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Sumario del 16/11/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa faz visita surpresa a hospital de campanha montado em frente ao Vaticano

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Cidade do Vaticano (RV) - Na tarde desta quinta-feira, pouco antes das 16 horas, o Papa Francisco apareceu de surpresa na estrutura “Tenda da Misericórdia”, montada na Praça Pio XII, em frente à Praça São Pedro. 

A iniciativa, organizada pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, insere-se no contexto do I Dia Mundial dos Pobres a ser celebrado no próximo domingo, 19 de novembro.

Neste pequeno hospital de campanha montado no centro de Roma, são oferecidas consultas médicas gratuitas às pessoas pobres e aos necessitados, ao longo de toda esta semana, com os atendimentos sendo realizados entre às 9 e às 16 horas.

O Papa Francisco foi acolhido por um grupo de pessoas pobres que esperavam sua vez de serem atendidas, trocando algumas palavras e brincando com alguns deles.

A seguir, Francisco foi acompanhado pelas enfermeiras voluntárias da Cruz Vermelha Italiana para uma breve visita à enfermaria, ocasião para conhecer e agradecer aos médicos especialistas em análises clínicas, cardiologia, dermatologia, infectologia, ginecologia e andrologia, que prestam serviço em pequenos ambulatórios móveis.

O Santo Padre depois conheceu os voluntários da Confederação das Misericórdias que oferecem o seu serviço para tornar mais operativo a organização do hospital de campanha e que, como fazem com seus hóspedes habituais, quiseram oferecer uma bebida quente ao Pontífice por causa do frio.

Muitos turistas e peregrinos que passavam pelo local, foram surpreendidos pela presença do Pontífice assim tão próximo. Logo, formou-se uma pequena multidão ao redor da área isolada para o atendimento de pessoas necessitadas.

Por volta das 16h15min o Papa deixou o local.

 

 

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Papa: o reino de Deus cresce dentro de nós, não é carnaval

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Cidade do Vaticano (RV) – O reino de Deus não é um espetáculo nem um carnaval, “não ama a propaganda”: é o Espirito Santo que o faz crescer, não “os planos pastorais”. Foi o que disse o Papa na missa da manhã de quinta-feira (16/11) na capela da Casa Santa Marta, comentando o Evangelho do dia (Lc 17,20-25).

Francisco se deteve na pergunta que os fariseus fazem a Jesus: “quando virá o reino de Deus?”. Uma pergunta simples, que nasce de um coração bom e aparece tantas vezes no Evangelho. João Batista, por exemplo, quando estava na prisão, angustiado, pede a seus discípulos que perguntem a Jesus se é ele mesmo que deve vir ou se devem esperar outra pessoa. Outras vezes, a pergunta foi feita “sem rodeios”, “se é você, desça da cruz”. “Há sempre a dúvida”, a “curiosidade” de quando virá o Reino de Deus, disse o Papa. 

“O reino de Deus está em meio a vós”: é a resposta de Jesus. Assim como a semente que, semeada, cresce a partir de dentro, também o reino de Deus cresce “escondido” e no meio “de nós” – reiterou o Pontífice – ou se encontra escondido como “pedra preciosa ou o tesouro”, mas “sempre na humildade”.

“Mas quem faz crescer aquela semente, quem faz germinar? Deus, o Espírito Santo que está em nós. E o Espírito Santo é espírito de mansidão, espírito de humildade, é espírito de obediência, espírito de simplicidade. É ele que faz crescer dentro o reino de Deus, não são os planos pastorais, as grandes coisas... Não, é o Espírito, escondido. Faz crescer, chega o momento e aparece o fruto”.

No caso do Bom Ladrão, o Papa se pergunta quem fez semear a semente do reino de Deus no seu coração: talvez a mãe, faz uma hipótese – ou talvez um rabino quando lhe explicava a lei. Depois, talvez, se esquece, mas a um certo momento “escondido”, o Espírito a faz crescer.

