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Sumario del 19/10/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Entrevistas

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: não fechemos a porta a nós pastores e ao povo que quer entrar

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Cidade do Vaticano (RV) - Que o Senhor nos dê a memória da “gratuidade” da salvação e da proximidade de Deus e da tangibilidade das obras de misericórdia que quer de nós, sejam elas “materiais ou espirituais”: assim nos tornaremos pessoas que ajudam a “abrir a porta” a nós mesmos e aos outros. Foi a oração do Papa na missa desta quinta-feira (19/10) na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano. 

Partindo do trecho evangélico do dia (Lc 11,47-54), em que os escribas e fariseus se consideravam justos, e Jesus faz com eles sintam palpavelmente que somente Deus é justo, Francisco explicou porque os doutores da lei tinham “afugentado o conhecimento”, com a “consequência” de eles “não entrarem no Reino nem deixar que os outros entrassem”.

Esse dissipar a capacidade de entender a revelação de Deus, de entender o coração de Deus, de entender a salvação de Deus – a chave do conhecimento –, podemos dizer que é um grave descuido. Esquece assim a gratuidade da salvação; se esquece a proximidade de Deus e se esquece a misericórdia de Deus. E aqueles que esquecem a gratuidade da salvação, a proximidade de Deus e a sua misericórdia, carregaram a chave do conhecimento.

Esqueceu-se, portanto, a gratuidade. É “a iniciativa de Deus que nos salva e, ao invés, se colocam da parte da lei”: para eles – disse o Papa – a salvação está na aí, na lei, chegando desse modo “a um amontoado de prescrições” que efetivamente se tornam a salvação. Assim, porém, “não recebem a força da justiça de Deus”.

Ao invés, a lei é sempre “uma resposta ao amor gratuito de Deus”, que tomou “a iniciativa” de salvar-nos. E, acrescentou o Santo Padre, “quando se esquece a gratuidade da salvação se cai, se perde a chave da inteligência da história da salvação”, perdendo “o sentido da proximidade de Deus”.

Para eles Deus é aquele que fez a lei. E esse não é o Deus da revelação. O Deus da revelação é Deus que começou a caminhar conosco a partir de Abraão até Jesus Cristo, Deus que caminha com seu povo. E quando se perde essa relação de proximidade com o Senhor, se cai nessa mentalidade obtusa que acredita na autossuficiência da salvação com o cumprimento da lei. A proximidade de Deus.

De fato, quando falta a proximidade de Deus, quando falta a oração, evidenciou o Pontífice, “não se pode ensinar a doutrina” e nem mesmo “fazer teologia”, muito menos “teologia moral”. Francisco reiterou que a teologia “se faz de joelhos, sempre perto de Deus”!

E a proximidade do Senhor chega “ao cume de Jesus Cristo crucificado”, sendo que nós fomos “justificados” pelo sangue de Cristo, como diz São Paulo. Por isso, explicou o Papa, as obras de misericórdia “são a pedra de toque do cumprimento da lei”, porque se toca a carne de Cristo, ”tocar Cristo que sofre numa pessoa, seja corporalmente, seja espiritualmente”.

Ademais, Francisco chamou a atenção para o fato que quando se perde a chave do conhecimento, se acaba por chegar até mesmo “à corrupção”. Por fim, o Papa pensou na “responsabilidade” dos pastores, hoje na Igreja: quando perdem ou levam embora “a chave da inteligência”, fechando “a porta para nós e para os outros”.

Em meu país ouvi muitas vezes acerca de párocos que não batizavam os filhos de jovens mães, porque não tinham nascido no matrimônio canônico. Fechavam a porta, escandalizavam o povo de Deus, por qual motivo? Porque o coração destes párocos tinha perdido a chave do conhecimento. Sem ir tão longe no tempo e no espaço, três meses atrás, num país, numa cidade, uma mãe queria batizar o filho recém-nascido, mas ela era casada civilmente com um divorciado. O pároco disse: “Sim, sim. Batizo a criança. Mas seu marido é divorciado. Fique de fora, não poderá estar presente na cerimônia”. Isso acontece hoje. Os fariseus, os doutores da lei não são coisas daqueles tempos, também hoje existem muitos. Por isso é necessário rezar por nós pastores. Rezar, a fim de que não percamos a chave do conhecimento e não fechemos a porta para nós e para o povo que quer entrar.” (RL/BF)

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Papa aos metodistas: partilhar o caminho rumo à plena comunhão

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Cidade do Vaticano (RV) – Com a passagem do Livro do Levítico em que o Senhor anuncia a Moisés que o quinquagésimo ano prevê a libertação dos escravos e uma referência ao Decreto Unitatis redintegratio, do Concílio Vaticano II, o Papa Francisco abriu o seu discurso à delegação do Conselho Metodista Mundial, recebido em audiência na manhã desta quinta-feira no Vaticano.

