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Sumario del 23/10/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: a idolatria do dinheiro mata; Deus é o fundamento da existência

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa começou a segunda-feira (23/10) celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta.

Em sua homilia, Francisco comentou o Evangelho de Lucas, que propõe a parábola do homem rico cujo dinheiro “é o seu deus”. Para o Papa, esta parábola nos leva a refletir sobre quanto é vão apoiar-se sobre os bens terrenos, destacando que o verdadeiro tesouro, ao invés, é a relação com o Senhor. 

Diante da abundância da sua colheita, aquele homem não para: pensa em ampliar o próprio armazém e, “na sua fantasia”, explica o Pontífice, a “prolongar a vida”: isto é, aposta em “ter mais bens, até a náusea”, não conhece “saciedade”: entra naquele movimento do consumismo exasperado”, denuncia o Papa.

“É Deus que coloca o limite a este apego ao dinheiro. Quando o homem se torna escravo do dinheiro. E esta não é fábula que Jesus inventa: esta é a realidade. É a realidade de hoje. É a realidade de hoje. Muitos homens que vivem para adorar o dinheiro, para fazer do dinheiro o próprio deus. Tantas pessoas que vivem somente para isto e a vida não tem sentido. ‘Assim faz quem acumula tesouros para si – diz o Senhor – e não se enriquece junto a Deus’: não sabem o que é enriquecer-se junto a Deus”.

O Papa cita um episódio que aconteceu anos atrás na Argentina – “na outra diocese”, como gosta de definir Buenos Aires –, quando um rico empresário, mesmo consciente de sua doença, decide comprar teimosamente uma mansão, bem sabendo que em pouco tempo deveria se apresentar “diante de Deus”. E também hoje existem essas pessoas famintas de dinheiro e de bens terrenos, pessoas que tem “muitíssimo” diante de “crianças que não têm remédios, que não têm educação, que estão abandonadas”: se trata “de uma idolatria que mata”, que faz “sacrifícios humanos”, denuncia Francisco sem meias palavras.

“Esta idolatria mata de fome muitas pessoas. Pensemos somente num caso: em 200 mil crianças rohingya nos campos para refugiados. Ali existem 800 mil pessoas. 200 mil são crianças. Mal têm o suficiente para comer, estão desnutridas, sem medicamentos. Também hoje isso acontece. Não é algo que o Senhor fala daqueles tempos: não. Hoje! E a nossa oração deve ser forte: Senhor, por favor, toca o coração dessas pessoas que adoram o deus, o deus dinheiro. Toca também o meu coração para que eu não caia nisso, que eu saiba ver”.

Outra consequência, prossegue o Papa, é a guerra. Inclusive a guerra familiar:

“Todos nós sabemos o que acontece quando está em jogo uma herança: as famílias se dividem e acabam no ódio uma pela outra. O Senhor destaca com suavidade, no final: ‘Quem não se enriquece junto a Deus’. Este é o único caminho. A riqueza, mas em Deus. E não é um desprezo pelo dinheiro, não. É justamente a cobiça, como Ele diz: a cobiça. Viver apegados ao deus dinheiro”.

O Papa conclui explicando o motivo pelo qual nossa oração deve ser forte: rezemos para buscar em Deus o sólido fundamento da nossa existência. 

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Papa a Teófilo III: trabalhemos pela unidade entre nós

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência nesta segunda-feira (23/10), no Vaticano, o Patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém, Teófilo III.

O patriarca chegou a Roma no último domingo (22/10) e permanecerá até a próxima quarta-feira-feira, 25. 

Depois de dar as boas-vindas a Teófilo III, o Papa agradeceu ao Patriarca pela recepção calorosa a ele oferecida durante sua visita a Jerusalém de 24 a 26 de maio de 2014, em que o Pontífice visitou alguns lugares Sagrados da Palestina.

Francisco disse que se lembra com emoção o momento de oração diante do túmulo de Jesus na Basílica do Santo Sepulcro. A esse propósito, o Papa manifestou sua alegria pela restauração desse local sagrado: “Não foi simplesmente protegida a integridade de um monumento do passado, mas se trabalhou também para que continue ressoando no futuro o testemunho que brota daquele sepulcro vazio: «Ele ressuscitou! Não está aqui! Vejam o lugar onde o puseram» (Mc 16, 6).

“Alegro-me pelo fato de o Patriarcado greco-ortodoxo de Jerusalém, o Patriarcado armênio de Jerusalém e a Custódia Franciscana da Terra Santa terem trabalhado juntos em ótima sintonia, também para a Basílica da Natividade de Belém, e para alcançar esse objetivo. Agradeço de coração ao Patriarca Teófilo III pelo seu compromisso.” 

Segundo o Papa, este encontro ofereceu-lhe a oportunidade de expressar novamente sua proximidade a todos aqueles que sofrem por causa dos conflitos que há anos afligem a Terra Santa. 