Por isso, Francisco repete que o reino de Deus é sempre “uma surpresa”, porque é “um dom que o Senhor dá”. Jesus explica também que “o reino de Deus não vem para chamar a atenção e ninguém dirá: ‘Ei-lo aqui, ei-lo lá’”. “Não é um espetáculo ou pior ainda – mas às vezes se pensa assim – “um carnaval”, reitera o Papa.

“O reino de Deus não se mostra com a soberba, com o orgulho, não ama a propaganda: é humilde, escondido e assim cresce. Penso que quando as pessoas olhavam Nossa Senhora, ali, que seguia Jesus: ‘Aquela é a mãe, ah…’. A mulher mais santa, mas escondida, ninguém conhecia o mistério do reino de Deus, a santidade do reino de Deus. E quando estava perto da cruz do filho, as pessoas diziam: ‘Mas pobre mulher com este criminoso como filho, pobre mulher …’. Nada, ninguém sabia”.

O reino de Deus, portanto, cresce sempre escondido, porque “o Espírito Santo está dentro de nós” – recordou o Papa – que “o faz germinar até dar o fruto”.

“Nós todos somos chamados a fazer esta estrada do reino de Deus: é uma vocação, é uma graça, é um dom, é gratuito, não se compra, é uma graça que Deus nos dá. E nós todos batizados temos dentro o Espírito Santo. Como é a minha relação com o Espírito Santo, que faz crescer em mim o reino de Deus? Uma bela pergunta para todos nós fazermos hoje: eu acredito, acredito realmente que o reino de Deus está no meio de nós, está escondido ou gosto mais do espetáculo?”.

Francisco conclui exortando a pedir ao Espírito Santo a graça de fazer germinar “em nós e na Igreja, com força, a semente do reino de Deus para que se torne grande, dê refúgio a tantas pessoas e dê frutos de santidade”. 

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Papa ao clero: servir a Igreja particular com dedicação

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (16/1), na Sala do Consistório, no Vaticano, setenta participantes da assembleia da Confederação Internacional da União Apostólica do Clero

Ao saudar os membros desse organismo, o Papa cumprimentou também os representantes, ali presentes, da União Apostólica dos Leigos

A assembleia da Confederação Internacional da União Apostólica do Clero focaliza-se no papel dos pastores na Igreja particular. Nessa releitura, a chave hermenêutica é a espiritualidade diocesana que é espiritualidade de comunhão, segundo a comunhão Trinitária. 

Segundo o Papa, a pessoa se torna especialista de espiritualidade de comunhão graças à conversão a Cristo, à abertura para a ação de seu Espírito, e ao acolhimento dos irmãos. "A fecundidade do apostolado não depende somente das atividades e dos esforços organizacionais, que são necessários, mas em primeiro lugar depende da ação divina."
 
O Papa lembrou que o Dia Mundial de Oração pela Santificação do Clero, celebrado todos os anos na Festa do Sagrado Coração de Jesus, é uma ocasião propícia para implorar a Deus o dom de ministros zelosos e santos para a sua Igreja. 

“Para realizar esse ideal de santidade, todo ministro ordenado é chamado a seguir o exemplo do Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas. Unido ao caminho de espiritualidade está o compromisso na ação pastoral a serviço do povo de Deus, visível nos dias de hoje e na concretude da Igreja local: os pastores são chamados a ser ‘servos sábios e fiéis’ que imitam o Senhor, servindo e imergindo-se na vida das comunidades, compreendendo a história e vivendo as alegrias e tristezas, as expectativas e esperanças do rebanho que lhes foi confiado.”

Segundo o Papa, “uma Igreja particular tem um rosto, ritmos e escolhas concretas. Deve ser servida com dedicação todos os dias, testemunhando a sintonia e a unidade vivida e criada com o bispo. O caminho pastoral da comunidade local tem como ponto de referência imprescindível o plano pastoral das dioceses”. 

