por exemplo, seria um momento particularmente complicado. Vejamos como evolui a situação”.

“Se o Papa fosse – observou o Núncio – deveriam ser verificadas antes as condições necessárias de segurança, não somente para ele, mas também para as diversas atividades que iria apoiar, evitando instrumentalizações que colocariam em embaraço de certa maneira a todos. O Papa tem este desejo, mas também a sua agenda é muito empenhativa”. (JE/SIR)

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