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Sumario del 05/10/2017

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa na Santa Marta: reencontrar as raízes e não o autoexílio psicológico

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Cidade do Vaticano (RV) - “Quem reencontra as próprias raízes é uma pessoa da alegria. O autoexílio psicológico da comunidade e da sociedade faz muito mal”, disse o Papa Francisco na homilia da missa matutina celebrada nesta quinta-feira (05/10), na capela da Casa Santa Marta. 

O Papa exortou a encontrar novamente a própria pertença, partindo da Primeira Leitura do dia, extraída do Livro de Neemias, que descreve “uma grande assembleia litúrgica”: é o povo que se reuniu na praça que fica defronte da porta das Águas, em Jerusalém. Era o final de uma história que durou mais de 70 anos, a história da deportação para a Babilônia, uma história de pranto para o povo de Deus. Depois da queda do império da Babilônia causada pelos persas, o rei persa Artaxerxes, vendo triste Neemias, seu copeiro, enquanto lhe servia o vinho, começou a dialogar com ele. Neemias manifestou o desejo de voltar a Jerusalém e “chorava”: tinha “saudade de sua cidade”.

Francisco lembrou então o Salmo que diz: “Ao longo dos rios da Babilônia se sentavam e choravam”. Não podiam cantar, suas liras estavam penduradas nos salgueiros, mas não queriam esquecer. Nesse momento, o Papa pensou também na “saudade dos migrantes”, aqueles que “estão distantes da Pátria e querem voltar”. Francisco recordou também o gesto do coral, em Gênova, no final da missa que cantou uma música recordando todos os migrantes que gostariam de estar ali, na missa com o Papa, mas estavam distantes. 

Neemias se prepara para voltar e levar novamente o povo a Jerusalém. Uma viagem “para reencontrar a cidade, uma viagem difícil”, ressaltou o Papa, pois “deveria convencer muita gente” e levar as coisas para reconstruir a cidade, os muros e o Templo, “mas sobretudo era uma viagem para reencontrar as raízes do povo”. Depois de muitos anos, as raízes “tinham se enfraquecido”, mas não foram perdidas. Retomar as raízes “significa retomar a pertença a um povo”, explicou o Papa. “Sem as raízes não é possível viver: um povo sem raízes ou que deixa perder as raízes, é um povo doente”, disse o Papa que acrescentou: 

“Uma pessoa sem raízes, que esqueceu as próprias raízes, está doente. Reencontrar, redescobrir as próprias raízes e tomar a força para ir adiante, a força para frutificar, e como disse o profeta, ‘a força para florescer, pois o que floresce na árvore vem do subterrâneo. Aquela relação entre a raiz e o bem que nós podemos fazer.” 

Neste caminho existem “muitas resistências: não é possível, existem dificuldades”: 

“As resistências são daqueles que preferem o exílio, e quando não há o exílio físico, há o exílio psicológico: o autoexílio da comunidade, da sociedade, aqueles que preferem ser povo desarraigado, sem raízes. Devemos pensar na doença do autoexílio psicológico que faz muito mal, nos tira as raízes, nos tira a pertença.”

O povo, porém, vai adiante e chega o dia da reconstrução. O povo se reúne para “restabelecer as raízes”, ou seja, para ouvir a Palavra de Deus que o escriba Esdras lia e o povo chorava. Mas desta vez não era o pranto da Babilônia: “era o choro da alegria, do encontro com as próprias raízes, o encontro com, a própria pertença”. Terminada a leitura, Neemias convida o povo a festejar. Trata-se da alegria de quem encontrou as próprias raízes: 

“O homem e a mulher que reencontram as próprias raízes, que são fiéis à própria pertença, são um homem e uma mulher na alegria, de alegria e esta alegria é a sua força. Do choro de tristeza ao choro de alegria, do choro de fraqueza por estar distante das raízes, distante de seu povo, ao choro da pertença: estou em casa, estou em casa”.

O Papa convidou os fiéis presentes na missa a lerem o capítulo oitavo de Neemias, primeira leitura da liturgia de hoje, e a se perguntarem se deixaram se perder a lembrança do Senhor, se devem começar um caminho para reencontrar as próprias raízes ou se preferem o autoexílio psicológico, fechados em si mesmos. 