A comunhão e a missão são dinâmicas correlativas. O sacerdote se torna ministro “para servir a própria Igreja particular, na docilidade ao Espírito Santo e ao próprio bispo e em colaboração com os outros presbíteros, mas com a consciência de faze parte da Igreja universal que vai além dos confins da própria diocese e do próprio país”

A missionariedade é uma prioridade da Igreja, “sobretudo para a pessoa ordenada que é chamada a exercer o ministério numa comunidade por sua natureza missionária, e a ser educadora. A missão não é uma escolha individual, mas uma escolha da Igreja particular que se torna protagonista na comunicação do Evangelho a todos os povos”.

(MJ)

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Papa: doente nunca deve ser abandonado, eutanásia é sempre ilícita

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Cidade do Vaticano (RV) – Com a consciência dos sucessos alcançados pela medicina no campo terapêutico e do quanto “as intervenções no corpo humano tornam-se sempre mais eficazes, mas nem sempre resolutivas”, o Papa Francisco destaca a necessidade de “um suplemento de sabedoria, porque hoje é mais insidiosa a tentação de insistir com tratamentos que produzem efeitos poderosos sobre o corpo, mas sem visar o bem integral da pessoa”. 

Na carta endereçada a Dom Vincenzo Paglia e aos participantes do Encontro Regional Europeu da World Medical Association, e citando a Declaração sobre a eutanásia de 5 de maio de 1980, o Santo Padre recorda o quanto seja “moralmente lícito renunciar à aplicação de meios terapêuticos, ou suspendê-los, quando o seu emprego não corresponde àquele critério ético e humanista que será mais tarde após definido “proporcionalidade dos tratamentos”.

Uma escolha – prossegue o Papa – que assume responsavelmente o limite da condição humana mortal, no momento em que reconhece não mais poder contrastá-lo”, “sem abrir justificativas à supressão do viver”.

Uma ação, portanto, “que tem um significado ético completamente diferente da eutanásia, que permanece sempre ilícita, enquanto se propõe interromper a vida, buscando a morte”.

Para um atento discernimento – explica de fato Francisco – três são os aspectos a serem considerados:

O objeto moral, as circunstâncias e as intenções dos sujeitos envolvidos. A dimensão pessoal e relacional da vida – e do próprio morrer, que é sempre um momento extremo do viver – deve ter, no cuidado e no acompanhamento do doente, um espaço adequado à dignidade de ser humano.

Neste percurso – sublinha Francisco – “a pessoa doente assume o papel principal. Diz isto com clareza o Catecismo da Igreja Católica: “As decisões devem ser tomadas pelo paciente, se tem para isto a competência e a capacidade”. É antes de tudo ele que tem título, obviamente em diálogo com os médicos, de avaliar os tratamentos que lhe são propostos e julgar a sua efetiva proporcionalidade na situação concreta, tornando desejável renunciar a eles se tal proporcionalidade fosse reconhecida como ausente”.

O Papa não esconde a dificuldade da avaliação, sobretudo se consideradas as múltiplas mediações” às quais é chamado o médico: “exigidas pelo contexto tecnológico e organizativo”.

Outra preocupação do Pontífice é a desigualdade terapêutica “presente também dentro dos países mais ricos, onde o acesso aos tratamentos corre o risco de depender mais da disponibilidade econômica das pessoas do que das efetivas exigências de tratamentos”.

Disto, a necessidade de ter “em absoluta evidência o mandamento supremo da proximidade responsável” com “o imperativo categórico” “de nunca abandonar o doente”, porque – explica ainda Francisco – a relação “é o lugar em que nos é pedido amor e proximidade, mais do que qualquer outra coisa, reconhecendo o limite que nos une a todos e justamente nisto tornando-nos solidários. Cada um dê amor na forma que lhe é própria (…), mas que o dê!”.

