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Sumario del 15/11/2017

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Diocese de Teixeira de Freitas-Caravelas (BA) tem novo Bispo

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco nomeou Bispo da Diocese de Teixeira de Freitas-Caravelas (BA) o Pe. Jailton de Oliveira Lino, P.S.D.P., até então Ecônomo da Delegação “Nossa Senhora Aparecida” com sede em Porto Alegre. 

O Pe. Jailton de Oliveira Lino, P.S.D.P., nasceu em 28 de janeiro de 1965 em Feira de Santana, no estado da Bahia. Estudou Filosofia e Teologia na Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre. Depois cursou Psicologia na Universidade do Rio dos Sinos (UNISINOS) em Porto Alegre.

Emitiu a profissão religiosa em 1° de janeiro de 1985 na Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência (S. João Calábria) e foi ordenado sacerdote em 17 de dezembro de 1988.

Dentro da Congregação, desempenhou os seguintes cargos: formador e superior da Comunidade de Farroupilha-RS (1989-1998); Vice-Provincial e Mestre dos Noviços em Porto Alegre (2002-2008); Delegado Provincial para a Delegação “Nossa Senhora Aparecida”, com sede em Porto Alegre (2008-2014). Desde 2015, era Ecônomo da mesma Delegação.

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Papa: Se não digo Pai a Deus, não sei rezar

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Cidade do Vaticano (RV) –  “A Missa é a oração por excelência, a mais elevada, a mais sublime, e ao mesmo tempo a mais “concreta”. 

Ao dar prosseguimento ao seu ciclo de catequeses sobre a Eucaristia, o Papa Francisco enfatizou na Audiência Geral desta quarta-feira que a Missa é “o encontro do amor com Deus mediante a sua Palavra e o Corpo e Sangue de Jesus”.

Estar em oração – explicou o Santo Padre -  significa acima de tudo, estar em diálogo, numa relação pessoal com Deus:  “o homem foi criado como ser em relação com Deus, que encontra a sua plena realização somente no encontro com o seu Criador. O encontro da vida é rumo ao encontro definitivo com o Senhor”.

A importância do silêncio

“A Missa, a Eucaristia é o momento privilegiado para estar com Jesus, e por meio d’Ele, com Deus e com os irmãos”, observou o Papa, depois de citar o encontro do Senhor com Moisés, e de Jesus quando chama os seus discípulos:

“Rezar, como todo verdadeiro diálogo, é também saber permanecer em silêncio. No diálogo existem momentos de silêncio, no silêncio junto a Jesus. E quando nós vamos à Missa, talvez chegamos cinco minutos antes e começamos a conversar com quem está ao meu lado. Mas não é o momento de conversa! É o momento do silêncio para nos prepararmos para o diálogo. Momento de se recolher no coração para nos prepararmos para o encontro com Jesus. O silêncio é muito importante”.

“Recordem o que eu disse na semana passada, sublinhou o Papa. Não vamos a um espetáculo. Vamos a um encontro com o Senhor e o silêncio nos prepara e nos acompanha”.

Dirigir-se a Deus como "Pai"

“Jesus mesmo nos ensina como realmente é possível estar com o Pai e demonstra isto com a sua oração”. Ele explica aos discípulos que o veem retirar-se em oração, que a primeira coisa necessária para rezar é saber dizer “Pai”. E faz um alerta:

E prestem atenção: se eu não sou capaz de dizer “Pai” a Deus, não sou capaz de rezar. Devemos aprender a dizer “Pai”. Tão simples. Dizer Pai, isto é, colocar-se na sua presença com confiança filial”.

Humildade e condição filial

Mas para poder aprender isto, “é necessário reconhecer humildemente que temos necessidade de ser instruídos e dizer com simplicidade: Senhor, ensina-me a rezar”:

“Este é o primeiro ponto: ser humildes, reconhecer-se filhos, repousar no Pai, confiar n’Ele. Para entrar no Reino dos Céus é necessário fazer-se pequenos como crianças, no sentido de que as crianças sabem entregar-se, sabem que alguém se preocupará com elas, com o que irão comer, o que vestirão e assim por diante”.

Deixar-se surpreender

A segunda condição, também ela própria das crianças – continuou Francisco – “é deixar-se surpreender”:

“A criança sempre faz mil perguntas porque deseja descobrir o mundo; e se maravilha até mesmo com as coisas pequenas, porque tudo é novo para ela. Para entrar no Reino dos céus, é preciso deixar-se maravilhar”.

