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Sumario del 02/11/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa reza pelos mortos em guerra: Que o Senhor nos dê a graça de chorar

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco celebrou a santa missa no cemitério de Nettuno no Dia de Finados. 

O Pontífice deixou o Vaticano na parte da tarde e de carro percorreu cerca de 50 km até a cidade que fica na Diocese de Albano.

Antes da celebração, Francisco se deteve em oração entre os túmulos, onde estão sepultados os soldados estadunidenses que combateram a II Guerra Mundial na Itália, em memória de todos os caídos em combates.

Em sua homilia pronunciada sem um texto escrito, o Papa repetiu as palavras de Paulo na segunda leitura, “A esperança não decepciona” e comentou: “Mas a esperança muitas vezes nasce e finca raízes em muitas chagas humanas, em muitas dores humanas. Esses momentos de dor nos fazem olhar o céu e dizer ‘creio que o Redentor está vivo, mas chega Senhor, não mais a guerra. Nunca mais esse massacre inútil, como disse Bento XV”.

Seria melhor esperar o reencontro com Deus, prosseguiu Francisco, sem essa destruição, sem ver milhares e milhares de jovens mortos, de esperanças despedaçadas.

“Não mais, Senhor. Isso devemos dizer hoje, rezemos por todos os mortos, mas de modo especial por esses jovens. Hoje que o mundo mais uma vez está em guerra e se prepara ainda mais fortemente para a guerra. Nunca mais Senhor. Com a guerra, tudo se perde.”

O Papa citou uma idosa entre as ruínas de Hiroshima, que dizia com resignação sapiencial: “Os homens fazem de tudo para declarar e fazer uma guerra. E no final, destroem a si mesmos”.

“Esta é a guerra. A destruição de nós mesmos”, comentou o Pontífice, afirmando que a humanidade não pode esquecer hoje as lágrimas derramadas em guerras, as lágrimas das mães e esposas quando recebiam a notícia da morte de seus filhos e maridos.

“Mas a humanidade não aprendeu a lição e parece que não quer aprendê-la”, constatou o Papa:

“Quando muitas vezes na história os homens pensam em fazer uma guerra, estão certos de levar um mundo novo, de fazer uma primavera e tudo acaba num inverno cruel, reino do terror e de morte. Hoje, rezemos por todos os defuntos, mas de modo especial por esses jovens. Num momento onde muitos morrem nas batalhas de todos os dias, nesta guerra em pedaços, rezemos também pelos mortos de hoje em guerra, inclusive crianças inocentes. Este é o fruto da guerra: a morte. Que o senhor nos dê a graça de chorar.”

Após a celebração, Francisco visitou o sacrário-monumento nacional italiano “Fossas Ardeatinas”, onde se deteve brevemente em oração pelas vítimas do excídio de 24 de março de 1944, no qual 335 civis e militares italianos foram trucidados pelas tropas de ocupação alemãs.

Ao regressar ao Vaticano, o Pontífice vai à cripta da Basílica Vaticana para um momento de oração em sufrágio dos Papas ali sepultados e de todos os defuntos.

 

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Papa reza nas Fossas Ardeatinas: Deus conhece os nomes e os rostos de todos

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Cidade do Vaticano (RV) –  Após presidir a celebração eucarística neste Dia de Finados no Cemitério estadunidense de Nettuno, o Papa Francisco dirigiu-se ao memorial das Fossas Ardeatinas para um momento de oração.

No local, em 24 de março de 1944, 335 civis e militares foram trucidados por tropas de ocupação nazistas, em represália pelo atentado contra uma patrulha do regimento Bozen, que matou 33 soldados alemães.

Ao entrar nas grutas, Francisco permaneceu por quase cinco minutos em oração diante do local onde ocorreu a chacina. Após, caminhou pelos corredores de pedra até chegar ao local onde estão os túmulos de das vítimas, sobre os quais depositou uma rosa branca.

Durante o percurso, o Pontífice esteve acompanhado por oficiais do exército italiano que lhe explicaram os acontecimentos daquele dia e pelo Rabino Chefe da Comunidade de Roma, Riccardo Di Segni, que cantou uma oração em hebraico, momento que foi seguido por palavras do Papa Francisco.

“Deus de Abraão, de Isaac, Deus de Jacó, com este nome te apresentaste a Moisés quando lhe revelaste a vontade de libertar o Teu povo da escravidão do Egito. Deus de Abraão, Deus de Isaac e de Jacó, Deus que faz aliança com o homem, Deus que se liga com um pacto de amor fiel para sempre, misericordioso e compassivo com cada homem e cada povo que sofre opressão. “Observei a miséria de meu povo, ouvi o seu grito, conheço os seus sofrimentos””.

“Deus dos rostos e dos nomes, Deus de um dos 335 homens trucidados aqui, em 24 de março de 1944, cujos restos repousam nestes túmulos. Tu, Senhor, conheces as suas faces e os seus nomes: todos, também os 12 que continuam desconhecidos para nós. Para ti, nenhum é desconhecido”.