Neste contexto de amor, com a consciência de que não se pode sempre garantir a cura e não se deve voltar inutilmente contra a morte, “se movimenta a medicina paliativa” que “assume uma grande importância também no plano cultural, empenhando-se em combater tudo aquilo que torna o morrer mais angustiante e sofrido, ou seja, a dor e a solidão”.

O Santo Padre não deixa de dirigir a atenção aos mais vulneráveis “que não podem fazer valer sozinhos os próprios interesses” e, sem esquecer “a diversidade das visões de mundo, das convicções éticas e das pertenças religiosas, em um clima de recíproca escuta e acolhida”, sublinhando que “o Estado não pode renunciar a tutelar todos os sujeitos envolvidos, defendendo a fundamental igualdade pela qual cada um é reconhecido pelo direito, como ser humano que vive com os outros em sociedade”.

Eis porque – conclui Francisco – “também a legislação no campo médico e sanitário exige” um “olhar abrangente” para que se promova “o bem comum nas situações concretas” e “em vista do bem de todos”. (JE/EC)

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Papa à COP23: "Agir livres de pressões políticas e econômicas"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco ofereceu nesta quinta-feira (16/11) uma nova demonstração de que a ecologia integral – a interação harmônica dos povos com a nossa Casa Comum –  está no centro de seu Pontificado. E o fez na presença de líderes e representantes de todos os países do mundo. 

A palavra de Francisco chegou à Conferência sobre Mudanças Climáticas, em andamento em Bonn, na Alemanha, por meio de uma mensagem enviada ao Primeiro Ministro das Ilhas Fiji, Frank Bainimarama, que preside a 23ª sessão da COP23, que termina sexta-feira (17/11).

O Papa começa enaltecendo os esforços e resultados obtidos na COP21 de 2015, em Paris: um modelo de desenvolvimento econômico de baixo consumo de carvão que encoraja a solidariedade, atendendo as necessidades também das populações mais vulneráveis.

“Agora, em Bonn, vocês estão definindo e construindo regras e mecanismos para que aquele Acordo contribua para alcançar os objetivos propostos. É preciso manter alta a vontade de colaboração”, frisa o Papa, que adverte:

“Devemos evitar quatro atitudes perversas: negação, indiferença, acomodação e confiança em soluções inadequadas”.

Para o Papa, “soluções técnicas são necessárias, mas insuficientes: é essencial levar em consideração também os aspectos e impactos éticos e sociais do novo paradigma de desenvolvimento a breve, médio e longo prazo”.

Francisco invoca novamente educação e estilos de vida voltados para uma ecologia integral, uma ação sem demora e livre de pressões políticas e econômicas, e uma consciência responsável em relação à nossa Casa Comum e a contribuição de todos.

Saudando os participantes do evento, o Papa faz votos que seus trabalhos sejam animados pelo mesmo espírito colaborativo e propositivo manifestado durante a COP-21: “Isto permitirá acelerar a conscientização e a adoção de decisões eficientes para contrastar o fenômeno das mudanças climáticas e ao mesmo tempo, combater a pobreza e promover o verdadeiro desenvolvimento humano integral”. 

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Audiência do Papa ao Presidente da Áustria

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta quinta-feira no Vaticano, o Presidente da República da Áustria, Sr. Alexander Van der Bellen, que sucessivamente encontrou-se com o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, acompanhado pelo Secretário para as Relações com os Estados, o Arcebispo Paul Richard Gallagher.

Durante os cordiais colóquios foram evocadas as boas relações e a frutuosa colaboração existente entre a Santa Sé e a Áustria.

Após, as partes concentraram-se em questões de interesse recíproco, como a defesa da inviolável dignidade da pessoa humana, a promoção de uma cultura de encontro e a solicitude pelo cuidado da criação.

Por fim, foi destacado o papel da Comunidade internacional na busca de soluções pacíficas aos conflitos em andamento em várias regiões do mundo, reiterando também o esforço comum por um mundo livre de armas nucleares.

