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Sumario del 31/10/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Entrevistas

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: é preciso coragem para fazer crescer o Reino de Deus

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Cidade do Vaticano (RV) – É preciso coragem para fazer crescer o Reino de Deus: foi o que disse o Papa na homilia da missa celebrada na manhã de terça-feira (31/10) na capela da Casa Santa Marta. 

Inspirando-se no Evangelho do dia (Lucas 13,18-21), em que Jesus compara o Reino de Deus ao grão de mostarda e ao fermento, o Papa nota que esses dois elementos são pequenos, mas mesmo assim “têm dentro uma potência” que cresce . Assim é o Reino de Deus: a sua potência vem de dentro. Também São Paulo na Carta aos Romanos, proposta na Primeira Leitura, ressalta quantas tensões existem na vida: sofrimentos que, porém, “não são comparáveis à glória que nos aguarda”.

Trata-se, portanto, de “uma tensão entre sofrimento e glória”. Nessas tensões há, de fato, “uma ardente expectativa” por uma “revelação grandiosa do Reino de Deus”. Uma expectativa não somente nossa – destacou Francisco -, mas também da  criação, submetida à caducidade assim “como nós” e “propenso à revelação dos filhos de Deus”. E a força interna que “nos leva em esperança à plenitude do Reino de Deus” é aquela do Espírito Santo.

“É justamente a esperança que nos leva à plenitude, a esperança de sair desta prisão, desta limitação, desta escravidão, desta corrupção e chegar à glória: um caminho de esperança. E a esperança é um dom do Espírito. É propriamente o Espírito Santo que está dentro de nós e leva a isso: a algo grandioso, a uma libertação, a uma grande glória. E para  isso Jesus diz: ‘Dentro da semente de mostarda, daquele grão pequenininho, há uma força que desencadeia um crescimento inimaginável’”.

“Dentro de nós e na criação” – reitera o Papa – “há uma força que desencadeia: há o Espírito Santo”, que “nos dá a esperança”. E Francisco explica concretamente o que quer dizer viver em esperança: deixar que “essas forças do Espírito” “nos ajudem a crescer” rumo à plenitude que nos aguarda na glória. Mas assim como o fermento dever ser misturado e a mostarda lançada, porque do contrário aquela força interior permanece ali, o mesmo vale para o Reino de Deus que “cresce a partir de dentro, não por proselitismo”, adverte o Papa:

“Cresce a partir de dentro, com a força do Espírito Santo. E sempre a Igreja teve seja a coragem de pegar e lançar, de pegar e misturar, seja  também o medo de fazê-lo. E muitas vezes nós vemos que se prefere uma pastoral de manutenção e não deixar que o Reino cresça. 'Mas, vamos permanecer aquilo que somos, pequeninos, ali, estamos seguros…' E o Reino não cresce. Para que o Reino cresça é preciso coragem: de lançar o grão, de misturar o fermento”.

Porém, é verdade que, se lançada, a semente se perde e que, se misturado, com o fermento “eu sujo as mãos” – destaca o Papa –, porque “há sempre alguma perda ao semear o Reino de Deus”: 

“Ai daqueles que pregam o Reino de Deus com a ilusão de não sujar as mãos. Estes são guardiões de museus: preferem as coisas belas, e não este gesto de lançar para que a força se desencadeie, de misturar para que a força faça crescer. Esta é a mensagem de Jesus e de Paulo: esta tensão que vai da escravidão do pecado, para ser simples, à plenitude da glória. E a esperança é aquela que vai avante, a esperança não desilude: porque a esperança é muito pequena, a esperança é tão pequena quanto o grão e o fermento”.

A esperança “é a virtude mais humilde”, “a serva”, mas onde existe a esperança, existe o Espírito Santo, que leva em frente o Reino de Deus.

E o Papa, como de costume, conclui convidando os fiéis a fazerem-se algumas perguntas: hoje, perguntemo-nos, se acreditamos que na esperança há o Espírito Santo com quem falar.

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Cardeal Braz de Aviz: Institutos Seculares, vocação revolucionária

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Cidade do Vaticano (RV) - Concluiu-se, no último domingo (29/10), no instituto Augustinianum, em Roma, o congresso dos Institutos Seculares promovido pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e pela Conferência Italiana dos Institutos Seculares. Durante o encontro foi abordado o tema “Além e no meio. Institutos seculares: histórias de paixão e profecia para Deus e para o mundo”.

