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Sumario del 22/10/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: cristão é chamado a comprometer-se com as realidades humanas e sociais

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo (22/10), Dia Mundial das Missões, com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. 

“O Evangelho deste domingo nos apresenta um novo face a face entre Jesus e seus opositores. O tema abordado é o do tributo a César: uma pergunta "espinhosa", sobre se é lícito ou não pagar o imposto ao imperador de Roma, que era submetida à Palestina no tempo de Jesus. As posições eram diferentes. Portanto, a pergunta feita pelos  fariseus: É lícito ou não pagar imposto a César? era uma armadilha para o Mestre.  De fato, dependendo de como tivesse respondido, ele seria acusado de estar a favor ou contra Roma”, disse o Papa na alocução antes da oração. 

O Pontífice ressaltou “que Jesus, também neste caso, responde com calma e aproveita a pergunta maliciosa para dar uma lição importante, colocando-se acima da polêmica e coalizões opostas”. 

Ele diz aos fariseus: Mostrem-me a moeda do imposto. Eles levaram então a moeda a Ele, e Jesus, olhando a moeda, perguntou-lhes: De quem é a figura e inscrição? Os fariseus responderam: De César. Então Jesus concluiu: «Pois deem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.» 

“Por um lado, intimando a restituir ao imperador o que lhe pertence, Jesus declara que pagar o imposto não é um ato de idolatria, mas um ato devido à autoridade terrena; por outro lado, e é aqui Jesus dá um "tapa de luva", lembrando o primado de Deus, pede para dar ao Senhor da vida do homem e da história o que lhe cabe.”

Segundo o Papa, “a referência à imagem de César, cunhada na moeda, diz que é justo sentir-se plenamente, com direitos e deveres, cidadãos do Estado; mas, simbolicamente, faz pensar na outra imagem impressa em cada homem: a imagem de Deus”.

“Ele é o Senhor de tudo, e nós, que fomos criados “à sua imagem” pertencemos sobretudo a Ele. A partir da pergunta colocada pelos fariseus, Jesus faz uma pergunta mais radical e vital para cada um de nós, uma pergunta que nós podemos nos fazer: a quem pertenço? À família, à cidade, aos amigos, à escola, ao trabalho, à política, ao Estado? Sim, claro. Mas primeiramente, Jesus nos recorda, você pertence a Deus. Esta é a pertença fundamental. Foi Ele que deu tudo o que você é e o que você tem. Portanto, a nossa vida, podemos e devemos vivê-la todos os dias no reconhecimento dessa nossa pertença fundamental e no reconhecimento do coração para com nosso Pai, que cria cada um de nós individualmente, único, mas sempre segundo a imagem de seu Filho amado, Jesus. É um maravilhoso mistério.”

O Papa disse ainda que “o cristão é chamado a se comprometer concretamente nas realidades humanas e sociais sem contrapor "Deus" e "César", pois contrapor Deus e César seria um comportamento fundamentalista. O cristão é chamado a comprometer-se concretamente com as realidades terrenas, iluminando-as com a luz que vem de Deus. A confiança prioritária em Deus e a esperança Nele não levam a uma fuga da realidade, mas sim a trabalhar e dar a Deus o que lhe pertence. É por isso que o fiel olha a realidade futura, a de Deus, para viver a vida terrena em plenitude e responder com coragem aos seus desafios”.

Francisco pediu à Virgem Maria para que “nos ajude a viver sempre de acordo com a imagem de Deus que trazemos em nós, dentro, dando também a nossa contribuição na construção da cidade terrena”.

(MJ)

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Papa recorda João Paulo II e promove mês missionário extraordinario em outubro de 2019

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Cidade do Vaticano (RV) - Após a oração mariana do Angelus, deste domingo (22/10), o Papa Francisco recordou que neste sábado (22/10), em Barcelona, Espanha, foram beatificados Matteo Casals, Teofilo Casajús, Fernando Saperas e 106 companheiros mártires, da Congregação religiosa dos Claretianos, mortos por ódio à fé durante a guerra civil espanhola.