Na parte da tarde o mandatário visitou a Comunidade de Santo Egídio, onde com seu fundador, Andrea Riccardi, e com seu Presidente, Marco Impagliazzo, tratou de temas como a acolhida aos migrantes, a cooperação internacional, a batalha contra a pena de morte, a tutela do ambiente e a resolução dos conflitos.

Ao final, o Presidente austríaco encontrou-se com um grupo de refugiados acolhidos pela Santo Egídio e com mediadores interculturais, que trabalham pela integração entre cidadãos italianos e imigrantes. (JE)

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Mensagem de Bento XVI ao Congresso internacional sobre São Boaventura

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Cidade do Vaticano (RV) -  “Vendo o programa do Simpósio e os temas tratados, percebo o quanto a imagem de São Boaventura tenha se enriquecido e o quanto, por isto, ele tem a nos dizer precisamente neste particular momento histórico”.

É o que escreve o Papa emérito Bento XVI, na mensagem de agradecimento pelo convite dirigida aos participantes do Congresso internacional “Deus Summe Cognoscibilis, a atualidade teológica de São Boaventura”.

“O nosso conhecimento a respeito do século XIII – acrescenta o Papa emérito – realmente cresceu e se aprofundou, justamente também em relação ao Doutor Seráfico”.

“Enquanto na época Boaventura era considerado quase exclusivamente em relação aos aristotelismos de seu tempo, hoje, pelo contrário, a consciência a respeito da profundidade da sua figura e a riqueza de perspectiva de seu pensamento, aumentou consideravelmente”.

Bento XVI recorda o quanto o encontro com São Francisco abriu novas perspectivas para ele, que alcançam a profundidade da própria teologia. Para Boaventura,  era importante reconhecer que “o amor constitua uma força do conhecimento na escuridão do intelecto, o que representa uma visão do homem completamente diferente em relação à posição de Santo Agostinho”.

Atualidade de São Boaventura

O Congresso, que teve início na quarta-feira, 15, se estenderá até esta sexta-feira, com a participação de 48 conferencistas provenientes de diversas partes do  mundo.

O evento, promovido por ocasião do oitavo centenário de nascimento de São Boaventura, pretende explorar os caminhos segundo os quais São Boaventura permanece como um estimulantes interlocutor, considerando as potencialidades de seu pensamento e os desafios atuais da reflexão filosófica, teológica e espiritual.

Durante os trabalhos foi apresentado o II volume da Opera omnia intitulado “Compreensão da revelação e Teologia da história em São Boaventura”, primeira tradução integral em língua italiana da tese de habilitação do Papa emérito para o ensino universitário.

Congresso, fruto da colaboração entre três universidades pontifícias

No primeiro dia do Congresso, foi abordada a questão do método teológico e da Revelação. O segundo dia, foi dedicado à teologia da criação e à Cristologia. Na sexta-feira, último dia do encontro, serão aprofundados, entre outros, temas ligados à eclesiologia.

O Congresso é fruto de uma colaboração, em particular, entre três instituições acadêmicas: Pontifícia Universidade Gregoriana, Faculdade Teológica “São Boaventura” – Seraphicum e Pontifícia Universidade Antonianum.

Vida de São Boaventura

Giovanni Fidanza, conhecido como Boaventura, nasceu em 1218 em Bagnoregio.  Quando criança adoeceu gravemente, encontrando a cura após o encontro com São Francisco que, naquela ocasião, pronunciou estas palavras: “Boa ventura”. A partir de então, passou a ser chamado de Boaventura.

Entrou na Ordem dos Frades Menores também para cumprir a promessa feita a sua mãe. Em 1257 foi eleito Geral da Ordem Franciscana. Morreu em 1274 aos 56 anos.

Em 1588, o Papa Sisto V o proclamou Doutor da Igreja com o título “Doctor Seraphicus”.