“Em nossa relação com o Senhor, na oração, deixamo-nos maravilhar? Ou pensamos que a oração é falar a Deus como fazem os papagaios?”, pergunta Francisco. “Não! É entregar-se e abrir o coração para deixar-se maravilhar”.

“Deixamo-nos surpreender por Deus que é sempre o Deus das surpresas? Porque o encontro com o Senhor é sempre um encontro vivo. Não um encontro de Museu. É um encontro vivo e nós vamos à Missa, não a um Museu. Vamos a um encontro vivo com o Senhor”.

Nascer de novo

O Papa então recorda o episódio envolvendo Nicodemos, a quem o Senhor fala sobre a necessidade de “renascer do alto”. “Mas o que significa isto? Se pode “renascer”? Voltar a ter o gosto, a alegria, a maravilha da vida, é possível?”:

“Esta é uma pergunta fundamental de nossa fé e este é o desejo de todo verdadeiro fiel: o desejo de renascer, a alegria de recomeçar. Nós temos este desejo? Cada um de nós tem desejo de renascer sempre para encontrar o Senhor? Vocês têm este desejo? De fato, se pode perdê-lo facilmente, por causa de tantas atividades, de tantos projetos a serem concretizados, e no final, resta pouco tempo e perdemos de vista o que é fundamental: a nossa vida de coração, a nossa vida espiritual, a nossa vida que é um encontro com o Senhor na oração”.

Na Comunhão, Deus vai de encontro a minha fragilidade

O Senhor nos surpreende – disse o Papa – mostrando-nos que “Ele nos ama também em nossas fraquezas”, tornando-se “a vítima de expiação pelos nossos pecados” e por aqueles do mundo inteiro:

“E este dom, fonte da verdadeira consolação – mas o Senhor nos perdoa sempre, isto consola, é uma verdadeira consolação, é um dom que nos é dado por meio da Eucaristia, aquele banquete nupcial em que o Esposo encontra a nossa fragilidade. Posso dizer que quando faço a comunhão na Missa o Senhor encontra a minha fragilidade? Sim, podemos dizer isto porque isto é verdade! O Senhor encontra a nossa fragilidade para nos levar de volta àquele primeiro chamado: o de ser a imagem e semelhança de Deus. Este é o ambiente da Eucaristia, esta é a oração”. (JE)

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Carro de luxo presentado ao Papa será leiloado

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa foi presenteado na manhã nesta quarta-feira (15/11) com uma Lamborghini em edição especial do modelo Huracan. O automóvel será leiloado e Francisco já decidiu o destino da arrecadação. 

Uma parte irá à fundação pontifícia ‘Ajuda à Igreja que Sofre’ e utilizada na reconstrução da Planície de Nínive, no Iraque, onde a comunidade cristã foi desalojada com o avanço das tropas do Estado Islâmico. Depois de 3 anos vivendo como refugiados no Curdistão, finalmente poderão retornar às suas raízes e readquirir dignidade.

A Comunidade Papa João XXIII, que ajuda mulheres vítimas do tráfico e da prostituição, também receberá auxílio, assim como duas associações italianas que atuam na África: ‘Gicam’ e ‘Amigos da República Centro-africana’

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Obrigado, Francisco, por ter a peito os últimos e descartados

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Cidade do Vaticano (RV) - “Esta doação servirá para as atividades de Apg23 no combate ao tráfico de mulheres jovens e para a libertação delas da escravidão da prostituição. Dirijo um imenso agradecimento ao Papa Francisco por ter a peito os últimos e os descartados.”

Com estas palavras, o presidente da Comunidade Papa João XXIII, Giovanni Paolo Ramonda, comentou a notícia da escolha do Pontífice de destinar à Comunidade de Pe. Benzi uma parte da arrecadação do leilão de uma Lamborghini doada ao Santo Padre na manhã desta quarta-feira (15/11) na presença dos dirigentes da casa automobilística.

O automóvel será leiloado e o montante entregue ao Pontífice, que decidiu destiná-lo a alguns projetos, entre os quais, o da Comunidade Papa João XXIII. Francisco deixou sua assinatura no capô do veículo.