O Papa disse ainda que quem tem medo de chorar, terá medo de sorrir, pois quando se chora de tristeza, depois se chora de alegria. É preciso pedir a graça do “choro arrependido”, triste pelos nossos pecados, mas também a graça do choro de alegria, pois o Senhor “nos perdoou e fez em nossa vida o que fez com o seu povo. Enfim, pedir a graça de se colocar a caminho para se encontrar com as próprias raízes. 

(MJ)

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Papa Academia para a Vida: a utopia do "neutro" remove a dignidade humana

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Cidade do Vaticano (RV) – A série de audiências do Santo Padre na manhã desta quinta-feira se encerrou com o encontro com os participantes da Assembléia Geral dos Membros da Pontifícia Academia para a Vida. 

No seu discurso aos presentes o Papa partiu do tema da Assembleia: “Acompanhar a vida. Novas responsabilidades na era tecnológica”. Francisco afirmou que é um tema desafiador mas ao mesmo tempo necessário, pois o mesmo aborda o entrelaçamento de oportunidades e criticidades que interpela o humanismo planetário, em referência aos recentes desenvolvimentos tecnológicos das ciências da vida. O poder das biotecnologias que permite manipulações da vida até ontem impensáveis, apresenta enormes problemas.

É urgente, portanto, - disse o Santo Padre -, intensificar o estudo e o confronto sobre os efeitos de tal evolução da sociedade no sentido tecnológico para articular uma síntese antropológica que esteja à altura deste desafio do nosso tempo.

A área da competência de vocês – disse o Papa - não pode, portanto, ser limitada a resolver problemas apresentados por situações específicas de conflito ético, social ou legal. A inspiração de condutas coerentes com a dignidade humana diz respeito à teoria e à prática da ciência e da técnica em sua abordagem em relação à vida, ao seu sentido e valor. E foi nesta perspectiva, que o Papa ofereceu-lhe uma reflexão.

Antes de tudo as perguntas, novas e antigas, sobre o sentido da vida, sobre sua origem e seu destino.

O traço emblemático desta passagem pode ser brevemente reconhecido na rápida disseminação de uma cultura obsessivamente centrada na soberania do homem - enquanto espécie e enquanto indivíduo - em relação à realidade. Há aqueles que até falam de “egolatria”, isto é, de uma verdadeira adoração do ego, em cujo altar se sacrifica tudo, inclusive os afetos mais queridos. Esta perspectiva não é inofensiva – continuou Francisco - : ela plasma um sujeito que olha constantemente para o espelho, até se tornar incapaz de dirigir o olhar para os outros e para o mundo. A difusão desta atitude tem sérias conseqüências para todas as suas afeições e laços da vida.

Infelizmente, homens, mulheres e crianças de todo o mundo experimentam com amargura e dor as promessas ilusórias deste materialismo tecnocrático. Também porque, em contradição com a propaganda de um bem-estar que se espalharia automaticamente com a expansão do mercado, se ampliam, ao invés os territórios da pobreza e do conflito, do desperdício e do abandono, do ressentimento e do desespero. Um autêntico progresso científico e tecnológico deveria inspirar políticas mais humanas.

O mundo precisa de crentes que, com seriedade e alegria, sejam criativos e propositivos, humildes e corajosos, resolutamente decididos a recompor a fratura entre as gerações. Essa fratura interrompe a transmissão da vida. Dela se exaltam os entusiasmos potenciais: mas quem os orienta para o cumprimento da idade adulta? A condição adulta é uma vida capaz de responsabilidade e amor, seja em direção da geração futura seja em direção daquela passada. A vida dos pais e das mães em idade avançada, se espera, seja honrada pelo que generosamente deu, não ser descartada por aquilo que não tem mais.

A fonte de inspiração para essa retomada de iniciativa, mais uma vez – disse o Papa – é a Palavra de Deus, que ilumina a origem da vida e o seu destino.

Uma teologia da Criação e da Redenção que saiba se traduzir em palavras e gestos do amor por cada vida e por toda a vida é hoje mais do que nunca necessária para acompanhar o caminho da Igreja no mundo que vivemos. Francisco disse que a Encíclica Laudato si é como um manifesto dessa retomada do olhar de Deus e do homem sobre o mundo, a partir da grande narração de revelação que nos é oferecido nos primeiros capítulos do Livro do Gênesis.