“Que o seu exemplo heroico e sua intercessão ajudem os cristãos que, também em nossos dias, e muitos, em várias partes do mundo, sofrem discriminações e perseguições”, disse o Papa.

Francisco recordou que, neste domingo, celebram-se o Dia Mundial das Missões sobre o tema “A missão no coração da fé cristã”, e a memória litúrgica de São João Paulo II. 

“Exorto-os a viver a alegria da missão, testemunhando o Evangelho nos ambientes em que cada um vive e trabalha. Ao mesmo tempo, somos chamados a apoiar com o afeto, ajuda concreta e oração os missionários que partiram para anunciar Cristo às pessoas que ainda não o conhecem. Recordo também que tenho a intenção de promover um Mês Missionário Extraordinário, em outubro de 2019, a fim de alimentar o ardor da atividade evangelizadora da Igreja ad gentes. No dia em que celebramos a memória litúrgica de São João Paulo II, Papa missionário, confiamos à sua intercessão a missão da Igreja no mundo.”

O Papa pediu aos fiéis para que se unam à sua oração pela paz no mundo.

“Nestes dias, acompanho com atenção particular o Quênia, que visitei em 2015, pelo qual rezo a fim de que todo o país saiba enfrentar as dificuldades atuais num clima de diálogo construtivo, tendo no coração a busca do bem comum.”

A seguir, o Papa saudou os peregrinos provenientes da Itália, Luxemburgo e Ibiza, o Movimento Família do Imaculado Coração de Maria do Brasil e as Irmãs de Nossa Senhora das Dores.

Saudou e abençoou, com afeto, a comunidade peruana de Roma que foi, em procissão, à Praça São Pedro, neste domingo, com a imagem do Senhor dos Milagres, uma devoção nascida no Peru que se espalhou pelo mundo através dos peruanos que vivem fora do país. Todos os anos no penúltimo domingo de outubro, a comunidade peruana de Roma vai em procissão até a Praça São Pedro, para ser abençoada pelo Papa.

(MJ)

 

 

 

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Carta do Papa em vista do mês missionário extraordinário

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Cidade do Vaticano (RV) - Neste domingo (22/10), memória litúrgica de São João Paulo II e Dia Mundial das Missões, o Papa Francisco enviou uma carta ao Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, em vista do Mês Missionário Extraordinário em outubro de 2019,  e do centenário da promulgação da Carta Apostólica Maximum illud sobre a atividade dos missionários no mundo, publicada em 1919 pelo Papa Bento XVI. O centenário da carta será celebrado em 30 de novembro de 2019.

Segue, na íntegra, a carta do Papa Francisco ao Cardeal Filoni.

Ao Venerado Irmão 

Cardeal Fernando Filoni

Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos

No dia 30 de novembro de 2019, ocorrerá o centenário da promulgação da Carta Apostólica Maximum illud, com a qual Bento XV quis dar novo impulso à responsabilidade missionária de anunciar o Evangelho. Estávamos no ano de 1919! Terminado um conflito mundial terrível, que ele mesmo definiu «massacre inútil» , o Papa sentiu necessidade de requalificar evangelicamente a missão no mundo, purificando-a de qualquer incrustação colonial e preservando-a daquelas ambições nacionalistas e expansionistas que causaram tantos revés. «A Igreja de Deus é universal – escrevia –, nenhum povo lhe é estranho» , exortando ele também a rejeitar qualquer forma de interesses, já que só o anúncio e a caridade do Senhor Jesus, difundidos com a santidade da vida e as boas obras, constituem o motivo da missão. Assim Bento XV deu um particular impulso à missio ad gentes, esforçando-se, com os meios concetuais e comunicativos de então, por despertar, especialmente no clero, a consciência do dever missionário.

