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Sumario del 16/10/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa na FAO: incluir na linguagem da cooperação a categoria do amor

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco visitou, na manhã desta segunda-feira (16/10), Dia Mundial da Alimentação, a sede do Fundo das Nações Unidos para Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma. 

Após agradecer ao diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, e demais autoridades, o Papa recordou, em seu discurso, que em 16 de outubro de 1945, os governos decidiram eliminar a fome no mundo através do desenvolvimento do setor agrícola, instituindo a FAO.

“Era um período de uma grave insegurança alimentar e grandes deslocamentos da população, com milhões de pessoas à procura de um lugar para sobreviver às misérias e adversidades causadas pela guerra. À luz desse contexto, refletir sobre os efeitos da segurança alimentar na mobilidade humana significa retornar ao compromisso pelo qual a FAO nasceu, a fim de renová-lo. A realidade atual exige uma maior responsabilidade em todos os níveis, não só para garantir a produção necessária ou a distribuição equitativa dos frutos da terra - isso deve ser dado por certo – mas sobretudo para garantir o direito de todo ser humano de alimentar-se segundo as próprias necessidades, participando das decisões que o afetam e na realização das próprias aspirações, sem ter que se separar de seus entes queridos.”

Segundo Francisco, “diante de tal objetivo, o que está em jogo é a credibilidade de todo o sistema internacional. Sabemos que a cooperação está cada vez mais condicionada por compromissos parciais, limitando inclusive a ajuda nas emergências. Também as mortes por causa da fome e o abandono da própria terra são notícias comuns, com o perigo da indiferença. Precisamos urgentemente encontrar novas maneiras de transformar as possibilidades que dispomos numa garantia que permita a cada pessoa encarar o futuro com confiança, e não apenas com alguma ilusão”.

O cenário das relações internacionais mostra uma capacidade crescente de responder às expectativas da família humana, também com o contribuição da ciência e da tecnologia que, ao estudarem os problemas, propõem soluções adequadas.

“No entanto, essas novas conquistas não conseguem eliminar a exclusão de grande parte da população mundial: quantos são vítimas da desnutrição, de guerras e  mudanças climáticas! Quantos precisam de trabalho ou dos bens necessários e são obrigados a abandonar suas terras, expondo-se a muitas e terríveis formas de exploração. Valorizar a tecnologia para o desenvolvimento é certamente um caminho a seguir, desde que sejam tomadas ações concretas para reduzir o número de pessoas que passam fome ou para controlar o fenômeno da migração forçada.”

Segundo o Papa, “a relação entre fome e migração só pode ser enfrentada se formos à raiz do problema. A este respeito, os estudos realizados pelas Nações Unidas, como tantos outros realizados por organizações da sociedade civil, concordam que existem dois obstáculos a serem superados: conflitos e mudanças climáticas”.

“Como os conflitos podem ser superados? O direito internacional nos indica os meios para preveni-los ou resolvê-los rapidamente, evitando que se prolonguem e produzam fome e destruição do tecido social. Pensemos nas populações martirizadas por guerras que duram décadas e que poderiam ter sido evitadas, propagando efeitos desastrosos e cruéis como a insegurança alimentar e o deslocamento forçado de pessoas.”

Para Francisco, “são necessários boa vontade e diálogo para frear os conflitos e um compromisso total contra o desarmamento gradual e sistemático, conforme previsto pela Carta das Nações Unidas, e para remediar a chaga do tráfico de armas. Do que adianta denunciar que por  causa dos conflitos milhões de pessoas são vítimas da fome e da desnutrição, se não agimos de forma eficaz em favor da paz e do desarmamento”?

“Quanto às mudanças climáticas, vemos suas consequências todos os dias. Graças aos conhecimentos científicos, sabemos como enfrentar os problemas; e a comunidade internacional também desenvolveu instrumentos jurídicos necessários, como o Acordo de Paris, que, infelizmente, alguns estão se afastando. No entanto, reaparece a negligência em relação aos delicados equilíbrios dos ecossistemas, a presunção de manipular e controlar os recursos limitados do Planeta, e a ganância do lucro. Portanto, é necessário  esforçar-se por um consenso concreto e prático, a fim de evitar os efeitos mais trágicos, que continuarão afetando os mais pobres e indefesos. Somos chamados a propor uma mudança nos estilos de vida, no uso dos recursos, nos critérios de produção, mesmo no consumo, que em termos de alimentos apresenta um aumento de perdas e de desperdício. Não podemos nos conformar em dizer ‘outro o fará’.”