Essa narração – continuou o Papa -, diz que cada um de nós é uma criatura desejada e amada por Deus por si mesma, e não somente uma montagem de células bem organizada e selecionada no decurso da evolução da vida. Toda a criação está inscrita no especial amor de Deus pela criatura humana, que se estende a todas as gerações de mães, pais e seus filhos.

A benção divina da origem e a promessa de um destino eterno, que são o fundamento da dignidade de cada vida, são de todos e para todos. Os homens, as mulheres, os filhos da terra – desses são feitos os povos - são a vida do mundo que Deus ama e quer levar à salvação, sem excluir ninguém.

O relato bíblico da Criação  - disse Francisco - precisa ser sempre reeleito para apreciar toda a amplitude e profundidade do gesto do amor de Deus que confia à aliança do homem e da mulher a criação e a história.

A aliança do homem e da mulher é chamada a tomar em suas mãos a direção de toda a sociedade. Este é um convite à responsabilidade pelo mundo, na cultura e na política, no trabalho e na economia; e também na Igreja. Não se trata apenas de oportunidades iguais ou de reconhecimento recíproco. Trata-se, sobretudo, de compreensão dos homens e das mulheres sobre o significado da vida e sobre o caminho dos povos. O homem e a mulher são chamados não apenas a falar-se de amor, mas a falar-se com amor, do que eles devem fazer para que a convivência humana se realize na luz do amor de Deus por cada criatura.

Em síntese, é uma verdadeira e própria revolução cultural que está ao horizonte da história deste tempo. E a igreja, por primeira, deve fazer a sua parte.

Nesta perspectiva, trata-se antes de tudo de reconhecer honestamente os “atrasos e as faltas”. As formas de subordinação que tristemente marcaram a história das mulheres devem definitivamente ser abandonadas. Um novo começo deve ser escrito no “ethos” dos povos, e isso pode fazê-lo uma renovada cultura da identidade e da diferença.

A hipótese recentemente avançada de reabrir o caminho para a dignidade da pessoa neutralizando radicalmente a diferença sexual e, portanto, a compreensão do homem e da mulher não é correta. Em vez de contrastar as interpretações negativas da diferença sexual, que mortificam seu valor irredutível para a dignidade humana, se deseja cancelar o fato de tal diferença, propondo técnicas e práticas que a tornam irrelevante para o desenvolvimento da pessoa e para as relações humanas. Mas a utopia do "neutro", remove seja a dignidade humana da constituição sexualmente diferente, seja a qualidade pessoal da transmissão generativa da vida. A manipulação biológica e psíquica da diferença sexual, que a tecnologia biomédica permite vislumbrar como totalmente disponível à escolha da liberdade - enquanto não o é! – corre o risco assim de desmontar a fonte de energia que alimenta a aliança do homem e da mulher e a torna criativa e fecunda.

Ocorre aceitar o desafio apresentado pela intimidação exercitada no confronto da geração da vida humana, quase como se fosse uma mortificação da mulher e uma ameaça ao bem-estar coletivo.

A aliança geradora do homem e da mulher é uma vantagem para o humanismo planetário dos homens e das mulheres, não uma desvantagem. A nossa história não será renovada se rejeitarmos essa verdade.

A paixão pelo acompanhamento e cuidado da vida, ao longo de todo o arco de sua história individual e social, exige a reabilitação de um “ethos” da compaixão ou da ternura pela geração e regeneração do humano na sua diferença.

Trata-se, antes de tudo, de reencontrar sensibilidade pelas “diversas idades da vida”, especialmente pelas das crianças e dos idosos. Tudo nelas é delicado e frágil neles, vulnerável e corruptível, não é uma questão que deve se referir apenas à medicina e o bem-estar. Estão em jogo partes da alma e da sensibilidade humana que pedem para ser ouvidas e reconhecidas, preservadas e apreciadas por cada indivíduo e pela comunidade. Uma sociedade na qual tudo isso só pode ser comprado e vendido, burocraticamente regulado e tecnicamente predisposto, é uma sociedade que já perdeu o sentido da vida.

O testemunho da fé na misericórdia de Deus é condição essencial para a circulação da verdadeira compaixão entre as diversas gerações.

