Noticiário da Rádio Vaticano Noticiário da Rádio Vaticano
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Sumario del 30/09/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: cidade ideal não conhece muros, "mão única" e becos sem saída

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Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre concluiu sua série de audiências, na manhã deste sábado (30/9), recebendo na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 300 membros da Associação Nacional das Prefeituras Italianas (ANCI). 

Em seu denso discurso, o Papa disse que, na Sagrada Escritura, há muitas citações sobre imagens de cidades:

“A imagem da cidade exprime que uma sociedade humana pode ser governada apenas quando estiver baseada em uma solidariedade verdadeira. Caso contrário, é condenada à violência do caos quando aumentam as invejas, as ambições desenfreadas e o espírito de adversidade”.

Mas, a cidade sobre a qual fala Francisco é aquela que é confiada à responsabilidade pessoal. É uma cidade que não admite individualismo exasperado, mas dissocia os interesses privados daqueles públicos; não suporta os becos cegos da corrupção, onde se aninham as chagas da desagregação; não conhece muros da privatização dos espaços públicos. E o Papa explicou:

“Para abraçar e servir esta cidade é preciso um coração bom e grande que custodia a paixão pelo bem comum. Isso ajuda a crescer nas pessoas a dignidade de cidadãos, dando a possibilidade a cada um de realizar a si mesmo e à sua família, e abrir-se à comunhão com todos”.

Para que reine a dignidade dos cidadãos, frisou o Papa, é preciso promover a justiça social, o trabalho, os serviços, as oportunidades, o bem comum. Sem isso, emergem novas formas de pobreza, marginalização, desemprego. Enfim, é preciso educar à corresponsabilidade, igualdade e fraternidade. Por isso, Francisco sugeriu:

“Para caminhar nesta perspectiva, é preciso uma política e uma economia centralizadas na ética: uma ética de responsabilidade, de relações, de comunidade, de ambiente; é preciso de formas de cidadania sólidas e duradouras, de políticas de acolhimento e de integração social”.

Aqui, Papa Francisco recordou a chaga dos migrantes e refugiados, que encontra explicação no natural temor em relação ao estrangeiro, agravado pelas feridas da crise econômica, pela pouca preparação das comunidades locais, por medidas inadequadas. Por isso, são bem vindas - diz ele - as iniciativas que promovem a cultura do encontro e intercâmbios artísticos e culturais. E o Santo Padre concluiu:

“Neste sentido, a política pode cumprir sua tarefa fundamental que consiste em olhar o futuro com esperança. Tal esperança faz emergir as melhores energias de cada um, dos jovens em primeiro lugar. Eles não devem ser apenas destinatários de nobres projetos, mas protagonistas”.

O Papa se despediu dos membros da Associação nacional das Prefeituras Italianas encorajando-os a uma maior disponibilidade nas suas competências, sendo sempre generosos e desapegados no serviço que prestam ao bem comum. (MT)

 

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Bolonha aguarda o Papa. Acompanhe o Angelus com a RV

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Cidade do Vaticano (RV) – Tudo pronto em Cesena e Bolonha para a visita pastoral que o Papa Francisco realizará este domingo (01/10), na região da Emília-Romanha (centro da Itália). 

Cesena

Pela manhã, o Pontífice se reunirá com representantes da sociedade civil de Cesena e, na Catedral da cidade, com o clero, os consagrados e os leigos dos conselhos pastorais. Por fim, na Sacristia, Francisco saudará os hóspedes do Centro de acolhimento e os organizadores da visita.

Bolonha

Cerca de 100 quilômetros separam Cesena de Bolonha – percurso que o Papa fará de helicóptero. Na cidade, o aguardam os migrantes do Centro regional de acolhimento, e na Praça Maior, os trabalhadores com os quais rezará o Angelus. Este encontro será transmitido ao vivo pela Rádio Vaticano, com comentários em português, no horário habitual dos domingos (11h50 locais, 06h50 de Brasília).

Na Basílica de S. Petrônio, haverá o “almoço de solidariedade” com os pobres, os refugiados e presidiários.