“Numa vocação secular é a própria vida que forma. Os momentos de formação são aqueles que fazem com que a vida cotidiana forme continuamente”, disse o secretário do organismo vaticano, Dom José Rodríguez Carballo. 

“Se a vida é o lugar da presença e ação do Senhor, essa mesma vida torna-se também o instrumento para ler a Escritura, que por sua vez se torna Palavra de Deus para o hoje. Inicia-se da vida porque acreditamos que Deus continua se encarnando e estando presente nela. Conforme recordado muitas vezes pelo Papa Francisco, “o nosso Deus é o Deus da história e a nossa fé é um fé histórica”, disse ainda o arcebispo.

Sobre esse dom que os Institutos Seculares representam para a fecundidade da Igreja, Dom Carballo sublinhou que é uma novidade que consiste em dois elementos inseparáveis: “consagração e secularidade”, que levam ao apostolado do testemunho, compromisso cristão na vida social e evangelização. Ao mesmo tempo, a fraternidade, “sem ser determinada por uma comunidade de vida, é realmente comunhão”. 

O Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e a Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz, falou também sobre a vocação dos Institutos Seculares na missa celebrada na Basílica Vaticana, na conclusão do congresso. 

“Essa vocação é revolucionária”, disse o purpurado. A vida de “cada um de nós nos confirma que a experiência concreta para viver a alegria é encontrar o rosto de Deus nos outros. É preciso estar sempre na escola da Palavra e fazer experiência de Deus. O encontro com a Palavra nos leva a mudar as relações entre nós”. 

O Cardeal Braz de Aviz indicou duas palavras-chaves: “alegria e unidade”. Nesse sentido, “viver a alegria comunica aos outros que o encontro com Deus mudou a nossa vida”, concluiu ele.

(MJ) 

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Canonização do Beato Stepinac e Medjugorje: decisão nas mãos do Papa

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Cidade do Vaticano (RV) – “A canonização do Beato Alojzije Stepinac é uma questão interna da Igreja Católica e nos parece importante frisar isto. O desejo do Santo Padre todavia é que esta questão não crie tensões entre os dois povos, mas que ajude no caminho comum. Acredito que o trabalho da Comissão tenha sido útil e que este processo tenha ajudado o diálogo e a compreensão comum”.

Foi o que afirmou o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin, ao ser interpelado por jornalistas na Croácia nos dias passados sobre os resultados do trabalho da Comissão Conjunta da Conferência Episcopal Croata e da Igreja Servo-ortodoxa, encarregada de analisar o papel do Beato Arcebispo Alojzije Stepinac no contexto da II Guerra Mundial.

Os documentos da Comissão, que não chegaram a “uma interpretação unívoca”, estão agora nas mãos do Papa Francisco para serem analisadas.

“As feridas que os fatos históricos deixam não podem ser superadas de hoje para a manhã. É importante manter firme a direção sobre onde ir e trabalhar para a comunhão e a paz. O diálogo inter-religioso e ecumênico é instrumento fundamental para alcançar este objetivo”, precisou o purpurado”.

Medjugorje

“Em mãos do Santo Padre” estão também os resultados da Comissão encarregada de estudar o “fenômeno” de Medjugorje – revelou o Cardeal Secretário de Estado – ao responder a outro jornalista.

Aliada à “dimensão sobrenatural dos eventos”, está a importante questão do “cuidado pastoral’ dos peregrinos.

É “desejo do Santo Padre ajudar a regular o fenômeno de forma que os fiéis que vão até lá possam ouvir a Palavra de Deus, celebrar os Sacramentos e viver uma autêntica experiência de fé”. (JE/SIR)

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Católicos e luteranos: prosseguir no caminho rumo à unidade

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Cidade do Vaticano (RV) – O caminho ecumênico trilhado juntos nos últimos cinquenta anos – apoiado pela oração comum, pelo culto divino e pelo diálogo ecumênico – levou “à superação de preconceitos, à intensificação da compreensão recíproca” e à assinatura “de acordos teológicos decisivos”.