O encontro realizou-se por ocasião do 50º aniversário do início do diálogo teológico metodista-católico. "Somos agradecidos a Deus porque, num certo sentido, podemos proclamar termos sido libertados da escravidão da estranheza e da suspeita recíproca".  

Recordando as palavras de São Paulo, o Papa recorda que temos um Batismo comum, "somos e nos sentimos familiares de Deus. E esta consciência nos levou ao diálogo".

O Concílio Vaticano II - recordou - exorta a existir "um conhecimento mais profundo e um apreço mais justo entre os cristãos das diversas Confissões, por meio de um diálogo que proceda "com amor da verdade,com caridade e com humildade"".

"O diálogo verdadeiro - enfatizou o Papa - encoraja continuamente uns aos outros, sem irenismos e sem fingimentos. Somos irmãos que, depois de uma longa separação, estão felizes em se reencontrar e se redescobrir reciprocamente, de caminhar juntos, abrindo com generosidade ocoração ao outro".

"Assim prosseguimos, sabendo que este caminho é abençoado pelo Senhor: por Ele foi iniciado e a Ele é dirigido".

“Os outros familiares de Deus podem nos ajudar a nos aproximarmos ainda mais ao Senhor – prosseguiu o Papa, recordando o convite à santidade do teólogo John Wesley, fundador do movimento protestante metodista – e estimular-nos a dar um testemunho mais fiel ao Evangelho”.

"Quando vemos sinais de vida santa nos outros, quando reconhecemos a ação do Espírito Santo nas outras Confissões cristãs, não podemos que não nos alegrar. É belo ver como o Senhor semeia largamente seus dons, é belo ver irmãos e irmãs que abraçam em Jesus a nossa mesma razão de vida".

A fé torna-se tangível, sobretudo quando “se concretiza no amor”, e em particular “no serviço aos pobres e aos marginalizados”, como resposta ao antigo convite da Palavra: “Proclamem a libertação para todos os moradores, para todos os habitantes do país”:

"Quando católicos e metodistas, acompanham e levantam juntos os fracos e os marginalizados - aqueles que mesmo habitando as nossas sociedades, se sentem distantes, estrangeiros, estranhos - respondemos ao convite do Senhor"

Trata-se do “mesmo chamado à santidade que, sendo chamado à vida de comunhão com Deus – enfatizou Francisco – é  necessariamente chamado à comunhão com os outros”.

Olhando em frente, temos uma certeza: "De não poder crescer na santidade sem crescer em uma maior comunhão".

Neste sentido, a exortação para  prosseguir no caminho que se abre “com uma nova fase de diálogo que está por aproximar-se sobre o tema da reconciliação”.

"Não podemos falar de oração e caridade se, juntos, não rezamos e não trabalhamos pela reconciliação e pela plena comunhão entre nós".

"Que o vosso trabalho pela reconciliação seja um dom, e não somente para as nossas comunidades, mas para o mundo: seja de estímulo a todos os cristãos a serem em todos os lugares ministros de reconciliação.  É o Espírito Santo que realiza o milagre da unidade reconciliada. E o faz com o seu estilo, como fez em Pentecostes, suscitando carismas diversos e recompondo tudo em unidade, que não é uniformidade, mas comunhão. Por isto é necessário que estejamos juntos, como os discípulos a espera do espírito, como irmãos a caminho".

O dom da graça que “descobrimos uns nos outros”, com o consequente enriquecimento recíproco e a consciência de sermos “irmãos e irmãs em Cristo”, marcam aquele novo tempo – explica o Papa – para o qual devemos “nos preparar, com esperança humilde e empenho concreto”, ao “pleno reconhecimento que terá lugar, com a ajuda de Deus, quando finalmente podermos nos reencontrar juntos na fração do Pão”.