A visita prossegue com o encontro na Catedral de São Pedro com os sacerdotes, os religiosos e os seminaristas, e na saída, com os estudantes na Praça São Domingos.

O último compromisso em Bolonha, antes de regressar ao Vaticano de helicóptero, será a celebração da Santa Missa no estádio “Dell’Ara”. A chegada do Pontífice está prevista para as 19h45.

Sobre o significado desta visita, a Rádio Vaticano entrevistou o Arcebispo-anfitrião, Dom Matteo Zuppi

Dom Zuppi: - É a conclusão do Congresso eucarístico, que foi muito importante assim como todos os congressos eucarísticos da Diocese de Bolonha. Este ano, o tema “Eucaristia e cidade dos homens” nos ajudou a redescobrir a presença do Senhor na Eucaristia e também, através da Eucaristia, a olhar com novos olhos, com os olhos da misericórdia, com os olhos de Jesus, a cidade dos homens e, portanto, a enxergá-la de maneira diferente, com mais interesse para entender a realidade dos homens. O segundo grande significado é o Dia da Palavra. No documento conclusivo do Ano da Misericórdia, o Papa Francisco indicou dois eventos, o Dia dos Pobres, no mês de novembro, e o Domingo da Palavra. Isto é, colocar novamente no centro a Palavra, ouvi-la com a alegria de um Evangelho que transforma a nossa vida e nos ajuda a levar a alegria ao mundo que nos circunda.

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A Semana de Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) - Missas, encontros e audiências: relembre os principais fatos que marcaram a última semana de setembro do Papa no Vaticano.

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Igreja no Brasil



CNBB e Cáritas Brasileira lançam campanha SOS México

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Brasília (RV) - Em sintonia com os apelos do Papa Francisco, frente ao sofrimento de milhares de famílias mexicanas atingidas e afetadas pelo forte terremoto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira lançam na segunda-feira (02/10) a Campanha de Solidariedade “SOS México”. 

Os recursos arrecadados serão destinados a ações de socorro imediato (água potável, alimentos, cobertores, kits de higiene e tendas). A prioridade neste atendimento emergencial será para as pessoas que estão em abrigos improvisados, mulheres grávidas e crianças, além de adultos com deficiência física. Este apoio financeiro do Brasil, por meio da CNBB e da Cáritas Brasileira, também vai ajudar na reconstrução de casas, escolas e outras estruturas para melhorar as condições de vida da população.

Faça a sua doação

A CNBB e a Cáritas Brasileira enviaram uma carta convocatória para todas as paróquias e comunidades da Igreja no Brasil: “Conclamamos as dioceses, paróquias, comunidades, congregações, colégios e todas as pessoas de boa vontade, para uma grande corrente de oração e de solidariedade, em favor das pessoas atingidas pelo terremoto, fazendo memória de tantas mães, pais e filhos falecidos nesta tragédia”. As doações poderão ser realizadas através de depósitos bancários.

Consequências

Em 19 de setembro 2017, um tremor de magnitude 7,1 graus na Escala Richter foi registrado no país. O epicentro foi a 51 km de profundidade, na região central, a 120 km de Cidade do México.

Milhares de pessoas foram afetadas: mais de 200 continuam desaparecidas, mais de 300 perderam a vida, quase 500 encontram-se feridas e mais de 15 mil habitações estão destruídas.

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Igreja na América Latina



Alento do Papa é motivo de união, afirma Cardeal venezuelano

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Cidade do Vaticano (RV) – O Arcebispo de Caracas, Card. Jorge Urosa Savino, foi recebido em audiência pelo Papa Francisco na sexta-feira (29/09). O tema do encontro foi o contexto político, econômico e social que a Venezuela está vivendo. 

“O Papa está certamente muito preocupado, muito interessado, como me confirmou esta cordial audiência que me concedeu”, declarou o Cardeal.