“A incerteza da situação e a incompreensão entre as partes continuam causando insegurança, limitação dos direitos fundamentais e o abandono da própria terra da parte de muitas pessoas. Por este motivo, invoco a ajuda de Deus e peço a todos os sujeitos envolvidos para multiplicarem os esforços  a fim de que se realizem as condições de uma paz estável, baseada na justiça e no reconhecimento dos direitos de todos. Para tal fim, é preciso combater com firmeza o recurso a todo tipo de violência, todo gênero de discriminação e todo tipo de manifestação de intolerância contra pessoas e lugares de cultos judeus, cristãos e muçulmanos. A Cidade Santa, cujo Status Quo deve ser defendido e preservado, deve ser o lugar em que todos possam conviver pacificamente; caso contrário continuará para todos e sem fim a espiral de sofrimento.”

Francisco recordou também os membros das várias comunidades cristãs da Terra Santa.

“Desejo que eles sejam sempre reconhecidos como parte integrante da sociedade e que, como cidadãos e fiéis, em pleno direito, deem sua contribuição para o bem comum e na construção da paz, trabalhando como artífices da reconciliação e da concórdia. Essa contribuição será cada vez mais eficaz na medida em que se realiza uma sintonia cada vez maior entre as várias Igrejas da região. É particularmente importante a colaboração cada vez maior a favor das famílias e dos jovens cristãos, a fim de que não se encontrem nas condições de terem de deixar a própria terra. Trabalhando juntos neste âmbito delicado, os fiéis de várias confissões poderão também se conhecer melhor e desenvolver relações cada vez mais fraternas”, disse ainda o Pontífice. 

“Reitero o sincero desejo e o compromisso de progredir no caminho rumo à unidade plena entre nós”, disse o Papa. “Sei bem que algumas feridas do passado continuam deixando marcas na memória de muitos. Não é possível mudar a história, mas, sem nos esquecer as faltas graves de caridade cometidas durante os séculos, dirijamos juntos o olhar para o futuro de reconciliação plena e comunhão fraterna, e trabalhemos agora, como o Senhor deseja. Não fazê-lo seria a culpa mais grave de hoje, seria não ouvir o convite urgente de Cristo e os sinais dos tempos que o Espírito semeia no caminho da Igreja.”

“Animados pelo mesmo Espírito, não deixemos que as recordações de épocas marcadas pelo silêncio recíproco ou por trocas de acusações recíprocas, as dificuldades do presente e a incerteza do futuro nos impeçam de caminhar juntos rumo à unidade visível, de rezar e trabalhar juntos para o anúncio do Evangelho e a serviço de quem precisa. O diálogo teológico entre católicos e ortodoxos, que prossegue, ao qual o Patriarcado greco-ortodoxo de Jerusalém participa de maneira ativa e construtiva, é neste sentido um sinal de esperança, que nos conforta ao longo do caminho.

“Reitero a minha proximidade aos irmãos cristãos da Terra Santa e o meu afeto pelos amigos das outras grandes religiões presentes na região, esperando e rezando para que chegue logo para todos o dia de uma paz estável e duradoura”, concluiu o Papa. 

Na visita ao Vaticano, Teófilo III foi acompanhado pelo Arcebispo Aristarchos, Responsável pela Secretaria do Patriarcado, pelo Arquidiácono Markos, e pelos Senhores Rami Moghrabi e Nader Elias Moghrabi. 

Sucessivamente, o Patriarca encontrou-se com o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, e com o Secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher. 

O Patriarca e seu séquito se encontraram também com o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade Cristãos, Cardeal Kurt Koch, e com o Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran.

(MJ)

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Formar líderes com sabedoria, pede Francisco à Universidade de Tel Aviv

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco concluiu sua série de audiências na manhã de segunda-feira (23/10) recebendo uma delegação da Universidade de Tel Aviv. 

Em seu discurso, o Pontífice ressaltou a importância da empatia e da sensibilidade humana na arte de educar, e não somente das habilidades profissionais e técnicas. “Ciência e sabedoria devem caminhar juntas”, destacou o Papa, explicando que por “sabedoria” entende o seu sentido bíblico, isto é, que permite ir além das realidades empíricas.

“O nosso mundo tem uma necessidade urgente de desenvolver uma cultura sapiencial”, afirma Francisco, evidenciando que é necessário formar líderes capazes de abrir novos caminhos para responder às necessidades das gerações atuais, sem comprometer as gerações futuras.

“Satisfazer esta exigência de modo eficaz é ainda mais importante considerando a atual fase de evolução e de desenvolvimento global, marcada pela crise econômico-social e por conflitos geracionais”, apontou o Papa.

O Pontífice concluiu declarando-se certo de que a Universidade de Tel Aviv pode contribuir para criar uma nova liderança, “atenta às grandes questões éticas que interpelam as nossas sociedades e à exigência de tutelar e promover os mais vulneráveis”.

“Rezo para que vocês possam sempre ter sede de sabedoria, a qual é dom divino e nos torna capazes de conduzir uma vida boa e fecunda”, foram os votos finais de Francisco.

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"A Igreja necessita de jovens corajosos", afirma o Papa aos canadenses

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Cidade do Vaticano (RV) – O mundo e a Igreja necessitam de jovens corajosos: palavras do Papa Francisco à juventude canadense, no âmbito de um encontro organizado por duas televisões locais para ajudar os Bispos do Canadá a prepararem o Sínodo dos jovens, que se realizará daqui um ano em Roma. 