“Temos ainda impressos nos olhos as imagens do extraordinário e surpreendente encontro Santo Padre com vinte jovens libertadas da escravidão do tráfico de pessoas e da prostituição. Era agosto de 2016, por ocasião de uma das ‘Sextas-feiras da misericórdia’” – continuou Ramonda.

“Foi visitar a Casa romana da Comunidade João XXIII, onde residem mulheres que foram tiradas das ruas da prostituição. Recordamos com grande emoção o abraço do Papa a estas mulheres que experimentaram todo tipo de violência e a sua disponibilidade a ouvir seus dramas”, frisou.

“A iniciativa desta quarta-feira se coloca em linha de continuidade com aquele gesto de misericórdia. Por isso, dedicaremos a ele uma de nossas Casas de refúgio e acolhimento, que se chamará ‘Casa Papa Francisco’”, acrescentou.

No ato de entrega da Lamborghini ao Papa estava presente também Pe. Aldo Buonaiuto, sacerdote da Comunidade Apg23, engajado na recuperação de mulheres vítimas do tráfico de pessoas, que foi saudado pelo Pontífice.

Este gesto do Papa Francisco se dá nos dez anos de falecimento de Pe. Oreste Benzi e na vigília do 50º aniversário da Comunidade fundada por este sacerdote. A Comunidade Papa João XXIII tirou das ruas e acolheu mais de sete mil jovens mulheres vítimas da prostituição.

Toda semana está presente nas ruas com 21 unidades móveis e 100 voluntários para encontrar as pessoas que se prostituem. Promove, com um pool de associações, a iniciativa “Este é o meu Corpo”, campanha de libertação para as vítimas do tráfico e da prostituição.

Inspirada no modelo nórdico, a proposta tem o objetivo de reduzir sensivelmente o fenômeno atingindo a procura e sancionando os clientes das pessoas que se prostituem. (RL/Sir)

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FAO: ajuda do Papa para famílias carentes do Sudão do Sul

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Roma (RV) - A sala de imprensa do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) comunicou recentemente que as famílias do Sudão do Sul que passam fome, foram beneficiadas com a distribuição de kits para o cultivo de verduras e frutas, financiados por uma doação do Papa Francisco. Os kits chegam num momento em que a insegurança alimentar irá aumentar nos próximos meses.

Cerca de cinco mil famílias, mais de 30 mil pessoas, em Yei, no Estado de Equatória Central, no Sudão do Sul, usufruíram da ajuda recente de 25 mil euros doados pelo Papa Francisco à FAO. Os fundos foram usados para fornecer kits e instrumentos agrícolas numa área em que os meios de sustento agrícola foram destruídos pelos combates.
 
“Antes da guerra, a vida era decente e tínhamos o que comer. Agora, temos somente alguma coisa para o café da manhã e pouquíssimo para o jantar. O meu filho chora sempre porque tem fome”, disse Suzan Night de 22 anos, uma das pessoas que recebeu o kit entregue pela FAO. “As cebolas e os tomates podem ser vendidos no mercado e isso será de grande ajuda para mim”, disse ela.

“Esse kit de frutas e verduras pode realmente fazer a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas. Graças à ajuda do Papa Francisco, várias pessoas em Yei poderão recomeçar a cultivar o próprio alimento para afastar o fantasma da fome”, sublinhou Serge Tissot, representante da FAO no Sudão do Sul. 

Os kits fornecem sete variedades de verduras de crescimento rápido para aumentar o acesso das famílias a alimentos nutritivos e diminuir o vazio alimentar do cultivo de cereais. “Não tenho dinheiro para ir ao mercado comprar. Portanto, preciso realmente desse kit”, disse Candiru Lily de trinta anos. “Tive que fugir do povoado para me salvar e agora estou aqui em Yei, mas não tenho muita terra. Plantarei as sementes que recebi hoje em volta da minha casa e isso me ajudará muito”, sublinhou.

“No Estado de Equatória Central cerca de 145 mil pessoas enfrentam níveis de insegurança alimentar de emergência”, lê-se no comunicado da FAO. Este é somente um grau abaixo do nível de pobreza na escala mundial da crise da fome. Níveis de fome dessa amplitude se repetiram muitas vezes em outras comunidades do Sudão do Sul, pois os combates destruíram os meios de subsistência e limitaram o acesso das agências de ajuda humanitária, além da hiperinflação que tirou a alimentação fora do alcance de muitas pessoas. 