É o que diz o comunicado conjunto da Federação Luterana Mundial (FLM) e do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização divulgado este 31 de outubro, data que conclui o ano de celebrações ecumênicas dos 500 anos da Reforma Protestante.

De fato, os eventos tiveram início em 31 de outubro de 2016 com a oração luterano-católica na Catedral de Lund, na Suécia, ocasião em que o Papa Francisco e o então Presidente da FLM Bispo Munib A. Younan, assinaram uma Declaração Conjunta, onde se comprometiam a prosseguir juntos o caminho ecumênico rumo à unidade pela qual Cristo rezou (João 17,21).

No texto, é reconhecida a “comum responsabilidade pastoral de responder à sede e à fome espiritual de nosso povo de sermos “um” em Cristo. Desejamos ardentemente que esta ferida no corpo de Cristo seja curada. Este é o objetivo dos nossos esforços ecumênicos, que queremos fazer progredir, também renovando o nosso compromisso pelo diálogo teológico”.

A declaração ressalta, outrossim, que “pela primeira vez, luteranos e católicos viram a Reforma de uma perspectiva ecumênica”, “o que tornou possível uma nova compreensão daqueles eventos do século XVI que levaram à nossa separação”.

“Se é verdade que o passado não pode ser mudado, é também verdade que o seu impacto atual sobre nós pode ser transformado em modo que se torne um impulso para o crescimento da comunhão e um sinal de esperança para o mundo: a esperança de superar divisões e fragmentações”.

O que emergiu mais uma vez com clareza, é “que aquilo que nos une é bem superior ao que nos divide”.

Um passo decisivo no caminho rumo à unidade, foi a assinatura da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação em 1999, gesto repetido pelo Conselho Metodista Mundial em 2006 e pela Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas durante este ano das celebrações dos 500 anos da Reforma.

E neste 31 de outubro de 2017, a mesma Declaração será acolhida pela Comunhão Anglicana no decorrer de uma Solene cerimônia na Abadia de Westminster.

“Sobre esta base, as nossas comunidades cristãs podem construir sempre mais estreita ligação de consenso espiritual e de testemunho comum a serviço do Evangelho”.

São destacadas no documento, ademais, as inúmeras iniciativas de oração comum e de culto divino entre luteranos e católicos e demais parceiros ecumênicos em várias partes do mundo, assim como os encontros teológicos e as importantes publicações que ofereceram subsídios para este ano de celebrações.

A Declaração conclui reafirmando o compromisso de avançar neste “caminho comum, guiados pelo Espírito Santo, rumo a uma crescente unidade”, buscando discernir a “interpretação de Igreja, Eucaristia e Ministério, esforçando-nos para chegar a um consenso substancial com o objetivo de superar as diferenças que são até hoje fonte de divisão entre nós”. (JE)

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Vaticano emite selo comemorativo pelos 500 anos da Reforma

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Cidade do Vaticano (RV) – O Departamento Filatélico do Vaticano recorda os 500 anos da Reforma Protestante com a emissão de um selo comemorativo.

Em primeiro plano, Jesus crucificado, tendo ao fundo um céu dourado sobre a cidade de Wittenberg, onde em 31 de outubro de 1517 foram fixadas pelo frei agostiniano as 95 teses.

De joelhos, à esquerda, Martinho Lutero com uma Bíblia, enquanto à direita está seu amigo Filippo Melantone - um dos maiores divulgadores da Reforma – tendo em mãos a Confissão de Augsburgo, o primeiro documento oficial dos princípios do protestantismo.

A tiragem do selo, no valor de 1,00 euro, é de 120 mil séries completas. (JE)

 

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Igreja no Mundo



Bispos das Igrejas Orientais: testemunhar a misericórdia ao mundo marcado por conflitos

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Londres (RV) – “Todos nós, pastores das Igrejas Orientais Católicas da Europa, nos sentimos envolvidos pelo amor do Senhor em nosso serviço eclesial, daquela Divina Graça que cura as nossas fraquezas, do amor do Senhor pela sua Igreja que nos impele no anúncio de seu Evangelho”.

É o que afirmam os bispos orientais católicos da Europa ao final de sua reunião anual, realizada de 26 a 29 de outubro em Londres.