"Deus de Jesus, Pai nosso que estás nos Céus: graças a Ele, o Crucificado ressuscitado, nós sabemos que o Teu nome - Deus de Abraão, Deus de Issac e Deus de Jacó - quer dizer que não és o Deus dos mortos, mas dos vivos, que a Tua aliança de amor fiel é mais forte do que a morte e é garantia de ressurreição".

“Faz, Senhor, que neste lugar consagrado à memória dos caídos pela liberdade e a justiça,  tiremos os calçados do egoísmo e da indiferença e por meio da sarça ardente deste mausoléu, escutemos no silêncio o Teu nome: Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó, Deus de Jesus, Deus dos vivos. Amém”.

Antes de deixar o local, o Santo Padre deixou escrito no Livro de Honra as seguintes palavras: “Estes são os frutos da guerra: ódio, morte, vingança. Perdoa-nos, Senhor”. (JE)

 

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Papa: “Às vezes eu durmo em oração. Sinto-me criança nas mãos de Deus”

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Cidade do Vaticano (RV) - “Quando eu vou rezar algumas vezes eu me adormeço. Fazia isso também Santa Teresa do Menino Jesus. Ela dizia que o Senhor, Deus, o Pai gosta quando alguém adormece”. Foi o que disse o Papa Francisco no segundo episódio do programa “Pai Nosso”, conduzido pelo Padre Marco Pozza, e transmitido pela Tv2000 neste dia 1º de novembro. Francisco dialogou com o jovem capelão da prisão de Pádua, Pe. Marco Pozza, no início do programa. A transmissão, nascida da colaboração entre a Secretaria para a Comunicação da Santa Sé e Tv2000, está estruturada em nove episódios, todas as quartas-feiras, durante os quais Padre Marco encontra famosos personagens leigos do mundo da cultura e do entretenimento. No segundo episódio  o convidado foi o escritor Erri De Luca. Do encontro, das palavras e das respostas do Papa a Padre Marco nasceu também o livro “Pai Nosso” do Papa Francisco, da editora Rizzoli e da Livraria Editora Vaticana, que será publicado na Itália no próximo dia 23 de novembro. 

“Há o Salmo 129, 130, pequeno, - acrescenta o Papa -, que diz que estou diante de Deus como uma criança nos braços de seu pai, essa é uma das muitas maneiras pelas quais o nome de Deus é santificado: sentir-se criança nas suas mãos”.

O Papa Francisco, no encontro com Padre Marco, falou também da santificação do nome de Deus, enfatizando que muitas vezes “nós dizemos que somos cristãos, dizemos que temos um pai, mas vivemos, não digo como animais, mas como pessoas que não acreditam em Deus nem no homem, sem fé, e vivemos também fazendo o mal, vivemos não no amor mas no ódio, na competição, nas guerras. E o Papa perguntou: O nome de Deus é santificado nos cristãos que lutam entre eles pelo poder? É santificado na vida daqueles que contratam um assassino para se livrar de um inimigo? É santificado na vida daqueles que não se importam com seus próprios filhos? Não, ali não é santificado o nome de Deus”, disse o Papa. (SP)

 

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Filme inspirado no Papa e ambientado em prisão africana recorda 1 ano do Jubileu dos Encarcerados

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Cidade do Vaticano (RV) - Por ocasião do primeiro aniversário do Jubileu dos Encarcerados, será projetado em 6 de novembro na Prisão de Rebibbia, em Roma, o documentário "Bonne arrivée à la MACO, Papa François!", do diretor franco-polonês Janusz Mrozowski.

Ambientado na Casa de Correção e Detenção da capital de Burkina Faso, Ougadougou (MACO, sigla em francês), a película mostra como os detentos e os agentes carcerários receberiam o Papa Francisco e a sua mensagem de misericórdia em uma visita à prisão, fazendo o espectador mergulhar na dura realidade do local.

O diretor Mrozowski, que no seu curriculum tem diversas produções cinematográficas com detentos, quis assim mostrar como esta mensagem é vivida em uma casa de detenção nos confins do mundo.

"Quando entrei nesta prisão, fiquei tocado pelas condições em que vivem os prisioneiros africanos. Burkina Faso abriu para mim suas prisões de uma forma incrível, que não se poderia imaginar em muitos países. O que salva nestas condições desumanas, é justamente a humanidade, as relações entre os guardas e os prisioneiros e também as relações dos prisioneiros entre eles, porque existe muita fraternidade", comentou Janusz Mrozowski na apresentação do filme em 15 de outubro no Festival de Cinema de Varsóvia, com o título em polonês "WitajW Kryminale, Papiezu Franciszku!".

Segundo ele, o filme só foi possível graças ao Papa Francisco: "O que eu vi é que a palavra do Papa Francisco que levei a esta prisão pesou, foi uma coisa importantíssima para aqueles detentos. Levei a esperança, levei o amor humano do Papa, levei Deus a esta prisão".

"Este documentário constitui três milagres em um", explicou Mrozowsk. "O primeiro é a existência do próprio filme, que jamais teria existido". "O segundo milagre, é que durante a realização deste filme, Deus me fez acreditar nele, eu que o tinha abandonado aos 14 anos".