Ao concluir, o Papa Francisco convida todos a rezarem juntos o Pai Nosso, para que o Senhor conceda “o pão de cada dia” em sustento do novo caminho comum.  (JE/EC)

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Papa a estudantes de economia: "Não ao culto do dinheiro"

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Cidade do Vaticano (RV) – No final da manhã de quinta-feira (19/10), o Papa recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, um grupo de 80 alunos e professores do ‘Instituto dos Chartreux’, escola particular francesa com sede na cidade de Lion.   

A escola oferece estudos preliminares no campo financeiro, com formação acadêmica que compreende uma forte dimensão humana, filosófica e espiritual. Foi a partir daí que o Papa começou o seu discurso ao grupo:

'Livres' do culto do dinheiro

"É essencial que desde já, e em sua vida profissional futura, vocês aprendam a permanecer isentos do fascínio do dinheiro e da escravidão que ele cria para quem faz dele um culto. É importante que possam ter a força e a coragem de não obedecer cegamente à mão invisível do mercado”.

Francisco encorajou os estudantes franceses a aproveitar o tempo de estudos e ser promotores e defensores do amadurecimento na equidade e artesãos de uma gestão adequada da nossa Casa Comum, ‘ou seja, o mundo’.

Não pisotear a dignidade dos pobres

“Cada injustiça feita contra um pobre é uma ferida aberta que reduz a sua própria dignidade. Convido vocês, cristãos, a permanecerem sempre unidos ao Senhor Jesus com a oração, confiando tudo a Deus e não caindo na tentação do desespero”.

E dirigindo-se aos não cristãos e ateus do grupo, concluiu:

“Com respeito e carinho, não se esqueçam jamais, que no olhar aos outros e a vocês mesmos, o homem supera infinitamente o homem, como dizia Pascal. Encorajo todos a trabalhar pelo bem, para serem humildemente semente de um mundo novo”.    

(cm)

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Parolin: apoio ao plano de reconstrução de moradias de cristãos no Iraque

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Cidade do Vaticano (RV) – “Uma iniciativa digna de louvor e absolutamente necessária, que apoio e recomento que seja apoiada não somente pelos cristãos, mas por todas as pessoas de boa vontade”.

Assim expressou-se o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin - na carta enviada aos expoentes da Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre – louvando o projeto dedicado à reconstrução das casas de cristãos expulsos da Planície de Nínive no Iraque em junho de 2014, permitindo assim o seu retorno.

O Cardeal assegura que o Papa Francisco “acompanha de perto a situação no Oriente Médio, que sente próxima ao seu coração” e expressa o seu “apreço e encorajamento por este nobre e difícil esforço”, que tem sido chamado de “Plano Marshall” da AIS em favor dos cristãos e que foi recordado também pelo Patriarca da Igreja Caldeia Louis Raphael Sako no recente encontro com o Pontífice no Vaticano.

Na carta à AIS, o purpurado reitera “o esforço da Santa Sé em favor daqueles que foram atingidos pela guerra, na convicção de que somente um empenho compartilhado pode permitir aos nossos irmãos e irmãs iraquianos encontrar e experimentar a paz à qual eles aspiram”. (JE)

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Cardeal Tauran: por um Dia Asiático de Oração pela Paz

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Cidade do Vaticano (RV) -  "Promover com determinação uma cultura do encontro e da amizade" - que poderia concretizar-se também na organização de "um Dia Asiático de Oração pela Paz, no moldes da experiência de Assis".

Esta é a exortação do Cardeal Jean Louis Tauran aos participantes do encontro das Comissões dos Assuntos Ecumênicos e Inter-religioso (OEIA), da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas (FABC), em andamento em Bangcoc, de 16 a 20 de outubro.

A mensagem do Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso foi lida na manhã de terça-feira (17/10), pelo subsecretário do dicastério, Monsenhor Indunil Kodithuwakku.

Características da missão evangelizadora da Igreja na Ásia

Após ter manifestado apreço pelos esforços realizados no diálogo em favor da harmonia, no espírito da Exortação Apostólica pós-Sinodal Ecclesia in Asia, o purpurado reiterou a necessidade de promover quer relações ecumênicas, quer o diálogo entre as religiões, "assumindo o fato de que o construir a unidade, o promover o diálogo entre as religiões e culturas, o erradicar preconceitos e o suscitar confiança entre os povos, é essencial à missão evangelizadora da Igreja no continente" (n.24).

Influência da religião nos valores dos asiáticos

A mensagem ressalta a seguir como as instituições espirituais e a sabedoria moral da Ásia, modelaram a vida dos asiáticos ao longo dos milênios, a ponto de que "até mesmo hoje continuam a dar sentido e direção às suas vidas".