Entre as obras de São Boaventura, a mais conhecida é “itinerarium mentis in Deus”. Trata-se de um itinerário filosófico, teológico e místico que acompanha o homem pelos seis degraus de elevação a Deus, até a paz da contemplação.

Entrevista com Padre Lombardi

Sobre a mensagem de Bento XVI dirigida aos participantes do Congresso internacional, a RV ouviu o Padre Federico Lombardi, Presidente da Fundação vaticana Joseph-Ratzinger/Bento XVI:

O Papa emérito – sublinha o sacerdote jesuíta – dedicou a São Boaventura um estudo muito importante quando era jovem. Trata-se do seu estudo de habilitação para o ensino universitário. E depois também dedicou ao Doutor Seráfico toda uma série de intervenções no decorrer de sua vida. Entre outros, durante a Convenção, foi também apresentado um volume em italiano – recém lançado – da opera omnia, que recolhe todos os escritos de Joseph Ratzinger- Bento XVI sobre São Boaventura. Digno de observação observado que, durante o Concílio, as intervenções como perito conciliar de Jospeh Ratzinger sobre a Revelação, manifestavam claramente a influência do pensamento de Boaventura. Durante o Pontificado – recorda por fim Padre Lombardi – dedicou a São Boaventura três catequeses. E falou deste Santo durante a visita pastoral a Viterbo e Bagnoregio (6 de setembro de 2009), a pátria do Doutor Seráfico. (JE/AL)

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Igreja no Mundo



Mudanças climáticas: bispos dos EUA desiludidos com governo Trump

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Washington (RV) – “O dever de cuidar do bem comum vai além de nossos confins, sobretudo quando se trata do ar e do clima compartilhados com todos os povos e criaturas que vivem no planeta”. É o que reiteram os bispos estadunidenses, que voltam a pedir com vigor o maior envolvimento das instituições nacionais no esforço da comunidade internacional para combater os danos provocados pelas mudanças climáticas.

O apelo está contido numa carta enviada ao Congresso por Dom Frank J. Dewane, Presidente da Comissão para a Justiça e o Desenvolvimento Humano, e por Dom Oscar Cantù, Presidente da Comissão Justiça e Paz. 

É significativa a concomitância do apelo com a Conferência sobre Mudanças Climáticas, COP23, em andamento em Bonn, e também assume uma relevância especial, considerando a postura do Presidente Donald Trump sobre o tema.

Dois anos atrás, a Conferência de Paris COP21 produziu um acordo sobre o clima do qual os Estados Unidos anunciaram a intenção de se retirar. A decisão gerou preocupação no mundo e o episcopado demonstrou publicamente sua desilusão. 

Há cerca de um mês, Dom Dewane comentou criticamente a decisão da Agência de Proteção do Ambiente de revogar o plano para a energia limpa e o programa nacional de redução das emissões de carbono nas centrais elétricas do país.

Embora reconhecendo que o Clean Power Plan (Cpp – Plano para energia limpa) não é o único mecanismo possível para enfrentar as mudanças climáticas, recordou que o governo Trump, depois de se retirar dos acordos de Paris, não propôs alguma alternativa adequada, mas simplesmente destruiu o Plano, colocando em risco milhares de pessoas, sobretudo pobres. “Nossos líderes deveriam respeitar o apelo moral do Santo Padre sobre o ambiente e propor novas leis”. 

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Catedral de Lund recorda 1 ano da visita do Papa com símbolo do batismo comum

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Lund (RV) - Fiéis e curiosos que entrarem na Catedral de Lund, na Suécia, irão se deparar logo na entrada do templo, à esquerda, com uma pia batismal em mármore branco polido, que contrasta com a cor arenito das pedras do antigo templo construído em estilo românico da Lombardia. 

De fato, católicos e luteranos suecos, profundamente marcados pela histórica visita do Papa Francisco em 31 de outubro de 2016, quiseram eternizar o evento com um sinal concreto que fosse comum às duas Confissões.