Por fim, "o terceiro milagre é que cada um de nós, espectadores, se sentirá durante esta projeção, de uma forma ou outra, no lugar do Papa Francisco, pois este filme se dirige ao Papa Francisco, que não aparece em nenhuma imagem ao longo de toda a projeção".

Antes de Rebbibia, por iniciativa da Secretaria para a Comunicação, o filme  já foi projetado pela Filmoteca Vaticana na Sala Cardeal Deskur, do Palácio São Carlos. (JE)

 

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Igreja no Brasil



Dia de Finados: Presidente da CNBB, amor e gratidão pelos falecidos

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Brasília (RV) - A Igreja celebra nesta quinta-feira, dia 2 de novembro, a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, chamada popularmente pelo nome dado civilmente ao feriado: Dia de Finados. Neste dia, nas Igrejas e nos cemitérios, “manifestamos o amor e a gratidão pelos falecidos e, de modo especial, expressamos a fé em Cristo Ressuscitado, a fé na ressurreição dos mortos e na vida eterna”, afirma o Arcebispo de Brasília, Cardeal Sergio da Rocha, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A Comemoração dos Fiéis Defuntos é ocasião para dedicar orações pelos amigos e familiares falecidos, um gesto que, para Dom Sergio não se reduz ao sinal de amor e gratidão: “É acima de tudo, um gesto de fé e esperança”.

Para o cardeal, o Dia de Finados também é ocasião para refletir “sobre o modo como estamos caminhando neste mundo rumo à morada eterna que o Senhor preparou para nós”. “É importante dar passos de conversão sincera rumo à vida eterna”, sublinha.

Tradição

A tradição da Igreja de honrar a memória dos defuntos remete aos primeiros tempos do cristianismo, quando eram oferecidos sufrágios em seu favor. Dom Sergio recorda que o Catecismo ensina este costume e ressalta que de modo especial era oferecido o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, os falecidos possam chegar à visão beatífica de Deus, recordando o exemplo de Judas Macabeu, que “mandou oferecer sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado”, pois “é um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados”.

Em todo o Brasil, os cemitérios se preparam para receber milhares de pessoas que farão visitas aos seus entes queridos. Celebrações eucarísticas durante todo o dia estão programadas. Esta prática é sublinhada por dom Sergio lembrando o parágrafo 2300 do Catecismo: “Os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade, na fé e esperança da ressurreição. O enterro dos mortos é uma obra de misericórdia corporal (Tb 1,16-18) que honra os filhos de Deus, templos do Espírito Santo”.

Liturgia

Também a tradição dos fiéis influenciou a definição do rito das exéquias, do qual podem ser usadas as leituras para a comemoração votiva dos fiéis defuntos. O Bispo de Cornélio Procópio (PR) e membro da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos da CNBB, Dom Manoel João Francisco, escreveu em um subsídio que até o século VII as exéquias cristãs caracterizavam por um forte caráter pascal, mas que do século VIII até o XV predominou-se uma visão trágica da morte. “Perdeu-se a certeza da salvação e a Eucaristia, de celebração da passagem com Cristo e por Cristo da morte para a vida, passou a ser sacrifício propiciatório pelos defuntos”, explicou.

Tal realidade fez com que Paulo V, em 1614, e Paulo VI, em 1969, tentassem recuperar o caráter pascal da morte cristã, o que foi alcançado no período do Concílio Vaticano II. “O novo ritual apresenta Cristo como vencedor da morte e fonte da ressurreição ou associa a morte do cristão ao mistério pascal de Cristo. A índole pascal da morte cristã aparece também de forma muito explícita nas leituras bíblicas e salmos propostos pelo novo ritual bem como nos textos das missas dos funerais”, salienta Dom Manoel.

Na escolha dos textos litúrgicos para a celebração, procura-se harmonizar a temática da esperança cristã, da ressurreição, a partir do que está no parágrafo 72 do Elenco das Leituras da Missa, orienta a Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB. O lecionário dominical e festivo propõe três esquemas de leituras escolhidas entre todas as elencadas para as missas dos defuntos.

“A Palavra de Deus vem iluminar e trazer esperança para todos diante da morte. O Evangelho nos assegura que a vontade do Pai, cumprida plenamente por Jesus, é que ninguém se perca, mas que alcance a ressurreição”, reflete Dom Sergio da Rocha.

Ele continua sua exposição a partir de um dos esquemas litúrgicos encontrados no lecionário: “Assim declara Jesus: ‘esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia’ (Jo 6,37-40). A esperança de vencer a morte e ver a Deus já animava Jó, no meio dos sofrimentos (Jó 19,23-27). E São Paulo nos assegura que ‘a esperança não decepciona, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado’ (Rm 5,5)”.

(MJ/CNBB)

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Igreja na América Latina



Bispos chilenos: crise política torna urgente compromisso dos cidadãos

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Santiago do Chile (RV) - O Conselho Permanente da Conferência Episcopal do Chile apresentou em Santiago, nesta quarta-feira (1º/11), a carta pastoral intitulada “Chile, uma casa para todos”, num momento importante para a vida eclesial e social do país.