Este dá resposta ao perene convite de Jesus: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda criatura» (Mc 16, 15). Aderir a este mandato do Senhor não é opcional para a Igreja; é uma «obrigação» que lhe incumbe, como recordou o Concílio Vaticano II , pois a Igreja «é, por sua natureza, missionária» . «Evangelizar constitui, de facto, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar» . A fim de corresponder a tal identidade e proclamar Jesus crucificado e ressuscitado por todos, como Salvador vivente, Misericórdia que salva, «a Igreja, movida pelo Espírito Santo, deve – afirma também o Concílio – seguir o mesmo caminho de Cristo: o caminho da pobreza, da obediência, do serviço e da imolação própria até à morte» , de modo que comunique realmente o Senhor, «modelo da humanidade renovada e imbuída de fraterno amor, sinceridade e espírito de paz, à qual todos aspiram» .

Aquilo que há quase cem anos Bento XV tinha a peito e que o documento conciliar nos está a recordar há mais de cinquenta anos, permanece plenamente atual. Hoje, como então, «enviada por Cristo a manifestar e a comunicar a todos os homens e povos a caridade de Deus, a Igreja reconhece que tem de levar a cabo uma ingente obra missionária» . A propósito, São João Paulo II observou que «a missão de Cristo redentor, confiada à Igreja, está ainda bem longe do seu pleno cumprimento» e que «uma visão de conjunto da humanidade mostra que tal missão está ainda no começo, e que devemos empenhar-nos com todas as forças no seu serviço» . Por isso ele, com palavras que eu gostaria agora de repropor a todos, exortou a Igreja a um «renovado empenhamento missionário», convicto de que «a missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. É dando a fé que ela se fortalece! A nova evangelização dos povos cristãos também encontrará inspiração e apoio, no empenho pela missão universal» .
 
Ao recolher na Exortação Apostólica Evangelii gaudium os frutos da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, convocada para refletir sobre a nova evangelização para a transmissão da fé cristã, quis apresentar de novo a toda a Igreja a mesma impelente vocação: «João Paulo II convidou-nos a reconhecer que “não se pode perder a tensão para o anúncio” àqueles que estão longe de Cristo, “porque esta é a tarefa primária da Igreja”. A atividade missionária “ainda hoje representa o máximo desafio para a Igreja” e “a causa missionária deve ser (…) a primeira de todas as causas”. Que sucederia se tomássemos realmente a sério estas palavras? Simplesmente reconheceríamos que a acção missionária é o paradigma de toda a obra da Igreja».  

E tudo aquilo que pretendia expressar continua ainda a parecer-me inadiável: «possui um significado programático e tem consequências importantes. Espero que todas as comunidades se esforcem por atuar os meios necessários para avançar no caminho duma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão. Neste momento, não nos serve uma “simples administração”. Constituamo-nos em “estado permanente de missão”, em todas as regiões da terra» . Com confiança em Deus e muita coragem, não temamos empreender «uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à auto-preservação. A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige, só se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de “saída” e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua amizade. Como dizia João Paulo II aos Bispos da Oceânia, “toda a renovação na Igreja há de ter como alvo a missão, para não cair vítima duma espécie de introversão eclesial”» .

Com espírito profético e ousadia evangélica, a Carta Apostólica Maximum illud exortara a sair das fronteiras das nações, para testemunhar a vontade salvífica de Deus através da missão universal da Igreja. A aproximação do seu centenário sirva de estímulo para superar a tentação frequente que se esconde por detrás de cada introversão eclesial, de todo o fechamento autorreferencial nas próprias fronteiras seguras, de qualquer forma de pessimismo pastoral, de toda a estéril nostalgia do passado, para, em vez disso, nos abrirmos à jubilosa novidade do Evangelho. Também nestes nossos dias, dilacerados pelas tragédias da guerra e insidiados pela funesta vontade de acentuar as diferenças e fomentar os conflitos, seja levada a todos, com renovado ardor, e infunda confiança e esperança a Boa Nova de que, em Jesus, o perdão vence o pecado, a vida derrota a morte e o medo e triunfa sobre a angústia.