“Estamos profundamente agradecidos”, disse Jeremiah Taban pastor da Igreja Episcopal de Yei. “As pessoas do Sudão do Sul sofrem realmente muito e invocam a paz. Se o Papa Francisco visse o estado em que estamos ficaria muito chocado, pois nenhum ser humano deveria viver nessas condições”, sublinhou o pastor. 
  
Em todo o Sudão do Sul, o número de pessoas que sofrem por causa da insegurança alimentar grave é estimado em 4 milhões e 800 mil. Estima-se que a situação da insegurança alimentar irá piorar no início de 2018 e o período da fome, quando as famílias consomem geralmente todo o alimento antes da colheita, está previsto que iniciará três meses antes do habitual. 

Os grupos de apoio da FAO no Sudão do Sul se concentram em reforçar a segurança alimentar, melhorando os meios de subsistência. A FAO forneceu kit para a pesca, agricultura e cultivo de legumes para mais de 4 milhões e 200 mil pessoas, muitas das quais nas áreas difíceis de serem alcançadas ou afetadas pelos conflitos, a fim de ajudá-las a cultivar o próprio alimento. 

A FAO também vacinou e tratou mais de 4 milhões e 800 mil cabeças de gado, protegendo esses meios de sustento para as famílias vulneráveis. 

(MJ)

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Viagem entre os refugiados Rohingya, fugidos de Mianmar

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Cidade do Vaticano (RV) - Em Cox's Bazar, cidadezinha de Bangladesh, na fronteira com Mianmar, que abriga os maiores campos de refugiados improvisados dos Rohingya, está chegando o inverno. E os 500 mil de Kutupalong, o assentamento que se povoou após o êxodo iniciado em 26 de agosto, começam a tremer de frio. Eis o testemunho de Alberto Quattrucci, da Comunidade romana de Sant'Egidio, que no início do mês visitou os campos para levar medicamentos, equipamentos sanitários e alimentos de primeira necessidade. 

R. – “A situação é de pessoas a quem falta comida, faltam roupas, porque começam as chuvas e tudo se torna barro; à noite a temperatura cai, não há remédios, há infecções, porque não há água. há 250 mil, talvez 300 mil crianças, as famílias são muito numerosas. Muitas as crianças pequenas, totalmente nuas, que morrem porque bebem água do mar. Então, é uma situação realmente dramática onde muitas ONGs começaram a trabalhar, mas não há absolutamente nenhuma coordenação e há uma grande necessidade disso. Há também a grande questão sobre o futuro desse povo dos Rohingya, de mais de um milhão de pessoas, considerando os primeiros que chegaram em 1982, quando Mianmar tirou a cidadania deles. Desde então, eles são apátridas, o maior número de apátridas do mundo hoje, mais de um milhão de pessoas, entre aqueles que chegaram em 1982, em 1991, e os mais de 600 mil que chegaram de 25 de agosto até hoje. E esta hemorragia não acabou, porque ainda 250 mil, talvez 300 mil estão em Rakhine, a área de fronteira, e eles provavelmente chegarão ali”.

P. Mas, para o futuro, qual pode ser a solução para esta população? Integrar-se em Bangladesh ou retornar a Mianmar?

A. – “O que eles estão pedindo é ter a cidadania novamente para retornar a Rakhine, retornar às suas casas e, portanto voltar, mas isso é muito improvável daquilo que você vê e se sente, porque parece que essa área em Mianmar, já tenha outra destinação, do ponto de vista econômico. A minha impressão, desta primeira viagem, é que eles podem se integrar muito bem em Bangladesh, não só por uma questão de língua, e também por um fato de fé e religião islâmica, mas também porque eles são realmente pessoas que trabalham muito... se você entra nestes campos você não vê ninguém parado, constroem abrigos com bambus, com plásticos que encontram, eles procuram água, mesmo que não exista onde encontrar, é uma população muito ativa. Além do mais em uma situação de Bangladesh, que é tão pobre, poderia ser de alguma forma, graças a tantas ajudas internacionais, atraídas pelos refletores hoje sobre os Rohingya, que na realidade apontam também para Bangladesh, uma possibilidade de um futuro comum. Falei com o diretor de saúde do pequeno hospital de Cox's Bazaar, a cidadezinha em torno da qual foram criados esses campos de refugiados: é um hospital em colapso que precisa de muita ajuda, de instrumentos, de leitos. Esse hospital poderia ser reconstruído, com ajuda internacional, os custos não são altos. E assim poderia haver desenvolvimento para o país e juntos vida e futuro para os Rohingya. Esta é, creio, uma fórmula muito importante. Certamente, se trata de uma vontade política, de uma sabedoria que, neste momento, seria extremamente necessária”. (SP)