Segundo o Papa, “estes são os pressupostos de qualquer discurso sério sobre segurança alimentar relacionada com o fenômeno da migração. É claro que as guerras e as mudanças climáticas provocam a fome, então evitemos apresentá-la como uma doença incurável”.

“As recentes previsões feitas por seus especialistas contemplam um aumento da produção global de cereais, a níveis que permitem dar maior consistência às reservas mundiais. Este dado nos dá esperança e nos ensina que, se trabalharmos, prestando atenção às necessidades e independentemente de especulações, os resultados chegam. Na verdade, os recursos alimentares são muitas vezes expostos à especulação, que os mede apenas em termos de benefício econômico dos grandes produtores ou em relação às estimativas de consumo, e não em relação às exigências reais das pessoas. Desta forma, os conflitos e o desperdício são favorecidos, e aumenta o número dos últimos da Terra que buscam um futuro distante de seus territórios de origem.”

Francisco afirmou que diante desta situação podemos e devemos mudar o rumo. Frente ao aumento da demanda de alimentos é preciso que os frutos da terra estejam a disposição de todos. Para alguns, bastaria diminuir o número das bocas a serem alimentadas e dessa maneira se resolveria o problema; porém esta é uma falsa solução se se leva em consideração o nível de desperdício de comida e os modelos de consumo que desperdiçam tantos recursos. Reduzir é fácil, compartilhar, ao contrário, implica una conversão, e isso é exigente.

O Santo Padre fez em seguida uma pergunta, a si mesmo e também aos presentes:

"Seria exagerado introduzir na linguagem da cooperação internacional a categoria do amor, conjugada como gratuidade, igualdade de tratamento, solidariedade, cultura do dom, fraternidade e misericórdia? Essas palavras efetivamente expressam o conteúdo prático do termo "humanitário", tão usado na atividade internacional. Amar os irmãos, tomando a iniciativa, sem esperar a ser correspondidos, é o princípio evangélico que encontra também  expressão em muitas culturas e religiões, convertendo-se em princípio de humanidade na linguagem das relações internacionais".

É necessário que a diplomacia e as instituições multilaterais alimentem e organizem essa capacidade de amar, porque é o caminho principal que garante, não só a segurança alimentar, mas também a segurança humana em seu aspecto global. Não podemos agir somente se os outros o fazem, nem nos limitarmos a piedade, porque a piedade se limita às ajudas de emergência, enquanto o amor inspira a justiça e é essencial para realizar uma ordem social justa entre realidades diferentes que aspiram o encontro recíproco. Amar significa contribuir para que cada país aumente a produção e alcance a autossuficiência alimentar. Amar se traduz em pensar em novos modelos de desenvolvimento e consumo, e em adotar políticas que não piorem a situação das populações menos avançadas ou sua dependência externa. Amar significa não continuar a dividir a família humana entre aqueles que gozam do supérfluo e aqueles que não têm o necessário.

Falando sobre o compromisso da diplomacia, o Papa salientou que a mesma nos mostrou, também em eventos recentes, que é possível deter o uso de armas de destruição em massa. Todos estamos cientes da destruição de tais instrumentos. Mas estamos igualmente conscientes dos efeitos da pobreza e da exclusão? Como deter as pessoas dispostas a arriscar tudo, a gerações inteiras que podem desaparecer porque não têm o pão cotidiano ou são vítimas de violência ou das mudanças climáticas? Eles se deslocam para onde veem uma luz ou percebem uma esperança de vida. Eles não podem ser detidos por barreiras físicas, econômicas, legislativas e ideológicas. Somente uma aplicação coerente do princípio de humanidade pode conseguir isso.

Por outro lado, vemos que diminui a ajuda pública ao desenvolvimento e se limita a atividade das instituições multilaterais, enquanto se utilizam acordos bilaterais que subordinam a cooperação ao cumprimento de agendas e alianças particulares ou, simplesmente, a uma momentânea tranquilidade.

Francisco fez um pedido:

"Vamos ouvir o grito de tantos nossos irmãos marginalizados e excluídos: "Tenho fome, sou estrangeiro, estou nu, doente, confinado em um campo de refugiados”. É um pedido de justiça, não uma súplica ou um chamado de emergência. É necessário, que em todos os níveis, se dialogue de forma ampla e sincera, para que se encontrem as melhores soluções e amadureça uma nova relação entre os vários atores do cenário internacional, caracterizada pela responsabilidade recíproca, a solidariedade e a comunhão".