De fato, faltam poucos dias para as eleições presidenciais no Chile, no próximo dia 19, e três meses para a visita do Papa Francisco a esse país andino.

O documento aborda as emergências principais de caráter eclesial, social e político da nação, oferecendo as diretrizes pastorais para o futuro da Igreja chilena até 2020, conforme sublinhado pelo presidente da Conferência Episcopal Chilena, Dom Santiago Silva Retamales, na apresentação do texto. 

“Três critérios animam tais orientações. Trata-se da centralidade de Jesus Cristo e da conversão como tarefa permanente que, partindo do âmbito pessoal, “transforma a Igreja e a sociedade”. O segundo critério é o da “dignidade e valor de cada pessoa humana, seja qual for a sua condição”. O terceiro e último critério é o chamado “a ser servidores do Reino de Deus através da escuta comunitária e corresponsável da Palavra, o serviço humilde à vida de cada pessoa humana e o anúncio alegre da fé a todos os irmãos e irmãs”. 

A carta destaca que “diminuiu a confiança nas instituições em todos os contextos: a mentalidade liberal individualista cresceu, destruindo os vínculos e responsabilidades políticas”. 

“A crise política ameaça gravemente a democracia e a convivência civil”, afirmam os bispos chilenos. “Isso acontece por causa da desconfiança profunda devido ao conluio entre política e dinheiro, e pela sensação de que as promessas não são cumpridas. Todos os chilenos, sobretudo os jovens, são convidados a colocar o futuro do Chile à altura de seus sonhos, participando ativamente na política.” 

A carta insiste na importância da família, ameaçada pelo atual sistema econômico e trabalhista. Os bispos chilenos dedicam espaço ao acolhimento das pessoas separadas, seguindo a Exortação Apostólica Amoris Laetitia, e dos homossexuais, especificando contrariedade às leis inspiradas na ideologia de gênero. 

A Igreja chilena pede políticas públicas dotadas de recursos suficientes a serviço dos idosos, portadores de deficiência e demais pessoas em situação de fragilidade. Os migrantes “devem ser acolhidos, protegidos, integrados e promovidos num horizonte de fraternidade real e sincera, oferecendo-lhes condições dignas de vida e trabalho, evitando todo tipo de discriminação”. Foi feito também um apelo para melhorar a situação dos cárceres, locais em que muitas vezes são violados os direitos humanos fundamentais.

Os bispos olham com preocupação a situação da Araucanía, região que se tornou epicentro de confrontos e episódios de violência sobretudo por causa das reivindicações do povo mapuche.
 
O Papa visitará o Chile em janeiro de 2018 e os bispos desejam que as escolhas recentes, fruto também da comissão desejada pela Presidência da República, possam se traduzir em caminhos de paz e justiça para a região, confirmando “o desejo de fazer justiça em relação à dívida histórica do Estado chileno com o povo mapuche e outros povos indígenas”. 

Dentre as prioridades indicadas pela Conferência Episcopal estão também o respeito pelo ambiente e a atenção educacional, através da formação humana integral. 

(MJ)

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Igreja no Mundo



Clarissa Franciscana mártir será beatificada sábado na Índia

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Cidade do Vaticano (RV) - No próximo sábado, 4 de novembro, terá lugar em Indore, Índia, a beatificação da Irmã Rani Maria Vattalil, das Irmãs Clarissas Franciscanas, assassinada em 1995.

O Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, falou à RV sobre as condições em que ocorreu o martírio da religiosa:

"Irmã Rani tinha fome e sede de justiça. Por isto foi morta, em 25 de fevereiro de 1995, enquanto viajava de ônibus para Bhopal. O assassino desferiu 54 golpes de faca em seu corpo. Foi um verdadeiro massacre. Enquanto era morta, a Irmã repetia o nome de Jesus".

RV: Qual foi o motivo desta agressão com tanto ódio?

"O motivo de tanta raiva homicida foi o fato de que a Irmã pregava o Evangelho da caridade e defendia os pobres da injustiça daqueles que, de modo fraudulento, se apropriavam de suas terras. Para opor-se a este abuso, Irmã Rani buscava evitar que os pequenos proprietários se suicidassem ou tivessem um triste destino de indigência, com concretas iniciativas de cooperativas e microcrédito".

RV: Como era vista esta sua obra de caráter social?

"A sua obra tinha a gratidão do povo, mas atraía a ira dos prepotentes".

RV: Que fim teve o seu assassino?

"Quase sinal evidente da eficácia apostólica do martírio da religiosa, o seu assassino expressou publicamente o seu arrependimento".

RV: Qual o significado do sacrifício de Irmã Rani?