O Papa enfim agradeceu o trabalho da renovada Pontifícia Academia para a Vida, salientando que compreende que o mesma é difícil mas entusiasmante. (SP)

 

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Papa aos fiéis caldeus: que a misericórdia de Deus alivie as feridas da guerra

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, nesta quinta-feira (05/10), cerca de vinte membros do Sínodo da Igreja Caldeia. 

A assembleia anual do Sínodo dos Bispos Caldeus se realiza, em Roma, até o próximo dia 8, presidida pelo Patriarca Louis Raphael I Sako. Durante os trabalhos a Igreja caldeia aborda questões eclesiais importantes, dentre as quais migração forçada dos cristãos, reconstrução dos povoados, retorno dos deslocados, direito da Igreja particular, questão litúrgica e pastoral vocacional. 

O Papa aproveitou a ocasião para saudar, através dos membros, os fiéis da amada terra iraquiana, provados duramente, partilhando a esperança pelas notícias recentes que falam de uma retomada da vida e da atividade nas regiões e cidades até agora submetidas à dolorosa e violenta repressão. “Que a misericórdia de Deus possa aliviar as feridas da guerra que ferem o coração de suas comunidades, para que possam finalmente se reerguer. Concluiu-se uma página trágica para algumas regiões de seu país, mas ainda há muito o que fazer”, sublinhou o Papa. 

“Exorto-os a trabalhar incansavelmente como construtores de unidade, sobretudo entre vocês Pastores da Igreja Caldeia e com os Pastoras de outras Igrejas, favorecendo o diálogo e a colaboração entre todos os atores da vida pública, para ajudar a facilitar o retorno dos deslocados e a curar as divisões e as contraposições entre os irmãos. Este compromisso é muito necessário no atual contexto iraquiano, diante de novas incertezas sobre o futuro.” 

“É necessário um processo de reconciliação nacional e de um  esforço conjunto de todas as componentes da sociedade, para alcançar soluções partilhadas para o bem de todo o país.”

O Papa os incentivou a não perderem o ânimo, a esperança e força para trabalhar. “Permaneçam firmes na intenção de não ceder ao desencorajamento diante das dificuldades que ainda permanecem não obstante o que foi feito na obra de reconstrução sobretudo da Planície de Nínive.” 

“Desde os tempos antigos, aquela terra, evangelizada segundo a tradição do Apóstolo Tomé, foi vista pelo mundo como terra de civilização, terra de encontro e diálogo. Por isso, é importante que os cristãos, pastores e fiéis, fortalecidos por essas raízes, se unam na promoção de relações respeitosas e do diálogo inter-religioso entre todas as componentes do país”.

O Papa encorajou os novos aspirantes ao ministério sacerdotal e à vida consagrada, mas ressaltou que “diante da diminuição das vocações que a Igreja está sofrendo”, é preciso “evitar acolher nos seminários pessoas que não foram chamadas pelo Senhor. É necessário examinar bem a vocação dos jovens e verificar sua autenticidade”.

O Pontífice convidou os Pastores da Igreja latina “a repensarem o tema da diáspora, considerando as situações concretas em que vivem as comunidades eclesiais, seja do ponto de vista numérico, seja do ponto de vista da liberdade religiosa”.

“É preciso fazer de tudo para que o Concílio Vaticano II se realize, facilitando o cuidado pastoral nos próprios territórios e nos locais onde as comunidades orientais se estabilizaram há tempo, promovendo ao mesmo tempo a comunhão e a fraternidade entre as comunidades de rito latino a fim de dar aos fiéis um bom testemunho, sem provocar divisões e desentendimentos.”

“O diálogo ecumênico e inter-religioso deve começar sempre de nossa unidade e comunhão católica. Para isso, lhes será de ajuda a Congregação para as Igrejas Orientais”, disse ainda o Papa.

Francisco convidou os bispos a serem paternais com os sacerdotes, seus primeiros colaboradores, e a serem misericordiosos com todos conforme o Pai.

“Que este Sínodo da Igreja caldeia em andamento na Cidade Eterna possa ser um momento profícuo de debate e reflexão fraterna para o bem dessa amada Igreja”, concluiu o Pontífice.