Por consequência, são caros às pessoas da Ásia os valores "do respeito pela vida, da compaixão por cada ser vivo, da proximidade à natureza, do filial respeito pelos pais, pelos idosos e pelos antepassados, e um senso de comunidade altamente desenvolvido", como afirma a Exortação no n. 6.

E isso, mesmo que "paradoxalmente hoje, em muitas partes" do continente – foi a ressalva do Cardeal - "o respeito e a aceitação recíproca estejam em declínio", devido à "lutas culturais, políticas e de identidade que estão diretamente ou indiretamente associadas à religião".

De fato, é necessário cotidianamente deparar-se "com as notícias dos enormes sofrimentos que os nossos irmãos e irmãs sofrem devido aos violentos conflitos, terrorismo, calamidades naturais, discriminações e perseguições".

Populações não têm necessidade de mais conflitos e divisões

A este propósito, o Presidente do Dicastério vaticanos cita o poeta indiano Tagore - "não se pode atravessar o mar estando parados com o olhar fixo na água - para sublinhar com ênfase que "as vítimas dos conflitos civis, da violência e das catástrofes ecológicas esperam respostas e ressarcimentos, assim como a cura e a paz", ao mesmo tempo que "não têm necessidade, nem querem, ulteriores conflitos e divisões".

Preocupações da Igreja e diálogo com culturas asiáticas

Que o trabalhos na capital tailandesa - são seus votos - possam ser um sinal da preocupação da Igreja "pela reconciliação, a paz e a justiça neste mundo dividido".

E como não é possível "realizar sozinhos esta missão difícil e urgente", eis então que é necessário "seguir por um percurso de diálogo com as culturas asiáticas, com as religiões e com os pobres e as vítimas".

É o próprio Papa Francisco que pede isto - conclui o Cardeal Tauran - quando diz que "vivemos em uma cultura do conflito, da fragmentação, em que aquilo que não serve é jogado fora, a cultura do descarte".

Assim como quando convida - como o fez em 18 de maio de 2013 durante a Vigília de Pentecostes com os Movimentos Eclesiais - "a criar com a nossa fé uma "cultura do encontro", da amizade, uma cultura onde encontramos irmãos, onde podemos falar também com aqueles que não a pensam como nós, também com aqueles que têm outra fé, que não têm a mesma fé" que a nossa.

(JE - L'Osservatore Romano)

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Cardeal Versaldi propõe 5 chaves para a educação nas escolas católicas

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Santiago do Chile (RV) - Cinco chaves para que uma pastoral educacional "responda em profundidade aos atuais desafios da sociedade" à luz "da vontade de Deus, segundo seu projeto de amor".

Foi o que propôs o Prefeito da Congregação para a Educação Católica, Cardeal Giuseppe Versaldi, ao participar em Santiago do Chile nos dias passados do VI Congresso Nacional de Educação Católica, organizado pela Conferência Episcopal, a Pontifícia Universidade Católica e o Instituto de Educação Superior Duoc UC.

Os perigos

Em seu discurso inaugural, o Cardeal explicou que a educação "deve guardar-se de dois perigos extemos e opostos: o de uma intervenção educativa que se imponha ao sujeito, sem respeito pela sua autonomia e exigências; e a de uma intervenção educativa simplesmente complacente pelos pedidos do sujeito, sem nenhum motivo de crescimento".

Então, o purpurado propôs cinco chaves para educar nas escolas católicas:

Anúncio da vida cristã

"A escola católica tem o direito/dever não somente de ensinar em coerência com os próprios valores, mas também de exercer em seu interior uma ação própria de anúncio e de vida cristã", enfatizou Dom Versaldi.

"Tal oferta se converte para os crentes em Cristo" em "uma ocasião de crescimento e de integração entre fé e razão, e ademais, em uma prática da vida eclesial".

Para os "não crentes", é uma ocasião para conhecer melhor e de forma autêntica a mensagem evangélica em confronto com a sua consciência, a qual é sempre livre de aderir ou não a ela".

"Seria injusto pedir, em nome da tolerância, que as escolas católicas permaneçam neutras em relação às proposta educacionais e não possam promover uma prática religiosa em respeito à liberdade das pessoas, as quais escolheram fazer parte desta instituição notadamente confessional", advertiu.