"O martírio de Irmã Rani é uma bênção não somente para a Missão de Udainagar, mas para toda a Igreja Católica na Índia e para toda a Igreja. O seu sacrifício tornou-se um farol de luz para a multidão de missionários, que encontram nela inspiração e proteção para a sua difícil obra de bem. Desde sempre os martírios tornaram fértil a terra para a geração de novos cristãos. As Irmãs Franciscanas Clarissas estão particularmente orgulhosas de ter agora, além da proteção celeste de Santa Alfonsa Muttathupaddathu, também a da Beata Irmã Rani Maria Vattalil". (JE/RP)

 

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Peregrinação da Igreja na Turquia ao local da primeira Basílica dedicada a Virgem Maria

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Istambul (RV) - Realizou-se nos dias passados a primeira Peregrinação Nacional da Igreja na Turquia à Efes'teki Meryem ana Bazilikasi, sítio arqueológico no município de Selçuk que abriga vestígios da primeira Basílica dedicada a Virgem Maria, o antigo templo que em 431 sediou o Concílio de Éfeso.

No histórico evento, os Padres Conciliares - não obstante as controvérsias e intrincadas questões doutrinais, humanas e políticas - proclamaram em alta voz: "Nós confessamos que a Virgem santa é Mãe de Deus".

Da mesma forma hoje, diante de uma realidade histórica não menos complexa e problemática, os bispos, sacerdotes e povo cristão, com a sua significativa presença no país, proclamam que a Turquia tem uma Mãe e que esta mãe é a Mãe de Deus.

O Núncio Apostólico na Turquia, Arcebispo Paul Fitzpatrick Russel, junto aos membros da Conferência Episcopal turca - presidida pelo Arcebispo de Istambul dos Armênios, Dom Lévon Boghos Zékiyan - e a numerosos sacerdotes e religiosos provenientes das diversas dioceses do país guiou a peregrinação.

A beleza da liturgia realizada no local não deixou indiferentes aqueles que trabalhavam nas escavações, estudiosos e pesquisadores, turistas europeus distraídos e islâmicos curiosos. Mesmo para quem não compreende, fica evidente que a Igreja é viva e vive do mesmo Espírito que fez de uma jovem de Nazaré a "theotòkos",  aquela que gerou Deus.

"Em 1931, por ocasião 15° centenário do Concílio de Éfeso - recorda Dom Lorenzo Piretto, Arcebispo de Esmirna - Pio XI instituiu a Festa da Divina maternidade de Maria, fixando o 11 de outubro, dia em que o Concílio se concluiu proclamando de forma oficial e solene o dogma da theotòkos".

"Há cerca de 40 anos - explicou - é tradição da nossa Igreja local, reunir-se anualmente, no segundo domingo de outubro, para celebrar a Eucaristia nos locais onde esta verdade de fé foi promulgada".

"Mas este ano - frisou - a peregrinação nacional enriquece a nossa celebração com um significado novo e especial". O abraço da Mãe que se amplia para chamar também os  filhos mais distantes e reuni-los sob o seu olhar de esperança de paz.

"A exiguidade do número de cristãos na Turquia - sublinha por sua vez o Núncio Apostólico Russel - torna esta ocasião de encontro particularmente preciosa. Rezar juntos nestes locais tão significativos para a nossa fé, é indispensável para cimentar a unidade e sentir-se Igreja. Com esta primeira peregrinação nacional inauguramos um novo caminho. Estamos certos que nos anos vindouros, muitos percorrerão esta estrada, acolhendo o convite para reunir-se junto a Maria". (JE - L'Osservatore Romano)

 

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Formação



Sínodo 2019, Dom Erwin, "evangelizar a partir das culturas"

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Cidade do Vaticano (RV) – Questão indígena, comunidades sem Eucaristia e problemática ecológica: estes, segundo Dom Erwin Krautler, bispo emérito de Xingu e membro da REPAM, Rede Eclesial Pan-Amazônica, são os três maiores desafios que o Sínodo para a Pan-Amazônia, convocado pelo Papa para 2019, deve enfrentar.

Do encontro, devem emergir luzes para um novo tipo de evangelização, considerando as realidades dos 9 países que compõem a região. A expectativa é que o Sínodo abra novos caminhos, em comum acordo, em vista destes três aspectos. Neste espaço, Dom Erwin analisa a questão indígena e as dificuldades que a Igreja enfrenta e que os próprios povos vivem.

O Papa fala de uma Igreja com rosto amazônica: esta é uma missão que nós queremos cumprir. Temos que pensar em que tipo de pastoral deve ser feita para os povos indígenas, que tipo de evangelização. Devemos distinguir entre povos secularmente cristianizados e povos que ainda estão com a sua religião nativa: que aproximação temos com os povos que ainda não receberam a mensagem do Evangelho”.

Nós falávamos sempre ‘evangelizar as culturas’, eu digo: ‘evangelizar a partir das culturas’, porque Deus está presente nas culturas dos povos indígenas. Importa descobrir as sementes do Verbo nestes povos, é o ponto de partida para esta evangelização. Não é colocar simplesmente o pacote de dogmas em cima dos povos indígenas, mas aproximar-nos a eles com a proposta profunda do Evangelho, que de certa maneira, já tem sua raiz nos povos indígenas”.