Com estes sentimentos, acolhendo a proposta da Congregação para a Evangelização dos Povos, proclamo outubro de 2019 como Mês Missionário Extraordinário, com o objetivo de despertar em medida maior a consciência da missio ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral. Poder-nos-emos preparar convenientemente para ele já através do mês missionário de outubro do próximo ano, de modo que todos os fiéis tenham verdadeiramente a peito o anúncio do Evangelho e a transformação das suas comunidades em realidades missionárias e evangelizadoras; e aumente o amor pela missão, que «é uma paixão por Jesus e, simultaneamente, uma paixão pelo seu povo» .
 
A ti, venerado Irmão, ao Dicastério a que presides e às Pontifícias Obras Missionárias, confio a tarefa de pôr em marcha a preparação deste acontecimento, especialmente através duma ampla sensibilização das Igrejas Particulares, dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica, bem como das associações, movimentos, comunidades e outras realidades eclesiais. Que o Mês Missionário Extraordinário se torne uma ocasião de graça intensa e fecunda para promover iniciativas e intensificar de modo particular a oração – alma de toda a missão –, o anúncio do Evangelho, a reflexão bíblica e teológica sobre a missão, as obras de caridade cristã e as ações concretas de colaboração e solidariedade entre as Igrejas, de modo que se desperte e jamais nos seja roubado o entusiasmo missionário .

Do Vaticano, no dia 22 de outubro – XXIX Domingo do Tempo Ordinário, Memória de São João Paulo II, Dia Mundial das Missões – do ano de 2017.


FRANCISCUS 

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Papa encontra Patriarca Teófilo III de Jerusalém

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Cidade do Vaticano (RV) - O Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade Cristãos informa num comunicado que de 22 a 25 deste mês, o Patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém, Sua Beatitude Teófilo III, virá a Roma para encontrar o Papa Francisco. 

O encontro se realizará nesta segunda-feira, 23 de outubro. O Patriarca estará acompanhado pelo Arcebispo Aristarchos, Responsável pela Secretaria do Patriarcado, pelo Arquidiácono Markos, pelo Senhor Rami Moghrabi e pelo Senhor Nader Elias Moghrabi. 

O Papa Francisco e o Patriarca Teófilo III se encontraram precedentemente duas vezes: durante a peregrinação do Santo Padre a Jerusalém, em maio de 2014, e por ocasião da invocação pela paz realizada nos Jardins Vaticanos, em junho daquele ano. 

Por ocasião de sua estada a Roma, Sua Beatitude Teófilo III se encontrará também com o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, e com o Secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher. 

O Patriarca e seu séquito terão um encontro com o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade Cristãos, Cardeal Kurt Koch, e com o Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran.

(MJ)

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Igreja no Mundo



Dia Mundial das Missões: a missão no coração da fé cristã

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Cidade do Vaticano (RV) - A Igreja celebra neste domingo, 22 de outubro, em todo o mundo, o Dia Mundial das Missões.

Na mensagem deste ano, divulgada na Solenidade de Pentecostes, 4 de junho, o Papa Francisco nos convida a refletir sobre “a missão no coração da fé cristã”.

“A Igreja é, por sua natureza, missionária; se assim não for, deixa de ser a Igreja de Cristo, não passando de uma associação entre muitas outras”, afirma o Papa no texto.

“Promovido pela Obra de Propagação da Fé, o Dia Mundial das Missões é a ocasião propícia para o coração missionário das comunidades cristãs participar, com a oração, com o testemunho da vida e com a comunhão dos bens, na resposta às graves e vastas necessidades da evangelização”, ressalta Francisco.

A seguir, a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões 2017.

A  missão no coração da fé cristã

Queridos irmãos e irmãs!

O Dia Mundial das Missões concentra-nos, também este ano, na pessoa de Jesus, «o primeiro e maior evangelizador» (Paulo VI, Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 7), que incessantemente nos envia a anunciar o Evangelho do amor de Deus Pai, com a força do Espírito Santo. Este Dia convida-nos a refletir novamente sobre a missão no coração da fé cristã. De facto a Igreja é, por sua natureza, missionária; se assim não for, deixa de ser a Igreja de Cristo, não passando duma associação entre muitas outras, que rapidamente veria exaurir-se a sua finalidade e desapareceria. Por isso, somos convidados a interrogar-nos sobre algumas questões que tocam a própria identidade cristã e as nossas responsabilidades de crentes, num mundo baralhado com tantas quimeras, ferido por grandes frustrações e dilacerado por numerosas guerras fratricidas, que injustamente atingem sobretudo os inocentes. Qual é o fundamento da missão? Qual é o coração da missão? Quais são as atitudes vitais da missão?