Na videomensagem, o Pontífice fez uma série de exortações e encorajamentos: “Não deixem que roubem a juventude de vocês. Não permitam a ninguém que freiem e obscurem a luz que

Cristo coloca em seu rosto e em seu coração. Sejam tecelões de relações marcadas pela confiança, pela compartilha, pela abertura até os confins do mundo. Não levantem muros e divisão”, disse o Papa, repetindo esta frase duas vezes.

Francisco dirigiu aos jovens a resposta que Jesus deu aos discípulos quando questionado sobre sua morada: “Venham e vejam”. “Vocês ouviram esta voz? Sentiram o impulso a se colocarem em caminho?”, pergunta o Papa. “Mesmo que o caminho seja marcado pela precariedade e pela queda, Deus, rico em misericórdia, estende a sua mão para levantá-los.”

Francisco prossegue: “O mundo e a Igreja necessitam de jovens corajosos, que não se assustam diante das dificuldades, que enfrentam as provações, mantêm os olhos e o coração bem abertos para a realidade, para que ninguém seja refutado, seja vítima de injustiças, de violências, seja privado da dignidade de pessoa humana”.

O Papa declara-se certo de que os jovens não ficarão indiferentes ao clamor de tantos outros que buscam liberdade, trabalho, estudo e a possibilidade de dar um sentido à própria vida. “Conto a disponibilidade e capacidade de vocês de enfrentar desafios importantes e de ousar o futuro, para realizar passos decisivos no caminho da transformação.”

Francisco conclui a videomensagem encorajando os jovens a irem ao encontro de Jesus guiados por Maria, para que possam aderir a mensagem de Cristo com o mesmo ‘sim’ de sua mãe: “Eis-me aqui”.

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Ameaça aos rios: Francisco pede respostas rápidas e eficazes

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Cidade do Vaticano (RV) – Respostas rápidas e eficazes: este é o pedido do Papa Francisco aos participantes do Congresso internacional “Água e Clima. Os grandes rios do mundo se encontram”. 

De 23 a 25 de outubro, pela primeira representantes governamentais das principais bacias fluviais do mundo se reúnem em Roma para dar vida a um diálogo construtivo para enfrentar o futuro da água em meio às mudanças climáticas.

Diante de fenômenos sempre mais violentos, como inundações, secas e destruição de ecossistemas, a finalidade do encontro é criar uma visão comum em vista da COP 23, que se realizará em Bonn (Alemanha) no próximo mês de novembro, e do Fórum Mundial da Água de Brasília, previsto para março de 2018.

A mensagem do Papa Francisco foi lida pelo Secretário de Estado, Card. Pietro Parolin, que participou da inauguração do evento. No texto, o Pontífice expressa os votos de que o trabalho dos participantes para sensibilizar a consciência da comunidade internacional leve não só a soluções práticas, mas evidencie também a necessidade de uma abordagem mais integrada em vista da promoção do desenvolvimento e da difusão de uma “cultura do cuidado”.

De modo especial, o Papa espera que a ameaça representada pela mudança climáticas aos nossos irmãos e irmãs nos países mais vulneráveis possa encontrar “respostas rápidas e eficazes”.

Do evento participa também o Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Dr. José Graziano da Silva. As problemáticas relativas ao Rio Amazonas serão expostas pela embaixadora venezuelana Maria Jacqueline Mendoza Ortega.

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Textos litúrgicos: carta do Papa ao Card. Sarah sobre o “Magnum Principium”

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma carta ao Cardeal Robert Sarah para "expressar simplesmente" e "claramente" algumas observações sobre o Motu proprio Magnum Principium, sobre traduções dos textos litúrgicos e dos textos bíblicos. 

No documento endereçado ao Prefeito da Congregação para o Culto Divino -  divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé -  o Papa sublinha antes de tudo a "clara diferença" que o novo Motu proprio estabelece entre recognitio (verificação) e confirmatio (confirmação).

Não são "sinônimos", nem "intercambiáveis", enfatiza o Pontífice. E isto - observa - para "abolir a prática adotada pelo Dicastério após a Liturgiam authenticam e que o novo Motu proprio quis modificar”.

Sobre a responsabilidade das Conferências Episcopais de traduzir fidelitur (fielmente ndr) - recorda Francisco -  é necessário precisar que o juízo sobre a fidelidade ao latim e as eventuais correções necessárias, era tarefa do Dicastério, enquanto agora a norma concede às Conferências Episcopais a faculdade de julgar a bondade e a coerência de uma ou outra expressão nas traduções do original, mesmo que em diálogo com a Santa Sé".

A confirmatio - acrescenta o Papa - "não supõe mais, portanto, um exame detalhado palavra por palavra, exceto nos casos evidentes que podem ser feitos presentes aos Bispos para uma ulterior reflexão deles".

Isto - lê-se ainda na carta - "vale em particular para as fórmulas relevantes, como para as Orações Eucarísticas e em particular as fórmulas sacramentais aprovadas pelo Santo Padre".