O Santo Padre na conclusão do seu denso discurso afirmou que a Igreja Católica, com suas instituições, com um conhecimento direto e concreto das situações a serem enfrentadas ou das necessidades a serem satisfeitas, quer participar diretamente desse esforço em virtude de sua missão, que a leva a amar a todos e a faz lembrar àqueles que têm responsabilidade nacional ou internacional, o grande dever de enfrentar às necessidades dos mais pobres.
Gostaria que cada um descubra, no silêncio da própria fé ou das próprias convicções, as motivações, os princípios e as contribuições para infundir na FAO e outras instituições intergovernamentais, o valor de melhorar e trabalhar incansavelmente para o bem da família.

(MJ-SP)

 

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O presente do Papa à FAO

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Roma (RV) - “Mudar o futuro da emigração. Investir na segurança alimentar e no desenvolvimento rural”. Este foi o tema do pronunciamento do Papa Francisco na abertura do Dia Mundial da Alimentação, que como ocorre anualmente, é celebrado em 16 de outubro na sede da FAO, em Roma.

O Pontífice chegou pontualmente às 9 horas na sede da FAO em Roma e inaugurou a estátua que representa o menino sírio de 3 anos, Aylan Kurdi, afogado em uma praia de Bodrum, na Turquia, e que se tornou um símbolo do drama dos refugiados de todo o mundo. Junto a ele, um anjo que olha para o alto, chorando.

A obra do artista trentino Luigi Prevedel, em mármore carraca, foi presenteada ao Papa durante uma Audiência Geral. Francisco, por sua vez, decidiu doá-la à FAO.

O Pontífice foi acolhido pelo Diretor Geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, pelo Comissário Europeu para a Agricultura e o Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, por diversos Ministros da Agricultura do G7, o Diretor do IFAD, Gilbert Hounbo e o Diretor executivo do PAM, David Beasly.

O Primeiro a se pronunciar foi Graziano Neto, que deu as boas-vindas ao Papa e fez referência à estátua do pequeno Aylan: 

O Dia Mundial da Alimentação realiza-se “no contexto de um mundo onde milhões de pessoas são obrigadas a fugir de suas casas – o maior êxodo desde a II Guerra Mundial, sublinha a FAO – por causa das guerras e instabilidades políticas”.

À este cenário somam-se a fome, “em aumento pela primeira vez em decênios”, “a pobreza” e “eventos meteorológicos extremos”, em aumento devido “às mudanças climáticas”.

A atenção maior para sair desta espiral negativa é investir nos jovens, para que não sejam obrigados a fugir de seus países e juntos apoiar o desenvolvimento de áreas rurais, como sugere o Relatório 2017 sobre o estado da alimentação e da agricultura apresentado recentemente pela FAO.

Até 2030, os jovens com idades entre 15 e 24 anos serão 1,3 bilhões, aumentando em cerca de 100 milhões, especialmente nas áreas rurais da África Subsaariana, as mais pobres do planeta.

O Relatório sublinha como as mudanças nas economias rurais podem ter um grande impacto para sair da pobreza, como demonstrado a partir dos anos 90. (JE)

 

 

 

 

 

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Mianmar: Esperados 300 mil fiéis na Missa com o Papa

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Yangon (RV) -  Mais de 300 mil pessoas devem participar da missa presidida pelo Papa Francisco em Yangon, Mianmar, no dia 29 de novembro, no campo de esportes de Kyaikasan, assegurou o Cardeal Charles Maug Bo no domingo, 15 de outubro. 

A celebração será aberta a todos, desde que se registrem oficialmente antes do evento.

Myanmar está entusiasmado por ter a presença do Santo Padre, que visitará o país de maioria budista de 27 a 30 de novembro, de onde partirá para o país vizinho, Bangladesh.

"Alguns dias atrás, tivemos uma série de reuniões com todos os bispos e outros de 16 dioceses em Yangon para finalizar e trabalhar nos detalhes da visita papal", disse o Cardeal Bo, Arcebispo de Yangon.

Na agenda do Papa, a visita a Aung San Suu Kyi, Conselheira Estadual (um cargo semelhante a um Primeiro-Ministro), o encontro com o Corpo Diplomático e autoridades.

O Pontífice também terá encontros com os principais monges budistas e líderes de outras religiões, além de se reunir com os bispos, sacerdotes, religiosos e cidadãos do país, em uma série de programas intensos.