A missão e o poder transformador do Evangelho de Cristo, Caminho, Verdade e Vida

1. A missão da Igreja, destinada a todos os homens de boa vontade, funda-se sobre o poder transformador do Evangelho. Este é uma Boa Nova portadora duma alegria contagiante, porque contém e oferece uma vida nova: a vida de Cristo ressuscitado, o qual, comunicando o seu Espírito vivificador, torna-Se para nós Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14, 6). É Caminho que nos convida a segui-Lo com confiança e coragem. E, seguindo Jesus como nosso Caminho, fazemos experiência da sua Verdade e recebemos a sua Vida, que é plena comunhão com Deus Pai na força do Espírito Santo, liberta-nos de toda a forma de egoísmo e torna-se fonte de criatividade no amor.

2. Deus Pai quer esta transformação existencial dos seus filhos e filhas; uma transformação que se expressa como culto em espírito e verdade (cf. Jo 4, 23-24), ou seja, numa vida animada pelo Espírito Santo à imitação do Filho Jesus para glória de Deus Pai. «A glória de Deus é o homem vivo» (Ireneu, Adversus haereses IV, 20, 7). Assim, o anúncio do Evangelho torna-se palavra viva e eficaz que realiza o que proclama (cf. Is 55, 10-11), isto é, Jesus Cristo, que incessantemente Se faz carne em cada situação humana (cf. Jo 1, 14).

A missão e o kairós de Cristo

3. Por conseguinte, a missão da Igreja não é a propagação duma ideologia religiosa, nem mesmo a proposta duma ética sublime. No mundo, há muitos movimentos capazes de apresentar ideais elevados ou expressões éticas notáveis. Diversamente, através da missão da Igreja, é Jesus Cristo que continua a evangelizar e agir; e, por isso, aquela representa o kairós, o tempo propício da salvação na história. Por meio da proclamação do Evangelho, Jesus torna-Se sem cessar nosso contemporâneo, consentindo à pessoa que O acolhe com fé e amor experimentar a força transformadora do seu Espírito de Ressuscitado que fecunda o ser humano e a criação, como faz a chuva com a terra. «A sua ressurreição não é algo do passado; contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição. É uma força sem igual» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 276).

4. Lembremo-nos sempre de que, «ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo» (Bento XVI, Carta. enc. Deus caritas est, 1). O Evangelho é uma Pessoa, que continuamente Se oferece e, a quem A acolhe com fé humilde e operosa, continuamente convida a partilhar a sua vida através duma participação efetiva no seu mistério pascal de morte e ressurreição. Assim, por meio do Batismo, o Evangelho torna-se fonte de vida nova, liberta do domínio do pecado, iluminada e transformada pelo Espírito Santo; através da Confirmação, torna-se unção fortalecedora que, graças ao mesmo Espírito, indica caminhos e estratégias novas de testemunho e proximidade; e, mediante a Eucaristia, torna-se alimento do homem novo, «remédio de imortalidade» (Inácio de Antioquia, Epistula ad Ephesios, 20, 2).

5. O mundo tem uma necessidade essencial do Evangelho de Jesus Cristo. Ele, através da Igreja, continua a sua missão de Bom Samaritano, curando as feridas sanguinolentas da humanidade, e a sua missão de Bom Pastor, buscando sem descanso quem se extraviou por veredas enviesadas e sem saída. E, graças a Deus, não faltam experiências significativas que testemunham a força transformadora do Evangelho. Penso no gesto daquele estudante «dinka» que, à custa da própria vida, protege um estudante da tribo «nuer» que ia ser assassinado. Penso naquela Celebração Eucarística em Kitgum, no norte do Uganda – então ensanguentado pelas atrocidades dum grupo de rebeldes –, quando um missionário levou as pessoas a repetirem as palavras de Jesus na cruz: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mc 15, 34), expressando o grito desesperado dos irmãos e irmãs do Senhor crucificado. Aquela Celebração foi fonte de grande consolação e de muita coragem para as pessoas. E podemos pensar em tantos testemunhos – testemunhos sem conta – de como o Evangelho ajuda a superar os fechamentos, os conflitos, o racismo, o tribalismo, promovendo por todo o lado a reconciliação, a fraternidade e a partilha entre todos.