Neste sentido - reitera o Papa Francisco - "a recognitio indica somente a verificação e a salvaguarda da conformidade ao direito e à comunhão da Igreja".

Eis porque - acrescenta - "o processo de traduzir os textos litúrgicos relevantes (por exemplo, fórmulas sacramentais, o Credo, o Pater noster) em uma língua - da qual são consideradas traduções autênticas - não deveria levar a um espírito de "imposição" às Conferências Episcopais de uma dada tradução feita pelo Dicastério, porque isto comprometeria o direito dos Bispos".

Para o Papa, resulta portanto "inexato atribuir à confirmatio a finalidade da recognitio (ou seja, 'verificar e salvaguardar a conformidade ao direito')".

A confirmatio - observa ainda - "não é um ato meramente formal, mas necessário à edição do livro litúrgico "traduzido": é concedida depois que a versão tenha sido submetida à Sé Apostólica para a ratificação da aprovação dos Bispos, em um espírito de diálogo e de ajuda a refletir se e quando fosse necessário, respeitando seus direitos e deveres, considerando a legalidade do processo seguido e as modalidades".

O Papa se refere por fim à nota “Commentaire” - transmitida pelo Cardeal Sarah ao Papa em 30 de setembro passado e "publicada em alguns sites, e erroneamente atribuída à sua pessoa".

"Peço ao senhor cortesmente - conclui Francisco dirigindo-se ao purpurado - para providenciar à divulgação desta minha resposta nestes mesmos sites, assim como o envio da mesma a todas as Conferências Episcopais, aos membros e aos consultores do mesmo dicastério".

 

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Papa prefacia livro sobre suas entrevistas: elas têm um valor pastoral

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Cidade do Vaticano (RV) - "As entrevistas, para mim, têm sempre um valor pastoral", "se não tivesse esta confiança, não concederia entrevistas". 

É o que enfatiza o Papa Francisco no prefácio do livro  "Adesso Fate le vostre domande" ("Agora façam as vossas perguntas"), do Padre Antônio Spadaro, apresentado no final da tarde do último sábado na sede da "Civiltà Cattolica".

Jorge Mario Bergoglio, recorda que quando era Arcebispo em Buenos Aires, "tinha um pouco de medo dos jornalistas" e por esta razão não concedia entrevistas. Como Pontífice, porém, convenceu-se de que as entrevistas são "uma maneira de comunicação" de seu ministério.

E, significativamente, une "estas conversações nas entrevistas com a forma cotidiana das homilias na Santa Marta, que é - digamos assim - a minha paróquia".

Francisco sublinha que nas entrevistas, assim como nas coletivas com os jornalistas no avião, lhe agrada "olhar as pessoas nos olhos e responder às perguntas com sinceridade".

"Sei que isto pode me tornar vulnerável, mas - acrescenta - é um risco que quero correr".

Para mim - prossegue - "as entrevistas são um diálogo, não uma lição", eis porque "não me preparo".

O livro traz também duas conversas com os Superiores Gerais. "Conversar - escreve o Papa - sempre me pareceu o melhor modo para encontrar-nos realmente".

Existem também conversas com os jesuítas, onde - destaca - "me sinto em família e falo a nossa linguagem de família, e não temo incompreensões".

O Papa conclui o prefácio do livro, reiterando o desejo de uma "Igreja que saiba inserir-se nas conversas dos homens, que saiba dialogar". "É a Igreja de Emaús - observa Francisco - em que o Senhor entrevista os discípulos que caminham desencorajados. Para mim, a entrevista é parte desta conversação da Igreja com os homens de hoje".

Sobre o significado das entrevistas para o Papa Francisco, a Rádio Vaticano entrevistou o jesuíta Padre Antonio Spadaro, responsável pela obra:

"Papa Francisco ama as entrevistas porque assim escuta as perguntas das pessoas. Às vezes, os jornalistas fazem o papel de mediadores das perguntas que são importantes para as pessoas, mesmo as pessoas comuns. Por isto o Papa aceitou conceder entrevistas e responder aos jornalistas, porque assim pode falar diretamente às pessoas".

RV: O Papa diz no prefácio, que não se prepara com antecedência para as entrevistas. A coisa mais importante é olhar-se nos olhos. É a cultura do encontro de que tanto fala?

"Sim. Sobretudo ele escuta as perguntas. No fundo, ama recebê-las, não tanto para dar uma resposta precisa, definida, fechada, mas mais para escutar aquilo que as pessoas têm a dizer. E depois, a sua resposta, é muito atenta à própria pergunta, isto é, o Papa não responde àquelas dúvidas falsas ou àquelas perguntas que na realidade não comunicam uma inquietação; responde à inquietação, aquela verdadeira".

RV: O senhor entrevistou o Papa Francisco e testemunhou entrevistas e conversações suas. O que mais lhe tocou nestas ocasiões?