Testemunho da caridade

O Cardeal Versaldi expressou que o testemunho de uma comunidade escolar deve ter "um evidente estilo" de caridade, que faça "críveis e atraentes os valores transmitidos por meio dos ensinamentos".

"Uma comunidade escolar cristã que vive desta caridade é em seu ser o melhor instrumento pastoral".

Formação permanente dos formadores

A formação permanente dos professores na metodologia pedagógica e sobretudo no "crescimento do espírito cristão e na verificação da coerência de fé", "não é tempo perdido ou energia subtraída ao ensinamento direto", afirmou.

Isto pode fazer com que os protagonistas da escola, e sobretudo os dirigentes, se convertam em "um instrumento válido e em um interlocutor também com a sociedade civil e as escolas estatais, para a edificação de uma sociedade chilena alicerçada em valores compartilhados no respeito da diversidade cultural e religiosa".

Apoiar-se na Igreja

O Prefeito da Congregação para a Educação Católica manifestou que a ação pastoral da escola deve dar-se em conjunto com a Igreja local e a paróquia, para que haja "uma recíproca ajuda na diversidade dos papéis", sem "sobrecarregar a escola de tarefas que pertencem maiormente à paróquia ou vice-versa".

Mesmo assim, "é importante favorecer a coerência do testemunho, inclusive na vida extraclasse, e por sua vez, a possibilidade de que a comunidade eclesial sinta a escola como um organismo vivo de suas realidades".

A Providência como guia

"É necessário que as escolas aprofundem o conhecimento da realidade atual em seus aspectos positivos e negativos, com um discernimento dos sinais dos tempos, animado não por um pessimismo paralisante, mas pela esperança cristã alicerçada na fé, de que a história humana é sempre guiada pela Providência divina, apesar da livre escolha dos homens".

"É importante manter esta fé e traduzi-la em trabalho educativo como uma ação prevalente para converter-se em protagonistas de uma verdadeira renovação do cenário social, sem deixar-se manipular pelas diversas facções políticas".

"Deste modo, a escola católica estará sempre na vanguarda da atenção dos novos desafios que o mundo deve enfrentar, como o ecológico e a imigração dos povos, que a política no geral tende a depreciar, criando novas formas de marginalização e perigos para as futuras gerações", finalizou o purpurado. (JE/Aciprensa)

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FutVal, o futebol com os valores propostos pelo Papa chega à Itália

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Cidade do Vaticano (RV) – Esta sexta-feira, 20 de outubro, no Oratório da Basílica São Paulo-fora-dos muros, terá início o FutVal, programa educativo voltado a transmitir os valores da solidariedade por meio do futebol.

A iniciativa é a Fundação Pontifícia Scholas, nascida nas periferias de Buenos Aires sob impulso do então Cardeal Bergoglio.

Desde aquela época, muita estrada foi percorrida. A Scholas é uma organização internacional de direito pontifício, presente em 109 países, com uma rede que compreende 446.133 escolas e redes educativas de todas as confissões religiosas, quer públicas como privadas.

O seu objetivo, é promover a cultura do encontro pela paz por meio da educação.

Referindo-se à missão da Scholas, o Papa Francisco afirmou que “o esporte é importante porque ensina a jogar em equipe, salva do individualismo, ajuda a não ser egoístas. Por isto é importante trabalhar em equipe ,estudar com os outros companheiros, percorrer juntos o caminho da vida, Quando se joga em equipe, se cresce. E quando se joga em equipe, a competição, ao invés de ser conflito, é semente de paz”.

FutVal

Na manhã de 20 de outubro, 30 técnicos de associações esportivas e escolas de futebol seguirão o curso sobre formação de jogadores “Identidade e jogo de equipe como êxito de um processo”, sob responsabilidade de Edgardo Zanoli, responsável e coordenador técnico do setor juvenil AC Milan.

O projeto prosseguirá com outros três encontros em 24 de novembro, 15 de dezembro e 26 de janeiro.

Nos três centros FutVal na Itália – em Como, Roma e Nápoles – é adotada a metodologia FutVal para promover a harmonizar o “pacto educativo” por meio do ensinamento do futebol.

O trabalho é voltado aos jovens e é subdividido em uma atividade de base para crianças de 5 a 12 anos e em uma atividade para jovens de 13 a 16 anos.