“Estamos convencidos da necessidade central e fundamental do anúncio de Cristo com uma catequese e uma mistagogia que nascem da celebração da Divina Liturgia como lugar da confissão e da celebração da nossa fé Mistagógica que brota do próprio Evangelho, dos textos da Liturgia, da iconografia, para levar os nossos fiéis à contemplação do mistério de Cristo, Verbo de Deus encarnado pelo Espírito Santo e pela sempre Virgem Maria”.

Nestes dias os bispos orientais católicos europeus experimentaram “a riqueza da catolicidade que se manifesta por meio das diversas tradições cristãs, que há quase dois milênios dão forma ao rosto cristão da Europa”.

“Este fato nos torna conscientes do chamado sempre novo para dar testemunho ao mundo de hoje, marcado pelo sofrimento, pela pobreza, pela injustiça, e pelos conflitos armados que afligem o rosto de tantas das nossas Igrejas e de nossos povos”.

“Invocamos, em particular, o dom da paz e da reconciliação pelo povo ucraniano, martirizado há muito tempo pela violência e pela guerra, recordando também a perseguição e os sofrimentos dos nossos irmãos cristãos do Oriente Médio”.

O encontro concluiu-se no domingo com a Divina Liturgia celebrada na Catedral da Sagrada Família em Londres, presidida pelo Arcebispo Kirill Vasil, Secretário da Congregação para as Igrejas Orientais.

Em 2018, a reunião se realizará de 14 a 17 de junho na Eparquia de Lungro dos ítalo-libaneses na Itália, respondendo ao convite de Dom Donato Oliverio. (JE)

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Família e unidade do país no centro da Plenária dos Bispos paraguaios

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Assunção (RV) – Tutela da família, desenvolvimento do país, jovens e missão eclesial: estes foram os pontos cardeais da reflexão dos bispos do Paraguai, reunidos em sua 216ª Assembleia Plenária, concluída em 27 de outubro.

Ao final dos trabalhos os prelados – que de 5 a 12 de novembro estarão no Vaticano para a visita ad Limina Apostolorum – divulgaram uma nota com a síntese dos principais temas dos debates e as instâncias que apresentarão ao Papa Francisco, “com fé na sede apostólica e em espírito de partilha e comunhão com a Igreja universal, na esperança e na caridade”.

Tutela da vida e da família

Em primeiro lugar, a Igreja do Paraguai propõe a tutela da vida e da família, expressando particular preocupação pela “ideologia de gênero”.

Tal teoria – lê-se no documento – tem comprometido gravemente a compreensão da identidade do homem e da mulher e da ligação que é expressa no matrimônio e na família”.

Disto, o apelo dos  prelados contra “os estereótipos ou a negação das diferenças” no âmbito da sexualidade, enfatizando ao mesmo tempo que a Igreja “não promove nenhuma forma de discriminação ou de privação dos direitos” de ninguém.

A CEP, todavia, reitera que “não é justo privar os pais de seu direito e da sua responsabilidade de educar os próprios filhos, impondo a eles uma tese contrária à verdade biológica, acompanhada de uma explicação cultural simplista”.

Tudo isto – evidenciam os prelados – “exige o respeito e a convivência democrática”, excluindo o risco de “distorcer a verdade, ofender a fé cristã, manipular as consciências e iniciar práticas contrárias à defesa da vida e da pessoa humana”.

Eleições presidenciais

Quanto ao desenvolvimento do país, os bispos olham em particular para as eleições presidenciais, programadas para 22 de abril de 2018.

“O início do período eleitoral – afirmam – implica para todos os cidadãos a possibilidade de fazer escolhas para o presente e o futuro, para discernir as implicações morais e religiosas dos programas políticos dos candidatos”.

Nesta ótica, os prelados exortam a olhar para o princípio da caridade, para que regule “não somente as micro-relações dentro da família e pequenos grupos, mas também para as macro-relações sociais, econômicas e políticas”.

Assim, o chamado aos políticos para que tenham um olhar amplo e saibam assegurar “trabalho digno, educação e assistência sanitária” a todos os cidadãos, para que assim, abrindo-se “à transcendência, possa ser superada a dicotomia e o bem comum”.

Confiança, unidade, diálogo e harmonia, portanto, deveriam ser os pilares fundantes da atuação dos políticos do Paraguai, para que nenhum grupo social seja excluído.