Ouça aqui a entrevista integral: 

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Bispo de Viana: Povo de Deus inspira-se muito nos gestos e atitudes do Papa

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, a edição de hoje do quadro semanal “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” conclui a participação do bispo da Diocese de Viana, Dom Sebastião Lima Duarte, que esteve conosco estes dias enriquecendo este espaço de formação e aprofundamento com suas considerações e ponderações trazendo-nos – a partir de temas afins – um pouco da realidade desta Igreja particular do Maranhão. 

Numa de suas contribuições o bispo de Viana ressaltou, no contexto da Igreja na América Latina na esteira do Concílio Vaticano II, a práxis latino-americana sendo proposta para toda a Igreja a partir do magistério do Papa Francisco.

Na edição de hoje Dom Sebastião conclui sua participação atendo-se ao interesse do ensinamento do Papa Bergoglio por parte do povo de Deus. Nesse sentido, diz ver até mesmo com surpresa o interesse pelo Papa Francisco não somente por parte dos católicos, mas do povo em geral, muitos dos quais não são fiéis, observa, mas gostam de ler seus textos, suas encíclicas, se interessam por suas atitudes, seus gestos, nos quais “o povo de Deus se inspira muito”, afirma acrescentando ser algo que nos é edificante. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Dia de Finados: pensar em nosso futuro, em nosso destino definitivo

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Cidade do Vaticano (RV) - Celebramos hoje todos os fiéis que já realizaram sua Páscoa, isto é, já passaram para a eternidade, plenamente felizes, já estão na Casa do Pai. Todos nós fomos criados para vivermos eternamente a felicidade, amando a Deus e sendo amados por Ele.  

É um momento de reflexão sobre o sentido da existência humana, de onde vem e para onde vai. É uma ocasião em que a arrogância e a prepotência devem ceder lugar à humildade e o ser humano reconhecer que, apesar de sua grandiosidade é finito. Teve início e terá fim, basta olhar para aqueles que nos cercavam e agora não mais estão ao nosso lado. Também, deveremos pensar em nós, em nosso futuro, em nosso destino definitivo. Mais cedo ou mais tarde, isso acontecerá. 

Exatamente por causa dessa certeza, devemos viver bem, em harmonia com todos e preparando nossa morada definitiva. Se a morte é certa, quando ela ocorrerá e de que modo, é uma incerteza. Com ela acabam disputas, vanglórias, riquezas, partidarismos político, idelogias, classes sociais, tudo. 

Só permanece aquilo que foi realizado por amor e com amor porque o amor é eterno, o Amor é Deus, Deus é Amor! Mesmo o homem mais inteligente e mais rico só levará para o além túmulo aquilo que fez por causa do Amor. O mais se tornará cinzas e irá, com o passar do tempo, para o esquecimento, como nos mostra o que restou de tantos que se julgavam influentes e que até o nome esquecemos.

O dia de hoje é marcado pela saudade, pela presença da ausência de tantos entes queridos. Mas essa saudade é um sentimento doce, sofrido, mas doce. Recordamos, isto é, trazemos ao coração, a lembrança de pais, filhos, irmãos, avós, amigos, vizinhos, colegas, conhecidos que marcaram com suas presenças nossa vida, nosso dia-a-dia. Se o nosso relacionamento com eles foi bom, dentro do amor, do carinho, dentro da compreensão e do perdão, o dia de hoje será consolador. Será grato fazer essa recordação. Sofremos a saudade, é verdade, mas não nos desesperamos, porque não desperdiçamos a oportunidade de bem conviver e de amar. 

Sabemos que um dia nos reencontraremos e juntos, viveremos a eternidade com Deus.
 
O Céu é o local de encontro, onde nossos entes queridos nos aguardam para a vida feliz, em Deus, para sempre amando e sendo amado! 

Continuemos fazendo o bem, vivendo os ensinamentos cristãos. Eles são o passaporte para chegarmos à Pátria definitiva. 
Jesus Cristo, Maria e os nossos queridos que já nos precederam, aguardam por nós. Não os decepcionemos!

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Finados: dia de oração, de homenagem cristã aos nossos entes queridos falecidos

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Rio de Janeiro (RV) - No mês de novembro, a Igreja nos convida com maior insistência a rezar e a oferecer sufrágios pelos fiéis defuntos do Purgatório. Com esses irmãos nossos, que “também participaram da fragilidade própria de todo o ser humano, sentimos o dever – que é ao mesmo tempo uma necessidade do coração – de oferecer-lhes a ajuda afetuosa da nossa oração, a fim de que qualquer eventual resíduo de debilidade humana, que ainda possa adiar o seu encontro feliz com Deus, seja definitivamente apagado”.

O Dia de Finados deve ser um dia de oração, de homenagem cristã aos nossos entes queridos falecidos, e, também, um dia de reflexão sobre o mistério da morte e da ressurreição que marcam nossas vidas.

Assim falou Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim ainda que esteja morto viverá” (Jo 11, 24). Em outra passagem ele disse: “Todo aquele que crê em mim não morrerá para sempre” (Jo 11, 26). Na verdade Jesus está dizendo que não nascemos para morrer. Mas, morremos para viver. Portanto, a morte, para os que têm fé, não interrompe a vida. Não é passageira ilusão. Não é a destruição da vida. Mas, é o encontro com a plenitude da vida que está em Deus. Deus nos criou para a vida plena e não para a morte. As pessoas que morrem no Senhor descansam para sempre na paz, na alegria, no convívio dos anjos, dos santos, na plena e eterna felicidade que só encontramos na comunhão com Deus.