(MJ)

 

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Papa: é vital anunciar o Evangelho ao mundo inteiro

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (05/10), na Sala Clementina, no Vaticano, doze membros da Comissão para as Relações com as Igrejas da United Bible Societies (Aliança Bíblica Universal).

 

O Pontífice saudou e acolheu esta delegação, desejando que a graça do Espírito Santo esteja com os seus membros e com todos aqueles que se esforçam para divulgar o Evangelho, “facilitando o acesso da Bíblia em várias línguas e, hoje, através de várias formas de comunicação social”.

“Somos servidores da Palavra de salvação que não retorna ao Senhor vazia. Somos servidores da Palavra de vida eterna e cremos que não somente de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. Com a ajuda do Espírito Santo devemos nos nutrir da Palavra através da leitura, da escuta, do estudo e do testemunho de vida.”

“Somos servidores da Palavra de reconciliação, também entre os cristãos”, disse ainda o Papa aos membros da United Bible Societies. “Desejamos de todo coração que ‘a palavra do Senhor se espalhe e seja bem recebida’. É justo esperar um novo impulso para a vida espiritual proveniente de uma maior escuta da Palavra de Deus.”

“Somos servidores da Palavra que saiu de Deus e se fez carne. É vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em  todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repulsão e sem medo. Devemos fazê-lo com obediência ao mandato missionário do Senhor e com a certeza de sua presença entre nós até o fim do mundo.”

“Somos servidores da Palavra da verdade. Somos servidores da Palavra de Deus forte que ilumina, protege, defende, cura e liberta. A palavra de Deus não está algemada! Por causa dela muitos de nossos irmãos e irmãs estão presos e muitos derramaram o seu sangue como testemunho de sua fé em Jesus.” 

“Caminhemos juntos a fim de que a palavra de Deus se difunda. Permaneçamos em comunhão fraterna e rezemos uns pelos outros”, concluiu o Papa. 

(MJ)

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Jovens devem ser os protagonistas principais do pré-Sínodo, diz Card. Baldisseri

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Cidade do Vaticano (RV) – “Agradecemos ao Santo Padre por esta iniciativa que permitirá aos jovens expressar os seus desejos, as suas incertezas, as suas expectativas”, escreveu o Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri, na mensagem de apresentação da reunião pré-sinodal que reunirá jovens de todo o mundo em Roma, de 19 a 24 de março de 2018.

O encontro insere-se nas iniciativas preparatórias à XV Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos de 2018, que terá por tema “Os jovens, a fé, o discernimento vocacional”.

Esta reunião anunciada pelo Papa Francisco na Audiência Geral de quarta-feira, “contribuirá para enriquecer a fase de consultas já iniciada com a publicação do Documento preparatório”, recordou o Cardeal Baldisseri, que destacou para a Rádio Vaticano a importância desta iniciativa:

“É muito importante porque, como disse o Santo Padre, queremos escutar os jovens; queremos que os jovens sejam os protagonistas deste evento. Naturalmente o Sínodo, a Assembleia, é sinodal, no sentido de que são os Padres sinodais - que depois no fórum - debaterão e darão um documento no final. Mas nós queremos a participação dos jovens não somente dentro da Assembleia - por meio do grupo de ouvintes previsto pelos estatutos, mas queremos que os jovens se interessem não somente na base fazendo o seu discurso, mas que tenham também uma proposição ativa. Eis porque pensamos em realizar um pré-Sínodo, onde eles mesmos serão os atores principais deste evento. É uma semana, não mais do que isto, mas é o suficiente, porque naturalmente não podemos ter os jovens de todo o mundo representados. No evento falarão quer individualmente - representando grupos ou as conferências episcopais ou outros - e também nos grupos de estudo, de maneira que no final possam nos fornecer algum documento que queremos depois apresentar aos Padres sinodais”.

RV: Também está prevista a participação de jovens de outras religiões, correto?

“Sim, é previsto, porque pensamos que a Assembleia fala dos jovens. De fato, o próprio título, o tema, é justamente este: "Os jovens..."; quer dizer, todos os jovens, não somente os católicos, mas também os não-crentes. Depois, obviamente, a Igreja oferece a fé e para chegar a ela, é necessário também o discernimento vocacional, que é amplo; são se limita somente às vocações da Igreja. Vocações, no sentido geral, quer dizer também família, portanto construir a família e isto é muito importante para um jovem, o qual, naturalmente, deve-se inserir na comunidade, na sociedade. E o primeiro passo que normalmente dá um jovem é o de formar uma família”.