A missão inspira uma espiritualidade de êxodo, peregrinação e exílio contínuos

6. A missão da Igreja é animada por uma espiritualidade de êxodo contínuo. Trata-se de «sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 20). A missão da Igreja encoraja a uma atitude de peregrinação contínua através dos vários desertos da vida, através das várias experiências de fome e sede de verdade e justiça. A missão da Igreja inspira uma experiência de exílio contínuo, para fazer sentir ao homem sedento de infinito a sua condição de exilado a caminho da pátria definitiva, pendente entre o «já» e o «ainda não» do Reino dos Céus.

7. A missão adverte a Igreja de que não é fim em si mesma, mas instrumento e mediação do Reino. Uma Igreja autorreferencial, que se compraza dos sucessos terrenos, não é a Igreja de Cristo, seu corpo crucificado e glorioso. Por isso mesmo, é preferível «uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças» (Ibid., 49).

Os jovens, esperança da missão

8. Os jovens são a esperança da missão. A pessoa de Jesus e a Boa Nova proclamada por Ele continuam a fascinar muitos jovens. Estes buscam percursos onde possam concretizar a coragem e os ímpetos do coração ao serviço da humanidade. «São muitos os jovens que se solidarizam contra os males do mundo, aderindo a várias formas de militância e voluntariado. (...) Como é bom que os jovens sejam “caminheiros da fé”, felizes por levarem Jesus Cristo a cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra!» (Ibid., 106). A próxima Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar em 2018 sobre o tema «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional», revela-se uma ocasião providencial para envolver os jovens na responsabilidade missionária comum, que precisa da sua rica imaginação e criatividade.

O serviço das Obras Missionárias Pontifícias

9. As Obras Missionárias Pontifícias são um instrumento precioso para suscitar em cada comunidade cristã o desejo de sair das próprias fronteiras e das próprias seguranças, fazendo-se ao largo a fim de anunciar o Evangelho a todos. Através duma espiritualidade missionária profunda vivida dia-a-dia e dum esforço constante de formação e animação missionária, envolvem-se adolescentes, jovens, adultos, famílias, sacerdotes, religiosos e religiosas, bispos para que, em cada um, cresça um coração missionário. Promovido pela Obra da Propagação da Fé, o Dia Mundial das Missões é a ocasião propícia para o coração missionário das comunidades cristãs participar, com a oração, com o testemunho da vida e com a comunhão dos bens, na resposta às graves e vastas necessidades da evangelização.

Fazer missão com Maria, Mãe da evangelização

10. Queridos irmãos e irmãs, façamos missão inspirando-nos em Maria, Mãe da evangelização. Movida pelo Espírito, Ela acolheu o Verbo da vida na profundidade da sua fé humilde. Que a Virgem nos ajude a dizer o nosso «sim» à urgência de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus no nosso tempo; nos obtenha um novo ardor de ressuscitados para levar, a todos, o Evangelho da vida que vence a morte; interceda por nós, a fim de podermos ter uma santa ousadia de procurar novos caminhos para que chegue a todos o dom da salvação.

Vaticano, 4 de junho – Solenidade de Pentecostes – de 2017

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Atualidades



Espaço Interativo: domingo, 22 de outubro

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Cidade do Vaticano (RV) -   Domingo, 22 de outubro. Começa agora, mais um Espaço Interativo.

Nesse espaço comentamos as postagens mais visualizadas, curtidas e compartilhadas de nossa fanpage "Programa Brasileiro - Rádio Vaticano" e as mensagens enviadas por nossos ouvintes por e-mail ou carta.