Para o cristão a morte é o começo de uma nova vida, realizando sempre o que de bom ele esperou neste mundo. É o coroamento da vida. É a perfeita e plena realização humana e cristã. Na perspectiva cristã, a morte se torna bendita porque é nossa libertação. Assim reza a oração do prefacio dos mortos: Ó Pai, para os que crêem em vós a vida não é tirada, mas transformada e desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível e aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola.

Jesus afirmou: Eu sou a Vida, Eu sou o Pão da vida, Eu sou a luz do mundo. Jesus veio ao mundo para despertar a criatura humana do sono. E esta vida nova só será possível àqueles que viverem, com dignidade, a grandeza do seu Batismo. Aderindo a Cristo o batizado deve viver uma vida realmente nova, animada pelo espírito de Cristo. Mas sem a fé, traduzida em obras, o batismo ficará morto. A vida da fé batismal se verifica, se atualiza, por exemplo, quando ela transforma a sociedade de morte numa comunidade viva de vida, de fraternidade e de comunhão.

A vida eterna começa á aqui com uma nova vida. Como Lázaro, acolhamos a ordem de Jesus: “Sai para fora”. Peçamos ao Senhor que nos desperte e ressuscite do sono da morte e nos revista da Sua imortalidade. A fé, entretanto, sempre nos levou a crer que muitas pessoas, apesar de imperfeitas e manchadas, não se distanciaram de Deus por uma absoluta prevaricação. Estas pessoas, após a morte, devem ser purificadas. Então, haverá pecados que possam ser perdoados, ou de que possamos nos purificar no outro mundo? Foi o que ensinou Jesus: “Se alguém disser blasfêmia contra o Espírito Santo, nem neste mundo, nem no outro isto lhe será perdoado” (Mt 12, 32). Do que inferiu o 1º Concílio de Lião: “disto se dá a entender que certas culpas são perdoadas na presente vida, e outras o são na vida futura, e o Apóstolo disse que a obra de cada um, qual seja, o fogo a provará e aquele cuja obra arder ao fogo, sofrerá; mas ele será salvo, porém, como quem o é através do fogo (I Cor 3, 13 e 15).

Contudo, o Catecismo da Igreja Católica, ao expor esta matéria: “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrarem na alegria do Céu.” (nº 1030).

Rezemos neste mês de novembro pelos falecidos. Procure visitar os cemitérios, refletir sobre a brevidade da vida neste mundo e das implicações do seu relacionamento pessoal para com Deus, antevendo já aquele dia inevitável do juízo final. Rezemos pelas almas dos sacerdotes e bispos que passaram pela nossa vida aspergindo o bem e anunciando a Vida Plena. Rezemos pelos nossos parentes falecidos e por eles façamos a memória da gratidão no Ressuscitado! Dai-lhes a Senhor o descanso eterno, e a luz perpetua os ilumine. Descanse em paz. Amém.

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

 

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Artigo: Rezar pelos defuntos!

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Juiz de Fora (RV) - Todo dia 02 de novembro a Mãe Igreja celebra a Solenidade de Todos os fiéis defuntos. É nossa obrigação pia rezar por todos os que nos precedem, sendo chamados para o seu encontro com a Santíssima Trindade.

“Os justos vivem para sempre, recebem do Senhor sua recompensa, cuida deles o Altíssimo. Receberão a magnífica coroa real, e das mãos do Senhor, o diadema da beleza.” (Sb 5, 15 e 16). Ensina o Catecismo da Igreja Católica: “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, afim de obterem a santidade necessária para entrarem na alegria do Céu.” (nº 1030).

O Papa Francisco, na audiência geral da quarta-feira, dia 18 de outubro de 2017, diz que: “Hoje eu gostaria de fazer uma relação entre a esperança cristã e a realidade da morte, uma realidade que a nossa civilização moderna tende cada vez mais a cancelar. Assim, quando chega a morte de alguém que nos é querido, ou a nossa própria morte, nos encontramos despreparados”, disse o Papa, iniciando a catequese. Francisco mencionou o trecho do Evangelho de João, quando a Marta, que chora pela morte de seu irmão Lázaro, Jesus assegura: “Teu irmão ressuscitará, pois quem crê em Mim, mesmo que tenha morrido, viverá”. “Eu não sou a morte; Eu sou a ressurreição e a vida. Crês nisto?” – pergunta ele a Marta. O Papa lembrou que Jesus faz a mesma pergunta a cada um de nós, sempre que a morte dilacera o tecido da vida e dos afetos. Com a morte, a nossa existência toca o ápice, tendo diante de nós a vertente da fé ou o precipício do nada”. O desafio que então nos lança Jesus é continuar a crer.