Durante sua  permanência em Myanmar, o Santo Padre será acompanhado pelo Cardeal Bo.

Vários comitês estão sendo formados para uma melhor preparação e acolhida da histórica visita do Santo Padre a este país da Ásia do Sul.

O Arcebispado, onde o Papa ficará nas três noites em que estará no país, foi pintado de branco e ganhou um novo aspecto para a ocasião. O Papa também irá presidir uma celebração na Catedral de Santa Maria, próxima ao Arcebispado.

De acordo com o governo e os dados da ONU  (2016), Mianmar tem 88,9% de budistas, 6,3% de cristãos, 2,3% de muçulmanos, 0,5% de hindus, 0,8% de animistas, 0,2% outros (Sikhs, Confucionistas, Fé Bahá'í e Zoroastrians) e 0,11 % nenhuma religião.

Os 700 mil católicos do país de 51 milhões de habitantes estão distribuídos em 16 dioceses católicas. (JE/mattersindia)

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Igreja em Roma reza por Padre Maurizio, sequestrado na Nigéria

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Cidade do Vaticano (RV) – Do Papa ao Vigário do Pontífice para a Diocese de Roma, Dom Angelo De Donatis. De diversas partes elevam-se orações pelo sacerdote Maurizio Pallù, da Diocese de Roma, sequestrado na Nigéria. Há três anos o sacerdote italiano exercia o seu ministério no país africano. 

O Presidente da Conferência Episcopal Italiana, Cardeal Gualtiero Basseti, expressa preocupação  pelo ocorrido, enquanto da Nigéria, o Cardeal John Olorunfemi Onaiyekan, Arcebispo de Abuja, faz votos de que em breve o sacerdote seja libertado. “As forças de ordem estão fazendo todo o possível para encontrá-lo”, explicou à Tg2000.

“São horas de apreensão, preocupação, mas ao mesmo tempo de oração”, declarou o responsável pelo Setor de Comunicações Sociais do Vicariato, Padre Walter Insero, em declarações à Rádio Vaticano.

“Estamos unidos  ao Papa Francisco, ao nosso Vigário Dom De Donatis, confiantes na oração, para que o Senhor possa tocar os corações de quem mantém prisioneiro o Padre Maurizio” – prossegue - recordando que o sacerdote, de origem toscana, pertence ao Caminho Neocatecumenal.

“É muito estimado, um grande evangelizador, um homem animado por um espírito missionário realmente admirável”.

“Com grande zelo dentro do Caminho Neocatecumenal desde o início – conta o responsável pelo Setor de Comunicações – o Padre Maurizio encarna o amor pelos distantes. Portanto, sempre esteve empenhado em missões, aquilo que o Papa Francisco define como “periferias existenciais”.

“Esperamos realmente poder abraçá-lo novamente em breve e de revê-lo aqui conosco”, são os seus votos.

Padre Walter se diz também seguro de que ele “irá querer continuar a missão, porque é realmente um sacerdote com um zelo e um fogo extraordinário para a missão”.

Padre sentiu o chamado para a missão em 1980. Inicialmente como missionário leigo, vai aos Estados Unidos, e mais tarde, de 1983 a 1986 à Nigéria.

Então, entra no Seminário, sendo ordenado em 1991. Torna-se vice-pároco em Roma e depois, na Holanda. Mais tarde  parte em missão à Grã-Bretanha.

Mas em seu coração, porém, permanece forte a lembrança da África e a evangelização dos pobres, em particular da Nigéria, para onde voltou há três anos. (JE/DD)

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Cardeal Tauran: mensagem aos hindus pela festa de Deepavali

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Cidade do Vaticano (RV) – O Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean Louis Tauran, enviou uma mensagem por ocasião da festividade hindu de Deepavali, que se celebra no próximo dia 19 de outubro.

No início da mensagem que tem por título, “Cristãos e hindus: para além da tolerância”, o Cardeal Tauran faz votos de que esta celebração das luzes ilumine as suas mentes e suas vidas, dê alegria aos seus corações e às suas casas, reforçando famílias e comunidades!”.

No texto da sua mensagem o Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso evidencia que no mundo se verificam coisas maravilhosas, das quais somos muitos gratos. Porém, também estamos conscientes das dificuldades que encontram as nossas comunidades, que geram em nós profunda preocupação.