Aos cidadãos, além disso, os pastores do Paraguai exortam para que “exerçam o seu voto com responsabilidade”, “com uma atitude madura”, para que escolham os candidatos “sem deixar de lado seus valores e seus princípios, a fé e a visão antropológica e social que guia a ação da Igreja no mundo, em particular em relação à dignidade da vida e da família”.

Juventude

Os bispos paraguaios dirigem um ulterior pensamento aos jovens , para quem, desde 2016, é dedicado o “Triênio da Juventude”.

Central, portanto neste âmbito, o conceito de “amizade com Jesus” e da união com Ele e com a sua Verdade, por um compromisso dos jovens em favor de “um país honesto, équo e solidário”.

Missão eclesial

Por fim, o último ponto do documento diz respeito à missão eclesial: “Queremos uma Igreja jovem, em saída, alegre e missionária, pronta para servir, que continue a ser protagonista de um mundo mais humano e de uma sociedade mais fraterna” – afirmam – referindo-se  à carta enviada pelo Papa Francisco ao Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, Card. Marc Ouellet, em19 de março de 2016. (JE)

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Patriarca Sako: temor de novo êxodo de cristãos da planície de Nínive

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Bagdá (RV) - O referendo para a independência do Curdistão iraquiano desencadeou uma nova onda de violências que atingem as “cidades cristãs da planície de Nínive”. O resultado é que “muitos habitantes” fugiram, criando uma “renovada atmosfera de ânsia e medo”, que acabará por “criar novas divisões e impedirá a reconstrução e o retorno das pessoas a suas casas”. 

É o que ressalta o Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Dom Louis Raphaël I Sako, num apelo publicado no site do patriarcado e enviado à agência AsiaNews. Na carta o líder da Igreja iraquiana evidencia o perigo que de este ulterior conflito, numa terra já marcada pelo sofrimento, possa gerar “ulteriores migrações” dos cristãos para o exterior.

Renúncia do presidente do Curdistão

Numa situação de crescente tensão, o líder curdo Massoud Barzani, 71 anos, anunciou ao Parlamento sua renúncia ao encargo de presidente do Curdistão, poucos dias antes do vencimento de seu mandato, previsto para esta quarta-feira, 1º de novembro.

Barzani não pretende candidatar-se novamente à liderança da região e lança uma duríssima acusação aos EUA e a uma parte da componente curda. Acusa Washington de já ter esquecido o apoio fundamental dos Peshmergas no combate ao Estado Islâmico em Mosul e em outras zonas do Iraque.

Tropas de Bagdá respondem proposta de referendo com ofensiva nos territórios curdos

Trata-se do principal promotor e artífice do referendo pró-independência, em resposta ao qual as tropas regulares iraquianas lançaram uma ofensiva nos territórios – entre os quais Kirkuk – há tempo controlados pelos curdos.

Num pronunciamento feito na Tv curda, o líder afirmou querer continuar “sendo um Peshmerga nas fileiras do povo curdo, que defenderá sempre as vitórias obtidas pelos curdos”.

Líder curdo acusa Bagdá de violar trégua e Constituição 

Ademais, Barzani acusou o governo de Bagdá de ter violado a trégua e a Constituição ocupando Kirkuk com a força. E não poupou ataques – mesmo sem referências explícitas – aos rivais da União Patriótica do Curdistão (Upk) pela “traição” que levou à perda de Kirkuk  (e de seus poços petrolíferos, recurso essencial para o caixa de Irbil).

Igreja iraquiana convida as partes ao diálogo

Num quadro de tensão e violências, a Igreja iraquiana quis intervir novamente convidando as partes ao diálogo “analisando a situação e buscando resolver todos os problemas irresolutos com um renovado espírito de coragem e plena responsabilidade, olhando para o bem do país”. (RL/AsiaNews)

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Entrevistas



Um brasileiro entre Prêmios Nobel: a Pontifícia Academia das Ciências

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Cidade do Vaticano (RV) – Prêmios Nobel e cargos vitalícios: assim funciona a Pontifícia Academia das Ciências.

As origens dessa Academia remontam ao ano de 1603, quando foi criada sob o pontificado do Papa Clemente VIII pelo príncipe romano Federico Cesi. O primeiro presidente da Academia foi célebre Galileo Galilei.