Este apoio é “um alento e um motivo para que todos os venezuelanos nos unamos”, afirmou ainda o Arcebispo, que recordou que Francisco se manifestou em várias oportunidades a favor do diálogo entre o governo e a oposição venezuelana, inclusive pediu que as Nações Unidas ajudem a resolver a crise.  

“O Papa demonstra afeto pelo povo venezuelano, principalmente pelos que estão sofrendo, pelos mais pobres, que são os mais afetados”, acrescentou. 

Durante sua recente viagem à Colômbia, este mês, Francisco teve a oportunidade de encontrar os bispos venezuelanos e dirigir um apelo em prol da resolução pacífica da crise.

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Formação



Reflexão dominical: "Acolher a Palavra de Deus"

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Cidade do Vaticano (RV) - «A vida, por vezes, nos coloca em situações difíceis e dolorosas. Temos, então, o hábito de culpar alguém e, nessa busca de encontrar um culpado, chegamos a Deus, já que nos sentimos imunes de qualquer culpa. 

Mas o que diz a Sagrada Escritura a este respeito?

No Livro de Ezequiel, primeira leitura da liturgia deste domingo, fala da responsabilidade individual nas vicissitudes da vida. Os membros do povo eleito estavam acostumados a jogar a culpa no grupo ou nos antepassados e se sentirem individualmente injustiçados por pagarem a culpa da coletividade. Até dizem: “A conduta do Senhor não é correta”. O Profeta Ezequiel vai em defesa do Senhor dizendo que o Senhor não quer a morte do pecador, pois Ele é vida e,  muito pelo contrário, o Senhor oferece a seu povo a oportunidade de um recomeço. Deus sempre está disposto a ajudar aqueles que, se convertendo, reconstroem a própria vida. “Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida; não morrerá,” nos fala a leitura.

No Evangelho, vemos nos dois filhos ali retratados, as pessoas que acolhem a Palavra de Deus, mas nada fazem depois; e aqueles que a rejeitam inicialmente, mas que depois vão e fazem tudo de acordo com o coração do Senhor.

De que grupo fazemos parte?

Fomos batizados, ou seja, através de nossa própria língua ou da de nossos padrinhos, professamos a fé em Deus e prometemos obedecer seus mandamentos de amor. É isso que vivemos no nosso dia a dia?  Até onde nosso egocentrismo foi batizado? Amar é sair de si, a partir de onde o egoísmo começa a mostrar suas raízes e seus brotos?

Como vemos, em nós existe o filho mais novo, que não era de natureza acolhedora aos desejos do Pai, mas que se converteu e passou a caminhar unido ao seu coração. Contudo, como ainda estamos nesta vida e somos a toda hora bombardeados por apelos contrários à nossa opção fundamental e vemos que muitas vezes caímos, observamos que em nós subsiste o filho mais velho, que disse sim ao Pai, mas que depois faz o que o desagrada.

Concluímos vendo que a atitude de permanente conversão, de estado contínuo de exame de consciência e disposição para se levantar, deve estar presente em toda nossa vida.

Somos responsáveis por nossos atos, mesmo que tenhamos consciência de que somos frutos da família e da sociedade, enfim, de nosso mundo. Temos a capacidade de romper com o passado e caminhar em direção a Deus e aos irmãos. Se nos sentimos fracos, a graça de Deus nos fortalece. O humilde, aquele que não conta com seus dons, mas reconhece seus pecados e sua debilidade, esse triunfará porque abre, em sua vida, espaço para Deus, e Deus é vida, Deus é amor».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o XXVI Domingo do Tempo Comum – A)

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Editorial: Com os braços abertos

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Cidade do Vaticano (RV) – Na última quarta-feira o Papa Francisco lançou a campanha “Compartilhe a viagem”, organizada pela Caritas Internacional, em prol das famílias obrigadas a migrar. Uma iniciativa para favorecer a cultura do encontro seja nas comunidades de origem dos migrantes, seja naquelas em que transitam ou onde escolhem viver. Durante a Audiência geral na Praça são Pedro, após a sua catequese, o Santo Padre fez um premente apelo, afirmando “que Cristo mesmo nos pede para acolhermos os nossos irmãos e irmãs migrantes e refugiados”. A imagem símbolo do lançamento da campanha foi o Papa Francisco com os braços abertos. Sim, com os braços abertos, disse o Papa, “prontos a um abraço sincero, afetuoso e envolvente, como a colunata da Praça São Pedro, que representa a Igreja Mãe que abraça todos na compartilha da viagem comum”. No Brasil o lançamento oficial foi diante do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro; o Cristo que permanentemente está com os braços abertos. 