 

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Igreja na América Latina



El Salvador: que o testemunho dos mártires jesuítas ajude a mudar o curso da história e do país

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San Salvador (RV) – “Que a morte dos mártires jesuítas e das colaboradoras leigas nos encorajem a trabalhar incansavelmente para mudar o curso da história e do país”, afirmou o Reitor da Universidade Centro-americana (UCA),  Padre Andreu Olivo, por ocasião dos 28 anos do assassinato dos seis sacerdotes jesuítas e das duas colaboradoras leigas por obra do exército salvadorenho, na madrugada de 16 de novembro de 1989.

Também o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein - que estará em El Salvador para discutir com as autoridades e as organizações humanitárias os progressos e os desafios enfrentados pelo país - tomará parte nas celebrações programadas pela recorrência.

Segundo informações recebidas pela Agência Fides, o Reitor da UCA afirmou que “vivemos em um mundo sempre mais difícil e mais duro, sobretudo para os pobres, um mundo que parece ter endurecido o coração de muitas pessoas, especialmente daqueles que têm a liderança de muitos países. Temos necessidade de muita força, coragem e unidade para continuar este trabalho”.

O Reitor explicou que se vivem momentos difíceis em nível social, econômica e político, e portanto existem muitos motivos pelos quais a população pode cair no desespero. Devemos, ao invés disto, tirar forças destes testemunhos para trabalhar incansavelmente para mudar o curso da história e do país.

De fato, para o sacerdote, a morte dos mártires jesuítas e das duas colaboradoras, teve um forte impacto em sua vida, quando era ainda noviço, o que o levou a tomar a decisão de dedicar-se totalmente ao trabalho de acompanhamento daqueles que são mais desprotegidos.

“Devemos trabalhar para defender a vida – defendeu – para resolver os graves problemas humanos e cristãos que afligem a nossa sociedade, como a violência, a exclusão, a migração, as desigualdades injustas, a falta de trabalho e de valores. Se continuarmos a trabalhar por isto, então colheremos testemunhos de nossos mártires e deixaremos que iluminem as nossas vidas, o nosso trabalho e as nossas lutas”, afirmou Padre Andreu.

Os fatos

Em 16 de novembro de 1989, foram assassinados com rajadas de metralhadoras seis jesuítas e duas mulheres: os Padres Ignacio Ellacuría (Reitor), Segundo Montes (Superior da Comunidade), Ignacio Martín-Baró (Vice-reitor), Amando López (Professor), Juan Ramon Moreno (Professor) e Joaquin Lopez (Diretor nacional de “Fe y Alegria”). As duas mulheres eram a cozinheira Julia Elba e a sua filha Celina Ramos.

Os seis jesuítas trabalhavam no campo da formação e da educação, sobretudo entre os mais pobres, na defesa dos mais vulneráveis, na reivindicação dos direitos humanos, na acolhida dos refugiados.

A chacina provocou uma onda de indignação em todo o mundo e aumentou as pressões da comunidade internacional para que o governo e os guerrilheiros iniciassem um diálogo e colocassem fim ao conflito armado no país.

Atualmente, o crime continua impune. Os 20 soldados salvadorenhos envolvidos no episódio não foram processados em El Salvador. Alguns já morreram e outros foram processados na Espanha. (JE/Fides)

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Igreja no Mundo



Sínodo 2018: jovens franceses pedem Igreja exemplar e coerente

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Paris (RV) - As expectativas dos jovens franceses em relação à Igreja: “quem se encontra distante não espera nada”, mas quem se expressa pede “de modo premente e insistente uma Igreja exemplar, verdadeira, crível, coerente e irrepreensível”. É o que emerge das 110 respostas que a Igreja na França reuniu, sintetizou, e agora publica, em vista do Sínodo sobre os jovens programado para outubro de 2018 no Vaticano. 