Aumento da intolerância

O aumento da intolerância - continua o texto -, que é causa de violência em tantas partes do mundo, é um dos desafios que devemos enfrentar hoje. Por isso, nesta ocasião, queremos refletir sobre como cristãos e hindus podem juntos fazer crescer o respeito recíproco entre as pessoas – indo para além da tolerância -, para preparar um era mais pacífica e harmoniosa para cada sociedade.

A tolerância – continua a mensagem - certamente envolve abertura e paciência com os outros, reconhecendo sua presença em nosso meio. Mas se devemos trabalhar para uma paz duradoura e uma verdadeira harmonia, não é suficiente a tolerância. Serve também um verdadeiro respeito e atenção à diversidade de culturas e costumes das nossas comunidades, que, por sua vez, contribuem para a saúde e a unidade da sociedade no seu conjunto. Considerar como uma ameaça à unidade o pluralismo e a diversidade leva tragicamente à intolerância e à violência.

O respeito pelos outros

O respeito pelos outros – destaca o texto - é um antídoto importante à “intolerância” porque expressa uma verdadeira apreciação pela pessoa e sua inata “dignidade”. À luz da nossa responsabilidade para com a sociedade, para fazer crescer esse respeito, se deve demonstrar estima pelos diversos costumes e práticas sociais, culturais e religiosas, bem como pelo reconhecimento dos direitos inalienáveis como o direito à vida ou a professar e praticar a religião escolhida.

O caminho que deve percorrer as várias comunidades é, portanto, marcado pelo respeito. Enquanto a tolerância protege simplesmente o outro, o respeito vai além: promove a convivência pacífica e a harmonia para todos.

Portanto, devemos aceitar o desafio de ir além dos limites da “tolerância” e mostrar respeito a indivíduos e comunidades, porque cada um merece e deseja ser avaliado de acordo com sua inata dignidade. Isso requer construir uma verdadeira cultura do respeito, capaz de promover a resolução de conflitos, a construção da paz e a vida harmoniosa.

Unidos na preocupação compartilhada pela unidade

Radicais nas nossas tradições espirituais e unidos na preocupação compartilhada pela unidade e o bem-estar de todos, nós, cristãos e hindus, podemos, juntamente com outros crentes e pessoas de boa vontade, encorajar, nas nossas famílias e comunidades, e através dos ensinamentos religiosos e da mídia, o respeito por cada pessoa, especialmente para aqueles de diferentes culturas e crenças que estão em nosso meio. É assim – conclui-se a mensagem - que iremos para além da tolerância para construir uma sociedade harmoniosa e pacífica, na qual todos sejam respeitados e encorajados a cooperar à unidade da família humana com sua contribuição única. (SP)

 

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Igreja no Mundo



Lateranense: Encontro sobre a espiritualidade e teologia da Reforma

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Roma (RV) – “Paixão por Deus. Espiritualidade e teologia da Reforma 500 anos após seu alvorecer”, é o tema da Convenção internacional que se realiza na Pontifícia Universidade Lateranense nos dia 18 e 19 de outubro.

O encontro é promovido e patrocinado pelo Serviço Nacional para os Estudos Superiores de Teologia e de Ciências Religiosas da Conferência Episcopal Italiana (CEI).

Será “um momento de reflexão e memória”, define o Prof. Giuseppe Lorizio, Ordinário de Teologia Fundamental na mesma Universidade. Para ele, desde que Martinho Lutero fixou as suas 95 teses na porta da Catedral de Wittenberg há 500 anos,  “nasceu uma profunda e dilacerante revisão do cristianismo europeu”.

Em outubro de 2016 o Papa Francisco foi à Lund, na Suécia, no início das celebrações dos 500 anos da Reforma, que coincidiram com os “50 anos de frutuoso diálogo ecumênico entre católicos e luteranos”, ocasião em que foi assinada uma Declaração Comum com o objetivo de evidenciar os esforços realizados no decorrer dos anos para superar preconceitos recíprocos entre católicos e luteranos.

“Aprendemos que aquilo que nos une é maior do que aquilo que nos divide”, lê-se na Declaração, e a vontade partilhada é a de testemunhar juntos a graça misericordiosa de Deus, revelada em Cristo crucificado e ressuscitado”.

Estas, de fato, são as premissas do evento organizado pela Faculdade de Teologia da Lateranense, com o objetivo de investigar e propor os resultados do trabalho de pesquisa de biblistas, historiadores e teólogos católicos e evangélicos sobre o tema da espiritualidade da Reforma.

Foram convidados numerosos expoentes da Teologia católica e protestante, experts em História da Igreja e em Sagrada Escritura, que se pronunciarão no dia 18, primeiro dia do encontro.