"Eu diria, a tempestividade e a capacidade de escuta: isto sim. Ou seja, a capacidade de receber as perguntas e o fato que ele não está interessado em fazer grandes discursos e tanto menos de escutá-los, mas sim abrir um diálogo que seja expressão de um encontro verdadeiro". (JE/AG)

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Congresso Vaticano: contribuição cristã para futuro da União Europeia

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Cidade do Vaticano (RV) - Terá início na próxima sexta-feira (27/10), na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, o Congresso “Repensar a Europa: contribuição cristã para o futuro da União Europeia, organizado pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (Comece) em colaboração com a Santa Sé, por ocasião do 60º aniversário da assinatura dos Tratados de Roma – ato que instituiu a Comunidade econômica europeia (25 de março de 1957). Às vésperas dos trabalhos, o Programa Alemão da Rádio Vaticano – com a agência da Conferência Episcopal Alemã Kna – entrevistou o presidente da Comece, Cardeal Reinhard Marx. 

Encontro sobre a Europa: “Não podemos voltar atrás”

A Europa deve continuar em sua evolução, inclusive e propriamente por causa das crises do passado. Não há caminho de volta, afirma o presidente dos bispos europeus, Cardeal Marx.

De fato, a esse propósito, os bispos reunidos na Comece organizam um Congresso no Vaticano, que se realizará de 27 as 29 de outubro intitulado “Re-pensar a Europa”, de modo novo. “Queremos criar um âmbito no qual conseguir novamente tomar coragem”: foi o ponto focal evidenciado pelo cardeal-arcebispo de Munique.

É claro que é preciso muita coragem, vez que a Europa já não é mais aquele lugar solar de anos atrás. Há menos otimismo no que diz respeito à vontade de uma maior vida em comum; ao invés, os sinais indicam uma tendência à divisão.

Igreja quer dar sua contribuição para Europa reencontrar coragem

“Estamos num processo de busca, numa fase de orientação na qual devemos decidir qual deverá ser o destino da Europa no futuro, nos próximos 20 ou 50 anos... Qual é o objetivo? – são interpelações feitas pelo Cardeal Marx. Sempre houve crises, inclusive as mais recentes foram bastante “agudas”, e a Igreja quer dar sua contribuição para reencontrar coragem.

“A Europa é um projeto. Um projeto ao qual não se pode renunciar. É uma experiência única na história da humanidade, o fato que povos e nações tenham decidido renunciar a uma parte de sua soberania para trabalhar juntos e nunca mais fazer a guerra uns contra os outros e, sobretudo, colaborar para obter vantagens comuns e o bem-estar de cada povo, no respeito pelos direitos humanos, com a democracia, com a ajuda das Constituições, com o Estado de direito. E esse é um fato grandioso. Às vezes é preciso recordar isso – há uma grande tendência a esquecer...”

Maior solidariedade e subsidiariedade

O purpurado evoca um segundo ponto: (a necessidade de) uma maior solidariedade e subsidiariedade em favor da Europa. Solidariedade e subsidiariedade são dois conceitos estreitamente unidos entre si na Doutrina social da Igreja.

Terceiro ponto no elenco que a Igreja preparou para abordar a questão do diálogo: o que a Europa representa para o mundo? Quais são os valores fundamentais sobre os quais a Europa se baseia? – questiona o presidente da Comece.

“Também esse é um aspecto que devemos testemunhar ao mundo; e quem tem o papel de expor-se para o ‘grande desenvolvimento’ da humanidade, sobretudo na época atual em que a voz dos EUA se tornou de certo modo difícil?”

Não perder os pobres de nosso campo visual

“Pensamos na questão do clima, no grande conceito expresso pelo Papa, da ‘casa comum da Criação’; pensamos no fato que devemos fazer-nos presentes para todos, a fim de que os pobres estejam sempre em nosso campo visual junto à geração futura”, prossegue o purpurado alemão.

“Eis que a Europa tem nisso uma grandíssima responsabilidade, e provavelmente o Papa reiterará isso, por ocasião do Congresso. Cabe à Europa um papel importante. Este é o momento da Europa e também nós, como Igreja, devemos aceitar o desafio”.

Um dos bispos que falará aos participantes é o Bispo de Roma, Papa Francisco. Foi ele quem encorajou a organização conjunta deste congresso entre Comece e Vaticano e desse  modo demonstrou, mais uma vez, que a Europa não lhe é indiferente embora, como disse de si mesmo, ele venha quase “do fim do mundo”.

Europa ainta tem vontade de futuro e de vida?

Ao invés, houve reação a uma expressão que ele introduziu num de seus discursos dirigido à Europa, o conceito de “avó estéril”. “A preocupação subjacente do Papa a esse modo de dizer é: a Europa ainda tem vontade de futuro e de vida? Essa questão encontra expressão na interpelação se estou disposto a fundar uma família, a colocar filhos no mundo...”

Este é um impulso importante: “Europa, és parte do futuro. Não te retires em teu mundo fechado. Não defendas teu bem-estar de modo a mostrar-te como um muro. A Europa murada alheia ao que acontece a seu redor: isso é estéril”, prossegue.