RV: A questão juvenil diz respeito não somente à Igreja, mas a todo o mundo. Tantas vezes os jovens são excluídos dos processo políticos, de decisão; sentem-se um pouco abandonados pela sociedade...

“É verdade! Eles têm necessidade de espaço. Espaço deles. Pensamos que os jovens são aqueles que devem somente ouvir, olhar... Nós hoje vemos que os jovens são capazes de organizar-se, de criar o próprio espaço. E é certo que seja assim, porque há muito mais consciência de si próprios, há mais capacidade também de raciocinar, porque os meios que hoje temos para a educação são muito mais importantes, expressivos e capazes de formar pessoas; portanto, efetivamente, os jovens são estimulados pelas redes sociais, pelas mídias...Este é um fenômeno novo. Portanto, nós queremos efetivamente que eles possam expressar-se. Devemos ouvi-los e depois acompanhá-los no sentido correto da palavra, isto é, eles fazerem as propostas fortes, darem indicações concretas e advertências se necessário,  mas sempre no respeito da sua autonomia e da sua liberdade”. (JE/FP)

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Caridade não compromete sacralidade de um local de culto, explica Pe Spadaro

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Cidade do Vaticano (RV) – As imagens do almoço de solidariedade com os pobres, refugiados e detentos na Basílica de São Petrônio estão entre as mais emblemáticas da visita pastoral do Papa Francisco a Bolonha no último domingo.

Mesmo refletindo um dos momentos mais emocionantes de todo o dia, o gesto recebeu críticas nas redes sociais, com acusações até mesmo de “profanação”. Para alguns destes críticos, o almoço comprometeu a “sacralidade do local”.

Pouco antes da refeição, o Papa havia recordado que “a Igreja é de todos, particularmente dos pobres”.

“Nesta casa – explicou o Pontífice – normalmente é celebrado o mistério da Eucaristia, o altar sobre o qual é colocado o pão e o vinho que se tornam o Corpo e o Sangue de Jesus, partido e derramado pela multidão de homens que Ele ama”. “Preparemos sempre uma refeição de amor – acrescentou – para quem tem necessidade disto”.

No Código de Direito Canônico é sublinhado que o local sagrado é usado “somente quando serve ao exercício e à promoção do culto, da piedade, da religião, e proibido qualquer coisa que desdiz a santidade do lugar”. O Ordinário, porém, pode permitir outros usos, “quando não contrários à santidade do lugar”.

Neste sentido, seria contrário à santidade do local almoçar com os pobres em um local de culto, no âmbito de um evento extraordinário como a visita de um Pontífice?

Quem responde, é o Padre Antonio Spadaro, Diretor da revista dos jesuítas “La Civiltà Cattolica”:

“A sacralidade do local não é de forma alguma perturbada pela caridade, sobretudo em uma situação assim composta e de partilha. Portanto, penso que o gesto do Papa, que é um gesto realizado por outros sacerdotes também na cidade de Roma, é um sinal muito forte, que revela o valor profundo do culto a Deus. Assim, de forma alguma, o fato de partilhar a mesa com os pobres viola a santidade de um local. Seria paradoxal afirmar isto. O sentido fundamental do cristianismo é a caridade: a sacralidade não é de forma alguma comprometida pela caridade, antes pelo contrário, é exaltada. O fato de que o Papa Francisco tenha almoçado dentro deste local sagrado é a exaltação máxima da caridade e, portanto, o princípio fundamental do cristianismo. Antes ainda, torna mais evidente que a Igreja é chamada ao serviço”.

RV: Seria também um sinal da continuidade entre as duas refeições, a eucarística e a “caritativa” com os pobres...?