As temáticas da convenção - a teologia da cruz, a lógica do paradoxo e do agir eclesial – serão tratadas quer na perspectiva da teologia católica como da reformada.

Mas o debate direto, na forma de entrevista, acontecerá na conferência pública de quarta-feira, 18/10, às 19h30min, sob o tema “A Reforma ontem e hoje”, moderada por Mimmo Muolo, jornalista do Avvenire, na qual se pronunciarão o Prof. Paolo Ricca da faculdade Teológica Valdense e o Prof. Giuseppe Lorizio, da Pontifícia Universidade Lateranense.

No segundo dia do encontro, em 19 de outubro, a sessão intitulada “A Reforma no agir eclesial” será moderada pelo Bispo Nunzio Galantino, Secretário da Conferência Episcopal italiana.

“Trata-se de uma etapa de reflexão “sobre aquele caminho que foi desenhado pelo recente documento da Comissão mista católico-luterana, um caminho que do conflito vai rumo à comunhão. Ainda não podemos participar da mesma mesa, mas os votos são de que amanhã possamos juntos, como cristãos, celebrar também a Eucaristia”, precisou o Prof. Lorizio. (JE)

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Conflito entre Catar e Arábia Saudita por trás do atentado em Mogadíscio?

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Mogadiscio (RV) – A crise do Golfo envolvendo Catar e Arábia Saudita poderia estar por trás do atentado em Mogadíscio em 14 de outubro que provocou, segundo o último balanço, ao menos 300 mortos e mais de 200 feridos.

Esta é a tese defendida por Luca Puddu, Senior Africa Analyst, do Institute of Global Studies, expert em Somália, falando à Agência Fides.

“Com toda a prudência que o caso exige, se poderia dizer que, se o governo de Mogadíscio acusou o movimento dos “al Shabaab” de ter cometido o atentado, um ato tão sangrento que atinge a população civil, se contradiz, pois o ato não contribui para consolidar a imagem do movimento de libertação nacional sobre o qual os Shabaab buscam construir a própria retórica”, explica o pesquisador.

“Por outro lado, os Shabbab negaram serem os responsáveis pela explosão. Visto a contingência do momento, penso que o atentado tem por objetivo enfraquecer o governo federal, que já é acusado pela extradição para a Etiópia, há cerca de um mês, de Abdikarin Sheikh Muse, membro de ponta do Ogaden National Liberation Front (ONLF), o que suscitou fortes protestos da oposição parlamentar, que apresentou uma moção de desconfiança em relação ao Premier Hassan Ali Khayre”, disse Puddu.

“É necessário, ademais, contextualizar as vicissitudes da Somália - incluído o último atentado - no grave conflito no Golfo Pérsico entre Arábia Saudita e Emirados Árabes de um lado, e Catar de outro. O governo federal somali mantém formalmente uma posição neutra neste conflito, mas de fato apoia de forma mais ou menos aberta o Catar. Mogadíscio colocou à disposição o seu espaço aéreo para a Qatar Airlines como alternativa ao fechamento do espaço aéreo pela Arábia saudita e pelos Emirados, cujos governos exerceram repetida pressão sobre autoridades federais somalis para que assumissem uma posição de clara condenação do Catar. Até agora, porém, o governo federal tem resistido a estas pressões”, constata Puddu.

“Por outro lado, o Presidente Mohamed Abdullahi "Farmajo" Mohamed venceu as eleições deste ano graças também à ajuda financeira do Catar, e sobretudo está construindo uma aliança preferencial com o Catar, mas mais ainda com a Turquia, aliada de Doha, que está construindo uma base militar na Somália, para treinar oficiais e sub-oficiais do exército somali”, acrescenta o pesquisador.

“A política filo-catariana de “Farmajo” é porém contestada pela maior parte dos Estados da Federação, como o Puntland, isto para não falar do Somaliland, que acolhe em Berbera uma base dos Emirados. Em 8 de outubro reuniram-se em Chisimaio os Presidentes dos Estados regionais para falar sobre a reforma constitucional e sobre o processo de paz, de forma totalmente independente do governo federal”.

“Assim, criou-se uma forte divisão entre os governos federados e o federal, com os primeiros alinhados com a Arábia saudita e os Emirados e o segundo com o Catar. Neste contexto, o atentado de Mogadíscio visa enfraquecer ulteriormente o governo federal, demonstrando que não é capaz de garantir a segurança em Mogadíscio. Recordemos que o discurso da segurança foi fundamental para o atual Presidente na vitoriosa campanha eleitoral”, conclui o pesquisador”.