Sobre a filha de Jairo, assim falou o Papa Francisco: “Assim fez Ele com Jairo, a quem acabam de comunicar que a sua filha morreu, não há mais nada a fazer... de que serve incomodar o Mestre?! Jesus ouve e apressa-se a tranquilizar Jairo: “Não tenhas receio; crê somente!”. O Senhor sabe que aquele pai é tentado a deixar-se cair na angústia e no desespero, e recomenda-lhe que conserve acesa a chamazinha que arde no seu coração: a fé. “Não tenhas medo! Continua a manter acesa a chama da fé!” E valeu? Sim; Jesus, chegando na casa dele, ressuscita a menina e entrega-a viva aos pais. No caso de Lázaro, ressuscita-o quatro dias depois de ele ter morrido; já estava sepultado. E Jesus manda-o sair do túmulo”. Concluindo, o Papa afirmou que a esperança cristã se apoia e se alimenta desta posição que Jesus assume contra a morte. Por nós, nada podemos; ficamos indefesos perante o mistério da morte. “Não tenhas receio – diz-nos Jesus –; crê somente!”. A graça de que necessitamos naquele momento – uma graça imensa! – é conservar acesa no coração a chama da fé. Porque Jesus há de vir, tomar-nos-á pela mão, como fez com a filha de Jairo, e ordenar-nos-á: “Levanta-te, ressuscita”. (Cf https://goo.gl/DdDhsa)

No Evangelho que narra a ressurreição de Lázaro – se lê a voz da fé da boca de Marta, irmã de Lázaro. Jesus que lhe diz: “Teu irmão ressuscitará”, e ela responde: “Eu sei que ele vai ressuscitar no último dia” (Jo 11, 23-24). Ao que Jesus replica: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, mesmo se morrer, viverá”. É esta a verdadeira novidade, que irrompe e supera todas as barreiras! Cristo abate o muro da morte, n’Ele habita toda a plenitude de Deus, que é vida, vida eterna. Por isso a morte não teve poder sobre Ele. E a ressurreição de Lázaro é sinal do seu pleno domínio sobre a morte física que diante de Deus é como um sono" (cf. Jo 11, 11).

Numa sociedade líquida como a nossa, que busca o efêmero e o prazer, há outra morte, que custou a Cristo a luta mais difícil, o próprio preço da cruz: a morte espiritual, o pecado, que ameaça arruinar a vida de cada homem. Para vencer esta morte Cristo morreu e a sua Ressurreição não é o retorno à vida precedente, mas a abertura de uma nova realidade, uma “nova terra”, finalmente unida novamente com o céu de Deus.

Santo Agostinho disse algo que é um grande consolo. Ele interpreta a passagem dos Salmos “busca seu rosto sempre” dizendo: isto se aplica para toda a eternidade. Deus é tão grande que nunca terminamos nossa busca. Ele é sempre novo. Com Deus há encontro perpétuo, interminável, com novas descobertas e nova alegria.

A Igreja, como Mãe e Mestra, não promete aos homens e as mulheres, em nome da fé cristã, uma vida de êxito assegurado nesta terra. Não haverá, assim, uma utopia, pois a nossa vida terrena estará sempre marcada pela Cruz. Ao mesmo tempo, pela recepção do Batismo e da Eucaristia, o processo da ressurreição já começou de algum modo (cf. Catecismo, 1000). Segundo São Tomás, na ressurreição, a alma informará o corpo tão profundamente, que nele ficarão refletidas as suas qualidades morais e espirituais. Neste sentido, a ressurreição final, que terá lugar com a vinda de Jesus Cristo na glória, tornará possível o juízo definitivo de vivos e defuntos.

A ressurreição final é um dogma de fé que exclui as teorias da reencarnação, segundo as quais a alma humana, depois da morte, emigra para outro corpo, repetidas vezes se for preciso, até ficar definitivamente purificada. A esse respeito, o Concílio Vaticano II falou do “único curso da nossa vida”, pois “está estabelecido que os homens morram uma só vez” (Heb 9,27);

Porque rezamos pelos defuntos? No 1º Livro dos Macabeus 12, 38-45, que assim conclui: “É, pois, santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados.” Este é o motivo de nossas orações pelos falecidos. Cremos que estão vivos. Cremos que a fé em Cristo os salvou. Não esquecemos, porém, que muitas fragilidades humanas talvez impeçam a sua imediata acolhida na visão beatífica. E por eles oferecemos preces e sacrifícios, especialmente no Dia de Finados, para que, quanto antes, lhes resplandeça a luz da bem-aventurança. Ao participarmos da Missa dos Fiéis Defuntos, nas Igrejas e nos cemitérios, lembremos de lucrar as indulgências plenárias em favor dos fiéis defuntos. Não vamos nos esquecer de levar velas e flores para os nossos defuntos. Velas acesas, no cemitério, e flores, embelezando as sepulturas, nos querem lembrar, por um lado, a alegria do céu, e por outro lado, o carinho e a saudade sentidos pela pessoa falecida, além da própria realidade passageira de nossa existência terrena.

Que as almas dos fiéis defuntos, pela misericórdia divina, descansem em paz, Amém!

+ Eurico dos Santos Veloso

Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG

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