Compartilhemos a viagem para favorecer a cultura do encontro. Uma campanha, cuja abordagem de partilha de experiência de refugiados e migrantes não se focaliza nos números, nas estatísticas, mas nas histórias de cada um. É necessário mudar a percepção das pessoas. Francisco nos convida a isso, falando do fenômeno da migração, e esse é o aspecto mais importante.

É fundamental em uma época em que se fala sobretudo de números, começar a fazer entender à opinião pública que por detrás das cifras existem pessoas. Há mulheres, crianças, famílias, que sofrem durante a viagem que os leva para longe de suas origens, de suas raízes. É necessário ir além dos dados e mudar a percepção sobre quem é obrigado a partir, ou por causa das guerras, das violências, ou por causa da pobreza e da fome.

E cada refugiado, cada migrante, tem uma história para contar: história muitas vezes de abusos, de violências durante o “seu caminhar”. Pessoas frequentemente vítimas de traficantes e organizações criminosas. Compartilhar suas histórias é o caminho para procurar criar uma empatia, um sentimento de solidariedade.

Quem deixa a sua casa, sua terra, seu país, leva na bagagem a esperança. Na última quarta-feira durante a Audiência geral Francisco afirmou que a esperança é o impulso no coração de quem parte em busca de uma vida melhor, mais digna para si e para seus entes queridos. É também o impulso no coração de quem acolhe: o desejo de encontrar-se, de conhecer-se, de dialogar. A esperança é o impulso – recordamos o slogan da campanha – a “compartilhar a viagem”, porque a viagem se faz em dois: aqueles que chagam à nossa terra e nós que vamos ao encontro do seu coração, para compreendê-los, para entender a sua cultura, o seu idioma. É uma viagem a dois, mas sem esperança essa viagem não pode ser feita.

Falando à Secretaria de Comunicação do Vaticano, o Presidente da Caritas Internationalis, Cardeal Luis Antonio Tagle afirmou que “para a Igreja e especialmente para a Caritas Internationalis é um momento para recordar não somente aos cristãos, mas a todo o mundo, o mandamento do Senhor que sempre tem no coração as pessoas mais vulneráveis. O Senhor está presente nos estrangeiros! Este é o objetivo mais profundo: obedecer ao mandamento do Senhor”. 

Este objetivo fundamental se expressa nas palavras do Papa Francisco quando fala de acolher, de proteger, de promover o desenvolvimento integral humanitário de cada imigrante e de integrar os migrantes em uma nova comunidade.

O Cardeal Tagle recorda que “a migração não é um fenômeno novo no mundo”. Olhando para o mundo numa perspectiva verdadeira, a história da humanidade é uma história de migrações! Porém, agora, existem fatores e fenômenos que tornaram a migração “perturbadora”: as novas formas de escravidão, o uso das mídias, a vendo do sexo, a venda de crianças.

Em um mundo que constrói tantos muros devemos abater muros que já existem: muro da mentalidade, da indiferença. A Campanha da Caritas é precisamente um apelo à conversão, a sair da indiferença, a uma mudança de mentalidade encontrando o outro, porque quando encontramos o outro, o migrante, face a face, os meus olhos certamente se abrem; não vejo somente uma estatística ou um número, mas uma pessoa verdadeira, o meu irmão, a minha irmã, o meu próximo. Existe uma humanidade que não é uma questão abstrata, mas uma questão que diz respeito à dignidade da pessoa. Uma humanidade a ser acolhida com os braços abertos. (Silvonei José)

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