“O Senhor escolheu precisamente a imagem da refeição para a Eucaristia, portanto, neste sentido, a partilha do pão é um sinal muito bonito e eficaz da graça que a Eucaristia confere”. (JE/AL)

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Igreja na América Latina



Que a ferida que nos une seja motivo de unidade e renascimento, pede Bispo porta-riquenho

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San Juan (RV) – “Que a ferida que nos une seja motivo de unidade e renascimento”. Este foi o desejo expresso pelo Presidente da Conferência Episcopal de Porto Rico, o Arcebispo de San Juan Dom Roberto O. González Nieves, na carta pastoral divulgada após a passagem dos devastadores furacões que no mês de setembro castigaram diversas ilhas do Caribe e parte dos Estados Unidos.

Ainda que o número de vítimas em Porto Rico tenha sido pequeno, os danos materiais são enormes: muitos dos hospitais ficaram inutilizados, falta água potável e existem contínuas interrupções no fornecimento de energia elétrica.

A situação ficou ainda mais grave com a bancarrota declarada pelo governo local em maio passado, para dar início à reestruturação do débito, que ultrapassa os 70 milhões de dólares.

Membros da administração de Donald Trump, que em 3 de outubro visitaram Porto Rico, começaram a enviar as primeiras ajudas, que as autoridades locais, porém, consideram insuficientes.

Na carta pastoral enviada à Agência Fides, Dom González Nieves expressa toda a sua dor “ao ver tanto sofrimento nos rostos dos porto-riquenhos”, exortando-os no entanto, a não cederem ao desespero e ao caos provocados pela série de eventos catastróficos, que se somam à profunda crise econômica pela qual atravessa o país.

“Unidos em Cristo, a nossa vida pode dar muitos frutos, evitando o pessimismo e encorajando a esperança”, afirma.

“O renascimento requer um esforço pela nossa terra. Somos seus administradores e não seus depredadores, advertiu. As nossas casas, escolas, igrejas, estradas e propriedades, foram seriamente danificadas. Também as igrejas de nossos irmãos e irmãs da comunidade ecumênica, as sinagogas de nossos irmãos judeus, assim como as mesquitas dos muçulmanos que vivem em Porto Rico”.

“Não permitamos – foi a sua exortação – que a nossa coragem desapareça, dando espaço ao egoísmo e à violência. Somente a união faz a força. Devemos redescobrir a pérola dos mares, devemos caminhar juntos, ajudando-nos uns aos outros a fazer de modo que a beleza de nosso país, as suas montanhas, rios, mares e cidades, voltem logo a brilhar”.

Dom Gonzáles Nieves conclui a carta com um convite dirigido a todos em favor de “um gesto de caridade em favor dos mais atingidos, por meio de uma coleta que será realizada nas nossas dioceses, assim como em nível nacional pela Caritas Porto Rico”. (JE/GA/LZ)

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Igreja no Mundo



Bispos: conflito sobre independência do Curdistão iraquiano não deve ser "internacionalizado"

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Bagdá (RV) – Os potenciais conflitos desencadeados pelo referendum sobre a independência do Curdistão iraquiano podem ser esconjurados somente “sentando-se com seriedade à mesa de negociações”. O choque entre governo de Bagdá e governo regional de Irbil deve ser resolvido internamente e não deve ser “internacionalizado”.

Estas são algumas das considerações apresentadas pelos bispos das Igrejas cristãs presentes no Curdistão, em um pronunciamento comum divulgado no domingo 1º de outubro sobre a situação perigosa e instável criada na região, após o referendum sobre a independência, convocado pelo governo da região autônoma do Curdistão iraquiano.

Evitar instrumentalização

Os cristãos – advertem os prelados - não devem deixar-se instrumentalizar por frentes contrapostas e por componentes predominantes da população. E em todos os casos deve se evitar que as divisões e os choques levem a um desmembramento territorial e administrativo da Planície de Nínive, a área onde tradicionalmente estão enraizadas as comunidades cristãs autóctones.

Solução interna para o conflito

Os bispos não tomam posição sobre a independência, mas defendem uma “solução interna” para o conflito, observando que as intervenções de forças externas irão expor ainda mais toda a população, nas suas diversas componentes, a ulteriores sofrimentos.

Gratidão ao governo regional do Curdistão

Aqueles que assinam o documento não deixam de expressar gratidão e o reconhecimento pelo governo regional do Curdistão, que desde 2014 acolheu dezenas de milhares de refugiados cristãos de Mosul e da Planície de Nínive, obrigadpsa a deixar as próprias terras conquistadas pelos jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh).