O projeto tem o apoio de ex-campeões do mundo, como Gianluca Zambrotta, dos ex-jogadores Simone Perrota, Damiano Tommasi e de Caterina Gozzoli, Diretora do Master Sport da Universidade Católica do Milão, que serão envolvidos no percurso formativo. (JE/Scholas Occurrentes)

 

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Claretianos mártires da Guerra Civil serão beatificados na Espanha

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Cidade do Vaticano (RV) – A perseguição religiosa na Espanha no século passado deixou atrás de si um rastro de milhares de vítimas indefesas e inocentes. Ao mesmo tempo, fez emergir a coragem de milhares de mártires, homens e mulheres, cujo sangue tornou-se seiva vital para o dinamismo da Igreja espanhola hoje.

Entre estes mártires, os 109 claretianos que reagiram às perseguições com a eficaz arma da caridade e do perdão. Àqueles que queriam aniquilar a presença cristã na Espanha, os mártires responderam perdoando, rezando e dizendo a alta voz: “Não temos medo!”.

Eles serão beatificados no próximo sábado, 21 de outubro, na Igreja da Sagrada Família em Barcelona.

A Rádio Vaticano perguntou ao Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, qual o significado de seus sacrifícios:

“O sacrifício de suas vidas é a semente de um novo cristianismo, mais forte, mais consciente da verdade do Evangelho, que ensina a amar os amigos e também os inimigos, porque a única vingança do cristão é o perdão dos inimigos”.

RV: Por que a Igreja celebra os mártires?

“A Igreja celebra os mártires, não por vingança, mas para repropor hoje, como ontem e como amanhã, a eterna lei cristã da caridade sem limites. O cristianismo propõe uma cultura de paz e de fraternidade e não de guerra e de divisão. O cristianismo não produz as flores do mal, mas as flores do bem”.

RV: O que dizer, em particular, destes mártires claretianos?

“Trata-se de 109 testemunhas heroicas do Evangelho, mortos entre 1936 e 1937 em várias cidades espanholas: Barcelona, Sabadeli, Vic, Cervera, Valencia, Santander. O líder é Padre Mateo Casals Mas, que pertencia à comunidade de Sabadeli, próxima à Barcelona. Os Padres estavam sempre disponíveis a ajudar os necessitados e sempre prontos para administrar a Palavra de Deus e os Sacramentos, segundo o exemplo e o carisma do Fundador, Santo Antônio Maria Claret. Eram, portanto, conhecidos e bem quistos pelo povo, pela sua simplicidade, amabilidade, generosidade e disponibilidade!.

RV: Como ocorreu o martírio?

“Em julho de 1936, quando começou a revolução, o instituto e a igreja foram incendiados e os missionários abrigaram-se em casas de conhecidos. Mas isto não foi o suficiente para salvá-los. Padre Mateo Casals Mas foi preso, aprisionado e fuzilado no amanhecer da 5 de setembro de 1936. A única culpa que tinha era a de ser sacerdote católico. No caminho que o levou à execução, diversas vezes repetiu em alta voz: “Viva Cristo Rei! Viva o Sagrado Coração de Jesus!”. Os outros confrades mártires foram mortos da mesma forma”.

RV: O que dizer diante desta moderna tragédia dos inocentes?

“Os mártires claretianos tinham consciência da eventualidade das perseguições e da morte, pelas próprias palavras de Jesus: “Bem aventurados quando vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, dirão toda espécie de mal contra vós, por causa de mim”; “Quem não toma a sua Cruz e não me segue, não é digno de mim. (...) Quem perdeu a sua vida por minha causa, a encontrará”. E não tiveram medo. Estavam prontos também ao sacrifício supremo para gritar ao mundo, mais uma vez, que o bem vence o mal, que o homem – como disse o poeta Dante – foi criado “não para viver como brutos, mas para seguir virtude e conhecimento”. (PM/JE)

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Igreja no Mundo



Na Terra Santa, Cardeal Sandri recorda êxodo de cristãos

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Cidade do Vaticano (RV) – Os fiéis da Igreja greco-melquita experimentaram o drama que “há muitos anos aflige a Síria e outras áreas do Oriente Médio” por causa do sofrimento “infligido também, ou em certos casos, somente por causa do nome de Jesus”.

Foi o que sublinhou em Haifa o Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, durante o encontro com os sacerdotes da Arquieparquia de Akka dos greco-melquitas.

Êxodo dos inocentes

Na segunda e terceira etapa da viagem que está realizando à Terra Santa, o purpurado quis recordar o êxodo de milhares de pessoas obrigadas a fugir e a deixar o que tinham, porque, como a Santa Sagrada Família em Belém, não havia lugar para eles. Mas “esta vez não na hospedaria, mas naquela que até poucas horas antes era a própria casa”.