Por uma Igreja mais relacional que institucional

A lista de pedidos à Igreja feita por aqueles que são engajados em suas atividades é “ampla e variada”, e se resume “na expectativa por uma Igreja que seja menos institucional e mais relacional”, “evangélica, simples e alegre”.

Mais espaço e confiança e também peso nas decisões

Ativos e partícipes nas atividades a eles dedicadas, os jovens se sentem “pouco acolhidos, ouvidos e integrados nas paróquias” e pedem “mais espaço e confiança” e também peso nas decisões.

Pastorais da juventude pouco voltada para as vocações

Na síntese, uma nota observa que muitas contribuições ignoraram o tema das vocações, ao passo em que outras ressaltaram que a dificuldade de assumir compromissos  e o medo do falimento se opõem à questão vocacional e que, propriamente em relação ao Sínodo, as pastorais da juventude se deram conta de ser pouco voltadas para as vocações.

Outra observação feita pelo relatório francês enfatiza a dor gerada “pela atitude hoje adotada pela Igreja” que “impede aos jovens homossexuais os principais caminhos de vida propostos, matrimônio, ministério ordenado e vida consagrada”.

Entre as experiências juvenis descritas: as peregrinações da Comunidade ecumênica de Taizé, o ano de discernimento vocacional e os “bares católicos”. (RL/Sir)

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Após visita do Patriarca Raï, A. Saudita poderá ter Centro de diálogo inter-religioso

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Cidade do Vaticano (RV) – Um dos frutos concretos da breve – mas importante – visita à Arábia Saudita do Patriarca Maronita Bechara Boutros Raï, poderá ser a criação no Reino saudita de um Centro Internacional Permanente para o diálogo inter-religioso.

O novo organismo – referiram fontes libanesas à Agência Fides – poderá ter sua sede em uma antiga igreja construída há 900 anos e que será restaurada  justamente com este propósito.

Mesmo fontes oficiais sauditas não confirmando esta informação antecipada pelos libaneses, o fato é que a visita do Patriarca Raï recebeu grande destaque e ampla cobertura no país, o que revela as intenções da monarquia saudita de abrir-se ao diálogo com outras realidades e comunidades religiosas.

Em sua breve visita a Riad na terça-feira, o Patriarca encontrou, entre outros, o Rei Salman Bin Abdulaziz e o príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman, atual “homem forte” da liderança saudita. Ele estava acompanhado, entre outros, pelos Arcebispos de Beirute, Dom Paul Matar e de Zgharta, Dom Paul Abdel Ster.

Nos comunicados divulgados pelas agências oficiais sauditas, a visita do Patriarca foi apresentada como um sinal “das fortes relações fraternas entre o Reino e o Líbano” e como uma confirmação “do papel relevante das diversas religiões e culturas para promover a tolerância e frear a violência”.

O Cardeal Raï encontrou-se também com o Premier Saad Hariri, que em 4 de novembro passado surpreendeu ao apresentar sua demissão em discurso transmitido ao vivo desde Riad.

O Patriarca maronita declarou estar convencido das razões que levaram Hariri a apresentar sua renúncia. (JE/Fides)

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Formação



Pe. Mometti apresenta seu projeto para 'salvar a Amazônia'

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Belém (RV) – Numa região onde a água é tão abundante, porque não utilizá-la para saciar a fome de seus habitantes? Construir tanques de água para o cultivo de arroz e a criação de peixes.  A ideia é do missionário italiano Pe. João Mometti, incardinado na Arquidiocese de Belém do Pará. Depois de 40 anos morando na Amazônia, o sacerdote realizou o projeto, que nos apresenta aqui:

A essência do projeto é salvar a Amazônia. Sem derrubar uma árvore, nós podemos produzir alimentos para todos os nossos pobres. O módulo é: fazer um tanque mais ou menos de um hectare; um canal de 10 metros dentro do tanque para colocar os peixes. Na plana, colocamos o arroz, para fazermos 3 colheitas por ano, arroz bem alto. No canal, colocamos 10 mil alivinos, como tambaqui, por exemplo, que em um ano fica de 2,5kg e até 3kg. O pirarucu fica com 15 kg, a carpa 6kg”.