“De modo muito positivo João Paulo II repetiu muitas vezes: ‘Europa significa abertura’. Essa expressão foi o farol que me guiou em meu esforço em prol da Europa”, afirma o cardeal arcebispo de Munique e presidente da Comece. (RL/BH)

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Igreja no Brasil



Cardeal Raymundo: imagem de Aparecida no Líbano, sinal de solidariedade entre os povos

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Cidade do Vaticano (RV) - O Arcebispo-emérito de Aparecida (SP), Cardeal Raymundo Damasceno Assis, entronizou, este mês, a imagem de Nossa Senhora Aparecida, em Harissa, no Líbano.

O purpurado foi acompanhado pelo Bispo Maronita no Brasil, Dom Edgar Madi, e pelo fundador da Comunidade Canção Nova, Mons. Jonas Abib.

Dom Raymundo conversou com Silvonei José a propósito desse evento.

   

"Foi realmente uma viagem muito agradável para mim. Eu fui em companhia do Dom Edgar Madi, Bispo dos Maronitas no Brasil, ele me acompanhou nesta viagem. Também estiveram conosco o Mons. Jonas da Canção Nova e aqueles que o acompanharam até o Líbano. Foi uma viagem maravilhosa. Eu não conhecia o Líbano e fiquei surpreso positivamente com relação ao Líbano. É um país muito bonito. Eu resumiria a paesagem do Líbano em três pontos: montanhas, vales e o mar. A costa do mar. Fui levar a imagem de Nossa Senhora Aparecida, uma réplica e a entronizamos em Harissa, que é um belíssimo Santuário dedicado a Nossa Senhora do Líbano. Fica no alto de uma montanha, ao lado da Catedral da Igreja Melquita. E da cidade de Beirute se pode contemplar, olhando para cima, aquele belíssimo santuário, no topo de uma montanha. Um santuário moderno, grande e arrojado com capacidade para quatro mil pessoas."

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Pe. Zezinho e os jovens que ainda podem sacudir muito o mundo

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Cidade do Vaticano (RV) – A vida do jovem, não somente daquele que é cristão e brasileiro, tem sido incrementada mundialmente na era digital com as ferramentas disponíveis para se fazer ouvir – e com o instrumento de comunicação mais adequado. Muitos são os jovens que usam da mídia digital para evangelizar, para explorar seus talentos, para compartilhar o seu pensamento de contexto social e político. 

A reflexão do Pe. Zezinho desta semana percorre esse novo espaço que pode ser tanto amplificado, quanto escondido. O despertar depende de cada jovem que dê o seu ritmo às suas expressões, manifestando seus pensamentos, suas inquietações e indignações, seus sonhos e perspectivas de vida. Cabe à juventude, no entanto, fazer parte do grupo de discípulos que segue os ensinamentos de Jesus para desafiar e estimular o grande ambiente digital – e o mundo real – de forma criteriosa e responsável.

Pe. Zezinho - “Irmão. Irmã. A história registra muitos jovens músicos, compositores. Mas, registra menos, os escritores jovens. Escrevia-se mais sobre o jovem, dos que os jovens escreviam. Isso começou a mudar a partir dos anos 60 do século passado. Apareceram jovens que conseguiram falar para milhões de pessoas com suas poesias, suas músicas e seus ritmos. A era havia mudado. Agora, os instrumentos modernos tornavam possível para o jovem falar para milhões e ser ouvido. Sacudiram o mundo! Mexeram com multidões! E, inclusive politicamente, sacudiram o mundo! Hoje, há um grupo de jovens muito ativo e há uma multidão de jovens ainda passiva.” (AC)

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Igreja no Mundo



Card. Dziwisz: São João Paulo II poderia se tornar um novo padroeiro da Europa

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Cracóvia (RV) – “São João Paulo II poderia tornar-se um novo Padroeiro da Europa”, disse  no último sábado seu ex-Secretário particular, o Arcebispo emérito de Cracóvia, Cardeal Stanislaw Dziwisz.

“No momento de uma crise profunda em nosso continente, seria ampliado o grupo de Santos protetores”, acrescenta o purpurado, que por três dias presidiu as celebrações dedicadas pela memória litúrgica do Papa Wojtyla.

Quem escolheu no entanto São João Paulo II como Padroeiro foi a Ação Católica polonesa, que assumiu oficialmente na Catedral de Varsóvia o compromisso de seguir com diligência o magistério do Pontífice.

Os poloneses nutrem uma profunda devoção pelo “seu” Papa, considerado inigualável e atualíssimo exemplo de santidade e de patriotismo.

Na Polônia já foram dedicadas a São João Paulo II mais de 500 estátuas e numerosos outros monumentos de vários tipos e características.

Entre os últimos, a Obra do Terceiro Milênio, que tem como objetivo coletar fundos para apoiar materialmente os jovens estudantes provenientes de famílias pobres, que de outra forma não poderiam prosseguir a educação como desejado. (JE/SIR)

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Celebrados 20 anos de proclamação de S. Teresa de Lisieux como Doutora da Igreja

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Paris (RV) - O Presidente emérito do Pontifício Conselho da Cultura, Cardeal Paul Poupard, presidiu no domingo (22/10) a Missa Solene conclusiva das celebrações do 20° aniversário da proclamação por João Paulo II de Santa Teresa do Menino Jesus como "Doutora da Igreja".