Séculos depois, em 1972, foi eleito presidente pela primeira vez um leigo: o brasileiro Carlos Chagas, que ficou à frente da instituição até 1988.

O Brasil ficou sem representantes até 2012, quando Bento XVI nomeou membro da Academia o Professor da USP Vandelei Bagnato. Há cinco anos na Instituição, Bagnato tem uma nova tarefa: 

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Atualidades



Uganda. Cardeal Filoni conclui Jubileu da Arquidiocese de Campala

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Campala (RV) -“O meio século que se passou foi principalmente um período de consolidação do excelente trabalho iniciado pelos missionários. Os próximos 50 anos deverão ser um período de crescimento mais profundo da fé e da caridade... Um novo empenho na evangelização deverá fazer com que o Evangelho penetre de modo mais profundo não somente em cada pessoa, mas também na sociedade humana. A Igreja e a sociedade devem colaborar estreitamente para encontrar os recursos necessários para renovar e construir uma cultura de amor, de reconciliação, de justiça e de paz.”

Foi a incumbência que o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, deixou à Arquidiocese de Campala, concluindo os festejos pelos 50 anos de criação da arquidiocese ugandense. 

O purpurado presidiu no domingo (29/10) no Santuário dos Mártires Ugandenses, em Namugongo, a uma solene concelebração eucarística da qual participaram bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas, autoridades civis e muitíssimos fiéis.

Amar a Deus e ao próximo, duas faces da mesma medalha

Partindo das leituras bíblicas do dia, o prefeito de Propaganda Fide evidenciou o dúplice mandamento do Senhor, amar a Deus e amar ao próximo: “como as duas faces da mesma medalha, os dois mandamentos não podem ser separados, o primeiro está inseparavelmente ligado ao segundo”.

Isso comporta que uma falta de solidariedade com aqueles que se encontram em situação de necessidade influencia diretamente nossa relação com Deus. “Não basta simplesmente não maltratar os necessitados, o amor ao próximo requer ser dóceis e atentos ao grito dos pobres e ir ao encontro deles”, ressaltou o Cardeal Filoni.

Migração interna e externa, na esperança de uma vida melhor

“Tomei conhecimento de que a área metropolitana de Campala recebeu movimentos maciços de ugandenses que chegam na esperança de trabalho e de uma vida melhor. Muitos não alcançaram esses objetivos e permanecem nas periferias da sociedade”, prosseguiu.

“Também sabemos que na província eclesiástica de Gulu centenas de milhares de refugiados provenientes do Sudão do Sul buscam refúgio para salvar suas vidas da violência. Devemos buscar chegar até eles com o amor e a misericórdia de Cristo; se não o fazermos, existem muitos outros que pretendem ser profetas, apóstolos e curadores que o farão. Talvez não possamos fazer muito neste momento, mas é importante conhecê-los, sejam eles católicos ou de outra denominação.” Isso faz parte do que o Papa Francisco define “ir às periferias existenciais da sociedade”, completou.

Caridade social nos faz amar o bem comum

Todavia, o amor não se esgota na relação entre os indivíduos, mas se difunde também na comunidade social e política. “A caridade social nos faz amar o bem comum; nos faz buscar eficazmente o bem de todas as pessoas, consideradas não somente como indivíduos ou privados, mas também na dimensão social que as une.”

Segundo o Antigo Testamento, o jubileu era ocasião para perdoar as dívidas, restituir as propriedades, libertar os escravos e os servos. Portanto, era ocasião para ajudar o próximo e ter um novo início. No Novo Testamento, Jesus se apresenta como Aquele que porta a cumprimento o antigo jubileu.

Tudo isso evidencia que os Jubileus da comunidade têm uma dimensão importante a ser ressaltada. Gostaria de reiterar o que disse a vários grupos dias atrás, frisou o purpurado.

Igreja católica em Campala: novo compromisso, novas perspectivas

Este Jubileu de Ouro marca uma passagem importante na vida desta Igreja Arquidiocesana. Meu convite é um chamado a um início de um novo compromisso; aliás, um momento favorável para identificar novas perspectivas; para marcar o percurso da Igreja católica em Campala para os próximos 50 anos.