O sofrimento inocente do povo cristão – comentou o Cardeal -  que “em certos casos chegou até mesmo a um verdadeiro martírio, por meio de sequestros ou até mesmo a tortura e a morte”, pela graça do Senhor “torna-se um tesouro de graça para a Igreja inteira, que lava as próprias vestes - às vezes cheias de pó - no sangue do Cordeiro Imolado”.

O Prefeito, depois, observou como existe uma “participação cotidiana e consciente possível para cada um de nós na obra de edificação e santificação da Igreja”, que passa pelos “nossos “sim” cotidianos, ao Senhor antes de tudo, por meio da oração, a celebração dos Sacramentos”,  e pelos “nossos “sim” aos irmãos, graças ao ministério da caridade”.

Uma solidariedade concreta pelos mais pobres no sentido material, mas também “pela pobreza interior com que se pode entra em contato”.

Nos países do Ocidente, esta é representada por um estilo de vida “como se Deus não existisse”, enquanto no Oriente poderia existir “o risco de uma pertença confessional forte - “sou cristão, sou católico, sou melquita, armênio, latino, caldeu” - que em alguns casos leva “a viver com um coração e um estilo não exatamente desejoso de um sincero estilo evangélico nas relações internas às comunidades ou com as outras comunidades, entre nós padres, entre nós e o bispo”.

Monte Carmelo

Sucessivamente, o Cardeal visitou a Igreja do Monte Carmelo, onde rezou na gruta do Profeta Elias e encontrou a comunidade das Carmelitas Descalças, provenientes da Terra Santa, da Itália, do Peru, de Madagascar e de outros países.

O purpurado deteve-se por um momento em partilha com as religiosas, confiando às suas orações as intenções do Papa Francisco, pela Igreja, e especialmente pelo Oriente Médio.

Nazaré

Após, deslocou-se até Nazaré, junto à Basílica da Anunciação, onde foi acolhido Reitor e Guardião da Basílica da Anunciação, Bruno Varriano e pela comunidade.

O purpurado celebrou Missa em uma capela próxima à gruta da Anunciação, onde recordou o Fiat de Maria e o grande mistério que naquele local é contemplado, detendo-se, em particular, na recordação do Beato Paulo VI.

“Em Nazaré – disse o Cardeal – o sim de Maria foi preparado no silêncio, e no silencio foi guardado o mistério da encarnação, do crescimento de Jesus no escondimento”.

Disto, o convite à sociedade e à Igreja , em meio ao “barulho da comunicação que invade os nossos dias”, a encontrar “o silêncio como lugar fecundo do qual nasce a vida verdadeira e autêntica”.

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Patriarca caldeu no Iraque: povo vem antes dos poços petrolíferos

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Bagdá (RV) - É preciso uma “cooperação” entre os líderes iraquianos, para criar uma “frente comum” contra o perigo de “novos conflitos”, buscando o objetivo primário de “proteger as pessoas antes dos poços petrolíferos”. É o que ressalta o Patriarca de Babilônia dos Caldeus, no Iraque, Dom Louis Raphaël I Sako, num apelo à nação entregue esta quarta-feira (18/10) ao Presidente da República Fuad Masum e enviado à agência AsiaNews

Deixar de lado espírito de vingança, suspeita e represálias

Na carta, o patriarca auspicia a criação de uma “nação civil moderna e forte, sob uma consolidada guia política”, capaz de “iniciar reformas nos setores econômico, social e cultural”. E renova o convite já expresso várias vezes a um diálogo sincero entre Bagdá e Irbil, deixando de lado “o espírito de vingança, a suspeita, as represálias e ou os discursos inflamados”.

Após a tomada de Kirkuk, o exército iraquiano conquistou outras porções do território até pouco tempo nas mãos dos curdos, concentradas na província de Nínive e de Diyala.

Temor de novos confrontos nas próximas horas

Ademais, segundo algumas fontes, as forças iraquianas teriam intimado os Peshmergas (combatentes curdos) a se retirar da planície de Nínive, em particular das cidades cristãs de Teleskof e Alqosh. Há o temor de que possam se desencadear novos confrontos nas próximas horas.