Para recordar este aniversário, a Diocese de Bayeux e Lisieux desenvolveu intensa programação desde o dia 18, que incluiu conferências, concertos, vigílias, oração das Vésperas e Celebrações Eucarísticas.

Em 19 de outubro de 1997, durante a Celebração Eucarística na Praça São Pedro em que foi atribuído o título de Doutora da Igreja a Santa Teresa do Menino Jesus, o Papa Wojtyla explicava em sua homilia o que motivou a sua decisão:

"Teresa Martin, Carmelita descalça de Lisieux, desejava ardentemente ser missionária. E foi-o, a ponto de poder ser proclamada Padroeira das Missões. O próprio Jesus lhe mostrou como haveria de viver essa vocação: praticando em plenitude o mandamento do amor, haveria de imergir-se no coração mesmo da missão da Igreja, sustentando os anunciadores do Evangelho com a força misteriosa da oração e da comunhão".

"Por este motivo eu quis escolher este domingo missionário para proclamar Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face Doutora da Igreja universal: uma mulher, uma jovem, uma contemplativa.

A ninguém passa despercebido, portanto, que hoje está a realizar-se algo de surpreendente. Santa Teresa de Lisieux não pôde frequentar uma Universidade e nem sequer os estudos sistemáticos. Morreu jovem: entretanto, a partir de hoje será honrada como Doutora da Igreja, qualificado reconhecimento que a eleva na consideração da inteira comunidade cristã, muito para além de quanto possa fazê-lo um «título acadêmico »".

"Entre os «Doutores da Igreja», Teresa do Menino Jesus e da Santa Face é a mais jovem, mas o seu ardente itinerário espiritual demonstra muita maturidade, e as intuições da fé expressas nos seus escritos são tão vastas e profundas, que a tornam digna de ser posta entre os grandes mestres espirituais".

«A caridade — escreve ela — ofereceu-me a chave da minha vocação. Compreendi que, se a Igreja apresenta um corpo formado por membros diferentes, não lhe falta o mais necessário e mais nobre de todos; compreendi que a Igreja tem um coração, um coração ardente de amor; compreendi que só o amor fazia atuar os membros da Igreja e que, se o amor viesse a extinguir-se, nem os Apóstolos continuariam a anunciar o Evangelho, nem os mártires a derramar o seu sangue; compreendi que o amor encerra em si todas as vocações... Então, com a maior alegria da minha alma arrebatada, exclamei: Jesus, meu amor! Encontrei finalmente a minha vocação. A minha vocação é o amor!» (Manuscritos autobiográficos)."

"Teresa de Lisieux não só compreendeu e descreveu a profunda verdade do Amor como o centro e o coração da Igreja, mas viveu-a com intensidade na sua breve existência. É justamente esta convergência entre a doutrina e a experiência concreta, entre a verdade e a vida, entre o ensinamento e a prática, que resplandece com uma particular clareza nesta Santa, e que a torna um modelo atraente de forma especial para os jovens e para aqueles que estão em busca do verdadeiro sentido a dar à própria vida".

"A uma cultura racionalista e com muita frequência impregnada de um materialismo prático, ela opõe com uma desarmante simplicidade a «pequena via» que, retornando ao essencial, conduz ao segredo de toda a existência: o Amor divino que envolve e imbui a inteira aventura humana. Num tempo como o nosso, muitas vezes marcado pela cultura do efêmero e do hedonismo, esta nova Doutora da Igreja mostra-se dotada duma singular eficácia, para esclarecer o espírito e o coração daqueles que têm sede de verdade e de amor".

O caminho que percorreu para chegar a este ideal de vida não é o dos grandes empreendimentos reservados a um pequeno número mas, ao contrário, uma via ao alcance de todos, a «pequena via», caminho da confiança e do abandono total de si mesma à graça do Senhor. Não se trata de uma via a ser banalizada, como se fosse menos exigente. Na realidade ela é exigente, como o é sempre o Evangelho. Mas é uma via impregnada do sentido do abandono confiante à misericórdia divina, que torna suave até mesmo o mais rigoroso empenho espiritual".

"Por esta via, na qual recebe tudo como «graça», devido ao facto de pôr no centro de tudo a sua relação com Cristo e a sua escolha do amor, em virtude do lugar dado também aos impulsos do coração no seu itinerário espiritual, Teresa de Lisieux é uma Santa que permanece jovem, apesar dos anos que passam, e é proposta como um modelo eminente e uma guia no caminho dos cristãos para o nosso tempo, que chega ao terceiro milênio".

A homilia completa do Papa João Paulo II pode ser conferida no link: https://goo.gl/eHu18y

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Mosteiro de Mar Musa: cristãos e muçulmanos rezam juntos pela conversão de perseguidores

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Damasco (RV) – Este domingo, 22 de outubro, dia em que as Igrejas Orientais recordam "o despertar dos Santos Sete Jovens Dormentes de Éfeso", os amigos do Mosteiro sírio de Mar Musa - cristãos e muçulmanos - encontraram-se pelo segundo ano consecutivo para "rezar pela conversão dos perseguidores, daqueles que usam a violência contra mulheres e homens que têm uma fé ou uma opinião diferente".