“Que tipo de Igreja queremos ser, no contexto da Igreja universal? Qual é o nosso papel no contexto da África e do nosso país?” As respostas devem ser coerentes com as orientações dadas pelo Concílio Vaticano II e pelos outros documentos do magistério, sobretudo os dedicados à Igreja na África, ressaltou.

O prefeito do dicastério missionário recordou que a Arquidiocese de Campala foi criada na esteira do Concílio Vaticano II. “É nossa fervorosa esperança que esta Igreja local continue sendo fiel realizadora da inexorável riqueza daquele grande evento eclesial”, disse ainda. (RL/Fides)

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Papa Francisco: armas nucleares, humanidade corre risco de suicídio

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Cidade do Vaticano (RV) - “A humanidade corre o risco de suicídio.” Foi o que disse o Papa Francisco durante sua visita à sede do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, nesta segunda-feira (30/10), referindo-se à ameaça das armas nucleares. 

Numa nota divulgada, nesta segunda-feira, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, informa que na próxima semana se realizará, no Vaticano, um encontro importante sobre o tema “Perspectivas para um mundo livre de armas nucleares e para o desenvolvimento integral”.

“O Santo Padre trabalha com determinação a fim de promover as condições necessárias para um mundo sem armas nucleares, conforme reiterado por ele, em março passado, na mensagem para a ONU. É falso falar de mediação da Santa Sé”, afirma Burke, como afirmado pela mídia italiana sobre a crise em andamento entre Estados Unidos e Coreia do Norte.

O encontro, promovido pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, se realizará na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, nos dias 10 e 11 de novembro próximo, “com a participação de personalidades de alto nível”, segundo a subsecretária do organismo vaticano, Flaminia Giovanelli, entrevistada pela Rádio Vaticano – Secretaria para a Comunicação.

Giovanelli fala sobre o que o Papa disse durante sua visita ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

Giovanelli: “O Papa sublinhou mais uma vez, algo que faz habitualmente, o fenômeno do comércio de armas. Reiterou a sua denúncia contra esse comércio de armas que estimula e alimenta esses redutos de conflitos, que não são redutos de conflitos, mas, disse ele mais uma vez: ‘Estamos numa verdadeira guerra’. Falando sobre as armas nucleares, uma ameaça que infelizmente está presente há décadas e se torna mais aguda, como nos dias  atuais, falou também de ‘suicídio da humanidade’, do risco de suicídio da humanidade. Proferiu palavras muito fortes.”

RV: Como nasceu esse encontro no Vaticano?

Giovanelli: “Diria que nasceu do querer dar um seguimento ao Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares adotado em julho passado e assinado pela Santa Sé em setembro, com grande convicção. Nasceu disso e certamente tudo isso caminha na direção daquilo que o Santo Padre deseja, de querer sublinhar algo positivo que aconteceu, pelo menos do ponto de vista simbólico, com a assinatura do Tratado. Depois, há também o aumento da crise nuclear e por causa disso esse congresso tornou-se realmente um momento muito importante. Tivemos uma ótima resposta de todas as instâncias que interpelamos, tanto da comunidade internacional quanto dos Prêmios Nobel. Participarão 11 delas e haverá também testemunhos de sobreviventes da tragédia de Hiroshima.”

(MJ/SC)

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Wojtyla e Galileu: Pe. Maffeo, grande passo para fé e ciência

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Cidade do Vaticano (RV) - Completam-se, nesta terça-feira (31/10), 25 anos do discurso memorável de São João Paulo II à Plenária da Pontifícia Academia das Ciências, em que o Pontífice admitiu que foi um erro condenar Galileu Galilei.

Em 1979, um ano depois de sua eleição à Cátedra de Pedro, Karol Wojtyla reconheceu que o autor do Diálogo sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo, “sofreu muito por causa de homens e organismos da Igreja”.

A declaração histórica de 1992 veio após o trabalho de uma comissão presidida pelo Cardeal Paul Poupard, desejada por João Paulo II, em 1981, para aprofundar o processo do grande cientista italiano, ocorrido 350 anos antes.