“Já fizemos um plano econômico. Para cada família, daríamos 50 mil reais e em um ano, o projeto produz 130 mil. Não existe no mundo um projeto que dê lucro imediato como este”, garante.

Ouça-o aqui: 

 

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Sacrosanctum Concilium: Povo sacerdotal que celebra

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Cidade do Vaticano (RV) – No nosso espaço Memória Histórica, 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar na edição de hoje sobre a reforma litúrgica trazida pelo evento conciliar. 

“O Concílio desloca o centro. De uma liturgia centralizada na pessoa do “sacerdote celebrante” para a assembleia do “povo sacerdotal””. Este foi um dos aspectos levantados pelo Padre Gerson Schmidt no programa passado, ao comentar o tema “Assembleia Litúrgica na Sacrosancrum Concilium”.

Neste nossos espaço, temos refletido sobre 10 aspectos da renovação litúrgica trazida com o Concílio Vaticano II. Na edição de hoje, o sacerdote incardinado na Arquidiocese de Porto Alegre nos fala sobre o tema “Povo sacerdotal que celebra¹”:

“A compreensão da Sacrosanctum Concilium não é de um povo qualquer que está na missa ou na liturgia apático, sem sentido, aéreo ou apenas como um mero espectador, que não entende nada do que está ali acontecendo. A visão da SC é de um povo sacerdotal, um povo que celebra em comunidade aquilo que de mais genuíno tem para celebrar: o mistério pascal em suas vidas.

O Concílio resgata a liturgia como ação do povo sacerdotal, numa feliz referência a Primeira Carta de São Pedro, que diz:  “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pd 2,9). Assim, o povo é convocado e congregado para a escuta da Palavra e a renovação da aliança com o Senhor, tão desejado por Deus ao Povo Eleito (cf. Dt 4,10; 10,4.9; Ex 19-24).

A resposta ao convite de Deus, que se traduz em adesão e participação, constitui a assembleia do povo sacerdotal. Jesus Cristo, o sumo sacerdote, reúne seu povo, a quem, pelo batismo, torna apto para participar de seu sacerdócio. “Fez do novo povo um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai”, conforme o livro do Apocalipse (cf. Ap 1,6; 5,9-10).

O Concílio desloca o centro celebrativo – não é o sacerdote o foco. Há uma descentralização eclesial, outrora acentuando demasiadamente o sacerdote que ofertava o sacrifício.  De uma liturgia centralizada na pessoa do “sacerdote celebrante” (que na liturgia não é único que celebra) se volta agora a ação litúrgica para a assembleia do “povo sacerdotal”. Como diz na Sacrosanctum Concilium, número 33: “As orações dirigidas a Deus pelo sacerdote que preside à comunidade na pessoa de Cristo são rezadas em nome de todo o povo santo e de todos os que estão presentes” (SC 33). Já não se fala do “sacerdote que celebra” e dos fiéis que assistem. Não se usa mais o verbo assistir à Missa.

O verbo pós-conciliar é “participar”, “celebrar”. Todos os membros da assembleia devem estar envolvidos na ação celebrativa e pela ação celebrativa. “Para isso, a Igreja procura, solícita e cuidadosa, que os cristãos não assistam a este mistério de fé como estranhos ou espectadores mudos” (SC 48), como se estivessem num espetáculo ou num teatro, fora da ação celebrativa. Em vista da ação eminentemente eclesial, o Concílio declara: “É desejo ardente da mãe Igreja que todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e ativa participação na celebração litúrgica que a própria natureza da liturgia exige e à qual o povo cristão, ‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido’ (1Pd 2,9), tem direito e obrigação, por força do batismo” (SC 14).

A liturgia, por um lado, é “obra de Cristo e da Igreja, seu corpo” (SC 7). Por outro lado, também é ação do “povo santo reunido e ordenado sob a direção dos bispos” (SC 26), portanto, orientado por um magistério eclesial que garanta a genuinidade e sacralidade do mistério eucarístico. Portanto, não está centrada a liturgia no sacerdote, mas na assembleia litúrgica, no povo, como sujeito da celebração".

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[1] Reflexões inspiradas em Frei Faustino Paludo, OFMcap, Publicado na Revista Vida Pastoral em Maio-Junho de 2003 (24-27), intitulado “O povo celebrante: sujeito da celebração”.

 

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