Na explosão, também foi atingida a Embaixada do catar, segundo declarou o Ministro do Exterior de Doha, Xeique Mohammed bin Abdulrahman Al Thani. (JE/Fides)

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Gregoriana promove ciclo de lições sobre 'Humanae vitae'

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Roma (RV) – Em 1968 foram lançados “Introdução ao cristianismo”, de Joseph Ratzinger, “A Igreja e o segundo sexo”, de Mary Daly e “Sobre a teologia do mundo”, de Johann Baptist Metz, enquanto em Medellín, na Colômbia, reunia-se a I Conferência do Episcopado Latino-americano.

O vento da contestação soprou de Berkley na Califórnia, em 1964, à Praga, influenciada por leituras como “A peste”, de Albert Camus, e “O homem unidimensional”, de Herbert  Marcuse, enquanto no Vietnã se travava a guerra e aumentavam as adesões pacifistas e a luta pelos direitos civis ao redor de Martin Luther King, que justamente em 1968 era assassinado.

Cinquenta anos após este período, o Centro Fé e Cultura “Alberto Hurtado”, da Pontifícia Universidade Gregoriana, organiza o ciclo de encontros públicos intitulado “1968-2018: por um balanço teológico sobre a Igreja e o mundo, para perguntar-se o que restou, o que acabou ou o que ainda deve ter o seu reconhecimento.

O primeiro encontro será realizado na terça-feira, 17 de outubro, às 18 horas, com o Prof. Pier Guenzi (Universidade Católica de Milão) e o jesuíta belga Jean-Louis Ska (Pontifício Instituto Bíblico), sobre o tema “Autoridade e Consciência”.

Depois será a vez de “Pais e Filhos”, em 19 de dezembro, “Revolução e Reforma”, em 16 de janeiro de 2018, “Fé e Igreja”, em 17 de abril de 2018.

Os encontros irão se alternar com alguns Fóruns mensais que permitirão aprofundar temáticas relacionadas.

50 anos da Humanae Vitae

1968 foi também o ano em que Paulo VI publicou a Encíclica Humanae Vitae. Preparando-se para este aniversário, a Faculdade de Ciências Sociais e o Departamento de Teologia Moral da Gregoriana querem refletir sobre a realidade da família, considerando as suas transformações, as suas necessidades e as suas esperanças, no respeito por todas as partes que a compõe.

Para tanto, promove o ciclo de nove lições públicas “O caminho da família 50 anos após a Humanae vitae”, com início na quinta-feira, 19 de outubro, às 17 horas, concluindo-se no dia 24 de maio de 2018.

Após as boas-vindas do Padre Jacquineau Azétsop, Decano da Faculdade de Ciências Sociais da Gregoriana, e a apresentação do curso público por parte dos docentes Emilia Palladino e Miguel Yáñez SJ, terá lugar a primeira lição, conduzida por Giuseppe Bonfrate (Departamento de Teologia Dogmática da Gregoriana).

O ciclo tratará de temáticas como as relações de casais e famílias (16 de novembro de 2017), Humanae Vitae e Amoris Laetitia (14 de dezembro de 2017), biotecnologias e controle da vida (11 de janeiro de 2018), mudanças demográficas e modelos de desenvolvimento (22 de fevereiro de 2018), a multiculturalidade (8 de março de 2018), as políticas sociais (12 de abril de 2018), o gênero (3 de maio de 2018), a vida humana (24 de maio de 2018). (JE)

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Corpo de São Pio de Pietralcina voltará ao antigo Santuário durante o inverno

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San Giovanni Rotondo (RV) – Durante o período do inverno, a relíquia do corpo de São Pio de Pietralcina voltará para o antigo santuário de Santa Maria das Graças de San Giovanni Rotondo, onde esteve desde de 23 de setembro de 1968, dia de sua morte, até 2010, antes de ser transferido para a igreja atual.

A decisão foi tomada de comum acordo entre os Freis Capuchinos e a Arquidiocese, com autorização da Congregação para as Causas dos Santos.

A Igreja de São Pio de Pietralcina, próxima ao velho santuário, é mais indicada para as grandes celebrações e para receber um maior afluxo de fiéis. Por outro lado, o acesso à parte inferior, onde será colocado o corpo, será mais dificultoso por razões climáticas.