Sobre a importância daquela decisão de João Paulo II e os frutos provenientes do diálogo entre Igreja e Ciência, a Rádio Vaticano – Secretaria para a Comunicação entrevistou o Pe. Sabino Maffeo, S.J., 95 anos, membro emérito da Specula Vaticana, que, em 1992, foi vice-diretor do Observatório Astronômico Vaticano.

Pe. Maffeo: “Eu diria: finalmente! Finalmente a Igreja esclareceu esse caso com a decisão de João Paulo II, quando declarou solenemente o grande erro de condenar Galileu, que dizia a verdade, e lhe foi dito, ao invés, de abster-se de defender uma doutrina que era justa.”

Esse passo de São João Paulo II foi muito importante para colocar as coisas numa perspectiva justa?

Pe. Maffeo: “Diria de sim. É o mérito desse Papa que disse claramente que foi cometido um erro quando Galileu foi condenado!”

Bento XVI e Francisco continuaram na esteira de João Paulo II com um diálogo cada vez mais profundo com o mundo da ciência...

Pe. Maffeo: “De fato, o ambiente em que me encontro, a Specula Vaticana, está mostrando que os Papas apreciam a ciência! Alguém poderia pensar: ‘Esses sacerdotes que estudam as estrelas, os planetas e coisas desse tipo não seria melhor que fizessem apostolado?” Pois bem, a coragem de destinar esses sacerdotes a isso, significa que é muito importante o testemunho que eles dão e que a Igreja reconhece os erros cometidos no campo da astronomia!”

(MJ/AG)

 

 

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Líbano: Cardeal Raï, é hora que sírios e palestinos voltem para suas casas

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Beirute (RV) - “O Líbano corre grande perigo nos âmbitos político, econômico, demográfico e cultural por causa da presença de refugiados sírios e palestinos. Eles juntos formam a metade da população libanesa. Foram acolhidos porque estavam em perigo, mas agora devem voltar para suas pátrias.”

Foi o que disse o Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Cardeal Béchara Boutros Raï, numa entrevista ao jornal libanês “L’Orient Le Jour”, ao retornar de uma visita aos Estados Unidos, onde participou da quarta edição do congresso “Em defesa dos cristãos” (In Defense of Christians).

As situações dos deslocados sírios e dos cristãos no Oriente Médio foram os temas centrais abordados durante a entrevista, segundo Asianews.

“Sírios e palestinos causaram um aumento da população libanesa de 4 a 6 milhões. Por que o Líbano com os seus dez mil quilômetros quadrados de montanhas e vales deve sobrecarregar-se de um aumento do número de habitantes equivalente à metade de sua população?”

O Cardeal Raï sublinhou que “os libaneses migram por falta de trabalho. Na realidade, isso é um grande perigo não somente no campo econômico, mas também político, demográfico, cultural, no âmbito da segurança e do ambiente”. “O Líbano acolheu os exilados com espírito de solidariedade, mas não pode se sacrificar dessa maneira. É hora que voltem para suas casas. O fardo é muito pesado para nós”, disse ainda o Patriarca.

Sobre a situação dos cristãos no Oriente Médio, o Cardeal Raï afirmou que “às vezes houve perseguições, mesmo não existindo um movimento de perseguição e genocídio, mas através de eventos, uma agressão aqui e perseguições acolá ”.

“Todos dizem que é preciso salvar a presença dos cristãos. Coloquemos fim à guerra e estabeleçamos uma paz justa, duradoura e global. Somos justos, corajosos e dizemos que aqueles que tiveram de abandonar suas terras podem voltar, mas não ouvimos isso. Notamos somente um sentimento de piedade quando os cristãos são agredidos e perseguidos. Isso não basta! É impossível ir adiante na situação em que estamos no Oriente Médio.”

O Patriarca afirmou que é preciso distinguir de um lado o Islã e de outro os integralistas, os fundamentalistas e os terroristas que causam destruição em nome do Islã.

“A experiência nos ensinou a viver com os muçulmanos e obter sua simpatia. Com essas guerras somos grandes perdedores. Se perdermos a moderação muçulmana correremos o risco de nutrir o fundamentalismo e o terrorismo. Se a comunidade internacional não se esforça para ajudar os deslocados e refugiados a voltar para suas pátrias, eles serão um terreno fértil para os movimentos e organizações terroristas”, concluiu o Patriarca Raï.

(MJ)

 

 

 

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