Uma união fortalecida pelo encorajamento recebido no ano passado do Papa Francisco, "em modo especial à oração silenciosa que sobe das grutas mais escuras e prisões onde estão ainda hoje tantos fiéis".

"O significado desta festa - explicaram os organizadores da iniciativa - nos leva a refletir sobre as perseguições que os fiéis de todas as religiões hoje sofrem no mundo, assim como a nos unir em oração por eles, muitas vezes silenciosa, como aquela expressa no "sono" dos companheiros da gruta, capazes de transformar os corações dos perseguidores, de aliviar os sofrimentos dos "aprisionados", afastando o ódio e o desejo de vingança, de converter o mundo à paz, à reconciliação e ao diálogo".

A memória dos Santos Sete Jovens Dormentes de Éfeso recorre no martirológio romano em 27 de julho e em muitas coleções de hagiografias ortodoxas em 4 de agosto.

A comemoração é cara também aos muçulmanos, tanto que a sura 18 do Alcorão (9-27) - intitulada "da gruta" - narra precisamente a história destes jovens dormentes.

Segundo a tradição, na metade do século III, para fugir das perseguições, sete jovens cristãos se refugiaram em uma caverna no Monte Okhlonos, nas proximidades de Éfeso, onde se dizia estar o túmulo de Maria Madalena, para pedir a sua proteção.

Ao serem descobertos,  o Imperador Décio (249-251) deu ordens para que fosse lacrada a entrada da caverna com pedras, para que os jovens morressem de fome e de sede.

Dois séculos mais tarde, eles despertaram milagrosamente do sono com seus corpos intactos, testemunhando assim a ressurreição final que os fiéis terão.

O culto a eles propagou-se em muitas regiões ao redor do Mediterrâneo, quer cristãs como muçulmanas.

Hoje existem peregrinações inter-religiosas a lugares santos compartilhados, por meio das quais - dizem os amigos do mosteiro sírio - "se pode iniciar a construir uma linguagem comum para encontrar-se e compreender-se reciprocamente", rezando "pelas vítimas de perseguições, os "dormentes de hoje", em qualquer gruta, por causa de sua fé".

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Formação



D. José Azcona: qual o papel das Universidades na Amazônia?

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Breves (RV) – Agostiniano, espanhol de Pamplona, Dom José Luiz Azcona Hermoso chegou como missionário ao Arquipélago do Marajó em 1985. Dois anos depois, foi nomeado bispo pelo Papa João Paulo II e assumiu a Prelazia do Marajó.

Trajetória de lutas por justiça social

Defensor dos direitos humanos, destacadamente na luta contra o tráfico de pessoas e exploração sexual de menores, e de uma sociedade fundamentada na justiça social – batalhas que já lhe custaram inúmeras ameaças de morte - Dom José recebe segunda-feira (23/10) da Universidade Federal do Pará (UFPA) a outorga do título de Doutor Honoris Causa.  

Considerado o mais alto dos graus universitários, o título é concedido a personalidades que se destacaram pelo saber ou pela atuação em prol das Artes, das Ciências, da Filosofia, das Letras ou do melhor entendimento entre os povos.

Em declaração à RV, Dom José Luiz Azcona Hermoso afirma que mais do que um reconhecimento pessoal, esta outorga levanta um questionamento a ser refletido sobre o papel das Universidades na América latina e, de modo especial, na Amazônia:

São elas instituições que servem à sociedade com qualidades éticas e humanas para determinar o desenvolvimento integral, de que a Amazônia tanto necessita? Ou uma forma de prosseguir o elitismo, uma área para privilegiados nesta sociedade, que continua precisando de igualdade, fraternidade e autêntica paz?

Ouça o bispo, clicando aqui: 

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Piedade popular na realidade eclesial da diocese maranhense de Viana

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso espaço semanal dedicado ao quadro “O Brasil na Missão Continental”. Continuamos com a participação do bispo da Diocese de Viana – MA, Dom Sebastião Lima Duarte, conosco estes dias neste espaço de formação e aprofundamento. 

Na edição de hoje voltamos ao tema da piedade popular. Vale lembrar que a partir da Conferência de Santo domingo (1992) com o tema da inculturação, e depois com a Conferência de Aparecida (2007), a piedade popular voltou a ocupar um lugar especial dentro da Igreja. De fato, Aparecida buscou valorizar ulteriormente essa expressão genuína da fé de nossos povos latino-americanos.

Vale lembrar também que segundo o Papa Francisco “esta religiosidade popular é uma forma genuína de evangelização que precisa ser cada vez mais promovida e valorizada, sem minimizar a sua importância”.

Ao tratar do tema em questão, o bispo de Viana diz haver muita piedade popular em sua diocese, dando destaque para a festa do Divino Espírito Santo, momento muito rico no qual a religiosidade popular se manifesta, “o pessoal se edifica, se concentra, se reúne para viver essa experiência”, afirma.

Dom Sebastião destaca igualmente a festa de São Benedito, influência também do Pará onde há uma grande festa marcada pelos chamados “Foliões de São Benedito”. Por fim, evidencia os benditos e as ladainhas por parte dos fiéis em sua diocese. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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