De fato, como explicam os freis, a temporária transferência deve-se à “oportunidades pastorais, consideradas as dificuldades evidenciadas pelos fiéis peregrinos nestes últimos anos”, como chegar durante o inverno “ao local onde atualmente é venerada a preciosa relíquia do corpo de São Pio, por causa das frequentes adversas condições meteorológicas”.

Assim, sempre na urna de vidro, a relíquia voltará ao santuário de Nossa Senhora das Graças a partir de 26 de novembro onde permanecerá até o quinto domingo da Quaresma, ou seja, 18 de março, quando novamente voltará a ser exposta na Igreja de São Pio.

Desde 2013, a exposição aos fiéis passou a ser permanente pela grande veneração ao carismático frei capuchinho de Pietralcina.

(JE/adnkronos)

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Formação



Bispo de Viana: Aparecida trouxe para nós a vontade de sair em missão

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro semanal “O Brasil na Missão Continental” tem estes dias a participação do bispo da Diocese de Viana, Dom Sebastião Lima Duarte, trazendo-nos um pouco da realidade desta Igreja particular maranhense. 

Após ter-nos destacado as prioridades pastorais da diocese em sua ação evangelizadora, nosso convidado alarga o horizonte para o acolhimento e implementação da “Missão Continental” por parte da Igreja no Brasil, passados dez anos da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizada em Aparecida, São Paulo.

Dom Sebastião situa Aparecida no contexto das precedentes Conferências gerais falando de um avanço significativo da Igreja no Brasil a partir dessas conferências:

Com Medellín (1968) na esteira e no espírito do Concílio Vaticano II; o destaque para as Cebs dado por Puebla (1979) – a dimensão socio-transofrmadora no sentido de uma melhoria na qualidade de vida para o povo de Deus; a presença dos leigos com Santo Domingo (1992); e Aparecida que veio reforçar a presença do leigo e da leiga como protagonista da missão.

Aparecida trouxe para nós essa vontade de sair em missão, de realizar a Missão Continental, as missões populares que muito têm contribuído para o leigo sair em missão”, afirma nosso convidado, destacando a reintrodução da dimensão sócio-transformadora qual indicativo de que a ação evangelizadora da Igreja não é ligada somente ao religioso, “mas também aberta ao sofrimento do povo de Deus, e a ajudar esse povo de Deus a avançar”. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Festival da Padroeira: o exemplo de Pe. Zezinho aos jovens

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Aparecida (RV) – O Brasil vem de uma semana importante e festiva pelos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Se não com a oração, com a devoção e o testemunho, pode ser a música a elevar nossa proximidade com a Mãe, tocando o coração principalmente dos jovens, ao abraçar essa nova e estimulante experiência de fé. 

Padre Zezinho e sua canção “Oração pela Família”, conhecida internacionalmente e que o ajudou a ganhar um Disco de Ouro em 1991, foi interpretada junto a um grupo de padres no palco do Santuário de Aparecida, em São Paulo. O show de 10 de outubro fez parte do Festival da Padroeira para as comemorações dos 300 anos.

Entre os padres cantores que se apresentaram com canções marianas para homenagear Nossa Senhora estavam: Fábio de Melo, Reginaldo Manzotti, Joãozinho, Juarez, Omar, Marcos, Antônio Maria e Pe. Periquito. O cantor Daniel e Ziza Fernandes também participaram do show. Padre Zezinho, desde os 9 anos frequentando o Santuário, sabe o que significam esses 300 anos de Aparecida e a força que os padres e pastores têm para interceder pelos fiéis.

Pe. Zezinho - “Num testemunho bonito de unidade, 15 padres e o cantor Daniel, apresentado também com o Pe. Fábio de Melo, cantaram para Maria, cada um do seu jeito. Pe. Zezinho esteve junto, falando de Maria - a Maria que acompanhou o Filho desde Belém até a cruz. E dizíamos para o povo presente, em multidão: ‘Perto de Maria, perto de Jesus. Longe de Maria, longe de Jesus’ porque Maria sempre peregrinou com o Filho. Nos 300 anos da festa e da presença de Maria em Aparecida, com os seus sinais, estamos lembrando a presença da Igreja também. Foi muito bonito, foi uma festa impressionante e foi um jeito nosso de dizer: ‘Com Maria, sempre com Maria’. E, por isso, ‘com Jesus e sempre com Jesus’.

No canal da TV Aparecida no YouTube você pode conferir a participação de Pe. Zezinho no Festival da Padroeira (https://goo.gl/udE3bf). (AC)

 

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