Assim, entre as tantas propostas e ideias surgidas, a escolha recaiu sobre a pia batismal, por representar o Batismo comum em Jesus Cristo.

Ela já havia sido usada naquela oração comum penitencial, que viu lado a lado o Papa Francisco, o então Presidente da Federação Luterana Mundial,  o Bispo Mounib Younan e o Secretário da entidade, Rev. Martin Junge.

Colocada no corredor central por onde passou a procissão, ao seu redor reuniram-se cinco crianças e jovens que levaram cinco velas pequenas até o altar onde eram acendidas outras cinco maiores, enquanto um Coral Ecumênico de Crianças entoava a canção "Give Us Light", alternada com breves leituras dos cinco pontos de comprometimento entre católicos e luteranos em trabalhar em favor da unidade.

Estes compromissos também faziam parte da Declaração Conjunta assinada pelo Papa Francisco e pelo Bispo Mounib Younan: Com coração agradecido; Do conflito à comunhão; O nosso compromisso em prol dum testemunho comum; Um só em Cristo e Apelo aos católicos e luteranos do mundo inteiro.

Mas não foi apenas este símbolo a marcar os passos "Do conflito à comunhão" dados nestes 50 anos de diálogo entre as Igrejas Católica e Luterana. A visita do Papa Francisco também produziu frutos no campo espiritual, como a Oração ecumênica das Vésperas realizada duas vezes ao mês: uma na Catedral luterana de Lund e outra na Igreja católica de St Thomas. (JE)

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Formação



Bispo de Coroatá: Concílio deu luzes para que Igreja fosse ecumênica

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro “Nova Evangelização e Concílio Vaticano II” de hoje dá continuidade à edição precedente na qual nosso convidado destes dias, o bispo da Diocese de Coroatá, Dom Sebastião Bandeira Coêlho, falou-nos sobre como em sua ação evangelizadora a Igreja no Brasil acolheu e assumiu as intuições e desafios propostos pelo Vaticano II ao longo destas mais de cinco décadas de caminhada pós-conciliar. 

Também na presente edição o bispo desta Igreja particular do nordeste do Maranhão reitera o conceito de que o Concílio foi muito assumido nos documentos da Igreja no Brasil, mas na realidade ainda resta muito a ser vivido.

Tendo precedentemente citado alguns exemplos, como o papel do leigo na Igreja, que deve ser ouvido e valorizado, mas em muitos lugares é o padre quem decide sozinho; a liturgia participativa e a questão da Igreja ministerial que ainda deve ser muito assumida no dia a dia, Dom Sebastião nos traz hoje outro desafio conciliar: o ecumenismo.

Diz-nos que o Concílio deu muitas luzes e orientações para que a Igreja fosse ecumênica, mas principalmente no nordeste esse diálogo entre as diferentes confissões cristãs não existe.

Ressaltando que as Igrejas pentecostais e neopentecostais – que constituem a maioria – buscam adeptos vendo-os como clientes, afirma que ainda se está muito longe do sonho do Concílio de viver a unidade numa circunstâncias dessa onde existe o proselitismo, o fanatismo, a falta de abertura ao diálogo, ao respeito ao outro.

O bispo da Diocese de Coroatá destaca também as Comunidades eclesiais de base (Cebs), experiência bonita vivida no período pós-conciliar no qual as pessoas descobriram a sua missão de ser membro do Povo de Deus e começaram a participar, a ser Igreja, mas em muitas dioceses as Cebs enfraqueceram e perderam vigor. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



Na COP23, o sofrimento do povo ancestral Krenak

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Bonn (RV) – Os Krenaks são um povo indígena nativo do estado de Minas Gerais. Eles ainda vivem ali, em sua reserva, onde até 2 anos atrás podiam se banhar, nadar, consumir e realizar seus rituais. Desde então, isso não é mais possível. Em 5 de novembro de 2015, a maior tragédia ambiental da história do Brasil mudou as suas vidas, tirando deles o que lhes era mais sagrado. Tida como sagrada há gerações, toda a água utilizada pelos índios está ainda contaminada pela lama escoada do estouro das barragens da mineradora Samarco.  