“Sem dúvida – lê-se no texto – jamais poderemos esquecer que os nossos irmãos na região do Curdistão, como povo e como governo, acolheram os cristãos, e também outros componentes do povo iraquiano”.

Preservar unidade territorial da Planície de Nínive

“Mas os cristãos – acrescentam – devem evitar deixarem-se usar nos conflitos, mesmo porque a condição deles de objetiva vulnerabilidade continua a tornar incerto o seu futuro e a própria possibilidade de continuar a viver nas próprias terras de origem”.

“A este respeito os prelados pedem explicitamente que a unidade territorial da Planície de Nínive seja preservada também no futuro, evitando que as tensões entre o governo de Bagdá e o de Irbil provoquem o seu fracionamento”.

Assinam a declaração conjunta, entre outros, o Arcebispo caldeu de irbil, Dom Bashar warda; o Arcebispo sírio-ortodoxo de Mosul, Dom Nicodemus Daoud Sharaf; o Bispo sírio-ortodoxo do Mosteiro de Mar Matti, Timotheus Musa al Shamani e o Bispo caldeu de Zakho e Amadya, Dom Rabban al Qas. (JE/GV)

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Formação



Bispo da Diocese de Viana: Vaticano II resgatou a Igreja povo de Deus

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” traz a participação do bispo da Diocese de Viana, Dom Sebastião Lima Duarte, há sete anos à frente desta Igreja particular do Maranhão. 

Também com este nosso convidado tratamos do tema da recepção e acolhimento do Concílio por parte da Igreja no Brasil e sua implementação ao longo destas mais de cinco décadas pós-conciliares.

Inicialmente, Dom Sebastião destaca esse aspecto de abertura e receptividade que diz ser muito nosso, prontos a acolher os documentos que são propostos pelo Vaticano. “O fato de a gente acolher aquilo que a Igreja propõe é muito significativo. A gente acolhe, assimila e realiza aquilo ali com muito empenho”, afirma o bispo de Viana, observando que com o Concílio não foi diferente.

O Vaticano II resgatou a “Igreja povo de Deus” presente nas Cartas de São Pedro Apóstolo e que estava um pouco esquecido, ressalta Dom Sebastião. “Povo de Deus que caminha”, acrescenta, manifestando a esperança de “que Deus nos ajude a avançar cada vez mais”. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



D. Jaime: "Novos santos dêem ao povo a fortaleza para vencer"

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Natal (RV) - “A canonização dos mártires é muito importante para o Brasil, porque eles representam o povo simples e valorizam a fé, reforçam o valor do martírio, o testemunho e a piedade. Eles devem despertar em todos um sentimento de espiritualidade e introspecção, para voltarmos mais para Deus, diante de realidades tão sérias como as nossas”: palavra de Dom Jaime Vieira Rocha, arcebispo de Natal, a respeito dos futuros santos mártires do Brasil, que serão canonizados pelo Papa em 15 de outubro, na Praça São Pedro.

História dos mártires

Os massacres ocorreram em 16 de julho e 3 de outubro de 1645, durante a ocupação holandesa no Nordeste do Brasil. Liderados por Jacó Rabbi, um alemão a serviço da Companhia das Índias Ocidentais Holandesas, soldados e índios tapuias invadiram a capela do Engenho de Cunhaú, durante a missa dominical e assassinaram o Padre André de Several e um grupo de fiéis.

Os soldados holandeses eram calvinistas e exigiam que os católicos se convertessem.  

No dia 3 de outubro, outro grupo de católicos que morava em Natal foi levado para Uruaçu, às margens do Rio Potengi, e martirizado. Segundo cronistas da época, o leigo Mateus Moreira teve o coração arrancado pelas costas. Em sua agonia, Mateus repetia a frase “louvado seja o Santíssimo Sacramento”.

Os protomártires do Brasil foram beatificados em 2000 por João Paulo II.

Em entrevista à RV, Dom Jaime, que está de viagem para Roma com uma numerosa delegação de sua arquidiocese, afirma esperar que a canonização desperte uma reflexão sobre a não-violência. “O povo vive um drama muito grande. Que não lhe faltem a fé, a confiança e a fortaleza para vencer”, diz. Ouça aqui:

 

 

 

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