Nessa situação de forte tensão, o Patriarca Sako renovou o convite às partes a um diálogo sincero a fim de encontrar uma solução para a crise. (RL/AsiaNews)

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Entrevistas



Papa é imprescindível no combate à fome, afirma Diretor da FAO

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Cidade do Vaticano (RV) – “O Papa Francisco é imprescindível no combate à fome”: palavras do Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Dr. José Graziano da Silva.

O brasileiro está em seu segundo e último mandato à frente da instituição e foi o anfitrião do Pontífice pela segunda vez na segunda-feira, 16 de outubro, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação.

Em entrevista exclusiva à Rádio Vaticano, Graziano define o Papa “um interlocutor muito especial”: “O mundo não pode ser só de guerra, de desgraça. O mundo tem que ter um lugar onde haja uma oportunidade para as pessoas viverem dignamente. E a Agenda das Nações Unidas, a Agenda 2030, é exatamente isso, é holística, esta esperança de encontrar um desenvolvimento sustentável para todos. A Agenda diz claramente: não deixar ninguém para trás. Esta é a mensagem que o Papa representa”.

Graziano comenta ainda o encontro bilateral que antecedeu o discurso de Francisco, em que o Diretor-Geral da FAO pediu que o Papa envie uma mensagem especial aos líderes africanos, por ocasião da reunião de cúpula que realizarão no final de janeiro. “Estamos perdendo o jogo na África. Agora estamos indo para o segundo tempo e temos uma chance de recuperar.” Para o brasileiro, o combate à fome no continente é fundamental para reverter a tendência crescente dos fluxos migratórios.

Ouça aqui: 

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Formação



D. Roque: "Sínodo vai nos ensinar a ser mais acolhedores"

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Cidade do Vaticano (RV) – “O Sínodo Pan-amazônico vai alargar o coração e o horizonte da Igreja naquela região. Lá, onde as Sementes do Verbo foram plantadas pelos primeiros missionários e abraçadas pelos povos nativos, a Igreja cometeu erros e pediu muitas vezes perdão. O Sínodo vai ser uma oportunidade ímpar para pensarmos em como ser mais acolhedores, mais servidores e mais próximos dos povos indígenas, frequentemente desprezados e desacreditados”.  

É a primeira reação do Presidente do Conselho Indigenista Missionário, Dom Roque Paloschi, à convocação da Assembleia especial do Sínodo dos bispos para a região da Pan-Amazônia, em outubro de 2019. Nove Igrejas da área do Rio Amazonas compõem esta região: Brasil, Colômbia, Equador, Bolívia, Peru, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Venezuela.

Ouça aqui o Arcebispo de Porto Velho (RO): 

A primeira visita do Papa à Amazônia está prevista em breve: durante sua viagem ao Peru, em 19 de janeiro, irá à cidade de Puerto Maldonado, capital do departamento Madre de Dios e da província de Tambopata.  Ali, Francisco se reunirá com indígenas da selva peruana e de territórios vizinhos, Bolívia e Brasil.

(cm)

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Bispo de Viana: com Papa Francisco, a dimensão da práxis cristã

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, continuamos hoje com a participação do bispo da Diocese de Viana, Dom Sebastião Lima Duarte, nosso convidado destes dias também no quadro semanal “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II”. 

Prosseguindo suas considerações acerca da Igreja na América Latina na esteira do Concílio, nesta edição nosso convidado lança seu olhar para a eclesialidade latino-americana, sua práxis, e a contribuição que esta tem a dar para a Igreja no mundo inteiro em tempos do Papa Francisco.

Com a eleição de um Papa latino-americano, “ao entrar no Vaticano entrou lá o espírito da América Latina”. A práxis latino-americana está sendo proposta também para toda a Igreja, afirma Dom Sebastião.

Bem sabendo que o Espírito Santo dá para a Igreja o Sucessor de Pedro de que esta precisa em cada momento da história, o bispo de Viana destaca que já tivemos várias propostas por nós acolhidas: a dimensão intelectual, a dimensão espiritual, a ligação com os movimentos – que continuam sendo acolhidos na Igreja. Com o Papa Francisco destaca a dimensão da práxis cristã da qual a Igreja também precisava. “A Igreja precisava ter essa experiência”, afirma.

“Tenho a impressão de que nós estamos de fato bem mais próximos agora da Igreja antiga, da Igreja Apostólica”, acrescenta nosso convidado fazendo votos de que a América Latina possa dar essa grande contribuição para a Igreja no mundo inteiro. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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