Depois de milênios, não podem mais fazer o Atoran, um rito em que se banhando no rio, limpam as almas de toda a impureza e pedem ao Criador para transformá-la em coisas boas. Porque o ‘Watu’ - o rio Doce - é sagrado.

Geovane Krenak é uma liderança deste povo. Ele foi até a Alemanha, à cidade de Bonn, diante de milhares de representantes, estadistas, ativistas de todos os países do mundo participantes da Conferência COP23, para denunciar a situação de sua comunidade, que há anos reivindica também a posse da Terra Indígena Krenak situada no Parque Estadual de Sete Salões, no leste do estado. A Fundação Nacional do Índio (Funai) deve concluir o processo até dezembro. Segundo Geovane, ‘seria um modo de recompensar seu povo’ neste momento tão triste de sua história.

Ouça aqui:

 :

“Nosso povo, quase 700 pessoas, vivemos às margens do Rio Doce. Fomos atingidos de uma maneira que é difícil explicar. Ao longo de nossa história, mantemos o hábito de nadar, caçar e pescar, e usar a própria água para matar a sede. Nosso povo se viu sem o seu principal protetor: o Watu, o rio sagrado”.   

“Tem sido complicado, não está sendo fácil para nós. As crianças não têm lugar para aprender a nadar. Nosso povo sempre foi conhecido como excelente nadador. Talvez esse seja o pior momento da história do povo Krenak”.

“Temos uma reivindicação em relação ao Território dos Sete Salões, que é uma área que ainda tem água limpa. Em alguns lugares podemos nadar, pescar. Talvez seria uma forma de amenizar todo o sofrimento do nosso povo. Estamos aqui para justamente também exigir esta demarcação. Já se encontra na Funai um estudo, mas o governo brasileiro resiste em demarcar o nosso território. Esta é uma luta, sabemos que não é fácil, mas a nossa vinda aqui à Alemanha é justamente para denunciar isto e ver de que forma a comunidade internacional pode nos auxiliar neste processo de direitos”. 

 

 

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Instabilidade no Zimbábue. Os militares: “Queremos um novo rumo para o país”

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Cidade do Vaticano (RV) - Golpe de Estado não declarado em Harare, no Zimbábue, por parte dos militantes que prenderam o presidente Mugabe e alguns membros do governo. Refugiada no exterior, no entanto, a esposa do chefe de Estado, Grace. O exército declara que quer tentar uma mudança de rumo depois de 37 anos sem transição democrática. 

“Correção sem derramento de sangue do curso da história do Zimbábue”. Este o objetivo declarado pelo Exército que, na capital, Harare, tomou o poder e colocou em prisão domiciliar o presidente, Mugabe, de 93 anos, na poltrona presidencial há 37 anos e que rejeita uma transição democrática. As forças armadas, que negam que se trate de um golpe, argumentam que querem “atingir apenas os criminosos” reunidos “ao redor” daquele que neste momento é o mais idoso chefe de Estado do mundo. Em vez disso, a esposa de Mugabe, Graze, potencial herdeira do presidente fugiu para a Namíbia. A ação das forças armadas poderia representar uma reviravolta na história do país, segundo o jornalista Riccardo Barlaam, especialista em África do jornal italiano “Sole 24 ore”:

“Os militares, paradoxalmente, muitas vezes representam, na África, o extremo momento de uma mudança”. Não me parece que haja uma inspiração por Mugabe. A população está exasperada: não há trabalho, três quartos da população vive com menos de dois dólares por dia. As perspectivas para os cidadãos, para os jovens, são inexistentes”.

Mas os cenários incertos que se apresentam no Zimbábue preocupam a ONU, que lança um apelo à “calma, à não-violência e à moderação”. (SP)

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