E ontem, sábado, o Papa Francisco recebeu na Sala do Consistório, no Vaticano, o Colégio Pio Brasileiro, coroando assim dias de bênçãos para o Brasil, após a canonização dos Santos Mártires, o anúncio do Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazônia e a mensagem enviada aos brasileiros na Festa de Nossa Senhora Aparecida. Presente em Roma nestes dias a Presidência da CNBB. A entrevista concedida à RV em nossos estúdios foi transmitida AO VIVO pela nossa página no facebook, sendo muito curtida e comentada.

Na manhã de segunda-feira, no altar da Cátedra de São Pedro, na Basílica Vaticana, foi celebrada a Missa em Ação de Graças pelas canonizações dos Santos mártires no domingo. O Cardeal Dom Sérgio da Rocha, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), presidiu a celebração. A RV estava lá e gravou a procissão de entrada.

Mas as postagens mais visualizadas, curtidas e comentadas esta semana foram os vídeos com as homilias do Papa Francisco na Capela da Casa Santa Marta:

"A cada dia o Papa me conquista, pois sinto grande sinceridade e humildade. Tenta sempre pregar o que Jesus Cristo nos ensinou". (Tarcisio Santos)

"Papa Francisco, o senhor é um bálsamo para a nossa fé! Um verdadeiro pastor a nos conduzir pelos caminhos de Cristo. Obrigada, Papa Francisco, pelo seu discernimento e pela sua sabedoria. (...) O senhor abriu o redil e vem cuidando das ovelhas com amor, isso as cativa e ainda atrai novamente aquelas que fugiram. O senhor age como o verdadeiro Cristo!".  (Blog Catequese).

Também o post com a foto de Bento XVI no jardim do Mosteiro Mater Ecclesia onde reside nos Jardins Vaticanos foi muito visualizado e comentado, com os católicos brasileiros expressando todo seu carinho e admiração pelo Papa emérito:

"Um ser humano especial...a maior atitude de humildade, simplicidade e sabedoria ...muita PAZ ao nosso Papa emérito Bento XVI". (Mateus Rebonato)

"No silêncio, recolhimento, continua nos dando Deus. Obrigada Papa emérito Bento XVI". (Gloria Nunes)

Na Audiência Geral o Papa disse que "diante da morte devemos conservar a chama da fé". Os dois vídeos da quarta-feira, também com o pesar do Papa pelas vítimas do atentado na Somália, em que implorava a Deus pela conversão dos violentos, também foram muito visualizados e compartilhados:

"Santo Papa Francisco, interceda a Jesus Cristo pela paz no mundo inteiro e também pela paz nas famílias. Que Jesus Cristo e Maria Santíssima abençoem sempre nossas famílias e crianças e adolescentes do mundo inteiro". (Luiza Anselmo)

"Pensar assim, muitos nos conforta! Jesus é misericordioso, vem ao nosso encontro para nos acolher. Ressuscitaremos com Cristo". (Sonia Onofri)

E na quarta-feira, antes da Audiência Geral, o Papa Francisco encontrou o pequeno e seus pais Rafaela e Robson. Arthur tem 2 anos, é portador de uma doença rara e degenerativa, a AME tipo I, que impede os movimentos e afeta a respiração. Após o encontro a RV conversou com eles e o post com o vídeo foi visualizado e comentado.

E foi a própria Rafaela que começou os comentários da postagem dizendo: "Muito obrigada pelo apoio, carinho e por registrar esse momento inesquecível. Foi realmente um sonho que nos trouxe paz e renovou nossas esperanças".

Para acompanhar de pertinho as atividades do Papa Francisco e da Igreja em todo o mundo, curta nossa página no facebook: Programa Brasileiro - Rádio Vaticano!

E se você ainda não se inscreveu em nosso canal youtube para acompanhar as transmissões com o Papa Francisco, com comentários em português, entra lá: https://www.youtube.com/vaticanbr

Hoje ficamos por aqui! Forte abraço e até a próxima!

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